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ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 123

VOTO
Como já relatado, trata-se de Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental (ADPF) ajuizada pelo Partido Y, em face de alegada controvérsia
constitucional relevante acerca da recepção do artigo 3 da Lei Nacional 11111,
que institui a obrigação de que as indústrias de produtos de fumo coloquem
nas respectivas embalagens advertências e informações a respeito das
consequências e dos riscos à saúde do uso dos cigarros e congêneres.

A parte autora defende não recepcionado, pela Constituição da


República, o dispositivo legal impugnado. Aponta, como preceitos
fundamentais afrontados, o da liberdade do exercício profissional e liberdade
de iniciativa privada, preconizados no art. 170 da Constituição Federal, pelo
que defende que o artigo 3 da Lei Nacional 11111 intervém na área de
proteção do direito fundamental de liberdade do exercício profissional.

Vê-se, no caso trazido a julgamento nesta ADPF, a colisão entre dois


direitos fundamentais. De um lado, o direito à liberdade do exercício
profissional e econômica/liberdade de iniciativa privada garantido
constitucionalmente às empresas produtoras de cigarro; de outro, o direito
fundamental social à saúde, igualmente garantido à coletividade pela mesma
Constituição Federal.

Nesse sentido, argumenta o partido requerente que o artigo impugnado


representa intervenção indevida no direito à liberdade do exercício profissional
e econômica. Em contrapartida, o intimado (Presidente da República, através
da AGU) alega que a intervenção na liberdade de iniciativa privada e atividade
econômica, consistente na obrigação de as indústrias de cigarros colocarem
advertência quanto aos riscos de fumar, é medida adequada para promover a
saúde pública, bem jurídico coletivo constitucionalmente protegido.

Impõe-se, portanto, a análise desta colisão entre dois direitos


fundamentais à luz da Teoria dos Princípios, principalmente a partir da
proporcionalidade e ponderação, a fim de perquirir se, de fato, o artigo 3º da
Lei 11111 foi, ou não, recepcionado pela Constituição Federal de 1988.

É que, conforme leciona Robert Alexy,

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