Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
LIMEIRA - SP
2014.
Diagnostico Citogenetico das Doenças Oncologicas
Tumores Sólidos
Proporciona uma alternativa para os estudos citogenetico a molecular, por não depender do
conhecimento prévio de regiões genomicas frequentemente afetadas e de células metáfase do
tecido em estudo, dentro do seu limite de resolução, ela permite a detecção de perdas e ganhos de
DNA, considerando se o genoma como um todo. Requer apenas a obtenção de DNA das células a
serem investigadas e desta forma e uma abordagem que apresenta vantagens nas investigações
de desequilíbrios genomicos, especialmente em Tumores Sólidos.A metodologia original de CGH
foi descrita por Kallioniemi apartir de então vários autores a modificaram, com o objetivo de
aperfeiçoar as aplicações referentes do isolamento e amplificação em vitro do DNA GENOMICO,
marcação de diferencial do DNA, preparação de metáfase de referencia e analise de imagens.
CGH é um procedimento baseado em duas cores, ou seja, e uma hibridização em situ
por fluorescência competitiva entre amostras tumoral (marcado com biotina fluorescência verde) e
normal (marcado com digixigenima, fluorescência vermelha) marcadas diferencialmente em
metáfase normal de linfócitos de sangue periférico estimulados por fitoemaglutinina, as amostras
do tumor e do DNA normal são combinadas, em adição ao DNA COT-1 não marcada na mistura de
hibridização, o qual suprime as sequencias repetitivas que estão excessivamente ou pouco
representadas, utiliza se então um contra corante como DPAI, que tem fluorescência azul, se
ocorre ganhos ou perdas de sequencias de DNA TUMORAL, nota se uma variação na razão da
fluorescência verde, vermelho com a utilização de software adequado para analise.
Novos avanços foram dificultados pelas barreiras técnicas na aquisição e registros das imagens
nos experimentos de FISH multicoloridos, pois o numero de fluoro cromos, apresentando espectros
de emissão distintamente separados, era limitado, o que impedia o registro inequívoco das
imagens.
Duas técnicas novas relataram a identificação dos cromossomos humanos com quatro cores
diferentes. (A primeira foi denominada de M-FSH (Multitarget, Multifluor, Multicolor ou Multiples-
FISH) e a segunda de SKY (Spectral Kariotyping) apensas de identificarem em um único
experimento de Fish, todos os cromossomos humanos em diferentes cores, elas são
fundamentalmente diferentes.
Utiliza um novo método óptico, baseado em uma única exposição através de um filtro triplo e
analise espectroscópio, permitindo a analise de todo o genoma e a visualização instantânea do
espectro de emissão definido para cada cromossomo humano. A análise não e dependente da
intensidade do sinal, mas apenas da imagem espectral criada pela marcação combinatória da
sonda, combinando assim a espectroscopia de Fourier, sistema de imagem Chargecoupled Devise
(CCD) e o microscópio de epifluorescencia. A emissão espectral e medida simultaneamente na
amplitude espectral visível e próxima ao infravermelho, 24 sondas marcadas com cores diferentes,
de maneira combinatória e especifica para cada tipo cromossômico, são hibridizadas em metáfase
à desnaturação do DNA. Os espectros de emissão das combinações individuais dos fluoroforos
são convertidos em um espectro de cores diferentes mostradas pela marcação das cores azul,
verde e vermelha para especificar a amplitude espectral dos comprimentos de onda fluorescente.
O cariótipo espectra, portanto e composto por uma falsa cor especifica para cada tipo de
cromossomo, a caritipagem espectral tem amplo espectro de aplicação diagnostica na analise das
alterações cromossômicas estruturais constitucionais e Citogenetica do Câncer.
M-Fish
Esta técnica e um conjunto de sondas de DNA especificam para os cromossomos, cada uma
marcada com sua própria combinação de corantes fluorescentes de ligação de DNA, são
hibridizados com os cromossomos metafasicos. Para cada tipo cromossômico e construído um
código de barra multicolorido especifico, usando diferentes clones de YAC (cromossomos artificiais
de levedura) contendo sondas de DNA a serem aplicadas. Somente 5 diferentes fluoroforos são
necessários para a analise da imagem pelo microscópio de epifluorescencia, usando se uma
câmera (CCD-charge-coupled device) com dispositivo de carga acoplada para gerar uma imagem
composta de cada cromossomo em visualização pseudocolorida por Software apropriado. O
cariótipo formado dessa maneira é composto por 22 pares de autossomos e o X e o Y em cores
diferentes
Técnicas
A técnica de Fish, mesmo com custo mais elevado que as técnicas de Citogenética Convencional,
atualmente têm sido utilizadas em laboratórios com fins diagnósticos. Em contra partida as técnicas
de SKY e M-FISH tem alto custo para serem utilizadas em diagnósticos e são utilizadas apenas em
pesquisas cientificas
Junto com outros métodos de bandamento GTG e analises moleculares tradicionais, a Citogenética
Molecular vem ao encontro do aumento significativo da quantidade de informação que pode ser
gerada de um espécime. Portanto, estes processos são complementares e quando utilizados em
combinações adequadas aos intuitos diagnósticos, podem identificar anormalidades não
detectadas pela análise Citogenética Convencional sozinha.
GENÉTICA E CÂNCER
Estudos abrangendo inúmeras áreas possibilitaram uma compreensão fundamental das bases
genéticas do câncer. Embora fatores ambientais e dietários indubitavelmente contribuem para o
câncer, aceita-se que os cânceres se originam através de um processo de passos múltiplos
conduzidos por alterações de genes celulares e seleção clonal da progênie variante, que vai
adquirindo um comportamento progressivamente mais agressivo. Estas mutações ocorrem em três
classes de genes celulares: oncogenes, genes supressores de tumor e genes de reparo de DNA. A
grande maioria das mutações em câncer é somática, e presente apenas nas células tumorais. Uma
quantidade relativamente pequena dessas mutações pode estar presente na linhagem germinativa
dos indivíduos e predispô-los a vários tipos de câncer.
Considera-se que a proliferação de células normais seja regulada por proto-oncogenes promotores
de crescimento contrabalançados por genes supressores de tumor, que restringem o crescimento.
Mutações que potenciam as atividades dos proto-oncogenes, convertem-nos em oncogenes, que
forçam o crescimento de células tumorais. Inversamente, lesões genéticas que inativam genes
supressores, liberam as células da repressão imposta por estes genes, permitindo o crescimento
irrestrito de células cancerosas.
ONCOGENES
A leucemia mieloide crônica (CML) foi à primeira doença neoplásica a ser associada com uma
anormalidade cromossômica, o cromossomo Philadelphia (Ph 1), um cromossomo marcador do
grupo G que ocorre na medula óssea de 90% dos pacientes com CML. O rearranjo específico
desse cromossomo mostrou ser o resultado da translocação t(9;22)(q34;q11).
A clonagem desses pontos de quebra mostrou que o oncogene Abelson (ABL) estava translocado
de sua localização normal no cromossomo 9 para o cromossomo 22 (Ph 1). O gene localizado no
ponto de quebra do cromossomo 22, que foi chamado BCR (“breakpoint cluster region”), tem
pontos de quebra em muitas neoplasias. A justaposição desses genes leva à formação de um
RNAm quimérico de 8,5 kb, maior do que o RNAm normal do ABL. Este RNAm é traduzido em
uma proteína quimérica ABL (210 kDa), com atividade tirosina quinase aumentada.
Mapa da fusão gênica BCR-ABL em Leucemia Linfoblastica Aguda. (Forma-se um DNA quimérico
que dará origem a uma proteína quimérica de 190 kda).
Entre as condições em que a concentração da proteína é afetada está o linfoma de Burkitt, cuja
principal alteração é a translocação recíproca t(8;14) (q24;q32). O ponto no qual o cromossomo 14
se quebra está situado entre os genes que codificam as regiões variável e constante da cadeia
pesada da molécula de anticorpo (às vezes a tranlocação envolve os cromossomos 2 ou 22 em
vez do 14, em regiões que também estão envolvidas na produção de anticorpos). O oncogene c-
MYC se localiza no pequeno segmento do cromossomo 8, que consistentemente se transloca para
o cromossomo 14. A proteína c-MYC é qualitativamente a mesma, tanto nas células normais
quanto nas do linfoma de Burkitt, porém o rearranjo ativa o oncogene por causa de sua
justaposição a sequências “enhancer” que são ativas no tipo celular do qual o tumor se origina. O
oncogene c-MYC é então expresso na mesma intensidade em que os genes da imunoglobulina
são expressos numa célula B normal. Ele se torna parte da função especializada da célula e sua
proteína é expressa em níveis anormalmente altos.
Translocação recíproca entre os cromossomos 8 e 14 origina a maior parte dos casos de Linfoma
de Burkitt, uma malignidade das células B do sistema imune humano. Um segmento do
cromossomo 8 se quebra e se move para o cromossomo 14 e reciprocamente um segmento do
cromossomo 14 se move para o cromossomo 8. Essa translocação recíproca coloca um oncogene
do cromossomo 8 próximo a um gene no cromossomo 14 que codifica parte da produção da
molécula de anticorpo. Um mecanismo que ativa a produção de anticorpos em células B normais,
ativa então o oncogene.
Diversos alelos oncogênicos foram identificados porque eles estão contidos em sequências de DNA
amplificadas em células tumorais. Em vários casos, as sequências de DNA amplificadas foram
primeiramente reveladas em análises cariotípicas como elementos extracromossômicos
denominados double-minutes e regiões homogeneamente coradas. Double minute (dmin) e regiões
homogeneamente coradas (HSRs), que ocorrem em muitos tipos tumorais, são amplificações
gênicas e correspondem a uma concentração imprópria de oncogenes. Double minutes são
estruturas extracromossômicas de DNA circular, consistindo de 1 a 2 milhões de pares de bases
que replicam de maneira autônoma, aproximadamente uma vez por ciclo celular, e segregam ao
acaso para as células filhas, devido à ausência de centrômeros. HSRs são estruturas amplificadas
intracromossomicas que não estão necessariamente localizadas no lócus nativo do gene. Ambos
contêm genes que dão uma vantagem seletiva de proliferação às células tumorais onde eles
ocorrem. Há uma hipótese de que regiões de DNA são excisadas do cromossomo como resultado
de eventos de recombinação na forquilha de replicação. Dependendo de seu tamanho, estas
estruturas amplificadas podem conter alguns genes cromossômicos e resultariam numa deleção
desses genes dos loci correspondentes. Este modelo ainda prediz que os epissomos multimerizam
para formar estruturas circulares maiores, os dmin, que podem ser detectados citologicamente.
Subsequentemente à sua formação, estes elementos de DNA extracromossômicos podem se
integrar ao cromossomo, resultando em HSR. Acredita-se que a seleção biológica para a geração e
manutenção de sequências amplificadas de DNA em células tumorais seja dirigida pelo número de
cópias aumentadas e expressão aumentada de genes alvo ou genes dentro de uma região maior de
DNA amplificado
Os produtos dos genes supressores de tumor são componentes das vias de sinalização intercelular
que permitem à célula receber e processar sinais inibidores do seu redor. Quando a célula perde
componentes críticos desta rede de sinalização, ela perde a capacidade de responder a certos
sinais extracelulares inibidores da proliferação, mesmo que estes sinais ainda estejam presentes
no meio ambiente.
A descoberta de que o mesmo tipo de genes está mutado em muitos tumores levou à conclusão de
que o câncer é atingido através de múltiplos passos. O número de mutações requeridas para cada
caso determinado de câncer varia de acordo com os diferentes tipos celulares. Um exemplo de
relevância para o fenômeno de múltiplos passos é o dos tumores colo-retais. Esses tumores
parecem ser iniciados por mutações no gene supressor de tumor APC (5q). Ainda não está claro
se o segundo passo é uma mutação no alelo APC remanescente, resultando na ausência total do
produto gênico funcional ou alguma mutação em outro gene ainda não identificado. Mutações no
APC podem ocorrer da mesma maneira que no gene RB, na linhagem somática ou germinativa.
Mutação de APC leva à proliferação anormal de células. A hipometilação do DNA é então
associada à conversão de uma das células deste epitélio proliferativo em um pequeno tumor
benigno (adenoma). Ativação do gene RAS (12p) frequentemente ocorre numa dessas células do
tumor benigno, levando a um crescimento seletivo, resultando num tumor maior e pior (embora
ainda benigno). Em seguida, uma mutação no gene DCC (18q) pode fornecer a uma das células
deste adenoma já em progressão, a capacidade de proliferar ainda mais anormalmente, originando
um adenoma displástico que por sua vez, atinge o estágio carcinomatoso. A transição de adenoma
avançado para carcinoma é frequentemente acompanhada, e talvez dirigida, por mutações no
gene p53 (17p). Isto também poderia levar à capacidade de invasão, ou outras alterações seriam
necessárias para o processo metastático ser atingido. Nenhum estágio da tumorigênese é estático,
incluindo o estágio maligno; mutações adicionais ocorrem, dando origem a pequenas
subpopulações que podem permanecer como subtipos clonais; estes representam as maiores
dificuldades em oncologia clínica, pois são reservatórios de células geneticamente heterogêneas
com capacidades variadas de proliferação, diferenciação e metástases, e diferentes sensibilidades
a drogas, radiação e ataque imune. Em muitos tumores, mutações em um gene específico
parecem preceder as mutações em outros. Pelo fato de os oncogenes e genes supressores de
tumor controlarem diferentes circuitos de crescimento, talvez a ordem na qual os circuitos são
interrompidos não seja importante, mas sim que um número suficiente de vias críticas tenha uma
disfunção para que o crescimento do tumor ocorra. Os achados citogenéticos em muitos tumores
sugerem que somente um conjunto de vias genéticas pode iniciar os processos tumorigenicos em
tipos celulares particulares, e que a mutação em alguns genes confere uma vantagem de
crescimento seletivo somente em estágios tardios do desenvolvimento tumoral.
Mutações que modifiquem a sequência de nucleotídeos na cadeia original de DNA, como transição
ou transversão, acarretam um pareamento inadequado das bases nucleotídicas, promovendo
distorções na configuração da dupla hélice de DNA.
Inativação dos genes de reparo do DNA provavelmente não afeta diretamente os passos normais
do controle do crescimento. Em vez disso, sua inativação parece resultar em uma taxa aumentada
de mutações numa variedade de genes celulares, incluindo proto-oncogenes e genes supressores
de tumor.
METILAÇÃO
(O fenômeno epigenético pode ser definido como mudança no material genético (especialmente no
DNA e na cromatina) que altera a regulação da expressão gênica de maneira que esta é passada
para as células filhas dentro das células somáticas), porém não é caracterizada como mutação,
pois não envolve mudança na sequencia de DNA. Tem como principais mecanismos de repressão
transcricional a metilação do DNA e a acetilação das histonas. A modificação no padrão de
metilação do DNA é a alteração epigenômica mais bem estudada atualmente.
Metilação de DNA é o mecanismo que permite que determinados genes (e não outros) se
manifestem dentro de células normais especializadas, visto que todas as células do corpo trazem a
Em contraste, pequenas porções de DNA, chamadas ilhas CpG, são comparativamente ricas em
nucleotídeos CpG e quase sempre estão livres de metilação. Estas ilhas CpG estão
frequentemente localizadas na região promotora dos genes humanos e a metilação dentro das
ilhas está associada à inativação da transcrição do gene correspondente.
O mecanismo molecular responsável pela manutenção do estado de metilação livre das ilhas CpG
ainda é desconhecido, mas, em células embrionárias, parece servir como local de ligação de
proteínas específicas que impedem a metilação de novo. Essa associação se faz necessária uma
vez que a metilação do DNA em regiões ricas em CG resulta em uma profunda inibição da
expressão gênica.
Em células cancerígenas, metilação anormal de DNA desativa genes que normalmente evitariam
divisões celulares impróprias. Em outras palavras, o processo elimina um dos melhores
mecanismos do corpo para prevenir o dano a uma célula, evitando que a mesma se torne
cancerosa. Na realidade, mais de 10% dos genes em alguns tipos de tumor são inativados por
mutilação. A resistência à quimioterapia está, na maioria dos casos, ligada ao grau de metilações
anormais em alguns tumores.
Alimentação de risco
Alguns tipos de alimentos, se consumidos regularmente durante longos períodos de tempo,
parecem fornecer o tipo de ambiente que uma célula cancerosa necessita para crescer, se
multiplicar e se disseminar. Esses alimentos devem ser evitados ou ingeridos com moderação.
Neste grupo estão incluídos os alimentos ricos em gorduras, tais como carnes vermelhas, frituras,
molhos como a maionese, leite integral e derivado, bacon, presuntos, salsichas, linguiças,
mortadelas, dentre outros.
Existem também os alimentos que contêm níveis significativos de agentes cancerígenos. Por
exemplo, os nitritos e nitratos usados para conservar alguns tipos de alimentos, como picles,
salsichas e outros embutidos e alguns tipos de enlatados, se transformam em nitrosaminas no
estômago. As nitrosaminas, que têm ação carcinogênica potente, são responsáveis pelos altos
índices de câncer de estômago observados em populações que consomem alimentos com estas
características de forma abundante e frequente. Já os defumados e churrascos são impregnados
pelo alcatrão proveniente da fumaça do carvão, o mesmo encontrado na fumaça do cigarro e que
tem ação carcinogênica conhecida. Os alimentos preservados em sal, como carne de sol, charque
e peixes salgados, também estão relacionados ao desenvolvimento de câncer de estômago em
regiões onde é comum o consumo desses alimentos. Antes de comprar alimentos, compare a
quantidade de sódio nas tabelas nutricionais dos produtos.
Fonte: Google
Artigos Acadêmicos Rubs vol.1 n.2 pag.18-24
Fonte: Google
Artigos Acadêmicos Apostila Genética e CANCER-USP