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Anais do XXXIV COBENGE. Passo Fundo: Ed. Universidade de Passo Fundo, Setembro de 2006.

ISBN 85-7515-371-4

A EDUCAÇÃO SUPERIOR E A FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS


PROFISSIONAIS: UM ESTUDO SOBRE A FORMAÇÃO ACADÊMICA
E SUA RELAÇÃO COM AS NECESSIDADES DO MERCADO DE
TRABALHO

Letícia Baggio – letícia_2006@pg.cefetpr.br


UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Programa de Pós Graduação em
Engenharia de Produção - PPGEP
Avenida Monteiro Lobato – Km 04, s/n – caixa Postal 20
CEP: 84.016-210 – Ponta Grossa - Pr
Isaura Alberton de Lima, Dra – alberton@cefetpr.br
Luciano Scandelari, Dr – luciano@cefetpr.br
Márcia de Andrade Pereira, Dra– marcia@uniao.edu.br
Faculdade Educacional de Ponta Grossa
Rua Tibúrcio Pedro Pereira, 55
CEP: 84.010-090 – Ponta Grossa – Pr
Maria Salete Waltrick, Ms – salete@uniao.edu.br

Resumo: Organizações e profissionais vêm buscando através da educação, o


aperfeiçoamento para se adaptar a uma sociedade competitiva e exigente. Contudo,
indicadores do mercado de trabalho apontam para a necessidade de se criar um perfil
profissional melhor adaptado à atual realidade organizacional. Assim, as instituições de
ensino precisam adaptar o futuro profissional ao novo modelo de formação requisitado pelo
mercado de trabalho. Dessa forma, o presente artigo aborda uma pesquisa realizada na
Faculdade Educacional de Ponta Grossa – Faculdade União, situada na cidade de Ponta
Grossa, estado do Paraná. O objetivo da pesquisa foi analisar o modelo de educação
oferecido pela instituição aos seus acadêmicos e co-relacioná-lo com as necessidades
impostas pelo mercado de trabalho. Para tanto, foi utilizado como base o estudo feito por
BAGGIO E FRANCISCO (2005), que aponta as principais competências requisitadas
atualmente pelo mercado empregador local, ou seja, Ponta Grossa-Pr. O resultado obtido
indica um sistema de educação que concilia formação técnica profissionalizante mais gestão
comportamental, o que propicia ao acadêmico o desenvolvimento de competências
adicionais. Ainda foi possível verificar que os acadêmicos da instituição encontram-se
satisfeitos com a formação que vêem recebendo.

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Palavras-chave: Educação, Formação acadêmica, Necessidades do mercado de trabalho.

1. Introdução

No atual contexto organizacional, a tecnologia e os recursos de produção tornaram-se


disponíveis globalmente e a disseminação de informações equipara os processos de trabalho
entre as organizações. Nessas condições, o seu maior diferencial deixa de ser preço, qualidade
ou o produto em si e passa a ser o conhecimento que a empresa armazena através de sua mão
de obra. Esse conhecimento deverá gerar, por conseqüência, produtos inovadores com alta
qualidade e preço acessível.
Assim, o principal diferencial competitivo das empresas, atualmente, é o desempenho das
pessoas que nelas atuam. Nesse sentido, as organizações estão desenvolvendo um grande
interesse pelo tema do conhecimento corporativo onde, conforme a visão de NONAKA E
TAKEUCHI (1997), a organização não apenas utiliza o conhecimento do indivíduo no
trabalho, mas também pode criá-lo conforme as suas necessidades.
Dessa forma, a educação corporativa passa a ser vista como o maior recurso de que as
organizações dispõem para enfrentar o novo cenário competitivo e mutante que se apresenta.
Dessa educação depende a continuidade do desenvolvimento tecnológico e social atual.
Nesse sentido, GARVIN (1998), comenta que a educação, decorrente das instituições de
ensino, quando também é focada no desenvolvimento de habilidades e competências, prepara
o indivíduo não apenas para o trabalho, mas igualmente para a vida, oferecendo-lhe
oportunidade para atuar em seus campos pessoal e profissional de forma ética, responsável,
consciente e competente em suas ações.
Porém, para que se crie, por meio da educação um novo perfil profissional, é preciso uma
reestruturação no cenário educacional. É necessário passar do atual modelo de educação
tradicional, moldado apenas em conteúdos, para uma educação focada no desenvolvimento de
habilidades, que oportunize a criação de competências conjuntamente com a formação técnica
profissionalizante.

2. Características do Atual Mercado de Trabalho

As mudanças no ambiente de trabalho e na sociedade em geral requerem que o


profissional adquira novas competências para manter sua empregabilidade. O
desenvolvimento dessas competências permite ao indivíduo atuar na nova economia e ao
mesmo tempo gerenciar sua própria carreira.
No entanto, o grande desafio encontra-se em identificar quais são as competências
desejadas pelas organizações para que os profissionais possam direcionar suas ações de
desenvolvimento no mesmo sentido. Conforme estudo realizado por BAGGIO E
FRANCISCO (2005), para a região de Ponta Grossa, Paraná, foram identificados 11 níveis de
competências que as empresas da cidade em questão, consideram essenciais no desempenho
das atividades de seus profissionais.

A Tabela 1 esboça os níveis de competências que foram identificados através desse estudo.

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Tabela 1 – Pontuação dos níveis de competências identificadas por Baggio e Francisco
NÍVEIS DE COMPETÊNCIAS PONTUAÇÃO
Saber trabalhar em equipe 79
Possuir iniciativa 63
Ter bom relacionamento 53
Ser motivado 51
Possuir experiência profissional 46
Ter formação acadêmica 42
Ter boa comunicação 41
Possuir boa auto estima 29
Ser motivador 28
Fazer seu marketing pessoal 22
Fonte: Baggio e Francisco (2005)

O resultado obtido na pesquisa de BAGGIO E FRANCISCO (2005), mostra que, o foco


principal das organizações pesquisadas, está em competências comportamentais. Como
exemplo dessas competências tem-se, o trabalho em equipe, a iniciativa e o relacionamento.
São as competências de atitude, que podem ser inatas ou desenvolvidas nas pessoas.
No ambiente de trabalho, tais atitudes se refletem através da sinergia nas tarefas, com
melhorias nos processos de trabalho, nos relacionamentos interno, na qualidade dos produtos
e serviços, na qualidade de vida dos trabalhadores e na motivação dos colaboradores com
inovação e criatividade na solução de problemas do cotidiano.
O estabelecimento desses níveis de competências retrata, nesse caso, a identificação de
um modelo profissional adaptado às exigências, necessidades e condições estruturais da
região pesquisada, porém também pode representar uma tendência mais ampla, em virtude da
efetiva contribuição que o conhecimento humano vem proporcionando ultimamente no
universo corporativo.
No entanto, a formação de um padrão profissional ideal exige uma inovação no sistema
educacional atual que deverá ultrapassar a barreira da educação focada em conteúdo para
direcionar-se a uma formação baseada em “conteúdo + habilidades” conjuntamente. Dessa
forma poderá garantir uma formação técnica eficiente conciliada com o desenvolvimento de
habilidades, confirmando assim o papel fundamental que a educação representa para a
formação de talentos dentro das organizações.

3. Relação entre Educação e Competências Profissionais

Diante do contexto apresentado, COLENCI (2000), observa que há realmente uma


modificação de perfil profissional ocasionada por mudanças sociais e econômicas. Com isso,
começa-se a pensar no novo papel do profissional, pois até um passado relativamente recente
era possível que fossem formados profissionais para atuarem em um mercado pouco
competitivo, com tecnologias que se mantinham em uso por um longo tempo. Hoje, com um
mercado de trabalho globalizado, este se tornou extremamente competitivo. Paralelamente a
isso, as tecnologias têm se mostrado com vida útil cada vez mais curta devido ao avanço cada
vez mais rápido da informatização (LINSINGEN et al., 1999 e LIMA, 2002). Assim, formar

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um profissional com um perfil adequado aos novos tempos significa, antes de tudo, dar-lhe
condições para perceber as mudanças e estruturar-se rapidamente, o que exige uma nova
abordagem do processo de ensino-aprendizagem.
Nesse sentido, de acordo com COLENCI (2000), o aluno, ao receber o conhecimento
pronto, não se preocupa em procurar novas soluções para os problemas existentes, ou mesmo
identificar novos problemas e, quando ingressa no mercado de trabalho, vai lidar justamente
com novas situações. Já os professores, talvez por falta de disciplinas pedagógicas em sua
formação, não utilizam metodologias de ensino que desenvolvam no futuro profissional,
novas formas de agir e pensar, apesar de farto material disponível. Geralmente ministram suas
aulas da forma como aprenderam em sua época de estudante.
Por outro lado, MIZUKAMI, apud PEREIRA (2005), cita que é necessário salientar
que o modelo tradicional de ensino constitui o produto de um trabalho que não deve ser
desconsiderado. Representa uma aquisição do conhecimento e assim deve ser considerado,
pois somente desta forma poderá ser contestado ou superado por outro sistema mais
consistente.
É preciso, portanto, buscar novas metodologias de ensino, capazes de atender às
preferências e necessidades dos futuros profissionais, onde o docente possa estabelecer as
condições para que o aluno construa seu próprio conhecimento.
Assim, um caminho para a inserção, na educação superior, das habilidades e
competências, observados no estudo de BAGGIO E FRANCISCO (2005), pode ser a
mudança nos métodos de ensino. Para que estes ocorram da forma mais eficaz possível é
preciso a ação conjunta e não isolada de cada um dos elementos observados na Figura 2.

PROFESSOR ALUNOS UNIVERSIDADE

Figura 1 – Elementos essenciais do novo paradigma de ensino


Fonte: Pereira (2005)

O professor, com um pensamento “piagetiano” de construir o conhecimento,


apresentando aos alunos as novas didáticas e maneiras para se aprender. O aluno, mantendo
acesa a curiosidade de aprender mais e incrementar o desejo do conhecimento, sabendo a
importância de por que construir o conhecimento e, principalmente, manifestando entusiasmo
para aprender a aprender. Por fim, cabe à instituição de ensino deixar de lado a estrutura
rígida, permitindo complementação do método de ensino vigente (PEREIRA, 2005).
Ainda segundo a mesma autora, diante do exposto, pode-se concluir que o método de
ensino, que traz o conteúdo pronto e o aluno se limita, passivamente, a escutá-lo, é ainda
muito utilizado nas instituições de ensino superior, mas a aplicação única desse modelo torna
o processo de ensino-aprendizagem pouco eficaz.
O estabelecimento de aulas mais dinâmicas, a criação de uma postura ativa por parte
dos alunos e a substituição do ensinar pelo aprender são metas principais para se alcançar os
níveis de competências exigidos pelas empresas para seus futuros profissionais.

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4. Métodos Educacionais para Desenvolver Competências

Hoje existem diversas propostas de trabalho que auxiliam o aluno no desenvolvimento


de habilidades, tais como: criatividade, flexibilidade, autonomia para tomada de decisões,
trabalho em equipe, entre outros. Essas habilidades transformam o aluno de um profissional
com características de reprodutor fiel dos parâmetros vigentes da sociedade, para um
profissional criativo, dinâmico e flexível, cujo diferencial certamente o capacitará para
enfrentar o competitivo mercado de trabalho.
A seguir estão expostos alguns dos métodos de ensino que podem propiciar o
desenvolvimento de habilidades complementares ao perfil do profissional:

4.1 Trabalho em equipe


Cada vez mais se exige no mercado de trabalho o agrupamento de profissionais em
equipes. Sabe-se que quando as pessoas trabalham em equipes, elas produzem mais.
Assim, o trabalho em equipe, se iniciado na graduação, possibilita uma melhor
formação do indivíduo, pois novas habilidades estarão sendo desenvolvidas (PEREIRA,
2005).
Uma das vantagens do trabalho em equipe é que não exige nenhuma infra-estrutura
extra ou recursos tecnológicos inovadores. Segundo COLENCI et al. (1998), o mercado de
trabalho tem adotado a formação de equipes de trabalho como alternativa estrutural. Assim,
mudando a forma de trabalho, muda-se também o perfil do profissional que, neste caso, está
passando de uma postura individualista para uma postura coletiva.
Através dessa técnica, as pessoas entram em contato com visões de mundos diferentes,
aprendem a socializar, ouvir e dar opiniões sobre determinado assunto, aceitar outras
sugestões, formar uma mentalidade de grupo, concentrar atenção, ter iniciativa, entre outros.

4.2 Pesquisa
A atitude da pesquisa é a base do aprender a aprender. A pesquisa é o meio para
despertar e motivar a atitude da investigação, do questionamento, criatividade e curiosidade
crítica, entre outros fatores que irão fazer com que o próprio aluno chegue ou crie o
conhecimento (COLENCI, 2000).
Através desse método educacional, o aluno pode ser capaz de buscar novos
conhecimentos, não se tornando um profissional obsoleto frente às mudanças decorrentes de
novas técnicas e tecnologias, pois está em constante contato com o processo de aprendizagem.

4.3 Internet
A Internet é a mídia que mais cresce em todo o mundo. Esse recurso está promovendo
mudanças sociais, econômicas e culturais. Facilita a motivação dos alunos pelas inúmeras
possibilidades de pesquisas que oferece. Segundo PEREIRA (2005), a Internet rompe
barreiras físicas e de tempo, permitindo o compartilhamento de informações e a comunicação
em tempo real. O seu uso introduz um novo modo de lidar com a informação e com o
conhecimento, criando formas alternativas de estudo e de pesquisa.

4.4 Estudos de caso


A metodologia do estudo de caso, foi criada pela Universidade de Haward com o
intuito de proporcionar ao acadêmico a simulação (teórica) de uma situação real.
Por meio deste método o aluno pode vivenciar situações freqüentes do universo
organizacional, atuando na solução dos problemas propostos. O método promove ainda,
debates e troca de informações onde, o aluno pode conciliar o conhecimento adquirido em

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sala de aula com a sua própria experiência profissional, compartilhando esses conhecimentos
com os demais acadêmicos.

5. Metodologia da Pesquisa

A presente pesquisa teve como objetivo analisar o modelo de educação oferecido aos
acadêmicos do curso de Administração, da Faculdade Educacional de Ponta Grossa –
Faculdade União, situada na cidade de Ponta Grossa, estado do Paraná, e co-relacioná-lo com
as necessidades e exigências do mercado de trabalho.
Este estudo é uma pesquisa aplicada, desenvolvida sob o aspecto de abordagem
quantitativa, cujo objetivo é exploratório.
O levantamento de dados para atender ao objetivo proposto foi aplicado através da
técnica de questionário, composto por perguntas fechadas.
A amostra de participantes para essa coleta de dados foi feita por meio de uma
amostragem aleatória simples. Assim, foram distribuídos aleatoriamente 140 questionários
aos alunos do curso de Administração do primeiro ao sétimo semestres, durante os meses de
maio a junho de 2005. Destes 140 questionários, 136 foram respondidos satisfatoriamente, o
que representa, aproximadamente, 97% da amostra.
O questionário abordou seis questões referentes ao método de ensino aplicado na
instituição, relacionando-os com os principais níveis de competência exigidos pelo mercado
de trabalho, de acordo com o estudo de BAGGIO E FRANCISCO (2005).
As questões aplicadas na pesquisa podem ser observadas na Tabela 2.

Tabela 2 – Questões que compuseram o questionário da pesquisa


QUESTÃO ALTERNATIVAS

1) A metodologia de trabalho do professor, - Aula expositiva;


em sala de aula, que melhor contribui na - Aula expositiva dialogada, com exemplos
aprendizagem é: práticos da aplicabilidade do conteúdo;
- Mesclada – aula expositiva dialogada e
trabalhos em classe e extra-classe;
- Mesclada – aula expositiva dialogada,
dinâmicas de grupo, trabalhos, seminários,
apresentações em grupo e individuais.
2) Na realização de trabalhos disciplinares, o - Trabalho individual;
aluno prefere: - Trabalho em grupo.

3) Na apresentação de
trabalhos - Entrega por escrito
disciplinares, o aluno prefere: - Apresentação oral
- Apresentação oral com debate
4) Além dos conteúdos trabalhados em sala - Sim
de aula, o aluno considera presente o - Não
desenvolvimento de competências e
habilidades, que surgem através da
metodologia de ensino usada ou do convívio
em sala de aula?

5) Enumerar por ordem, a competência que - Iniciativa


considera melhor desenvolvida em sala de - Espírito de equipe

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aula: - Liderança
- Capacidade de relacionamento
- Postura e comunicação
- Determinação e persistência
- Flexibilidade
6) O acadêmico sente que está recebendo - Sim
uma formação voltada para as atuais - Não
necessidades do mercado de trabalho?

6. Resultados e Discussões
Com o propósito de aprimorar o desempenho das pessoas no ambiente de trabalho, as
organizações passam a valorizar mais o conhecimento humano, através de seus
conhecimentos operacionais e de suas competências comportamentais. Para contribuir com
essa realidade, as instituições de ensino superior devem orientar suas diretrizes de ensino para
uma formação técnica e comportamental conjuntamente.
A pesquisa realizada na Faculdade Educacional de Ponta Grossa – Faculdade União,
levantou dados que contribuem para a compreensão do sistema de ensino que vem sendo
oferecido. Os resultados obtidos em cada um dos seis questionamentos podem ser observados
nas tabelas (3 a 8) que seguem e, subseqüente a estas, estarão os comentários de cada uma
delas.
Tabela 3 – Melhor metodologia de ensino usada pelo professor
1) A METODOLOGIA DE TRABALHO DO PROFESSOR, EM SALA DE AULA,
QUE MELHOR CONTRIBUI NA APRENDIZAGEM É:
Métodos de trabalho Respostas dos alunos (%)
Mesclada – aula expositiva dialogada,
dinâmicas de grupo, trabalhos, seminários, 63
apresentações em grupo e individuais
Aula expositiva dialogada, com exemplos
26
práticos da aplicabilidade do conteúdo
Mesclada – aula expositiva dialogada e
10
trabalhos em classe e extra-classe
Aula expositiva 1
Quando questionados a respeito da metodologia de trabalho usada pelo professor que
melhor contribui na aprendizagem, houve uma relevante preferência por métodos de trabalho
que ofereçam além da exposição do professor, a participação ativa dos alunos por meio de
debates, discussões, trabalhos e dinâmicas realizadas, ou seja, uma metodologia mesclada.
Este enfoque ressalta o interesse do acadêmico em participar na construção do seu
conhecimento por meio de questionamentos, compartilhamento de experiência e através do
seu próprio conhecimento individual.

Tabela 4 – Preferência dos acadêmicos na realização de trabalhos disciplinares


2) NA REALIZAÇÃO DE TRABALHOS DISCIPLINARES, O ALUNO PREFERE:
Forma de realização de trabalhos Respostas dos alunos (%)
Trabalho em grupo 73
Trabalho individual 27

No que se refere à realização de trabalhos acadêmicos, a grande maioria pesquisada


demonstrou preferência pela utilização de trabalhos em grupo. Essa preferência reforça a

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intenção do aluno de trocar informações e incrementar sua rede de relacionamentos, através
da convivência em sala de aula. Esse resultado reafirma o que foi mostrado no estudo de
BAGGIO E FRANCISCO (2005), onde se observou que a habilidade de “trabalhar em
equipe” é a mais indicada na preferência das empresas (pontuação =79).

Tabela 5 – Preferência dos acadêmicos na apresentação de trabalhos disciplinares


3) NA APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS DISCIPLINARES, O ALUNO PREFERE:
Forma de apresentação de trabalhos Respostas dos alunos (%)
Apresentação oral com debate 48
Entrega por escrito 40
Apresentação oral 12

No mesmo sentido, quando se refere à apresentação dos trabalhos acadêmicos, os


alunos demonstraram maior interesse por métodos que permitam não apenas a apresentação
do trabalho, mas também sua discussão e debate. Isto permite desenvolver habilidades de
comunicação, iniciativa e postura, além de oferecer um feedback imediato sobre o
desempenho do acadêmico.

Tabela 6 - Desenvolvimento de competências por meio da metodologia de ensino


4) ALÉM DOS CONTEÚDOS TRABALHADOS EM SALA DE AULA, O ALUNO
CONSIDERA PRESENTE O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS E
HABILIDADES, QUE SURGEM ATRAVÉS DA METODOLOGIA DE ENSINO
USADA OU DO CONVÍVIO EM SALA DE AULA?
Desenvolvimento de Competências Respostas dos alunos (%)
Sim 92
Não 8

Conscientes das exigências do atual mercado de trabalho, em buscar profissionais que


possuam, além de conhecimento específico da função, outras competências que completem o
seu perfil, os acadêmicos foram questionados sobre o desenvolvimento dessas habilidades e
competências na prática das aulas. A grande maioria dos pesquisados, 92% , considera
presente o desenvolvimento de competências através da metodologia de ensino usada pelos
professores, podendo-se afirmar, por exemplo, que a instituição em questão, pode atender às
necessidades exigidas tanto pelo aluno como pelo mercado de trabalho atual.

Tabela 7 – Identificação das competências desenvolvidas através da metodologia de ensino


5) ENUMERAR POR ORDEM, A COMPETÊNCIA QUE CONSIDERA MELHOR
DESENVOLVIDA EM SALA DE AULA:
Competências Respostas dos alunos
Iniciativa 654
Espírito de equipe 614
Ética e responsabilidade 600
Liderança 511
Capacidade de relacionamento 503
Postura e comunicação 486
Determinação e persistência 465
Flexibilidade 403

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Assim, os alunos foram solicitados a enumerar as competências que melhor e com
maior freqüência são desenvolvidas em sala de aula. Novamente pôde-se observar que as duas
principais competências referidas no estudo de BAGGIO E FRANCISCO (2005), ou seja
trabalho em equipe e iniciativa, foram justamente as citadas pelos acadêmicos. Este fato
demonstra uma harmonia entre a educação oferecida pela instituição em questão e as
exigências do atual mercado de trabalho.

Tabela 8 - Formação oferecida pela instituição em relação às necessidades do mercado de


trabalho
6) O ACADÊMICO SENTE QUE ESTÁ RECEBENDO UMA FORMAÇÃO VOLTADA
PARA AS ATUAIS NECESSIDADES DO MERCADO DE TRABALHO?
Formação direcionada para o mercado de Respostas dos alunos (%)
trabalho
Sim 87
Não 13

Para concluir, quando questionados sobre a formação que estão recebendo, na


Faculdade Educacional de Ponta Grossa – Faculdade União, 87% dos acadêmicos mostraram-
se satisfeitos com o ensino oferecido. Os acadêmicos consideram que o sistema de ensino da
instituição desenvolve conhecimentos específicos da área de Administração e formação de
habilidades conjuntamente, portanto pode-se afirmar que oferece uma educação direcionada
para as necessidades do atual mercado de trabalho.

7. Considerações Finais

O presente trabalho se propôs a pesquisar e analisar o modelo de formação em nível


superior que a Faculdade Educacional de Ponta Grossa – Faculdade União, vem oferecendo
aos acadêmicos do curso de Administração e relaciona-los com as exigências impostas pelo
mercado de trabalho.
Para consecução desse objetivo foi efetuada uma comparação entre a pesquisa
realizada na Faculdade Educacional de Ponta Grossa, (o presente trabalho) e o estudo feito
por BAGGIO E FRANCISCO (2005), e que abordava as principais competências que o
mercado de trabalho requisita de seus profissionais.
O resultado obtido apontou para uma harmoniosa conciliação entre a formação
profissionalizante oferecida pela instituição pesquisada e as exigências do mercado de
trabalho da região.
As respostas identificadas através do questionário indicam que os alunos estão
satisfeitos com o modelo de ensino-aprendizagem oferecido pela instituição e a consideram
dentro dos padrões de exigência do mercado de trabalho. Para eles, a instituição fornece
condições para uma formação técnica eficaz, conjuntamente com desenvolvimento de
competências ou habilidades, que completam o perfil do moderno profissional de
administração.
No que se refere ao mercado de trabalho regional, é possível afirmar que a organização
pesquisada, está seguindo as diretrizes propostas pelo mercado empregador.
É possível ainda concluir que, estas diretrizes embora de caráter regional, podem se
estender para as demais localidades, em razão da busca constante e generalizada das empresas

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por um diferencial competitivo humano, ou seja, através do conhecimento de sua mão de
obra.

Referências

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trabalho de Ponta Grossa – PR. In: XXXIII Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia.
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COLENCI, A. T. O ensino de engenharia como uma atividade de serviços: a exigência de


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Universidade de São Paulo - Escola de Engenharia de São Carlos, 2000.

GRAVIN, D. A .Aprender a Aprender. HSM Management. Agosto / Setembro 1998.

LINSINGEN, I. von; PEREIRA, L.T.V.; CABRAL, C.G.; BAZZO, W.A. (org.). Formação do
engenheiro: desafios da atuação docente, tendências curriculares e questões
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NONAKA, I.; HIROTAKA, T. Criação de Conhecimento na Empresa. Tradução de Ana


Beatriz Rodrigues, Priscila Martins Celeste. Rio de Janeiro: Elsevier, 1997.

PEREIRA, M.A. Ensino-aprendizagem em um contexto dinâmico – o caso de


planejamento de transportes. Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo – Escola de
Engenharia de São Carlos, 2005.

HIGHER EDUCATION AND THE DEVELOPMENT OF


PROFESSIONAL COMPETENCE: A STUDY ON THE ACADEMIC
FORMATION AND ITS RELATIONSHIP WITH THE JOB MARKET
NEEDS.
Abstract: Organizations and professional have been seeking improvement, through
education, in order to adapt to a highly competitive and demanding society. However, job
market indicators point to the need of creating a professional profile which can better adapt
to the current organizational reality. Thus, teaching institutions need to adapt the future
professionals to the new model of training required by the job market. This article
approaches some research in this area carried out at the Educational College of Ponta
Grossa – União College in Ponta Grossa – PR. The objective of the research was to analyze
the model of education offered by the institution to its students and correlate it to the needs
presented by the job market. The study developed by Baggio and Francisco (2005), which
focuses on the main competences currently required by the local job market, that is, in the city
of Ponta Grossa, was used as basis for the research.. Results show that the institution offers
an education system that matches professional technical training with behavioral
management, which provides the student with the opportunity to develop additional

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competences. It was also possible to verify that the students in this institution are happy with
the training they have been receiving.

Key-words: Education, Academic formation, job market needs.

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