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INTRODUÇÃO
Este estudo faz-se necessário porque há hoje, muitos ensinamentos distorcidos acerca da Palavra de
Deus, levando muitas pessoas ao erro.
A Hermenêutica Sagrada, proporciona a condição adequada à compreensão do texto bíblico, pois sem
os princípios por Ela abordado, jamais poderemos conhecer o verdadeiro sentido dos ensinamentos sagrados
exarados na Bíblia.
Portanto, cabe-nos a responsabilidade de aprendemos esses princípios e ensiná-los corretamente.
CONCEITOS:
A - Hermenêutica:
1 – É a ciência da interpretação.
2 - É a interpretação dos sentidos das palavras ou textos.
3 - É a ciência e arte de interpretar; ciência porque determina regras e princípios seguros e
imutáveis; é arte porque estabelece regras práticas.
B - Hermenêutica Sagrada
1 - É o estudo metódico dos princípios e regras de interpretação das Sagradas Escrituras.
OBJETIVOS:
A - Visa a capacidade do estudante a interpretar corretamente a Palavra de Deus.
B - Qualificar o ensino das Sagradas Escrituras
IMPORTÂNCIAS:
A - Dá autoridade ao que transmite a Palavra de Deus.
B - Cria respeito dos ouvintes.
C - Desenvolve a qualidade do transmissor e do receptor.
ESTUDOS PRELIMINARES
A - Distinção Necessária
1 - Critica Textual:
Procura determinar quais as palavras exatas do texto original; preocupa-se na tarefa de restaurar o
texto original na base das cópias imperfeitas que chegaram até nós.
Procura selecionar as evidências oferecidas pelas variações, ou leituras diferentes, quando há uma
falta de acordo entre os manuscritos sobreviventes, e pela aplicação de um método científico chegar àquilo que
era mais provavelmente a expressão exata empregada pelo autor original (o que é que está escrito).
Conhecida, também como ciência da baixa crítica.
2 - Alta Crítica:
Análise Documentária
3 - Exegese:
É a aplicação dos princípios e regras estabelecidos pela Hermenêutica
4 - Hermenêutica:
Visa descobrir o exato sentido das palavras no texto em estudo (o que é que o autor queria
dizer?).
B - Verdades Indutivas
1 - A Hermenêutica Sagrada tem a própria Bíblia como alicerce, i.e, a Bíblia interpreta a si
mesma, Hb 2.7; cf. Fp 2.7 cf. Jo 1.14 Vide 1 Pe 3.22 cf. Jo 1.1 cf. Jo 17.5.
B - Fatos a Notar
1. Prerrogativas do leitor.
a - sua capacidade.
b- Sua confissão.
2 - Prerrogativa do interlocutor.
a - explica o texto, visando a própria escritura.
b - explica pelo contexto.
c - explica pelas passagens paralelas.
Podemos ler a Bíblia sem a entendermos, mesmo em pontos essenciais, podemos também lê-la
entendendo-lhe o sentido.
Do fato de haver dificuldades na Bíblia não se deve concluir pelo seu abandono. O que convém é
aprender os princípios e regras que a mesma estabelece para a interpretarmos corretamente.
A - Auxílios Internos
1 - Conhecer o sentido usual e ordinário das palavras (usual: rotineiro, costumeiro;
ordinário; habitual comum, normal).
Isso não quer dizer que devemos tomar as palavras ao “pé da letra”, pois cada idioma possui os
seus modos próprios e peculiares de expressão.
Na linguagem bíblica, como qualquer outra, existem palavras cujo significado varia muito.
Importa pois, verificar e determinar sempre qual seja o pensamento especial que o escritor se propõem a
expressar.
Ex. Gn 6.12 “porque toda a carne tinha corrompido o seu caminho sobre a terra”.
a - Textos obscuros:
- uma base segura para interpretar as passagens obscuras é saber que as escrituras foram
dirigidas ao povo em geral.
d - Hebraísmos:
- Há na Bíblia muitas expressões hebraicas com significados próprios Lc 14.26; Mt 10.37;
Gn 29.31; Dn 21.15; Ml 1.2,3; Jo 12.25; Jó 19.20.
3 - O contexto: texto quer dizer tecido, e contexto é tudo o que se acha, por assim dizer,
entretecido lógicamente com o texto em apreço.
Quase todos os erros de doutrinas se estribam em asserções separadas do seu contexto. Ex. Sl
14.1; Rm 7.1-6.
a - Tipos de contextos:
- Imediato:
- Remoto:
- Situação histórica:
4 - Vocabulário do escritor.
É necessário verificar cuidadosamente em que sentido o escritor usa certa palavras afim de
termos a compreensão exata de um texto em que ela aparece.
a - Exemplo de alguns escritores.
- Escritos de João.
• vocabulário: “mandamento” 1 Jo 2.4; 3.23; Jo 6.29; 15.12; 13.34.
- Escritos de Paulo.
• vocabulário: “a Justiça de Deus”.
- Escritos de Mateus.
• vocabulário: “o Reino dos Céus”.
- Escritos de Lucas em Atos.
• vocabulário: “o Caminho”.
b - Exemplos gerais.
- Mistério Ef 3.4,5 —> a participação dos gentios;
- Rudimentos Cl 4.3,9,11 —> práticas judaicas;
- Arraigados Cl 2.7 —> confirmados.
Obs: Há os casos das palavras transliteradas das línguas originais por falta de correspondente nas
línguas modernas.
b - Paralelismos Reais. são passagens em que se tratam do mesmo assunto ou expõem a mesma
doutrina.
O valor hermenêutico das passagens paralelas, quer se trate de paralelismos reais ou verbais,
consiste na possibilidade de comparar textos que nos afigurem algo um tanto obscuro com outros que, tratando
do mesmo assunto ou empregando certa palavra ou frase cujo sentido procuramos associar, venham projetar
sobre eles uma nova luz.
7 - O intuito do escritor.
Saber qual era o intuito de um escritor é colocar-nos no seu ponto de vista e segui-lo nos seus
processos mentais.
Em certos casos não será fácil determinar o intuito do escritor, tornando necessário ler todo o livro
várias vezes do princípio ao fim até conseguir uma visão do conjunto.
8 - Correlação:
“A Bíblia é toda harmônica e bem ajustada. Apesar de composta de sessenta e seis livros escritas
no decurso de mil e seiscentos anos por pessoas de variadas condições sociais e não menos variados graus de
cultura mental, há em toda a Bíblia uma unidade de propósito, um fio doutrinário ininterrupto, uma perfeita
harmonia moral e espiritual e um constante revelação de suas verdades, que tem causado a admiração das
maiores celebridades da cultura humana e que demonstram cabalmente ser um só o autor dela, ainda que
muitos os escritores”. A. Almeida.
B - Auxílios Externos
O estudante da Bíblia, para se tornar bom intérprete, precisa de vários conhecimentos exteriores
ao Texto Sagrado mas auxiliares de sua exata compreensão.
1 - A filologia bíblica ou estudo das línguas originais, embora tenhamos hoje a Bíblia traduzida
em todas as principais línguas modernas e até várias traduções em nosso idioma, as quais porém se
comparadas entre si, trazendo-nos muita luz sobre o sentido do texto. Sendo as línguas originais da Bíblia o
Hebraico e o Grego, deve-se procurar aí o sentido verdadeiro, o significado das palavras, do texto ou da
passagem da Escritura da qual queremos a interpretação certa.
Ainda assim, há modalidades de expressão nos diferentes temas verbais e relativa intensidade
tanto verbal como nominal na língua hebraica, e há matizes de significação nos tempos verbais gregos e na
2 - A História Antiga
A história dos povos orientais mais ou menos relacionados com os hebreus, que, não somente
confirma os fatos narrados nas Escrituras, mas também nos habilita a melhor compreender muitas de suas
narrativas. Com a História, vem, muito naturalmente, a Arqueologia enriquecida pelas múltiplas descobertas
feitas em escavações que se tem praticado nas terras orientais, esclarecer centenas de passagens que outrora
pareciam obscuras por falta desse conhecimento.
Exemplo:
a - Bíblico At 2.22,23.
b - O início das civilizações.
3 – Os Costumes
Os costumes, os hábitos dos povos orientais, o modo de vida dos hebreus, devem ser
estudados tanto na própria Bíblia como na arqueologia e na história dos povos antigos, porque tais
conhecimentos esclarecem muitos textos que, sem ele, seriam pouco iluminados (2 Rs 17.26-28).
4 - A Geografia Bíblica
A geografia da Palestina e das terras circunvizinhas; a História Natural no que concerne aos
nomes dos metais, pedras preciosas, vegetais e animais; a Legislação antiga dos povos relacionados com os
israelitas, como sejam os “os juízes de retidão” atribuídos a Kamurabi (Ramurabi) ou Amrafel, que vigoraram
nos tempos de Abraão e de Moisés, e o direito romano nos dias do Novo Testamento — tudo isto é útil ao
exegeta.
1 - Linguagem Literal
A linguagem literal é aquela conforme à letra do texto; rigorosa.
2 - Linguagem Figurada
A linguagem figurada não quer dizer linguagem sem sentido, nem linguagem ininteligível.
a - Regra Geral
Devemos ler a Bíblia deixando-a significar o que quer dizer. Sua linguagem figurada é
geralmente indicada pelo contexto; seus símbolos e tipos são explicados por outras passagens, quando não o
são no próprio texto ou no contexto imediato. Fora disso, sua linguagem deve ser entendida literalmente, a não
ser que o sentido requeira interpretação figurada.
b - Considerações
• Figuras de Retórica
- Metáfora: é a figura em que se afirma que alguma coisa é o que ela representa ou
simboliza, ou com que se compara. Ex: Jo 6.55; 14.6; 15.5; Mt 5.14.
- Metonímia: é o emprego do nome de uma coisa pelo de outra com que tem relação.
a)Do efeito pela causa — Gn 25.23.
b)Da causa pelo efeito — Lc 16.29
c)Do sujeito pelo atributo ou adjunto — Gn 41.13.
d)Do atributo ou adjunto pelo sujeito — Jó 32.7.
• Figuras Gramaticais
- Símile: significa analogia, semelhança, comparação que se faz de uma coisa com outra
que se assemelha. Sl 59.6; 2.2-4; 37.2-3; 103.15,16; 131.2; Is 1.18; Ml 3.2,3; Mt 10.16;Tg 1.6.
- Interrogação: ação de interrogar, perguntar. Figura pela qual o orador se dirige ao seu
adversário ou ao público em tom interrogatório, sabendo que não terá resposta. Rm 8.33,35; Jó 11.7,10;
20.4,5; Gn 18.25.
- Paradoxo: é a proposição que é, ou que parece ser contrária à opinião comum; é sinônimo
de desconchavo, de contradição. Mt 16.6; Mc 8.35; Lc 9.61,62; 8.19-21; 2 Co 4.18; 6.8; 12.10.
3 - Linguagem Simbólica
a - Símbolo: é o emprego de algum objeto material para evocar idéia ou coisa espiritual ou moral.
A Bíblia está cheia de símbolos. São abundantíssimos, e seu estudo constituiria, por assim dizer,
o estudo de toda a Bíblia.
É preciso ter a noção clara dos símbolos para compreender os tipos, vistos que um tipo é, em
regra, um conjunto de símbolos.
• Deve se fazer aplicação corrente e uniforme dos símbolos, não saltando o sentido
figurado para o literal sem que o original o requeira, nem um aspecto simbólico para outro essencialmente
diverso, mas aderindo a um tratamento regular e harmônico dos objetos.
A PALAVRA.
Como a palavra de Deus é transmitida das duas maneiras, tanto escrita como falada, e é através dela
que o Espírito Santo convencerá o pecador e santificará o crente, é importante conhecermos algumas regras
básicas para errarmos o mínimo possível.
A COMUNICAÇÃO
Comunicar é trocar informações, é pensar... .As palavras pronunciadas devem fluir audivelmente,
eliminando dúvidas por parte dos ouvintes.
Dez dicas auxiliares para uma boa comunicação:
1- Pensar antes de falar;
2- Usar exemplos;
3- Ser consciente;
4- Ser verdadeiro;
5- Usar a razão;
6- Usar palavras conhecidas do público;
7- Falar claramente e pausadamente;
8- Evitar digressão do tema;
9- Ouvir atentamente;
10- Eliminar o medo.
Em comunicação:
O transmissor: é quem diz.
O código: é como se diz.
A mensagem: é o que se diz.
O receptor: é a quem se diz. (quem ouve).
a) conhecer o assunto.
b) conhecer o método.
c) prática.
A VOZ
Correta Errada
A profetiza a profeta
Amós Amois
Apóstolo Aposto, apostólo
Áquila Aquíla, Aquilá
Batizando batizano
Bênção ença
Benevolência benevolença
Boaz Boaiz
Brincando brincano
Calvário alváro, calvarío
Capítulo capito, capitu
Círculo de oração Circo de oração, circu de oração
Andando Andano, andanu
Como comu
Barquinho Barquim
Convivência convivênça
Convivendo conviveno, convivenu
Bendiz bendiiz
Coríntios corintos, corintus
Bombeiro bombero
Cruz cruiz
Cantando cantano
Curando curano
Demônio demonho
Deuteronômio deuterenômio, deuteronômo
Dez deiz
Diácono iáco, diacôno
Dificuldade dificulidade, dificurdade
Dirigindo dirigino, diriginu
Discípulo disciplo
Dois pães dois pãe, dois pão
Efésios éfeso (livro), éfesios, efesíos
Enfermo infermo
Ensinando ensinano, ensinanu
Falando alano, falanu, falani
Família amia
Faz faiz
Fevereiro feverero, fevereiru, fevereru
Fez feiz
Feliz feliiz
Filho fio, fíu
Gás gais, gazi
Gênesis ênezi, genésis
Goiânia oiana
Goiás Goiáis
Gólgota ógota, golgóta
Gritando gritano, gritanu
Homem ome, homi
Identidade indentidae, dentidade
Impecilho impecílio, impecío, impecíu
Inferno enferno
Inimigo nimigo
Insistência insistença
Janeiro janero, janeru
Jesus Jesuis, Jésus
Junho junio
Lázaro Lazo, Lazáro
Lúcifer lucifér, lucifé
FRASES EQUIVOCADAS
Errada - ele vai cantar o hino que João e Maria está pedindo
Certa - ele vai cantar o hino que João e Maria estão pedindo
Delação - denúncia
Dilação - adiamento, demora
Entender - compreender
lntender - superintender, administrar
Censo - estatística
Senso - entendimento
Poderíamos colocar também: LEIRA. LAVOR NÉDIO, NECROMANCIA, NEÓFITO, NÓMADE, NOTÓRIO,
OBLAÇÃO, OBREIAS, OFEGAR. OBSTINAÇÃO, OFUSCAR, ÓMER, ORÁCULO, ORIUNDO, OSCULO, OUTORGAR,
PADEJADOR, PARASCEVE, PASCER, PAVÉS, PEJO, PERCEPÇÃO, PERECER, PERFÍDIA, PERSCRUTAR,
PERSPICAZ, POSTIGO, PRECEPTOR, RÉPROBO, SÁTIRO, SÁTRAPA, ÁSPIDES, VESTÍBULO, (os seus vestíbulos
olhavam para o átrio) - Ezequiel 40.31. XÓ! XÓ’ (“Com xõ! xõ! e exílio o trataste”) – Isaias 27.8.
ATIVIDADES PRÁTICAS
Muna-se de um bom dicionário e dê o pleno significado das palavras que estão em letras maiúsculas nas
frases. Todas as frases foram retiradas do Velho e Novo testamentos da Bíblia revista e corrigida, considerada
de linguagem muito erudita.
17. meu ventre é como MOSTO, sem respiradouro, e virá a arrebentar, como ODRES novos.
41. Que pregues a palavra, INSTES a tempo e fora de tempo REDARGUAS, repreendas, exortes, com toda a
LONGANIMIDADE e doutrina.
LEIA COM ATENÇÃO O TEXTO ABAIXO E RESPONDA AS QUESTÕES QUE VÊM NO FINAL.
UM SONHO INSOLENTE
Introdução:
Os quatrocentos anos entre a profecia de Malaquias e o advento de Cristo são freqüentemente
descritos como sendo “silenciosos”, mas foram na verdade repletos de atividades.
Nenhum profeta, cujos escritos estão incluídos na Bíblia, se levantou em Israel durante estes séculos.
O escritos do Antigo Testamento foi considerado completo.
No entanto, muitas coisas aconteceram e deram aos judeus da época de Cristo a sua ideologia
característica. Esta era preparou providencialmente o caminho para a vinda de Cristo e a proclamação do Seu
Evangelho.
Cerca de 100 anos antes desta época, os judeus haviam sido levados para o cativeiro babilônico
(persa) (2 Rs 24.15; Jr 20.6). A antiga Pérsia era constituída de regiões que hoje formam as nações do Iraque
e do Irã.
Os judeus passaram muito bem durante o seu cativeiro de setenta anos sob domínio persa. No final
desses setenta anos, Ciro, Príncipe da Pérsia, lhes deu permissão de voltarem para Jerusalém e construírem o
seu templo (compare Jr 29.10 com Dn 9.2).
Muito embora houvessem encontrado oposição dos habitantes da Palestina, o templo foi completado e
consagrado durante o reinado de Dario, o Grande (Ed 6.1-14).
Esdras, o escriba, e Neemias, o leigo, tentaram fortalecer a comunidade judaico-palestina e incentivar
a sua lealdade para com a lei de Deus (veja Esdras 10).
Durante cerca de um século e meio após a época de Neemias, o Império Persa exerceu um controle
sobre a Judéia, e os judeus podiam manter as suas instituições religiosas sem interferências.
A Judéia foi governada por sumos-sacerdotes, os quais eram responsáveis diante do governo persa,
um fato que garantia aos judeus um bom nível de autonomia. Ao mesmo tempo, no entanto, isto fez do
sacerdócio um cargo político e lançou as sementes de problemas futuros. As competições pelo cargo de sumo-
sacerdote foram marcadas por invejas, intrigas e até mesmo assassinatos.
Dizem que Joanã, filho de Joiada (Ne 12.22), assassinou o seu irmão Josué dentro das dependências
do templo.
Joanã foi sucedido como sumo-sacerdote por seu irmão Jadua, cujo irmão Manassés, de acordo com
Josefo, casou-se com a filha de Sambalate, governador de Samaria.
2. Os Judeus Migram.
Durante o reinado de Artaxerxes III, muitos judeus estavam implicados numa revolta contra a Pérsia.
Depois do seu fracasso, os persas os deportaram para a Babilônia e a costa ao sul do Mar Cáspio.
Os judeus haviam fugido para o Egito na época de Jeremias há um século ou mais antes. Depois da
morte de Gedalias, o profeta Jeremias foi forçado a unir-se a um grupo de refugiados que buscaram asilo em
B. ALEXANDRE O GRANDE
A Pérsia nunca conseguiu subjugar os gregos, mas um herdeiro da cultura grega, Alexandre da
Macedônia, finalmente pôs um fim ao Império Persa.
Alexandre não era simplesmente um déspota louco por poder. Pelo fato de ser um discípulo do
filósofo Aristóteles, ele estava totalmente convencido de que a cultura grega era a única força que poderia
unificar o mundo.
Em 333 a.C., ele saiu da Macedônia e entrou na Ásia Menor, derrotando o exército persa lá
estacionado. Em seguida, ele se dirigiu ao sul através da Síria e Palestina, até chegar ao Egito.
Tanto Tiro quanto Gaza ofereceram uma obstinada resistência, mas os atrasos não desanimavam
Alexandre, ele simplesmente fortalecia a sua determinação de vencer.
2. Persas derrotados
Alexandre foi bem recebido no Egito como um libertador da opressão persa.
Os seus exércitos vitoriosos voltaram pelo mesmo caminho através da Palestina e Síria e, aí então,
dirigiram-se para o leste. As cidades da Babilônia (Iraque) e Pérsia (Irã) caíram diante de Alexandre e ele
prosseguiu para o leste até chegar na região de Punjabe na índia.
C. OS PTOLOMEUS
Depois da morte de Alexandre, a Judéia ficou primeiramente submissa a Antígono, um dos seus
generais. No entanto, ela caiu rapidamente nas mãos de um outro general, Ptolomeu I, cujo sobrenome Sóter
significava “Libertador”. Ele capturou Jerusalém num dia de sábado em 320 a.C.
1. Os judeus prosperam
Ptolomeu, cujo reinado centralizava-se no Egito, tratou bem os judeus. Muitos deles se estabeleceram
em Alexandria que continuou a ser um importante centro do pensamento judaico por muitos séculos.
Sob Ptolomeu II (Filadelfo), os judeus alexandrinos traduziram o seu Antigo Testamento para o grego.
Esta tradução ficou conhecida mais tarde como a Septuaginta (que traduzida significa “setenta”).
Este nome veio dos setenta judeus que foram enviados da Judéia para produzirem a tradução grega
das Escrituras Hebraicas. Na verdade havia setenta e dois, seis de cada uma das doze tribos.
Os judeus da Palestina desfrutaram de um período de prosperidade durante a época ptolemaica.
Tributos eram pagos ao governo no Egito. Os assuntos locais, no entanto, eram administrados pelos sumos-
sacerdotes, os quais haviam sido responsáveis pela governo do seu povo desde o período persa.
A maior figura dentre os judeus do período ptolemaico foi Simão o Justo, o sumo-sacerdote. Ele é alvo
do mais alto louvor do Livro Apócrifo do Eclesiástico, que o chama de “Grande dentre os seus irmãos e a
glória do seu povo”.
A ele se atribui a reconstrução das muralhas de Jerusalém, que haviam sido destruídas por Ptolomeu I.
Dizem que ele reparou o Templo e dirigiu a escavação de uma grande represa que fornecesse água fresca
para Jerusalém em épocas de seca e assédios. Além da sua reputação como sumo-sacerdote, Simão é
também considerado um dos grandes mestres do antigo judaísmo. O seu aforismo favorito era: “O mundo
repousa sobre três coisas: a Lei, o Serviço Divino e a Caridade.”
Contudo, a identidade de Simão Justo apresenta um problema histórico. Um sumo-sacerdote conhecido
como Simão I viveu durante a metade do terceiro século, e Simão II viveu em cerca de 200 a.C. Um destes
dois é indubitavelmente o Simão o Justo da tradição e lendas judaicas.
D. OS SELÊUCIDAS
Os governantes sírios deste período são chamados de Selêucidas. Isto se deve ao fato de que no reino
deles, um dos estados sucessores ao império de Alexandre o Grande, foi fundado por Seleuco I (Nicator).
A maioria dos primeiros governantes tinham o nome de Selêuco ou Antíoco. Eles governavam da
cidade de Antioquia, no Rio Orontes.
F. OS ASMONEUS
Os sírios reconheceram o governo de João Ircano sob a condição de que ele se considerasse submisso
à Síria e prometesse ajuda nas campanhas militares sírias.
Pequenas cidades costeiras anexadas por Jônatas e Simão também deveriam ser abdicadas, O eficiente
governo de Ircano, no entanto, efetuou rapidamente a reconquista destas cidades e a anexação da Iduméia
(Edom do Antigo Testamento) ao território judeu.
Estas conquistas garantiram o uso pela classe mercante de antigas rotas comerciais, mas apresentaram
problemas aos judeus com pretensões religiosas.
b) Os Saduceus se Rebelam. Com a morte de sua mãe, Ircano (II) que havia servido como sumo-
sacerdote, foi o sucessor ao trono, mas o seu irmão Aristóbolo dirigiu um exército de saduceus contra
Jerusalém.
Nem Ircano nem os fariseus estavam prontos para a guerra, e Ircano entregou os seus cargos a
Aristóbolo (II), que se tornou rei e sumo-sacerdote.
Logo depois, Ircano e Aristóbolo juraram uma amizade eterna, e o filho mais novo de Aristóbolo,
Alexandre, casou-se com a única filha de Ircano, Alexandra.
A paz, no entanto, foi curta entre os irmãos. Ircano teve que fugir e Antipas, governador da Iduméia,
adotou a sua causa. Com a ameaça da guerra civil, Pompeu apareceu com as suas legiões romanas para
garantir a paz da Judéia e favorecer as metas de Roma.
G. OS ROMANOS
Quando Pompeu suspeitou que Aristóbolo planejava se rebelar contra Roma, ele sitiou Jerusalém e,
depois de três meses, rompeu as fortificações, entrou na cidade, e ao que consta matou doze mil judeus.
a) Procurou ganhar a aprovação dos judeus. Muito embora fosse detestado pelos seus súditos
judeus, Herodes tentou de fato ganhar a aprovação deles. Ele construiu e reconstruiu cidades em todo o país.
Samaria tomou-se Sebaste em honra de Augusto; a Torre Estraton tornou-se Cesaréia, com um porto
protegido com um quebra-mar e uma muralha com dez torres. Fortalezas, balneários, parques, mercados,
estradas, e outros luxos da cultura helenística faziam parte do seu programa de construções.
No décimo oitavo ano do seu reinado (20-19 a.C.), Herodes começou a obra de reconstrução do Templo
Judaico em Jerusalém. O edifício principal foi construído pelos sacerdotes num ano e meio:
Contudo, a construção de todo o complexo de pátios e prédios não “foi completada até a procuradoria de
Albino (62-64 d.C.). Isto aconteceu menos de uma década antes da total destruição pelos exércitos de Tito
em 70 d.C., como foi profetizado por Jesus (Lc 19.41-44)”.
b) Morreu logo após o nascimento de Jesus. A morte de Herodes veio logo depois do nascimento
d’Aquele (Jesus), que deveria desafiar o direito de Herodes ao titulo “Rei dos Judeus”. Com a morte de
Herodes, que não foi lamentada por ninguém, o período entre o Antigo e o Novo Testamento chega ao fim e
passamos para o período do Novo Testamento.
Os fariseus, saduceus, herodianos e zelotes - com um papel tão importante nos registros do
Evangelho - todos eles tiveram as suas origens durante os dois séculos que antecedem o nascimento de
Cristo.
Eles representam as diferentes reações ao constante conflito entre o helenismo e a vida religiosa
judaica. Muito embora a luta dos Macabeus houvesse solucionado o problema político do relacionamento entre
os Selêucidas sírios e a Judéia, ela forçou sobre o judaísmo a necessidade de determinar o seu próprio
relacionamento com o mundo exterior.
1. Os Fariseus – Legalistas
Um partido com o nome de “fariseu” é mencionado primeiramente durante o reinado de João Ircano
(134 - 104 a.C.), e é evidente que até mesmo naquela época já havia um antagonismo entre o fariseu
“ortodoxo” e o saduceu, que era mais liberal.
A palavra “fariseu” significa “separado”. Este nome provavelmente significava, no início, uma pessoa
que havia se separado da influência corruptora do helenismo em seu zelo pela Lei Bíblica. O historiador Joséfo
disse que os fariseus “parecem ser mais religiosos que os outros e parecem interpretar as Leis com maior
precisão”.
a) Duas escolas de pensamento legalista - Durante o primeiro século antes de Cristo, dois mestres
fariseus influentes deram os seus nomes a duas escolas de pensamento legalista.
1) Hilel era o mais moderado dos dois, sempre pensando nos pobres e disposto a aceitar o domínio
romano como sendo compatível com a ortodoxia judaica.
2) Shammai, por outro lado, era mais rígido em suas interpretações e implacavelmente contrário a
Roma. Seu ponto de vista, em última análise, encontrou expressão na facção dos zelotes, cuja resistência aos
romanos acarretou a destruição de Jerusalém em 70 d.C.
O Talmude preserva o registro de 316 controvérsias entre as escolas de Hilel e Shammai.
b) A tradição torna-se Lei - A tradição, no pensamento dos fariseus, começou com um comentário
sobre a Lei, mas, em última análise, ela foi elevada ao nível da própria lei.
Para se justificar este ensinamento, afirmavam que a “lei oral” foi dada por Deus a Moisés no Monte
Sinai juntamente com a “lei escrita” ou Torá.
O último estágio desse desenvolvimento foi alcançado quando a Mishna declara que a lei oral precisa ser
observada com maior rigor que a lei escrita, porque a lei estatutária (isto é, a tradição oral) afeta a vida do
homem comum mais intimamente do que a lei constitucional mais remota (a Torá escrita).
Além da acusação de que o farisaismo envolvia pouco mais do que uma solicitude pelas trivialidades da
Lei, o Novo Testamento afirma que a tradição havia negligenciado muito o propósito da mesma (Mt 15.3).
Como em muitos movimentos dignos, a santidade inicial dos que haviam se separado da impureza a
grandes custos foi trocada por uma atitude de orgulho na observância de preceitos legalistas.
Homens como Nicodemos, José de Arimatéia, Gamaliel e Saulo de Tarso (após a sua conversão a Cristo,
ele se tornou o Apóstolo Paulo), representam algumas das almas mais nobres da tradição farisaica no Novo
Testamento.
Para Saulo, o fariseu representava a epítome da ortodoxia, “a facção mais rígida da nossa religião” (At
26:5). O farisaismo começou bem, e a sua perversão é um constante lembrete de que a vaidade e o orgulho
espiritual são tentações às quais os devotos são particularmente suscetíveis.
2. Os Saduceus — Materialistas
Muito embora os fariseus e saduceus sejam freqüentemente denunciados conjuntamente no Novo
Testamento, eles tinham pouca coisa em comum, exceto o seu antagonismo para com Jesus.
Os saduceus eram um partido da aristocracia de Jerusalém e do sumo-sacerdote. Eles haviam feito as
pazes com os governantes políticos e haviam conseguido posições de riqueza e influência. A administração e
os rituais do templo constituíam as suas responsabilidades específicas. Os saduceus se mantinham à distância
da massa e eram impopulares com elas.
As tentativas dos fariseus de aplicarem a Lei a novas situações foram rejeitadas pelos saduceus, que
restringiam os seus conceitos de autoridade á Torá, ou Lei Mosaica. Os saduceus não acreditavam na
ressurreição, nos espíritos, ou nos anjos (Compare Marcos 12.18; Lucas 20.27; Atos 23.8). A fé deles era
basicamente uma série de negações, o que fez com que não deixassem nenhum sistema religioso ou político
positivo.
Enquanto os fariseus davam as boas-vindas aos prosélitos (Mt 23.15), a facção dos saduceus estava
fechada. Ninguém, a não ser os membros da alta classe das famílias sacerdotais e aristocráticas de Jerusalém,
podia fazer parte deles.
Com a destruição do Templo em 70 d.C., a facção dos saduceus chegou ao fim. O judaismo moderno
atribui as suas origens aos fariseus.
3. Os Essênios — Ascéticos
Tanto os Essênios quanto os fariseus atribuem as suas origens aos líderes ortodoxos da época dos
Macabeus que resistiram contra o helenismo. Os fariseus mantinham uma rigorosa devoção à “lei oral” dentro
da estrutura do judaismo histórico. Eles mantinham a sua separação das impurezas, mas não da comunidade
judaica em si.
4. Outras Seitas
O Novo Testamento menciona os Herodianos (Mc 3.6; Mt 22.16) e os Zelotes (Lc 6.15), grupos de
judeus que se encontravam em extremos opostos da classe política.
Aparentemente, os Herodianos foram judeus de influência e prestígio, bem dispostos ao governo de
Herodes e, conseqüentemente, aos romanos que apoiavam a dinastia de Herodes.
Os Zelotes, por outro lado, eram super-patriotas que haviam resolvido resistir a Roma a todo custo. O
fanatismo deles acarretou a guerra durante a qual o exército de Tito destruiu Jerusalém e o seu Templo (70
d.C.).
Veja também abaixo a cronologia entre os Testamentos.
a) AS CIDADES
Eram muitas, porém pequenas. Jerusalém, Samaria e Cesaréia eram exceções. Pelas falta de templos e
edifícios públicos (exceto Jerusalém) eram de aparência pobre, com ruas estreitas, sombrias e sem
pavimentação.
As portas da cidade, que supõem a existência de muralhas, já são mencionadas em Gn 19.1, nos tempos
abraâmicos. Era onde tratavam quase todos os negócios públicos (Gn 23.10,18; Dt 21.19; Rt 4.1). Os negócios
dos israelitas limitavam-se a venda dos seus produtos ou de seus rebanhos (2 Cr 18.9); haviam mercados para
essa finalidade; mais tarde os hebreus tiveram bazares, ou ruas cobertas, cheias de lojas, que hoje em dia são
comuns em todo Oriente.
b) AS HABITAÇÕES
Os patriarcas da nação de Israel habitavam em tendas. Menciona-se as tendas logo no inicio da história
dos hebreus e tudo indica que em conexão com a vida pastoril (Gn 4.20).
As tendas primitivas eram cobertas com peles (Êx 26.14). A maior parte das tendas mencionadas na
Bíblia eram cobertas com pêlos de cabras fiados e tecidos pelas mulheres (Êx 35.26); é daí quem vem a sua cor
negra (Ct 1.5).
As tendas de linho eram usadas em ocasiões festivas ou em viagens. Provavelmente a tenda primitiva era
parecida com a que hoje se vê na Arábia, de forma oblonga, com mais ou menos três metros de altura no meio.
Um homem rico ou importante tinha três ou quatro tendas; uma para ele, outra para as mulheres e as outras
para os escravos e os hóspedes (Gn 24.67). Porém, às vezes, havia somente uma tenda bem grande dividida
com cortinas em dois ou três cômodos. O Tabernáculo foi construído segundo este modelo (Êx 26.37).
A respeito das cabanas, que é uma construção intermediária entre a tenda e a casa, temos pouca
informação na Bíblia. Jacó as usou para recolher os rebanhos (Gn 33.17), e depois estas aparecem nas vinhas
para proteger os vigias (Jó 27.18; Is 1.8).
Os hebreus viviam em boas casas no Egito, porém, quando entraram na Palestina, ocuparam casas já
construídas e só depois foram edificando as suas próprias, conforme o modelo encontrado. A arquitetura deve
ter alcançado alguma melhoria na época da monarquia. O palácio de Salomão, construído com participação dos
fenícios, mostra um grande aperfeiçoamento na arquitetônica. Em Jr 22.14 se percebe uma acentuada melhora
nas construções; no tempo de Jesus, a classe rica já conhecia a arte grega de construir.
Já as casa dos pobres do Oriente eram de barro, por isso se tornaram imagem da fragilidade humana. As
paredes facilmente se abriam em todos os sentidos, sendo fáceis de ser destruídas (Jó 24.16; Ez 12.5; Mt
6.19).
As casas dos ricos já eram diferentes. Tinham geralmente quatro paredes, uma delas dada para a estrada
e havia uma só porta e uma ou duas janelas pequenas em cima. A porta dava para um vestíbulo que
comunicava por uma porta ao lado com sala de espera que, por sua vez levava para um pátio quadrado aberto
em cima, ladeado pelas paredes da casa. Havia no térreo calçadas cobertas ao lado das paredes e acima ficava
uma galeria do mesmo tamanho. O quarto dos hóspedes ficava do lado oposto da sala de espera (Lc 22.11),
era onde o dono da casa recebia as visitas e tratava dos seus negócios. O teto era plano, cercado por um
parapeito e por uma grade. As escadas que levavam para o terraço e para os andares superiores ficavam em
um dos ângulos da casa, o mais perto possível da entrada, de modo que as visitas iam para a plataforma ou
para os quartos sem passar pelo andar inferior.
No verão o povo dormia no terraço que era usado também como local de oração, de lamentações e de
descanso. Na festa dos Tabernáculos levantavam-se tendas no terraço e durante as festas e comemorações
públicas, os convivas se reuniam no pátio, que era coberto em certas ocasiões. Isso explica as passagens a
seguir: Dt 22.8; 1 Sm 9.25; 2 Sm 11.2; Is 22.1; Mc 2.4; 13.15; At 10.9.
As portas das casas eram duplas, giravam sobre eixos, eram fechadas com trancas de madeira ou de
metal (Dt 3.5; Jz 16.3; Is 45.2). As casas não tinham chaminés, porém fazia-se uma clarabóia por onde saia a
fumaça (Os 13.3). Em muitas casas o aquecimento era feito com carvão vegetal como até hoje se pratica em
vários lugares (Jr 36.22; Jo 18.18).
c) A MOBÍLIA
Os móveis orientais sempre foram poucos e pequenos. As salas eram mobiliadas com cadeiras pequenas
e, as vezes, com mesas, haviam assentos que eram tapetes ou esteiras, sobre as quais se assentavam,
cruzando as pernas ou ajoelhando-se; havia ainda pequenos bancos (1 Sm 1.9; 1 Rs 2.19; Pv 9.14; Mt 21.12;
Mc 14.54).
As camas constavam de colchões e de cobertas acolchoadas; os lençóis e cobertores e os leitos de
madeira ou ferro não eram muitos usados. O que era muito usado era um canapé de madeira nos altos da casa
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e também uma espécie de aparelho feito de ramos de palmeiras ou, dependendo do caso, de marfim, onde se
colocava a cama (Sl 132.3; Am 6.4).
Os utensílios domésticos comuns eram de louça ou de cobre, alguns eram de couro; constavam de
panelas, pratos, odres, chaleiras. As lâmpadas eram alimentadas com azeite de oliva para fornecer luz durante
a noite, e eram de metal ou barro; nas casas dos ricos eram colocadas sobre um velador que às vezes se
dividia, no alto, em ramificações para outras lâmpadas (Gn 15.17; Êx 25.31-40). A lâmpada era sempre
conservada acesa durante a noite (Jó 13.6; Pv 20.20).
d) O VESTUÁRIO
O vestuário dos judeus constavam de duas peças: uma túnica ajustada ao corpo, comumente de mangas
compridas, que ia até os joelhos e às vezes até o tornozelo; e um manto largo bem comprido, preso nos
ombros e enrolado no corpo.
Em casa, só o primeiro era usado, que era uma espécie de vestido caseiro, com o qual não se recebia
visitas. É por essa razão que a Bíblia diz que pessoas vestidas assim estavam nuas ou tinham se desvestido (Is
20.4; Jo 13.4; 21.17).
As mangas eram geralmente longas, cobrindo as mãos, eram usadas durante visitas e cerimônias, para
ocultá-las. Quando fosse necessário um esforço grande e contínuo, o braço era desnudado ou a manga
arregaçada (Is 51.10; Ez 4.7).
O vestido externo servia de cobertura para noite ou mesmo de cama (Dt 24.13). Quando saíram do Egito
os israelitas cobriram suas amassadeiras com eles.
Como sinal de reverência ou dor, cobriam com ele o rosto (1 Rs 19.13; 2 Sm 15.30; Ef 6.12). Servia
também como proteção contra o vento e a chuva. É conhecido como regaço ou aba, conforme for amarrado
perto do ombro ou da cintura (2Rs 4.39; Sl 79.12; Lc 6.38). A aba do vestido servia também para levar coisas
(Ag 2.12).
Uma considerável parte da riqueza das nações orientais constavam destes vestidos, que eram trocados
com facilidade, e muitas vezes dados como prova de amizade e respeito (Gn 45.22; 2 Rs 5.22). No lugar de
uma túnica simples os ricos, algumas vezes, usavam uma espécie de camisa de linho fino e por cima uma
vestidura mais grosseira, a que se adicionava a capa. A beleza dessas roupas não consistia na forma, que era
sempre a mesma, mas na sua alvura (Ec 9.8). Em profundo desgosto, dor ou arrependimento os vestidos eram
rasgados (Gn 37.34; Jó 1.20).
O vestido interno era feito de linho ou algodão e o externo de lã ou peles de animais e lã. A arte de
bordar era conhecida (Êx 35.35; Jz 5.30). Há uma referência a uma família que parece ter sido famosa por
manufaturar o linho (1 Cr 4.21).
As cores brancas, azul e vários tons de vermelho e púrpura eram preferidas, são poucas as cores
mencionadas nas escrituras.
Ao redor da primeira vestidura usava-se um cinto de couro, com colchetes que dava voltas à cintura (Jr
13.1; Mt 3.4). Mas geralmente o cinto era usado sobre a capa. Era necessário ter o lombo cingido para viajar ou
quando algum esforço maior fosse exigido. Também no cinto era levada uma faca ou espada, ou um tinteiro
com pena de escrever, se tratar-se de um escriba (2 Sm 20.8; Ez 9.2), onde também, vez por outra se levava
objetos de valor (1 Sm 25.13; 2 Sm 13.11; Mt 10.9).
Os calções faziam parte da vestidura do sumo-sacerdote, talvez mais tarde, fossem usados pelo povo em
geral (Êx 28.42).
Tinham sandálias nos pés, que eram geralmente feitas com solas de couro ou madeira, que se prendiam
ao pé por meio de correias ou presilhas (Mt 3.11). Quando havia um negócio envolvendo terras, compra ou
transferência, costumava-se entregar a sandália (Rt 4.7), costume parecido com o que havia na Idade Média,
em que se entregava um torrão de terra ou um pedaço de turfa.
Tirar as sandálias era sinal de reverência (Êx 3.5; Dt 25.9). Como desatar ou levar as correias das
sandálias era serviço feito pelos criados, tornou-se símbolo conhecido de uma situação econômica inferior ou
servil (Mc 1.7; Mt 3.11; Is 20.4; At 13.25). Não se usavam meias, a grande maioria do povo nem sandálias
tinha, só as usando no inverno ou quando de viagem.
O pescoço ficava geralmente descoberto, e também com freqüência a cabeça. As classes superiores,
quando cobriam a cabeça, usavam uma espécie de turbante, mas o povo comum usava um pedaço de pano,
preso por uma fita em torno da fronte, se era mulher, o turbante estava preso a um véu que cobria a cabeça e
parte do corpo.
Os israelitas usavam o cabelo e a barba crescidas, porém, não como as mulheres, podiam usar a navalha
se o desejassem. A calvície era rara e muitas vezes tida em desprezo (2 Rs 2.23; Is 3.24; Jr 47.5).
A barba como sinal de virilidade era muito respeitada; cortá-la, cuspir-lhe, puxá-la ou mesmo tocar-lhe,
exceto quando tratava de uma saudação, era um insulto grosseiro (2 Sm 10.4-6; 1 Cr 19.3-6; Is 7.20), quando
um homem maltratava a sua própria barba, isso provava que estava louco ou em aflição extrema (1 Sm 21.13;
2 Sm 19.24; Is 15.2).
O CALENDÁRIO
a) O ANO JUDAICO
Havia o ano sagrado e o ano civil. O sagrado iniciava-se em março ou abril, conforme a Lua, como
lembrança do mês que os israelitas saíram do Egito, e o ano civil começava em setembro ou outubro. Época da
sementeira. Os profetas usavam o primeiro, e os que tinham que tratar das coisas civis usavam o último.
O ano era dividido em doze meses lunares, mas de três em três anos tinham treze meses.
Até a volta do cativeiro, esses meses não tinham nomes distintos, a não ser o primeiro que se chamava
Abibe (“o mês das espigas verdes”), ou Nisã, o mês do “vôo” (Et 3.7; Êx 12.2).
Como o ano judaico continha 354 dias divididos em doze meses de 29 e 30 dias alternadamente, ele era
menor que o ano solar cerca de 11 dias e 1/4, resultando disso, no ciclo lunar de 19 anos, um erro de 213 dias
e 3/4 mais ou menos. Para corrigir o calendário, era adicionado um décimo terceiro mês que se chamava Ve-
Adar (segundo Adar).
O ano novo Adar era ordenado por decreto do sacerdote, quando ele observava que a colheita da
primícia da cevada não podia ser feita antes de 16 de Nisã.
c) AS FESTAS JUDAICAS
Três vezes ao ano todos os homens tinham de comparecer diante de Deus nas festas da Páscoa, de
Pentecostes e dos Tabernáculos. Além destas havia a festa das Trombetas e o dia da Expiação.
O objetivo destas festas era fazer com que o Senhor estivesse no pensamento do povo e promover a
unidade nacional. A Páscoa, também chamada Festa dos Pães Asmos, celebrava-se na primavera, no dia 15 do
primeiro mês (Nisã) e durava sete dias, lembrava a saída dos israelitas do Egito.
O Pentecostes, conhecido também como Festa das Semanas da Ceifa ou das Primícias, era observado 50
(cinqüenta) dias após a Páscoa e durava 1(um) dia.
Tabernáculos também chamada Festas da Colheita, ocorria no primeiro dia do sétimo mês, 5 (cinco) dias
após o Dia da Expiação e durava 7(sete) dias.
A Festa das Trombetas, no primeiro dia do sétimo mês era o início do ano civil (Nm 28). O Dia da
Expiação no décimo dia do sétimo mês (Lv 16).
Estas festas são fixas, devendo todo varão judeu comparecer pelo menos 3 (três) vezes por ano em
Jerusalém.
ASSUNTOS DIVERSOS
b) MEDIDAS LINEARES
Medidas de comprimento: As medidas mais curtas são tomadas do corpo humano, Dt 3.11: “pela
medida de um côvado de homem”, o “côvado em uso”, conforme na versão contemporânea da Bíblia. A palma
da mão e o palmo explicam-se a si mesmos. O côvado, que era até a ponta do dedo maior, e era por razão
avaliado em 46 a 56 cm. Havia o côvado antigo (2 Co 3.3.4) em tempos posteriores o côvado aumentado (Ez
40.5; 41.8), porém desconhecemos suas respectivas dimensões.
Uma inscrição encontrada no túnel de Ezequias em 1880, parece determinar a extensão de 1200
côvados, desde o riacho de Cedron até a fonte de Siloé, através da rocha. Sabe-se que o referido túnel tem
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cerca de 600 metros de extensão. Em conseqüência, o côvado no tempo de Ezequias devia ter mais ou menos
50 centímetros. É possível que o côvado no Novo Testamento fosse de uns 52 centímetros.
Medidas para secos e líquidos: Tinham pontos de semelhança. O padrão tanto de uma como de outra
tinham pontos em comum, eram iguais em capacidade. O bato era medida para líquidos e o efa, medida para
secos levavam 36 litros (Ez 45.11).
d) MOEDAS
A moeda era avaliada por pesos, não houve moeda cunhada na Palestina antes do cativeiro babilônico. O
verbo “pagar” no hebraico realmente significa “pesar” (Gn 23.15; 33.19; Ed 8.25; Jr 32.9).
O siclo era o padrão do valor, tal como era o peso. Estavam tão acostumados com o uso dele que a
palavra era freqüentemente omitida: “Cem... de prata”, queria dizer cem ciclos de prata. O siclo foi cunhado em
moeda pela primeira vez por Simão Macabeu, aproximadamente 140 a.C., para comemorar a independência
judaica. Os siclos, meio siclos e quartos siclos, eram de ouro de prata e de bronze, tendo em letras hebraicas a
inscrição: “A Redenção de Sião”.
O siclo não é mencionado no Novo Testamento e sim o Estáter, valia quatro dracmas gregas, e é tomado
como equivalente àquela moeda (Lc 15.8). O meio siclo corresponde a taxa do templo (Êx 30.13), aparece no
Novo Testamento valendo duas dracmas (Mt 17.24).
O uso de moedas gregas e romanas juntamente com as da Palestina ocasionou muitas complicações,
sendo necessário recorrer aos cambistas, principalmente no templo, para ter a moeda judaica, a única que os
sacerdotes aceitavam. O valor dessas moedas é impossível de ser avaliado; poderíamos fazer cálculos, dando
ao quadrante o valor de um centavo em moeda brasileira, porém isso nada nos diria a respeito do valor
aquisitivo da moeda.
TABELA:
a) Sescuns: Oitava parte de asse romano.
b) Quadrante: Equivalente a dois sescuns (Mc 12.42).
c) Asse: Igual a quatro quadrantes (Mt 10.29; Lc 12.6).
d) Denário: Valia dezesseis asses. (valor de uma diária de trabalho). (Mt 20.2).
e) Dracma: Peça de prata equivalente ao denário romano (Lc 15.8,9).
f) Didracma: A moeda do tributo, equivalente a meio siclo (Mt 17.24).
g) Estáter: Ou siclo, igual a quatro dracmas (Mt 17.27).
h) Peças de prata: Sem dúvida eram os siclos (Mt 26.15; 27.3).
O dia natural tanto entre os judeus como entre os romanos contava-se desde o nascer até o por do sol.
Depois da volta do cativeiro babilônico foi dividido em doze horas mais ou menos longas, conforme as estações.
O dia civil, que se contava comumente, começava às seis horas da tarde e acabava às seis horas da tarde
seguinte.
Era diferente do dia civil romano, que, como o nosso vai de meia noite a meia noite e estava dividido
em dia e noite de igual duração.
A noite era desde tempos muitos antigos dividida em três vigílias: a primeira até as doze (meia noite)
(Lm 2.19); a média até às três da madrugada (Jz 7.19), e a vigília da manhã, que ia até às seis horas (Êx
14.24).
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Mas no tempo de Jesus a noite era dividida, como entre os romanos em quatro vigílias, de três horas
cada uma (Mc 13.35), começando-se a contá-las a partir das seis horas da tarde, a terceira vigília se chamava
“o cantar do galo” (Mt 26.34).
O dia propriamente dito (das seis da manhã às seis da tarde) era dividido em doze horas, sendo a
terceira, a sexta e a nona dedicadas ao culto público. Esta forma de divisão ainda é observada pelos judeus.
Em tempos muito antigos e até no cativeiro babilônico, o dia constava das seguintes partes: o romper do
dia, a manhã, o calor do dia.
Das nove às doze horas, o meio dia, o frescor do dia, das três às seis horas, e a tarde.
O espaço de tempo desde a hora sexta (meio dia) até ao princípio da noite, chama-se a tarde. Esta parte
do dia ainda se dividia em duas partes, também chamadas tarde (Êx 12.6; Lv 23.5).
Estas distinções esclarecem muitas passagens: pela undécima hora o pai de família disse aos
trabalhadores: “porque estais ociosos todo o dia?” (Mt 20.6). Para nós as onze horas são de manhã, mas para
os judeus eram de tarde, uma hora antes do por do sol.
O argumento de Pedro no dia de Pentecostes era forte, porque os judeus não comiam nem bebia antes
do sacrifício da manhã: “Sendo a hora terceira” (nove da manhã) (At 2.15).
No dia em que Cristo foi morto, houve trevas em toda a terra, desde a hora sexta até a hora nona, quer
dizer, desde o meio dia até às três da tarde. A Páscoa realizava-se sempre na época da Lua cheia. Por isso
essas trevas poderiam ter sido produzidas por um eclipse solar. Foi à hora nona que Jesus exclamou, e algum
tempo depois expirou (ou “entre as tardes”, quando se oferecia o sacrifício de costume).
João diz que Pilatos apresentou Jesus ao povo à hora sexta (Jo 19.14); provavelmente, conta-se aqui o
tempo a partir de meia noite que é quando começa o dia romano.
- Foi pela quarta vigília da noite ou perto do amanhecer que Jesus foi pelo mar, ter com seus discípulos.
Ele tinha passado a noite inteira em oração (Mc 6.48).
Muito louvor merece o servo a quem o senhor achou vigiando na segunda ou terceira vigília, isto é, entre
as nove e às três da madrugada (Lc 12.38).
Devemos observar que os judeus falam geralmente qualquer parte do dia ou de outros períodos de
tempos como se tratasse de unidades inteiras. Por isso Jesus disse: “Depois de três dias ressuscitarei” (Mt
27.63). embora Ele tivesse estado no sepulcro apenas um dia completo (pelo cômputo do dia romano) e
metade de outro, desde a tarde de sexta-feira até a manhã de domingo. Ele deu a entender também, citando
Jonas, que estaria no sepulcro três dias e três noites, três partes de três dias civis, visto como o dia e a noite
tinham o significado dum dia de vinte e quatro horas (Mt 12.40; 1 Sm 30.12,13). Do mesmo modo, no
Evangelho de João uma semana é oito dias (Jo 20.26).
COSTUMES GERAIS
* Na Roma antiga, as crianças adotadas eram-no primeiro em particular, depois a adoção era ratificada
em ato público e as crianças assim adotadas tornavam-se herdeiras de seus pais adotivos. Por isso, no capítulo
8 de Romanos, se diz que os cristãos são adotados, mas esperam a sua adoção, a saber, a redenção do corpo,
isto é, esperam o seu reconhecimento público na vinda do Senhor (Rm 8.23).
* Os judeus ricos mandavam ensinar a seus filhos alguma profissão, com o fito de prepará-los para
qualquer mudança de fortuna. Por isso Paulo, que foi educado liberalmente, aprendeu o ofício de fazer tendas
(At 18.3).
* As pessoas que faziam visitas a um superior levavam geralmente presentes (Pv 18.16; Jó 42.11). Os
reis e os príncipes também presenteavam como prova de distinção (Gn 45.22; 1 Sm 18.4; Et 8.15). Era uma
grande afronta não usar os vestidos assim presenteados (Mt 22.11,12).
* A saudação comum no oriente era um beijo, às vezes na barba, outras vezes na face, o beijo de
respeito e veneração era na fronte (2 Sm 20.9; Gn 27.26; Êx 4.27; 1 Sm 10.1; Sl 12.12; At 20.37). As
saudações dos judeus eram muito cerimoniosas, essa era a razão porque as pessoas encarregadas de algum
negócio urgente eram proibidas de saudarem alguém pelo caminho (2 Rs 4.29; Lc 10.4). A saudação comum
era “Paz seja contigo” (Jz 19.20; 1 Sm 25.6). Veja outras maneiras de cumprimento em Rt 2.4; 3.16; Sl 129.8.
* Era um insulto maltratar a barba, cuspir no rosto e o emprego de homens em serviços degradantes (Jz
16.21; Lm 5.13). Também bater as palmas das mão, injuriar a mãe de alguém e desonrar os mortos (Jó 27.23;
1 Sm 20.30; 2 Sm 3.39; 16.10; 29.22; Jr 26.23).
* Na ocasião da Páscoa, o povo de Jerusalém costumava preparar salas onde os estrangeiros pudessem
celebrar a festa, essa é a razão porque Jesus, com naturalidade, mandou Pedro e João procurar um quarto alto
para esse fim (Mc 14.15).
* No passado remoto não havia hotéis como os de hoje e os viajantes tinham que esperar nas estradas
ou nas portas e praças dos povoados até que alguém os convidassem para alguma casa (Gn 19.2; Jz 19.15-21).
Nos tempos de Jesus haviam hospedarias, mas os hóspedes deviam levar o que lhes era necessário para sua
alimentação e ainda a cama e o combustível para a lâmpada. Foi na estrebaria de uma casa assim, já que não
havia mais vagas, que nasceu o salvador do mundo. Lugares semelhantes eram encontrados nas principais
estradas desde os tempos patriarcais (Gn 42.27; 43.21; Êx 4.24).
* Quando morria alguém, seus parentes rasgavam os vestidos da cabeça aos pés, os convidados faziam
um rasgo menor, pessoas assalariadas juntavam a essas expressões de dor as suas lamentações e músicas (Jr
9.17,18; Mt 9.23; At 9.39). era comum o embalsamento, e a não ser no Egito, o processo era o seguinte:
ungia-se o corpo com ervas odoríferas, envolvendo-o depois em lençóis de linho. O enterro era feito dentro das
vinte e quatro horas seguintes, não havia caixões mortuários, o defunto era enrolado apertadamente em panos
da cabeça aos pés, e levado sempre ao cemitério que ficava sempre a alguma distância da cidade. Para os
pobres havia um lugar comum de sepultamento, porém muitas famílias construíam sepulcros no seu próprio
jardim. A beira da sepultura não havia nenhuma cerimônia mas o dia findava com um ato fúnebre (2 Sm 3.35;
Os 9.4). O luto era expresso pelo rasgar do vestido, uso de saco, umas vezes ocultando o rosto outras
espalhando pó sobre a cabeça (2 Sm 3.31; 19.4; Jó 2.12). Os sepulcros eram geralmente escavados na rocha,
com nichos ao redor, contendo um cadáver cada um (Jó 16.21,22; 33.18; Sl 88.6; Is 14.9-19; 38.10; Ez 32.18).
* Era costume dos reis da Síria visitar Roma, para obterem do imperador e do senado a confirmação dos
seus títulos ou para obterem a sua proteção. Foi com essa finalidade que Herodes o Grande, visitou César
Augusto com seus filhos, vejam o que Jesus diz em Lc 19.12. Em algumas parábolas o Senhor Jesus menciona
esse costume.
* A morte por cruz era o suplício usado só para punir escravos, ou aqueles a quem as autoridades
quisessem expor a maior humilhação. Não era castigo judaico, nem podia infligir-se a um cidadão romano. Por
isso Jesus foi entregue aos gentios e contado entre os malfeitores (Mt 20.19).
* Muitos costumes nos tempos antigos tinham ligação com o ato selar: o selo, geralmente um
anel com o nome do possuidor, preservava o objeto (Jó 14.17) e firmava o segredo (Is 29.11) dava autoridade
e remate aos documentos (Ne 9.38; Et 8.8) ou marcava um objeto para significar que era propriedade
particular daquele cujo nome ficava ali impresso (Rm 4.11; 2 Tm 2.19; Ap 7.2,3).