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07/11/2018 Tantra = Sexo ?

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Tantra = Sexo ? Rádio Viva Zen
Algumas pessoas têm me procurado através deste site solicitando informações sobre ‘aulas de Tantra’. Como 213 438 gostos

não sei exatamente o que elas entendem por Tantra, fico me perguntando como poderia ajudá-las a encontrar o
que buscam, ou a evitar as armadilhas em que se arriscam a cair.
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Para começar, vamos dizer o que o Tantra não é. Tantra não é um guru mequetrefe prometendo orgasmos
múltiplos e iluminação e cobrando mundos e fundos por isso. Tantra não é uma prostituta com nome de deusa
Sê o primeiro dos teus amigos a gostar disto
oferecendo seus serviços na internet. Tantra não é um grupo de alienados carentes se excitando e alisando em
nome da hiperconsciência. Tantra não é sacanagem, nem infidelidade institucionalizada. Tantra não tem nada a
ver com “soltar a franga“. Tantra não é tara.

Aquilo que os clones tupiniquins de Osho chamam de Tantra, não é o Tantra (por favor, veja o esclarecimento no
fim deste texto, antes de se ofender e interromper a leitura. Obrigado!). Os cursos de Tantra associados à
sensualidade, técnicas sexuais e promessas de iluminação através da excitação sexual têm como objetivo
sustentar a forma de vida de certos autodenominados ‘mestres’, que buscam satisfazer seus próprios desvios CANAL VIVA ZEN
sexuais e desejos de manipular pessoas, ganhando um dinheirinho de quebra.

Então, o que significa essa palavrinha de seis letras? Tantra é o nome de um vasto leque de ensinamentos
Orgonite Pirâmide de Pedr…
práticos que têm como objetivo, dentro de espiritualidade hindu, de expandir a consciência e libertar a energia
primal do ser humano, chamada kundalini. O princípio comum a todos os caminhos práticos de Tantra é que as
experiências do mundo material podem usar-se como alavanca para conquistar a iluminação, já que este é a
manifestação de uma outra realidade, sutil e superior, que está conectada com a nossa própria natureza.

Nesse contexto, a visão do Tantra associada ao êxtase sexual é pateticamente superficial e parcial, se
comparada com a verdadeira tradição. O Tantra não é hedonista nem orgiástico. O objetivo do Tantra é o
despertar da força potencial no homem.

Um colega, professor de Yoga, comentou recentemente que apenas 10% dos textos tântricos tratariam sobre
sexo. Pessoalmente, acho esse número demasiado elevado. Dos muitos shastras que consegui garimpar na
Índia, em sânscrito e em inglês, não têm sequer um que trate em detalhe da sexualidade. Algumas técnicas
sexuais, como a reabsorção seminal após a ejaculação (vajroli), se descrevem, por exemplo, na Hatha Yoga
Pradípika.

A única obra hindu que conheço que trata explicitamente sobre sexualidade, e como aumentar a performance
na cama, é o Kama Sutra, que não é um shastra tântrico e que, por sinal, fala muito mais sobre ética do que
você poderia pensar sem ter a obra em mãos (1).

Embora existam diversas vertentes dessa tradição, todas têm o mesmo objetivo e usam as mesmas ferramentas
para atingi-lo: mantras (sons de poder), yantras e mandalas (diagramas sagrados sobre os quais se exerce a
concentração), chakras (centros da força vital), práticas de iniciação e purificação e um sistema ético que une e
protege o grupo de praticantes. Essa lista de práticas é incompleta, pois os métodos dessa tradição incluem um
espectro muito amplo de crenças e técnicas.

Tantra significa literalmente tecido, urdidura; pode ser traduzido como ‘espargir o conhecimento‘ ou ‘a maneira
certa de se fazer qualquer coisa‘, tratado, autoridade, estender, multiplicar, continuar.

Também designa o encordoamento do sitar ou outro instrumento musical. É o nome de um movimento


filosófico que compartilha suas principais premissas com a filosofia do Yoga, herança e patrimônio da cultura

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dos rios Indus e Sarasvati. O culto da Grande Mãe está presente na Índia desde o neolítico (8000 a.C.), mas os
mesmos símbolos que o tantrismo utiliza hoje remontam ao paleolítico (20000 a.C.) e estiveram sempre
presentes ao longo do continente eurasiano.

O Tantra assimilou e organizou os rituais da Magna Mater, transformando-os num método de emancipação que
busca na psique humana a manifestação da própria força da Shakti. Esse movimento teve uma forte influência
sobre a religião, a ética, a arte e a literatura indianas, havendo ressurgido com inusitada força entre 400 e 600
d.C., quando chegou a transformar-se numa moda que acabou por influenciar nos modos de pensar e agir da
sociedade indiana medieval. Aqui ela se afirma, populariza e estende ainda mais, dando origem a um grande
número de correntes e manifestações filosóficas, religiosas, mágicas e artísticas, algumas antagônicas.

“Não se trata de uma religião nova, senão de uma nova caracterização de fatos que pertencem ao hinduísmo
comum, mas que, às vezes, só se apresentam precisamente em suas formas tântricas. Percebe-se o selo do
tantrismo na mitologia e na cosmogonia, mas, principalmente, no ritual. O gérmen se remonta com freqüência
aos Vedas, especialmente ao Atharva Veda, que pode considerar-se um hinário pré-tântrico.” Jean Renou, El
Hinduismo, p. 89.

O Tantra não pertence à tradição ortodoxa hindu, já que não existe um darshana com esse nome. Sua visão do
mundo é herança e síntese da Índia aborígene e da Índia vêdica, muito mais antigas do que imaginaram os
estudiosos ocidentais do século XIX. É uma forma de ver a vida e cada um de seus aspectos.

Há diferentes linhas do tantrismo: o Dakshinachara, linha da ‘mão direita’, ou de tantrismo branco, se justapõe,
através dos ‘rituais de compensação’, ao Vámachara, corrente da ‘mão esquerda’, do tantrismo negro, corrente
na qual se destaca a escola Kaula, fundada por Matsyedranatha por volta de 900 d.C.

O tantrismo negro se caracteriza pelos rituais de transgressão, como o pañchamakara (os cinco m), no qual o
praticante utiliza a ingestão de bebidas embriagantes, carnes e o coito ritual como meios de chegar à
sacralidade. Podemos identificar alguns desses rasgos no Rig Veda, nas libações ceremoniais do soma e nos
rituais sexuais. No ritual de compensação do Dakshinachara, o vinho é substituído por água, a carne por coco
seco, o coito pelo culto da Shakti, etc.

O Yogini Tantra (V:14) diz:

“Madya, o vinho, é o conhecimento intoxicante do Parabrahman adquirido através do Yoga, que isola o
praticante do mundo exterior. Mamsa não é a carne, mas o gesto em que o sadhaka consagra todos seus atos à
Shaktí. Matsya, o peixe, é o conhecimento sáttvico pelo qual o adorador sente compaixão pelo prazer e a dor de
todos os seres. Mudra, o cereal tostado, simboliza a renúncia a todas as formas do mal, que conduzem a novos
condicionamentos. Maithuna é a união da kundalini shakti com Shiva no corpo do adorador.”

Um dos artigos de fé do povo vêdico era, portanto, que a união sexual conduzia à bem-aventurança do além e
devia cumprir-se com verdadeiro espírito religioso para assegurar o bem-estar espiritual, censurando-se
severamente a lascívia.” S. B. Lal Mukherjí, ensaio em Shakti y Shakta, de Sir John Woodroffe, p. 83.

A visão cosmogônica do Tantra, com suas perguntas essenciais, evidencia uma atitude especulativa sobre a
antropogênese que a vincula ao Samkhya. A cosmogonia se caracteriza pela união dos opostos: isto é, se trata
de uma coincidentia oppositorum, conjunção dos opostos que se complementam. Essa idéia não é original do
Tantra: existiu em outras cosmovisões ao longo da história da Humanidade; mas o tantrismo recupera para si
esse princípio, muito mais antigo que ele próprio.

Esses dois princípios em coincidentia oppositorum são Shiva e Shakti. Os rishis, sábios ascetas do alvorecer do
pensamento hindu, chamaram Brahman ou Shiva o princípio primordial. Tudo existe em função dele, tudo é
reflexo e evidência da sua realidade. Não há noção de criação do mundo nem há Deus: no plano macrocósmico,
Shiva é, parafraseando Aristóteles, o motor imóvel do mundo. É o Princípio Imutável e Eterno, nem ativo nem
criador. Ele não faz nada: apenas é. Sua manifestação é Shakti, palavra que significa energia e, por extensão,
esposa. Shakti é a Prakriti, a Natureza do Samkhya, a energia criadora que provoca a manifestação do Universo.

Shiva é inabalável: a ele pertencem o Ser e a Consciência; à Shakti correspondem o movimento, a mutabilidade
e a geração. Esses dois princípios se representam na iconografia do tantrismo unidos no viparíta maithuna:
Shiva aparece deitado ou sentado, imóvel, enquanto Shakti está sempre sobre ele, ativa no ato da manifestação.

Esse modo de pensamento não é religioso, dogmático ou doutrinário, mas estritamente especulativo. Dessa
maneira, o Tantra, assim como o Samkhya, se aparta de outras visões que incluem os conceitos de criação,
divindade, origem do mundo, et coetera.

Contudo, o Tantra possui uma certa semelhança com algumas formas de panteísmo: O que está aqui, está em
toda parte; o que não está aqui, não está em parte alguma (2). Daí provém o culto à Natureza e à feminilidade.
Para o Tantra, o mundo tangível é bem real: ilusório é pensar que o Ser (Shiva) intervenha ativamente no
Universo manifestado.

Agora, vamos falar um pouco sobre a parte do Tantra que se ocupa do sexo ritual. A incompreensão do Tantra e
o simbolismo que o transmite colaborou para considerá-lo repulsivo, vergonhoso e digno de escárnio. A
preocupação daquele que condena o Tantra é fruto da sua própria obsessão com a questão sexual, que o leva a
querer coartar a liberdade dos demais. Nesse sentido, o tantrismo é totalmente natural, e a sua abordagem do
sexo não é patológica, mas absolutamente sadia, de uma espontaneidade difícil de aceitar para os padrões da
‘decência’ cristã.

Maithuna, o ritual sexual, não tem nada a ver com pornografia ou licenciosidade, muito pelo contrário, é um
instrumento que revela a dimensão divinal da natureza humana. Entretanto, nos últimos tempos, têm surgido
mestres inescrupulosos que vendem sexo como se fosse superconsciência, o que acaba por divulgar e tornar
conhecidas no Ocidente unicamente as formas mais vulgares e degradadas do Tantra.

“O maithuna é a técnica tântrica que mais fascina os ocidentais, que com demasiada freqüência confundem-na
com uma indulgência para com os apetites sexuais, em vez de vê-la como meio para dominá-los.” Daniel
Goleman, A Mente Meditativa, p. 98.

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Enquanto alguns buscam a elevação através da repressão ou da eliminação do desejo sexual e suas raízes
(samskaras), para o tantrismo a sua utilização é condição básica. O homem deve evoluir executando as
mesmas ações que causam a sua perdição. Assim, afirma o Kularnava Tantra:

Quando caímos no chão, é com o auxílio do chão que nos levantamos.

“Pelo próprio fato de não se tratar de um ato profano, mas de um rito, no qual os participantes não são mais
seres humanos senão que estão ‘desprendidos’, como deuses, a união sexual não participa mais do nível
kármico. Os textos tântricos repetem com freqüência o adágio: ‘pelos mesmos atos que fazem com que muitos
homens se queimem no inferno durante milhões de anos, o yogin obtém a salvação eterna’. (…) O jogo erótico
se realiza num plano transfisiológico, porque nunca tem fim. Durante o maithuna, o yogin e sua náyiká (4)
incorporam uma ‘condição divina’, no sentido de que não somente experimentam a beatitude, senão que podem
contemplar diretamente a realidade última.” Mircéa Éliade, El Yoga. Inmortalidad y Libertad, pp. 194, 197.

Um esclarecimento a eventuais leitores desatentos: quando escrevo “clones tupiniquins de Osho”, não estou,
de maneira alguma, querendo ofender Osho ou seus discípulos. Um clone é uma cópia. No dicionário
encontramos a seguinte definição de clone. É “o que aparenta ser a cópia de uma forma original”. Tupiniquim,
ainda segundo o dicionário, significa “indígena pertencente ao grupo dos tupiniquins. Uso: informal, jocoso ou
pejorativo”. Um “clone tupiniquim”, portanto, é um imitador que não chega aos pés do original; uma cópia
malfeita, chinfrin, um imitador barato, um auto-didata aspirante a “mestre” de sexo tântrico. Conheço algumas
pessoas desse naipe que, por exemplo, promovem cursos de “nudismo consciente” e outras palhaçadas. Minhas
desculpas se o tom de algumas seções deste texto ofende pessoas que consideram que o Tantra seja mesmo
uma terapia sexual. Na dúvida, perguntem ao Dalai Lama, um tântrico da melhor estirpe. Namastê!

Fonte: http://www.yoga.pro.br/artigos/36/3048/tantra-sexo

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Rádio Viva Zen 29.nov.2015 1 Comment

One Comment
felipe da silva says:
25 de Março de 2017 at 23:23

minha imagem era totalmente deturpada estou envergonhado gostaria de conhecer mais

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