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A Doutrina Secreta da Kabbalah – Parte 10

Fundamentos Teóricos

Ciência Sagrada: Métodos e Significados

O Método Kabbalístico no Sefer Yetzirah


Com um melhor entendimento da ciência pitagórica, podemos agora voltar à
Kabbalah e reconhecer que, no primeiro livro sobre o assunto, o Sefer Yetzirah,
surge uma percepção similar sobre os principais componentes da criação, e isso já
em seu primeiro verso:
Com 32 caminhos místicos de Sabedoria gravou Yah, o Senhor das Hostes, o Deus
de Israel, o Deus vivente, Rei do Universo, El Shaddai, Misericordioso e Glorioso,
Elevado e Exaltado, vivendo em eternidade, cujo nome é Sagrado Ele é imponente
e sagrado, e Ele criou Seu Universo com três livros (Sefarim), com texto (sefer),
com número (sefar) e com comunicação (sipur).

A sabedoria com a qual Deus nomeado aqui por dez aspectos, que serão associados
com as dez sefirot posteriormente definidas no texto — criou o Universo envolve
três aspectos das letras-números hebraicas: sua forma (sefer), seu número
relacionado (sefar) e seu som (sipur).
Essas três palavras hebraicas são soletradas similarmente e derivam da mesma raiz
de três letras: Samech, Peh e Resh.
Aliás, a palavra seflrah também se enquadra nessa categoria de similaridade,
diferindo apenas no fato de ter um radical que a torna feminina, sendo as outras
masculinas.
Então, é por meio dos dez atributos femininos e dos três instrumentais masculinos
que o Universo veio a existir.
Assim como os dez elementos do Tetractys são igualmente relacionados a número,
harmônicas e geometria, essas dez designações para Deus também relacionam-se
com as mesmas três categorias.
A relação com o número é comprovada diretamente, enquanto "texto" pode ser
aqui entendido como forma e "comunicação" como som.
Entretanto, o que é mais significativo é a qualidade hebraica singular desses três
aspectos da ciência sagrada estar toda contida na ciência da sua linguagem, onde
cada letra tem uma correlação numérica, um som e uma forma visual.

Antes de continuar, pode ser útil explicar a prática de converter palavras em


números, técnica conhecida como Gematria, palavra hebraica recente que também
sugere uma associação etimológica oculta com a palavra grega geometria,
geometrein, e assim relaciona-se à capacidade de as palavras serem transformadas
em números com um terceiro atributo geométrico.
Em hebraico, não há símbolos separados para os números; em vez disso, as letras
do alfabeto também servem como números.
As nove primeiras letras do alfabeto hebraico representam os números de 1 a 9; as
outras nove, as dezenas de 10 a 90; as últimas quatro, às quais são adicionadas
formas distintas que assumem algumas letras quando no final das palavras, as
centenas de 100 a 900; uma forma avantajada da letra Alef (a primeira) sendo
usada para representar mil.
Essas 27 ou 28 letras oferecem uma correlação lógica com o sistema decimal de
numeração, mas também se relacionam aos ciclos da Lua, o primeiro número com
o método de computação "sideral" baseado nas estrelas fixas, e o último com o
meio entre o método "sideral" e "sinódico" de determinar a posição da Lua nova
com relação ao Sol também em movimento.
A constante importância da Lua para a consciência religiosa hebraica é mostrada
pelo uso desse astro como base de seu calendário, bem como o festival religioso
mensal do Rosh Chodesh que dá as boas-vindas à Lua nova.
Em razão dessa preocupação hebraica com o tempo lunar, e a associação de seu
ciclo numérico com o número de caracteres diferentes no alfabeto e sua
representação decimal, não é despropositado sugerir que, à correlação de letras
com números, depreende-se outra correlação adicional com a geometria celestial
da Astronomia.
Essa será considerada nos próximos textos, particularmente em sua ênfase em
relação ao movimento mensal da Lua em relação à posição do Sol.
A esse respeito, o movimento constante da Lua para a esquerda do Sol no correr do
mês pode explicar, talvez, a prática lingüística hebraica de escrever da direita para
a esquerda.
Assim, apesar do fato de a Gematria envolver ostensivamente apenas as relações
entre letras e números, parece haver um terceiro elemento geométrico
necessariamente interligado em uma técnica maior de explicação esotérica.
Mas a prática da Gematria vai além do simples uso das letras para contagem, corno
aparece no censo dos hebreus no período de permanência no deserto.
Ele foi baseado no entendimento de que as letras não apenas significam números,
mas que a adição do valor numérico das letras em qualquer palavra tanto define
seu caráter como revela sua conexão sutil com qualquer outra palavra cujas letras
somem o mesmo valor numérico; uma conexão que pode ser usada para explicar
uma dimensão mais sutil de outro mundo em um contexto, de outra forma,
imperceptível.
Adicionalmente a suas correlações numéricas, o Sefer Yetzirah também
compreende que as letras hebraicas têm características de extensão espacial e
temporal, como mostram outras correlações feitas para cada uma das 22 letras em
suas três categorias numéricas:
"Vinte e duas letras fundamentais: três letras-mãe, sete duplas e 12 elementares"

Para todas as letras são dadas correspondências em três categorias adicionais


relacionadas a espaço, tempo e a terceira classe significativa de alma cuja função
parece ser a mediação entre as dimensões de espaço e de tempo por meio de sua
própria dimensão de espírito.
Essas três categorias, ou dimensões, de Olam (o Universo), Shanah (o ano) e
Nefesh (a alma) definem as características essenciais que distinguem cada letra.
Assim, a dimensão espacial das três letras-mãe — Alef, Mem e Shin são os
elementos Fogo (Shin), Água (Mem) e Ar (Alef), que equilibra as outras duas; os
céus derivando do fogo, a Terra da água e o espírito do ar:
"O céu foi criado do fogo, a Terra criada da água e o ar decide entre o fogo e a
água".

Na dimensão temporal, os três elementos resultam nas três temperaturas sazonais


de quente, frio e temperada, que se equilibra entre elas.
Na dimensão espiritual, o elemento fogo está relacionado com a área da cabeça
(mente), a água com a parte abdominal (instintos) e o ar com o peito (coração
mediador).
As sete letras duplas estão similarmente relacionadas: a dimensão espacial com os
sete planetas, a temporal com os sete dias da semana e a espiritual com os sete
orifícios da cabeça.
Para completar a lista dessas correspondências, as 12 letras simples estão
relacionadas espacialmente às 12 constelações, temporalmente aos 12 meses e
espiritualmente aos 12 membros e órgãos do corpo.
Mais significativo é o resumo final dessas três dimensões com a nova terminologia
introduzida na prova dos três agrupamentos numéricos das letras:
E a prova disso, verdadeiras testemunhas, são o Universo, o Ano e a Alma.
Ele ordenou Doze (Dez), Sete e Três, e Ele apontou-as no Teli, no Ciclo e no
Coração (...)
O Teli no Universo é como um rei em seu trono, o Ciclo no Ano é como um rei na
província, o Coração na alma é como um rei na batalha.
Apesar de Aryeh Kaplan verter “Galgal” como ciclo e “Lev” como coração, deixou a
palavra Teli sem tradução.
Isso porque seu significado é tão complexo que requer um grande comentário.

Antes que possamos elucidar seu significado, precisa ser esclarecido que as
correspondências de Teli, Galgal e Lev não se verificam com os três grupos
numéricos de letras como pode parecer, mas às três dimensões de Olam, Shanah e
Nefesh, já que todas as categorias de letras têm essas dimensões de espaço,
tempo e espírito.
Com esse esclarecimento, podemos agora prosseguir para um entendimento mais
completo desses novos termos.

O Teli — Tav, Lamed, Iud significa literalmente "suspenso" e é usado em muitos


contextos bíblicos e kabbalísticos com esse sentido original.
Mas, ao longo da história da astronomia hebraica, o Teli se refere a um conjunto de
fatores astronômicos da constelação Draco (o Dragão) e o caminho da eclíptica que
a circula.
A constelação Draco circundando o pólo norte da eclíptica, o caminho aparente da
órbita do Sol, como é vista da Terra por meio dos dois nódulos da Lua.
Esses nódulos lunares são os pontos nos quais o plano da órbita lunar intersecta o
plano da órbita do Sol, a eclíptica, para definir a "Cabeça do Dragão" ao norte e a
"Cauda do Dragão" ao sul, os nomes dados a esses nódulos.
O pólo eclíptico, portanto, é visto no pensamento kabbalístico como o eixo do
Universo em torno do qual os dois grandes círculos do Sol e da Lua encontram-se
em união mística.
A tradição midráshica de um Teli duplo, macho e fêmea, refere-se em uma
interpretação ao Teli masculino da constelação de Draco em torno do pólo eclíptico
conforme ele é envolvido pelo caminho eclíptico feminino.
Mas também pode referir-se aos pontos nodais em que o Sol masculino encontra a
Lua feminina, que é o entendimento de Judah Halevi e Abraham Abulafia, para
quem o termo Teli refere-se aos dois nódulos lunares.
Abulafia entendeu os nódulos como o lugar em que o terreno e o espiritual
alcançam um encontro místico, e isso está de acordo com seu moderno
entendimento astronômico como pontos nos quais o plano da órbita lunar em torno
da Terra intersecta o plano da órbita da Terra em tomo do Sol.
O uso constante e consistente do termo Teli para definir a relação da constelação
Draco aos nódulos lunares imagina-se que derivou dos seguintes versos bíblicos,
nos quais o Teli é traduzido simplesmente em seu significado literal de “suspenso”:
"Ele estendeu o norte sobre o vazio e suspendeu a Terra o nada (...) pelo seu sopro
aclara os céus; sua mão feriu a serpente veloz” (Jó 26:7, 13).

Se é possível dizer que o Teli define o espaço em termos de um eixo universal,


Galgal, cujo significado relaciona-se a “circular”, pode igualmente definir o tempo
em termos de ciclos rítmicos, o ciclo dos dias, meses e estações.
Espaço é posteriormente definido pelas sete letras duplas e pelos 12 elementares
em termos de um cubo infinitamente expansível.
Como será mostrado em detalhes em texto posterior, no qual apresento minha
solução para o misterioso diagrama do Sefer Yetzirah, é por meio das 12 bordas
diagonais do octaedro que o cubo de seis lados, cujo sétimo elemento é “o Palácio
Sagrado precisamente em seu meio”, pode ser expandido em uma série infinita de
estágios distintos.
É pelo passar eterno de períodos similarmente distintos que o tempo pode ser
definido.
Mas, entre essa infinidade de expansões espaciais distintas e a eternidade de
repetições temporais distintas, vem a importantíssima faculdade mediadora de Lev,
o coração.
Retornando agora aos três "livros", serafim, com os quais o Sefer Yetzirah começa,
será lembrado que eles compreendem a tríade de "texto”, ou forma, número e
"comunicação" ou som.
Como o primeiro aspecto das letras implica sua dimensão espacial de forma,
enquanto o último implica sua dimensão temporal de som, concluímos que o
aspecto mediano do número deve ser associado ao coração.
Essa associação pode bem ser o conceito mais extraordinário de todo o Sefer
Yetzirah e é talvez sua maior contribuição para a definição da ciência sagrada que
apresento aqui.
Uma vez que se contempla essa associação de número com coração, considera-se
que o coração está envolvido na percepção do número, em um processo de
contagem, sua justificativa torna-se claríssima: como órgão que bate estabelecendo
o ritmo do corpo, ele oferece a norma contra a qual outros ritmos podem ser
comparados e contados.
[A linguagem egípcia sugere uma associação similar, uma vez que a palavra para
contar, “ip”, é similar à palavra para coração, “ib”, e R. A. Schwaller de Lubicz,
mostra que elas estão conectadas no "The Edwin Smith Surgical Papyrus".
Ali, o doutor, que é um sacerdote de Sekhmet, é instruído no que parece
claramente ser a técnica de diagnóstico pelo pulso.
Schwaller explica a referência: "'se você examina um homem', você conta [ip] essa
pessoa".
Como ele mostra, "A palavra “ip” é usada em matemática com o sentido de
enumerar (...) a insistência na palavra 'contar' não deixa dúvidas de que o doutor
devia contar as pulsações da pessoa enferma para deduzir o estado de seu coração
(...)
O coração propriamente dito é chamado “ib”, um sinônimo de 'dançarino', uma
imagem que expressa muito bem o movimento rítmico desse órgão".
Mas a atividade de contar é atribuída aqui apenas ao doutor, não ao coração.
Assim, apesar de a linguagem egípcia sugerir tal associação como a que estou
fazendo do número com o coração como órgão de percepção numérica, Schwaller
não fez tal associação. ]

Contagem e ritmo em conjunto também aparecem na palavra grega que exprime a


"arte de contar", arithmetike.
O sistema perceptivo parece ter a faculdade de contar, a qual o Sefer Yetzirah nos
diz que têm o poder de mediar numericamente os elementos de espaço e tempo,
forma e som, e que está centrada no coração.
A palavra grega para "aritmética" implica, entretanto, a "arte" de contar, uma
capacidade não apenas quantitativa, mas também qualitativa, que pode distinguir o
bonito do feio em proporções espaciais e harmônicas.
Essa também parece ser uma propriedade especial do coração, sua habilidade
qualitativa de discernir uma afinidade pessoal por alguns padrões vibracionais e
aversão a outros, expressando essas respostas à consciência na forma de
sentimentos.
Colocar essa faculdade de contar no coração é coerente com a identificação
hebraica daquele conhecimento profundo chamado "compreensão" com o coração,
como naquele “chokham lev” (coração sábio) requerido dos construtores do
Santuário no deserto (Ex 35:10) e pelo qual rezava Salomão (1 Reis 3:9); urna
compreensão mais sentida do que racionalmente formulada.
É em tal nível de consciência pré-racional que o computador numérico humano
precisa ser alojado, pois, certamente, não estamos conscientemente despertos para
as complexas computações numéricas que estão envolvidas não apenas nas
percepções primárias de dados visuais e auditivos, mas nas conversões secundárias
de dados de um ambiente para outro.
Uma vez que o coração foi associado com número, torna-se possível entender como
o sistema perceptivo humano pode traduzir a linguagem do olho e do ouvido.
Tal entendimento está baseado na interpretação das referências do Sefer Yetzirah à
Nefesh como relativa à alma humana, uma interpretação que é verdadeira em um
nível de analogia secundário.
Entretanto, a alma à qual se refere esse texto não é humana, mas cósmica; pois as
três dimensões de Olam, Shanah e Nefesh definem o corpo e a alma do
antropocósmico yetzirático, o Adam Kadmon.
Todas as referências aos órgãos corporais da Nefesh não dizem respeito a seu
corpo cósmico de planetas e constelações, mas a seu corpo espiritual ou astral.
O Cosmos é definido como estendido no espaço e tempo e envolvido pela alma.
Porém, essas duas coordenadas entre as quais o coração do corpo-alma é o
mediador não devem ser entendidas em termos cartesianos modernos.
Como mostram Giorgio Santillana e Hertha Von Demend em seu prodigioso
trabalho sobre mitologia comparada, espaço e tempo não devem ser separados:
"o tempo arcaico é o Universo, como ele, circular e definido".
Como a moldura cósmica apresentada no Sefer Yetzirah, o paradigma básico que
eles descobriram para descrever a mitologia de todas as culturas pré-literárias do
mundo é aquela que relaciona as revoluções temporais dos corpos celestes ao pólo
eclíptico, cuja imagem mitológica é o "redemoinho":
A rotação do eixo polar não deve ser dissociada dos grandes círculos que se
formam com ela no céu (...) a Terra mística é, de fato, um plano, mas esse plano
não é a nossa "Terra", nem nosso globo, nem uma pressuposta Terra
homocêntrica.
"Terra" é o plano implícito através dos quatro pontos do ano, marcados pelos
equinócios e solstícios, em outras palavras, a eclíptica.
Essa é razão por que essa Terra muitas vezes é dita quadrangular (...) pensamos
que o redemoinho permanece para o "mundo eclíptico" marcado pelo rodopio dos
planetas, envolvendo tudo o que circula obliquamente em relação ao eixo polar e o
equador (...) começando da idéia de redemoinho como um caminho para o outro
mundo, alguém precisa olhar a situação através dos olhos de uma alma querendo ir
até lá (...) mas, para deixar a moldura elíptica, precisa haver uma estação para
mudar os trens no equador (...) todas as "estações de mudança" são encontradas
invariavelmente em duas regiões: uma no sul entre Escorpião e Sagitário, a outra
no norte entre Gêmeos e Touro; e isto é valido através do tempo e espaço, da
Babilônia à Nicarágua.
Por que isso é sempre feito em primeiro lugar?
Por causa da galáxia, que tem suas estradas nas elípticas entre Sagitário e
Escorpião no sul e entre Gêmeos e Touro no norte.”

As referências do Sefer Yetzirah ao Teli e ao Galgal estão claramente relacionadas a


esse antigo entendimento de periodicidade e dos meios pelos quais ela pode
transcender, o primeiro definido como o "mundo elíptico", e o último, como os
nódulos em que os dois grandes círculos se encontram.
É pela harmonização desses dois grandes círculos de espaço-tempo, um equilíbrio
alcançado por seu coração, que o mundo-alma de Adam Kadmon pode manter ou
reconquistar sua conexão com o eterno.
A imagem do "redemoinho como um caminho para o outro mundo" pode também
ser associada com o complexo de conceitos e termos conectados no Sefer Yetzirah,
mais significativamente com a tríade de elementos identificados com as três letras-
mãe.
Essas letras foram selecionadas por motivos vibracionais (como explicaremos em
texto posterior), bem como por suas associações sonoras com as palavras
hebraicas para esses elementos: Shin para Esh (fogo), Mem para Mayim (água) e o
silencioso Alef para o igualmente silencioso Avir (ar).
Sua seleção teve um efeito posterior de reduzir as letras duplas remanescentes a
sete e as simples a 12, números cujo significado astronômico não pode ser
superestimado, uma vez que correspondem aos sete planetas da velha astronomia
e às 12 constelações.
Agora, é sugestão minha que os elementos equilibrados pelo ar, fogo acima e água
abaixo, tanto no Sefer Yetzirah como na tradição alquímica, sejam entendidos no
símbolo do hexagrama em suas formas elementais de vórtices; o vórtice
(redemoinho) ascendente de fogo e o vórtice descendente de água.
O hexagrama resultante, que mostraremos posteriormente, constitui parte
importante da tradição esotérica judaica desde sua origem, e também está
desenvolvido no Sefer Yetzirah.
Uma vez que o hexagrama pode ser admitido ao contexto conceituai do Sefer
Yetzirah, pode ser associado não apenas com as "estações de troca" galácticas do
norte e do sul (onde espaço e tempo, Tell e Galgal, estão unidos), mas também
com aquele terceiro aspecto, o Lev (coração), cujo equilíbrio pode trazer a alma
para os pontos do mundo em transformação.
Essa associação do hexagrama com o coração também faz parte do sistema indiano
da yoga, que relaciona esse símbolo com o chacra cardíaco, ele mesmo um vórtice
de energia do corpo astral com o qual estamos aqui envolvidos.
O Sefer Yetzirah, portanto, perpetua uma cosmologia unificada que retrocede ao
tempo neolítico e estava espalhada por todo o globo terrestre.
Como Santillana e Von Dechend definem o ensinamento essencial dessa
cosmologia:
"As conexões eram o que importava (...) todas as coisas eram marcas e marcações
de cada uma, inscritas no holograma, para ser sutilmente divinizadas. E o número
dominava todas".

Assim, também é seu número que define os "32 caminhos misteriosos da


sabedoria" pelos quais o Sefer Yetzirah explica a criação: os dez números ideais das
sefirot, que constituem o homem cósmico, adicionados às 22 letras-números
usadas para a computação pela qual as dimensões espacial, temporal e espiritual
do antropocosmos são diferenciadas.
É por meio do coração que a presença e as operações sutis dos números podem ser
equilibradas e divinizadas não apenas para o mundo-alma na emanação, mas
também pela alma humana como a de Abraão, que podia também usar números
criativamente e "ter sucesso" no caminho de retomo do Tikkun.

Continua

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