2° EDICAO
Como
Se faz
Humor
ae
Depoimento a Tarik cae oe
aoeDiferente da hiena, o homem é o animal que ri (tirante as
cécegas) por um processo intelectual de analogia ou discre-
pancia com a situagao apresentada. A partir dessas hipoteses
basicas, o humor vai se sofisticando. Rindo castigam-se os cos-
tumes. Mas, como separar desta pratica, essencialmente anar-
quica, algo hierarquizado sob a denominagao de humor politico?
Existe esse tal, ou todo humorista— como qualquer artista que
se preze — faz politica até a revelia? Pode um senhor do partido
nazista produzir humor esquerdizante? E a Censura trava mes-
mo, ou propulsiona a graga? Uma piada 6 capaz de acabar coma
Roberta Close? Até que ponto o humorista controla sua criatura
frankesteiniana?
Essas e outras indagag6es perfunctorias (ui!) engrossam o caldo
dessa receita de aprendiz de feiticeiro, repleta de contra-indica-
goes. Henfil, que da as cartas com 20 anos de experiéncia, ad-
verte inclusive aos incautos: o feiti¢o geralmente volta-se contra
o bruxo (e nao esta citando o exemplo do Golbery e seu agigan-
tado SNI). Mais: passarinho que come pedra, sabe o que Ihe ad-
vém (também nao se refere ao homénimo Ministro), conforme li-
des que de pai pra filho, desde o Barao de Itararé, o humor vem
passando a seus esgrimistas.
Em guarda (epa!), pois. Touché, mon general! (Generais Foods e
Motors também incluidos). Todos juntos agora:
Ha! Ha! Ha! Ha! Ha! Ha! Ha!
Aha!
Tarik de Souza
VOZES,
ATENDEMOS PELO REEMBOLSO POSTAL 2075-3
ouney-ogop :edegHENFIL
Depoimento a
Tarik de Souza
COMO SE FAZ
HUMOR POLITICO
2° Edigéo
y
VOZES,
Petropolis
1985