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Artigo

Trabalhando nesta “era do não emprego”


24/10/2016 - por Dino Mocsányi
Este artigo é parte do livro "Consultoria: O Caminho das Pedras" (mais de 12.000 exemplares vendidos) e
um dos muitos temas do curso "Consultoria - Formação Prática", cujas próximas edições em diversos
estados do Brasil estão em nossa agenda.

Deste o início deste século, passamos por uma enorme transição para uma "Era do Não-
Emprego", cujas consequências mal começam a ser compreendidas pelas empresas,
organizações e governos, além dos profissionais, muitos(as) agora desempregados ou com
receio que isto aconteça. E esta confusão entre o velho modelo “CLT” e o novo de “Não-
Emprego”, típica de períodos de transição, esconde a notáveis oportunidades de trabalho e
renda!

Não se trata de algo que ocorre só no Brasil, mas sim em escala mundial. Estudiosos como
Charles Handy, William Bridges, em seu livro “JobShift, Um Mundo Sem Empregos” e
James Rifkin, no livro “O Fim dos Empregos”, já nos alertavam sobre isto desde o início dos
anos 90. Muitas vezes foram levianamente considerados visionários pelos mais míopes...

A mudança de relação entre as organizações e os profissionais é uma destas grandes


transições com as quais convivo diariamente em minhas sessões de coaching de
(re)orientação de carreira, envolvendo dúvidas, dúzias de idéias, receios, angustia e a
busca de alternativas mais focadas.

O problema novo que surge agora é que ainda existem relativamente poucos recursos para
a necessária reciclagem de conceitos, que profissionais e organizações precisam
empreender nesta nova situação.

Existem metodologias para organizar o passo a passo, que se inicia pela determinação do
foco de atuação de novas atividades e de serviços com potencial de venda, orçamento,
marketing e contratações para geração de trabalho e renda.

Existem no Brasil, ainda que em quantidade muito inferior à Europa e Estados Unidos,
alguns bons programas de apoio e treinamento para aperfeiçoamento e reciclagem de
profissionais, para a transição direcionada ao trabalho independente e consultoria. Acredito
mesmo que nosso curso para Formação Prática para Consultoria, apresentado desde
1996 em todo o Brasil, seja uma das poucas oportunidades que existem por aqui para esta
reciclagem.

Existem também no mercado brasileiro alguns poucos livros sobre o tema, em sua quase
absoluta maioria traduzidos, ambos tendo como público-alvo as organizações e pessoas
que atuam ou pretendem atuar neste novo ambiente de trabalho do não-emprego.
Por isto escrevi e lancei em 1997 a primeira edição de meu livro, dedicado especificamente
a estes profissionais em transição de carreira “Consultoria: O Caminho das Pedras” com mil
e uma dicas práticas aprendidas no dia-a-dia de vida independente como consultor ou
gestor de projetos sem o vínculo da CLT.

A demanda por esta reciclagem confirma que existe hoje uma consciência rapidamente
crescente dos profissionais para atuarem não mais como empregados, mas como
"fornecedores de trabalho", com um "produto" e "mercado" definidos, que os "comprarão"
(contratarão de forma independente, para necessidades específicas, por tempo
determinado) como “não empregados”.

No admirável mundo novo das relações de trabalho, surgem, a cada dia com mais
evidências e força, indícios que já estamos plenamente inseridos nesta nova era. Existirá
sempre muito trabalho para aqueles que souberem entenderem-se como fornecedores e
enxergar-se como um "produto ou serviço", que oferece soluções para demandas ainda não
plenamente atendidas.

São os "empregados “just-in-time", conforme os denomina Rifkin. Somos todos, e seremos


cada vez mais, fornecedores de trabalho, com ou sem vínculo empregatício.

O QUE MUDA AGORA

Liderar empresas e este número crescente de não-empregados muda também, e


drasticamente. As novas exigências, que precisam ser reaprendidas pelas empresas,
incluem, somente para citar alguns poucos exemplos:

- Alta capacidade de negociação;

- Gestão de culturas profissionais heterogêneas e variáveis;

- Motivação em torno de projetos e metas;

- Coordenação entre empregados e toda sorte de não-empregados;

- Contratação e administração por processos e resultados;

- Medição do grau de solução que os "produtos" dos não-empregados oferecem.

Muito bem, pode estar pensando você neste ponto: mas fornecer serviços ou produtos é
para empresas! Pessoas têm empregos, não produtos!

Esta visão falha por não reconhecer as drásticas mudanças ocorridas no ambiente de
trabalho, onde a relação de emprego ortodoxa não é mais a melhor maneira de realizar o
trabalho a ser feito.
As pessoas, empregadas ou não, precisam adicionar valor à empresa para a qual trabalham
ou pretendem trabalhar, com ou sem vínculo de emprego, e passar a se ver como elos de
um processo, onde todos devem adicionar mais valor do que custo.

E como fazer isto?

Existem duas maneiras muito simples, embora possivelmente demoradas, para você
começar sua própria conscientização e mudança:

Em primeiro lugar, veja as empresas como seu "mercado", e procure nelas quais são as
necessidades não atendidas. Você deve ser o melhor candidato, ou melhor, o melhor
"produto" (você já deve ir-se acostumando com sua nova condição!) a supri-las, se estiver
atento e for rápido.

Em segundo lugar, avalie quais são seus recursos, o que você oferece, ou em outras
palavras, o que você está em condições de vender e entregar a este "mercado".

Enfim: que produto é você?

A este respeito, William Bridges, que conheci e com quem convivi por longo tempo, oferece
uma interessante abordagem, que me permito sintetizar para os leitores em cinco pontos:

1. A primeira questão é compreender que a tendência clara é que boa parte das
pessoas passará partes substanciais de sua vida profissional alternando entre o
emprego e o não-emprego. Conheço muita gente assim, eu mesmo me sinto desta
forma hoje, e você deveria ir pensando nisto!
2. Segundo: um produto (ou você, sua especialidade e seu serviço!) existe pelo
cruzamento de sua capacidade de entrega profissional e por demandas não
atendidas das organizações para as quais você trabalha ou pretende trabalhar.
3. Terceiro: lembre-se: a demanda não atendida de ontem, que um dia o levou a ser
contratado, pode não ser a mesma de hoje ou de amanhã: fique alerta para
mudanças em seu "mercado" e adiante-se a elas!

A grande maioria das pessoas, empregadas ou não, ainda não aprendeu a compreender
seus recursos e seus "mercados". Se este for o seu caso, comece a pensar nisto agora! Se
já pensou, melhor para você, grande oportunidade de sair na frente!

1. A quarta questão é: "Você-produto". Não é o que você faz em seu emprego hoje, ou
fez no emprego anterior ou ainda o que poderia fazer se tivesse oportunidade; não é
sua descrição de cargo atual; não é sua formação, habilidade ou experiência
profissional.
2. O quinto e último ponto para reflexão e colocar-se no lugar: "Você-produto" é alguém
que gere os resultados ou benefícios que seu mercado necessita obter, seja ele seu
empregador ou seu cliente, ou alguém que solucione um problema que se esteja
enfrentando. Algo que adicione o valor faltante em outros "produtos" já fornecidos por
seus concorrentes.

Para encerrar este artigo permita-me sugerir que você tente algo novo: escreva um anúncio
sobre você mesmo, sobre "o produto" que você é.

Esta é uma excelente maneira para assegurar a si mesmo que você sabe o que vende, o
que trará benefícios aos seus clientes, a quem venderá seus conhecimentos (mercados-
alvo), por que ele deveria comprá-lo e como dizer isto a ele.

Boa sorte!

Esta artigo é parte do livro "Consultoria: O Caminho das Pedras", best seller com mais de 12.000
exemplares vendidos, e é um dos muitos temas do curso "Consultoria - Formação Prática" cujas próximas
edições em diversos lugares do Brasil estão em nossa agenda.

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