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re Beli eine a produc de Ordes Foca, eas and uti caithopercoido com maesti nthe pet sonaliade pot, Nee encntam a quinesntia ds Ilhan bones nents capaticade de esi pica stl cle ain ita extia ealidades nos de eos conhcidos to s0s, como o‘espelho, o cisne, a estela, 0 psa. Em pare porque OridesFonela tem um dos dons es senciais da modetnidade: dizer densarmente muita coisa | por mio de poucas, uase nenhumas palates, organiza- das numa sintae que parece fechar a comunicacio, mas ta verdade muliplic s suas possbilidades. Denso, bre ve, fulpurane o seu veo & rico quaseinegotivel, con- tidando 0 leitoe a woear diversas ezes, a procurar nowas dimensbes evaias posbilidades de sentido, Estes poe- mas podem parece s vers malabacismo, mas € fil ver «que 0 jogo das palavas ou oaparentecugue sinc cr respondem, pelo conto, uma mensagem atuante, O aque pode parecer acessrio€ de fat een leitor term varias entradas possives pata este fasci- ante uninetso, Queto indicat apenas uma, ede telance a que veifica a presenga da inquietacio poetic, da ine. rogaco ques adr em tentativa de cortelacionar da ma- neira mais funda possvelo silencio ¢ a palavra, a ausén- cia apresenga, o momen do inexpreso, onde tudo pa- rece mastic, porque é pura virwalidade, e 0 momento da expres, quando a discus se consi eo poet cote 0 rico de nto ter dito 0 que era pecs. No poems Cisne Jemas que “a pala fere/ohran- co expulsa a presenca ¢—~ humana ~ é eslendor me mora }e sigue’. A cago podtica, panto, ompe 6 estado de pureza absolute expressa pelo nada da folha branca de papel, e com so patca uma viléncia que anula avitgindade do possvel; mas em compensacio nas ‘mento a algo poderoso como vida, que como ela palpi- ‘a muma nova presenca de sangue, Em "Poem" vemos alta mistecosa que leva a esa ope violadon criado- ra, porque o poeraconhece a riqueza potencal do siln- 1) Ghltsie deci) ma de ‘poeta dhe lo em palavas”, pois esa € a sua funglo. B 0 qu lhe pet aoc expen, “pat we em palaas do poema “Bouso, pracas posi dade de operara escola do nome: es /osegredo” ("0 ome”). Esta'tinica face que destaco na obra de Orides Fontela mostta o teor da sua luta poética, que resulta na possibi- lidade de transformar a vida em palavra, tentando pre- servar a tiqueza imaginada do, que esté antes dela, ¢ que pfessentimos em poemas como ‘‘Nudez”’. O resultado é uma poesia diéfana mas densa, alada e cheia de peso, on- de um vocabulo como ‘‘passato"’ pode assumir significa- dos da mais podetosa vitalidade; onde a pureza inconta- minada de ‘‘espelho’ pode virar signo de drama e tormento. Antonio Candido

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