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Lynn Margulis
Tradução de
LAURA NEVES
CltNCIA
ATUAL
~occo
Rio de Janeiro - 200 l
T)
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f\~,. --.;
1
.•\
Título original
SYMBIOTIC PLANET
A ncw vicw oí cvolution
preparação de originais
SANDRA PAIVA
CIP-Brasil. Callllogaçllo-na-fonlc
Sindicato Nacional dos Editores de Livros. RJ
CDD- .576.138
00-0450 CDU-.576.8
Sumário
Lista de ilustrações................................................................. 7
, Prefácio .................................................................................. 9
\1 - Simbiose em todos os lugares.......................................... 13
2 - Contra a ortodoxia............................................................ 20
3 - Individualidade por incorporação.................................... 38
4 - O nome da videira ........................................................... 53
5 - A vida a partir do zero . ..... ...... ..... .. ... ... . .. ........ .. . . . . . . . . . . .. . . . 70
6 - O sexo como herança ...................................................... 85
7 - Em terra firme .................................................................. 101
8 - Gaia .................................................................................. 107
Apêndice .. .. .. .. . . .. ... . .. . . . .. . .... .. ..... .. .. .. .. ... .... ..... ...... .. . . . . . . . . ...... ... 123
Notas ...................................................................................... 125
Índice ...................................................................................... 129
.
Lista de ilustrações
.
.
Prefácio
- Mãe, o que o conceito de Gaia tem a ver com sua teoria da sim-
biose? -perguntou meu filho Zach, então com 17 anos, certo dia
após chegar do trabalho. Zach já não era um aspirante a político,
mas um desiludido assistente de um legislador na assembléia le-
gislatíva de Boston, e havia acabado de chegar em casa após uma
exaustiva tentativa de esboçar leis relativas a abrigos para idosos
para um de seus dois chefes ausentes.
- Nada - respondi de pronto -, ou, pelo menos, nada pelo que
eu saiba.
Desde então venho refletindo sobre a pergunta que ele me
fez. O livro que você tem em mãos é uma tentativa de responder
àquela questão. As duas principais idéias científicas com que
tenho trabalhado em minha vida profissional, a teoria da endos-
simbiose seqüencial (SET- serial endosymbiosis theory) e Gaia,
e a relação entre as duas, compõem o tema central deste livro.
A pergunta de Zach, como a simbiose coexiste com Gaia, foi
sucintamente respondida com uma brincadeira de um maravilho-
so ex-aluno meu, Greg Hinkle, hoje professor da Universidade de
Massachusetts em South Dartmouth. Antes de receber seu PhD,
Greg sabia e ensinava que a simbiose é simplesmente a convivên-
cia com contato físico de organismos de espécies diferentes.
Parceiros na simbiose, companheiros simbiontes subsistem lite-
• Todas as epígrafes dos capítulos silo citações de Emily Diclcinson { 1830-1886); n numera-
ção é de T. H. Johnson. org., Tlu: Complete Bonk of Poems o/ Emily Dickinson {Lilllc Brown
and Company, 1955).
'I O O PLANETA SIMBIÓTICO
• O termo apt! designa os grandes primatas do Velho Mundo (chimpanzés, gorilas e orango-
tangos). Em português, não há designação semelhante. Adotamos o lermo "símios" para uma
aproximação e diferenciação (entre numkeys e npes) etimoiógica. (N. do R.T.)
'I 2 O PLANETA SIMBIÓTICO
DNA
· Parede celular
Figura 1
Comparação de células procariontc e cucarionlc.
exilado russo que vive na França, brincou que "existem dois tipos
de sistema genético, o nuclear e o obscuro".* É óbvio que com
"obscuro" ele queria dizer citoplasmático.4
__ ;-- O que começara às margens da visão microscópica da célula
estava então mais próximo do centro do palco. As descobertas so-
bre a importância da simbiose na evolução nos obrigaram a rever
a antiga perspectiva nucleocêntrica da evolução como uma luta
entre animais. Que a natureza seja impiedosa, displicentemcnte
indiferente ao sofrimento individual, não exclui o fato de que a
simbiose, começando como uma aliança desconfortável de for-
mas de vida distintas, pode estar na base da origem das principais'
inovações evolutivas. A consciência humana e dos animais, as-•
sim como outros tipos de beleza e complexidade biológica, são
propriedades de nossa linhagem bacteriana, pontilhista e de coe-
volução. A convivência intracelular, uma infiltração e assimila-
ção muito mais profundas do que qualquer aspecto da sexualida-
de humana, produziu de tudo, de florescências primaveris e cor-
pos de mamíferos quentes e úmidos ao nexo global da Terra. A
simbiogênese, três décadas mais tarde, está convertendo a genéti-
ca citoplasmática de tema marginal a tema central nos estudos
dos genes.
O abade Mendel postulou a existência de "fatores"; somente
mais tarde outras pessoas os denominaram genes nucleares. Esses
fatores, teorizou Mendel, produziam as diferentes cores (amarelo
e verde) e texturas (enrugada ou lisa) nas ervilhas-de-cheiro que
ele plantou e cruzou em sua horta no monastério. O propósito de
Mendel, muito provavelmente, era mostrar a imutabilidade fun-
damental da hereditariedade e assim opor-se, como em uma ver-
são respeitável e brilhante de um "cientista da criação" paradoxal
moderno, à noção anti-Adão de Charles Darwin da mutabilidade
de todas as espécies. Segundo um brilhante manuscrito inédito de
um historiador da ciência amador da ilha de Nassau, nas Baha-
mas, cujo nome não consigo me lembrar, Mendel não viu indício
algum de que as espécies mudavam e evoluíam. Flores macho
vermelhas e flores fêmea brancas produziam sementes que cres-
ciam em uma prole rosa. Mas as flores geradas por pais rosa eram
apenas vermelhas ou apenas brancas como seus avós. Quaisquer
que tenham sido suas motivações, os fatores de Mendcl foram
• PLANTAE
Ácido
Tanicolignina
Celulo••
ANIMALIA
Ono
Concho
Mú.culo
PROTOCTISTA
Algas, bolar da água,
bolar da lado, redas da
Ioda, protozoários
FoQOCito•o
inlracelular
Motilidade
Diferenciação
Multicalularidada
Muhiceluloridode
Fotossintasa
,L
.
\
. .
, ·. : .
que a exposição é dogmática, enganosa, não é apresentada de for-
ma lógica e muitas vezes é totalmente incorreta. Ao contrário da
própria ciência, a SET é hoje aceita sem críticas. A vida é assim.
.'-< -A SET é uma teoria da união, de incorporação de células e di-
. : ·, ..., , . forentes histórias e habilidades. Antes da endossimbiose seqilen-
CONTRA A ORTODOXIA 37
J?igura 3
E.,;piroquctas se transformam cm ondulipódios
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Figura 4 -·
Mão dos cinco reinos
prosperou por mais quatro décadas, só que ele nunca mais pesqui-
sou a origem simbiótica das organelas. Bactérias eram pragas
perigosas; ninguém sequer escrevera sobre elas no contexto da
evolução da vida. Além do mais, os ramos das árvores de família
se subdividiam. Ninguém, além de Merezhkovsky, afirmou que
os ramos se incorporavam.
Hoje sabemos que o trabalho de Wallin, "o excêntrico", está
mais afinado com o pensamento de nossa época do que com o da
época dele. Um dos motivos pelos quais as afirmativas de Wallin
não foram sequer observadas de forma critica foi o compromisso
generalizado com uma rígida taxonomia. Qualquer organismo
visto como um animal ou uma planta era classificado como um ou
outro. E ponto final. Aliás, o que é confuso mas bastante revela-
dor, os micróbios natatórios eram classificados no reino animal.
Quando micróbios extremamente semelhantes eram verdes e tem-
porariamente imóveis, eram considerados plantas. Uma botânica,
só porque ocupava o departamento de botânica, classificaria todos
56 O PLANETA SIMBIÓTICO
Figura 5
Mixotricha paradoxa, um "nenhum aquático" (prololisla): exemplo de indivíduo
composto de pelo menos cinco tipos de organismo.
• Jogo de palavras da autora comfrom scratch (a partir do zero) c.from scwn (espuma). no ori•
ginal. (N. dai.)
A VIDA A PARTIR DO ZERO 7"1
t.
,·
5~
;
com uma fonte de energia adequada dentro de uma membrana
gordurosa, tornou-se quimicamente complexa. Harold J. Mo-
rowitz, professor emérito da George Mason University, cm Fair-
i ~ fax, Virgínia, e diretor do Instituto Krasnow para Estudo da Evo-
1
1, lução da Consciência, afim1a isso de forma eloqüente em Seu di-
'
vertido livro sobre a maionese.! Essas bolsas lipídicas cresceram
·1 e desenvolveram a autómanutenção. Por meio da troca de partes,
1
! elas mantiveram sua estrutura de forma cada vez mais constante.
É claro que a energia era necessária. Provavelmente a energia so-
:! lar, a princípio, circulou pelas gotículas; um fluxo de energia
i
' controlado levou à individualidade que se transformou em vida
celular. 2 Por definição, a mais estável dessas gotículas sobreviveu
por mais tempo e, por fim, aleatoriamente, reteve sua forma por
incessante intercâmbio de partes com o ambiente. Após um boca-
, do de evolução metabólica, que acredito ter oco1Tido dentro da
A VIDA A PARTIR DO ZERO 73
Figura 7
Protistas acasalando: o canibalismo malsucedido cm prototistas unicelulares resul-
tou cm uma aliança denominada sexo. Aqui, duas Tric/1011ympha se acasalam.
A fêmea, com o anel de fecundação, é penetrada pela parte posterior pelo macho.
nosidade solar aumenta. Apesar do Sol cada vez mais forte, o pla-
neta mantém um longo platô de temperatura estável.
Daisyworld foi um momento decisivo para a ciência de Gaia.
Stephan Harding, professor do Schumacher College em Devon,
Inglaterra, hoje regula Daisyworlds com 23 espécies de diferentes
cores, além de herbívoros que comem as margaridas e carnívoros
que comem os herbívoros. Esses modelos não revelaram nenhu-
ma relação entre o que é bom para uma determinada espécie e o
que é bom para o planeta como um todo. O crescimento popula-
cional de um tipo de organismo pode gerar seu próprio colapso.
O que os modelos mostraram foi o esboço matemático de uma
sobreposição entre seleção natural e regulação da temperatura
global, a qual constitui um exemplo paradigmático do comporta-
mento de Gaia. Os modelos de Harding indicam que os diferen-
ciais de sobrevivência agem reforçando ou mesmo gerando con-
seqüências globais. Os biólogos se tomam menos relutantes em
abraçar a teoria Gaia. A regulação da temperatura é uma função
fisiológica não apenas de Daisyworld, mas dos corpos e socieda-
des da vida. Mamíferos, atum, repolhos e colméias regulam suas
temperaturas em uma faixa de alguns graus. Como as células das
plantas ou abelhas que vivem cm colméias "sabem" como manter
a temperatura? Seja qual for a resposta em princípio, as células do
atum, do repolho, das abelhas e dos ratos exibem o mesmo tipo de
regulação que prevalece por todo o planeta.
Gaia, em toda a sua glória simbiogenética, é inerentemente
expansiva, sutil, estética, antiga e de uma delicada flexibilidade.
Nenhuma colisão de planetas ou explosão nuclear chegou a
ameaçar Gaia como um todo. Até agora, a única forma pela qual
nós, seres humanos, provamos nosso domínio é pela expansão.
Continuamos a ser atrevidos, broncos e recentes, mesmo à medi-
da que nos tornamos mais numerosos. Nossa resistência é uma
ilusão. Será que temos a inteligência e a disciplina de resistir à
nossa tendência a crescer sem parar? O planeta não permitirá que
nossas populações continuem a se expandir. Populações descon-
troladas de bactérias, gafanhotos, baratas, ratos e grama sempre
entram em colapso. Seus próprios resíduos causam repugnância à
medida que resultam em aglomerações e escassez severas.
Surgem as doenças, como populações do "outro" que se expan-
dem de forma oportunista. Elas pegam o exemplo de comporta-
mentos destrutivos e desintegração social. Até os herbívoros.
GAIA '1.21
Número mínimo de
PROKARYA EUKARYA sistemas genéticos
(sem simbio- Número de (com simbio- integrados (genoma
gênese) genomas gênese) ou mônadas)
BACTÉRIAS PROTOTIST AS
("monera")
Algas marinhas (todas
Arqueobactérias, as algas), amebas, ci-
Eu bactérias liados, bolores de lodo,
gram-positivas redes de bolores, mas-
tigotos, bolores de água
Eubactérias 1
gram-negati v as
Incluindo FUNGOS
cianobactérias
Bolores, cogumelos,
leveduras, micorrizos
de raízes
ANIMAIS
Esponjas, águas-vivas,
caranguejos, mariscos,
caracóis, peixes, pás-
saros, mamíferos
PLANTAS
Musgos, samambaias,
coníferas, plantas
com flores
Prefácio
1. Lynn Margulis e Dorion Sagan, Sla11ted Truths: Essays 011 Gaia, Symbiosis, a11d
Evol11tio11 (Nova York: Copemicus Books, 1997): "Sunday with J. Robert Oppe-
nhcimcr" e outros trabalhos, muitos previamente publicados. descrevem o "grande
problema" com a biologia ncodarwiniana e os efeitos cm geral destrutivos do apar-
theid acadêmico. Os ensaios detalham o contexto da vida como um fenômeno pla-
netário no qual a simbiogênesc, sobretudo por meio das associações bacterianas, é
a principal fonte de inovação evolutiva.
Lynn Margulis e Dorion Sagan, What Is Sex? (Nova York: Simon & Schuster,
1997): uma pesquisa filosófica e ilustrada da evolução do sexo desde os primórdios
filosóficos em um universo cheio de energia até o cibersexo e além.
Lynn Margulis e Dorion Sagan, W/iat Is Ufe? (Nova York: Simon & Schuster,
1996): ilustrado com fotografias coloridas e desenhos em preto e branco, é uma
exploração filosófica e científica de uma das questões mais fascinantes da história.
O livro defende um conceito de vida que transcende tanto o mecanicismo como o
vitalismo. Incluindo seções sobre o fundamento solar da economia global e o status
da humanidade como um superorganismo, enfatiza o esquecido papel do livre-arbí-
trio no desenvolvimento evolutivo.
Gaia to Microcosmos, vol. 1, Planetary Life (Dubuque: Kendall/Hunt, 1994):
qualro vídeos breves: From Bacteria to Biosphere; Photosynthetic Bacteria - Red
Sunlight Transformers; Spirosymplokos deltaeiberi - Microbial Mats and Mud
Puddles; e Ophrydium vcrsatilc: Wliat Is an lndivid11al?
Dorion Sagan e Lynn Margulis, Garde,1 of Microbial Delights: A Practical
Guide to tlie Subvisible World (Dubuque: Kendall/Hunt, 1993): um guia sobre a
história do conliecimcnto, diversidade e utilidade do mundo microscópico, incluin-
do notas sobre como criar bichinhos de estimação microbianos. Escrito para profes-
sores e alunos, amantes da natureza e frequentadores de museus de história natural,
é ricamente ilustrado.
Lynn Margulis, Five Ki11gdoms Poster, ilustrado por Christic Lyons, projetado
por Dorion Sagan (Rochester, N. Y.: Ward's, 1992): o conjunto inclui um livro do
professor e um guia para atividades cm sala de aula.
Lynn Margulis e Dorion Sagan, Origirrs of Sex: 711ree Billio11 Years o/Genetic
Recombi11atio11 (Ncw Haven. Conn.: Yale University Press. 1991 ): a descrição e o
período de surgimento da recombinação do DNA cm bactérias, fusão celular em
protistas. o surgimento do gênero, alternância de gerações e outros processos
sexuais no contexto evolutivo.
Lynn Margulis e Dorion Sagan, Mystery Dance: 011 t/ie Evolmim1 of Huma,1
Sexuality (Nova York: Summit Books, 1991): um resumo dos efeitos cm múltiplos
'126 O PLANETA SIMBIÔTICO
Capítulo um
.................
1. 1. E. Wallin, Symbioticism and tlie Origin of tlie Species (Baltimore: Williams &
Wilkins, 1927). Charles Darwin, 011 tlie Origin of tlie Species by Means of Natural
Selectim, or tire Prcservatio,1 o/ Favored Races in tire Struggle for Life (Londres:
Murray. 1859).
2. Sorin Sonea e Mauricc Panissct, A New Bacteriology (Sudbury Mass.: Jones &
Bartlell Publishers, 1993).
3. Paul Nardon e A. M. Grcnicr, "Serial Endosymbiosis Theory and Weevil
Evolution: TI1c Role of Symbiosis", in L. Margulis e R. Fester. orgs .• Symbiosis as
a So11rce of Evolmionary lm,ovation (Cambridge, Mass.: MIT Press, 1991 ).
4. Esses organismos e sua atividade são notavelmente ilustrados em vídeos: veja
Scicncewriters, Gaia to Microorganism (Dubuque, Iowa: Kendall/Hunt Publishing
Company, 1996), Lorrainc Olendzenski, Lynn Margulis e Steve Goodwin, Looking
at Microbes: Tire Microbiology Laboratory for St11dents e Lynn Margulis e Dorion
Sagan, Microcosmos Videos, vols. I e II (Sudbury, Mass.: Jones and Bartlett
Puhlishcrs, 1998 e 1999).
Capítulo dois
.................
1. G. G. Simpson, A11 A11tobiograpliy (Nova York: Columbia Univcrsity Prcss,
1()77).
2. Para obter uma descrição técnica da hereditariedade, origem e evolução dessas
mganclas, consulte a segunda edição de Symbiosis i11 Ccll Evolutio11 (Nova York:
NOTAS '127
W. H. Freeman, 1993). Uma visão menos técnica mas certamente adequada domes-
mo material está em Lynn Margulis e Dorion Sagan, Microcosmos: Four Billion
Years of Evolulion from Our Microbial Ancestors. Para conhecer a empolgante e
notável história da genética citoplasmática, consulte J. Sapp, Beyond lhe Gene
(Nova York: Cambridge University Press, 1987).
3. J. Sapp. Evolulion by Association: A llis1ory of Symbiosis (Nova York: Oxford
University Press, 1994).
4. B. Ephrussi, Nucleo-cyloplasmic Relalions in Micro-Organisms (Oxford, U. K.:
Clarendon Press, 1953).
5. Ver Beyond lhe Gene, Sapp, nota 2.
6. J. Sapp, Evolution by Associalion: A History of Symbiosis (Nova York: Oxford
University Press, 1994). Dobzhansky: "Em biologia nada faz sentido exceto à luz
da evolução", citação de 1973 na p. 187.
7. R. Sager e F. Ryan, Cell Heredily (Nova York: John Wiley & Sons, 1961); ver
também G. Pontecorvo, Trends in Genelic Analysis (Nova York: Columbia
University Press, 1959).
8. E. B. Wilson, The Cell in Development and Heredity, 3° ed. (Nova York:
Macmillan Co., 1928).
9. L. N. Khakhina, Concepts o/Symbiogenesis: A Historical and Criticai Study ofthe
Research of the Ru.ssian Botanists (New Haven, Conn.: Yale University Press, 1992).
Capítulo três
1. D. C. Smith, "From Extracellular to Intracellular: The Establishment of a
Symbiosis", in The Cell as a Habitat, vol. 204 (Londres: The Royal Society, 1979),
pp. 115-130.
Capítulo quatro
1. Um conceito do intrépido e prolCfico explorador e biólogo alemão do século XIX
Christian Ehrenberg. Ver What Is Li/e? na nota 1, Prefácio.
2. H. F. Copeland, Classijication of the Lower Organisms (Palo Alto, Calif.: Palo
Alto Books, 1956).
3. R. H. Whittaker, Conm11mity Ecology, 2° ed. (Nova York: Macmillan. 1975).
4. R. H. Whittaker, "New Concepts ofKingdoms", Science 163: 150-160, 1969.
5. Os micróbios incluem bactérias, os menores prototistas e os menores fungos. Ver
Lynn Margulis e Karlcne V. Schwartz, Five Kingdoms: An lllustrated Guide to the
Pliyla of Life on Earlh, 3º ed. (Nova York: W. H. Freeman, 1998). Uma descrição
de cada filo de bactérias, prototistas, fungos, animais e vegetais (cerca de cem filos)
é acompanhada por uma fotografia de um organismo exemplar, vivo, se possível, e
um desenho com legenda de um membro típico do filo.
6. Os prototistas são desenhados em seus muitos hábitats naturais. do deserto ao
alto-mar, em L. Margulis, K. V. Schwartz e M. Dolan, Divcrsi1y o/ Life on Earth:
lllustrated Five Kingdoms (Sudbury, Mass.: Jones and Bartlett. 1999). Organismos
maiores e mais familiares acompanham os micróbios cm todos os desenhos.
'I 2 8 O PLANETA SIMBIÓTICO
Capítulo cinco
·················
1. H. J. Morowilz, Mayonnaise a11d tlze Origin of Life: Thoughts of Mi11ds a11d
Molecules (Woodbridgc, Conn.: Ox Bow Prcss, 1985).
2. D. Dcamcr e G. Flcischakcr, Origi11s o/ Life: The Cemral Co11cepts (Sudbury,
Mass.: Joncs & Bartlctt, 1994).
3. Francis Crick, U/e ltself: lls Origi11s a11d Nature (Nova York: Simon & Schustcr,
1981).
4. H. J. Morowitz, Begim1i11g ofCellular Life (New Haven, Conn.: Yale University
Prcss. 1992).
5. F. Dyson, Origi11 of Life (Cambridge: Cambridge Univcrsity Prcss, 1987).
6. M. T. Madigan, J. M. Matinko, J. Parker, Brock Biology o/ Microorganisms, 8ª
cd. (Uppcr Saddlc Rivcr, Ncw Jersey: Prcnticc-Hall, 1997).
Capítulo seis
1. Lynda J. Goff, "Symbiosis, Intcrspccific Gene Transfer and thc Evolution or
Ncw Spccics: A Case Study in thc Parasitic Red Algac", in L. Margulis e R. Festcr,
orgs .• Symbiosis as a Source o/ Evolutio11ary lnnovation (Cambridge, Mass.: MIT
Prcss, 1991 ).
2. Lynn Margulis e Dorion Sagan, Origins o/ Sex: Three Billion Years o/ Genetic
Recombi11alio11 (New Haven, Conn.: Yale University Press, 1991) e What Is Sex?
(Nova York: Simon & Schuster, 1997).
3. L. R. Clcvcland, "Thc Origin and Evolution of Mciosis", Scie11ce, vol.105, pp.
287-288, 1947.
Capítulo sete
1. M. A. McMcnamin e D. S. McMcnamin, Hypersea: Life 011 La11d (Nova York:
Columbia Univcrsity Prcss, 1994).
2. V. 1. Vcmadsky, The Biosphere (Nova York: Copemicus, Springcr-Vcrlag, 1998;
1926 cm russo).
Capítulo oito
.................
1. James E. Lovclock, Gaia: A New Look ai Life 011 Earth (Oxford, U. K.: Oxford
Univcrsily Prcss, 1979).
2. Lorraine Olcndzcnski, Lynn Margulis e Stcvc Goodwin, vídeos Looki11g ai
Microbe.f vol. 1, Tlze Microbiology Laboratory for Studellts, vol. 2 Microbe 's
World (Sudbury, Mass.: Joncs and Bartlett Publishcrs, 1998).
3. P. Bunyard, org., Gaia i11 Actio11: Scie11ce ofthe Uvi11g Ear1l1 (Edimburgo, U. K.:
Floris Books, 1996).
4. S. Schncidcr e P. Boston, Scie11tisls 011 Gaia (Cambridge, Mass.: MIT Prcss,
1990).
5. D. Sagan, Biosphere. Metamorphosis o/ Plflnet Earth (Nova York: McGraw-
Hill/Banlam. 1990).
Índice
A Autotróficos, 83
Acidez/alcalinidade, 113, 116 Axônios, 52
Ácidos nucléicos, 50
Água animada, 105 B
Alanina, 76 Bactérias
Algas,38-39,56,62,63,87,90 canibalismo malsucedido entre, 87,
Chlamydomona.\", 33, 51, 93-95 96-100
Chlorella, 18 como agentes inimigos, 56-58, 76
cloroplastos, 25, 28, 34, 41-43, 44- como antigas organelas, 39
45. 55 como fundamento da evolução, 12,
co-evolução com os fungos, 102- 17-18,55,57,58,63.65,68, 71,
105 114, 115
Convoluta roscoffensis e, 17-18 como fundamento da teoria da
evolução das plantas e, 92-95, 103- endossimbiose seqüencial (SET),
106 35-37, 39-52
origem das, 39-42 e problema da origem da vida, 71-84
Altman, Sidney, 81 falta de espécies em, 14
Ameba, 16, 61, 63 fixação de nitrogênio. 13, 102
Aminoácidos. 47-48, 77-78, 102
fora do núcleo mas dentro das célu-
ver também Proteínas
las, 33-34
Amônia, 83. 115
fotossintéticas, 17-18, 28, 41-42,
Anaeróbios, 39
56-57, 104
Anastomose, 54
hábitos sexuais das, 85-87
Animais. 54-55, 56. 58. 69
incorporação dentro de plantas e
evolução dos, 90-92
fósseis mais antigos de, 90 animais, 14, 30
plantas-animais, 17-18 na pesquisa sobre moscas-das-fru-
sexo entre, 86-87, 96 tas, 16
Antártida, 104-105 partes não nucleares das células,
Antropocentrismo. 11-12 como remanescentes das, 31
Aptidão, 24 sistemas duplos de hereditariedade
Archaea, 66 de, 30-31
Aristóteles. 58, 59 Bactérias fotossintetizantes. 17-18. 28,
Arqucobactérias, 39-41. 42-43, 46-49. 41-42, 57, 105
50-51. 67, 99-100 Bactérias terrnoacidófilas.
Árvores, 105-106 Ver Arqueobactérias
Árvores de família, 53-54 Base material, 27
Astatt, Peter R., l 03-104 Bateson, Gregory, 53
'I 3 0 O PLANETA SIMBIÓTICO
H
Haeckel, Ernst, 58. 60-61 Independência,
Haldane, J. B. S, 29 tendência a se unir e ressurgir. 18-
Hall. John, 51 19
/1a/l11ci11ose11ia, 92 lndi vidualidade
Halobactérias, 66 parceiros na origem da, 39-41, 42
Harding, Stcphen, 120 simbiogênese e, 17
Hardy, G. S., 29 surgimento da célula, 18-19
llarris. Betsy Blunt, 115 Iodeto metilo, 115
Hartman, Hyman, 47
Haste mitótica. 46, 99 J
Herança de características adquiridas, Jornada nas estrelas, 101, 106
1<,-17, 32 Joyce, Gerald, 82
ÍNDICE
K Microscópio
Keeble, J., 17-18 eletrônico, 47, 57, 65
Kirshner, J., 117 invenção do, 56, 58
Microtúbulos, 46, 49, 51, 52, 99
L Miller, Stanley L., 77-78
Lamarck, Jean Bapliste, 16-17 Mills, Don, 81
Lamarckismo, 16-17, 32 M irabilis jalapa, 33
Leeuwenhoek, Antony van, 56, 58 Mitocôndrias, 14, 25, 30, 33-34
Lenhossek, Mihaly von, 50 características das, 43-44
Leveduras,28,33, 56,62 filiação direta, teoria das origens
Life Itself (Crick), 74-75 das, 44-45
Lignina, 105 genes nas, 28
Lineu (Carolus von Linné), 56-60, 61 origens não simbióticas das, 44-45
Lipossomos, 79-80, 82 respiração de oxigênio, 41-43, 49
Líquens, 103-104 teoria simbiótica sobre as origens
Lovelock, James E., 10, 109-113, 115- das, 46-52, 55
116, 117, 119 Mitose, 31-32, 41. 48-50, 52, 95
Luck, David, 51 Moléculas de cadeias longas, 58
Molina, Mario, 110
M Morgan, Thomas Hunt, 28-30
Malloch, D. W., 102-104 Morowitz, HaroldJ., 72-73, 78-81, 82-
Máquinas de movimento perpétuo, 79- 84
80 Morte
Mariscos, 18 canibalismo malsueedido, 87, 96-100
Marte, 109 programada, 87
Mayr, Ernst, 66-67 Mosca-das-frutas (Drosophila), 15-16,
McMenan1in, Mark, 91, 92, 104-105,
29-30
106 Muller, Hennann J., 29, 33
Medusóides Mastigias, 17
Mullicelularidade, 90
Meiose, 31-32, 95
Mycoplasma geniticulum, 74
Memória, e problema da origem da
vida, 78, 80
N
Mendcl, Gregor, 25-27, 28, 29, 31
Ncnneguy, L-F., 50
Merezhkovsky, Konstantin S., 30-31,
42,47,55 Ncodarwinismo, 24, 29, 117
Neolamarckismo, 16-17
Metabolismo primário, 78-79
Metabolismo, 30, 50-51 Neurônios, 51
dentro das células, 82 Nitrogênio, 102, 1 1O, 115
diagrama metabólico cumulativo Novas espécies, formação de, 15-16
dos organismos vivos, 80 Novos indivíduos, simbiogêncse e, 17
e problema da origem da vida, 74, Nucleocitoplasma, 39-43
78-84
na hipótese Gaia, 116-117 o
primário, 7 8-79 Oenothera, 33
vírus e, 64-65 Olendzenski, Lorraine, 18, 115
Metano, 83, 111. 114, 115 Ondulipódia, 50-51
Micologia, 56 Ophrydium, 18
Micorrizo, 13, 102-106 Ordens, 60
Microbiologia, 56 Organelas, 25, 30, 31
Microfósseis, 65, 72, 73 bactérias como antigas, 39
Microscópio de elétrons, 47, 57, 65 cílios. Ver genética dos c!lios
1 3 4 O PLANETA SIMBIÓTICO
cloroplastos, 25, 28, 34, 41-43, 44- Primatas, grande cadeia do ser e, 11-12
45, 55 Problema da origem da vida, 71-84
microfotografias de elétrons, 33 abordagens ao, 71-72
mitocôndrias. Ver Mitocôndrias DNA e, 74, 80-82, 83
plastídios. Ver Plastfdios experiências sobre, 76-77, 79-80
teoria das origens das, 39-52 geração espontânea e, 75-77
Origem das espécies, A (Darwin), 14 Harold Morowitz e, 72-73, 77-81,
Origi11s of Sex (Margulis e Sagan), 87 82-84
Óvulos memória e, 77, 79-80
fatores citoplasmáticos fora do metabolismo primário e, 77-78
núcleo, 28, 30-31 microesfcras da Suazilândia e, 73
no processo de fertilização, 29, 54, panspermia direcionada (pangê-
88-90, 95, 96-100 nese) e, 74-75
ver também Sexo propriedades da vida bacteriana
Oxigênio, 40-43, 48, 49, 83, 91, 110, mínima e, 71-72
111, 114 simbiose molecular e, 81
sistema de Belousov-Zhabotinsky e,
p 78-79
Padrão de hereditariedade assassino- sopa primordial e, 76, 80
kappa, 33 termodini\mica e, 77-79, 82-84
Pais, simbiogênese e, 17 Processo de fecundação, 29, 54, 88-89,
~aleobiologia, 71 95, 96-100
Pa11dorina, 93 Propriocepção, 107-108, 119
Pangênese (panspermia direcionada), Proteínas de motilidade, 51
74-75 Proteínas, 46, 50, 51, 57
Paramécio, 32, 33 e o problema das origens da vida,
Pasteur, Louis, 59, 75-76 74, 80-81
Pelotas de Maomé, 18 ver também Aminoácidos
Pikaia, 92 Proteobactérias, 43
Pirozynski, K. A., 103 Protistas, 33
Plachobrancluu, 17 canibalismo malsucedido entre, 87,
Plãncton, 61 96-100
Plant-A11imals (Keeble), 17-18 definição, 63
Plantas, 54-55, 56, 58-59, 69-69 em outras taxonomias, 56-57, 58,
colonização da Terra, 102-106 62,63
evolução das, 92-95, 103-106 fusão sexual de, 88, 89
fósseis mais antigos de, 90 teoria das origens dos, 39-41, 44-45,
sexo entre, 86-87, 96 50,62,65
Plantas-animais, 17-18 Proto-acasalamento, 99-100
Plastídios, 14, 31, 33-34, 43, 44 Protozoa, 256-~7. 61-62, 63
características dos, 43-44 Prototistas, 41, 48, 54-55, 58, 68-69
filiação direta, teoria das origens canibalismo malsucedido entre, 87,
dos, 44-45 96-100
genes ribossomais dos, 44 clonagem e, 90
Plínio, 59 como haplóides, 98
Pontecorvo, Gino, 31 em outras taxonomias, 56-57, 61-62
Pré-cambriano, 91 evolução da morte nos, 88
P1igogine, llya, 78 mitocôndrias em, 42
ÍNDICE 135
Simbiose Tecidos
como origem de inovação evolutiva. diferenciação, 95
14, 16. 17. 26, 38 Teoria da endossimbiose sequencial
definição, 9-10, 13, 38 (SET)
emprego incorreto do termo, 81 "SET extrema", 43-52
equilfurio pontuado e, 16 conceito de "sequencial" cm, 39
microbiana. Ver Simbiose micro- espiroqucta, hipótese da origem dos
biana cOios, 42-52
molecular, 81 fundamento da, 14
na colonização da Terra, 102-106 hipótese alternativa a, 44-45
origem do termo, 38 hipótese Gaia e, 9-1 O
papel na evolução, 14 idéia básica da, 41
plantas-animais e. I 7-18 origens das organelas na. 39-52
prevalência da, t 3 primeira exposição completa da.
se1-o versus, 87-88, 100 34-35
Simpson, George Gaylord, 23 primeiras contribuições experimen-
Síndrome de Down, 98 tais à, 35
Sistema de Bclousov-Zhabotinsky, 79- representações visuais da, 36, 54-
80 59,122
Sistemas autocalaHticos. 79 versão atual da. 35-37, 39-52
Smith, David C .• 50 Teoria da filiação direta, 44-45
Sonneborn,Tracy,32,33 Teoria de Henneguy-Lcnhossek, 50
Sopa primordial, 76, 80 Teoria evolutiva
Spemann, Hans. 28 bactérias como fundamento da, 12,
Spicgelman, Sol, 81 55,58.65-66.68, 71,114
Stentor coeruleus, 88 definição de evolução, 30
S1e11tor, 29 equilíbrio pontuado na, 16
Sturtevant, A. H., 29
espiroqueta, hipótese sobre a
Suazilândia
origem dos cílios, 43-52
microesfcras, 73
papel da simbiose na, 14, 16
Sulfato, 105
seleção natural e. 11, 16, 114. 117
Sulfeto de hidrogênio, 114
taxonomia baseada na, 60-69
Supcrmoléculas, 81
Termodinâmica, 77-79, 82-84, 112
Superorganismos, 108-109, 116-119
Termoplasma, 47
ver também Hipótese Gaia
Szostak, Jack W .• 82 Tradição judaico-cristã, grande cadeia
do ser e, 11
Tribraqufdeo, 92
T
Tapetes microbianos, 70-71 Trufas, 105
Tartar, Yance, 29 Tubulina, 46, 51-52
Taxonomias, 53-69 ·
baseadas na evolução, 60-69 u
definição, 53 Uniões espermatozóide-óvulo, 29, 54,
funções das, 53-54 88-90. 95, 96- 100
pré-evolutivas, 58-61 Universidade da Califórnia em
revisão da autora de antigas, 54-55, Berkeley, 31-34
57-58, 62-69 Universidade de Chicago, 22-24, 28-30
termos problemáticos e, 56-57 Universidade de Wisconsin em
termos que causam confusão, 56-57 Madison, 23. 30-31, 33
Taylor. Max, 34, 36, 43, 44, 52 Urey, Harold C., 77-78
V Wcismann, August, 28
Vemadsky, Vladimir, 105 Whittaker, Robert H., 62, 63, 6S
Vírus Ebola, 65 Wilson, E. B., 31
Vírus, natureza dos, 64-65, 72 Wilson, E. O., 108
Volvox, 93-95 Wocsc, Carl R., 51. 66, 67
z
w 7.ea (milho), 33
Wallin, Ivan E., 14, 31. 54-56, 57 Zigósporos, 98
Watson, Andy, 119 Zigotos, 74, 86, 88