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Saamecneee a | tra hii. 2 Ears: ealee ncn cto Cre ipsa signin Cayago y etaan rs eo pg pea 616412198 “else aferooapileal dca cues i nen sa eect omg 1 REFLEXOES SOBRE A MEMORIA, A HISTORIA £ 0 ESQUECIBENTO* Marcio Seligmann-Siloa"* Schimmelyrin ist das Haus des Vergssens ‘Vor jeden der weherden Tore baut dein, cnthauptetr Spielmann. Er chlige dis die Trommel us Moos und bice- tem Schimhaar, mit schwrender Zehe mule er im Sand deine Brae. anger ich esi, als se wa, und das Rot deiner Lippe Dy fall hierdie Uren und speisest dein Her aut. Ceuany “Der Sand sus den Urnea” * Talal apreierado no Seminiri Iatcmaconl Memir ¢Denpa- ‘ecient, oreaizad plo Colégio Internacional de Estados Floseh ‘es Tramdiilnaes na Universidade do Estado do Ro de ner, sls 26627 deagosto de 1593 [erdemoto ¢acaa doesqutcinen. Dianede cada pra fsante aru eu cantor decid, Be Esteem ps Ste tie domes nargavel com ard spare ca are ‘sobre, ‘Desent mas compra do qu ra, €0rerne- Tho de tees ition. ches agi acwmes ¢ dasa te orci. “Kees dosumay Lembrar de exquecer Ahhistoriografia all omo 0 século XX aconheres € uma invengio do século anterior. Pode-se dizer — com Walter Benjamin — que essa historiografia representaria mais um dos sonhos que penewaram o umbral dt n0ssi Er Ao que rudoindics, estamos despertndo dessesorho coupesidslo —recorrente— do hisericiamo, queacrodivos na possbildade de se conhecer 0 passado “tal como ele de ato ocorreu". Nio spens Benjamin foi um dos maiores responsivels pelo despertar desse sonho ¢ pel sus inter- pretago,jéqueNicezscheno sew texto“Doswense desvan- ‘agens ds histéria para a vids" ("Von Nurzen und Nachtel dee Historie fir das Leben”) afrmara que “es ist (..] game tnd gar unmdglich, one Vergessen Uberhaupe 2u leben” (€totaimente impossivel dese viver sem o esquecimento), como também estava convencido de ques Aspro comic, oat eli a confiang aga Jo que wma — tudo mw depend, mcalaindvidioassin, come fo pow, da exit de ema inks qe spare 9 vise, clr, do que no pode ser dareado e eso, de (go se aba tants queer at hors cers, como am © ste mcord arsed gi pss oe ‘iin Toe uaa ¢ ces emacs de tice ea nite. Ess én pms: fee Mir jatinetcedsiactewary baossteds somes ibn gaaea meine aoe sie ba deus prot de once examin eatualiou es crea 3 pesengs es ssaadera do htc no stu ens “Papert po tren’ de 933 Arden spnas experincntn uncle 2» pecinente eum “onc nevo c poste de bark Te — qu ns “impel a pum feat de ovo" somo tem eric o inener burg gue ssfoca seus vistantes pelo excess de Spurn bang sarc. Naeansprénde agua devido ener, aaa para eea utopia (nat?) da nova res Jo so ssi cenbeido eno sobre a cra de ate dle dere “ads da ra nas brs dear” —eporsmoa sper 4 taco — como um “Govan an Spi Rane Pat > epsod bere’, em uma radi apeoinae) A nade ~ em Nitsche« ness paps de Tepe sin — preenio se ncontar mas tales (sede 2 rego), mss Lt, mo exces esquecer de lobar Defender como Nietzsche o vempo certo parase sequecer o tempo cero para se lembrar pode leva aides ‘nceente de que podemas controlar nossa meméria. A ‘isoriografia decent estaria mais proxi desse mode- fo: ela — ma sua versio moderna — se quer nfo apenas Smparcial fra, mas também eapuz de arquivar todos 0s acontecimentos (¢ era esse aspecto total da histéria que Nietzsche visou com sua critica). O registro da memériaé sem diivida mas seletivo e opera no double bind entre lem brangacexquecimento, no tecer e destecer, como 0 mesmo (@) Benjamin desereveu o trabalho de Penélope da reminis= ‘2ncia. Mas assim como devemos nos “lembrar de esque cer”, do mesmo modo nao nos deveros exquecer de lembrar. ‘Esse mandamento da meméria — na sua versio judaica (Zakbor) ow secalarizada via psicanslise — vale também para a Histéria, No que tange A dicotomia Hist6ria ¢ meméria, creio que um registro nao deve apagar 0 outro. Nesse sen= tido, é digno de nota um precioso ensaio de Yosef Yeru- shalmi, que ele redigiu ap6s o seu conlnecido livo Zafhor Jewish istory and jewish memory. Nesse ensaio,cle produzin, ‘uma espécie de post-scrptim a esse seu livro, no intito de lembrar que, se cle citicara neste dtimo a hipertrofia da historiografiae fizera um elogio da meméria coletive, por outro lado, o dever do historiador nunca foi tao reclamado quanto hoje. Cite essa importante passagem desse grande teérico da meméria, notando desde que dela foi que Vidal- Naquet retiroa o nome do seu lirro contra 6 revisionismo: A historiografia—ou sea historia como narraio, dis- ciplin ou género possaindo as suas regs, sus insti shes € 05 seus procedimentes — nto pode [..) substi twir-se 3 mem6ria colesiva nem eriar una tradiio akter~ sativa que possa ser partilhudh, Masa dignidade esencial «a vocagi histovia permanece, ¢ sea imperaivo moral preceeme ter hoje em da mai urgdncia do que mun Nomundo que €onessonio xe tats mais deumaquestio de decadacia da memériacoletiva ede declinio da cons- citeeis do passado, ras sim da violagio bru daqilo {que a meméria ainda pode conservar, da mentite deli- berads pela deformagio das fontes « dos arquivos, da e invengio depassadosrecompostose mticosa servigo de po- derestenebroxos. Conraestes militants do esquecimeno, traiantes de Jocumenson, sassasines da mem6ta,contra osrerisoresdas enciciopédizs cs conspradoresd sénco, contra agules qu, para retomar a imagem magnifica de ‘Kereta, podem apagar um hormem de urn forogafa para que io ique nada senso wea chap, ohistriado, apenas 0 iscorador, asimado pels pinto ausera des Sto, cs pro sas, dos testemunhos, que soo alimento da sta profssio, pode velar emontargusrda* A Historia assume diante da forga que 3 ars oblivionis adquire —sobretudo como uma reacio 205 fatos cextremos do nosso século — 0 carster de um erbueal. Js pra Benjamin “Eserever a Histéria quer dizer (.] citar a Historia” (V, 995). As testemunhas sao citadas diante do tribunal, Nao é casual serecentemente Annects Wieviorka denominou a nossa Fra (como Shoshana Kelman jf 0 fi- zeta) de L'eve du eémoin;* o testersunbo surge nos siltimos anos com uma forga e conquistou uma presenca que nos obrigaa rever todas as nogdes herdadas de séculos de teo- ra podzicae dos génez0s.— Yerushalmi chama-nos aten- ‘ioaqui para um fato que de modo algum dimimuiu com a queda do Muro de Berlim. Seo século XIX sofreu de “his- ia demais”, a nossa p6s-modernidade sofre de “fim da historia”, de “fim da temporaiéade", em suma, parafra- seando Vidal-Naquet, ela sofre do “inexistencialisme”. A tarefa da meméria deve ser compantthada tanto em termos na meméria individual e coletiva como também pelo re- sistro (académico) da historiografia, e

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