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DAS PENAS

INTRODUÇÃO
PRISÃO
Fere um dos bens mais valioso do ser
humano: a liberdade.
Porém, é imprescindível ao restabelecimento
da paz social.
ORIGENS
Impossível situar no tempo, pois é tão antiga
quanto a própria história da humanidade.
A PRISÃO NO TEMPO
1 – ANTIGUIDADE
2 – IDADE MÉDIA
3 – IDADE MODERNA
ANTIGUIDADE
 Não se dá a privação de liberdade o caráter de
sanção penal (pena);
 O encarceramento somente é tido como uma
forma de contenção do preso até o seu
julgamento, preservando por vezes a sua
integridade física. Penas: Pena de morte,
corporais (mutilações e açoites).
A PRISÃO NO TEMPO

Inexiste o conceito de penitenciária nesse


período, se utiliza do ergastulum, local onde
permanece o preso, o qual poderia ser:

a)calabouços;

b)Aposentos em ruínas e insalubres de


castelos, torres, conventos abandonados,
palácios e outros;
A PRISÃO NO TEMPO
IDADE MÉDIA
A lei penal tem por objetivo provocar o “medo
coletivo”. Todos os presos da várias espécies
são alocados em um só local;
Permanece a idéia de prisão apenas com o
intuito de conter o preso, para então
submetê-lo ao castigo.
Predomina os grandes espetáculos a serem
vistos pelas multidões, onde o custodiado é
submetido as penas de mutilações entre
outras.
A PRISÃO NO TEMPO
Surgimento nesse período da Prisão de Estado e
a Prisão Eclesiástica.
No conceito de Prisão Eclesiástica, mantinham-se
os clérigos rebeldes, tinha a idéia de caridade,
redenção e fraternidade da Igreja. Havia ao
internamento um sentido de penitência e
meditação.
A prisão eclesiástica era mais humana, porém
longe da prisão moderna. No século XII surgiram
as prisões subterrâneas por iniciativa da Igreja,
que consagrou a expressão vade in pace.
A PRISÃO NO TEMPO
IDADE MODERNA
A Europa como um todo tem entre os séculos
XVII e XVIII uma grande crise econômica,
devido as constantes guerras anteriores entre
os diversos países.
Surge então uma grande massa de mendigos e
desocupados, que ainda que aplicados penas
corporais ou a expulsão transitam de um país
para outro.
A PRISÃO NO TEMPO
No século XVI surge um movimento no sentido de
organizar as penas privativas de liberdade através
prisões para correção dos apenados.
A Inglaterra fora uma das primeiras a preocupar-se
com os desocupados, com a mendicância e lançou
mão de uma instituição que tinha por finalidade
buscar a reforma do delinquente por meio do
trabalho e da disciplina. Assim surge o
penitencialismo clássico.
Com o iluminismo (Beccaria, Howard e Bentham)
novos contornos são dados ao sist. Penitenciário.
A PRISÃO NO TEMPO
Essas instituições criadas na Inglaterra
(Londres), tinham por objetivo o desestímulo
a outros da vadiagem e ociosidade (prevenção
geral).
Devido ao sucesso, surgiram por diversas
regiões as denominadas house of correction
ou bridwells. Posteriormente surge as
workhouses no ano de 1697 com o mesmo
objetivo.
SISTEMAS PENITENCIÁRIO
Sistema Filadélfia (pensilvânico, belga ou celular);
 Cumpre pena no regime fechado sem sair, salvo
em casos esporádicos.
Sistema de Auburn
 Trabalha de dia em silêncio e a noite há
isolamento.
Sistema Progressivo (inglês ou irlandês).
 Inicia-se com isolamento, após passa a trabalhar
em silêncio, e por fim é posto em liberdade
condicional.
CONCEITO DE PENA
 “Pena é a sanção, consistente na privação de determinados bens
jurídicos, que o Estado impõe contra a prática de um fato definido na
lei como crime”, segundo Aníbal Bruno (p. 22).
 Delmanto (2000) conceitua como a imposição da perda ou
diminuição de um bem jurídico, prevista em lei e aplicada pelo órgão
judiciário, a quem praticou ilícito penal.
 Já para Noronha (2001, p.225) “a pena é retribuição, é privação de
bens jurídicos, imposta ao criminoso em face do ato praticado. É
expiação.”.
 “A pena criminal [...] deve ser entendida como conseqüência jurídica
da infração penal, considerando-se a dignidade humana como limite
de sua aplicação” para Sérgio Salomão Shecaira (1995).
 Em síntese, pena é um castigo, consistente na privação de direitos,
aplicado pelo Estado ao infrator de fato definido como crime.
Teorias das Penas
a) A Teoria Absoluta define a pena como um
castigo.

b) A Teoria Relativa define a pena como um


meio de recuperação e prevenção do crime.

c) A Teoria Mista define a pena como uma


forma de um castigo e um meio de
prevenção.
FINALIDADE DAS PENAS

A finalidade da pena é preventiva, ou seja


evitar que aja a prática de novos crimes no
seio social.
Prevenção
Geral – Tem fim intimidativo buscando que
todos na sociedade não pratiquem crime;
Especial – Tem por finalidade o isolamento do
preso para que não cometa mais crime, e que
haja a ressocialização do mesmo, para não
voltar a delinquir.
CLASSIFICAÇÃO DAS PENAS
• A classificação mais usual feita pelos doutrinadores leva
em conta o bem jurídico do condenado atingido pela
pena. Assim, as penas se classificam em:
1. Pena corporal: atinge o corpo do condenado, isto é, a
sua integridade física, a sua saúde, a sua vida. Exs.
Açoite, marcas de ferro quente, tortura, trabalhos
forçados, morte.
2. Pena privativa de liberdade: são aquelas onde existe
um tolhimento total da liberdade. P. ex. prisão.
a) Reclusão;
b)Detenção.
CLASSIFICAÇÃO DAS PENAS
3. Pena restritiva de liberdade: onde existe um tolhimento
(cerceamento) relativo da liberdade. P. ex. o regime aberto.
4. Pena restritiva de direitos: onde alguns direitos do
condenado são cerceados. P. ex. limitação de fim de semana,
interdição de dirigir, interdição do exercício de profissão.
a) Prestação pecuniária;
b) Perda de bens e valores;
c) Prestação de serviço a comunidade ou a entidades publicas;
d) Interdição temporária de direitos;
e) Limitação de fim de semana.
5. Pena pecuniária: p. ex. a multa.
• OBS. A respeito da pena de morte, vide art. 5º, XLVII, a da CF.
• OBS. O art. 32 do CP estabelece as espécies de pena.
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
1. Regime de cumprimento de pena
 Três são os regimes de cumprimento da pena privativa de
liberdade (§ 1º do art. 33 do CP):
→Fechado (art. 33, § 1º, a do CP; arts. 87 a 90 da LEP);
→ Semiaberto (art. 33, § 1º, b do CP; arts. 91 e 92 da LEP);
→ Aberto (art. 33, § 1º, c do CP; arts. 93 a 95 da LEP).
OBS. Nos termos do art. 33, § 3º do CP e 110 da LEP, o regime
inicial de cumprimento de pena será determinado pelo juiz da
condenação, na própria sentença penal condenatória. O juiz
fixará tal regime observando a regra do § 2º do art. 33 do CP.
• OBS. O preso provisório, consoante o art. 102 da LEP, deve
ficar custodiado na cadeia pública, e em separado dos
presos definitivos (art. 300 do CPP).
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
2. Progressividade
 A progressividade é a passagem do condenado de um regime
de pena mais rigoroso para um menos rigoroso. Está disposta
no art. 33, § 2º do CP.
 OBS. Para que o condenado consiga o benefício da
progressividade dever-se-á aplicar a regra do art. 112 da LEP,
que estabelece tanto critérios objetivos (quantum) como
subjetivos (merecimento).
 OBS. Se a progressividade tiver de ser aplicada a um condenado
por crime hediondo, dever-se-á observar a regra do § 2º do art.
2º da Lei 8.072/1990 (critério objetivo) e o disposto na Súmula
Vinculante 26 do STF (critério subjetivo – que é a realização do
Exame Criminológico para aferir o estado de temibilidade do
delinqüente no resguardo da defesa social).
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
3. Regressividade
• A regressividade é a passagem do condenado de um regime de
pena menos rigoroso para um mais rigoroso. Está disposta no
art. 33, § 2º do CP. O art. 118 da LEP estabelece as causas da
regressividade.
4. Regras do regime fechado
→ Regra obrigatória: sujeição do condenado ao exame
criminológico (art. 34, caput do CP e 8º da LEP). Conforme arts.
96 a 98 da LEP, o exame criminológico será realizado pelo
Centro de Observação.
→ Regra obrigatória: sujeição do condenado ao trabalho (§§ 1º, 2º
e 3º do art. 34 do CP e 31 da LEP). O trabalho do preso será
remunerado (art. 39 do CP e 29 da LEP). Os arts. 28 a 37 da LEP
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
5. Regras do regime semiaberto
→ Regra facultativa: sujeição do condenado ao exame
criminológico (art. 8º, parágrafo único da LEP).
→ Regra obrigatória: sujeição do condenado ao trabalho (§§ 1º e
2º do art. 34 do CP e 31 da LEP).

6. Regras e características do regime aberto


• Nos termos do art. 36 do CP, o fundamento do regime aberto é
a auto disciplina e o senso de responsabilidade do condenado.
• No regime aberto o condenado poderá trabalhar normalmente
durante o dia, frequentar cursos ou exercer outras atividades
autorizadas, e recolher-se durante a noite e nos dias de folga na
Casa do Albergado (§ 1º do art. 36 do CP e 93 da LEP).
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE

7. Regime especial
O art. 37 do CP estabelece a execução penal
das mulheres. O próprio § 1º do art. 82 da LEP
dispõe que as mulheres deverão cumprir pena
em estabelecimentos próprios. O arts. 83 e 89
da LEP garantem benefícios a mulher gestante
e mãe.
Também o § 1º do art. 82 da LEP regulamenta
a execução penal dos maiores de 60
(sessenta) anos.
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
8. Direitos do preso
 A CF (art. 5º, incisos III e XLIX) determina que “ninguém
será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante” e “é assegurado aos presos o respeito à
integridade física e moral”.
 Os arts. 38 do CP e 3º, 40, 41, 42 e 43 da LEP estabelecem
que o condenado à pena privativa de liberdade conserva os
direitos que não foram afetados pela condenação.
 OBS. O rol do art. 41 da LEP é meramente exemplificativo,
sendo que por isso, a interpretação que se deve fazer é a
de que tudo aquilo que não constitui restrição legal,
permanece como direito do preso. Vide parágrafo único do
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
8. Direitos do preso
• A CF (art. 5º, incisos III e XLIX) determina que “ninguém
será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante” e “é assegurado aos presos o respeito à
integridade física e moral”.
• Os arts. 38 do CP e 3º, 40, 41, 42 e 43 da LEP estabelecem
que o condenado à pena privativa de liberdade conserva os
direitos que não foram afetados pela condenação.
• OBS. O rol do art. 41 da LEP é meramente exemplificativo,
sendo que por isso, a interpretação que se deve fazer é a
de que tudo aquilo que não constitui restrição legal,
permanece como direito do preso. Vide parágrafo único do
art. 41 da LEP.
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE

9. Superveniência de doença mental


 Nos termos do art. 41 do CP e 108 e 183 da
LEP se sobrevém ao condenado doença
mental, cessa a pena, e ele sofrerá medida de
segurança, consistente na internação em
Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico
ou em tratamento ambulatorial (arts. 99 a 101
da LEP).
Isso se dá pelo fato do condenado perder a
capacidade de se sujeitar à pena.
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
10. Detração Penal
Conforme art. 42 do CP desconta-se da pena
definitiva o tempo da pena cumprida
provisoriamente. Também se aplica à medida de
segurança, bem como para certos benefícios penais
(progressividade, livramento condicional, sursis).

11. Limite e término da pena


• Art. 75 do CP.
• Art. 109 da LEP.
PENA RESTRITIVA DE DIREITOS
1. Espécies de pena
As penas restritivas de direitos se encontram estabelecidas no
art. 43 do CP.
2. Características
→ Nos termos do art. 44 do CP as penas restritivas de direitos são
autônomas e substituem as penas privativas de liberdade.
→ Nos termos do art. 54 do CP as penas restritivas de direitos são
aplicáveis independentemente de cominação no tipo.
→ As penas restritivas de direitos de prestação de serviços à
comunidade ou a entidades públicas, interdição temporária de
direitos e limitação de fim de semana, por força do art. 55 do CP
terão a mesma duração da pena privativa de liberdade
substituída, com a ressalva do disposto no § 4º do art. 46 do CP.
PENA RESTRITIVA DE DIREITOS
3. Requisitos e demais regras para a substituição
Art. 44 e §§ 1º a 5º do CP.
a) Pena privativa de liberdade não superior a 4 anos;
b) Ausência de violência ou grave ameaça a pessoa;
c) Crime culposo – independe do quantum de pena;
d) Ausência de reincidência em crime doloso;
e) Análise dos indicativos do art. 59 autorizem pelos
motivos e circunstâncias que essa pena é
suficiente.
PENA RESTRITIVA DE DIREITOS
4. Análise das penas
4.1. Prestação Pecuniária
• Aparece regulamentada nos §§1º e 2º do art. 45 do CP.
• OBS. A prestação inominada do § 2º do art. 45 do CP,
para alguns autores fere o Princípio da Legalidade.

4.2. Perda de Bens ou Valores


• Regulamentada no § 3º do art. 45 do CP.
• OBS. A Perda de bens ou valores, para alguns autores
fere o Princípio da Personalidade da pena, pois a esta
não pode passar da pessoa condenada.
PENA RESTRITIVA DE DIREITOS
4.3. Prestação de Serviços à Comunidade ou a Entidades
Públicas
• Regulamentada no art. 46 e seus §§ do CP, bem como
nos arts. 149 e 150 da LEP.
4.4. Interdição Temporária de Direitos
• Regulamentada no art. 47 do CP, bem como nos arts.
154 e 155 da LEP. Vale ressaltar, que por ser uma pena,
esta interdição é temporária.
4.5. Limitação de Fim de Semana
• Regulamentada no art. 48 do CP, bem como nos arts.
151 a 153 da LEP.
DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA
A medida de segurança é uma sanção penal que
tem por natureza a prevenção, de forma que o
sujeito que praticou o crime, e que se mostra
perigoso não venha cometer novos delitos.
Periculosidade “é a potência, a capacidade, a
aptidão ou a idoneidade que um homem tem para
converter-se em causa de ações danosas” (Soler,
Exposición y crítica del estado peligroso).
A verificação da periculosidade se faz através de um
Juízo sobre o futuro, cujo o Juiz se vale de fatores
(elementos) e indícios (sintomas) do estado
DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA
Diferenças entre penas e medidas de segurança
a) As penas têm natureza retributivo-preventiva; as medidas de
segurança são preventivas;
b) As penas são proporcionais a gravidade da infração; a
proporcionalidade das medidas segurança fundamenta-se na
periculosidade do sujeito;
c) As penas ligam-se ao sujeito pelo juízo de culpabilidade
(reprovação social); as medidas de seguranças, pelo juízo de
periculosidade;
d) As penas são fixas; as medidas de segurança são indeterminadas,
cessando com o desaparecimento da periculosidade do sujeito.
e) As penas são aplicáveis aos imputáveis e aos semirresponsáveis;
as medidas de segurança não podem ser aplicadas aos
absolutamente imputáveis.
DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA
Pressuposto para aplicação da medida de segurança
a) A prática de fato descrito como crime; e
b) A periculosidade do agente.

Espécies de medida de segurança


a) Detentiva – consistente na internação em hospital
de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta,
em estabelecimento adequado (art. 96, I).
b) Restritiva – consiste na sujeição ao tratamento
ambulatorial (art. 96, II).
DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA
Aplicação de Medida de Segurança ao Inimputável
Não se aplica se estiver acobertado pela causa de
exclusão de antijuridicidade;
A ausência de culpabilidade não impede a
aplicação, pois prevalece a substituição pelo Juízo
de Periculosidade.
Nos termos do art. 97 do CP ao inimputável será
determinada a sua internação. Já se a pena abstrata
for de reclusão será determinado a medida de
segurança restritiva consistente na internação.
DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA
O período de internação e tratamento é por tempo
indeterminado, ressalvando que deve-se ser
realizado a pericia médica de tempos em tempos
para a verificação da cessação da periculosidade;
Nos termos do artigo 98, sendo o agente
semirresponsável, poderá o Juiz aplicar a pena
reduzida, ou substituí-la pela medida de segurança
detentiva ou restritiva pelo prazo de 01 a 03 anos. A
execução da pena se dá no caso de medida de
segurança como inimputável fosse.
CONCURSOS DE CRIMES
Distingue-se o concurso de crimes do concurso de
agentes, pois no primeiro trata-se de pratica de
unicidade e pluralidade ações ou de omissões, o
agente prática dois ou mais delitos.
No direito brasileiro a questão é tratada nos artigos
69 a 72, 75 e 76 do CP.
Espécies
a) Concurso material (art. 69);
b) Concurso formal (art. 70);
c) Crime continuado (art. 71).
CONCURSOS DE CRIMES
Concurso Material
Tem-se o concurso material quando o agente,
mediante mais de uma ação ou omissão, prática
dois ou mais crimes, idênticos ou não (art. 69,
caput).
Importante observar que se trata de mais de uma
conduta, e não atos.
Espécies
a) Homogêneo – crimes idênticos;
b) Heterogêneo – crimes diversos.
CONCURSO DE CRIMES
Concurso Formal
Se dá quando o agente mediante uma só ação ou
omissão (conduta) prática dois ou mais crimes.
Espécies
a) Homogêneo – (homicídio culposo em duas ou mais
pessoas).
b) Heterogêneo – (homicídio culposo e lesões).
CONCURSO DE CRIMES
Aplicação da pena
Regras:
a) Penas idênticas – aplica-se uma só aumentando-se
de um sexto até metade;
b) Penas diferentes – aplica-se a mais grave,
aumentando-se de um sexto até metade.

Princípio do concurso material


 Parágrafo único do artigo 70.
 Ex.: Pena no homicídio e lesão corporal leve
CONCURSO DE CRIMES
Unidade e autonomia de desígnios
“As penas aplicam-se, entretanto,
cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e
os crimes concorrentes resultam de desígnios
autônomos”. (art. 70, 2ª parte)
Exemplo: Homicídio de duas pessoas (dolosamente)
com um só projétil. Estupro com transmissão de
doença venérea.
Observa-se os fins a que são dirigidos. A conduta
externa é única, porém o fim é diverso.
CONCURSO DE CRIME
Crime continuado
O crime continuado ocorre quando o agente
mediante mais de uma ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas
condições de tempo, lugar, maneira de execução e
outras semelhantes, devem os subsequentes ser
havidos como continuação do primeiro (art. 71,
caput).
CONCURSO DE CRIMES
Requisitos para crime continuado
a) Pluralidade de condutas;
b) Pluralidade de crimes da mesma espécie;
São os previstos no mesmo tipo penal.
a) Continuação, tendo em vista as circunstâncias
objetivas; e
b) Unidade de desígnio.
CONCURSO DE CRIME
Aplicação da pena
Espécies de crime continuado:
a) Simples (art. 71, caput);
 Ocorrendo penas idênticas, aplica-se um só, com
aumento de um sexto a dois terços;
 Ocorrendo penas diversas, aplica-se a mais grave,
aumentada de um sexto a dois terços.
b) Qualificado (par. Único);
Aumenta-se a pena de um sexto até o triplo.
SURSIS
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA (SURSIS)
O sursis é uma forma de execução da pena,
possuindo a natureza jurídica de pena efetiva. Com
a reforma do CP em 1984 (Lei 7.209/1984), o sursis
deixou de ser mero incidente de execução.
Permite que o sujeito não se submeta a uma pena
restritiva de liberdade de curta duração.
Trata-se o sursis de um direito subjetivo do
condenado.
Encontra-se regulamentado o sursis nos arts. 77 a
82 do CP e 156 a 163 da LEP.
SURSIS
Após o advento da Lei 9.714/1998, a denominada
“Lei das Penas Alternativas” em razão da ampliação
de seu alcance, o instituto do sursis restou
esvaziado, sendo mais freqüente a aplicação de
penas alternativas onde outrora se aplicava o sursis,
já que o art. 77, III do CP condiciona a aplicação do
sursis à hipótese de não ser indicada ou cabível a
substituição prevista no art. 44 do CP.
OBS. O sursis diferencia-se da suspensão
condicional do processo (sursis processual)
regulamentada pelo art. 89 da Lei 9.099/1995.
SURSIS
Concessão e execução
 O sursis é concedido pelo juízo da condenação (art. 157 da
LEP). Todavia, é cumprido perante o juízo da execução (art.
163 da LEP), após o juízo da condenação proceder a
audiência admonitória (art. 160 da LEP).
OBS. Alguns Tribunais permitem, por provimentos, que a
audiência admonitória seja feita pelo juízo da execução.
 Nos termos do art. 77 do CP ao conceder o sursis, o juiz
fixará um prazo mínimo de 2 (dois) e máximo de 4 (quatro)
anos denominado de período de prova. Este período nada
tem de relação com a pena imposta na condenação, e,
durante, este período, o condenado deverá cumprir as
condições que lhe foram impostas.
SURSIS
Requisitos
a)Objetivos – referentes a qualidade e quantidade de
pena.
Pena Privativa de liberdade não superior a 2 anos, ou
quatro anos (se maior de 70 anos).
b) Subjetivos – referem-se aos antecedentes judiciais e
qualidade pessoais do acusado.
Não reincidente em crime doloso;
A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e
personalidade do agente, os motivos e as
circunstâncias autorizem a concessão.
Não seja possível a substituição prevista no art. 44.
SURSIS
Período de Prova e Condições
 2 a 4 anos (art. 77 do CP);
 4 a 6 anos (art. 77, par 2º);
 1 a 3 anos (art. 11 da LCP);

 Condições legais – decorrentes da lei (art. 78, § 1º,


e 81);
 Condições judiciais – são aquelas impostas pelo Juíz
na sentença (art. 79).
LIVRAMENTO CONDICIONAL
Generalidades
• O livramento condicional pode ser entendido como
“a liberdade provisória concedida, sob certas
condições, ao condenado que não revele
periculosidade, depois de cumprida uma parte da
pena que lhe foi imposta” (JOSÉ FREDERICO
MARQUES).
• Encontra-se o livramento condicional
regulamentado nos arts. 83 a 90 do CP e 131 a 146
da LEP.
LIVRAMENTO CONDICIONAL
Concessão
• Conforme art. 131 da LEP, o livramento condicional será
concedido pelo juízo da execução. Não mais se exige
parecer do Conselho Penitenciário para a concessão do
livramento (art. 70, I da LEP).
• O condenado terá direito ao livramento condicional desde
que se cumpram os pressupostos objetivos (art. 83, caput,
I, II, IV, V do CP) e subjetivos (art. 83, III e 83, parágrafo
único, ambos do CP).
• OBS. Pode-se conceder livramento condicional em crimes
hediondos (art. 83, V do CP). No relativo ao crime de
tráfico, também deve-se cumprir 2/3 para efeitos de
obtenção do livramento condicional (art. 44 da Lei
LIVRAMENTO CONDICIONAL
• OBS. As penas de vários crimes poderão ser
somadas para efeito de concessão do livramento
condicional.
• OBS. Conforme a Súmula 715 do STF, a soma
realizada para efeitos de unificação das penas, a fim
de se respeitar o limite máximo de 30 (trinta anos)
de cumprimento, não será levada em conta para a
aquisição do benefício do livramento condicional ou
regime mais favorável.
LIVRAMENTO CONDICIONAL
• O condenado ficará em período de prova o tempo total
restante de sua condenação. Assim, p. ex., se o
condenado recebeu uma pena de 3 (três) anos e saiu
em livramento condicional quando completou 1/3 da
sua pena, ficará em período de prova pelo prazo de 2
(dois) anos.
• O condenado será submetido a uma audiência
admonitória (art. 137 da LEP). Nesta serão colocadas as
condições a que o condenado fica submetido (art. 85
do CP e § 1º - condições obrigatórias – e § 2º -
condições facultativas – do 132 da LEP). Referidas
condições poderão ser modificadas.
LIVRAMENTO CONDICIONAL
• OBS. Conforme a regra do art. 139 da LEP o
condenado deverá ser fiscalizado no cumprimento
das condições impostas para a obtenção do
livramento. No Estado do Paraná, existe a
fiscalização através do Patronato Público Pro
Egresso.
• Efeitos da revogação do livramento condicional:
arts. 88 do CP e 141 e 142 da LEP.
CIRCUNSTÂNCIAS
Conceito
“É todo fato ou dado que se encontra em redor do
delito. É um dado eventual, que pode existir ou
não, sem que o crime seja excluído.” (Damásio de
Jesus)
Ex.: motivo de relevante valor moral ou social no
homicídio (art. 121, parágrafo primeiro), emprego
de arma de fogo no crime de extorsão (art. 158,
parágrafo primeiro).
As circunstâncias aumentam ou diminuem a pena.
CIRCUNSTÂNCIAS
CLASSIFICAÇÃO
a) Objetivas (reais) – estão relacionadas com os
modos e meios de realização da infração penal,
tempo, ocasião, lugar, objeto material e qualidades
da vitima.
b) Subjetivas (pessoais) – estão relacionadas com a
pessoa do agente, não há relação com a
materialidade do crime, como os motivos
determinantes, suas condições ou qualidades
pessoais e relações com o ofendido.
CIRCUNSTÂNCIAS
a) Circunstâncias Judiciais – Art. 59, caput do CP.

b) Circunstâncias Legais (Parte Geral do CP)


b.1 – Gerais, comuns ou genéricas
b.1.a – Agravantes (arts. 61 e 62);
b.1.b – Atenuantes (art 65);
b.1.c – Causas de aumento e de diminuição da
pena (art. 28,§ 2º, e 60, ,§ 1º);
CIRCUNSTÂNCIAS
b.2 – Especiais ou específicas (Parte Especial do CP)
b.2.a – Causas de aumento ou diminuição de pena
(arts. 121, ,§ 4º; 129, § 4º; 141, III; 155, ,§ 1º );
b.2.b – Qualificadoras (arts. 121, ,§ 2º; 155,§ 4º; 157,
,§ 3º)
REINCIDÊNCIA
Ocorre a reincidência quando o agente comete novo crime,
quando transitar em julgado a sentença que, no País ou no
estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
 Reincidência significa, recair repetir o ato. Repetir a
prática do crime. A doutrina apresenta duas formas de
reincidência:
a) Reincidência Real: ocorre quando o sujeito pratica a
nova infração após cumprir, total ou parcialmente, a pena
imposta em face do crime anterior.
b) Reincidência Ficta: ocorre quando o sujeito comete
novo crime após haver transitado em julgado sentença que
o tenha condenado por delito anterior. Nosso Código
Penal, aceitou essa reincidência.
REINCIDÊNCIA
Primariedade Técnica
O sistema adotado pelo Código Penal adota um lapso
temporal especifico para considerar o Réu novamente
primário, e não ocorrer a reincidência (5 anos).
O Termo inicial é contado:
a) do cumprimento da pena;
b) de sua extinção por outra causa: cuida-se de caso
em que há extinção da pretensão executória,
prescrição, graça, indulto - salvo a anistia e a abolitio
criminis;
c) do início do período de prova do sursis ou do
livramento condicional sem revogação.
FIXAÇÃO DA PENA
HIPÓTESES DISTINTAS
 Pena - Medida de Culpabilidade (Censurabilidade
da conduta);
 Medida de Segurança - Periculosidade.

Em um primeiro momento cabe ao Juiz, analisar


qual a pena a ser fixada, quando o preceito
secundário impõe as expressões “ou”, tornando
com isso alternativa a escolha da pena a ser
aplicada.
FIXAÇÃO DA PENA
Realizada a escolha, realiza a segunda etapa
consistente na fixação do quantum a ser definido.
Assim se impõe a pena “necessária” para atender o
grau de reprovação da conduta. E ela deve ser
suficiente para prevenir o crime - prevenção genérica e
específica.
Primeiro momento - Com fundamento no princípio da
pena retributiva, fixa sua qualidade e quantidade,
elaborando um juízo sobre o passado - juízo de
culpabilidade - , atendendo à gravidade objetiva do
delito, antecedentes e personalidade do agente, sua
conduta anterior, motivos determinantes do fato e suas
FIXAÇÃO DA PENA
Segundo momento

Atendendo ao princípio preventivo da pena, faz um


juízo sobre o futuro, levando em conta a finalidade
preventiva da sanção penal, considerando a
personalidade do agente, sua conduta posterior ao
fato etc., fixando o regime inicial de cumprimento e,
se for caso, aplicando o sistema das penas
substitutivas.
FIXAÇÃO DA PENA
Fixação da Pena Privativa de Liberdade
 Há duas correntes nesse sentido quanto a fixação da
pena, sendo uma evidenciada por Nelson Hungria, e
outra por Roberto Lyra.
 Nelson Hungria divide a fixação em três fases:
1) o juiz fixa a pena-base levando as circunstâncias
judiciais do artigo 59. Pena-base, para Nelson Hungria,
é o quantum encontrado pelo juiz com fundamento nas
circunstâncias judiciais, abstraindo as circunstâncias
legais genéricas - agravantes e atenuantes - e as causas
de aumento ou de diminuição.
FIXAÇÃO DA PENA
2) Encontrada a pena-base, o juiz aplica as
agravantes e atenuantes dos artigos 61, 62 e 65.

3) Sobre a pena fixada na fase anterior, o juiz faz


incidir as causas de aumento ou diminuição
previstas na Parte Geral ou Especial do CP. É claro
que não é necessária esta terceira fase quando não
houver causa de aumento ou diminuição.
FIXAÇÃO DA PENA
SISTEMA BIFÁSICO (ROBERTO LIRA)
1 - O juiz fixa a pena-base considerando as circunstâncias
judiciais do artigo 59, caput, e as legais genéricas -
agravantes e atenuantes – dos artigos 61, 62 ,65 e 66.
Pena-base para ele , é a aplicada pelo juiz com
fundamento nos artigos 59, caput, 61, 62 ,65 e 66,
abstraindo as causas de aumento ou diminuição da
sanção penal.
2 - sobre a pena-base incidem as causas de aumento ou
diminuição da sanção prevista na Parte Geral ou
Especial do CP. É claro que não é necessária a segunda
fase quando não houver causa de aumento ou

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