Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
Civilizações
Parte I
Império Romano - A arte e cultura na Idade Antiga
A arte da Roma Imperial (27 a.c – 476 d.c) foi uma das manifestações mais
importantes da sua cultura, fundamental para entender o mundo romano que se iniciava
desde o oeste da Península Ibérica até o Médio Oriente em sua extensão máxima. A
origem de sua arte está relacionada à influência de duas culturas: a dos povos itálicos,
principalmente dos etruscos que se estabeleceram na península italiana (na região da
Toscana, mais especificamente) e a dos povos gregos devido à expansão territorial do
Império Romano sobre os Bálcãs.
Por outro lado, os cidadãos comuns residiam nas ínsulas que correspondem a
edifícios de apartamentos de vários andares, feitos de madeira e tijolo. Normalmente, as
ínsulas eram destinadas a aluguel e eram bastante pequenas, normalmente com apenas
um quarto para uma família inteira. Apesar da cidade de Roma possuir rede de esgotos,
essas moradias não possuíam casas de banho, como é o caso das domus. Vale comentar
ainda que a proporção de ínsulas para as domus era de quatro para um, deixando claro o
contraste de desigualdade social no Império Romano, principalmente na capital.
1º estilo - Não era considerada uma pintura: as paredes eram pintadas com gesso,
dando impressão de placas de mármore, a influência geométrica se fez mais
presente neste estilo.
2º estilo - Descobriu-se que a ilusão com gesso poderia ser substituída pela pintura:
os artistas pintavam painéis, com pessoas, animais, objetos sugerindo profundidade
(muitas vezes janelas);
4º estilo - Volta da profundidade, dos espaços: a ilusão dos espaços foi combinada a
delicadeza, dando origem ao quarto estilo. Normalmente a pintura era cópia de uma
obra grega, imitando um cenário teatral.
Por fim, mas não menos importante, as artes cênicas estiveram presentes na vida
romana desde seus primórdios. As primeiras manifestações dramáticas foram
introduzidas pelos etruscos ainda no período da República, na forma de danças
acompanhadas de música, mas sabe-se que encenações de vários tipos aconteciam desde
bem antes, em festas e rituais religiosos, em celebrações militares, na dedicação de
templos, durante as pompas fúnebres da elite e nos banquetes públicos. Apesar da
influência da tragédia e da comédia grega, o teatro romano começou a florescer no
Império Romano sob outra estrutura com diferentes estilos. Em primeiro lugar, com
maior destaque, o estilo mime dominou os teatros imperiais, caracterizados por ser uma
peça curta improvisadas com temáticas apelativas de caráter obsceno, cômico, circense
e, algumas vezes, crítico. Outra forma que cresceu no império foi a pantomima, uma
dança com acompanhamento de coro e orquestra, que recebia encenações luxuosas e
possuía temas, em geral, trágicos e cômicos.
Por mais presentes e antigas que fossem as artes cênicas, até 55 a.C as peças
foram apresentadas em palcos temporários, improvisando quando necessário o próprio
cenário. Somente a partir de Pompeu Magno, Roma obteve sua primeira casa de
espetáculos permanente, o famoso Teatro de Pompeu.
Parte II
Arquitetura
Autor: Desconhecido
Obra: “Penteu”
Essa pintura é um afresco encontrado na Casa dos Vettii, uma das mais célebres
e luxuosas domus de Pompeia. Pertencente ao Quarto Estilo, este afresco foi preservado
graças às cinzas e a lava endurecida da erupção do Vesúvio em 79 d.c. e representa o
mito de Penteu que foi morto pelas Mênades (ou Bacantes) por vingança de Dioniso,
uma vez que Penteu proibiu qualquer tipo de culto dionisíaco em Tebas, prendendo
todos aqueles que participassem.
Escultura
Artista: Desconhecido
Obra: “Augusto de Prima Porta”
Essa obra é uma estátua feita de mármore do imperador Augusto César
encontrada na villa (espécie de casa de campo) de Livia Drusilla, sua esposa, em Prima
Porta, região próxima de Roma. Depois de descoberta em 1863, cientistas afirmam que
essa estátua foi policromada com tintas douradas, azuis, vermelhas e púrpuras.
Atualmente encontra-se em um dos museus do Vaticano.
Mobiliário
Obra: Lectus
Lectus eram suntuosos divãs onde os nobres romanos se reclinavam para fazer
suas refeições ou para descansar. Por isso, talvez tenha sido o item mais importante do
mobiliário romano por servir a diversas funções como dormir, sentar, relaxar, comer e
conversar. De modo geral, o lectus tinha uma armação de madeira com tiras de couro
que mantinha um colchão recheado com palha, lã, ou penas. Em uma extremidade
sempre havia um braço, embora muitos desses sofás também tivessem encosto e dois
braços.
Indumentária
Toga
A vestimenta mais característica dos romanos durante o período do império foi a
toga. “Emprestada” pelos etruscos, somente quem gozava da cidadania romana tinha o
direito de trajar a toga, e as autoridades deviam cuidar para que os estrangeiros não a
vestissem. A toga romana era um traje para as classes superiores e principalmente para
os senadores, que a vestiam branca. Volumosa e muito drapeada, o que impedia
atividades físicas mais vigorosas. Em cerimônias religiosas, a toga, às vezes escura, era
passada sobre a cabeça.
Arte decorativa
Artista: Desconhecido
Tudo se iniciou quando eu tinha apenas 9 anos. Eu morava com meus pais numa
ínsula bem pequena, perto do Fórum Romano. Éramos uma família pebleia, bem
humilde, sobrevivendo apenas da água dos aquedutos e da pouca comida que
conseguíamos comprar com o dinheiro que o meu pai ganhava como artesão. Era
normal que eu acompanhasse meu pai em sua jornada de trabalho. Graças a isso,
conheci muito do Fórum, o centro comercial e social mais importante de Roma e o lugar
que eu mais admirava.
Bem, por 26 anos eu exerci meu dever de modo exemplar. De modo geral,
minha vida dividia-se em 2 partes: dia e noite. De dia, especialmente na parte da manhã,
cumpria todas minhas obrigações: eu e minha amiga Ópia rezávamos juntas com as
outras virgens vestais no templo, vigiávamos o fogo sagrado e preparávamos a mola
salsa e o muries, misturas de farinhas de trigo usadas em sacrifícios durante festivais.
Por outro lado, a noite era meu tempo de liberdade. Com a ajuda de Ópia e de
um disfarce, eu fugia constantemente das Casas das Vestais para o Fórum Romano,
cansada daquela vida de sacerdotisa casta, o que eu queria mesmo era viver em
sociedade e era isso que me atraia tanto em Roma. Os nobres conversando sobre política
e andando com suas togas exuberantes, os gritos de comerciantes, os aplausos de um
fim de espetáculo, a beleza das colunas e das esculturas realistas dos imperadores
romanos e a grandiosidade das basílicas e templos são alguns dos inúmeros fatores que
me fizeram me apaixonar pelo povo romano. Eu tinha me arrependido, não queria ser
mais uma virgem vestal nem estar presa a um culto, queria viver em sociedade.
Foi aos 37 que eu conheci Augusto, o homem responsável pelo meu amor e pela
minha morte. Em uma das minhas fugas pelo Fórum, dentro da Basílica de Emília,
peguei-me fascinada por uma pintura enorme ainda inacabada repleta de figuras
mitológicas como era muito comum durante a era imperial de Roma. Notando meu
fascínio, um homem chegou ao meu lado e se apresentou como Augusto, o dono dos
mais lindos olhos e da toga branca mais luxuosa que o império já tinha visto. A paixão
foi recíproca e não tardou para que eu começasse a sair escondida para a domus dele
quase todos os dias.
Sua domus era um paraíso. A ínsula que eu vivia com meus pais não era nada
comparada a grandiosidade da casa de Augusto. Decorada com suntuosos afrescos do
Terceiro e do Quarto estilo e pavimentada totalmente pelo mais belo mármore, a domus
dividia-se em mais cômodos que eu poderia contar. Como se não bastasse, havia
diversas estátuas representando divindades, como Júpiter e Minerva, produzidas
inteiramente a partir de mármore.
Porém, tudo que é bom, dura pouco. No solstício de verão, enquanto partia da
domus de Augusto para voltar a tempo da reza diurna no Templo de Vesta, quatro
soldados romanos me descobriram e me prenderam apesar de ter usado todas as minhas
forças para me livrar e fugir, pois sabia qual seria a conseqüência do meu erro.