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2. SISTEMA JUDICIAL
3. SISTEMA MISTO
Art. 5º, CF
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos , por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá -los, se omitirem;
Apesar de o inciso não delimitar quais são crimes que são considerados
como hediondos, o constituinte ressalva quais são os crimes equiparados aos
crimes hediondos. Estes crimes terão o mesmo tratamento dos crimes hediondos,
mas não se confundem com eles.
Apesar de a lei dos crimes hediondos ter sido editada em 1990, somente
posteriormente em 1994 é que foi considerado o crime de homicídio qualificado
como crime hediondo.
Houve neste ano de 1994 a famosa mobilização da escritora Glória Perez,
em razão da morte de sua filha Daniela, para que fosse inserido o crime de
homicídio qualificado como hediondo neste rol. Professor Rogério ressalva que o
autor do crime contra Daniela, Guilherme de Pádua não sofreu as conseqüências
desta inserção porque a lei penal maléfica não retroage para atingir os fatos
pretéritos.
O homicídio somente será considerado como hediondo em apenas dois
casos:
1. Quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio
1ª corrente
O grupo não se confunde com o par e nem com o bando. Duas pessoas formam
um par. Quatro pessoas formam um bando. Então, o grupo é formado por três
pessoas.
2ª corrente
O grupo não se confunde com o par. Mas, o conceito de “grupo” deve ser atrelado
a um conceito que já existe no sistema penal, sendo mais aproximado do conceito
de “bando”. Desta forma deve o grupo de extermínio ser formado por pelo menos
quatro pessoas.
1ª corrente
O homicídio qualificado é crime hediondo sempre, mesmo que também
privilegiado. Não é esta a corrente que prevalece.
2ª corrente
O homicídio qualificado quando privilegiado deixa de ser hediondo. Esta corrente
possui o fundamento por analogia ao artigo 67, CP. Esta é a corrente que
prevalece.
Art. 157, CP - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa , ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência:
(...)
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave , a pena é de reclusão, de sete a
quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos,
sem prejuízo da multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Vide Lei nº 8.072,
de 25.7.90
Art. 157, CP
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal
circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro
Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Incluído
pela Lei nº 9.426, de 1996)
Equívoco da súmula 610, STF: esta súmula do STF ignora o art. 14, I, CP.
Não há como poder estar consumado o latrocínio se a subtração patrimonial não
está. Nem todos os elementos do crime de latrocínio estão preenchidos, e desta
forma não poderia considerar o Supremo que o crime de latrocínio estaria
consumado apenas com a morte da vítima.
Art. 14, CP - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime consumado (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição
legal; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (…)
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2 o ); (Inciso incluído pela Lei nº
8.930, de 6.9.1994)
Art. 158, CP
§ 3 o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa
condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de
reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal
grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2 o e 3 o ,
respectivamente. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009)
Professor Rogério Sanches diz que o legislador foi infeliz ao dar a
nomenclatura de “seqüestro relâmpago”, uma expressão popular, para esta
tipificação, porque esta prática era anteriormente e de forma comum relacionada
aos crimes dos artigos 157, §2º, V; art. 158; art. 159, CP. Cada um destes crimes
estão estruturados no gráfico abaixo:
"Sequestro Relâmpago"
art. 158, CP
art. 157, §2º, V, CP
(circunstância judicial da art. 159, CP
O agente subtrai o privação da liberdade no o agente sequestra a vítima.
patrimônio da vítima. No crime de extorsão). A colaboração da vítima é
roubo como sequestro
O agente constrange a dispensável, dependendo o
relâmpago a colaboração da
vítima. A colaboração da agente de terceiros.
vítima é dispensável.
vitima é indispensável.
1ª corrente
Guilherme de Souza Nucci e a maioria da doutrina dizem que o novo §3º do art.
158, CP não é considerado como crime hediondo por falta de previsão legal dentro
da lei 8072/1990. Esta é a corrente que prevalece.
2ª corrente
Professor Rogério Sanches diz que a extorsão qualificada pela privação da
liberdade já era hedionda antes da modificação da lei. O que muda é que o
legislador transformou esta circunstância em uma qualificadora. Deve-se fazer
apenas uma interpretação extensiva. Vide o quadro abaixo:
VI - atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação com o art. 223, caput e
parágrafo único); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994)
Real (caput)
VIOLÊNCIA
Presumida (art. 224,
CP)
artigos 213 e 214,
CP
Simples (caput)
RESULTADO
Qualificado pela
lesão grave ou
morte (art. 223, CP)
O estupro e o atentado violento ao pudor são sempre considerados como
crimes hediondos. Qualquer que seja a violência empregada, qualquer que seja o
resultado. Este era o posicionamento dos Tribunais Superiores (STF e STJ).
Mas, este panorama será modificado a partir de amanhã, quando haverá a
modificação da sistemática dos crimes sexuais:
HOJE AMANHÃ
Todas estas modalidades estarão
Art. 213, CP: praticado em razão do art. englobadas no novo artigo 213, CP.
224, CP e do art. 223, CP. Estupro de vulnerável será considerado
como o estupro praticado contra menores
Art. 214, CP: praticado mediante o art. 224, de 14 anos ou doentes mentais (crimes
CP e o art. 223, CP. sexuais praticados mediante violência
presumida).
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1 o ). (Inciso incluído pela Lei nº
8.930, de 6.9.1994)
Não há nenhuma consideração a mais a ser feita sobre este inciso que
costuma cair em concursos apenas com a redação do inciso.
Este é o artigo mais novo dentro do rol dos crimes hediondos, inserido no
ano de 1998. É preciso que se analise todo o art. 273, CP, sobre o cometimento
do crime na forma dolosa:
Art. 273, CP - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins
terapêuticos ou medicinais : (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
9.677, de 2.7.1998) – pena grave já que o agente a merece por ser tão grave o crime
realizado.
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em
depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o
produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. (Redação dada pela Lei nº
9.677, de 2.7.1998) – também considerado como pena grave para aquele que
distribui os medicamentos fabricados pelos agent es do “caput” do artigo.
O professor Rogério Sanches diz que a interpretação que se faz para este
parágrafo é a de que só será aplicada a pena para a adulteração de cosméticos
ou de saneantes no caso de possuírem finalidade terapêutica ou medicinal. Não é
qualquer cosmético ou saneante. Exemplo: adulteração na manteiga de cacau.
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º
em relação a produtos em qualquer das seguintes condições: (Incluído pela Lei nº
9.677, de 2.7.1998)
IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade ; ((Incluído pela Lei nº
9.677, de 2.7.1998)
CP
•Pune quem vende ou expõe a venda o produto
Art. 273, §1º, adulterado. Não precisa o agente ser necessariamente
comerciante. Pena de 10 a 15 anos. Crime hediondo.
CP
•Equipara produtos (apenas considerados aqueles de
Art. 273, §1º-A, finalidade terapêutica). Pena de 10 a 15 anos,
considerado também como crime hediondo.
CP
•Medicamento não está necessariamente corrompido,
Art. 273, §1º-B, mas está irregular quanto às normas da vigilância
sanitária. 10 a 15 anos de pena, considerado como crime
CP hediondo.
Alberto Silva Franco, não sem razão, critica a lei dos crimes hediondos,
entendendo ser uma lei elitista. A lei 8072/1990 somente etiquetou os crimes
praticados pelos pobres contra os ricos; mas não os crimes praticados pelos ricos
contra os pobres como hediondos.
Não existe nenhum crime contra a administração pública com o rótulo de
“crime hediondo”. Existe uma comissão do Congresso Nacional que discute inserir
os crimes de concussão, de peculato e corrupção na lei 8072/1990. Mas apenas
está em fase de discussão esta possibilidade.
Art. 5º, CF
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas a fins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá -los, se omitirem;
1ª corrente
A vedação do indulto feita pela lei 8072/1990 é inconstitucional. Diz esta corrente
que o rol de vedações da Constituição Federal é máximo, não podendo o
legislador ordinário suplantá-los. Esta primeira corrente diz que os casos de
imprescritibilidade são previstos pela Constituição Federal. Na mesma linha de
raciocínio, o legislador não poderia criar outros crimes imprescritíveis. Da mesma
forma não poderá criar outras hipóteses de prisão civil. E assim por diante. Não é
esta corrente que prevalece.
2ª corrente
Esta é a corrente que prevalece e afirma que a vedação ao indulto é
constitucional. Diz esta corrente que o rol de vedações da Constituição Federal é
mínimo, dizendo o próprio constituinte no inciso LXIII que “a lei definirá” o
regramento sobre os crimes hediondos. O argumento é de que o instituto da graça
é amplo, abrangendo o benefício do indulto. É a corrente do STF inclusive (RHC
84572/RJ). O Supremo decide nesta mesma situação que a possibilidade ou não
de indulto será analisada apenas na fase de execução. Professor Rogério
Sanches diz que apesar de o condenado Guilherme de Pádua ter praticado o
crime anteriormente à configuração do homicídio como hediondo, em fase de sua
execução, seu crime teria de ser analisado juntamente à lei dos crimes hediondos.
EMENTA: Indulto (D. 3299/99): exclusão da graça dos condenados por crime
hediondo, que se aplica aos que hajam cometido antes da L. 8072/90 e da
Constituição de 1988, ainda quando não o determine expressamente o decreto
presidencial: validade, sem ofensa à garantia constitucional da irretroatividade da
lei penal mais gravosa, não incidente na hipótese, em que a exclusão questionada
traduz exercício do poder do Presidente da República de negar o indulto aos
condenados pelos delitos que o decreto especifique: precedentes
(RHC 84572, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min.
SEPÚLVEDA PERTENCE, Primeira Turma, julgado em 21/09/2004, DJ 03-12-2004
PP-00042 EMENT VOL-02175-02 PP-00297 LEXSTF v. 27, n. 315, 2005, p. 413-
422).
1ª corrente
A lei de tortura revogou tacitamente a vedação ao indulto na lei 8072/1990. Se o
crime de tortura é um crime equiparado aos crimes hediondos, deverá haver o
mesmo tratamento para todos os crimes da lei 8072/1990, com base no princípio
da isonomia.
2ª corrente
A lei de tortura não revogou a vedação do indulto. Baseia-se esta corrente no
princípio da especialidade. A lei especial da tortura dá tratamento diferenciado
apenas para este crime. Esta é a corrente que prevalece, inclusive no STF.
§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida integralmente em regime
fechado.
§ 1 o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime
fechado. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
11.464/2007
Antes da lei
Depois da lei
Esta súmula diz que o fato de um crime hediondo não ser passível de
liberdade provisória, não impede o relaxamento em razão do excesso de prazo da
prisão.
2º entendimento no STF
No entanto, no HC 92824, o STF revendo seu posicionamento vem autorizando
liberdade provisória para crimes hediondos, vedando-se apenas a fiança. Ministro
Celso de Mello tem um entendimento em seu julgado dizendo que quem tem de
decidir se é cabível ou não a liberdade provisória é o Juiz e não o legislador. O
legislador não poder vedar a liberdade provisória mediante a gravidade do crime
em abstrato. Esta afirmação do Ministro Celso de Mello demonstra a adoção do
sistema mais justo de definição dos crimes hediondos e a sua conseqüência. Por
meio deste entendimento, desaparece a súmula 697, STF, acima analisada.
11.464/2007
Depois da lei
Análise do §3º
Art. 2º, lei 8072/1990
§ 3 o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu
poderá apelar em liberdade. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
Professor Rogério Sanches diz que nunca pede a prisão preventiva por ser
necessária a instrução porque, quando a instrução terminar, o Juiz deverá
obrigatoriamente soltar o agente que praticou o crime hediondo.
Ainda ressalva o professor que nunca se deve mencionar a “conveniência”
da instrução que é uma expressão que não coaduna com o instituto da prisão,
mas sim, fundamentar esta prisão como em necessidade da instrução. Professor
Rogério diz que o melhor para o promotor é fundamentar a preventiva com base
em todos os critérios apresentados pelo art. 312, CPP.
Análise do §4º
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na
legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo
único);
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223,
caput, e parágrafo único);
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo
único) – não existe mais, expurgado do Código Penal ;
1ª corrente
Só cabe prisão temporária para os crimes previstos no artigo 1º transcrito acima.
Os crimes de tortura e de corrupção de medicamentos, como não estão previstos
neste rol do art. 1º da lei 7960/1989, não são passíveis de prisão temporária.
Professor Rogério Sanches entende que não é este o entendimento correto.
2ª corrente
É o entendimento de que os crimes de tortura e de corrupção de medicamentos
devem ser abrangidos pela possibilidade da prisão temporária, com base no §4º
do art. 2º, com referência aos crimes previstos na lei dos crimes hediondos e
equiparados. A lei dos crimes hediondos não só ampliou o prazo de prisão
temporária, mas também ampliou o rol de crimes que admitem esta espécie de
prisão.
LIVRAMENTO CONDICIONAL
Art. 5º, lei 8072/1990 - Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte incis o:
"Art. 83. ..............................................................
........................................................................
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime
hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e
terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza ."
Condenado primário
• Mais de 1/3 de pena
+ bons antecedentes cumprida.
Condenado primário
• Não previsto o prazo em lei.
+ maus antecedentes
Condenado
• Mais de 1/2 de pena
reincidente cumprida.
Como deve ser solucionada a lacuna da lei sobre o condenado
primário e de maus antecedentes? Duas correntes tentam explicar esta omissão
legislativa:
1ª corrente
Na lacuna da lei sobre esta situação, deve ser aplicado o prazo de 1/3, em razão
do princípio do in dubio pro reo para o condenado que é primário mas porta maus
antecedentes. Esta é a corrente que prevalece.
2ª corrente
Como o réu não preenche as características dos bons antecedentes, deverá ele
cumprir mais da metade de sua pena para adquirir o livramento condicional.
1ª corrente
É considerado como reincidente específico o agente que é condenado por crime
hediondo ou equiparado e vem a praticar novo crime hediondo ou equiparado de
qualquer espécie, atingindo qualquer bem jurídico. Neste caso, não tem direito ao
livramento condicional. Esta é a corrente que prevalece.
2ª corrente
É reincidente específico se o agente é condenado por crime hediondo ou
equiparado que vem a praticar o mesmo crime hediondo ou equiparado. Se
praticar este agente qualquer outro crime hediondo ou equiparado terá direito ao
livramento condicional.
3ª corrente
Será considerado como reincidente específico o agente condenado a crime
hediondo ou equiparado que pratica novo crime hediondo ou equiparado que
atinja ao mesmo bem jurídico, mesmo que não sejam crimes de mesma espécie.
Atingindo ao mesmo bem jurídico, não terá direito ao livramento condicional.
LEI 8072/1990
três pessoas com o fim associação forem
de praticar crimes. praticados com o fim de
Pena de 1 a 3 anos de produzir crimes
reclusão. hediondos, de tráfico*,
de tortura ou
terrorismo.
Pena de 3 a 6 anos de
reclusão.
Art. 35, lei 11343/2006 - Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de
praticar, reiteradamente ou não, qualqu er dos crimes previstos nos arts. 33, caput e
§ 1 o , e 34 desta Lei (crimes de tráfico de drogas) :
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a
1.200 (mil e duzentos) dias -multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa
para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
Os crimes do art. 213 e do art. 214, CP podem ser praticados por meio de
violência real ou por violência presumida (com base no mesmo art. 224, CP). A
doutrina questiona este aumento de pena de metade com base no mesmo artigo
224, CP segundo o mandamento do art. 9º da lei dos crimes hediondos.
Segundo o entendimento do STF e do STJ o agente que pratica qualquer
dos crimes do art. 213 ou do art. 214, CP sofrerá o aumento de pena do art. 9º,
8072/1990 quando for o crime sexual praticado mediante violência real. Não deve
ser aplicado o aumento de pena no caso da prática destes crimes mediante
violência presumida, em razão do princípio que veda o bis in idem.
1ª corrente
O Brasil ainda não tem tipo específico para o crime de terrorismo. O terrorismo
continua sendo punido como o crime de incêndio, como crime que atente à
periclitação da vida ou da saúde, de homicídio, etc.
2ª corrente
Entende esta segunda corrente que o Brasil tipificou o crime de terrorismo no art.
20 da lei 7170/1983, lei que trata dos crimes contra a segurança nacional.
Art. 20, lei 7170/1973 - Devastar, saquear, extorquir, roubar, se qüestrar, manter em
cárcere privado, incendiar, depredar, provocar explosão, praticar atentado pessoal
ou atos de terrorismo, por inconformismo político ou para obtenção de fundos
destinados à manutenção de organizações políticas clandestinas ou subversiva s.
Pena: reclusão, de 3 a 10 anos.
Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal grave, a pena aumenta -se até o
dobro; se resulta morte, aumenta -se até o triplo.
Professor Rogério Sanches diz que esta lei que atenta contra a segurança
nacional não tipifica claramente o que é na verdade o crime de terrorismo.
Segundo o princípio da legalidade, dentro do direito penal, somente será
considerado como crime a conduta que estiver tipicamente demonstrada em lei,
atendendo aos seguintes requisitos:
Anterior
Escrita
Não há crime sem
lei. A lei deve ser:
Estrita
Princípio da
taxatividade
Certa
Exige-se clareza
na criação do tipo
penal
Para a maioria da doutrina, caso venha a se entender que este art. 20 da lei
7170/1983 é o tipo para terrorismo, haveria clara afronta ao princípio da
legalidade, por não ser esta lei certa para a tipificação do crime referido.
2) TRÁFICO
3) TORTURA