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Maria Montessori
*1870 Itália
+1952
Liberdade, atividade, vitalidade, individualidade, auto confiança. Humanista, individual.
Crianças
excepcionais. Materiais didáticos e mobílias apropriadas.Estágios: de 3 em 3 em anos.
Contras: método individualizado, diferente de Freinet educação voltada para a vida.Pós:
abriu a porta para as mulheres ingressarem numa profissão.
Celestin Freinet
*1896França
+1966 Liberdade, autonomia, trabalho, coletivo social Não-diretivo, educação pelo
trabalho, social coletivo, humanista social, construtivismo. Aulas passeio, imprensa
cantinhos de pesquisa, registros – centros de interesses. Diferente de Montessouri:
coletivo e a educação voltada para o trabalho.
Rudolf Steiner
*1861
+1925 Antroposofia, corpo, alma, imaginação Humanista.Aluno no centro,levando em
conta as diferentes características das crianças, concepção holística, eurritmia (trabalhos
manuais), setênicos (0/7-bom,7/14-belo,14/21-sabedoria). Professor da classe tutor,
conteúdos da época, escola para elite. Equilíbrio entre o corpo e alma. Contras: Nos
primeiros sete anos afirma que a aprendizagem se realiza por meio da imitação e nada
deve ser racionaliada.
Emília Ferreiro
*=ou-1939/1940 Alfabetização, objetos concretos, individual e coletivo. Construtivismo
social, coletivo e individual, trabalha com objetos concretos evolução da escrita,
analítico. Níveis: pré-silábico, silábico, silábico-alfabético, alfabético. Contras; Não
deixa claro o processo do construtivismo.
Neil Summerhill
*1883
+1973 Liberdade, autonomia, responsabilidade Humanista.Liberdade centrada no aluno,
educar para a felicidade; escola liberal e princípios liberais de autonomia. Salas
ambientes, professor período integral e cada um têm sua sala, regras e punições feitas
pelos próprios alunos. Ação baseada no amor incondicional. Contras: escola para classe
média e alta. Promiscuidade.
Jerome Brunner
*1915 -Situações/
problemas
-descoberta/ intuição Humanista Cognitivista, projetos, pesquisa, insight (solução de
problemas, construção de conhecimento). Teoria da descoberta: indutivo, socrático,
cognitivista, o professor é facilitador; auto-avaliação.criatividade, trabalho em grupo.
Nível de desenvolvimento inativo, icônico, simbólico; o aluno é responsável pelo seu
próprio conhecimento Crítica: Segundo Ausubel o método de descoberta é extenso, o
aluno se perde e a situação problema criada pelo professor foge do controle do
professor.
Albert Bandura
*1925 Modelagem, imitação (vicário), aprendizagem por observação afetiva e social.
Descoberta, propensão inata do ser humano; cognitivista, comportamental. Situações
repetitivas, meio ambientes. Aprendizagem por imitação do comportamento de outras
pessoas (modelo). Fases da aprendizagem por observação: aquisição, retenção,
desempenho e conseqüência. Contras: Imitação de modelos não aprovados mentiras,
desonestidade.
Mills Gagné
*1916
+1967 Motivação, associação da aprendizagem (tipos de aprendizagens) , respeito a
capacidade e individualidade do aluno e habilidades especificas. Sete tipos de
aprendizagens –da simples para a complexa; cognitivista, comportamental
(transformação), condicionamento voluntário. Fases de aprendizagens: de signos,
estímulo-resposta, em cadeia, associações verbais, discriminações múltiplas, conceitos e
resolução de problemas. Ligado a Bandura e Skinner (behaviorismo)
Diz que só a aprendizagem se sistematizar na ordem, mas do mesmo tempo diz que cada
um tem sua habilidade, estão a uma contradição. .
Paulo Freire
*1921
+1996 Diálogo, conscientização, liberdade,
Alfabetização,
Gemas geradores Construtivista sócio cultural. Educação libertadora: a educação deve
ser um ato político;
alfabetização de Adultos: Seu processo de alfabetização inicia-se com palavras
geradoras (+ ou – 17) (de)codificação; o educador deve ser um provocador de situações.
Critica a pedagogia bancária. Não é método e sim projeto.
John Dewey
*1859
+1952 Projetos, democracia e liberdade – Escola Nova, social coletivo. Behaviorista e
funcionalista, pragmatismo, humanista progressista. Ação-reflexão-experiência;
educação para a vida e sociedade mais justa e igualitária. Cognitivista: Situação
problema, análise, incubação, insight, verificação, educação pela ação (experiência),
propiciar as crianças condições para resolver por si própria seus problemas, conteúdos
significados. Contra: muito conservador. Não questionam a sociedade e seus valores,
conservadores
Kilpatrick
Pequenos projetos Humanista sócio-cultural. Trabalhava junto com Dewey. Criticado
por perpetuar valores tradicionais. Projetos de produção, consumo, situação-problema e
elaboração de um novo método técnico. Projeto pedagógico, atividades significativas,
realidade do aluno e a relação com o social, respeitam as etapas de desenvolvimento do
aluno. Contra: Sua escola para elites, escola com poucos alunos, seu método para escola
publica não é viável. Não mostra a realidade
Ovide Decroly
*1871
+1932 individual e social, trabalho em conjunto e equilíbrio Humanista,Pedotecnia,
crianças especiais, globalização do conhecimento, centros de interesses, linguagens
múltiplas, teorias biossociais. Trabalhos manuais (jogos e brincadeiras). Etapas de
aprendizagens: observação, associação, expressão. A escola: sociedade em miniatura,
matérias concretos, deve ser prazerosa, defende a liberdade de iniciativa e a
responsabilidade. Contra: não é viável para salas com grande numero de alunos, como
das escolas públicas.
Roger Cousinet
*1881França
+1973 Jogos, coletivo. Humanista. Adepto da psicologia experimental, a criança como
ela é. Educação centrada no aluno. Trabalha a observação, experimentação, analise de
documentos. O aluno é sujeito do seu próprio conhecimento, auto-confiança. Contras:
idem Decroly
Phillipe Perrenoud
*1946 (Dez) Competências e Habilidades, Formação do Educador. Avaliação.
Pedagogia Diferenciada. Dez Competências (para professores). Atenção ao planejar,
deve ser trabalhada não e só uma transferência é um conhecimento.
O planejamento não pode se imutável, estável deve ser mutável sempre em movimento,
é contra o tayorismo que era somente a transferência de conhecimento, a competência
do professor não é claro e nem simples.
César Coll
* PCNs – temas transversais. Ensino e Aprendizagem, construtivista, contextualização
do currículo (do complexo para o simples). Valorização profissional do professor,
currículo referenciado pela Espanha que influenciou a transversalidade Partiu das idéias
de Piaget para escrever sobre currículo, plano curricular tem que se articulado com a
sociedade.
Antônio Nóvoa
* Significado do professor. Formação do educador. Metodologia de ensino.
Construtivista.Formação contínua. Não separa a teoria da prática. O professor tem que
ser bem preparado e valorizado. Professor pesquisador reflexivo, organizador,
responsável pela sua formação. Hoje o professor te que ter saberes, técnicas,
complexidade social e trabalhar em grupo Contra: método catedrático. Como trabalhar
competências se o sistema não ajuda?
Bernardo Toro
* Tolerância – Pilares da Unesco. participação produtiva. Formação do professor.
Inserção social do ser humano, contextualização com a realidade. Sete competências –
Código da Modernidade- para o desenvolvimento da criança e do jovem: domínio da
leitura e escrita, capacidade para fazer cálculos e resolver problemas, capacidade de
analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações, capacidade de compreender e
atuar em seu entorno social, receber criticamente os meios de comunicação, capacidade
para localizar, acessar e usar melhor a informação acumulada, capacidade de planejar,
trabalhar e decidir em grupo.a 8.ª criar uma mentalidade internacional.
Carl Rogers
*1902
+1987 Terapia centrada no aluno Não-diretivo, humanista. Contrato: atende programas
e conteúdos pela necessidade dos alunos, salas ambientes, pré-adolescentes e
adolescentes, participativo, problema de aprendizagem, terapeuta. Progressão
continuada, ciclos. Professor facilitador, relação confiança aluno, ambiente
diversificado, importância do aspecto interacional do aprendizado, professor e aluno são
co-responsável pela aprendizagem.
Lev Vygotsky
*1896 Rússia
+1934 Ser histórico, linguagem Humanista, abordagem sócio-cultural.
Desenvolvimento e aprendizagem se dá através da interação social, o bom ensino é o
que se incide na zona proximal real proximal potencial, conhecimentos múltiplos.
Professor é intermediário. Zonas e jogos. Contras:O desenvolvimento e aprendizagem
não depende da maturação, não se refere as aspecto afetivo.
Luria
*1902
+1977 Linguagem, experiência com genes Humanista/ sócio-cultural valoriza muito a
escola, a escrita é uma técnica sócio - cultural.
Contras: Os conhecimentos anteriores não são importantes
Friedrich Froebel
*1782
+1852 Verdade, justiça. Liberdade, responsabilidade, iniciativa, Importância da criança,
estimulo, direção. Jardim da Infância. Escola aprender para a vida. Trabalha canto,
gesto e linguagem, trabalhos artesanais.
Mosel
Comportamentalista Organização da matéria na prática do ensino formulou regras
operacionais para as estratégicas da ação docente trabalho com o núcleo depois os
derivados. Ensino com o processo de modelagem.
Maguerez
construtivista Ato de ensinar através de criação de situações incentivar o aluno a
levantar hipóteses através da observação construção, teorização execução e síntese.
Chomsky
Humanista Linguagem é inata ao homem, a gramática não pode estar distante do texto.
Que compor palavras segundo o seu som é o primeiro passo para a leitura.
Piaget
Cognitivista Estrutura cognitivista mudam através dos processos de adaptação:
assimilação e acomodação, níveis diferentes de desenvolvimento cognitivo,
desenvolvimento e etapas da inteligência. .
Postado por Prof. Lídia às 16:26
RESUMO DE LIVROS - VYGOTSKY, Lev. A formação Social da Mente
VYGOTSKY, Lev. A formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
O homem se constitui em sua relação com outro social onde a cultura torna-se naturreza
humana.
As Funções Psicológicas Superiores, FPS, isto é a consciência e o controle são
constituído pela cultura e símbolos, onde: a representação mental e a significação dos
símbolos (cultura) internaliza no indivíduo e dá-se o comportamento neste processo; e a
palavra tem função de intercâmbio cultural e generaliza o pensamento quando
nomeamos objetos e o classificamos servindo para mediar conceitos e torná-los
símbolos.
A formação de conceitos passa por três estágios:
1.sincrético – agrupamento de objetos com nexos vagis e subjetivos;
2.complexo – agrupamento por fatos, concretos, não lógicos, por isso variáveis;
3.conceitos – abstrai-se suas características e resume-se em síntese.
A linguagem organiza o conhecimento.
Os conceitos são espontâneos, sem organização do cotidiano e científico quando
sistemático e organizados, incluem-se num sistema mediado por símbolos e implica
FPS.
Através da aprendizagem a criança desperta os processos de desenvolvimento porque o
cérebro trabalha a atividade psicologia e a cultura tornando-se o homem biológico e
cultural, em sócio-histórico.
A memória, a percepção, a atenção e o pensamento são funções mentais. O cognitivo e
o afetivo unem-se e organiza a consciência e faz-se compreender o pensamento. Assim,
a consciência é a organização do comportamento imposto por práticas sócio-culturais. A
dimensão social é, portanto, essencial. A consciência internaliza o social e o individual,
é histórica e manipula objetos e a linguagem, constituindo uma inter relação entre
intelecto e afeto, entre o mundo e a representação simbólica, entre a subjetividade e a
interação social.
As FPS são ações voluntárias conscientemente controladas e intencionais. O processo
de internalizações das atividades sociais é a própria consciência humana, e é também o
processo que constitui a subjetividade a partir da inter subjetividade.
O conceito é um significado é um ato de pensamento. O pensamento e a fala unem-se
em pensamento verbal. Neste significado há um sentido cognitivo e um afetivo.
As falas podem ser exterior, oral; egocêntrica, da criança até 4 anos; e interior, através
de pensamento.
3. UM DEVER SER
O professor do ensino básico é medido pelo social sua competência na forma de
comportamento, com traços morais e éticos no terreno do dever. Hoje procura-se
preparar como técnicos competente o que pode contribuir pra sua imagem profissional.
4. A HUMANA DOCÊNCIA
Na LDB a educação e o trabalho com as infância adolescentes e jovens não é
reconhecido como educação e sim como ensino, o que confunde nas nossas auto-
imagens.
7. PARÂMETROS E AUSÊNCIAS
Os PCNs trazem debates teóricos e políticos, concretizam estratégias e políticas de
governo e de interesses sociais e políticos, traduzindo sobre a função social e cultural da
escola. Abre horizontes redefinindo conteúdos redefinem a docência.
9. O APRENDIZADO DO OFÍCIO
Carregado por múltiplos espaços, tempos e vivências aprendidas, experimentando,
sentindo com a convivência do oficio, e de condições de vida que condiciona escolhas, a
vida se mistura com a condição de professor e faz o seu aprendizado.
14.CAIXA DE FERRAMENTA
Ao incorporarem o preparo para a cidadania, as orientações aos professores ficaram
confusas, trabalhar ferramentas como o uso da mente e do raciocínio, contribui pra
mudar o mundo.
16.CONSCIÊNCIA POLÍ
TICA E PROFISSIONAL
A mídia, e intelectuais debatem sobre a cultura, valores e saberes que sufocam nossa
sociedade, causando uma insegurança justificada. O valor humano de todo
conhecimento está nas questões do momento, a cultura mercantil e a humanista esta em
tensão, a procura de uma concepção mais global do mundo e da sociedade, dos
conhecimentos científicos e tecnológicos.
O Legalismo Inovador
Tenta sufocar as oportunidades dos professores criarem e se afirmarem como pessoas,
coletivos, se livrarem das engrenagens das disciplinas, das grades e dos currículos.
Construir coletivamente no diálogo entre educadores, deve se criar coletivamente uma
nova cultura de gestão do poder público pode ser um dos podutos da proposta político
pedagógica.
Resumo:
O ofício de professor deve consagrar temas como a prática educativa, a
profissionalização docente, o trabalho em equipe, projetos, autonomia e
responsabilidades crescentes, pedagogias diferenciadas, e propostas concretas.
O autor toma como referencial de competência adotado em Genebra, 1996, para uma
formação continua. O professor deve dominar saberes a serem ensinados, ser capaz de
dar aulas, de administrar uma turma e de avaliar. Ressalta a urgência de novas
competências, devido as transformações sociais existentes.. As tecnologias mudam, o
trabalho, a comunicação, a vida cotidiana e mesmo o pensamento. A prática docência
tem que refletir sobre o mundo. Os professores são os intelectuais e mediadores,
interpretes ativos da cultura, dos valores e do saber em transformação. Se não se
perceberem como depositários da tradição ou percursos do futuro, não serão
desempenhar esse papel por si mesmos.
O currículo deve ser orientado para se designar competências,, a capacidade de
mobilizar diversos recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações, etc.) para
enfrentar, solucionar uma serie de situações.
Dez domínios de competências reconhecidas como prioritárias na formação contínua
das professoras e dos professores do ensino fundamental.
5. Trabalhar em equipe.
• Elaborar um projeto de equipe, representações comuns;
• Dirigir um grupo de trabalho, conduzir reuniões;
• Formar e renovar uma equipe pedagógica;
• Enfrentar e analisar em conjunto situações complexas, práticas e problemas
profissionais.
• Administrar crises ou conflitos interpessoais.
Ética e Competência
RIOS, Terezinha Azeredo
Editora Cortez
Resumo:
A educação está envolvida no contexto social ao qual ela está inserida. Enquanto
fenômeno histórico e social, a educação é a transmissão de cultura, é o estabelecimento.
A cultura é a relação da educação e a sociedade, o mundo transformado pelo homem,
porque o homem é um ser-no-mundo, o mundo está dentro do homem, há uma
reciprocidade, pois o homem dele se resulta. O mundo existe para o homem na medida
do conhecimento que o homem te dele e da ação que exerce sobre ele. O mundo se
apresenta ao homem num aspecto de natureza, onde o mundo independe do homem para
existir e que os próprios homens fazem parte em seus aspectos biológicos, fisiológicos.
Existe um outro aspecto que é o da cultura, o mundo transformado pelo homem. Os
homens fazem a cultura por necessidade, por sobrevivência, para satisfazer essas
necessidades eles Poe em ação sua razão e sua criatividade. O homem é um ser de
desejos colados às necessidades. Os desejos se manifestam como fonte do humano,
propulsores da passagem do estabelecimento para o inventado. O conceito de desejo
indicara a presença da liberdade associada à necessidade.
O senso comum identifica a cultura como erudição, acúmulo de conhecimentos,
atividade intelectual. Os cientistas sociais, antropólogos, conceituam cultura como tudo
o que resulta da interferência dos homens no mundo que os cerca e do qual fazem parte.
Ela se constitui no ato pelo qual ele vai de homo sapiens a ser humano. Assim, todos os
homens são cultos, na medida em que participa, de algum modo da criação cultura,
estabelecem certas normas para sua ação, partilham, valores e crenças. Tudo isso é
resultado do trabalho. Por isso não se fala em cultura sem falar em trabalho, intervenção
intencional e consciente dos homens rna realidade. É o trabalho que faz os homens
saberem, serem. O trabalho é a essência do homem. A idéia de trabalho não se separa da
idéia de sociedade, na medida em que é com os outros que o homem trabalha e cria a
cultura. No trabalho o homem começa a produzir a si mesmo, os objetos e as condições
de que precisa para existir. A primeira coisa que o homem produz é o mundo, mas o
mundo tornado humano pela presença do homem e pela organização social que, pelo
trabalho, lhe impõe.
Qualquer sociedade se organiza como base na produção da vida material de seus
membros e das relações decorrentes. A cultura precisa ser preservada e transmitida
exatamente porque não está incorporada ao patrimônio natural. A educação, no sentido
amplo, está definida como processo de transmissão de cultura, está presente em todas as
instituições, ou seja, escolas. Escola é o espaço de transmissão sistemática do saber
historicamente acumulado pela sociedade, com o objetivo de formar indivíduos,
capacitando-os a participar como agentes na construção dessa sociedade.
A sociedade capitalista se caracteriza por ter sua organização sustentada numa
contradição básica –aquela que se dá entre capital e trabalho - e que provoca a divisão
de seus membros em duas classes antagônicas, a classe burguesa e a trabalhadora. Na
sociedade capitalista, a escola, enquanto instituição, tem sido o espaço de inserção dos
sujeitos nos valores e crenças da classe dominante. A ideologia liberal é o elemento de
sustentação do sistema capitalista, este conjunto de idéias, crenças, valores, ganha corpo
e solidifica, dissimulando a realidade por interesses da classe dominante. Assim, as
diferenças sociais, as discriminações, são justificadas com base em princípios
considerados um contexto histórico especifico. Isso é evidente na escola brasileira. Ela é
transmissora do saber sistematizado acumulado historicamente, mas deveria ser fonte de
apropriação da herança social pelos que estão no seu interior. Entretanto, a população
está excluída do processo educativo formal, a maioria que freqüenta a escola está não
tem oferecido condições para aquela apropriação. A relação escola-sociedade, a escola é
parte da sociedade e tem com o todo uma relação dialética, uma interferência recíproca
e social. E contraditória, pois é um fator de manutenção e que transforma a cultura. Ela
tem um conjunto de práticas que mantêm e transforma a estrutura social.
A ação dos homens em sociedade é uma ação de caráter político, que onde o poder é um
elemento presente como constituinte do social. A idéia de política esta associada ao
poder, e a medida a organização da vida material determina a organização das idéias e
relações de poder. Não há vida social que não seja política, pois se toma partido, de
situações, não ficar indiferente em face das alternativas sociais, participar e produzir em
relação com toda a vida civil e social, é ter um conjunto de intenções como programa de
ação.
É preciso refletir sobre os objetivos específicos da educação, para distinguirmos da
prática política, mas vemos esta pratica, na ação educativa.
A função da educação tem uma dimensão técnica e política. O pedagogo realiza a
dimensão política na prática educativa, preparando o cidadão para a vida na polis,
transmitindo saber acumulado e levando a novos saberes; tecnicamente significa dizer,
que a criação de conteúdos e técnicas que possam garantir a apreensão do saber pelos
sujeitos e a atuação no sentido da descoberta e da invenção. Conteúdos e técnicas são
selecionados, transmitidos e transformados em função de determinados interesses
existentes na sociedade. O papel político da educação se revela na medida em que se
cumpre as perspectiva de determinado interesse, está sempre servindo as forças que
lutam para perpetuar e / ou transformar a sociedade. A escola da sociedade capitalista
não tem caráter democrático, socializando o saber e recurso para apreendê-lo e
transformá-lo, porque ela tem estado a serviço da classe dominante, veiculando a
ideologia dessa classe. A escola quer formar o cidadão dócil e o operário. É necessário
refletir e encontrar caminhos para sua transformação.
Os papeis sociais do educado são definidos levando-se em consideração as instituições
onde esse desenvolve a prática dos sujeitos. O educador desenvolve sua prática no
espaço da instituição que é a escola. É tarefa da escola a transmissão / criação
sistematizada da cultura entendida como resultado da intervenção dos homens na
realidade transformando-a e transformando a si mesmos. A escola tem características
específicas e cumpre uma função determinada que resulta do trabalho e das relações
estabelecidas em seu interior e na prática desses sujeitos. O educador exerce sua função
tem que realizar suas obrigações e uma maneira especifica usando-se de competência,
saber fazer bem, técnica e politicamente. Isto na prática significa, ter domínio no saber
escolar, habilidade de organizar e transmitir esse saber, organizar os períodos de aula,
desde o momento da matrícula, agrupamento de classes, currículo, e métodos de ensino,
saber relacionar o preparo técnico da escola e os resultados de sua ação, e compreender
a relação escola e sociedade.
O sentido político da prática docente se realiza pela mediação da competência técnica.
Fazer bem é ir de encontro daquilo que é desejável, está vinculado às aspectos técnicos
e políticos da atuação do educador. A ética é a mediação, pois defini a organização do
saber que será vinculado na instituição escolas e na direção que será dada a esse saber
na sociedade. A qualidade da educação tem sido prejudicada por educadores
preocupados em fazer o bem, sem questionar criticamente sua ação. O maior problema
que se enfrenta no que diz respeito as dimensões técnica e política da competência do
educador, é a desarticulação na realidade. O saber fazer técnico constitui condições
necessária porque é a base do querer político, ainda que a dimensão política da tarefa
docente não seja percebida como tal.
Com respeito à relação existente dentre moral e política, se percebe que os educadores
não têm clareza da dimensão política de seu trabalho. Ao interpretarem política como
envolvimento partidário, ou mesmo sindical, alguns até negam que tenham algo a ver
com isso. Não podem se recusar a admitir a presença da moralidade em sua ação. Essa
moralidade aparece de forma extremada – o moralismo.
A idéia de responsabilidade que se encontra articulada com a de liberdade, conceito que
representa o eixo central da reflexão ética está ligada à noção de compromisso político e
moral. Os professores não têm clareza quanto a implicação política de seu
comprometimento, vêem como parte de uma essência do educador. As mulheres
educadoras dão-se ênfase a afetividade. Ao desconhecimento na presença político na
ação educativa e ético, aparece misturado com o sentimento e essa mistura contribui
para reforçar o espontaneismo e para manter as falhas da instituição escolar.
É necessário evitar o moralismo, mas não é possível desvincular moral e política, buscar
discutir os valores morais dominantes na sociedade. A ética da competência pode
ajudar-nos a desvelar elementos da ideologia que permeia nossa educação. Não há como
afastar a subjetividade que está presente na valorização, na intencionalidade que se
confere a prática social.
É preciso distinguir subjetividade de singularidade ou individualidade. O singular é o
que diz respeito ao individuo, as pessoas de sua atuação que o distinguem dos demais e
é na vida em sociedade que ele adquire essa individualidade.
O comportamento do homem é político enquanto razão e palavra. E a moralidade são as
escolhas exigências de caráter social no que se chama de técnico no ensino, no trabalho
educativo. Essas escolhas têm implicações ético-política. Vontade, liberdade,
conseqüência são conceitos do terreno ético político. A articulação entre esses conceitos
é que nos auxilia na busca da compreensão da com potência do educador, pois não basta
levar em conta o saber, mas é preciso querer. O saber e a vontade nada valem sem a
explicitação do dever e a presença do pocer desvinculado da dominação. Mas no poder
na conjugação de possibilidades e limites representando pelas normas que regem a
prática dos homens em sociedade. Deveres que se combinam com direitos e estão
ligados à consciência e a vontade dos sujeitos.
Ao lado do saber que se identifica com o domínio dos conteúdos e das técnicas para a
transmissão temos o saber que sabe, a consciência de percepção da realidade crítica e
reflexiva.
A visão crítica é um primeiro passo a ter um compromisso político. Depois a vontade e
a intencionalidade do gesto do educador.
A necessidade presente no contexto socioeconômico é o primeiro motor de ação do
educador, a vontade de articular a consciência é essencial a prática político moral do
educador a liberdade responsável. O educador deve associar a coletividade rompendo
com a idéia dominante do pensamento burguês que é a de individualismo.
A idéia de promessa dá-se a noção de compromisso, o empenho da prática e
envolvimento com a realização do prometido. Na maioria das situações é preciso criar
essas circunstâncias. O gesto de compreensão e a ética no envolvimento com aquilo que
se tem por objetivo. Compreensão é saber aprofundado e envolvimento ético-politico do
saber.
É preciso que o educador competente seja um educador comprometido com a
construção de uma sociedade justa, democrática interferindo no real e na organização de
relações de solidariedade e não de dominação entre os homens.
A escola deve ser um espaço de predominância do consenso e da persuasão. Onde o
consenso resultaria de aproveitar o espaço existente na sociedade civil para seu
fortalecimento e para a transformação necessária na estrutura social.
A dimensão técnica carrega a ética, onde a ética é a mediação da técnica e da política
expressando a escolha técnica e política dos conteúdos, dos métodos, dos sistemas de
avaliação e os desvendando-os.
Técnica, ética, política são referências que devemos descobrir na nossa vivência real em
nossa prática. É a reflexão que transforma o processo social educativo em busca de uma
significação mais profunda para a vida e o para o trabalho.
O educador competente terá de ser exigente, sua formação deverá ser a formação de um
intelectual atuante no processo de transformação de um sistema autoritário e repressivo:
o rigor será uma exigência para sua prática. O educador se contribuirá da filosofia para a
educação e reflexão crítica a busca de sua compreensão.
A visão do professor e de educação é de mediar a ação mediadora. A relação professor-
aluno. Educador-educando, é a aquisição do conhecimento, onde ambos são sujeitos
conhecedores. O professor estabelece o diálogo do aluno como o real. O objeto que é o
mundo é apreendido, compreendido e alterado, numa relação que é fundamental – a
relação aluno-mundo. O professor é quem especifica a mediação do saber entre o aluno
e a cultura e a realidade.
Há fatores intra e extra-escolares que interferem na prática dos educadores. É no
cotidiano de nossas práticas que estamos construindo a educação, que estamos fazendo
a história da educação brasileira. E é o educador que vai encaminhar o educador que
queremos ter. O desafio está na necessidade de se superarem os problemas e se
encontrarem / criarem recursos para a transformação. Isso se concretiza na elaboração
de projetos de ação.
Ao organizar projetos, planejamos o trabalho que temos a intenção de realizar,
lançamos-nos para diante, olhamos para frente, projetar é relacionar-se com o futuro, é
começar a fazê-lo. O presente traz no seu bojo o passado, enquanto vida incorporada e
memória. É isso que garante a significação do processo histórico. Começamos a escola
do futuro no presente. Quando se projeta, tem-se que em mente um ideal. O ideal é
utópico, mas é preciso recuperar o sentido autentico de utopia, que é algo ainda não
realizado.
A escola deve desenvolver um trabalho coletivo e participante, tendo como pressuposto
que o trabalho que se realiza com a participação responsável de cada um dos sujeitos
envolvidos é o que atende de forma mais efetiva as necessidades concretas da sociedade
em que vivemos. É preciso que ele seja possível . O que ainda não é pode vir a ser. O
possível ainda não está pronto, deve ser construído.
A idéia de projeto e a de utopia está ligada à idéia de esperança, movimento, que é
alimentada pela ação do homem. A organização de projetos utópicos é uma forma de se
enfrentar as crises.
A história se faz na contraposição de valores, na descoberta e instituição de novas
significações para as ações e relações humanas. Mas a crise pode configurar-se como
uma ruptura, uma negação de a própria dinâmica da cultura, uma ameaça de
imobilidade, sob a forma de um suposto movimento de desordem.
Cada momento histórico apresenta aos homens um desafio. A crise ética em nossa
sociedade contemporânea é o grande desafio da competência. A crise moral é o desafio
a ética, porque significa uma indiferença diante de valores.
A atitude cínica nos provoca na medida em que é uma atitude de desconsideração das
normas e dos valores que as sustentam.
Na ação competente, haverá sempre um componente utópico no dever, no compromisso,
na responsabilidade. A competência é construída cotidianamente e se propõe como um
ideal a ser alcançado, ela é também compartilhada, por outras pessoas, a qualidade de
seu trabalho não depende só de uma pessoa. A competência do profissional e na
articulação dessa competência com os outros e com as circunstâncias.
Na direção do bem comum, da ampliação do poder de todos como condição de
participação na construção coletiva da sociedade e da histórica, apresenta-se ao
educador, como profissional, em meio a crise,. A necessidade de responder ao desafio.
Ele o fará tanto mais competentemente quanto mais garantir em seu trabalho, no entre
cruzamento das dimensões que o constituem. A dimensão utópica. Esperança a
caminho.
Postado por Prof. Lídia às 15:54
Resumo:
Introdução
Os sete saberes necessários à educação do futuro não têm nenhum programa educativo,
escolar ou universitário. Aliás, não estão concentrados no primário, nem no secundário,
nem no ensino universitário, mas abordam problemas específicos para cada um desses
níveis. Eles dizem respeito aos setes buracos negros da educação, completamente
ignorados, subestimados ou fragmentados nos programas educativos. Programas esses
que, na minha opinião, devem ser colocados no centro das preocupações sobre a
formação dos jovens, futuros cidadãos.
Capítulo 1 – As Cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão
Todo conhecimento comporta o risco do erro e da ilusão. O primeiro buraco negro diz
respeito ao conhecimento. Naturalmente, o ensino fornece conhecimento, fornece
saberes. Porém, apesar de sua fundamental importância, nunca se ensina o que é, de
fato, o conhecimento. E sabemos que os maiores problemas neste caso são o erro e a
ilusão. A educação do futuro deve enfrentar o problema de dupla face do erro e da
ilusão. O erro seria subestimar o problema do erro, a maior ilusão seria subestimar o
problema da ilusão. O reconhecimento do erro e da ilusão é ainda mais difícil, porque o
erro e a ilusão não se reconhecem, em absoluto como tais).
Erro e ilusão parasitam a mente humana desde o aparecimento do homo sapiens.
Ao examinarmos as crenças do passado, concluímos que a maioria contém erros e
ilusões. Mesmo quando pensamos em vinte anos atrás, podemos constatar como
erramos e nos iludimos sobre o mundo e a realidade. E por que isso é tão importante?
Porque o conhecimento nunca é um reflexo ou espelho da realidade. O conhecimento é
sempre uma tradução, seguida de uma reconstrução. Mesmo no fenômeno da percepção,
através do qual os olhos recebem estímulos luminosos que são transformados,
decodificados, transportados a um outro código, que transita pelo nervo ótico, atravessa
várias partes do cérebro para, enfim, transformar aquela informação primeira em
percepção. A partir deste exemplo, podemos concluir que a percepção é uma
reconstrução.
Tomemos um outro exemplo de percepção constante: a imagem do ponto de vista da
retina. As pessoas que estão próximas parecem muito maiores do que aquelas que estão
mais distantes, pois à distância, o cérebro não realiza o registro e termina por atribuir
uma dimensão idêntica para todas as pessoas. Assim como os raios ultravioletas e
infravermelhos que nós não vemos, mas sabemos que estão aí e nos impõem uma visão
segundo as suas incidências. Portanto, temos percepções, ou seja, reconstruções,
traduções da realidade. E toda tradução comporta o risco de erro. Como dizem os
italianos "tradotore/traditore".
Também sabemos que não há nenhuma diferença intrínseca entre uma percepção e uma
alucinação. Por exemplo: se tenho uma alucinação e vejo Napoleão ou Júlio César, não
há nada que me diga que estou enganado, exceto o fato de saber que eles estão mortos.
São os outros que vão me dizer se o que vejo é verdade ou não. Quero dizer com isso
que estamos sempre ameaçados pela alucinação. Até nos processos de leitura isto
acontece. Nós sabemos que não seguimos a linha do que está escrito, pois, às vezes,
nossos olhos saltam de uma palavra para outra e reconstroem o conjunto de uma
maneira quase alucinatória. Neste momento, é o nosso espírito que colabora com o que
nós lemos. E não reconhecemos os erros porque deslizamos neles. O mesmo acontece,
por exemplo, quando há um acidente de carro. As versões e as visões do acidente são
completamente diferentes, principalmente pela emoção e pelo fato das pessoas estarem
em ângulos diferentes.
No plano histórico há erros, se me permitem o jogo de palavras, histéricos. Tomemos
um exemplo um pouco distante de nós: os debates sobre a Primeira Guerra
Mundial.Uma época em que a França e a Alemanha tinham partidos socialistas fortes,
potentes e muito pacifistas, e que, evidentemente, eram contrários à guerra que se
anunciava. Mas, a partir do momento em que se desencadeou a guerra, os dois partidos
se lançaram, massivamente a uma campanha de propaganda, cada um imputando ao
outro os atos mais ignóbeis. Isto durou até o fim da guerra. Hoje, podemos constatar
com os eventos trágicos do Oriente Médio a mesma maneira de tratar a informação.
Cada um prefere camuflar a parte que lhe é desvantajosa para colocar em relevo a parte
criminosa do outro. Na ideologia alemã, nem Marx escapa dos erros.
Este problema se apresenta de uma maneira perceptível e muito evidente, porque as
traduções e as reconstruções são também um risco de erro e muitas vezes o maior erro é
pensar que a idéia é a realidade. E tomar a idéia como algo real é confundir o mapa com
o terreno.
Outras causas de erro são as diferenças culturais, sociais e de origem. Cada um pensa
que suas idéias são as mais evidentes e esse pensamento leva a idéias normativas.
Aquelas que não estão dentro desta norma, que não são consideradas normais, são
julgadas como um desvio patológico e são taxadas como ridículas. Isso não ocorre
somente no domínio das grandes religiões ou das ideologias políticas, mas também das
ciências. Quando Watson e Crick decodificaram a estrutura do código genético, o DNA
(ácido desoxirribonucléico), surpreenderam e escandalizaram a maioria dos biólogos,
que jamais imaginavam que isto poderia ser transcrito em moléculas químicas. Foi
preciso muito tempo para que essas idéias pudessem ser aceitas.
Na realidade, as idéias adquirem consistência como os deuses nas religiões. É algo que
nos envolve e nos domina a ponto de nos levar a matar ou morrer. Lenin dizia: "os fatos
são teimosos, mas, na realidade, as idéias são ainda mais teimosas do que os fatos e
resistem aos fatos durante muito tempo". Portanto, o problema do conhecimento não
deve ser um problema restrito aos filósofos. É um problema de todos e cada um deve
levá-lo em conta desde muito cedo e explorar as possibilidades de erro para ter
condições de ver a realidade, porque não existe receita milagrosa.
A educação deve mostrar que não há conhecimento que não esteja ameaça do pelo erro
e a ilusão.
O conhecimento, as percepções de mundo são traduções e reconstruções mentais
codificados pelos sentidos. Os erros nos vêem pela visão que acrescenta o erro
intelectual. O conhecimento é fruto de uma tradução por meio da linguagem e do
pensamento e está sujeita ao erro na hora da interpretação a subjetividade do
conhecedor introduz o risco do erro.
Eliminar o risco de erro recalca toda afetividade. O desenvolvimento da inteligência é
inseparável do mundo da afetividade, curiosidade, paixão que são a mola da pesquisa
filosófica ou cientifica. A afetividade pode asfixiar o conhecimento. A emoção é
indispensável ao estabelecimento de comportamentos racionais.
O conhecimento cientifico detecta erros e luta contras as ilusões, mas pode também
desenvolver ilusões, por isso não pode tratar sozinhos conhecimentos científicos sem os
epistemológicos, filosóficos e éticos. E a educação deve-se dedicar a identificação da
origem dos erros.
Os erros mentais
Nenhum dispositivo cerebral permite distinguir a alucinação da percepção, o sonho da
vigília, o imaginário do real, o subjetivo do objetivoA fantasia é importante, há um
mundo psíquico independente que fermenta necessidades, sonhos, desejos, idéias,
imagens, fantasias e infiltra-se a nossa concepção de mundo exterior.
Cada mente é dotada da mentira de si próprios, exemplo do egocentrismo, a necessidade
de autojustificativa, tendência de a projetar sobre o outro a causa do mal, sem detectar
esta mentira da qual é autor. A memória se degrada, embeleza ou desfigura, fazendo ter
falsas lembranças, por isso está sujeita a erros.
Erros da razão: a racionalidade é corretiva ela nos faz distinguir entre o intelectual e o
afetivo, é a proteção contra o erro e a ilusão, ela elabora teorias coerentes e permanece
aberta ao que contesta para evitar que se feche em doutrina. Mas também tem nela uma
possibilidade de erro, quando se torna uma doutrina que obedece a um modelo
mecanicista e determinista para considerar o mundo não racional, mas racionalizadora.
A racionalidade aberta por natureza dialoga com o real, debate idéias, conhece limites
da lógica do determinismo e do mecanicismo, negocia com a rracionalidade, é
autocrítica.Somos racionais quando reconhecemos a racionalização, nossos próprios
mitos, e o da nossa razão e do progresso garantido.
Reconhecer na educação do futuro um princípio de incerteza racional, a verdadeira
racionalidade ser autocrítica.
As cegueiras paradigmáticas.
O imprinting e a normalização: O imprinting.As doutrinas e ideologias dominantes
dispõem da força imperativa que traz a evidencia aos convencidos e da força coercitiva
que suscita o medo inibidor nos outros. Determina os estereótipos cognitivos, as idéias
concebidas sem exame, as crenças não-contestadas, os absurdos, a rejeição de evidência
em nome da evidencia e faz reinar os conformismos cognitivos e intelectuais. Inscreve o
conformismo. A normalização: o imprinting cultural marca os seres humanos desde o
nascimento, assim a seleção sociológica das idéias raramente obedece às verdades.
Capítulo 2 O Conhecimento Pertinente
O segundo buraco negro é que não ensinamos as condições de um conhecimento
pertinente, isto é, de um conhecimento que não mutila o seu objeto. Nós seguimos, em
primeiro lugar, um mundo formado pelo ensino disciplinar. É evidente que as
disciplinas de toda ordem ajudaram o avanço do conhecimento e são insubstituíveis. O
que existe entre as disciplinas é invisível e as conexões entre elas também são
invisíveis. Mas isto não significa que seja necessário conhecer somente uma parte da
realidade. É preciso ter uma visão capaz de situar o conjunto. É necessário dizer que não
é a quantidade de informações, nem a sofisticação em Matemática que podem dar
sozinhas um conhecimento pertinente, mas sim a capacidade de colocar o conhecimento
no contexto.
A economia, que é das ciências humanas, a mais avançada, a mais sofisticada, tem um
poder muito fraco e erra muitas vezes nas suas previsões, porque está ensinando de
modo a privilegiar o cálculo. Com isso, acaba esquecendo os aspectos humanos, como o
sentimento, a paixão, o desejo, o temor, o medo. Quando há um problema na bolsa,
quando as ações despencam, aparece um fator totalmente irracional que é o pânico, e
que, freqüentemente, faz com que o fator econômico tenha a ver com o humano,
ligando-se, assim, à sociedade, à psicologia, à mitologia. Essa realidade social é
multidimensional e o econômico é apenas uma dimensão dessa sociedade. Por isso, é
necessário contextualizar todos os dados.
Se não houver, por exemplo, a contextualização dos conhecimentos históricos e
geográficos, cada vez que aparecer um acontecimento novo que nos fizer descobrir uma
região desconhecida, como o Kosovo, o Timor ou a Serra Leoa, não entenderemos nada.
Portanto, o ensino por disciplina, fragmentado e dividido, impede a capacidade natural
que o espírito tem de contextualizar. E é essa capacidade que deve ser estimulada e
desenvolvida pelo ensino, a de ligar as partes ao todo e o todo às partes. Pascal dizia, já
no século XVII: "não se pode conhecer as partes sem conhecer o todo, nem conhecer o
todo sem conhecer as partes".
O contexto tem necessidade, ele mesmo, de seu próprio contexto. E o conhecimento,
atualmente, deve se referir ao global. Os acidentes locais têm repercussão sobre o
conjunto e as ações do conjunto sobre os acidentes locais. Isso foi comprovado depois
da guerra do Iraque, da guerra da Iugoslávia e, atualmente, pode ser verificado com o
conflito do Oriente Médio.
A história humana está repleta de exemplos dessa natureza. O mais evidente no final do
século XX foi o projeto político de Gorbatchev, que pretendeu reformar o sistema
político da União Soviética, mas acabou provocando o começo de sua própria
desagregação e implosão.
Assim tem acontecido em todas as etapas da história. O inesperado aconteceu e
acontecerá, porque não temos futuro e não temos certeza nenhuma do futuro. As
previsões não foram concretizadas, não existe determinismo do progresso. Os espíritos,
portanto, têm que ser fortes e armados para enfrentarem essa incerteza e não se
desencorajarem.Essa incerteza é uma incitação à coragem. A aventura humana não é
previsível, mas o imprevisto não é totalmente desconhecido. Somente agora se admite
que não se conhece o destino da aventura humana. É necessário tomar consciência de
que as futuras decisões devem ser tomadas contando com o risco do erro e estabelecer
estratégias que possam ser corrigidas no processo da ação, a partir dos imprevistos e das
informações que se tem.
Daqui para frente, existem, sobretudo, os perigos de vida e morte para a humanidade,
como a ameaça da arma nuclear, como a ameaça ecológica, como o desencadeamento
dos nacionalismos acentuados pelas religiões. É preciso mostrar que a humanidade vive
agora uma comunidade de destino comum.
Edgard Morin é o pai da teoria da complexidade, explicada nos quatro livros da série O
Método.
A fala egocêntrica
As origens sociais do funcionamento mental em direção do desenvolvimento intelectual
prosseguem do social ao individual pela internalização, fala e as relações sociais são
interiorizadas e organizadas e atuam sobre as atividades. Inicialmente comunicativas
vão constituir atividade mental, verbalizada e intelectiva de formação de processos côo
imaginação, organização, planejamento, memória, vontade, etc.
As falas podem ser:
• exterior, oral; egocêntrica, da criança até 4 anos; é expandida e vocalizada como
característica de fala para o outro.
• e interior, através de pensamento; Aos sete, oito anos, ela se torna abreviada e deixa de
ser egocêntrica e se torna internalizada.
O pensamento e a fala unem-se em pensamento verbal. Neste significado há um sentido
cognitivo e um afetivo, que sempre estão intimamente entrelaçados.
A LDB “garante a assistência gratuita a criança em creches (zero a três anos) e as pré-
escolas que dão garantia a educação ás crianças de quatro a seis anos de idade.” A
educação infantil passa a ser reconhecida como a primeira etapa da educação básica da
criança.
Objetivo do referencial
Colaborar com as políticas e formação de programas de educação infantil, respeitando o
desenvolvimento natural da criança, suas expectativas vividas, embasado no respeito à
dignidade e as direitos da criança, nas suas diferenças individuais, econômicas, sociais,
culturais, étnicas, religiosas, etc. o direito da criança brincar, expressar, pensar,
interagir, e comunicar-se; o acesso aos bens sócio-culturais, ampliando o
desenvolvimento de suas capacidades, expressão, comunicação, interação social,
pensamento, ética e estética, socialização, participação e inserção as praticas sociais,
sem discriminação, assistência a cuidados de sobrevivência e desenvolvimento de sua
identidade.
Existe necessidade de estabelecer condição institucional pra a qualidade educacional
deste trabalho, mas o referencial deixa aberturas, respeitando a diversidade da sociedade
brasileira, portanto profissionais tem liberdade pra elaboração do currículo.
Creches e pré-escolas
São vistas como educação assistencialista que compensa carências, porem, a criança é
reconhecida como um ser complexo que deve trabalhar sua integração entre os aspectos
físicos, emocionais, cognitivos e sociais. Por causa dessas discussões sobre cuidar e
educar, as propostas em educação infantil têm sido elaboradas.
As desigualdades sociais influenciam a infância e o modo de interagirem no mundo. A
partir dessas interações elas constroem seus conhecimentos através de criação,
significação e resignação.
Educação infantil deve ser concebida por todas as crianças fazendo cumprir o papel
socializador, desenvolvendo suas identidade através de interações. Portanto educar
significa propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de
forma integrada, que contribuam pra o desenvolvimento de capacidades infantis de
relação interpessoal, atitude de aceitação, respeito e confiança, e acesso aos
conhecimentos da realidade social e cultural.
Cuidar é valorizar capacidades ligadas as influencias de crenças, valores de saúde e do
desenvolvimento infantil.
Ao brincar a criança imita a realidade transformando-a, assim ela cria, repensa fatos
apresenta assim uma linguagem simbólica, abre espaço para experimentar o mundo e ter
compreensão das pessoas, conhecimentos e sentimentos, mas reconhece a diferença
entre brincar e a realidade. Quando o adulto oferece-lhe objetos, jogos, fantasias, espaço
e tempo permitem enriquecer suas competentes imaginativas e organizadoras.
As interações devem ser feitas entre crianças da mesma idade e de idades diferentes, a
aprendizagem deve relacionar-se com conhecimentos prévios, o professor deve
estabelecer estratégias pra conhecer suas experiências, observando-as.
O professor deve propiciar ambiente acolhedor, organizar brincadeiras, discussões,
aprendizagens orientadas dando-lhes oportunidade de expor pensamento, idéias,
valores, levando em conta sua autoestima e confiança. Relacionar com novas
informações e interações como a individualidade e a diversidade, desafios em atividades
significativas, próximas as praticas sociais, como se escrever para enviar uma
mensagem.
Quando sozinhas elaboram descobertas e sentimentos, pensamentos e ações
proporcionando novas interações.
Considerar individualidade significa respeitar e valorizar como enriquecimento pessoal
e cultural.
Educação Especial
Deve ser valorizar e promover o convívio com as diferenças, acrianças que convivvem
com as particularidades desenvolvem valores éticos, côo dignidade, respeito ao outro,
solidariedade, etc.
A LDB determina “a oferta de educação especial tem inicio na faixa etária de zero a seis
anos”.
A integração depende da estrutura organizacional da instituição considerando: “grau de
deficiência e as potencialidades de cada criança, idade cronológica, disponibilidade de
recursos humanos e materiais, condições socioeconômicas e culturais da região, estagio
de desenvolvimento dos serviços de educação especial já implantando nas unidades
federadas”.
O processo educativo
Baseia pela idade de 0 a 6 anos e se realiza pela:
• Formação pessoal: trabalho de identidade e autonomia;
• Conhecimento do mundo: construção de linguagens e interações com objetos de
conhecimento, trabalhando movimento, artes visuais, música, linguagem oral e escrita,
natureza e sociedade e matemática.
Segue a determinação da LDB quando a organização por idade, de 0 a 3 anos, creches
ou entidades equivalentes, e de 4 a 6 pré-escolas.
Objetivos
Demonstram interação entre o projeto educativo e estabelece quais capacidades o
educando pode desenvolver como resultado do trabalho de ordens físicas, afetivas,
cognitivas, ética, estética, de relação interpessoais e inserção social.
Conteúdos
• Conceituais: construção de capacidade de lidar com símbolos, idéias e representações
que darão sentido a sua realidade estabelecendo uma aproximação com a aprendizagem
futura.
• Procedimentais: saber fazer, tomar decisões no percurso do fazer.
• Atitudinais: socializar, com atitudes de valores e normas, porem este não depende
apenas da instituição, mas de todos responsáveis.
Conteúdos são selecionados conforme características e necessidades de cada grupo, de
forma que lhes seja significativos, devem ser trabalhos integrando com a realidade em
diferentes aspectos, porém sem fragmentá-lo.
Orientações Didáticas
Situam intenções e práticas que devem se nortear com:
• Organização do tempo: estruturadas dentro de um tempo didático, as atividades são
agrupadas em modalidades permanentes, constantes relacionadas com a aprendizagem,
prazer e necessidades básicas de cuidado com a criança, e seqüências de atividades com
conhecimentos específicos em diferentes graus de dificuldades.
• Projeto de trabalho: conjunto de atividades visando um conhecimento específico com
objetivo de resolver um problema ou obter um resultado final.
• Organização do espaço e seleção de materiais: usa áreas internas e externas para
desenvolver atividades propostas.
• Observação, registros e avaliação formativa: são instrumentos de apoio da pratica
pedagógica. Podem ser feito por gravações, fotos, registros. Acompanha, orienta, regula
e redireciona o processo, reorientado a pratica da educação. Portanto é sistemática com
o objetivo de melhorar a ação pedagógica.
Cesar Coll
Biografia
Idéias
Defensor do currículo como um documento que precisa estar em permanente mudança –
para acompanhar os anseios da sociedade em relação a educação de suas crianças, que
se modificam constantemente-, ele acredita que para os estudantes aprenderem de fato e
a qualidade da educação melhorar é preciso mais do que métodos consagrados e teorias
pedagógicas. A realidade sociocultural e econômica do aluno influencia em seu
desempenho, assim como as condições de trabalho do professor e o aparato que o
sistema oferece para ele formar-se e aprimorar suas práticas. Deve se valorizar o
profissional, o professor e não o prédio e o mobiliário. O currículo que temos tem
influencia da Espanha, é um referencial, influencia a transversalidade
Lamenta que nos últimos anos a escola tenha sido alvo de demandas que estão muito
alem de seu papel e de sua capacidade de dar as devidas respostas. Para resolver esses
problemas, ele defende que outras instituições da sociedade civil sejam chamadas a
assumir seus papeis e dividir obrigações com o sistema de ensino.
Os PCNS, para ele deveriam servir como referencia e como elemento de reflexão para
os educadores modificarem sua prática, não como currículo obrigatório, usado na sua
totalidade ou em partes. Devem ser revistos constantemente para serem aprimorados.os
conteúdos não estão a nível nacional, e sim a necessidade da sociedade, o conteúdo deve
estar contextualizado, a partir de situações problemas a comunidade. PCN é partidário,
tem carater político.
Para ele, a qualidade de um sistema educacional depende alem do PCN e do currículo,
de avaliações que levam em conta a origem social, econômica e cultural dos estudante.
O desempenho de uma turma depende do salário pago ao professor,m sua qualidade de
vida de apoio do sistema educativo.
O conhecimento pedagógico, para ele, se faz de forma acumulativo .
Critica o construtivismo por existir muitos tipos de métodos que se inspiram nele. O
construtivismo tem sido ponto de partida na elaboração de proposta pedagogias, mas
tem uma orientação voltada para aspectos socioculturais. O importante é saber como
ajudar o estudante a aprender. Para isso, o papel do professor é fundamental para nessa
concepção.
A escola não deve ser vista como a solucionadora de todos os problemas sociais, pois
não pode atender a todas as demandas colocadas sobre ela.
O conteúdo escolar é tudo o que se pode ensinar e o que se pode aprender, e pode ser
factual, conceitual, procedimental ou atitudinal.os vários tipos de conteúdos são uma
divisão que serve pra a planejar os objetivos e para escolher as atividades adequadas
para tingi-los. Na aula é fundamental ter consciência de que ensinamos conteúdos
relativos a procedimentos, atitudes e conceitos ao mesmo tempo.
Bibliografia
Nova Escola, edição 167, novembro de 2003pp.18 a 20.
Postado por Prof. Lídia às 17:35
A educação está envolvida no contexto social ao qual ela está inserida. Enquanto
fenômeno histórico e social, a educação é a transmissão de cultura, é o estabelecimento.
A cultura é a relação da educação e a sociedade, o mundo transformado pelo homem,
porque o homem é um ser-no-mundo, o mundo está dentro do homem, há uma
reciprocidade, pois o homem dele se resulta. O mundo existe para o homem na medida
do conhecimento que o homem te dele e da ação que exerce sobre ele. O mundo se
apresenta ao homem num aspecto de natureza, onde o mundo independe do homem para
existir e que os próprios homens fazem parte em seus aspectos biológicos, fisiológicos.
Existe um outro aspecto que é o da cultura, o mundo transformado pelo homem. Os
homens fazem a cultura por necessidade, por sobrevivência, para satisfazer essas
necessidades eles Poe em ação sua razão e sua criatividade. O homem é um ser de
desejos colados às necessidades. Os desejos se manifestam como fonte do humano,
propulsores da passagem do estabelecimento para o inventado. O conceito de desejo
indicara a presença da liberdade associada à necessidade.