Relatório Inversor

João Gabriel Carneiro

Matteo Dogliotti
10 de setembro de 2018

Universidade Federal do Rio de Janeiro

DEE - Departamento de Engenharia Elétrica
Laboratório de eletrônica de potência - 2018/02
Orientador: Guilherme Rolim
Sumário

1 Conversão CC-CA 3

1.1 Condições de entrada e saı́da . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1.2 Estudo dos Harmônicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2 Projeto 7

3 Resultados experimentais 11

3.1 Materiais utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

4 Conclusão 22

2
1 Conversão CC-CA

1.1 Condições de entrada e saı́da

Como trata-se de conversão CC-CA, a tensão Vo esperada na saı́da do circuito conversor

apresenta forma quadrada que é resultado da soma de uma componente fundamental e
das tensões associadas aos harmônicos produzidos pelo circuito de chaveamento. A tensão
convertida passa por um filtro de passa baixa de segunda ordem cuja saı́da deve ser o mais
próximo à componente fundamental da tensão convertida. A variável adotada como saı́da é
o valor de pico da componente fundamental, V̇o1 .

• Carga resistiva na saı́da: R = 30Ω, P = 25W

• Faixa de variação da saı́da: 4V < V̇o1 < 12V

• Tensão aplicada na entrada: V d = 20V

• Frequência da componente fundamental de tensão de saı́da: f1 = 60hz

Para atender os requisitos de entrada e saı́da estabelecidos será projetado um circuito in-
versor monofásico Full-bridge. O controle utilizado para o chaveamento do circuito é um
controle PWM Bipolar, basicamente um comparador entre um nı́vel de tensão de uma se-
noide V control(t) e uma função triangular de valor pico a pico igual a 2V, centrada em
0V. As chaves conduzem em pares, (TA1 e TB2) são fechadas quando o valor instantâneo de
V control(t) é maior que o valor da função triangular, (TA2 e TB1) conduzem quando o valor
instantâneo de V control(t) é menor que o valor da função triangular. A frequência associada
a senoide V control(t) é a frequência da componente fundamental (f1 ) da tensão de saı́da
do circuito inversor, a amplitude da saı́da depende diretamente da relação de modulação de
V̇ control
amplitude, ma = V̇ tri
, para casos onde não há overmodulation. A frequência de oscilação
fs
da onda triangular V tri(t) é a frequência de chaveamento do circuito (fs ), a razão mf = f1

3
é dita modulação de frequência e nos informa a localização dos harmônicos produzidos pelo
circuito de chaveamento que interferem na amplitude da onda de saı́da.

A partir do circuito genérico apresentado na figura 1, obtem-se as relações matemáticas

do circuito.

Figura 1: Circuito inversor full-bridge

• (TA1 e TB2) ON ⇒ V o = V d

• (TA2 e TB1) ON ⇒ V o = −V d

• V control = V̇ control · sen(ω1 · t)

V̇ control V̇ control
• Vo1 = V̇ tri
sen(ω1 · t) · V d ⇒ V̇o1 = V̇ tri
·Vd

• V̇o1 = ma · V d

4
1.2 Estudo dos Harmônicos

O circuito de chaveamento do inversor monofásico full-bridge produz tensões indesejadas

fs
associadas à harmônicos. Os harmônicos podem ser identificados a partir da relação mf = f1
,
que seguem a relação:
h = jmf ± k

E a frequência associada a cada harmônico é:

fh = (jmf ± k) · f1

Portanto, para evitar interferências de harmônicos próximos à frequência f1 , a escolha de mf

foi feita escolhendo um valor suficientemente grande.

mf = 300 ⇒ fs = mf · f1 = 18kHz

A fim de se obter uma alta frequência de chaveamento utilizaremos o MOSFET como dis-
positivo de chaveamento.
A parte indesejada da saı́da sera medida através do THD (total harmonic distortion) deno-
tado por: v
u∞
1 uX
t (Voh )2 · 100%
T HD(%) =
Vo1 h=2

Sabendo que o harmônico de maior amplitude se encontra em ω = mf ∗ f 1, será projetado

um filtro passa baixa de segunda ordem com ganho G = 0, 01 em ω = 300∗600 = 18000Hz =
113100rad/s, a fim de garantir o T HD < 5%.

|G(j ∗ 113100)|dB = 20 ∗ log(0.01) = −40dB

Para garantir tal condição, os pólos do filtro de segunda ordem devem estar uma decáda
antes de ω = 113100rad/s, portando definimos ωn = 11310rad/s como frequência de canto
do filtro.

5
 Figura 2: Diagrama de Bode do filtro

A função de transferência do filtro é dada por:

1
LC
G(s) = 1 1
s2 + RC
s + LC

Comparando com a forma canônica:

ωn2
G(s) =
s2 + 2ξωn s + ωn2

Temos que: r
1
ωn =
LC
1
2ξωn =
RC
Para uma resposta mais robusta do filtro, trabalharemos com coeficiente ξ = 0.707. Partindo
de valores pré estabelecidos para o projeto, extraı́mos os valores de L e C:
ωn = 11310rad/s
ξ = 0.707

6
R = 30Ω
Portanto:
C = 2.084µF

L = 3.751mH

2 Projeto

Devido a disponibilidade de componentes no laboratório, utilizaremos valos diferente de in-

dutor e frequência de corte será alterada de maneira não significativa para os fins do projeto.
ξ = 0.707
R = 30Ω
C = 2.0µF
L = 5.0mH
ωn ∗ = 10000rad/s

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Figura 3: Circuito inversor full-bridge projetado

Figura 4: THD e Saı́da Vo; ma=0.2

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Figura 5: THD e Saı́da Vo; ma=0.3

Figura 6: THD e Saı́da Vo; ma=0.4

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Figura 7: THD e Saı́da Vo; ma=0.5

Figura 8: THD e Saı́da Vo; ma=0.6

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3 Resultados experimentais

3.1 Materiais utilizados

• Fonte de tensão DC variável

• Microcontrolador DSP F28355

• 1 laptop + software Code Composer

• Bancada eletrônica

• 4 mosfet?s IRFB4310

• 1 resistor de 30Ω

• 1 indutor de 5mH

• 2 capacitores de 1µF

• Osciloscópio digital Tektronix

• Conjunto de cabos e jumpers

3.2 Implementação

Para implementação do projeto, utilizamos o Code Composer para exportação do código

C/C++ referente ao controle PWM do DSP F28335, gerado no PSIM. O circuito de potência
foi montado na bancada didática e as leituras de tensão de saı́da, na carga de 30Ω, feitas a
partir do osciloscópio Tektronix.

Primeiramente, vale ressaltar que apesar do projeto ter considerado uma varição de ma
de 0.2 a 0.6, por conta de problemas técnicos durante o experimento (mau contato no gate do

11
mosfet e ruido intenso na leitura do osciloscópio) não foi possı́vel realizar a medição do sinal
de saı́da referente ma = 0.6. Por esse motivo obtivemos apenas os sinais de saı́da obtidos
com os outros valores de ma
A partir dos dados coletados ponto a ponto pelo osciloscópio, montamos um modelo no
Simulink e utilizando o bloco powergui foi feita a análise THD dos sinais de saı́da.

Figura 9: Modelo Simulink para análise THD

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 Tabela 1: Tensões de pico na carga para valores de ma
ma Vo calculado(V) Vo medido(V)
0.2 4 3.77
0.3 6 6.25
0.4 8 8.2
0.5 10 10.2

Figura 10: Comparação Vo de pico simulado e experimental

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Figura 11: Tensão medida na carga de 30Ω - ma = 0.2

14
Figura 12: Análise THD da tensão na carga - ma = 0.2

15
Figura 13: Tensão medida na carga de 30Ω - ma = 0.3

16
Figura 14: Análise THD da tensão na carga - ma = 0.3

17
Figura 15: Tensão medida na carga de 30Ω - ma = 0.4

18
Figura 16: Análise THD da tensão na carga - ma = 0.4

19
Figura 17: Tensão medida na carga de 30Ω - ma = 0.5

20
Figura 18: Análise THD da tensão na carga - ma = 0.5

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4 Conclusão

Analisando o circuito inversor projetado, tendo em vista a expectativa de tensão de entrada

contı́nua e uma tensão de saı́da alternada, obedecendo a proporcionalidade do fator ma,
podemos observar que o projeto implementado se comporta de maneira muito semelhante ao
modelo projetado e simulado, ou seja, conseguimos extrair o valor RMS da tensão de saı́da
muito próximo ao esperado.
O projeto do circuito do filtro de segunda ordem tem como único critério limitar o valor
THD pré estabelecido. Observa-se nos cálculos do projeto que o valor de distorção harmônica
(THD) é limitado em 5%, atingindo valores inferiores a medida que ma aumenta. No entanto,
a análise THD das tensões de saı́da do projeto implementado superam os valores simulados
e em alguns casos extrapolam o limite de 5%.
Durante a montagem observamos muitos problemas de mal contato que distorciam o valor
aferido de tensão de saı́da, esses ruı́dos carregam componentes de tensão que não foram
previamente consideradas e, portanto, o filtro projetado não é suficiente para limitar o THD
em 5% considerando a adição distorção externa.

ma THD simulado THD calculado MATLAB

0.2 4.84 8.82
0.3 3.14 5.68
0.4 2.26 4.69
0.5 1.71 4.55

Tabela 2: THD na tensão de saı́da para valores de ma

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Figura 19: Comparação THD simulado e experimental

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