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HIGIENE

OCUPACIONAL

Autores: Jorge Luiz Ramos Teixeira


Marcela Machado Magalhães de Sá
Co-autor: Frederico de Azevedo Maia
HIGIENE
OCUPACIONAL
Este é um material de uso restrito aos empregados da PETROBRAS que atuam no E&P.
É terminantemente proibida a utilização do mesmo por prestadores de serviço ou fora
do ambiente PETROBRAS.

Este material foi classificado como INFORMAÇÃO RESERVADA e deve possuir o


tratamento especial descrito na norma corporativa PB-PO-0V4-00005“TRATAMENTO DE
INFORMAÇÕES RESERVADAS".

Órgão gestor: E&P-CORP/RH


HIGIENE
OCUPACIONAL

Autores: Jorge Luiz Ramos Teixeira


Marcela Machado Magalhães de Sá
Co-autor: Frederico de Azevedo Maia

Ao final desse estudo, o treinando poderá:

• Reconhecer os possíveis riscos do ambiente de trabalho,


através do conhecimento dos conceitos de Higiene
Ocupacional, de sua aplicação e de seus
desdobramentos à atividade executada.
Programa Alta Competência

Este material é o resultado do trabalho conjunto de muitos técnicos


da área de Exploração & Produção da Petrobras. Ele se estende para
além dessas páginas, uma vez que traduz, de forma estruturada, a
experiência de anos de dedicação e aprendizado no exercício das
atividades profissionais na Companhia.

É com tal experiência, refletida nas competências do seu corpo de


empregados, que a Petrobras conta para enfrentar os crescentes
desafios com os quais ela se depara no Brasil e no mundo.

Nesse contexto, o E&P criou o Programa Alta Competência, visando


prover os meios para adequar quantitativa e qualitativamente a força
de trabalho às estratégias do negócio E&P.

Realizado em diferentes fases, o Alta Competência tem como premissa


a participação ativa dos técnicos na estruturação e detalhamento das
competências necessárias para explorar e produzir energia.

O objetivo deste material é contribuir para a disseminação das


competências, de modo a facilitar a formação de novos empregados
e a reciclagem de antigos.

Trabalhar com o bem mais precioso que temos – as pessoas – é algo


que exige sabedoria e dedicação. Este material é um suporte para
esse rico processo, que se concretiza no envolvimento de todos os
que têm contribuído para tornar a Petrobras a empresa mundial de
sucesso que ela é.

Programa Alta Competência


Agradecimentos

À equipe de professores e funcionários na pessoa do Professor


Mano Vidal, do CESERG (Centro de Especialização Superior em
Ergonomia);

À equipe de enfermeiras do E&P - SERV / US - AP - SMS, na pessoa de


Cristina de Araújo Couto;

Ao Gestor Setorial (AB-CR / SMS / AS) Regina Lucia Melo Dias.


Como utilizar esta apostila

Esta seção tem o objetivo de apresentar como esta apostila


está organizada e assim facilitar seu uso.

No início deste material é apresentado o objetivo geral, o qual


representa as metas de aprendizagem a serem atingidas.

ATERRAMENTO
DE SEGURANÇA

Autor

Ao final desse estudo, o treinando poderá:

Objetivo Geral
• Identificar procedimentos adequados ao aterramento
e à manutenção da segurança nas instalações elétricas;
• Reconhecer os riscos de acidentes relacionados ao
aterramento de segurança;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de
aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas
instalações elétricas.
O material está dividido em capítulos.

No início de cada capítulo são apresentados os objetivos


específicos de aprendizagem, que devem ser utilizados como
orientadores ao longo do estudo.

48

Capítulo 1

Riscos elétricos
e o aterramento
de segurança

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

Objetivo Específico
• Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e
riscos elétricos;
• Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de
equipamentos e sistemas elétricos;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de
segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas.

No final de cada capítulo encontram-se os exercícios, que


visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem.

Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do


capítulo em questão.

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

mo está relacionada a 1.6. Bibliografi a Exercícios


1.4. 1.7. Gabarito
CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
1) Que relação podemos estabelecer entre
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
riscos elétricos e
Elétrica, 2007. aterramento de segurança? O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
_______________________________________________________________
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
_______________________________________________________________
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
Norma Petrobras N-2222. 2) Apresentamos,
Projeto de aterramentoa de
seguir, trechos
segurança de Normas Técnicas que
em unidades
marítimas. Comissão de abordam os cuidados
Normas Técnicas e critérios relacionados a riscos elétricos.
- CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato

Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, (B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
o caso: executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.”
e do tipo de
A) Risco Proteção
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. de incêndio e explosão
de estruturas B) Risco
contra descargas de contato (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
es durante toda atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento
na maioria das ( ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de
mantê-los sob projetadas e executadas de modo que seja possível operação.”
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http://
is, materiais ou 24 prevenir, por meios seguros,
www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> os perigos de choque
- Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25
14 mar. 2008. elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
21 à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de
( ) of Lightining
NFPA 780. Standard for the Installation “Nas instalações elétricas
Protection Systems. de
áreas classificadas
National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
a maior fonte Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”
(...) devem ser adotados dispositivos de proteção,
sária, além das como alarme e seccionamento automático para
Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados
ole, a obediência br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai.sobretensões,
prevenir 2008. sobrecorrentes, falhas de
à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.”

Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas


nça. isolamento, aquecimentos ou outras condições
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acessoanormais de operação.”
em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir:

( ) “Nas partes das instalações


Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi elétricas
sob tensão, (...)
sica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.
durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for
julgado necessário à segurança, devem ser colocadas (F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer
placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas riscos de choques elétricos.

e demais meios de sinalização que chamem a atenção (V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um
equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
quanto ao risco.” houver falha no isolamento desse equipamento.
( ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e (V) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um
sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas “fio terra”.
3. Problemas operacionais, riscos e
cuidados com aterramento de segurança

T
odas as Unidades de Exploração e Produção possuem um plano
de manutenção preventiva de equipamentos elétricos (motores,
geradores, painéis elétricos, transformadores e outros).

A cada intervenção nestes equipamentos e dispositivos, os


Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas
mantenedores avaliam a necessidade ou não da realização de inspeção
definos
nições
sistemasestão disponíveis
de aterramento envolvidosno glossário.
nestes equipamentos.Ao longo dos
textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente
Para que o aterramento de segurança possa cumprir corretamente o
identifi cados, pois estão em destaque.
seu papel, precisa ser bem projetado e construído. Além disso, deve
ser mantido em perfeitas condições de funcionamento.

Nesse processo, o operador tem importante papel, pois, ao interagir 49


diariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar
imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando
problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico
por contato indireto e de incêndio e explosão.

3.1. Problemas operacionais

Os principais problemas operacionais verificados em qualquer tipo


de aterramento são:

• Falta de continuidade; e
• Elevada resistência elétrica de contato.

É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 define o valor


de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo
admissível para resistência de contato.

Alta Competência Capítulo 3. Problemas operaciona

3.4. Glossário 3.5. Bibliografia

Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIAN
manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma elétricos - inspeção e medição da re
corrente elétrica. Elétrica, 2007.

Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos
– Curso técnico de segurança do trab
Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm.
NFPA 780. Standard for the Installation
Fire Protection Association, 2004.

Norma Petrobras N-2222. Projeto de


marítimas. Comissão de Normas Técn

Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instala


Brasileira de Normas Técnicas, 2005.

Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Pr


56 atmosféricas. Associação Brasileira d

Norma Regulamentadora NR-10. Seg


eletricidade. Ministério do Trabalho
www.mte.gov.br/legislacao/normas_
em: 14 mar. 2008.
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
98
100
102

Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os 104


105

insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, 106


108

ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, 110


112

basta consultar a Bibliografia ao final de cada capítulo. 114


115

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

1.6. Bibliografia 1.7. Gabarito NÍVEL DE RUÍDO DB (A)

CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
85
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
Elétrica, 2007. O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes 86
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade.
87
2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
88
Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades
marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato 89
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
(B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e 90
executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” 91
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento 92
automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de 93
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// operação.”
24 www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25 94
14 mar. 2008. trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de 95
NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
96
Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão
Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”

Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados 98
br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.” 100
presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos.
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: 102
Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fisica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes 104
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.

(F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer


105
riscos de choques elétricos.
106
(V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um

A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo (V)


equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
houver falha no isolamento desse equipamento.

Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um


108
110

abordado Alta
deCompetência
um determinado item do capítulo. 112
“fio terra”.

(F) A queimadura é o principal efeito fisiológico associado à passagem


da corrente elétrica pelo corpo humano. 114 Capítulo 1. Riscos elét
115

Trazendo este conhecimento para a realid


observar alguns pontos que garantirão o
incêndio e explosão nos níveis definidos pela
É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a durante o projeto da instalação, como por ex
primeira observação de um fenômeno relacionado
com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um • A escolha do tipo de aterramento fu
fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido ao ambiente;
um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de
atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome • A seleção dos dispositivos de proteção
dado à resina produzida por pinheiros que protege a
árvore de agressões externas. Após sofrer um processo
• A correta manutenção do sistema elét
semelhante à fossilização, ela se torna um material
duro e resistente.

O aterramento funcional do sist

14
?
Os riscos VOCÊ
elétricosSABIA?
de uma instalação são divididos em dois grupos principais:

Uma das principais substâncias removidas em poços de


como função permitir o funcion
e eficiente dos dispositivos de pro
sensibilização dos relés de proteçã

MÁXIMA EXPOSIÇÃO
“Importante” é um lembrete
petróleo pelo pig de limpeza é adas
parafina. questões
Devido às
baixas temperaturas do oceano, a parafina se acumula
essenciais do uma circulação de corrente para a
por anormalidades no sistema elétr
DIÁRIA PERMISSÍVEL
8 horas conteúdo tratadovirno capítulo.
nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
Observe no diagrama a seguir os principais ris
5 horas
à ocorrência de incêndio e explosão:
4 horas e 30 minutos
4 horas 1.1. Riscos de incêndio e explosão
3 horas e 30 minutos
ImpOrtAnte!
3 horas Podemos definir os riscos de incêndio e explosão da seguinte forma:
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
Situações associadas à presença de sobretensões, sobrecorrentes,
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
fogo no ambiente elétrico e possibilidade de ignição de atmosfera
1 hora e 45 minutos
potencialmente explosiva por descarga descontrolada de
1 hora e 15 minutos
eletricidade estática.
1 hora
45 minutos AtenÇÃO
35 minutos Os riscos de incêndio e explosão estão presentes em qualquer
30 minutos instalaçãoÉ e muito
seu descontrole se traduz
importante que principalmente
você conheça em os
danos
25 minutos pessoais, procedimentos específicosoperacional.
materiais e de continuidade para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
reSUmInDO...

Recomendações gerais
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
• Lançadores e recebedores deverão ter suas
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos
4 horas
3 horas e 30 minutos
ImpOrtAnte!
3 horas
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos AtenÇÃO
35 minutos
30 minutos Já a caixa de destaque
É muito “Resumindo”
importante que você conheçaé uma os versão compacta
procedimentos específicos para passagem de pig
25 minutos
20 minutos dos principais pontos
em poços abordados no capítulo.
na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
reSUmInDO...

Recomendações gerais

? VOCÊ SABIA?
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
Uma das principais substâncias removidas em poços de
• Apóspelo
petróleo a retirada
pig dede um pig, inspecione
limpeza internamente
é a parafina. Devido às
MÁXIMA EXPOSIÇÃO o recebedor
baixas de pigs;
temperaturas do oceano, a parafina se acumula
DIÁRIA PERMISSÍVEL nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
8 horas • Lançadores e recebedores deverão ter suas
vir a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos

Em “Atenção” estão destacadas as informações que não


4 horas
3 horas e 30 minutos
ImpOrtAnte!
3 horas
2 horas e 40 minutos devem ser esquecidas.
É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos AtenÇÃO
35 minutos
30 minutos É muito importante que você conheça os
25 minutos procedimentos específicos para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
tricos e o aterramento de segurança
8 minutos
7 minutos
reSUmInDO...

Recomendações gerais
dade do E&P, podemos
controle dos riscos de
Todos os recursos• Antes
didáticos presentes nesta apostila têm
do carregamento do pig, inspecione o
as normas de segurança
xemplo:
como objetivo facilitar o aprendizado de seu conteúdo.
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
uncional mais adequado
• Lançadores e recebedores deverão ter suas

o e controle;
Aproveite este material para o seu desenvolvimento profissional!

trico.

tema elétrico tem


namento confiável
oteção, através da
15
ão, quando existe
a terra, provocada
rico.

scos elétricos associados


Sumário
Introdução 17

Capítulo 1 - Noções de Higiene Ocupacional


Objetivos 19
1. Noções de Higiene Ocupacional 21
1.1. Histórico 21
1.2. Princípios 22
1.2.1. Antecipação dos riscos ambientais 23
1.2.2. Reconhecimento 23
1.2.3. Avaliação 24
1.2.4. Controle 24
1.3. Agentes ambientais 25
1.3.1. Agentes físicos 25
1.3.2. Agentes químicos 40
1.3.3. Agentes biológicos 56
1.4. Exercícios 58
1.5. Glossário 65
1.6. Bibliografia 70
1.7. Gabarito 72

Capítulo 2 - Noções de toxicologia


Objetivos 79
2. Noções de toxicologia 81
2.1. Toxicidade 81
2.2. Ação tóxica 84
2.3. Monitoramento biológico 85
2.4. Exercícios 88
2.5. Glossário 91
2.6. Bibliografia 92
2.7. Gabarito 94
Capítulo 3 - Noções de Ergonomia
Objetivos 97
3. Noções de ergonomia 99
3.1. História da ergonomia 99
3.1.1. Transformação do sistema de produção 100
3.1.2. Instrumentação de energia 101
3.2. Conceitos de ergonomia 104
3.2.1. Ergonomia 104
3.2.2. Conhecimentos básicos 105
3.2.3. Aplicação dos conhecimentos de sustentação à ergonomia 106
3.3. Ergonomia física 108
3.4. Ergonomia cognitiva 114
3.5. Ergonomia organizacional 115
3.6. Modelos de intervenção ergonômica 116
3.7. Legislação e políticas e diretrizes da Petrobras 117
3.7.1. Processo de trabalho 118
3.7.2. Legislação complementar 120
3.7.3. Políticas e diretrizes da Petrobras em ergonomia 121
3.8. Políticas e diretrizes da Petrobras em ergonomia 124
3.8.1. Critérios para a ação ergonômica 124
3.8.2. Formas de ação ergonômica 125
3.8.3. Sistemática SPM (Situação, Problema, Melhoria)
de verificação ergonômica 127
3.8.4. Construção social e AET 132
3.8.5. Programas de ergonomia 133
3.8.6. Análise ergonômica do trabalho 135
3.9. Recomendações gerais em ergonomia 138
3.10. Exercícios 140
3.11. Glossário 144
3.12. Bibliografia 146
3.13. Gabarito 147
Introdução

A
Higiene Ocupacional é a ciência que tem como objetivo
antecipar, reconhecer, avaliar e controlar os agentes ambientais
originados no local de trabalho que podem causar doenças,
comprometer a saúde e o bem-estar ou significante desconforto e
ineficiência entre os empregados ou membros da comunidade.

Este estudo aborda conceitos de Higiene Ocupacional, toxicologia


ocupacional e ergonomia, sempre tendo como base a legislação
vigente aplicável, nas operações do E&P da Petrobras.

Ao se abordar os conceitos de Higiene Ocupacional, é importante


destacar os conhecimentos técnicos sobre antecipação, 17
reconhecimento, avaliação e controle dos agentes ambientais, bem
como o estudo de cada um desses agentes.

No que diz respeito às noções de toxicologia ocupacional, faz-se


necessário enfoque aos conhecimentos técnicos sobre toxicidade,
ação tóxica e monitoramento biológico.

Em relação à ergonomia, alguns conceitos serão apontados e também


oportunidades de melhoria no ambiente de trabalho por meio de
soluções úteis, práticas e aplicáveis.

RESERVADO
RESERVADO
Capítulo 1
Noções de
Higiene
Ocupacional

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

•Conceituar Higiene Ocupacional, identificando seus


princípios básicos;
• Caracterizar agentes físicos, químicos e biológicos.

RESERVADO
Alta Competência

20

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

1. Noções de Higiene Ocupacional

A
Higiene do Trabalho, também chamada Higiene Ocupacional
é a ciência que objetiva a proteção dos trabalhadores, através
da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos
agentes ambientais originados no local de trabalho que possam
causar o comprometimento da saúde e do bem-estar, ou significante
desconforto e ineficiência entre os trabalhadores ou membros da
comunidade eventualmente afetada.

1.1. Histórico

Ao longo dos anos, muitas iniciativas visando à saúde no trabalho


foram tomadas. Observe a seguir algumas delas.

1700 – Bernardino Ramazzini


publica o livro “As doenças dos 21
trabalhadores”, que descrevia um
grande número de doenças origi- 1914 – Criação da National Institute
nadas dentro dos ambientes de of Occupational Safety and Health
trabalho. A partir do séc. XVIII, (NIOSH), órgão de pesquisa em
com a Revolução Industrial, as Segurança e Saúde no Trabalho.
primeiras leis proibiram o Atualmente, a NIOSH estabelece as
trabalho noturno aos menores de metodologias para avaliação de
18 anos e a 69 horas semanais a exposição ocupacional.
jornada de trabalho.

1919 – No Brasil é criada a primeira


lei de Seguros e Acidentes do
Trabalho.
1930 – É criado, no Brasil, o Ministé-
rio do Trabalho.

1938 – É criado o American Con-


ference of Governmental Indus-
trial Hygienists (ACGIH), uma asso-
ciação dos higienistas do governo
americano e que desenvolve pes-
quisas sobre os limites de 1943 – É promulgada a CLT (Consolidação
exposição ocupacional para os das Leis do Trabalho) no Brasil.
agentes físicos, químicos e
biológicos e índices biológicos de
exposição (IBE).

1966 – É criada a Fundação Jorge


Duprat Figueiredo de Segurança e
Medicina do Trabalho – FUNDA-
CENTRO, como um compromisso
do Brasil perante a Organização
1978 – O Ministério do Trabalho elabora a
Internacional do Trabalho (OIT) de
Portaria nº. 3214 com 28 normas regula-
investimento em segurança e
mentadoras sobre segurança e medicina do
medicina do trabalho.
trabalho.

1992 – É introduzido o mapa de


riscos, possibilitando a participação
dos trabalhadores no reconhe- 1994 – É criada a Associação Brasileira
cimento e na avaliação qualitativa de Higienistas Ocupacionais (ABHO).
dos ambientes de trabalho.

RESERVADO
Alta Competência

1.2. Princípios

Para o gerenciamento dos riscos ambientais na higiene ocupacional


são focados os quatro pilares básicos que estão inter-relacionados que
são: antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos.

Gerenciamento de riscos ambientais

Reconhecimento
dos riscos
ambientais
Antecipação
dos riscos
ambientais

22
Avaliação dos Controle dos riscos
riscos ambientais ambientais

A NR-9 Norma Regulamentadora do Programa de Prevenção de


Riscos ambientais (PPRA), estabelece às empresas a obrigatoriedade
da elaboração e implementação deste Programa. É com base nessa
norma e nos seus conceitos que serão estudados no conteúdo.

O objetivo do PPRA é a preservação da saúde e da integridade


dos trabalhadores, através de etapas estabelecidas no Programa,
e que estabelecem como devem ser o controle da ocorrência de
riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente
de trabalho.

As etapas do PPRA são antecipação, reconhecimento e avaliação e


controle dos riscos ambientais.

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

1.2.1. Antecipação dos riscos ambientais

A antecipação dos riscos ambientais envolve a análise de projetos,


métodos, equipamentos, materiais ou processos de trabalho, ou de
alteração nos já existentes, com o objetivo de identificar os agentes
ambientais potencialmente nocivos e incorporar preventivamente
medidas de proteção para o controle dos seus riscos.

A antecipação dos riscos deve ocorrer desde as fases de concepção


do projeto, seu detalhamento e implementação, devendo estar
integrada com as ações de gestão de mudanças (Diretriz 6 - Gestão
de Mudanças).

1.2.2. Reconhecimento

A etapa de reconhecimento dos riscos ambientais envolve:


23
• Identificação do risco;

• Determinação e localização das possíveis fontes geradoras;

• Identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação


dos agentes no ambiente de trabalho;

• Identificação das funções e do número de trabalhadores


expostos a cada família de riscos;

• Caracterização das atividades e de como se dá a exposição;

• Obtenção de registros existentes na empresa, principalmente


através da CIPA, indicativos de possível comprometimento da
saúde decorrente do trabalho;

• Relacionar os possíveis danos à saúde ligados às exposições


identificadas, disponíveis na literatura técnica;

• Descrição das medidas de controle dos riscos já existentes.

RESERVADO
Alta Competência

1.2.3. Avaliação

A avaliação dos riscos ambientais busca qualificá-los com os seguintes


objetivos:

• Comprovar a existência dos riscos identificados nos mapas de


riscos e na etapa de reconhecimento (por ex. medir a concentração
ou a intensidade de um ou mais agentes e compará-la com
referências apropriadas);

• Subsidiar o dimensionamento da exposição dos


trabalhadores;

• Subsidiar o grau das medidas de controle.

1.2.4. Controle
24

Nesta etapa são estabelecidas as medidas necessárias para a eliminação


e minimização dos riscos ambientais.

O estudo, desenvolvimento e implantação de medidas de proteção


coletiva devem obedecer à seguinte prioridade:

1) medidas que eliminem ou reduzam a utilização ou a formação


de agentes prejudiciais à saúde;

2) medidas que previnam a liberação ou disseminação desses


agentes no ambiente de trabalho;

3) medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses


agentes no ambiente de trabalho.

Quando for comprovada a inviabilidade da adoção de medidas de


proteção coletiva ou quando estas não forem suficientes ou estiverem
em fase de estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em
caráter complementar ou emergencial, devem ser adotadas outras
medidas, obedecendo-se à seguinte prioridade:

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

1) medidas de caráter administrativo ou de organização do


trabalho (por ex. mudança de procedimentos, redução de carga
horária), retirando o empregado da exposição;

2) utilização de Equipamento de Proteção Individual - EPI.

1.3. Agentes ambientais

Consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e


biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de
sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição,
são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.

Esses agentes ambientais são divididos em três grupos que serão


detalhados a seguir:

25
• agentes físicos;

• agentes químicos;

• agentes biológicos.

1.3.1. Agentes físicos

Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que


possam estar expostos os trabalhadores, tais como ruído, vibrações,
pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes,
radiações não ionizantes, bem como o infra-som e o ultra-som.

Ruído

Pode-se entender o som como qualquer variação de pressão em um


meio elástico (no ar, água ou outro meio) que o ouvido humano possa
detectar, ou seja, uma vibração que é transmitida na forma de ondas
e percebida pelo indivíduo como “agradável”. Quando o som não é
desejado ou incômodo, ou possui uma combinação não harmoniosa,
diz-se que o mesmo se transformou em ruído ou barulho.

RESERVADO
Alta Competência

Existem alguns fatores responsáveis por transformar um som


agradável em um ruído irritante e desagradável. Observe a seguir
alguns desses fatores:

• Duração da exposição - se um indivíduo fica exposto a uma


fonte de ruído por um período curto, menor é a probabilidade
de ele vir a desenvolver problemas auditivos;

• Distância da fonte geradora de ruído - se um indivíduo se


afasta da fonte de ruído, menor é o nível a que ele está exposto,
entretanto, ele ainda corre risco de perda auditiva, dependendo
da intensidade e tempo de exposição a este ruído;

• Tipos de ruído - há três tipos de ruído: o ruído contínuo, que


permanece estável com variações máximas de 3 a 5 dB(A) durante
um longo período, por exemplo, furadeira ou britadeira em
26 operação, trânsito na cidade; o ruído intermitente tem variações
de intensidade, maiores ou menores, em períodos muito curtos,
por exemplo, alarme do rádio relógio, alarme de carros; e o
ruído de impacto apresenta picos com duração menor que um
segundo, a intervalos superiores a um segundo, por exemplo, o
disparo de armas de fogo ou explosões em pedreiras;

• Freqüência - é o número de vezes que a oscilação de pressão


é repetida, na unidade de tempo. Normalmente, é medida em
ciclos por segundo ou Hertz (Hz), por exemplo, alta freqüência:
sons agudos; baixa freqüência: sons graves;

• Intensidade - volume do som ou ruído, cuja unidade é o decibel


(dB). É caracterizada por som forte ou fraco, por exemplo, alta
intensidade: o volume do rádio quando alto; baixa intensidade:
o volume do rádio quando baixo;

• Susceptibilidade individual - cada indivíduo possui uma


sensibilidade diferente do outro no que se refere à audição.
Isso significa que cada pessoa percebe os sons de formas
diferentes. A sensibilidade pode variar com a idade, sexo, etnia
e exposições anteriores.

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

Importante!
A perda auditiva ou diminuição da acuidade audi-
tiva é a conseqüência mais imediata causada pela
exposição excessiva ao ruído. Mas os efeitos do ruí-
do não se limitam a isso. A exposição em excesso ao
ruído pode acarretar outros problemas de saúde ou
piorá-los, além de impactos na qualidade de vida do
indivíduo exposto. Por exemplo, aumento da pres-
são sanguínea, ansiedade, perturbação da comuni-
cação, irritção, fadiga e diminuição do rendimento
no trabalho.

Disponível em: <http://multimedia.mmm.com/mws/


mediawebserver.dyn?6666660Zjcf6lVs6EVs66SbQnC
OrrrraQ->. Acesso em: 12 ago 2008.
27
a) Fatores que podem levar à perda da audição

A exposição a níveis excessivos de ruído pode causar vários danos ao


aparelho auditivo, dentre esses danos destaca-se a Perda Auditiva
Induzida pelo Ruído (PAIR). Além deste, existem outros fatores que
podem levar à perda da audição:

• Diversas combinações entre agentes físicos agressivos e agentes


químicos facilmente encontrados no ambiente de trabalho;

• Exposição durante lazer, trabalho ou atividades como: prática


de tiro ao alvo, música alta, marcenaria doméstica etc.;

• Envelhecimento do sistema auditivo – presbiacusia;

• Causas patológicas, como rubéola, meningite, infecções do


aparelho auditivo;

• Surdez hereditária;

• Trauma na cabeça;

• Drogas ototóxicas - consumo de medicamentos, como por


exemplo, certos antibióticos, antidepressivos etc.;

• Agentes químicos ototóxicos, que por si só ou quando


combinados ao ruído, podem causar danos à audição.

RESERVADO
Alta Competência

b) Avaliação da exposição ocupacional

A avaliação da exposição ocupacional ao ruído é uma atividade do


profissional de segurança da unidade, que deve realizar as medições
de ruído, cálculos das doses de exposição, definição dos critérios de
amostragem e interpretação dos resultados obtidos. Essa avaliação
é feita através da medição da dose diária de ruído ou do nível de
exposição ao qual o trabalhador é exposto.

Esses critérios, dose diária ou nível de exposição, devem estar


de acordo com a Norma de Higiene Ocupacional - Procedimento
Técnico de Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído NHO
- 01. É importante ressaltar que essa norma aplica-se à exposição
ocupacional a ruído contínuo ou intermitente e a ruído de impacto,
em quaisquer situações de trabalho, contudo não está voltada para
a caracterização das condições de conforto acústico.

28 A avaliação de ruído deve cobrir todos os trabalhadores


envolvidos no estudo, porém, caso haja grupos de trabalhadores
expostos aos mesmos níveis de exposição, não há necessidade
de avaliar individualmente cada um. A avaliação, nesse sentido,
envolverá um ou mais trabalhadores que estão submetidos à
mesma situação de exposição.

c) Controle da exposição ao ruído

O controle da exposição ao ruído é uma ação que tem como objetivo


reduzir a exposição dos indivíduos ao ruído, através da gestão do
tempo de exposição ou da redução da geração do ruído, ou seja,
reduzir a dose de exposição diária do empregado. Como o controle
do ruído pode ocorrer em três níveis – fonte, trajetória e indivíduo, a
dose se refere ao impacto nocivo do ruído ao empregado.

Importante!
É importante observar que existe uma prioridade da
aplicação dos controles, e que a forma mais adequa-
da para reduzir os riscos de perda da capacidade au-
ditiva dos trabalhadores é através do controle por
engenharia. As práticas mais comuns podem ser ob-
servadas na tabela a seguir.

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

Práticas mais comuns Características

• Modificações ou substituições de máquinas


e equipamentos;
• Isolamentos entre superfícies que vibram e
dos dispositivos que produzem as vibrações;
Redução do ruído na fonte • Modificação do processo de produção;
• Manutenção preventiva e corretiva de
máquinas e equipamentos;
• Mudanças para técnicas menos ruidosas de
operação.

• Alteração das características acústicas do


ambiente de trabalho pela introdução de
materiais absorventes, revestimentos;
• Assentamento com material anti-vibrante;
• Isolamento do posto de trabalho do local de
transmissão da vibração; 29

Redução do ruído na trajetória • Barreiras, silenciadores, enclausuramentos


parciais ou completos;
Quando os controles ou práticas de trabalho
não conseguirem a redução do ruído a um
nível seguro, a maneira mais efetiva de
proteger os trabalhadores é a Redução da
Exposição ao Ruído no Indivíduo, reduzindo a
dose de exposição diária.

• Revezamento entre ambientes, postos,


funções ou atividades;
• Posicionamento remoto dos controles das
máquinas;
• Enclausuramento do trabalhador em cabine
tratada acusticamente;
Redução do ruído no indivíduo
• Alterações da posição do trabalhador em
relação à fonte de ruído ou do caminho da
transmissão durante etapas da jornada de
trabalho;
• Uso de equipamento de proteção individual,
reduzindo a dose de ruído diária recebida.

RESERVADO
Alta Competência

d) Programa de conservação auditiva

O principal objetivo do programa de conservação auditiva (PCA)


é estabelecer as medidas para o controle do ruído, de maneira a
proteger o sistema auditivo do trabalhador, ou seja, prevenir que os
trabalhadores expostos a níveis de ruído no ambiente de trabalho
desenvolvam perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR).

O PCA deve estar perfeitamente integrado com o Programa de


Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e o Programa de
Prevenção de Riscos (PPRA). Observe no quadro a seguir, as etapas de
um PCA.

Identificar e avaliar todos os riscos que possam afetar


a audição: níveis elevados de pressão sonora, produtos
Reconhecimento e
químicos, vibrações e outros levando em conta as
avaliação de riscos
30 possibilidades de interações entre estes agentes. A
para audição
caracterização da exposição só é possível por meio de
avaliação individual ou coletiva e por função.

Padronização dos procedimentos para a realização e


Gerenciamento
análise de exames com o objetivo de identificar alterações
Audiométrico
audiométricas ocupacionais ou não ocupa­cio­nais.

Uma vez identificados e avaliados os agentes de risco, sugere-


se a seguinte hierarquia de ações sempre que possível:
Medidas de 1º Controle da emissão na fonte principal de exposição ou
Proteção Coletiva risco;
(Engenharia,
Administrativas) 2º Controle da propagação do agente no ambiente de
trabalho;
3º Controles administrativos.

Seleção, indicação, adaptação e acompanhamento da


Medidas de
utilização do equipamento de proteção individual adequado
Proteção Individual
aos riscos.
Desenvolvimento de atividades que propiciem informação,
Educação e treinamento e motivação tanto dos trabalhadores como dos
Motivação profissionais das áreas de saúde, segurança e administração
da empresa.
Gerenciamento dos Sistematização dos dados obtidos nas etapas anteriores, de
Dados modo a subsidiar ações de planejamento e controle do PCA.

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

Nesta etapa são avaliados: a abrangência e a qualidade dos


Avaliação do componentes do programa, comparados com os resultados
Programa dos exames audiométricos individual e setorialmente, de
maneira a avaliar a sua eficácia.
Fonte: <http://www.arquivosdeorl.org.br/conteudo/acervo_port.asp?id=125> Acesso em:
12 ago 2008.

e) EPIs para ruído

Uma das formas de se proteger os ouvidos contra ruídos é usar um


protetor auricular. Este aparelho tem por objetivo atenuar a potência
da energia sonora transmitida ao canal auditivo. “Uma vez que existem
muitos tipos diferentes de protetores, que podem ser utilizados em diversos
ambientes de trabalho é desejável que se escolha o protetor auditivo mais
adequado para cada caso.” (GERGES)

31
A habilidade em ajustar os protetores auditivos é essencial para
que haja uma vedação ao ruído e também para que o trabalhador
tenha conforto ao usar esse equipamento. Além da vedação, outras
considerações são importantes na seleção e uso de protetores
auditivos: capacidade do protetor auditivo (atenuação) de redução a
ruídos; exposição diária ao ruído; variações no nível de ruído (dose);
preferências do usuário no que diz respeito ao conforto; necessidades
de comunicação; perda auditiva, caso haja; compatibilidade com
outros equipamentos de segurança; habilidades físicas; clima e outras
condições do ambiente de trabalho; requerimentos de troca; cuidado
e instruções de uso do equipamento.

Importante!
A eficácia do protetor depende de alguns fatores,
que são os elementos da proteção efetiva: colocação
e uso corretos, qualidade da vedação no canal audi-
tivo, tempo de uso e atenuação oferecida.

RESERVADO
Alta Competência

Seguem abaixo alguns tipos de protetores auriculares:

Protetores Auditivos de Inserção


Pré - Moldados

Protetores Auditivos de Inserção


Moldáveis

32

Protetores Auditivos Tipo Concha

Protetores Auditivos Tipo Capa de


Canal

Tabela - Tipos de protetores auriculares

Os protetores auditivos muitas vezes são utilizados de forma


inadequada, sejam eles do tipo plugues ou concha. Esse modo
impróprio de utilizar os protetores auditivos é resultante da falta
de treinamento, da desmotivação e do desconforto ao utilizar esses
equipamentos. Por isso é necessário que os protetores auditivos
sejam retirados e recolocados, fora da área de riscos, após algumas
horas de uso, porque ao transpirar ou fazer alguns movimentos,
com a cabeça ou a boca, o protetor fica fora do lugar, necessitando
ser ajustado novamente.

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

Um protetor do tipo concha, com a haste atrás da nuca, pode ter


a haste deteriorada, as conchas sem pressão, as espumas externas
ressecadas, os plugues alterados devido ao calor e suor, além do
vazamento ocasionado pelo uso junto com outros EPIs. Todos esses
elementos prejudicam a vedação oferecida pelo equipamento.

Importante!
Antes de utilizar qualquer Equipamento de Proteção
Individual (EPI), conforme exigência na NR-6 (Norma
Regulamentadora de Equipamento de Proteção Indi-
vidual), o usuário deve ser informado pelo emprega-
dor sobre a obrigatoriedade do uso e ser devidamen-
te treinado para a correta utilização do mesmo.

f) Limites de tolerância para ruído


33
A dose de ruído é calculada de acordo com os tempos de exposição
permitidos para cada nível de ruído. No Brasil, a NR-15 (Norma
Regulamentadora de Atividades e Operações Insalubres), no seu
Anexo 1, estabelece tais limites, partindo de 85 dB(A) para uma
exposição de 8 horas e um fator de 5 dB(A) para a redução à metade
da exposição, conforme tabela que se segue.

Máxima exposição diária


Nível de ruído db (a)
permissível
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos

RESERVADO
Alta Competência

Máxima exposição diária


Nível de ruído db (a)
permissível
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos

As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis


de ruído superiores a 115 dB(A) - contínuo ou intermitente - sem
proteção adequada, oferecerão risco grave e iminente.
34

Onde:

D - Dose a que o trabalhador está exposto;

C - Tempo real de exposição ao ruído sob um determinado nível;

T - Tempo máximo permitido a este nível de ruído, segundo o critério


de avaliação adotado.

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

Consideração Atuação
Dose Diária (%) NEN dB(A)
técnica recomendada

No mínimo
0 a 50 até 82 Aceitável manutenção da
condição existente

Adoção de medidas
50 a 80 82 a 84 Acima do nível de ação
preventivas

Adoção de medidas
preventivas e
80 a 100 84 a 85 Região de incerteza
corretivas visando à
redução da dose diária

Acima do limite de Adoção imediata de


Acima de 100 > 85
exposição medidas corretivas

Radiação não ionizante e ionizante

35
a) Características gerais

O processo pelo qual a energia é transmitida através do espaço é


denominado radiação.

A energia radiante pode ser transmitida de um ponto a outro do espaço


sem a presença de meios materiais, ou seja, no vácuo, propagando-
se como onda eletromagnética ou com partículas. Apresentam
velocidade de deslocamento e carregam energia, sendo uma delas
a cinética. As radiações podem ser geradas por fontes naturais ou
por dispositivos construídos pelo homem. Possuem energia variável,
desde valores muito pequenos até muito elevados.

As radiações são divididas em:

• Radiações ionizantes: possuem energia suficiente para


arrancar elétrons dos átomos. Exemplos: os raios-x, gama e
cósmicos provenientes do espaço, que neste caso, são ondas.
Aquelas apresentadas na forma de partículas, diferentemente
das ondas eletromagnéticas, apresentam massa. São elas: os
elétrons, prótons, as partículas alfa, beta e os nêutrons;

RESERVADO
Alta Competência

• Radiações não ionizantes: não possuem energia suficiente


para ionizar ou arrancar elétrons dos átomos, mas podem
provocar, por exemplo, o aquecimento de materiais. Exemplos:
luz visível, as ondas de rádio (AM, FM, celular etc.), os raios de
calor, as microondas, o infravermelho e o ultravioleta.

Nas atividades do E&P, na Petrobras, as radiações ionizantes estão


presentes nas seguintes atividades:

• Gamagrafia: radiografia industrial usada na Petrobras para o


controle de qualidade de textura do material e na verificação
da integridade de soldas de tubulações, tanques, vasos e
componentes como válvulas e estruturas metálicas;

• Perfilagem: atividade extremamente importante para se


descobrir as fases de gás, óleo e água. Nessa atividade, utilizam-
36 se ferramentas que introduzem no poço uma fonte radioativa
que produz nêutrons em conjunto com um detector de radiação.
O perfil das camadas do reservatório é definido de acordo com
as diferenças de densidades do óleo, gás e água;

• Medidores nucleares: utilizados para a identificação, em uma


corrente proveniente do poço, contendo gás, óleo e água,
da vazão individual de cada um dos componentes antes de
separá-los. Este equipamento é útil para a comparação com
as leituras de vazão dos medidores fiscais que contabilizam a
produção e os royalties do petróleo. Esses medidores fiscais
utilizam ultra-som;

• Ocorrência de TENORM: o TENORM é um sólido formado a


partir de sulfatos de cálcio, estrôncio, bário e rádio que ou forma
borras oleosas nos separadores, filtros e em outros equipamentos,
ou se acumula formando incrustações nas colunas de produção
do poço causando a obstrução destes. A prevenção à formação
de TENORM é feita com um tratamento da água de injeção e
com o controle constante da qualidade da água de injeção, para
avaliar o potencial de formação de sólidos.

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

Tanto na gamagrafia, na perfilagem de poços de petróleo, no uso de


medidores nucleares quanto na ocorrência de TENORM, a exposição
é controlada e seus limites estão abaixo dos permissíveis.

? VOCÊ SABIA?
Um dos métodos mais utilizados para a prevenção de
TENORM na Bacia de Campos é a adição de agentes
seqüestrantes que inibem a formação de sólidos
porque estes roubam o cálcio, bário, estrôncio e rádio.
Outro método de tratamento utilizado é o da osmose
reversa que retira os sais da água de injeção.

Toda instalação radioativa está sujeita a regras especiais de proteção


radiológica e é obrigada a delimitar suas áreas. Classifica-se como
área livre toda aquela isenta de regras especiais de segurança.
Nessas áreas, os níveis de radiação são necessariamente menores 37
que 1 mSv/mês.

Classifica-se como área restrita toda aquela que deva ter seus acessos
controlados, por apresentar níveis de radiação maiores que 1 mSv/
mês. Os limites permissíveis são dados na norma da Comissão Nacional
de Energia Nuclear - CNEN 3.01.

RESERVADO
Alta Competência

Importante!
Em caso de acidentes ou situações de emergência en-
volvendo radiação, tome as seguintes providências:

• Isole a área;

• Afaste as pessoas;

• Identifique a fonte de contaminação ou irradiação;

• Informe ao Supervisor de Proteção Radiológica;

• Proceda a análise da estimativa de doses;

• Descontamine a área, no caso de fontes não


seladas;
38
• Convoque os potencialmente irradiados ou
contaminados para se submeterem aos exames
médicos;

• Analise o ocorrido e implemente procedimentos


para evitar novos acidentes.

b) EPI para radiação

As vestimentas são protetores utilizados contra as radiações


ionizantes. O avental de chumbo (longos ou curtos) é um exemplo
de vestimenta que possui equivalência e especificações em chumbo
adequado ao tipo de exposição, não permitindo a passagem da
radiação. Além desses aventais de chumbo, há outros tipos de
vestimentas, dentre os mais usados, são citados: protetores de tireóide
e de gônadas, óculos plumbíferos, luvas e mangas protetoras. Além
disso, pode-se também fazer uso de anteparos móveis de chumbo
(biombos de chumbo).

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

Devem-se tomar alguns cuidados ao manusear os EPIs. O avental de


chumbo, por exemplo, é frágil e requer cuidado, portanto, deve ser
guardado em cabide apropriado ou sempre na posição horizontal
sem dobras, após o uso. A má utilização do avental pode causar
fissuras e romper o lençol de chumbo, reduzindo a proteção e
diminuindo sua vida útil.

c) Limites de tolerância para radiação

Para avaliar as doses de radiação num determinado ambiente são


utilizados monitores de área. Estes ficam em locais de fácil acesso
e visualização e são acionados sempre que os níveis de radiação
ultrapassam os limites de segurança.

Para a monitoração individual, são encontrados vários


tipos de equipamentos: filme dosimétrico, TLD (dosímetro
termoluminescente), caneta dosimétrica e outros. O uso do 39
dosímetro é geralmente obrigatório, a não ser que a monitoração
de área demonstre que não há risco. Um dos tipos de dosímetro
individual mais utilizado é o dosímetro de tórax. Este deve sempre
ser posicionado na parte superior do tórax. É um dosímetro que
registra a dose de corpo inteiro. No caso do uso de avental de
chumbo, o dosímetro deve ser posicionado sobre o avental.

Importante!
O dosímetro individual é de uso pessoal e nunca
deve ser usado por mais de uma pessoa.

Os limites permissíveis de radiação são dados na norma CNEN 3.01,


que fornece a quantidade de radiação que um trabalhador e um
indivíduo do público podem receber. A CNEN permite que em 1 ano
o trabalhador receba até 50 mSv de dose. Porém, a média de 5 anos
de trabalho deve ser de 20 mSv.

RESERVADO
Alta Competência

1.3.2. Agentes químicos

Os agentes químicos são substâncias, compostos ou produtos que


podem ser absorvidos no organismo pela via respiratória, contato
com a pele ou através da ingestão. Podem assumir formas físicas de
poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores.

Como exemplos de agentes químicos líquidos, são citados os solventes,


ácidos e oxidantes. Entretanto, os mais usados na atividade industrial
são os solventes, definidos como “líquidos capazes de dissolver outras
substâncias”.

As principais características dos líquidos são: pressão de vapor,


ponto de ebulição, ponto de fulgor, ponto de combustão e ponto
de ignição. Embora os líquidos tenham importância relevante para
a Higiene Ocupacional, os agentes que estão dispersos no ar, tais
40 como os gases e vapores, são os de maior preocupação para a
Higiene Ocupacional.

Importante!
Conceitualmente, gás e vapor são diferentes. Gás
é o estado físico normal de um agente químico na
temperatura e pressão ambiente. Vapor é a fase
gasosa de um agente químico, líquido ou sólido, na
temperatura e pressão ambiente.

Os agentes químicos são classificados não só quanto à sua forma –


sólida, líquida ou gasosa – mas também de acordo com os efeitos que
produzem no organismo.

Veja no quadro a seguir essa classificação.

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

Produzem irritação (inflamação) nos tecidos com os quais


mantém contato, determinada por uma ação física ou
química. Agem principalmente sobre a pele, mucosas e
Irritantes
conjuntiva. As conseqüências das exposições estão mais
relacionadas à concentração do que ao tempo de exposição
(intoxicação aguda).

Impedem ou reduzem a oxigenação dos tecidos. Podem ser


divididos em:
• Asfixiantes simples: não têm interação com o organismo,
mas reduzem a concentração de oxigênio (O2) do ar. Caso
essa concentração seja inferior a 18% caracteriza-se como
risco grave e iminente. São exemplos: nitrogênio (N2), metano
Asfixiantes (CH4), dióxido de carbono (CO2), etano (C2 H6), nobres,
acetileno.
• Asfixiantes químicos (ação bioquímica) - interferem no
transporte ou na utilização do O2. Atuam na hemoglobina
ou inibem a ação das células que usam o O2. São exemplos:
monóxido de carbono (CO), ácido cianídrico (HCN),
nitrobenzeno e nitritos.
41

Gases e vapores que atuam como depressores do Sistema


Nervoso Central (SNC), causando perda parcial ou total das
Anestésicos ou
sensações. Na exposição prolongada pode ocorrer perda da
Narcóticos
consciência, parada respiratória e morte. Ex: propano (C3H8),
butano (C4H10), benzeno, tolueno.

Agem na estrutura das proteínas provocando resposta


imunológica (anticorpos). A exposição pode causar
sensibilização. Os efeitos podem surgir de imediato ou após
Alergênicos
algum tempo da exposição. A redução da exposição ao
agente, em geral, reduz a incidência de reações alérgicas. Ex:
acrilato de etila, isocianato de metila.
Teratogênicos Causam má formação não hereditária no embrião. São
(Alteração Genética) exemplos: diclorobuteno, talidomida, esteróides, mercúrio.

Causam mudança no material genético (DNA), com danos nos


cromossomos (mutação). Quando ocorre nos óvulos ou nos
Mutagênicos espermatozóides, torna-se hereditária. Em outras partes do
(Mutação Genética) organismo pode desenvolver tumores benignos ou malignos.
São exemplos: óxido de etileno, benzidina, acrilato de butila,
chumbo, manganês.

RESERVADO
Alta Competência

Induzem ou aceleram o aparecimento de tumor maligno


como conseqüência de exposição aguda ou crônica. O
Cancerígenos contato ou exposição com os agentes cancerígenos não deve
ser permitido. São exemplos: benzeno, cromo hexavalente,
difenilamina, cloreto de vinila.
Partículas (poeiras, fibras e fumos) que atuam nos pulmões
causando enfermidades crônicas que resultam de irritações
Pneumoconióticos prolongadas. São exemplos de fumos: ferro (siderose), estanho
(estaniose), alumínio (aluminose). São exemplos de poeiras e
fibras: carvão (antracose), sílica (silicose), asbesto (asbestose).

1.3.2.1. Controle da exposição

O controle da exposição é uma ação que visa diminuir a exposição dos


indivíduos aos agentes químicos, ou seja, reduzir a exposição diária.
Este controle pode ocorrer em três níveis, fonte, meio e indivíduo. É
importante observar que existe uma hierarquia e que a forma ideal
42
de diminuir os riscos para os empregados é através do controle por
engenharia, em que as práticas mais comuns são:

a) Controle na fonte;

b) Controle no meio;

c) Controle no indivíduo.

a) Controle na fonte

• Modificações de projeto (planta, projeto de equipamento,


instalação etc). Substituição ou modificação de uma matéria
prima ou de um reagente por outro de menor toxicidade
ou a modificação no estado físico são métodos práticos de
reduzir a exposição (por ex. substituição do benzeno pelo
tolueno ou xileno; substituição do chumbo tetra etila pelo
álcool etílico na gasolina);

• Modificação no Processo ou Operação (por ex. hidrojateamento


em substituição ao jateamento abrasivo com areia;

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

• Isolamento de uma operação ou processo onde haja a


formação ou a dispersão de agente químico (por ex. capela
no laboratório).

b) Controle no meio

A primeira medida a ser tomada para o controle dos agentes químicos


é a limpeza. Pode ser uma medida simples, mas eficiente. No caso
de particulados, a deposição no solo, em equipamentos e outras
superfícies permite que haja a dispersão causada por correntes de ar,
trânsito de pessoas e de veículos. O procedimento para a remoção de
particulados deve evitar a dispersão no ar.

Uma segunda medida de controle da exposição no meio é a


instalação no local de trabalho de um sistema de alarme. Esse
sistema tem a função de ao ser acionado (visual / sonoro),
interromper o processo, comandar a operação de sistemas 43
conjugados (ventilação, redução de pressão e temperatura), ou
ainda comandar o fechamento de portas e outras aberturas para
evitar a dispersão do agente químico para outro local.

Outra medida seria a ventilação, usada para reduzir a


concentração dos agentes químicos (ventilação geral diluidora)
ou para remover o agente (ventilação local exaustora).

c) Controle no indivíduo

Caso os métodos de controle anteriores não sejam tecnicamente


viáveis, ou então não ofereçam proteção adequada, deve ser
realizado o controle da exposição no indivíduo.

São exemplos:

• Controle médico feito através dos exames médicos periódicos;

• Treinamento;

• Utilização de EPI.

RESERVADO
Alta Competência

1.3.2.2 Aerodispersóides

Dispersões no ar de partículas sólidas ou líquidas, de tamanho


inferior a 100 µ (100 micra), ou seja, de tamanho tão reduzido
que conseguem permanecer em suspensão por longo tempo, são
chamados de aerodispersóides ou aerosóis. Quanto mais tempo
essas partículas permanecerem no ar, maior a possibilidade de serem
inaladas pelos trabalhadores. Os aerodispersóides são classificados
conforme a tabela seguinte.

Por ex.: lixamento, trituração,


Resultam da desagregação
Poeiras polimento, corte, explosão e
mecânica de um sólido.
esmerilhamento.
Particulado filamentoso que
Por ex. utilização de amianto
Fibras possui uma relação entre o
(asbesto).
comprimento e o diâmetro.
Sólidos

44 Resultam da condensação de
vapores após a fusão de um Por ex.: operações de solda,
Fumos sólido. Nos fumos metálicos a corte com maçarico e
condensação é acompanhada fundição.
de oxidação.
Partículas de carbono que
Por ex.: processo de
Fumaças resultam de um processo de
combustão incompleta.
combustão incompleta.

Por ex.: Ocorrência rara nos


Resultam da condensação de locais de trabalho, devido a
Neblinas
vapores de líquidos. condensação ocorrer quando
Líquidos

há saturação do ar.

Resultam da desagregação Por ex.: pintura e


Névoas
mecânica de um líquido (spray). galvanoplastia.

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

Alguns destaques em relação aos aerodispersóides ou aerosóis:

a) Sílica

Poeiras inorgânicas que resultam de materiais existentes em


grande quantidade na crosta terrestre, tais como, rochas, minérios
e areias. Apresenta-se geralmente como dióxido de silício (SiO2),
nas formas cristalina (por ex. quartzo) e amorfa (por ex. sílica gel,
sílica precipitada).

A forma cristalina é a sílica livre, não combinada com outras


substâncias. Quando ligada ao ferro, alumínio, magnésio, cálcio ou
sódio, formam os silicatos. Por apresentar grandes riscos, a forma
cristalina é a de maior interesse para a Higiene Ocupacional. A
forma cristalina apresenta o maior risco, podendo causar uma grave
pneumoconiose chamada de silicose, que é a enfermidade pulmonar
mais conhecida, relacionada ao trabalho. A silicose é uma doença 45
crônica, de evolução lenta, progressiva e irreversível.

A exposição à sílica pode ocorrer de forma significativa em várias


atividades, como por exemplo, jateamento com areia, mineração
e demolição.

b) Amianto

A fibra mineral de maior importância na Higiene Ocupacional


é o amianto, também conhecido como asbesto. Essas fibras
apresentam propriedades importantes para a indústria, tais como:
são incombustíveis, isolantes elétricos e térmicos, resistem à ação de
ácidos, álcalis e microorganismos.

As principais utilizações das fibras de amianto são: fabricação de


materiais de fibro-cimento (telhas, caixas d’água, tubos, placas),
fabricação de superfícies de atrito (freios e embreagens), fabricação
de tecidos incombustíveis, isolantes térmicos e filtros.

RESERVADO
Alta Competência

No Brasil, o setor de fibro-cimento responde aproximadamente por


90% do consumo de amianto. O percentual nesses produtos varia
de 8 a 12%. O amianto foi muito utilizado na América do Norte e
na Europa como isolante térmico, aplicado por jateamento (spray).
Essa aplicação expunha os trabalhadores a grande quantidade de
fibras. Por esse motivo o jateamento foi proibido em muitos países,
inclusive no Brasil.

As doenças pulmonares relacionadas com a exposição às fibras


de amianto nos locais de trabalho são: asbestose, câncer e
mesotelioma.

c) Processos de soldagem

A soldagem e a metalurgia são atividades que expõem a radiação não


ionizante e aos fumos um significativo número de trabalhadores.
46
Processos de soldagem produzem gases e fumos, no caso destes
últimos, podendo ser de elevada toxicidade, como: chumbo, arsênico,
cromo, cádmio e manganês. Entretanto, não é prático mudar a
quantidade ou a composição dos fumos, através da modificação do
processo ou dos consumíveis (eletrodos).

Quando o soldador estiver em locais abertos, em geral, não são


requeridas medidas especiais para a remoção dos fumos, mas ele deve
ter cuidado de posicionar-se de forma que os fumos não alcancem a
sua zona de respiração. Quando o trabalho se realizar em locais com
ventilação deficiente, deve ser usada a ventilação local exaustora e o
equipamento de proteção respiratória adequado.

É importante destacar que a soldagem em metais revestidos


(pintados, galvanizados, cromados, cobreados) libera fumos muito
tóxicos (zinco, cádmio, cobre, chumbo). Sempre que possível o
revestimento deve ser removido através de esmerilhamento.

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

A soldagem a arco elétrico próxima a solventes clorados


(tricloroetileno, percloroetileno) pode resultar em emissões de elevada
toxicidade (fosgênio, cloreto de hidrogênio) devido à possibilidade
da decomposição desses solventes pelo calor ou pela radiação
ultravioleta. Não deve ser permitida a presença desses solventes no
ambiente onde for realizada a soldagem.

Já na soldagem com proteção gasosa, são usados gases inertes


(argônio, hélio) e o dióxido de carbono (CO2). Em locais com ventilação
deficiente esses gases podem reduzir a concentração de oxigênio e
resultar na asfixia do soldador. Cabe ressaltar que o monóxido de
carbono (CO) pode ser produzido na soldagem do aço se o CO2 for
utilizado como gás de proteção. Óxidos de nitrogênio podem ser
detectados próximos a operações de corte e solda.

Em geral é difícil compatibilizar o uso do equipamento de proteção


respiratória com os demais equipamentos necessários ao trabalho de 47
soldagem, assim, tais equipamentos só devem ser usados quando não
for possível a redução da concentração dos gases, vapores e fumos a
valores seguros, através da ventilação.

1.3.2.3. Programa de Proteção Respiratória (PPR)

Ao se falar sobre preservação da saúde e integridade física do


trabalhador, é extremamente importante mencionar o Programa
de Proteção Respiratória (PPR). A execução do programa inclui:
medição de contaminantes na área; avaliação médica; treinamento;
seleção e aquisição de equipamentos, higienização e guarda de
equipamentos de proteção respiratória; e teste e verificação de
vedação nos usuários.

Importante!
• Antes de usar uma máscara de proteção, verifique
as condições da mesma em relação a defeitos, defor-
mações, arranhões, limpeza, conservação e validade
do filtro.

• Esteja atento à vedação da sua máscara, pois falhas


na vedação podem levar a uma intoxicação;

RESERVADO
Alta Competência

Importante!
• Verifique a vedação da máscara após cada coloca-
ção e ajuste da mesma. Em caso de dúvida, consulte
o técnico de segurança;

• Prejudicam a vedação da máscara: barba, costeleta,


bigode longo, cicatriz profunda, cabelo grande e má
colocação da mesma (tirantes torcidos, frouxos etc);

• Troque a máscara sempre que detectar alguma


anormalidade e informe ao seu supervisor ou técnico
de segurança;

• Troque o filtro, ao sentir dificuldade de respiração


ou cheiro de contaminantes, ou se o mesmo estiver
48 fora da embalagem por mais de seis meses;

• Guarde a máscara de proteção quando não esti-


ver em uso, de modo conveniente para que não se
danifique (longe da luz solar e de ambiente quente
ou contaminado), dentro de saco plástico, em local
limpo e sem objetos em cima do mesmo;

• Deixe imediatamente a área contaminada se obser-


var que a máscara de proteção não está funcionando
e comunique ao seu supervisor;

• Não use máscara com filtro em ambiente com de-


ficiência de oxigênio, concentrações IPVS, ou confi-
nado. Nesses casos, use máscara com ar mandado ou
autônoma;

• Teste a máscara com ar mandado ou autônoma (re-


serva de ar) antes de entrar em ambiente contamina-
do ou confinado (deficiente de oxigênio ou atmosfe-
ra inerte);

• Não tente fazer manutenções ou alterações na


máscara de proteção.

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

1.3.2.4. Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao


Benzeno - PPEOB

O benzeno é um líquido incolor, lipossolúvel, inflamável, pouco


solúvel em água e estável a temperatura ambiente. Possui alta pressão
de vapor e ponto de fulgor de - 11 ºC. Pode atingir concentrações
perigosas em locais pouco ventilados. É obtido pela destilação do
petróleo e do carvão mineral. A indústria petroquímica é o principal
usuário, empregando-o como matéria-prima para a produção de
vários produtos.

No passado foi muito usado em tintas, vernizes, solventes e colas,


sem cuidados na exposição dos empregados. Apesar do uso intenso,
são relativamente poucos os casos de doenças do trabalho com
comprovação médica de exposição ao benzeno.

49
Importante!
Por ser um cancerígeno humano, as exposições ao
benzeno devem ser evitadas e, caso ocorram, a con-
centração deve ser a mais baixa possível. No Brasil,
empresas que produzem, transportam, armazenam,
utilizam ou manipulam o benzeno ou líquidos que
contenham 1 % ou mais de benzeno devem possuir
o Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional
ao Benzeno - PPEOB.

1.3.2.5. Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos

A Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico (FISPQ)


fornece informações sobre vários aspectos relacionados aos
produtos químicos quanto à proteção, segurança, saúde e meio
ambiente, proporcionando, para esses aspectos, conhecimentos
básicos sobre os produtos químicos, recomendações sobre
medidas de proteção e ações em situação de emergência. Em
alguns países, essa ficha é chamada de Material Safety Data
Sheet (MSDS). A referência para a elaboração dessas fichas é a
norma ABNT NBR 14725 - Ficha de Informações de Segurança de
Produtos Químicos - FISPQ.

RESERVADO
Alta Competência

Um exemplo de FISPQ pode ser encontrado na intranet da


Petrobras na página do SMS-Corporativo (http://www.sms.
petrobras.com.br).

1.3.2.6. Equipamentos de Proteção Individual - EPI

Para a exposição a agentes químicos, diversos EPIs são de


utilização obrigatória de acordo com o tipo de agente e o tipo
de atividade. Não inicie nenhum trabalho sem o conhecimento
e a utilização das proteções recomendadas para o manuseio do
produto. Alguns exemplos:

• Uso de luvas impermeáveis em PVC ou Nitrilon, ou outro


material similar;

• Uso de proteção facial para o rosto, olhos;


50
• Uso de óculos de segurança tipo ampla visão, destinada a
proteção contra possíveis respingos do produto químico;

• Uso de aventais, mangas impermeáveis e resistentes ao


produto;

• Uso de roupas especiais;

• Uso de equipamentos de proteção respiratória compatível


com a substância a ser manipulada, de forma que seja atendida
a proteção exigida na Ficha de Informações de Segurança de
Produto Químico – FISPQ.

Importante!
Disponibilizar simplesmente os Equipamentos de
Proteção Individual não é suficiente. A empresa
deve também ser responsável pelo treinamento
dos trabalhadores sobre o uso adequado, guarda e
conservação dos EPIs.

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

1.3.2.7. Limites de tolerância

A etapa de avaliação é um processo quantitativo que permite


observar a possibilidade de risco para a saúde dos trabalhadores
e adotar as medidas corretivas necessárias. Pode ser realizada
no ambiente ou no organismo, sendo dessa forma dividida em:
ambiental e biológica.

A avaliação ambiental objetiva determinar a concentração


dos agentes no ambiente e comparar os valores obtidos com
as referências legais ou cientificamente aceitos (limites de
exposição), enquanto que à avaliação biológica cabe determinar
a concentração de agentes químicos ou seus metabólitos em
tecidos, secreções, excreções, ar expirado e comparar os valores
obtidos com as referências legais ou cientificamente aceitas
(limites de exposição biológica).
51
Para os agentes químicos, os limites de exposição ambiental,
referem-se às concentrações no ar, representando concentrações
às quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa estar
exposta, repetidamente, dia após dia, sem efeitos adversos para
a saúde. Devido à susceptibilidade individual, uma pequena
percentagem de trabalhadores pode apresentar desconforto com
relação a alguns produtos químicos, em concentração inferior ao
limite de exposição.

RESERVADO
Alta Competência

? VOCÊ SABIA?
O ano de 1950 representou um marco importante
para a Higiene Ocupacional. A American Conference
of Governmental Industrial Hygienists – ACGIH
publicou pela primeira vez uma proposta de
limites de exposição, conhecidos mundialmente
como Threshold Limits Values – TLV, que até hoje é a
referência mais conhecida e aceita cientificamente.
No Brasil, somente a partir de 1978, foram
publicados na NR-15 alguns limites de tolerância
para agentes químicos e físicos que tiveram como
referência a publicação do ACGIH do ano de 1976.
Apesar de a ACGIH anualmente rever alguns valores
estabelecidos como limites de exposição, a NR-15
manteve-se praticamente inalterada.
52
A Organização Internacional do Trabalho - OIT estima que existam
em torno de 17 milhões de produtos químicos, dos quais 100 mil
são usados e 6 mil têm potencial tóxico. A ACGIH publica limites de
exposição para aproximadamente 700 desses produtos, enquanto
que na NR-15, Anexo 11, estão disponíveis limites de tolerância
para aproximadamente 138 produtos. Embora a lista de limites de
exposição publicada pela ACGIH seja grandiosa, ela não contempla
todos os agentes químicos usados na indústria. Para muitos produtos
tóxicos não se dispõe de dados suficientes para estabelecer os limites.
Nesse sentido, os agentes que não estão listados pela ACGIH não
devem ser considerados como não prejudiciais à saúde.

AGENTE LT (NR-15) TLV (ACGIH)


Etanol 780 ppm 1000 ppm
Monóxido de carbono 39 ppm 25 ppm
Sulfeto de hidrogênio 8 ppm 10 ppm
Tabela - Exemplos de limites de tolerância, conforme NR-15 e Manual da ACGIH

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

ATENÇÃO

Quando ocorre exposição acima de determinada


concentração, alguns agentes químicos irritantes
apresentam elevada toxicidade aguda podendo
ocasionar distúrbios orgânicos imediatos e
significativos. Tanto a NR-15, quanto a publicação da
ACGIH, citam que para esses agentes, os limites de
exposição não podem ser ultrapassados em qualquer
momento da jornada de trabalho. Esses limites são
chamados de valor teto.

Para os agentes que não possuem “valor teto”, a exposição dos


trabalhadores não deve exceder o valor máximo. Esse valor é
determinado pela aplicação de um fator de desvio, conforme a
NR-15. Caso o valor obtido seja maior que o valor máximo, será 53
considerado como situação de risco grave e iminente.

A ACGIH substituiu o “fator de desvio” pelos procedimentos


do TLV-STEL (Threshold Limit Values - Short Term Exposure Limit),
ou seja, “Limite de Exposição de Curta Duração”, definido pela
concentração a que os trabalhadores podem ficar expostos
continuamente por curto período de tempo sem sofrer alterações
orgânicas significativas (irritação, lesão tissular crônica ou
irreversível e narcose). Esse “Limite de Exposição” deve atender
as condições seguintes:

• O TLV-TWA diário não deve ser excedido;

• Períodos de 15 minutos;

• No máximo, 4 períodos diários;

• Intervalos de 60 minutos entre os períodos;

• O TLV-STEL (média da exposição em cada período de 15


minutos) não pode ser excedido;

• Os efeitos tóxicos de exposições de curta duração devem ser


conhecidos.

RESERVADO
Alta Competência

Se uma dessas condições não for atendida, o limite de exposição é


considerado excedido na exposição em concentração entre o TLV-
TWA e o TLV-STEL.

Importante!
• Os limites de exposição devem ser usados
como referências para o controle dos riscos à
saúde das pessoas expostas aos agentes ambien-
tais e nunca como uma interface entre a saúde e
a doença. Dessa forma é conveniente considerar
a concentração a partir da qual devem ser to-
madas as ações, visando controlar a exposição
a esses agentes nos locais de trabalho, ou seja,
um Nível de Ação (NA). A NR-9 determina que o
Nível de Ação seja a referência para o planeja-
54 mento e a elaboração dos programas de contro-
le dos riscos ambientais.

• Para agentes químicos, a metade dos limi-


tes de exposição ocupacional será considerada
como nível de ação.

CONSIDERAÇÃO
% DO LT ATUAÇÃO RECOMENDADA
TÉCNICA
• No mínimo manutenção da condição
existente;
• Analisar a confiabilidade da estratégia e das
Concentração abaixo freqüências das amostragens;
0 a 50
do nível de ação • Analisar os resultados dos exames médicos
periódicos;
• Verificar a possibilidade de fazer avaliação
biológica.

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

CONSIDERAÇÃO
% DO LT ATUAÇÃO RECOMENDADA
TÉCNICA

• Medidas preventivas e corretivas para


redução da exposição;
• Analisar a estratégia e a freqüência das
amostragens;
Concentração entre
• Analisar os resultados dos exames médicos
50 a 100 o nível de ação e o
periódicos;
limite de tolerância
• Estudar a possibilidade de fazer avaliação
biológica;
• Identificar as possibilidades de reduzir a
concentração dos contaminantes no ambiente.

• deve ser tomada ação imediata para o


Acima de Concentração acima controle da exposição;
100 do limite de tolerância • analisar o procedimento, a manutenção, o
layout, o processo e os equipamentos.
55

Importante!
O IPVS ou (Imediatamente Perigoso à Vida ou à
Saúde) – também conhecido como IDLH (Imediatelly
Dangerous for Life and Health) é a concentração que
supõe um risco de exposição ao contaminante no
ar tal, que a exposição poderia causar a morte ou
efeitos imediatos ou, com o tempo, adversos para
a saúde. Acima da concentração IDLH, a presença
de pessoas só deve ser permitida em emergências,
com proteção respiratória autônoma.

É conveniente lembrar que para muitos gases e vapores a


percepção através do odor ocorre quando a concentração supera
o Limite de Exposição. Alguns produtos inibem o olfato acima de
determinadas concentrações e outros não são nem percebidos pelo
olfato (inodoros). Alguns exemplos:

RESERVADO
Alta Competência

LIMIAR OLFATO TLV-TWA (ppm)


PRODUTO IPVS (ppm)
(ppm) ACGIH
Álcool etílico 49 - 716 1000 3300
Benzeno 34 - 119 0,5 1000
Cloro 0,08 0,5 10

1.3.3. Agentes biológicos

A exposição constante aos mais diversos tipos de microrganismos


causadores de doenças, tais como: bactérias, fungos, bacilos,
parasitas, protozoários, vírus, entre outros pode fazer parte do dia
a dia na atividade do trabalhador. Em geral, na indústria petrolífera,
esses agentes biológicos estão presentes em áreas de tratamento de
resíduos, estações de tratamento de esgoto, estabelecimentos de
serviços de saúde em geral (por ex. enfermaria), entre outros.
56
A contaminação por microrganismos pode ocorrer, por exemplo:

• Pelo contato com materiais contaminados e com pessoas


portadoras de alguma doença contagiosa;

• Por transmissão através de vetores (roedores, baratas,


mosquitos e animais domésticos);

• Por contato com roupas e objetos de pessoas doentes;

• Por meio de contaminação em ambientes fechados;

• Por acidentes com objetos pontiagudos.

Os trabalhadores que estão sob risco de agentes biológicos devem


realizar os exames periódicos pertinentes e receber um conjunto de
vacinas para os agentes presentes em seu ambiente de trabalho.

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

Devem utilizar todos os equipamentos de proteção individual (EPI)


para proteger-se de contaminações e prevenir acidentes. As medidas
de controle desses agentes podem ocorrer através de diversas ações,
como por exemplo:

• Educação sanitária;

• Campanhas de vacinação;

• Desinfecção de áreas contaminadas;

• Controle de poeira;

• Uso de proteções individuais;

• Ventilação adequada. 57

RESERVADO
Alta Competência

1.4. Exercícios

1) Conceitue Higiene Ocupacional e indique seus quatro pilares


básicos.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

2) Complete as lacunas, identificando as etapas do programa de


prevenção de riscos ambientais (PPRA).
58
a) É a identificação de um risco em um local ou atividade ainda na
fase de projeto, visando à introdução “antecipada” de medidas
de controle: ____________________.

b) É a identificação de um risco já existente em um local ou ativi-


dade: ____________________.

c) É a análise da exposição ocupacional através da medição de


concentração ou intensidade de um agente, comparando com re-
ferências apropriadas: __________________.

d) É o conjunto de procedimentos destinados a eliminar a


exposição ocupacional ou reduzi-la a um nível aceitável:
__________________.

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

3) Cite dois exemplos de medidas de controle para o caso de aci-


dentes ou situações que envolvam a inviabilidade da adoção de
medidas de proteção coletiva ou ainda de caráter emergencial ou
complementar.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

4) Correlacione os tipos de agentes ambientais da primeira coluna de


acordo com os respectivos exemplos na segunda.

Tipos de agentes ambientais Exemplos de agentes


59
( ) Bactérias

( ) Ruído
( 1 ) Agentes físicos ( ) Radiação

( 2 ) Agentes químicos ( ) Poeiras

( 3 ) Agentes biológicos ( ) Vírus

( ) Gases

( ) Vapores

5) Qual o objetivo de um programa de conservação auditiva (PCA)?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

RESERVADO
Alta Competência

6) Considerando aspectos relacionados com as perdas auditivas in-


duzidas pelo ruído (PAIR) e o uso de EPI, marque V (verdadeiro) ou F
(falso) para cada uma das afirmativas:

( ) A perda auditiva ou diminuição da acuidade auditiva é


a conseqüência mais imediata da exposição excessiva ao
ruído.
( ) Uma vez que existem muitos tipos diferentes de protetores,
que podem ser utilizados em diversos ambientes de traba-
lho, não é preciso escolher o protetor auditivo mais adequa-
do para cada caso.
( ) A PAIR relacionada ao trabalho é uma doença passível de
prevenção e pode acarretar ao trabalhador alterações fun-
cionais e psicossociais capazes de comprometer sua qualida-
de de vida.
( ) Os protetores somente oferecerão proteção adequada se a
60 colocação, uso e manutenção também forem adequados.

( ) A PAIR relacionada ao trabalho não pode ser agravada pela


exposição simultânea a outros agentes, como por exemplo
produtos químicos e vibrações.

7) Algumas atividades desenvolvidas nas unidades de E&P podem


envolver o uso de fontes de radiação e, consequentemente, algum
risco de exposição a esses agentes. Indique qual o principal tipo
de radiação potencialmente causadora de riscos à saúde e cite dois
exemplos de situações em que há o risco de exposição a essas fontes
de radiação na indústria petroquímica.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

8) Quais são as principais propriedades dos líquidos, importantes na


prevenção de acidentes?

_______________________________________________________________
________________________________________________________________

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

9) Quais as diferenças entre gás e vapor?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

10) Os agentes químicos podem produzir diversos efeitos no orga-


nismo humano. Em quais categorias eles podem ser classificados e
de que forma podemos controlar a exposição dos trabalhadores aos
agentes químicos?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

11) Correlacione a coluna à esquerda onde estão listados os aerodis-


persóides com a sua respectiva definição.

61
Tipos Definição
( ) Particulado filamentoso que possui uma re-
lação entre o comprimento e o diâmetro.

( 1 ) Poeiras ( ) Partículas de carbono que resultam de um


processo de combustão incompleta.
( 2 ) Fibras
( ) Resultam da condensação de vapores de lí-
( 3 )Fumos quidos.

( ) Resultam da desagregação mecânica de um


( 4 ) Fumaças
sólido.
( 5 ) Neblinas ( ) Resultam da desagregação mecânica de um
líquido (spray).
( 6 ) Névoas
( ) Resultam da condensação de vapores após a
fusão de um sólido.

RESERVADO
Alta Competência

12) Associe as doenças ocupacionais com os agentes químicos causa-


dores, os materiais/ objetos e as atividades que envolvem o risco de
inalação. Marque com um “X” os parênteses que são coerentes com
cada uma das doenças.

Materiais ou objetos Atividades que re-


Agente
Doença que podem envol- presentam risco de
químico
ocupacional ver algum risco de exposição em ambos
causador
contaminação os casos

( ) Mercúrio ( ) Rochas
( ) Sílica ( ) Solda ( ) Lixamento
Silicose ( ) Chumbo ( ) Chumbo
( ) Amianto ( ) Areia ( ) Operação de solda
( ) Cobre ( ) Mercúrio
( ) Combustão incompleta
62
( ) Sílica ( ) Areia
( ) Chumbo ( ) Solda ( ) Pintura
Asbestose ( ) Mercúrio ( ) Telhas
( ) Amianto ( ) Rochas ( ) Polimento
( ) Cobre ( ) Caixas d’água

13) Cite três medidas que podem ser adotadas por um Programa de
Proteção Respiratória (PPR), em relação ao uso de equipamentos de
proteção respiratória, para preservar a saúde e integridade física do
trabalhador.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

14) Para quais empresas é obrigatória a implementação do Programa


de Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno – PPEOB?

_______________________________________________________________
________________________________________________________________

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

15) O que é a ficha de informações de segurança de produtos quími-


cos (FISPQ)?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

16) Cite 3 exemplos de equipamentos de proteção individual (EPI)


importantes na prevenção contra exposição a agentes químicos.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
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63
17) Quais ações são necessárias quando a concentração de um agen-
te químico, em um ambiente de trabalho, está entre o nível de ação
e o limite de tolerância?

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RESERVADO
Alta Competência

18) Analise as afirmativas marcando V para as verdadeiras e F para


as falsas.

( ) A etapa de avaliação é um processo quantitativo que per-


mite observar a possibilidade de risco para a saúde dos tra-
balhadores e adotar as medidas corretivas necessárias. Pode
ser realizada no ambiente ou no organismo, sendo dessa
forma dividida em: ambiental e biológica.
( ) Para muitos produtos tóxicos não se dispõe de dados sufi-
cientes para estabelecer esses limites. Então estes produtos
devem ser considerados como não prejudiciais a saúde.
( ) Entende-se por valor teto os limites de exposição que não
podem ser ultrapassados em qualquer momento da jorna-
da de trabalho.
( ) Na indústria petrolífera não é possível encontrar agentes
biológicos em áreas de tratamento de resíduos.
64
( ) O controle de poeira e a manutenção de ventilação ade-
quada são medidas de controle dos agentes biológicos.

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

1.5. Glossário
ABHO - Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais.

ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Hygienists. Conferência


Americana Governamental da Indústria Higienista.

Aerodispersóides - quaisquer elementos (sólidos, líquidos ou gasosos) que estejam


dissolvidos no ar, estranhos à sua composição.

Agentes ambientais - substância ativa (química, física ou biológica) capaz de


produzir um efeito.

Agentes químicos - produtos ou substâncias que possam penetrar no organismo


pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou
vapores, ou que, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da
pele ou por ingestão.

Agentes químicos ototóxicos - gases asfixiantes, metais pesados e solventes, capazes


de causar a hipoacusia ototóxica; uma perda auditiva do tipo neurosensorial,
induzida por substâncias químicas. 65

Alergênico - substância que causa alergia.

Anestésico - substância, produto ou medicamento que diminui ou elimina a


sensibilidade.

Anticorpos - proteína do soro sangüíneo segregada pelos linfócitos B em reação à


entrada no organismo de uma substância estranha (antígeno).

Asbesto - silicato do gênero anfibólio, fibroso, inalterável ao fogo, cuja variedade


mais pura é o amianto. Usado como isolante térmico, acústico e elétrico, em
cimento-amianto, roupas antifogo etc.

Cancerígeno - substância, gás ou tóxico que gera câncer.

Caneta dosimétrica - câmara de ionização de bolso que possui dimensões de uma


caneta comum.

CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.

CLT - Consolidação das Leis do Trabalho.

CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear.

Conjuntiva - a conjuntiva é uma membrana presente que reveste a parte interna


da pálpebra dos olhos dos vertebrados e a superfície exposta do branco do olho
(esclera).

Depressor - o que deprime.

RESERVADO
Alta Competência

Dosímetro - medidor integrador de uso pessoal que fornece a dose da exposição


ocupacional ao ruído.

Droga ototóxica - substância química, encontrada em poluentes e


medicamentos, que podem ocasionar perda auditiva.

EPI - Equipamentos de Proteção Individual.

Gás - estado físico normal de um agente químico na temperatura e pressão


ambiente.

Gônadas - glândulas do sistema endócrino, responsáveis pela reprodução:


testículos e os ovários.

Hemoglobina - proteína existente no interior das hemácias, no plasma e em certas


plantas e cuja principal função é o transporte de oxigênio.

IBE ou Índice Biológico de Exposição - valores que representam os níveis de


alerta das respostas biológicas da exposição aos agentes químicos ou de seus
metabólitos, nos tecidos, fluidos biológicos ou ar expirado, independente da via
de penetração no organismo.
66
Infra-som - vibração da mesma natureza que o som, mas de freqüência inferior a
dos sons audíveis.

IPVS ou Imediatamente Perigoso à Vida ou à Saúde - também conhecido como IDLH


(Imediatelly Dangerous for Life and Health) concentração que supõe um risco de exposição
ao contaminante no ar tal, que a exposição poderia causar a morte ou efeitos imediatos
ou, com o tempo, adversos para a saúde. Acima da concentração IDLH, a presença de
pessoas só deve ser permitida em emergências, com proteção respiratória autônoma.

Limite de tolerância (ACGIH) - Threshold Limit Values Time Weighted Average (TLV
TWA) - concentração média ponderada para uma jornada de trabalho de 8 horas
por dia e 40 horas por semana, na qual a maioria dos trabalhadores pode estar
repetidamente exposta, dia após dia, sem efeitos adversos à saúde.

Limite de tolerância (NR-15) - concentração ou intensidade máxima ou mínima,


relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará
danos à saúde do trabalhador durante a sua vida laboral.

Lipossolúvel - aquilo que pode ser dissolvido em lipídios (gorduras).

Medidores nucleares - dispositivos que usam fontes de radiação associadas a


um detector, numa geometria tal que permite por atenuação ou espalhamento
da radiação, saber se o material medido está ou não presente no nível pré-
estabelecido.

Mesotelioma - tumor maligno da pleura (camada de revestimento do pulmão e da


cavidade torácica), ou do peritônio (camada de revestimento do abdome), que na
maioria dos casos é causado pela exposição prévia ao asbesto (amianto).

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

Metabólitos - qualquer substância, em especial os compostos de carbono, produzida


por metabolismo. Produzido e excretado por organismo.

Mucosa - membrana que reveste certas cavidades do organismo e que segrega muco.

Narcótico - substâncias que fazem adormecer, reduzem ou eliminam a sensibilidade


(chama-se a esse estado narcose).

NIOSH - National Institute of Occupational Safety and Health. Instituição Nacional para
Segurança e Saúde Ocupacional.

NHO - Norma de Higiene Ocupacional.

Nível de ação - valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas, de forma
a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes ambientais ultrapassem
os limites de exposição. As ações devem incluir o monitoramento periódico da
exposição, a informação aos trabalhadores e o controle médico. (NR-9).

Óculos plumbíferos - óculos que têm a função de impedir a penetração nos olhos
de raios ionizantes.

OIT - Organização Internacional do Trabalho. 67


Particulados - partículas muito finas de sólidos ou líquidos suspensos num gás.

PCA - Programa de Conservação Auditiva.

PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional.

Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR) - a perda auditiva induzida pelo ruído
relacionada ao trabalho, diferentemente do trauma acústico, é uma diminuição
gradual da acuidade auditiva, decorrente da exposição continuada a níveis
elevados de ruído.

Pneumoconiose - designação genérica de várias doenças pulmonares,


frequentemente de natureza profissional, causadas pela inalação prolongada
de partículas irritantes. Por exemplo: doença respiratória provocada pela
inalação do pó de carvão por períodos prolongados.

Ponto de combustão - temperatura poucos graus acima do ponto de fulgor na


qual a quantidade de vapores é suficiente para iniciar e manter a combustão.

Ponto de ebulição - temperatura ou a faixa de temperatura em que a pressão de


vapor se iguala à pressão atmosférica. Os líquidos voláteis possuem pressão de
vapor elevada e baixa temperatura de ebulição. Os líquidos impuros possuem uma
faixa de temperatura onde ocorre a ebulição.

Ponto de fulgor - menor temperatura na qual ocorre o limiar da mistura inflamável.


Na presença de uma fonte de ignição, inicia a reação de combustão. A quantidade
de vapores é insuficiente para continuá-la.

RESERVADO
Alta Competência

Ponto de ignição - menor temperatura (de uma centelha ou de uma superfície) que
resulta no início da combustão da mistura inflamável. A mistura inflamável de cada
gás ou vapor tem o seu ponto de ignição.

PPR - Programa de Proteção Respiratória.

PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.

Presbiacusia - diminuição auditiva relacionada ao envelhecimento, por alterações


degenerativas, fazendo parte do processo geral de envelhecimento do organismo.

Pressão de vapor - pressão relacionada a uma temperatura, na qual um líquido


que ocupa parcialmente um recipiente fechado tem “interrompida“ a passagem
de suas moléculas para a fase de vapor.

PVC - Poli Cloreto de Vinila.

Radiação - método de transferência de energia calorífera ou de qualquer outra


forma de energia emitida sob a forma de ondas ou partículas, que não necessita de
um material como meio de propagação, como por exemplo, a energia calorífera
que a Terra recebe do sol, a luz, o som, os raios X, a radiação eletromagnética, os
68 raios infravermelhos etc.

Revolução Industrial - ocorreu na Inglaterra na segunda metade do século XVIII.


Pode ser considerada como a fase que finalizou a transição entre feudalismo e
capitalismo e, ainda, como a que concluiu o movimento da revolução burguesa
iniciada no século XVII.  

Risco ambiental - os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos


ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração
ou intensidade e tempo de exposição, podem causar danos à saúde do
trabalhador.

Ruído contínuo ou intermitente - todo e qualquer ruído que não está classificado
como ruído de impacto ou impulsivo.

Ruído de impacto ou impulsivo - ruído que apresenta picos de energia acústica de


duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo.

Susceptibilidade - vulnerabilidade. Qualidade de susceptível; disposição especial,


física ou moral, para sentir e acusar vivamente qualquer influência externa;
melindre; idiossincrasia; tendência para se melindrar com facilidade.

SMS - Segurança, Meio Ambiente e Saúde.

SNC - Sistema Nervoso Central.

Teratogênico - agente capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante a gravidez.


Relativo a teratogenia, ou seja, à produção de monstruosidades ou anomalias.

Tireóide - também denominada tiróide. Glândula de secreção interna, situada na


parte ântero-superior da laringe; cartilagem que, à frente, protege a laringe.

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

Toxicidade aguda - capacidade de uma substância química produzir um efeito


nocivo quando interage com um organismo vivo.

TLD - dosímetro termoluminescente.

TLV - Threshold Limits Values. Orientações (não padrões), elaborado pela Conferência
Americana de Higienistas Industriais Gonamentais, Inc. (ACGIH) higienistas
industriais para ajudar na tomada de decisões em relação a níveis seguros de
exposição a vários perigos encontrados no local de trabalho.

TLV-STEL - Threshold Limit Values - Short Term Exposure Limit. Definido como um 15-
minutos, média ponderada no tempo para a qual não deve ser ultrapassado em
qualquer momento durante um dia de trabalho, mesmo se o período de 8 horas de
tempo médio ponderado é dentro do TLV.

Valor máximo (VM) - valor associado a um Limite de tolerância tipo Média


Ponderada, conforme definido Anexo 11, NR-15.

Vapor - fase gasosa de um agente químico que é líquido ou sólido na temperatura


e pressão ambiente.

69

RESERVADO
Alta Competência

1.6. Bibliografia
ACGIH - Threshold Limit Values for Chemical Substances and Physical Agents.

AMERICO, Sérgio. Higiene Industrial - Agentes Químicos. Apostila Técnica do Curso


de Pós graduação de Engenharia de Segurança do Trabalho. UFRJ, 2001.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Ficha de informação de


segurança de produtos químicos, NBR-14725.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Acústica: Avaliação do


ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade, NBR-10151.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Níveis de ruído para


conforto acústico, NBR-10152.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Equipamentos de


proteção respiratória: filtros químicos e filtros combinados, NBR-13696.

BRASIL. Centro Técnico Nacional. NHO 01: Norma de Higiene Ocupacional


70 Procedimento Técnico: Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído.
Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br/dominios/CTN/nho01.asp>.
Acesso em: 19 dez 2008.

BRASIL. Comissão Nacional de Energia Nuclear. Diretrizes Básicas de Proteção


Radiológica, CNEN-NN-3.01. Disponível em: <http://www.cnen.gov.br/seguranca/
normas/mostra-norma.asp?op=301>. Acesso em: 19 dez 2008.

BRASIL. Lei nº 6514, de 22/12/1977. Disponível em: <http://www3.dataprev.gov.br/


SISLEX/paginas/42/1977/6514.htm>.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Atividades e Operações Insalubres,


Norma Regulamentadora nº 15 (NR-15).

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Disponível em: <http://www.mte.


gov.br>. Acesso em: 09 abr 2008.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Portaria nº 3214 de 08/06/1978.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Portaria nº 99 de 19/10/2004.

BREVIGLIERO, Ezio; POSSEBON, José; SPINELLI, Robson. Higiene Ocupacional:


Agentes Físicos, Químicos e Biológicos. 2ª Ed. Editora SENAC, 2006.

MICHEL, Oswaldo da Rocha. Toxicologia Ocupacional. Editora Revinter, 2000.

NORMA TÉCNICA PETROBRAS. Avaliação da exposição a níveis de ruído em


ambientes de trabalho com o uso de audiodosímetros, N-2428.

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

NORMA TÉCNICA PETROBRAS. Exames Médicos Ocupacionais, N-2691.

PETROBRAS. Equipamentos de proteção individual (EPI), Norma Regulamentadora


nº 6 (NR-6).

PETROBRAS. PG-03-00020 - Gestão de Higiene Ocupacional.

PETROBRAS. PP-03-00007 - Procedimento para Implementação do PPRA.

PETROBRAS. PP-03-00008 - Estratégia de Amostragem de Agentes ambientais para


o Desenvolvimento do PPRA.

PETROBRAS. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), Norma


Regulamentadora nº 7 (NR-7).

PETROBRAS. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), Norma


Regulamentadora nº 9 (NR-9).

PETROBRAS. Regulamento Técnico sobre Equipamentos de Proteção Respiratória,


Instrução normativa nº 1 de 11/04/1994.

SGARBI, Flavio. Curso básico de radioproteção nas atividades de exploração e 71


produção da Petrobras.

RESERVADO
Alta Competência

1.7. Gabarito

1) Conceitue Higiene Ocupacional e indique seus quatro pilares básicos.

Higiene Ocupacional, também denominada de Higiene do Trabalho, é a ciência


que objetiva a antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o controle dos
agentes ambientais originados no local de trabalho, que podem causar doença,
comprometimento da saúde e do bem-estar ou significante desconforto e
ineficiência entre os trabalhadores ou membros da comunidade. Seus quatro
pilares básicos são:

• Antecipação;

• Reconhecimento;

• Avaliação;

• Controle dos riscos.

2) Complete as lacunas, identificando as etapas do programa de prevenção de


riscos ambientais (PPRA).

a) É a identificação de um risco em um local ou atividade ainda na fase de projeto,


72 visando à introdução “antecipada” de medidas de controle: Antecipação dos riscos
ambientais.

b) É a identificação de um risco já existente em um local ou atividade:


Reconhecimento.

c) É a análise da exposição ocupacional através da medição de concentração ou


intensidade de um agente, comparando com referências apropriadas: Avaliação.

d) É o conjunto de procedimentos destinados a eliminar a exposição ocupacional


ou reduzi-la a um nível aceitável: Controle.

3) Cite dois exemplos de medidas de controle para o caso de acidentes ou situações


que envolvam a inviabilidade da adoção de medidas de proteção coletiva ou ainda
de caráter emergencial ou complementar.

• Isolar a área;

• Afastar as pessoas;

• Identificar a fonte de contaminação ou irradiação;

• Contatar o Supervisor de Proteção Radiológica;

• Proceder a análise da estimativa de doses;

• Descontaminar a área, no caso de fontes não seladas;

• Convocar os potencialmente irradiados ou contaminados para se submeterem a


exames médicos;

• Analisar o ocorrido e implementar procedimentos para evitar novos acidentes.

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

4) Correlacione os tipos de agentes ambientais da primeira coluna de acordo com


os respectivos exemplos na segunda.

Tipos de agentes ambientais Exemplos de agentes

( 3 ) Bactérias

( 1 ) Ruído

( 1 ) Agentes físicos ( 1 ) Radiação

( 2 ) Agentes químicos ( 2 ) Poeiras

( 3 ) Agentes biológicos ( 3 ) Vírus

( 2 ) Gases

( 2 ) Vapores

5) Qual o objetivo de um programa de conservação auditiva (PCA)?

O principal objetivo do Programa de conservação auditiva – PCA é estabelecer as


medidas para o controle do ruído, de maneira a proteger o sistema auditivo do
trabalhador, ou seja, prevenir que os trabalhadores expostos a níveis de ruído no
ambiente de trabalho desenvolvam Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR).
73
6) Considerando aspectos relacionados com as perdas auditivas induzidas pelo
ruído (PAIR) e o uso de EPI, marque V (verdadeiro) ou F (falso) para cada uma das
afirmativas:

( V ) A perda auditiva ou diminuição da acuidade auditiva é a conseqüência mais


imediata da pela exposição excessiva ao ruído.
( F ) Uma vez que existem muitos tipos diferentes de protetores, que podem
ser utilizados em diversos ambientes de trabalho, não é preciso escolher o
protetor auditivo mais adequado para cada caso.
Justificativa: o protetor é especificado considerando o tipo de ruído.
( V ) A PAIR relacionada ao trabalho é uma doença passível de prevenção e pode
acarretar ao trabalhador alterações funcionais e psicossociais capazes de
comprometer sua qualidade de vida.
( V ) Os protetores somente oferecerão proteção adequada se a colocação, uso
e manutenção também forem adequados.
( F ) A PAIR relacionada ao trabalho não pode ser agravada pela exposição
simultânea a outros agentes, como por exemplo, produtos químicos e
vibrações.
Justificativa: alguns remédios interferem.

RESERVADO
Alta Competência

7) Algumas atividades desenvolvidas nas unidades de E&P podem envolver o uso de


fontes de radiação e, consequentemente, algum risco de exposição a esses agentes.
Indique qual o principal tipo de radiação potencialmente causadora de riscos à
saúde e cite dois exemplos de situações em que há o risco de exposição a essas
fontes de radiação na indústria petroquímica.

Radiação ionizante.

Situações com fontes de radiação : radiografia industrial tipo gamagrafia,


perfilagem de poços de petróleo, uso de medidores nucleares, uso de traçadores
radioativos e ocorrência de TENORM.

8) Quais são as principais propriedades dos líquidos, importantes na prevenção de


acidentes?

Pressão de vapor, ponto de ebulição, ponto de fulgor, ponto de combustão e ponto


de ignição.

9) Quais as diferenças entre gás e vapor?

Gás - Estado físico normal de um agente químico na temperatura e pressão


ambiente.

Vapor - Fase gasosa de um agente químico que é líquido ou sólido na temperatura


e pressão ambiente.
74
10) Os agentes químicos podem produzir diversos efeitos no organismo humano.
Em quais categorias eles podem ser classificados e de que forma podemos controlar
a exposição dos trabalhadores aos agentes químicos?

Irritantes, asfixiantes, anestésicos ou narcóticos, alergênicos, mutagênicos,


teratogênico, cancerígenos e pneumoconióticos.

Este controle pode ocorrer em três níveis: fonte, meio e indivíduo.

11) Correlacione a coluna à esquerda onde estão listados os aerodispersóides com


a sua respectiva definição.

Tipos Definição

( 2 ) Particulado filamentoso que possui uma relação entre o


( 1 ) Poeiras comprimento e o diâmetro.

( 2 ) Fibras ( 4 ) Partículas de carbono que resultam de um processo de


combustão incompleta.
( 3 )Fumos ( 5 ) Resultam da condensação de vapores de líquidos.
( 4 ) Fumaças ( 1 ) Resultam da desagregação mecânica de um sólido.
( 5 ) Neblinas ( 6 ) Resultam da desagregação mecânica de um líquido (spray).
( 6 ) Névoas ( 3 ) Resultam da condensação de vapores após a fusão de um
sólido.

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

12) Associe as doenças ocupacionais com os agentes químicos causadores, os


materiais/ objetos e as atividades que envolvem o risco de inalação. Marque com
um “X” os parênteses que são coerentes com cada uma das doenças.

Materiais ou
Agente objetos que Atividades que represen-
Doença
químico podem envolver tam risco de exposição em
ocupacional
causador algum risco de ambos os casos
contaminação

( ) Mercúrio ( X ) Rochas
( X ) Sílica ( ) Solda
Silicose ( ) Chumbo ( ) Chumbo
( ) Amianto ( X ) Areia ( X ) Lixamento
( ) Cobre ( ) Mercúrio ( ) Operação de solda
( ) Combustão incompleta
( ) Sílica ( ) Areia ( ) Pintura
( ) Chumbo ( ) Solda ( X ) Polimento
Asbestose ( ) Mercúrio ( X ) Telhas
( X ) Amianto ( ) Rochas
( ) Cobre ( X ) Caixas d’água 75
13) Cite três medidas que podem ser adotadas por um Programa de Proteção
Respiratória (PPR), em relação ao uso de equipamentos de proteção respiratória,
para preservar a saúde e integridade física do trabalhador.
• Antes de usar uma máscara de proteção, verifique as condições da mesma em
relação a defeitos, deformações, arranhões, limpeza, conservação e validade do
filtro;
• Esteja atento à vedação da sua máscara, pois falhas na vedação podem levar a
uma intoxicação;
• Verifique a vedação da máscara após cada colocação e ajuste da mesma. Em caso
de dúvida, consulte o técnico de segurança;
• Troque a máscara sempre que detectar alguma anormalidade e informe ao seu
supervisor ou técnico de segurança;
• Troque o filtro, ao sentir dificuldade de respiração ou cheiro de contaminantes,
ou se o mesmo estiver fora da embalagem por mais de seis meses;
• Guarde a máscara de proteção quando não estiver em uso, de modo conveniente
para que não se danifique (longe da luz solar e de ambiente quente ou contaminado),
dentro de saco plástico, em local limpo e sem objetos em cima do mesmo;
• Deixe imediatamente, a área contaminada, se observar que a máscara de proteção
não está funcionando e comunique ao seu supervisor;
• Não use máscara com filtro em ambiente com deficiência de oxigênio,
concentrações IPVS, ou confinado. Nesses casos, use máscara com ar mandado ou
autônoma;
• Teste a máscara com ar mandado ou autônoma (reserva de ar), antes de entrar
em ambiente contaminado ou confinado (deficiente de oxigênio ou atmosfera
inerte);
• Não tente fazer manutenções ou alterações na máscara de proteção.

RESERVADO
Alta Competência

14) Para quais empresas é obrigatória a implementação do Programa de Prevenção


da Exposição Ocupacional ao Benzeno – PPEOB?

Empresas que produzem, transportam, armazenam, utilizam ou manipulam o


benzeno ou líquidos que contenham 1 % ou mais de benzeno.

15) O que é a ficha de informações de segurança de produtos químicos (FISPQ)?

A FISPQ fornece informações sobre vários aspectos desses produtos químicos


quanto à proteção, à segurança, à saúde e ao meio ambiente. A FISPQ fornece, para
esses aspectos, conhecimentos básicos sobre os produtos químicos, recomendações
sobre medidas de proteção e ações em situação de emergência.

16) Cite 3 exemplos de equipamentos de proteção individual (EPI) importantes na


prevenção contra exposição a agentes químicos.

• Uso de luvas impermeáveis em PVC ou Nitrilon, ou outro material similar;

• Uso de proteção facial para o rosto, olhos;

• Uso de óculos de segurança tipo ampla visão, destinada a proteção contra


possíveis respingos do produto químico;

• Uso de aventais, mangas impermeáveis e resistentes ao produto;

76 • Uso de roupas especiais;

• Uso de equipamentos de proteção respiratória compatível com a substância a ser


manipulada, de forma que seja atendida a proteção exigida na FISPQ.

17) Quais ações são necessárias quando a concentração de um agente químico, em


um ambiente de trabalho, está entre o nível de ação e o limite de tolerância?

• Medidas preventivas e corretivas para redução da exposição;

• Analisar a estratégia e a freqüência das amostragens;

• Analisar os resultados dos exames médicos periódicos;

• Estudar a possibilidade de fazer avaliação biológica;

• Identificar as possibilidades de reduzir a concentração dos contaminantes no


ambiente.

RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional

18) Analise as afirmativas marcando V para as verdadeiras e F para as falsas.

( V ) A etapa de avaliação é um processo quantitativo que permite observar a


possibilidade de risco para a saúde dos trabalhadores e adotar as medidas
corretivas necessárias. Pode ser realizada no ambiente ou no organismo,
sendo dessa forma dividida em: ambiental e biológica.
(F) Para muitos produtos tóxicos não se dispõe de dados suficientes para
estabelecer esses limites. Então estes produtos devem ser considerados
como não prejudiciais a saúde.
Justificativa: o produto só deve ser considerado inócuo à saúde quando
comprovado tecnicamente.
( V ) Entende-se por valor teto os limites de exposição que não podem ser
ultrapassados em qualquer momento da jornada de trabalho.
(F) Na indústria petrolífera não é possível encontrar agentes biológicos em
áreas de tratamento de resíduos.
Justificativa: agentes biológicos podem estar presentes em resíduos.
( V ) O controle de poeira e a manutenção de ventilação adequada são medidas
de controle dos agentes biológicos.

77

RESERVADO
RESERVADO
Capítulo 2
Noções de
toxicologia

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Conceituar toxicidade e ação tóxica;


• Identificar os fatores que influenciam na toxicidade de
uma substância;
• Distinguir os principais meios de penetração das
substâncias químicas no organismo;
• Citar as vantagens e desvantagens do monitoramento
biológico.

RESERVADO
Alta Competência

80

RESERVADO
Capítulo 2. Noções de toxicologia

2. Noções de toxicologia

A
toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos produzidos
pelas substâncias no organismo. Em função do número
crescente de substâncias químicas, a toxicologia industrial é
uma ciência em constante evolução.

Esse é um fato preocupante, por não existirem substâncias químicas


desprovidas de toxicidade. Dependendo da quantidade absorvida
pelo organismo mesmo aquelas classificadas como “relativamente
atóxicas” podem causar danos.

“Tudo é veneno, nada é veneno. A dose é que diferencia um veneno de um


remédio.” (PARACELSUS, 1493 - 1541).

81
ATENÇÃO

Para um melhor entendimento, indicamos a leitura


da bibliografia em que são listadas algumas
exigências legais referentes à Toxicologia.

2.1. Toxicidade

A toxicidade é uma capacidade latente, inerente, que uma substância


química possui. É a medida do potencial tóxico de uma substância.
Não existem substâncias químicas atóxicas (sem toxicidade). Não
existem substâncias químicas seguras, que não tenham efeitos lesivos
ao organismo. Por outro lado, também é verdade que não existe
substância química que não possa ser utilizada com segurança, pela
limitação da dose e da exposição ao organismo humano.

Os maiores fatores que influenciam na toxicidade de uma


substância são:

• Concentração da substância presente no ambiente;

• Freqüência da exposição;

RESERVADO
Alta Competência

• Duração da exposição;

• Via de administração.

Existe uma relação direta entre o meio de absorção e a quantidade.


Por exemplo: uma substância administrada por via oral numa
dosagem de 100mg pode apresentar apenas sintomas leves, ao passo
que 10mg da mesma substância por via intravenosa podem levar a
sintomas graves.

Para se avaliar a toxicidade de uma substância química, é necessário


conhecer: que tipo de efeito ela produz, a dose para produzir o efeito,
informações sobre as características ou propriedades da substância,
informações sobre a exposição e o indivíduo.

82 ? VOCÊ SABIA?
A informação da toxicidade de uma substância é
obtida pelos parâmetros de toxicidade: concentração
letal (CL50) e dose letal (DL50). Esses valores são
obtidos em estudos com cobaias e servem apenas
como indicadores de toxicidade e não devem ser
usados como parâmetros para exposição nos locais
de trabalho. Para alguns produtos químicos são as
únicas informações toxicológicas disponíveis nas
Fichas de Informação de Segurança (FISPQ).

• CONCENTRAÇÃO LETAL (CL50): concentração de


gás ou de vapor em um intervalo de tempo que
resultou na morte de 50% de um grupo de animais
cobaias da mesma espécie expostos.

• DOSE LETAL (DL50): dose (mg/Kg corpóreo) que


resultou na morte de 50% de um grupo de animais
cobaias da mesma espécie expostos quando
submetidas a uma dose única.

RESERVADO
Capítulo 2. Noções de toxicologia

O grau de toxicidade de uma substância pode ser classificado de


várias formas, conforme as seguintes tabelas:

Aquela em que os efeitos tóxicos são produzidos por uma única ou


por múltiplas exposições a uma substância, por qualquer via, por um
AGUDA
curto período, inferior a um dia. Geralmente as manifestações ocorrem
rapidamente.

Aquela em que os efeitos tóxicos produzidos por exposições diárias


repetidas a uma substância, por qualquer via, aparecem em um
SUBCRÔNICA
período de aproximadamente 10% do tempo de vida de exposição do
animal ou alguns meses.

Aquela em que os efeitos tóxicos ocorrem depois de repetidas


CRÔNICA exposições, por um período longo de tempo, geralmente durante toda
a vida ou aproximadamente 80% do tempo de vida.

Fonte: <http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/virtual%20tour/hipertextos/up1/
toxicidade.html> Acesso em: 12 ago 2008.
83
Tabela 1 - Classificação da toxicidade segundo o tempo de resposta

Aquela em que os distúrbios produzidos no corpo humano são


LEVE rapidamente reversíveis e desaparecem com o término da exposição ou
sem intervenção médica.

Aquela em que os distúrbios produzidos no organismo são


MODERADA reversíveis e não são suficientes para provocar danos físicos sérios
ou prejuízos à saúde.

Aquela em que ocorrem mudanças irreversíveis no organismo humano


SEVERA
suficientemente severas para produzirem lesões graves ou a morte.
Fonte: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/virtual%20tour/hipertextos/up1/toxicidade.
html Acesso em: 12 ago 2008.

Tabela 2 - Classificação da toxicidade segundo a severidade

Os principais meios de penetração das substâncias químicas no


organismo são:

• Inalação - principal via de intoxicação no ambiente de trabalho.


É de grande risco devido à rapidez com que os pulmões absorvem
as substâncias químicas;

RESERVADO
Alta Competência

• Absorção - via de intoxicação por meio da pele através do


contato com substâncias químicas. A absorção é extremamente
crítica quando se lida com produtos lipossolúveis, que são
absorvidos através da pele;

• Ingestão - via de ingresso de substâncias químicas no organismo,


principalmente, por descumprimento de normas de higiene e
segurança.

2.2. Ação tóxica

Quando uma substância química exerce um efeito nocivo no


organismo, chamamos de ação tóxica. Esta pode ser:

• Local - atuação diretamente na via de penetração;

84
• Sistêmica - ação seletiva em um órgão, em geral distante do
local de penetração. Para tal, é necessário o sangue como meio
de transporte.

Ao estudar os efeitos de uma substância química no organismo, esse


processo ocorrerá em quatro fases:

1ª) Fase da exposição: a caracterização da exposição irá variar em


função das seguintes variáveis: dose, vias de introdução, tempo/
freqüência, característica das substâncias e susceptibilidade
individual;

2ª) Fase toxicocinética: absorção, distribuição, biotransformação-


metabolização, armazenamento e eliminação;

3ª) Fase toxicodinâmica: ocorre interação do poluente com moléculas


que irão provocar os primeiros efeitos no organismo. São estudados
os danos bioquímicos;

4ª) Fase clínica: aparecimento dos primeiros efeitos – sinais e


sintomas.

RESERVADO
Capítulo 2. Noções de toxicologia

2.3. Monitoramento biológico

Devido às limitações pertinentes a avaliação ambiental


(representatividade das amostras, métodos de análise, limites de
exposição restritos a penetração dos agentes químicos somente pela
via respiratória, susceptibilidade individual), tornou-se necessário
desenvolver outro critério que, isoladamente ou em conjunto
com a avaliação ambiental, tornasse mais confiável a avaliação da
exposição dos trabalhadores aos agentes químicos.

O ser humano é o detector mais sensível e fiel dos efeitos nocivos do


ambiente de trabalho. A avaliação biológica considera a resposta
própria de cada trabalhador em relação à sua exposição. O principal
objetivo é a detecção precoce de alterações orgânicas antes que estas
se manifestem através de prejuízo para a saúde dos trabalhadores,
ou seja, a avaliação biológica consiste em medir a concentração
do agente químico ou de seus produtos de bio-transformação 85
(metabólitos) no sangue, tecidos, secreções, excreções, ar exalado e
comparar com uma referência científica ou legal.

VANTAGENS DESVANTAGENS

• O trabalhador é o monitor da sua


exposição; • São poucos os agentes que possuem
• Informa a exposição global, ou seja, a limites de exposição biológica;
exposição no ambiente de trabalho, bem • Não se aplica aos agentes que não
como a absorção do agente através de podem ser identificados nos fluidos
distintas vias de penetração no organismo; biológicos ou que não causam alterações
• Considera a atividade física e as orgânicas capazes de serem detectadas
diferenças de susceptibilidade individual precocemente;
(sexo, idade etc.); • Carência de procedimentos analíticos;
• Fornece melhor correlação com os efeitos • Instabilidade de algumas amostras.
sobre a saúde.

Em programa de avaliação biológica, cinco etapas devem ser


definidas:

1ª) Parâmetro biológico a ser controlado - deve identificar desvios


subclínicos e reversíveis dos efeitos tóxicos de um agente químico de
forma mais precoce, exata e confiável;

RESERVADO
Alta Competência

2ª) Fluido biológico a ser pesquisado - os fluidos de maior


representatividade para a análise de agentes químicos no organismo
humano são o sangue e a urina. Inicialmente pode parecer que
o sangue seja o fluido mais idôneo para identificar a presença
de determinado agente, pois é o meio de transporte até um
determinado local de ação no organismo. Entretanto, em muitos
casos a análise do sangue não permite identificar a concentração
já absorvida e, portanto disponível para produzir efeitos tóxicos.
A urina para alguns agentes é o fluido mais apropriado. A norma
regulamentadora NR-7 indica o fluido biológico a ser avaliado;

3ª) Metodologia para a coleta de amostras - a vida média biológica


do agente químico - ou de seus metabólitos - não deve ser inferior
a 5 horas. Este comportamento deve ser levado em consideração,
tanto para determinar o momento mais apropriado para a coleta
da amostra como para a interpretação dos resultados. Em geral a
amostra é coletada no início ou ao final da jornada de trabalho.
86

Na metodologia analítica, as principais dificuldades a serem superadas


são: a complexa composição das amostras e as concentrações muito
pequenas dos agentes a serem determinadas. Outros aspectos
importantes inerentes à metodologia analítica estão relacionados
ao controle estatístico, ao constante controle de qualidade e a
reprodutibilidade dos resultados;

4ª) Limites de exposição biológica - somente na década de


1970 surgiram os primeiros valores de referência para agentes
químicos no organismo ou nos fluidos biológicos. Desde 1985, a
ACGIH publica anualmente uma lista com os limites biológicos,
denominados de Biological Exposure Indices (BEI). Os valores
biológicos publicados em lista pela ACGIH representam os níveis de
alerta das respostas biológicas da exposição aos agentes químicos
ou aos seus metabólitos, nos tecidos, fluidos biológicos ou ar
expirado, independente da via de penetração no organismo;

RESERVADO
Capítulo 2. Noções de toxicologia

5ª) A Norma Regulamentadora NR-7 (Norma Regulamentadora de


Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional ) – Essa norma
indica, para alguns agentes químicos, os parâmetros biológicos e
respectivos fluidos biológicos, a metodologia, os Índices Biológicos
de Exposição (IBE) e os exames médicos complementares que devem
ser executados.

Indicador Biológico IBMP


Agente (Índice Biológi- Método
Químico Material co Máximo Analítico
Análise
Biológico Permitido)

Cromatografia
Metanol Urina Metanol 15mg/l
em Fase Gasosa

Espectrofotome-
Monóxido
Sangue Carboxihemoglobina 3,5 NF tria Ultravioleta/
de Carbono
Visível 87

Cromatografia
em Fase Gasosa
ou Cromatogra-
Tolueno Urina Ácido Hipúrico 2,5 g/g creat.
fia Líquida de
Alto desempe-
nho

Tabela - Exemplo de parâmetros para controle biológico da exposição ocupacional a alguns


agentes químicos

RESERVADO
Alta Competência

2.4. Exercícios

1) Correlacione os conceitos da primeira coluna de acordo com as


características da segunda.

Conceitos Características
( 1 ) Dose-resposta ( ) Aquela em que os efeitos tóxicos são
produzidos por uma única ou por
múltiplas exposições a uma substância,
por qualquer via, por um curto período,
inferior a um dia. Geralmente as
manifestações ocorrem rapidamente.
( 2 ) Índice ( ) Relação entre o grau de resposta do
biológico de sistema biológico e a quantidade de
exposição tóxico administrada; muito usada em
88 (IBE) toxicologia experimental.
( 3 ) Toxicidade ( ) Aquela em que os efeitos tóxicos
aguda produzidos por exposições diárias
repetidas a uma substância, por
qualquer via, aparecem em um período
de aproximadamente 10% do tempo
de vida de exposição do animal ou
alguns meses.

( 4 ) Toxicidade ( ) Valores que representam os níveis de


crônica alerta das respostas biológicas da expo-
sição aos agentes químicos ou de seus
metabólitos, nos tecidos, fluidos bioló-
gicos ou ar expirado, independente da
via de penetração no organismo.
( 5 ) Toxicidade ( ) Aquela em que os efeitos tóxicos ocor-
subcrônica rem após repetidas exposições, por um
período longo de tempo, geralmente
durante toda a vida ou aproximada-
mente 80% do tempo de vida.

RESERVADO
Capítulo 2. Noções de toxicologia

2) O que se entende por toxicidade e quais os fatores que influen-


ciam na toxicidade de uma substância?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

3) Identifique os termos a partir de suas definições.

a) Concentração de gás ou de vapor em um intervalo de tempo


que resultou na morte de 50% de um grupo de animais cobaias
da mesma espécie expostos. _______________________

b) Dose que resultou na morte de 50% de um grupo de animais


cobaias da mesma espécie expostos quando submetidas a uma
dose única. ____________________ 89

4) Complete as lacunas, no que diz respeito à classificação da


toxicidade.

a) A toxicidade __________ é aquela em que ocorrem mudanças


irreversíveis no organismo humano suficientemente severas para
produzirem lesões graves ou a morte.

b) A toxicidade ___________ é aquela em que os distúrbios pro-


duzidos no organismo são reversíveis e não são suficientes para
provocar danos físicos sérios ou prejuízos à saúde.

c) A toxicidade ____________ é aquela em que os distúrbios produ-


zidos no corpo humano são rapidamente reversíveis e desapare-
cem com o término da exposição ou sem intervenção médica.

RESERVADO
Alta Competência

5) Marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as alternativas


falsas.

( ) A inalação possui o maior grau de risco devido à rapi-


dez com que as substâncias químicas são absorvidas pelos
pulmões, daí a importância que deve ser dada aos siste-
mas de ventilação.
( ) A absorção é o contato das substâncias químicas com a pele.
A absorção é extremamente crítica quando se lida com pro-
dutos lipossolúveis, que são absorvidos através da pele.
( ) A ingestão, via de regra, acontece por descumprimento de
normas de higiene e segurança. Representa uma via primá-
ria de ingresso de substâncias químicas no organismo.

6) Devido às limitações de uma avaliação ambiental (representativi-


dade das amostras, métodos de análise, limites de exposição restri-
tos à penetração dos agentes químicos somente pela via respiratória,
90 susceptibilidade individual), tornou-se necessário desenvolver outro
critério que isoladamente ou em conjunto com a avaliação ambiental
tornasse mais confiável a avaliação da exposição dos trabalhadores
aos agentes químicos. Como é denominada esta avaliação e em que
ela consiste?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

7) Correlacione a primeira coluna com a segunda.

Seqüência de etapas Descrição das etapas


( 1 ) 1ª Etapa ( ) Metodologia para a coleta de amostras.

( 2 ) 2ª Etapa ( ) Parâmetro biológico a ser controlado.

( 3 ) 3ª Etapa ( ) Fluido biológico a ser pesquisado.

( 4 ) 4ª Etapa ( ) Limites de exposição biológica.

( 5 ) 5ª Etapa ( ) Metodologia analítica.

RESERVADO
Capítulo 2. Noções de toxicologia

2.5. Glossário
ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Hygienists. Conferência
Americana Governamental da Indústria Higienista.

Agentes químicos - produtos ou substâncias que possam penetrar no organismo


pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou
vapores, ou que, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da
pele ou por ingestão.

BEI - Biological Exposure Indices - Índice de Exposição Biológica.

IBE ou Índice Biológico de Exposição - valores que representam os níveis de alerta


das respostas biológicas da exposição aos agentes químicos ou de seus metabólitos,
nos tecidos, fluidos biológicos ou ar expirado, independente da via de penetração
no organismo.

Lipossolúvel - aquilo que pode ser dissolvido em lipídios (gorduras).

Metabólitos - qualquer substância, em especial os compostos de carbono, produzida


por metabolismo. Produzido e excretado por organismo. 91

NR-7 - Norma Regulamentadora de Programa de Controle Médico de Saúde


Ocupacional (PCMSO).

Susceptibilidade - vulnerabilidade. Qualidade de susceptível; disposição especial,


física ou moral, para sentir e acusar vivamente qualquer influência externa;
melindre; idiossincrasia; tendência para se melindrar com facilidade.

Vapor - fase gasosa de um agente químico que é líquido ou sólido na temperatura


e pressão ambiente.

RESERVADO
Alta Competência

2.6. Bibliografia
ACGIH - Threshold Limit Values for Chemical Substances and Physical Agents.

AMERICO, Sérgio. Higiene Industrial - Agentes químicos. Apostila Técnica do Curso


de Pós graduação de Engenharia de Segurança do Trabalho. UFRJ, 2001.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Ficha de informação de


segurança de produtos químicos, NBR-14725.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Acústica: Avaliação do


ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade, NBR-10151.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Níveis de ruído para


conforto acústico, NBR-10152.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Equipamentos de


proteção respiratória: filtros químicos e filtros combinados, NBR-13696.

BRASIL. Centro Técnico Nacional. NHO 01: Norma de Higiene Ocupacional


92 Procedimento Técnico: Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído.
Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br/dominios/CTN/nho01.asp>.
Acesso em: 19 dez 2008.

BRASIL. Comissão Nacional de Energia Nuclear. Diretrizes Básicas de Proteção


Radiológica, CNEN-NN-3.01. Disponível em: <http://www.cnen.gov.br/seguranca/
normas/mostra-norma.asp?op=301>. Acesso em: 19 dez 2008.

BRASIL. Lei nº 6514, de 22/12/1977. Disponível em: <http://www3.dataprev.gov.br/


SISLEX/paginas/42/1977/6514.htm>.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Disponível em: <http://www.mte.


gov.br>. Acesso em: 09 abr 2008.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Portaria nº 3214 de 08/06/1978.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Portaria nº 99 de 19/10/2004.

BREVIGLIERO, Ezio; POSSEBON, José; SPINELLI, Robson. Higiene Ocupacional:


Agentes Físicos, Químicos e Biológicos. 2ª Ed. Editora SENAC, 2006.

MICHEL, Oswaldo da Rocha. Toxicologia Ocupacional. Editora Revinter, 2000.

NORMA TÉCNICA PETROBRAS. Avaliação da exposição a níveis de ruído em


ambientes de trabalho com o uso de audiodosímetros, N-2428.

NORMA TÉCNICA PETROBRAS. Exames Médicos Ocupacionais, N-2691.

PETROBRAS. Atividades e Operações Insalubres, Norma Regulamentadora nº 15


(NR-15).

RESERVADO
Capítulo 2. Noções de toxicologia

PETROBRAS. Equipamentos de proteção individual (EPI), Norma Regulamentadora


nº 6 (NR-6).

PETROBRAS. PG-03-00020 - Gestão de Higiene Ocupacional.

PETROBRAS. PP-03-00007 - Procedimento para Implementação do PPRA.

PETROBRAS. PP-03-00008 - Estratégia de Amostragem de Agentes Ambientais para


o Desenvolvimento do PPRA.

PETROBRAS. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), Norma


Regulamentadora nº 7 (NR-7).

PETROBRAS. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), Norma


Regulamentadora nº 9 (NR-9).

PETROBRAS. Regulamento Técnico sobre Equipamentos de Proteção Respiratória,


Instrução Normativa nº 1 de 11/04/1994.

SGARBI, Flavio. Curso básico de radioproteção nas atividades de exploração e


produção da Petrobras.
93

RESERVADO
Alta Competência

2.7. Gabarito
1) Correlacione os conceitos da primeira coluna de acordo com as características da
segunda.

Conceitos Características
(1) Dose-resposta ( 3 ) Aquela em que os efeitos tóxicos são produzidos por
uma única ou por múltiplas exposições a uma subs-
tância, por qualquer via, por um curto período, infe-
rior a um dia. Geralmente as manifestações ocorrem
rapidamente.
(2) Índice biológi- ( 1 ) Relação entre o grau de resposta do sistema bioló-
co de exposi- gico e a quantidade de tóxico administrada; muito
ção (IBE) usada em toxicologia experimental.

(3) Toxicidade ( 5 ) Aquela em que os efeitos tóxicos produzidos por


aguda exposições diárias repetidas a uma substância, por
qualquer via, aparecem em um período de aproxi-
madamente 10% do tempo de vida de exposição do
animal ou alguns meses.
94
(4) Toxicidade ( 2 ) Valores que representam os níveis de alerta das res-
crônica postas biológicas da exposição aos agentes químicos
ou de seus metabólitos, nos tecidos, fluidos biológi-
cos ou ar expirado, independente da via de penetra-
ção no organismo.
(5) Toxicidade ( 4 ) Aquela em que os efeitos tóxicos ocorrem após re-
subcrônica petidas exposições, por um período longo de tempo,
geralmente durante toda a vida ou aproximadamen-
te 80% do tempo de vida.

2) O que se entende por toxicidade e quais os fatores que influenciam na toxicidade


de uma substância?

É a capacidade latente, inerente, que uma substância química possui. É a medida


do potencial tóxico de uma substância. Não existem substâncias químicas atóxicas
(sem toxicidade). Não existem substâncias químicas seguras, que não tenham
efeitos lesivos ao organismo. Por outro lado, também é verdade que não existe
substância química que não possa ser utilizada com segurança, pela limitação da
dose e da exposição ao organismo humano.

3) Identifique os termos a partir de suas definições.

a) Concentração de gás ou de vapor em um intervalo de tempo que resultou


na morte de 50% de um grupo de animais cobaias da mesma espécie expostos.
Concentração letal (CL50).

b) Dose que resultou na morte de 50% de um grupo de animais cobaias da mesma


espécie expostos quando submetidas a uma dose única. Dose letal (DL50).

RESERVADO
Capítulo 2. Noções de toxicologia

4) Complete as lacunas, no que diz respeito à classificação da toxicidade.

a) A toxicidade severa é aquela em que ocorrem mudanças irreversíveis no


organismo humano suficientemente severas para produzirem lesões graves ou
a morte.

b) A toxicidade moderada é aquela em que os distúrbios produzidos no organismo


são reversíveis e não são suficientes para provocar danos físicos sérios ou prejuízos
à saúde.

c) A toxicidade leve é aquela em que os distúrbios produzidos no corpo humano


são rapidamente reversíveis e desaparecem com o término da exposição ou sem
intervenção médica.

5) Marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as alternativas falsas.

( V ) A inalação possui o maior grau de risco devido à rapidez com que as


substâncias químicas são absorvidas pelos pulmões, daí a importância que
deve ser dada aos sistemas de ventilação.
( V ) A absorção é o contato das substâncias químicas com a pele. A absorção é
extremamente crítica quando se lida com produtos lipossolúveis, que são
absorvidos através da pele.
( F ) A ingestão, via de regra, acontece por descumprimento de normas de 95
higiene e segurança. Representa uma via primária de ingresso de substâncias
químicas no organismo.
Justificativa: a inalação sim é uma via primária de intoxicação no ambiente
de trabalho. A ingestão é considerada uma via secundária.

6) Devido às limitações de uma avaliação ambiental (representatividade das


amostras, métodos de análise, limites de exposição restritos à penetração dos
agentes químicos somente pela via respiratória, susceptibilidade individual),
tornou-se necessário desenvolver outro critério que isoladamente ou em conjunto
com a avaliação ambiental tornasse mais confiável a avaliação da exposição dos
trabalhadores aos agentes químicos. Como é denominada esta avaliação e em que
ela consiste?

Avaliação biológica. Ela consiste em medir a concentração do agente químico ou


de seus produtos de biotransformação (metabólitos) no sangue, tecidos, secreções,
excreções, ar exalado e comparar com uma referência científica ou legal.

7) Correlacione a primeira coluna com a segunda.

Seqüência de etapas Descrição das etapas


( 1 ) 1ª Etapa ( 3 ) Metodologia para a coleta de amostras.

( 2 ) 2ª Etapa ( 1 ) Parâmetro biológico a ser controlado.

( 3 ) 3ª Etapa ( 2 ) Fluido biológico a ser pesquisado.

( 4 ) 4ª Etapa ( 5 ) Limites de exposição biológica.

( 5 ) 5ª Etapa ( 4 ) Metodologia analítica.

RESERVADO
RESERVADO
Capítulo 3
Noções de
Ergonomia

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Reconhecer a importância da ergonomia em seu dia-a-dia


através da compreensão de seu conceito;
• Identificar as políticas e legislações aplicáveis à ergonomia;
• Citar as soluções ergonômicas que podem evitar e resolver
problemas de saúde e de produtividade do trabalho;
• Relacionar os critérios utilizados na metodologia geral de
verificação ergonômica.

RESERVADO
Alta Competência

98

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

3. Noções de ergonomia

A
eficiência, produtividade, segurança e saúde no ambiente
de trabalho podem ser melhoradas a partir de intervenções
ergonômicas.

3.1. História da ergonomia

O homem primitivo, ao utilizar um determinado formato de pedra


ou madeira, buscava encontrar a melhor forma de vencer obstáculos
do meio com maior eficiência. Portanto, a procura da adequação do
trabalho ao homem é tão antiga quanto a própria humanidade. A
isto chamamos ergonomia.

Importante!
99
Ergonomia - Estudo científico dos problemas relati-
vos ao trabalho humano, e que devem ser levados
em conta na projeção de máquinas, equipamentos e
ambiente de trabalho.

RESERVADO
Alta Competência

? VOCÊ SABIA?
Ergonomia é um neologismo formado pelos termos
gregos “Ergon” (trabalho) e “Nomos” (regras). A
primeira referência histórica à ergonomia é datada de
1857, quando o pesquisador europeu Jastrezebowisky
publicou um artigo intitulado “Ensaios de Ergonomia
ou Ciência do Trabalho”. No Brasil, os estudos
relacionados à Ergonomia somente tomaram vulto a
partir dos anos 70 do século XX, com a propagação de
cursos de mestrado e graduação. A Ergonomia não se
limita apenas à utilização de equipamentos adequados
ao trabalho. Dela fazem parte todas as melhorias
das condições de trabalho, incluídas a comunicação
interpessoal, humanização do ambiente de trabalho e
ginástica laborativa.
100
Fonte: <http://www.trtrio.gov.br/Comunicacao/infor-
mativos/Informativo_TRT_RJ_14.pdf>

Podemos afirmar que a Ergonomia procurou desde muito cedo


compreender o trabalho sem juízos de valor ou suposições pessoais
acerca do modo como acontecem.

3.1.1. Transformação do sistema de produção

A Revolução Industrial, não podendo ser limitada apenas a avanços


nos processos de tecnologia, ocasionou toda uma evolução das
diversas maneiras de divisão do trabalho e das formas de interação
entre pessoas e equipamentos (máquinas). Essa revolução causou
um impacto profundo no processo de produção, principalmente em
relação ao trabalho, como podemos ver no esquema a seguir.

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

Antes da Revolução Com a Revolução Industrial


Industrial

O artesão era dono da sua própria


oficina, de suas ferramentas e de Foram criados postos de
todos os outros meios necessários trabalho que rapidamente se
à produção. Geralmente, diferenciaram das instalações
eram oficinas pequenas que de produção doméstica, pois os
funcionavam na própria casa. trabalhadores (antes artesãos)
Junto ao artesão trabalhavam um, passaram a controlar as máquinas
dois ou três aprendizes. O próprio que realizariam a produção nas
artesão adquiria a matéria-prima manufaturas e cada um passou
em entreposto e levava para casa a ter uma função definida (um 101
a fim de executar a atividade cortava o couro, outro curtia, outro
(couro, tintas, linhas etc.), costurava etc.). As fábricas eram
preparando o couro, cortando, geralmente sujas, barulhentas e os
costurando, pintando. Enfim, trabalhadores passaram a realizar
fazendo todo o material. Em atividades quase como escravos
algumas confecções esse tipo de sem descanso ou folga semanal.
prática ainda é freqüente.

3.1.2. Instrumentação de energia

A Revolução Industrial trouxe a energia para dentro do dia-a-dia de


trabalho, agregando maior produtividade na produção de bens e
materiais. A seguir, podemos ver alguns exemplos de utilização da
energia no processo de produção.

Século XVIII - Criação do primeiro tear movido à tração animal,


puxado pela mula chamada “Jenny”, de propriedade de seu inventor
James Watt.

RESERVADO
Alta Competência

Início do século XX - Surge a proposta do engenheiro mecânico


americano F.W.Taylor que, procurando melhorar a eficiência
industrial, realizou um estudo sobre pás. Ele observou que pás
de capacidade maior eram indicadas para o manuseio do carvão
(material mais leve) e as de menor capacidade, para o minério
(material mais pesado). Sem dúvida, esta foi uma das primeiras
concepções de Ergonomia, tendo sido Taylor um dos precursores
das modificações nas máquinas que levariam maior eficácia com
gasto menor de energia do ser humano.

O tempo passou e veio a Primeira Guerra Mundial.

Século XX - Em razão do avanço da Indústria da Guerra, na Inglaterra,


foi criado um comitê voltado para o estudo da saúde dos trabalhadores.
Tal comitê, formado por médicos, fisiologistas e engenheiros, procurou
apontar questões de inadequação entre trabalho e trabalhadores
102 envolvidos nessa produção. Exemplo: trabalhadores de baixa estatura
tentando operacionalizar um equipamento gigantesco.

No início do pós-guerra, uma nova definição de Ergonomia passou a


ser adotada:

Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o


homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente
e particularmente a aplicação dos conhecimentos
de anatomia, fisiologia e psicologia na solução
dos problemas surgidos desse relacionamento.
(Ergonomics Research Society)

Na Segunda Guerra Mundial, podemos visualizar exemplos da falta


de segurança e conforto para os combatentes.

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

Os aviões passaram a voar mais alto e mais rápido. Os pilotos,


porém, sofriam da falta de oxigênio nas grandes altitudes e perda
de consciência nas rápidas variações de altitude exigidas pelas
manobras aéreas. Os projetistas não consideraram as alterações
do funcionamento do organismo em diversas altitudes quando
submetidos a acelerações importantes! Faltou compatibilidade
entre o projeto das máquinas e dispositivos e os aspectos mecânico-
fisiológicos do ser humano.

Surgiram, então, novos grupos interdisciplinares com a participação


de psicólogos, engenheiros e médicos cujo objetivo era “aumentar a
eficácia combativa, a segurança e o conforto dos soldados, marinheiros
e aviadores. Tudo foi feito para a adaptação de veículos militares,
aviões e demais equipamentos às características, sobretudo em
situações de emergência e de pânico”. Todo esse esforço de guerra
relatado levou grupos de cientistas para a produção civil, o que
resultou, em 1947, no aparecimento de uma corrente de Ergonomia
103
denominada Fatores Humanos (Human Factors e Ergonomics ou HFE).

? VOCÊ SABIA?
No pós-2ª guerra, a fábrica de automóveis Renault é
a primeira indústria francesa a criar um laboratório
industrial voltado para a Ergonomia. Na mesma época
surge a famosa Escola Francesa de Ergonomia que
tem como ponto inicial uma questão: Como conceber
adequadamente os novos postos de trabalho a partir
do estudo da situação existente?

Pensando nesse contexto, surge a partir de 1949 a


preocupação de produzir nas indústrias a análise
da atividade de trabalho em situação real, ou seja,
olhar o processo de produção no posto de trabalho
de cada trabalhador.

RESERVADO
Alta Competência

A nova proposta de análise, a partir do estudo da situação existente,


será difundida e aperfeiçoada a partir de 1955. Mas como? Os
ergonomistas da época discutiram, então, sobre a importância de
um estudo etnográfico para a formação de um posto de trabalho,
por exemplo, ao inaugurar uma fábrica, é necessário um estudo
prévio dos postos de trabalho a fim de implementar corretamente
o estudo ergonômico e garantir os resultados plenos.

Esse novo processo serviu de embrião para a efetivação da prática da


AET (Análise Ergonômica do Trabalho).

3.2. Conceitos de ergonomia

Para entender a ergonomia é preciso que antes sejam compreendidos


seus conceitos.

104 3.2.1. Ergonomia

Embora já tenhamos conceituado ergonomia, é interessante que


você saiba que, segundo o Estatuto da ABERGO - Associação
Brasileira de Ergonomia (art 3º, parágrafo único), a ergonomia
também pode ser definida como o estudo das Interações das
Pessoas com a Tecnologia, a Organização e o Ambiente de Trabalho,
buscando intervenções e projetos que visem melhorar de forma
integrada e não dissociada:

• A segurança;

• O conforto;

• O bem-estar;

• A eficácia das atividades humanas.

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

3.2.2. Conhecimentos básicos

A ergonomia é a aplicação de conhecimentos necessários


para a adequação do trabalho aos trabalhadores. Para tanto,
é necessário que haja a aplicação de alguns conhecimentos.
Observe a seguir um esquema que mostra os conhecimentos de
sustentação à ergonomia.

Conhecimento de
Fisiologia

+
Ergonomia = Conhecimento de
Psicologia Conhecimentos
necessários
+
Conhecimento de
organização do 105
trabalho

A Ergonomia integra os conhecimentos fisiológicos, psicológicos e


organizacionais de trabalho. É a partir desses conhecimentos que se
elaboram as melhorias das condições de trabalho.

RESERVADO
Alta Competência

3.2.3. Aplicação dos conhecimentos de sustentação à ergonomia

Vejamos os três conhecimentos relacionados com suas respectivas


características básicas:

Como funciona o movimento


dos músculos do braço?
Conhecimento de Fisiologia
Como funciona o movimento
da articulação do punho?

106 Tais respostas, importantes


para o ergonomista, sairão
dos conhecimentos de Fisio-
logia do Corpo Humano.

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

O nosso processador percepti-


vo advém das informações co-
letadas pelos nossos sentidos
(tato, visão, audição, olfato e
gustação) e é através desta per-
cepção que produzimos memó-
Conhecimento de Psicologia
ria. A memória é a “peça” que
podemos chamar de Processa-
dor Cognitivo (processador de
interpretações e significados).
Como funciona este processo
na aplicação da Ergonomia?

A resposta, importante para o


ergonomista, sairá dos conhe- 107
cimentos do Processo Mental
Humano.

Conhecimento de Para a perfeita adequação do trabalho


Organização do aos trabalhadores é fundamental o
Trabalho conhecimento de organização de trabalho.
Mas, o que seria um trabalho organizado
para a aplicação da ergonomia?

A resposta, importante para o ergonomis-


ta, sairá dos conhecimentos do Processo
Organizacional.

RESERVADO
Alta Competência

3.3. Ergonomia física

É a parte da ergonomia que focaliza os aspectos físicos de uma


situação de trabalho, que busca adequar as exigências do trabalho
aos limites e capacidades do corpo.

Fonte: Petrobras
108
Os aspectos físicos de uma situação de trabalho são inegavelmente
reais, pois, o ato de trabalhar engaja o corpo do trabalhador,
exigindo-o de várias formas ao longo da jornada de trabalho. A
ergonomia física busca adequar estas exigências aos limites e
capacidades do corpo, através do projeto de interfaces adequadas
ao relacionamento físico homem-máquina.

? VOCÊ SABIA?
O peso máximo que um empregado pode remover
individualmente, é de 60Kg, ressalvadas as disposições
relativas ao trabalho do menor e da mulher (art. 198
da CLT). Lei é Lei!

Para o bom entendimento de Ergonomia Física são necessários


diversos conhecimentos sobre o corpo e o ambiente físico onde a
atividade se desenvolve. Vejamos:

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

a) Postura

Quando posicionamos o nosso corpo de forma a ter um bom


relacionamento entre as partes, a utilizar um menor esforço, a
evitar a fadiga, estamos colocando em prática o conceito de balanço
(equilíbrio), coordenação entre músculos e nervos e adaptação ao
espaço, e deve ser aplicada a um determinado momento corporal
e para uma determinada circunstância. Observe os tipos de posição
que podemos utilizar ao longo de nossa vida:

• Posição ereta

Quando estamos na posição ereta possuímos estruturas anatômicas


para a nossa sustentação. A coluna cervical possui a função de
equilibrar e sustentar a cabeça; a coluna lombar, de equilibrar e
sustentar a cabeça, a coluna cervical e o tronco; já a cintura pélvica
possui a função de equilibrar e sustentar a cabeça, a coluna cervical, 109
o tronco e a coluna lombar.

• Boa postura

A boa postura é o equilíbrio entre as estruturas de suporte do


corpo, músculos e ossos, que protegem o corpo contra a agressão ou
deformidade progressiva. A boa postura tem como objetivo central
envolver o mínimo de estiramento e de estresse das estruturas do
corpo, e com o menor gasto de energia para se obter o máximo de
eficiência no uso do corpo. Uma boa postura (em pé, sentado ou
deitado), depende do bom funcionamento de nervos, músculos e
ossos. Esses segmentos podem ser afetados durante as atividades de
trabalho, podendo provocar desconforto, mal-estar, dor, insegurança
no trabalho desenvolvido e conseqüente diminuição da produtividade.
Um dos segmentos do corpo humano mais importante para a postura
é a coluna vertebral.

RESERVADO
Alta Competência

Região Cervical (pescoço)

Região Dorsal ou Toráxica (tórax)


Imagem de coluna vertebral

Região Lombar

Região Sacrococcígea

• Má postura
110
Chamamos de má postura a falta de relacionamento, de várias
partes corporais, que induz um aumento da agressão às estruturas
de suporte (corpo, músculos, ossos), resultando em equilíbrio
ineficiente do corpo sobre sua base de suporte.

A seguir, vamos ver exemplos de casos estudados pela ergonomia


física no que diz respeito a posturas desfavoráveis.

Fatores Mecânicos: Fatores Orgânicos: Fatores Emocionais:


Posições inadequadas Cifose Estresse
Repetitividade Escoliose Percepção do corpo

Má Postura

Exemplos:
• Dorsalgia Postural
Doença • Hérnia de Disco
Mal-estar

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

A dorsalgia postural, freqüentemente é chamada de lombalgia


ou dor na região da coluna lombar. A hérnia de disco é
considerada uma complicação da degeneração discal (discos
ósseos da coluna vertebral)

• Posturas desfavoráveis

No nosso dia-a-dia, há casos em que utilizamos as mesmas posturas


para uma situação de trabalho, o que ocasiona uma desvantagem
por exigir sempre a contração do mesmo conjunto de músculos.

b) Forças excessivas demandadas

Nosso corpo está preparado para o trabalho, mas ele também tem
limites, sejam limites físicos ou mentais. Logo, para cada trabalho, há
uma força exigida que, às vezes, supera os limites e capacidades do
corpo, ocasionando uma inadequação antropométrica. 111

Exemplo: A inadequação antropométrica ou incompatibilidade do


biotipo do empregado versus o que o mesmo se propõe a realizar
de atividade no trabalho poderá produzir um desequilíbrio postural,
agravando a saúde.

RESERVADO
Alta Competência

c) Movimentos repetitivos

Em diversas situações de trabalho, executamos movimentos


repetitivos ou posturas forçadas que sobrecarregam músculos,
tendões, ossos, articulações e nervos. Por isso a importância de
adaptar o local de trabalho aos trabalhadores, a fim de que eles
utilizem os objetos de maneira adequada.

Importante!
Caso você perceba sinas de LER (Lesões por Esforços
Repetitivos), dores nos membros superiores,
procure ajuda médica na própria empresa ou o
serviço especializado de um ortopedista, de modo
que este tome as medidas necessárias para ajudá-
lo. Lembre-se que as chances de recuperação
serão maiores se a LER for diagnosticada nos seus
112
estágios iniciais.

Exemplo: um digitador, quando a boa prática da Ergonomia não


é aplicada, poderá ter a síndrome de LER - Lesões por Esforços
Repetitivos.
Fonte: Petrobras

Serviço de Help Desk da Tecnologia


de Informação - TI

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

? VOCÊ SABIA?
A síndrome de LER (Lesões por Esforços Repetitivos)
também é conhecida por LTC (Lesão por Trauma
Cumulativo) ou por DORT (Distúrbio Osteomuscular
Relacionado ao Trabalho).

d) Transporte de cargas

Para a Norma Regulamentadora NR-17, o transporte manual de


cargas “designa todo o transporte no qual o peso da carga é suportado
inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a
deposição da carga”.

Fonte: Petrobras
113

Lembrando que, conforme artigo 198 da Consolidação das Leis do


Trabalho (CLT), 60kg é o peso máximo que um empregado pode
remover individualmente, ressalvadas as disposições relativas ao
trabalho do menor e da mulher.

RESERVADO
Alta Competência

Em relação ao levantamento e transporte manual de cargas, o mais


importante é a adequação antroprométrica ou compatibilidade do
biotipo do empregado versus o que o mesmo se propõe a realizar
de atividade no trabalho, salientando que o empregado deverá
passar por um processo de treinamento para a melhor adequação a
cada atividade exigida.

3.4. Ergonomia cognitiva

Os processos mentais, tais como percepção, memória, raciocínio e


resposta motora são focalizados pela ergonomia cognitiva. Esses
aspectos mentais, em uma situação de trabalho, afetam interações
entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Por isso a
ergonomia não deve levar em consideração apenas a adaptação
do local de trabalho ao trabalhador, mas também, as necessidades
mentais e emocionais desse trabalhador.
114
Fonte: Petrobras

Aprendemos, então, que os técnicos de operação não são


apenas simples executantes de tarefas, e sim, pessoas capazes
de detectar sinais e indícios importantes para o melhor
desempenho de suas funções.

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

3.5. Ergonomia organizacional

Quando ocorrem problemas de adaptação do homem ao seu


ambiente de trabalho, é necessário tomar medidas sócio-técnicas,
como por exemplo, melhorias na estrutura organizacional e nas
políticas de gerenciamento. A organização geral (macroergonomia)
é fundamental para que o indivíduo possa executar suas funções de
forma eficiente.

Nesse sentido, a organização do trabalho trata dos aparelhos


funcionais internos de uma organização produtiva (Petrobras) e que
lhe dão sentido motor. Alguns exemplos desta organização são:

• Metodologias de trabalho;

• Escalas;
115
• Lay-out para melhor organização do espaço;

• Equipamentos adequados ao local de trabalho e ao trabalhador.

Vejamos a seguir exemplos da falta de organização versus a


organização em uma estação de trabalho.

Candeeiro de secretária
mal posicionado Teclado mal posicionado

Pescoço virado para olhar


Monitor mal posicionado para o monitor

Costas não apoiadas no


encosto da cadeira
Cactus crescem em
ambientes secos e quentes !

Mouse longe causando


força no ombro
Almofadado a pressionar
a zona inferior da coxa

Pés não apoiados


no chão

RESERVADO
Alta Competência

Monitor à altura dos olhos e


Olhar em frente braços distanciados
Cabeça
levantada

Ombros
relaxados
Mãos alinhadas
com o antebraço

Costas Material de referência bem


erectas e posicionado
apoiadas

Pressão moderada do
almofadado da cadeira
Pés firmes no
descanso de pés
116

RESUMINDO...

A ergonomia organizacional visa à otimização


dos sistemas de trabalho, simplificando e
trazendo maior agilidade e bem-estar para
o trabalhador e, conseqüentemente, maior
produtividade para a empresa.

3.6. Modelos de intervenção ergonômica

Pensar em segurança, conforto, bem-estar e eficácia das


atividades humanas é pensar em modelos de Ação Ergonômica.
Esta pode ser definida como um conjunto de ações de ergonomia
que se fundamenta nos resultados de uma Análise Ergonômica
do Trabalho (AET), previamente executada na empresa. Esses
modelos possuem como objetivos Intervenções e Projetos que
visem melhorar o ambiente de trabalho.

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

Ergonomia focada na modificação, transformação ou


Ergonomia de Correção replanejamento de situações de trabalho que apresentam
problemas.
Demanda gerada – fadiga, absenteísmo, baixa produção,
acidentes, doenças relacionadas ao trabalho.

Ergonomia de Concepção Ergonomia voltada para o planejamento de propostas e


ou Preventiva recomendações, obtido por pesquisas e estudos.
Exemplo – Planejamento de máquinas.

Ergonomia obtida a partir de estudos e pesquisas voltados


para a otimização de máquinas, instrumentos ou tarefas.
Ergonomia de Produção Finalidade – Alcançar o mínimo de risco, esforço e o máximo
de eficiência para o operador.

Ergonomia originada de estudos e pesquisas voltados para a


otimização de máquinas, tendo em vista as características do
Ergonomia de Produto
produto.
Exemplo - “Design” de uma cadeira. 117

Ergonomia resultante de estudos e pesquisas tanto para a


Ergonomia do Posto de correção quanto para a concepção de um Posto de Trabalho
Trabalho ou Sistema Homem-Máquina isolado dos demais, a fim de
melhor adaptá-lo ao Homem.

Ergonomia fruto de estudos e pesquisas para a correção ou


Ergonomia de Sistemas concepção de um conjunto de postos de trabalho ou Sistemas
Homens-Máquinas.

3.7. Legislação e políticas e diretrizes da Petrobras

Na legislação brasileira, especificamente na Norma Regulamentadora


NR-17 de Ergonomia (Portaria 3214 do Ministério do Trabalho e
Emprego - MTE), são citados parâmetros para o ajuste confortável e
produtivo entre o ser humano e o seu trabalho, procurando adaptar
o processo de trabalho às características das pessoas executantes.

RESERVADO
Alta Competência

A Constituição Federal, promulgada em 5 de Outubro de 1988, traz


em seu Título II (dos Direitos e Garantias Fundamentais), Capítulo II
(Dos Direitos Sociais), o Artigo 7º que, gostaríamos de destacar:

“Art.7º - São Direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de


outros que visem à melhoria de sua condição social”.

No Art.7º, destacamos o inciso XXII:

Inciso XXII – “Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de


normas de saúde, Higiene e Segurança do Trabalho”

Importante!
Você pode encontrar a Norma Regulamentadora
Nº17 (NR-17) no site do Ministério do Trabalho e
118
Emprego. Entre e faça sua pesquisa! http://www.
mte.gov.br

Outras Normas Regulamentadoras, da Portaria 3214, do Ministério do


Trabalho e Emprego farão interface com a Norma Regulamentadora
NR-17 da Ergonomia. Vamos ao Exemplo:

Norma Regulamentadora nº5 (NR-5)

Esta Norma, que regulamenta a Comissão Interna de Prevenção


de Acidentes (CIPA), tem como objetivo a prevenção de acidentes
e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a
promoção da saúde do trabalhador. Dentro das atribuições da CIPA,
encontramos a identificação dos riscos do processo de trabalho.

3.7.1. Processo de trabalho

Um processo de trabalho é a forma como acontece a atividade


humana em um processo produtivo.

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

Exemplo: atividade dos cozinheiros e auxiliares em uma cozinha


de restaurante forma um dos processos de trabalho (o outro é o
atendimento pelos garçons).

Há dois conceitos importantíssimos para a Ergonomia no que diz


respeito ao processo de trabalho:

No processo produtivo, há a articulação de meios de produção para


transformar as matérias primas em produtos. Exemplo: uma cozinha
dispõe de fogão, geladeira, utensílios, pratos para transformar
cebolas, peixes, batatas e tomates em um prato saboroso.

Já no processo de produção há a articulação de processos de trabalho


num dado contexto (local, país, época do ano etc). Exemplo: uma
grande churrascaria possui um processo de produção diferente de
um pequeno restaurante.
119

Fonte: Petrobras

Atividade de detonação de explosivos pela equipe de


sísmica terrestre ES-27

Voltando à interface da NR-5 com a NR-17, a NR-5 também oferece


aos seus membros a atribuição de elaborar o mapa de riscos.

Mapa de riscos é uma ferramenta solicitada pela NR-5, em que os


riscos de um determinado setor de trabalho (risco físico, químico,
biológico, ergonômico e mecânico) são mapeados e descritos
quanto à sua intensidade (que poderá ser leve, média ou máxima).
Tal ferramenta deverá ser elaborada após treinamento prévio por
membros da CIPA.

RESERVADO
Alta Competência

É importante iniciarmos um processo de aprendizado, visando, no


futuro, saber identificar o que no mapa de riscos classificamos como
riscos ergonômicos:

• Esforço físico intenso;

• Levantamento e transporte manual de carga;

• Exigência de postura incorreta;

• Controle rígido de produtividade;

• Trabalho em turno e noturno;

• Iluminação inadequada;
120
• Monotonia e repetitividade;

• Outras situações causadoras de estresse físico e/ou psíquico.

Importante!
Você pode encontrar a Norma Regulamentadora Nº5
(NR-5) no site do Ministério do Trabalho e Emprego.
Entre e faça sua pesquisa! http://www.mte.gov.br

3.7.2. Legislação complementar

As transformações em curso no mundo do trabalho, decorrentes


da introdução de novos modelos organizacionais e de gestão,
têm repercussões sobre a saúde dos trabalhadores, dentre as
quais se destacam LER (Lesões por esforços repetitivos) e DORT
(Doenças do Sistema Osteomuscular e do tecido conjuntivo
relacionadas ao trabalho).

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

O Ministério da Previdência Social considerando a freqüência e a


complexidade de LER/DORT, lançou uma Norma Técnica do INSS sobre
DORT, a Ordem de Serviço/INSS nº 606/1998. Na verdade a ordem de
Serviço mencionada é um documento da prática médica.

Importante!
LER e DORT não ocorrem apenas com o uso de
computadores, mas em toda atividade profissional
e doméstica que exija o uso forçado e repetitivo
de grupos musculares associados à postura
inadequada. A prática da Ergonomia ajudará,
nesse sentido, a transformar o trabalho de modo
a preservar a saúde dos trabalhadores, evitando o
aumento da incidência de LER/DORT. Portanto, ter
noções básicas de Ergonomia é fundamental para
podermos aplicar em nosso cotidiano, em nossa 121
empresa, em casa e na cidade.

3.7.3. Políticas e diretrizes da Petrobras em ergonomia

A Política de Ergonomia na Petrobras é estabelecida pelo Padrão


Corporativo (PG-OV3 – 00023).

Seu objetivo visa estabelecer orientações corporativas para


implantação e Gestão de Ergonomia na Petrobras, alinhados às
Diretrizes e Padrões Corporativos de SMS (Diretrizes de Segurança,
Meio Ambiente e Saúde).

As SMSs possuem o objetivo de “delimitar as fronteiras dentro das


quais todos os executivos, gerentes e equipes da companhia devem
atuar, consolidando as melhores práticas nessa área em que a busca da
excelência se tornou requisito tão indispensável quanto crescimento
e rentabilidade.” (Retirado do conjunto de Diretrizes Corporativas de
Segurança, Meio Ambiente e Saúde.)

A Política de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) é constituída


por quinze (15) Diretrizes, as quais, em relação à Ergonomia
destacamos sete:

RESERVADO
Alta Competência

“As atividades da empresa devem estar em


conformidade com a legislação vigente nas áreas
de segurança, meio ambiente e saúde”.
Requisitos: em relação à Ergonomia a Petrobras deverá
verificar permanentemente o atendimento:
Diretriz 2 -
• Às Normas Regulamentadoras da Portaria 3214, de
Conformidade legal
08/06/01978, em particular a Norma Regulamentadora
NR-17;
• À Portaria 3751, de 23/11/1990 que reeditou a NR-17;
• Ao manual de Aplicação da NR-17 editado pelo
Ministério do Trabalho e Emprego em 2002.

“Riscos inerentes às atividades da empresa


devem ser identificados, avaliados e gerenciados,
de modo a evitar a ocorrência de acidentes e/ou
Diretriz 3 - Avaliação assegurar a minimização de seus efeitos”.
e gestão de riscos Requisitos: em relação à Ergonomia a Petrobras deverá
122 promover a realização de avaliações de riscos periódicos
(incluindo risco ergonômico) ou à medida que se
identifiquem mudanças nos processos.

“Os novos empreendimentos devem estar em


conformidade com a legislação e incorporar, em
todo o seu ciclo de vida, as melhores práticas de
segurança, meio ambiente e saúde”.
Requisitos: em relação à Ergonomia, a Petrobras deverá
Diretriz 4 - Novos
empreendimentos promover adoção de práticas e tecnologias que assegurem
aos novos empreendimentos padrões de excelência ao
longo de todo ciclo de vida, desde a sua concepção, projeto,
construção e pré-operação até sua eventual desativação,
sempre atendendo à NR-17 e ao Padrão de Gestão da
Ergonomia da Petrobras.

“As Operações da empresa devem ser executadas


de acordo com procedimentos estabelecidos e
utilizando instalações e equipamentos adequados,
inspecionados e em condições de assegurar o
atendimento às exigências de segurança, meio
Diretriz 5 - Operação ambiente e saúde”.
e manutenção
Requisitos: em relação à Ergonomia, a Petrobras deverá
promover a adoção de práticas operacionais seguras, que
preservem a saúde da força de trabalho e reduzam ao
máximo os riscos de acidentes, sempre em atendimento à
NR-17 e ao Padrão de Gestão de Ergonomia da Petrobras.

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

“Mudanças, temporárias ou permanentes, devem ser


avaliadas visando à eliminação e/ou minimização de
riscos decorrentes de sua implantação”.
Requisitos: em relação à Ergonomia, a Petrobras deverá
Diretriz 6 - Gestão promover a implementação de mecanismos que permitam
de mudanças avaliar e controlar riscos inerentes a mudanças, desde a fase
de planejamento, até sua efetiva incorporação ao processo;
garantir que as mudanças atendam às exigências legais;
sempre atendendo à NR-17 e ao Padrão de Gestão de
Ergonomia da Petrobras.

“O desempenho em segurança, meio ambiente e


saúde de contratados, fornecedores e parceiros deve
Diretriz 7 - ser compatível com o do Sistema Petrobras”.
Aquisição de bens Requisitos: em relação à Ergonomia , a Petrobras deverá
e serviços garantir aos operadores contratados, fornecedores e parceiros o
atendimento às exigências legais; sempre atendendo à NR-17 e
ao Padrão de Gestão de Ergonomia da Petrobras.
123
“Os acidentes e incidentes decorrentes das atividades
da empresa devem ser analisados, investigados e
documentados de modo a evitar sua repetição e/ou
assegurar a minimização de seus efeitos”.
Diretriz 13 - Aná-
Requisitos: em relação à Ergonomia , a Petrobras deverá
lise de acidentes e
incidentes garantir a implementação de procedimentos que permitam
a identificação, registro e análise das causas dos acidentes
(principalmente aos relacionados à Ergonomia) e a
quantificação das perdas, sempre atendendo à NR-17 e ao
Padrão de Gestão de Ergonomia da Petrobras.

Importante!
Os Padrões Petrobras importantes para a
Ergonomia são:

• PG – OV3 – 00023 – Padrão de Gestão de


Ergonomia.

• PG – 03 – 00019 – Padrão Gerencial de


Diagnóstico, Registro e Acompanhamento de
Doenças Ocupacionais da Petrobras.

RESERVADO
Alta Competência

3.8. Políticas e diretrizes da Petrobras em ergonomia

Podemos dizer que ergonomia tem como meta prática conseguir


com que o trabalhador, ao fim do dia, apresente apenas o nível de
fadiga comum à sua atividade e à duração de sua jornada de trabalho
sem a intervenção de outros fatores que venham a interferir com o
seu conforto ou agravem problemas como lesões e acidentes. Para
tanto, o ergonomista recorre às diversas formas metodológicas que
apontamos no contexto legal que acabamos de estabelecer para
identificar os problemas. No nosso entendimento uma forma eficaz é
a verificação ergonômica.

3.8.1. Critérios para a ação ergonômica

A Análise Ergonômica do Trabalho, ou AET, é o estudo sistemático


das inter-relações do repertório do comportamento humano,
124 incluindo-se as respostas motoras, cognitivas, emocionais e
fisiológicas, com os eventos (demandas ergonômicas) físicos e
sociais, associados às tarefas e atividades desempenhadas em
um posto de trabalho específico. Realizar uma AET significa
estabelecer e compreender essas inter-relações.

Uma característica do ser humano é procurar soluções rápidas, mas


esta tendência não deve ser levada para a ergonomia. Somente
após um amadurecimento das idéias é que se pode estabelecer um
diagnóstico correto e preconizar uma solução adequada para a
situação em apreço.

Isso significa dizer que para se fazer uma Análise Ergonômica, não
se pode ficar apenas no exame do posto de trabalho, é necessário
também verificar as características do ambiente, analisar o método
de trabalho, assim como o sistema de trabalho onde se insere e
examina o aspecto cognitivo da atividade.

Importante!
Todos os aspectos positivos e negativos de uma si-
tuação de trabalho devem ser avaliados, pesados e
testados.

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

Uma solução adequada de ergonomia deve atender a pelo menos


seis critérios:

Após a ação ergonômica, a mecânica do corpo


Critério Biomecânico humano deve funcionar melhor e conseqüentemente
o indivíduo deve se cansar menos.

Em uma situação adequada o operador poderá tomar


Critério Cognitivo
as decisões nos momentos corretos.

Na situação recomendada, ocorrerá redução das


Critério Epidemiológico
lesões e acidentes.

Na nova situação recomendada, as pessoas devem


Critério de Produtividade
trabalhar com melhor rendimento.

As mudanças ergonômicas devem propiciar retorno


Critério Econômico
do investimento a curto prazo.

Trabalhadores e Gestores devem aceitar bem as


Critério Social 125
mudanças.

Esses Critérios são observados e conduzidos no processo de


transformação positiva da realidade do trabalho, a Ação
Ergonômica.

3.8.2. Formas de ação ergonômica

Uma ação ergonômica pode produzir diferentes resultados a partir


da demanda que a engendra. Esses tipos de resultados, combinados
com a natureza das demandas (correção, remanejamento e
concepção) dão origem a uma tipologia de ações ergonômicas:

RESERVADO
Alta Competência

Estágio mais simples da ação ergonômica. Consiste no estudo


do enquadramento normativo de um conjunto de situações de
Apreciação trabalho, a partir de um processo bem definido na empresa.
ergonômica Este estudo é orientado para a produção de laudos ergonômicos
sobre o estado atual do processo de trabalho num dado
segmento da organização.

Consiste no exame de situações de trabalho com base em uma


apreciação à qual se acrescem o apontamento de aspectos causais,
sua fundamentação, assim como a indicação de oportunidades de
Verificação
melhoria bem como ações de ergonomia plausíveis no contexto de
ergonômica
cada situação analisada. Este estudo é orientado para a produção
de planos de ação sobre o estado atual do processo de trabalho
num dado segmento da organização.

Trata da estruturação de um conjunto de verificações ergonômicas


orientado para a produção de indicadores globais de
Diagnóstico
desempenho ergonômico, produzindo como resultado um Mapa
ergonômico
Global de Riscos Ergonômicos (MGR), também chamado de
126 Quadro Ergonômico da Empresa.

Compõe-se da conceituação e especificação de soluções


ergonômicas dentro de enquadres normativos e de padrões que
tenham sido estabelecidos previamente ou no decorrer do próprio
projeto. Como resultado deste projeto, é gerada a indicação
Projeto
precisa dos ajustes necessário aos processos de trabalho da
ergonômico
organização. Os projetos ergonômicos – que podem variar
de intervenções triviais a desenvolvimentos mais elaborados –
asseguram a impactação positiva dos indicadores de gestão de
pessoas e de processos.

Também chamada de verificação ergonômica de projeto,


consiste no exame de projetos de situações de trabalho e
espaços arquitetônicos, combinados com avaliações de situações
de referência de um dado projeto. É orientada para certificar
ergonomicamente os projetos e produz, como resultado, o
Certificação Atestado de Conformidade destes projetos às Normas e Requisitos
ergonômica Legais existentes e praticados no contexto de uso futuro do
projeto. Ou seja, podemos dizer que o Programa de Ergonomia se
consolida através de uma estratégia combinada de diagnóstico
fundamentada no conjunto estruturado de apreciações, projetos e
verificações realizados numa empresa. É orientado como Política
Corporativa ou Filosofia Empresarial.

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

3.8.3. Sistemática SPM (Situação, Problema, Melhoria) de verificação


ergonômica

A metodologia geral da ergonomia compreende três conteúdos


essenciais para elaboração de um programa:

• Diagnóstico Ergonômico com base na AET;

• Plano de Ações fundamentado no diagnóstico;

• Treinamento de transferência de tecnologia.

O Diagnóstico ergonômico de locais pode ser realizado de várias


formas em função da demanda da empresa (no caso a Petrobras),
podendo variar desde um mapeamento simples até a elaboração de
modelos operantes sofisticados em situações críticas ou estratégias.
127

Diante deste quadro fica claro que a depender dos métodos e


técnicas selecionadas, a AET pode ser de aplicação tanto rápida como
prolongada e isso de acordo com a natureza dos problemas, mas
também pela sistemática que for adotada em cada circunstância.

O método que devemos preconizar para a atuação de uma equipe de


ergonomistas é a Sistemática SPM (Situação, Problema, Melhoria),
desenvolvida para propiciar uma resposta rápida em situações
que até o presente tiveram pouca ou nenhuma contemplação
de aspectos ergonômicos no planejamento de suas atividades e
processos de trabalho. Inteiramente conforme as exigências da
Norma Regulamentadora NR-17, o SPM fornece uma primeira
apreciação de conjunto, eventualmente, apontando locais e
situações que, por sua relevância e complexidade, podem vir a ser
objeto de Análises Ergonômicas mais aprofundadas e orientadas
para aspectos muito específicos.

A partir de uma diretriz geral, a sistemática SPM se instala como uma


Análise Qualitativa, seguida de um enquadramento normativo e a
emissão de um relatório. Em alguns casos, pode gerar um treinamento
específico em Ergonomia para a Companhia.

RESERVADO
Alta Competência

A seguir serão apresentadas as principais características da


sistemática SPM e a forma como é aplicada.

a) Aspectos gerais do SPM

Em termos técnicos, o SPM propicia um diagnóstico ergonômico


básico de locais de trabalho consistindo das seguintes rubricas:

• Caracterização - descrição do lugar de trabalho, com ilustração


fotográfica elucidativa ou esquema explicativo básico (quando
se trata de ênfase cognitiva ou organizacional de difícil
caracterização fotográfica);

• Impacto - destaque dos problemas existentes no lugar


de trabalho e que prejudicam o bom andamento da
atividade. Podem ser pontos de perturbação ou desconforto,
desconformidades (ferindo padrões locais) ou resultados de
128
naturezas diversas;

• Enquadramento Legal e Normativo - correlação entre os


impactos, seus aspectos e a conformidade legal e normativa a
que se referem;

• Aspecto ou causa-raiz - caracterização causal dos impactos,


assinalando preferencialmente causas raízes dos impactos
assinalados;

• Oportunidade de Melhoria - indicação de supressão, controle


ou atenuação de fatores causais. Em certos casos, podem vir
acompanhados de um desenho de conceito de solução;

• Justificativa - explicação argumentativa acerca da razão


de ser da oportunidade de melhoria, da pertinência de
soluções apontadas. A justificativa, eventualmente, pode ser
acompanhada de uma análise de custo / benefício.

A obtenção de um diagnóstico ergonômico de locais mediante esta


sistemática implica em um conjunto de visitas técnicas aos locais,
entrevistas com os operadores, exame da documentação existente
sobre os locais a serem diagnosticados. É, nesse sentido, que falamos
em Análise Qualitativa e é o que se explica a seguir.

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

b) Análise qualitativa SPM

A verificação ergonômica SPM se fundamenta em uma Análise


Qualitativa. Essa ferramenta possibilita uma série de anotações
através do seguinte esquema de trabalho:

• Observação e registro de aspectos positivos e negativos;

• Análise de dados do SPM;

• Entrevistas com funcionários;

• Aplicação e listas de verificação.

Observe no quadro a seguir, o detalhamento desses procedimentos.

Tema Aspectos Métodos e técnicas


129
1) Localização da situação
Caracterização da 2) Revisão da demanda inicial
situação 3) Descrição macro-situada e micro-
localizada

Observação 4) Posturas adotadas


Ergo-foto
e registro de 5) Movimentos repetitivos
Ação conversacional
aspectos e seus 6) Tomada de decisão
Ergo-clip
impactos 7) Incidentes e regulação
8) Horas extras, dobras de turnos
Ação conversacional
Fatores ocultos 9) Produtividade
Análise Documental
10) Tensões

11) Dimensionamento dos postos


Análise de trabalho Análise Documental
Quantitativa
12) Análise do PPRA*1
13) Verificação das NR*2
Enquadramento
14) Checagem de outras referências Busca bibliográfica
legal e normativo
15) Referências empíricas
Verificação final 16) Referências empíricas Lista de Verificação
Quadro 1- Detalhamento dos Procedimentos Metodológicos de Verificação Ergonômica
*1 – PPRA – Programa de Prevenção de riscos ambientais previsto pela Norma Regulamentadora
NR-9 do MTE.

*2 – NRs – Normas Regulamentadoras do MTE.

RESERVADO
Alta Competência

A realização da Análise Qualitativa, por essencial que seja, é


insuficiente para fins empresariais, dado que a realização das ações
ergonômicas (AE) está, via de regra, atrelada a uma demanda, seja
ela de natureza corporativa ou advinda de injunções diretas ou
indiretas do poder público. De onde necessita ser guarnecida com
uma referência aos textos legais normativos ou corporativos, e é disso
que trata o Enquadramento Normativo.

c) Enquadramento normativo SPM

Os relatórios de campo são trabalhados de forma a classificar


as anotações realizadas em categorias gerais de problemas que
possibilitem a formação de um caderno de encargos referentes
às melhorias possíveis nas áreas apreciadas. Essas categorias se
relacionam com os textos e orientações de conformidade legal
ou normativa assim como outras diretrizes da corporação, como
por exemplo, o Padrão Corporativo de Gestão de Ergonomia
130
da Petrobras.

O referencial normativo não deve limitar-se à NR-17, já que esta deve


servir apenas como base, e isso pode significar uma razoável atividade
de localização e análise técnica.

Assim é que a inserção dos dados coletados num Universo de


conformidade requer um eficiente trabalho de retaguarda onde
é examinado todo o Quadro Legal Normativo e Padrões ou Boas
Práticas apontadas para o setor apreciado preliminarmente pela
equipe de campo.

d) Relatório SPM

Com o enquadramento se torna possível a elaboração do Documento


Padronizado de Diagnóstico Ergonômico que comporta a descrição
do realizado.

Novamente, o Diagnóstico é necessário, mas não suficiente para as


finalidades da empresa e, portanto, devemos acrescê-los de um rol de
medidas preventivas. A elaboração de medidas preventivas consiste
na transformação do Diagnóstico em Parâmetros e Encargos para o
desenvolvimento de projeto de execução de mudança ergonômica
dos locais.

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

Esse processo se encerra com a validação do modelo operante


através de documento padronizado de parâmetros para o projeto
ergonômico (especificação SPM). Nesse caso, as oportunidades e o
conceito são desenvolvidos para finalidades práticas de licitação e
compra, construção e implementação ou normatização corporativa.

O documento de verificação ergonômica assim obtido consta de uma


caracterização das áreas físicas, da estrutura organizacional, dos
problemas ali anotados e da indicação justificada da oportunidade
de melhoria para cada impacto detectado e analisado.

e) Treinamento SPM

A simples passagem deste relatório (relatório SPM) pode não ser


suficiente caso a empresa tenha ainda muitas outras áreas a explorar
e pretenda fazer funcionar seu Comitê de Ergonomia. Nesses casos
há necessidade de um treinamento, o que fecha o ciclo e deixa a 131
empresa não apenas preparada para trabalhar com a Ergonomia, mas
igualmente maximiza a contratação de assessorias e consultorias. A
isso, denominamos Treinamento ergonômico SPM.

O Treinamento Ergonômico SPM se divide em três etapas:

• Conscientização - ocorre durante o diagnóstico e a elaboração


de medidas preventivas;

• Treinamento Operativo - somente pode intervir após a


implantação da solução tipificada para a(s) situação(ões) em
apreço;

• Formação Gerencial - pode acontecer em paralelo com ambas


as etapas anteriores e visa à capacitação da equipe que irá cuidar
da Gestão de Ergonomia na Empresa.

RESERVADO
Alta Competência

3.8.4. Construção social e AET

A Ergonomia preconiza que é preciso saber trabalhar com o aporte de


outros especialistas. Com a formação de sua equipe, o Ergonomista
já tem à disposição uma boa variedade de competências externas.
Como buscar as competências internas?

A Ergonomia reconhece os Operadores como Peritos nos seus sistemas


de trabalho. Eles, melhores do que quaisquer outros, sabem onde
estão os problemas mesmo que não saibam tratá-los adequadamente.
A equipe de Ergonomia busca trabalhar com times de empregados
em todos os níveis organizacionais e passa a contar com essas pessoas
enquanto recurso interno de competências ao longo da ação, que é
denominada Construção Social do Projeto.

Exemplos: o Grupo de Decisão (GD) é integrado por pessoas de


132 poder de decisão da organização, a quem a equipe de Ergonomia se
reportará durante toda a ação. Cada momento de pontuação da AET
deve ser chancelado por este grupo. O Grupo de Acompanhamento
(GA) tem fundamento similar ao GD, mas uma natureza distinta,
pois aqui se reúnem pessoas que têm autoridade técnica para tomar
decisões nesse âmbito.

Naturalmente, além da equipe de Ergonomia, haverá pessoas da


Cia, cuja presença e atuação se dará em ambos os grupos (GD e GA).
A razão de ser destes grupos está na natureza da maior parte das
organizações, que contratam consultorias, mas, via de regra, não se
dotam de um dispositivo de tornar máxima esta contratação. Por
outro lado é importante que as pessoas da equipe de Ergonomia
tenham consciência de que terão, com “Pessoas de Peso” na estrutura
da empresa, momentos de reunião que devem ser bem aproveitados
para ao sucesso da Ação Ergonômica.

A constituição do GD e do GA, no entanto, é condição necessária,


mas não suficiente. A AET é, sem dúvida, conduzida pela equipe
de ergonomia, mas ela requer que nos diversos locais por onde
transitar, seja formado um grupo local de trabalho que participe no
levantamento dos dados e na validação dos diversos momentos da
análise mais localizada. Esses grupos locais irão estabelecer e pontuar
os momentos importantes da AET.

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

A condição necessária e suficiente é a articulação desses dois planos


em um poderoso dispositivo de escuta e de interações (Construção
Social). A equipe de Ergonomia dialoga com todas as pessoas
envolvidas através das representações existentes sobre a situação
de trabalho nos diferentes interlocutores, confrontando-as com
o modelo perante a atividade gerada pela AET em seus diversos
momentos. É esse dispositivo que permite que, em cada momento da
AET, a objetividade e o consenso prevaleçam sobre a subjetividade e
as opiniões dos analistas e das pessoas que trabalham na organização,
e, nisso consiste o poder no método.

Uma segunda e importante vantagem da construção social advém do


fato de que os diversos níveis envolvidos na Ação Ergonômica (AE) –
os grupos de trabalho, o grupo de acompanhamento (GA) e o grupo
de suporte (GS) – mantêm apenas ligações e interações por meio da
organização formal, ou por meio de ligações informais que acabam
sendo pouco efetivas para as mudanças necessárias:
133
Grupo de Acompanhamento (GA)
Grupo de Trabalho (GT)
Integrados por pessoas que têm autoridade
No nosso caso GT de Ergonomia técnica para tomar decisões, que seja no
âmbito da Cia., quer seja no âmbito da
Metodologia.

Grupo de Suporte (GS)

Integrado por pessoas com poder de Grupo de Ação Ergonômica (GAE)


decisão na organização, a quem o
GAE(Grupo de Ação Ergonômica) se É formado pela articulação das equipes de Ergo-
reporta durante toda a ação. nomia externa (GEx) e a interna da Cia.(GEi).

3.8.5. Programas de ergonomia

De forma perene, progressiva e articulada, em contraposição


ao trabalho eventual - pontual e localizado - os Programas de
Ergonomia (PROERGO) têm como objetivo básico viabilizar a prática
da ergonomia na Cia.

RESERVADO
Alta Competência

O sentido maior de um Programa de Ergonomia é o de estabelecer


a função de Ergonomia dentro de um ideário de racionalidade
econômica da Cia. Nesse contexto, diremos que um Programa de
Ergonomia deverá articular os seguintes elementos:

• Condução pela direção e participação dos trabalhadores;

• Identificação, análise, prevenção e controle de riscos ergonômicos;

• Informação e comunicação permanente;

• Treinamento constante;

• Avaliação contínua da efetividade do Programa.

O PROERGO é uma gestão integrada do trabalho, ambiente interno


134 e saúde, que combina e estrutura estas ações integrantes das diversas
intervenções que compõem o Programa.

F Instrução da Demanda
A
S
E
Formação dos Multiplicadores
1

Bases para o PROERGO Aprovação pelo comitê de ergonomia

Sensibilizações Conscientização
Ações com as chefias Ações com os funcionários
F
A
S
E
Ações situadas (AET, PROJETO e IMPLEMENTAÇÂO)
2

Validação

F Workshop de Relatório
A Relatório Gerencial
Providências Público
S
E Vidal e Col. 1998

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

3.8.6. Análise ergonômica do trabalho

Para falar sobre a Análise Ergonômica do Trabalho, vamos rever a


definição oficial de Ergonomia proposta pela ABERGO (Associação
Brasileira de Ergonomia):

Entende-se por Ergonomia...

O estudo das interações das pessoas


com a Tecnologia, a Organização e o
Ambiente, objetivando intervenções e
projetos que visem melhorar de forma Análise Ergonômica
integrada e não dissociada a segurança,
o conforto, o bem-estar e a eficácia das
atividades humanas.

Uma ação de Ergonomia é qualquer ação que modifique as 135


contingências do trabalho com o objetivo de adequar aos
trabalhadores os padrões de conforto, segurança, saúde e de
produtividade.

a) O que é ação ergonômica?

Como já definimos anteriormente, a Ação Ergonômica é um


conjunto de ações de ergonomia que se fundamenta nos resultados
de uma Análise Ergonômica do Trabalho (AET), previamente
executada na empresa.

Observe um esquema sobre a prática da ergonomia x a ação


ergonômica resultante:

RESERVADO
Alta Competência

Análise Ergonômica
do trabalho (AET)

Saúde Gestão

Projeto Resultados

Ação Ergonômica

A ação ergonômica em uma empresa levará em conta os aspectos


legais e normativos, devendo utilizar um método de tratamento
integrado de Situação, Problemas e Melhorias (SPM).

136
Importante!
Análise Ergonômica do Trabalho – Um método
questionável?

Alguns autores sugerem que a Análise


Ergonômica do Trabalho (AET) não seja a
metodologia central em Ergonomia, cabendo
outras abordagens. Acreditamos que a AET é
uma proposta metodológica que sugere o exame
in loco da situação de trabalho e da atividade do
trabalhador, sem entrar nos méritos acerca de
métodos e técnicas de avaliação.

A nosso ver, não existe outra forma (ou fórmula)


capaz de substituir essa abordagem da realidade do
trabalho que forneça uma esquematização clara,
objetiva e fértil para sustentar as transformações
positivas do trabalho. Inclusive, no Brasil, a AET
é prevista na regulamentação a partir da Portaria
3751, de 23 de novembro de 1990.

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

b) Aspectos legais e normativos para a AET

Os itens que estão listados a seguir são destaques importantes para


análise Ergonômica no trabalho.

Normas Regulamentadoras

A Portaria 3214 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de


08/06/78, aprova as Normas Regulamentadoras (NR) do Capítulo V do
Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança
e Medicina do Trabalho e suas subseqüentes modificações e todas as
suas demais reedições.

Lei 6514 de 22 de dezembro de 1977

É a Lei que modificou a redação da CLT (Consolidação das Leis de


137
Trabalho), em particular os artigos de 154 à 201 e que propiciou
a normatização de segurança, higiene e saúde ocupacional pela
Portaria 3214 de 8/06/1978.

Portaria 3751, do MTE, de 23/11/1990 – Principais pontos

Esta Portaria reedita a NR-17, Norma Regulamentadora que visa


estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições
de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores,
de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente;

O próprio MTE adverte que a palavra “parâmetros” criou uma falsa


expectativa de que a NR-17 forneça valores precisos normatizando
toda e qualquer situação de trabalho. Isso não ocorre, pois apenas
para a entrada eletrônica de dados é que há referências a números
com alguma precisão. O MTE e, por decorrência, sua auditoria fiscal,
entende que o legislador optou pelo estabelecimento de parâmetros
qualitativos e genéricos no intuito de:

RESERVADO
Alta Competência

• Objetivar, em primeiro lugar, que a norma propusesse


a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores;

• Que neste objetivo estivessem integrados o máximo de


conforto, segurança e desempenho eficiente;

• As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao


levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário,
aos equipamentos e às condições ambientais do posto de
trabalho e à própria organização do trabalho;

• Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às


características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao
empregador realizar a análise ergonômica do trabalho (AET),
conforme estabelecido na norma em questão.
138 Fontes: Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora nº17, 2ª edição, Brasília, MTE/
SIT,2002; Manual de instrumentação da NR-17 e Padrão Petrobras, PD-0V3 – 00023. Acesso
em: 18 jun 2008.

3.9. Recomendações gerais em ergonomia

Para o nosso melhor desempenho no dia-a-dia de trabalho, de casa,


ou seja, para o nosso melhor bem-estar, vamos ver algumas dicas
importantes de Ergonomia.

Mobiliário - um bom Mobiliário é o que permite regulagens,


flexibilidade, variações. Cadeiras sem braço e sem regulagens são em
geral inadequados.

Equipamento - precisamos de equipamentos com mostradores


facilmente visíveis e comandos manuseáveis de maneira fácil, sem
malabarismos ou contorcionismos. O monitor, por exemplo, deve
permitir ser olhado sem curvamento da cabeça.

Manuais em português - o que é bom para os Estados Unidos, nem


sempre é bom em nosso país. Manuais e programas em português
facilitam muito a vida de todos.

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

Processo cognitivo - possuímos muitas informações em nosso


banco de dados do computador, então, por que tanto esforço
de memória? Vamos manter sempre papel e lápis à mão para
trabalhar com o computador.

Trabalhe sentado - nossa postura em pé é oriunda de processos


culturais. Por que você lava os pratos de pé, por exemplo? Mude seu
paradigma e examine isso a começar por sua própria casa.

Som x barulho - entre dois equipamentos, o menos barulhento é o


melhor, mas atenção, pois nem todo som é indesejável.

Iluminação - “Só é cego aquele que não quer ver”, ou quem é vítima
de uma iluminação mal projetada. Os casos mais agudos acontecem
no trabalho com micros.

Condicionamento do ar - calor é muito ruim e deve se combatido.


139
Ar condicionado mal regulado também! A mistura dos dois é gripe
na certa!

Pausas ao longo do dia - Pausas são muito úteis, de preferência


em outro lugar que não o próprio setor de trabalho. Evite trabalhar
mais de uma hora sem se levantar e dar uma pequena caminhada,
conforme dita a NR-17.

Uso do telefone - o telefone se compõe de um teclado para digitar


os números e uma manopla que foi feita para se pegar com as mãos
e não com o ombro.

Organização de prateleiras - Como organizar uma prateleira? A


melhor zona de alcance em pé se situa entre o peitoral e a cintura.
Acima sobrecarrega o coração e abaixo força a coluna.

Ordenação de tarefas - fazer tudo ao mesmo tempo é impossível.


Vamos pensar nisso quando delegamos atividades e quando
cumprimos atividades.

Ginástica laboral - de preferência, façamos uma ginástica de


distensionamento em casa ou seguindo exercícios determinados pela
ginástica laboral oferecida pela Petrobras.

RESERVADO
Alta Competência

3.10. Exercícios

1) Explique o que é ergonomia e, em seguida, relacione a importân-


cia da ergonomia no seu dia-a-dia.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

2) Relacione as especificações apresentadas na primeira coluna com


as políticas e legislações listadas na segunda coluna:

( 1 ) Parâmetros para o ( ) Constituição Federal, pro-


ajuste confortável e mulgada em 5 de Outubro
140 produtivo entre o ser de 1988, traz em seu Título
humano e o seu tra- II (dos Direitos e Garantias
balho, procurando Fundamentais), Capítulo II
adaptar o processo de (Dos Direitos Sociais), o Arti-
trabalho às caracterís- go 7º - destacamos o inciso
ticas das pessoas exe- XXII.
cutantes
( 2 ) “Redução dos riscos ( ) Constituição Federal, pro-
inerentes ao trabalho, mulgada em 5 de Outubro
por meio de normas de de 1988, traz em seu Título II
Saúde, Higiene e Segu- (dos Direitos e Garantias Fun-
rança do Trabalho” damentais), Capítulo II (Dos
Direitos Sociais), o Artigo 7º.
( 3 ) “São Direitos dos tra- ( ) Norma Regulamentadora
balhadores urbanos e nº5 (NR-5) da Portaria 3214.
rurais, além de outros
que visem à melhoria
de sua condição social”
( 4 ) Regulamenta a Co- ( ) Norma Regulamentadora NR
missão Interna de Pre- 17 de Ergonomia (Portaria
venção de Acidentes 3214 do Ministério do Traba-
(CIPA) lho e Emprego - MTE).

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

3) Complete de acordo com as diretrizes da Política de Segurança,


meio Ambiente e Saúde (SMS) da Petrobras:

a) Diretriz 2 – Conformidade legal

As atividades da empresa devem estar em conformidade com a


______________________ nas áreas de segurança, meio ambiente
e saúde.

b) Diretriz 3 – Avaliação e gestão de riscos

Riscos inerentes às atividades da empresa devem ser


______________, ______________ e ______________.

c) Diretriz 4 – Novos empreendimentos

A Petrobras deverá promover adoção de práticas e tecnologias


que assegurem aos novos empreendimentos padrões de excelên-
cia ao longo de todo ciclo de vida, desde a sua ______________,
______________, ______________ e pré-operação até sua eventual
141
desativação.

d) Diretriz 5 – Operação e manutenção

A Petrobras deverá promover a adoção de


_________________________ seguras, que preservem a saúde da
força de trabalho e reduzam ao máximo os riscos de acidentes. As
Operações devem ser executadas de acordo com procedimentos
estabelecidos e utilizando ______________ e ______________ ade-
quados, inspecionados de acordo com as exigências de segurança,
meio ambiente e saúde.

e) Diretriz 6 – Gestão de mudanças

Mudanças, temporárias ou permanentes, devem ser avaliadas vi-


sando à ______________ e/ou ______________ de riscos decorrentes
de sua implantação.

RESERVADO
Alta Competência

4) Cite a forma de ação ergonômica relacionada a cada uma das so-


luções ergonômicas especificadas:

a) Consiste no exame de situações de trabalho com base em uma


apreciação à qual se acrescem o apontamento de aspectos causais,
sua fundamentação, assim como a indicação de oportunidades de
melhoria bem como ações de ergonomia plausíveis no contexto
de cada situação analisada.

_____________________________________________________________

b) Compõe-se da conceituação e especificação de soluções


ergonômicas dentro de enquadres normativos e de padrões que
tenham sido estabelecidos previamente ou no decorrer do próprio
projeto. Como resultado desse projeto, é gerada a indicação
precisa dos ajustes necessários aos processos de trabalho da
organização.

_____________________________________________________________
142
c) Estágio mais simples da ação ergonômica. Consiste no estudo
do enquadramento normativo de um conjunto de situações de
trabalho, a partir de um processo bem definido na empresa.

_____________________________________________________________

d) Trata da estruturação de um conjunto de verificações ergo-


nômicas orientado para a produção de indicadores globais de
desempenho ergonômico, produzindo como resultado um Mapa
Global de Riscos Ergonômicos (MGR), também chamado de Qua-
dro Ergonômico da Empresa.

_____________________________________________________________

e) Também chamada de verificação ergonômica de projeto, con-


siste no exame de projetos de situações de trabalho e espaços
arquitetônicos, combinados com avaliações de situações de refe-
rência de um dado projeto.

_____________________________________________________________

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

5) Cite os critérios utilizados na metodologia geral de verificação er-


gonômica.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

6) Observe com atenção a figura apresentada e indique sete erros co-


metidos na estação de trabalho que podem comprometer o confor-
to, bem-estar e a eficácia das atividades do profissional. Em seguida,
descreva os sete erros apontados por você:

143

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

RESERVADO
Alta Competência

3.11. Glossário
ABERGO - Associação Brasileira de Ergonomia.

AE - Ações Ergonômicas.

AET - Análise Ergonômica do Trabalho.

Antropométrica - relativo à antropometria. Parte da antropologia que trata das


mensurações do corpo humano ou de alguma das suas partes.

Biotipo - conjunto de características físicas geneticamente herdadas por um


indivíduo ou grupo de indivíduos.

CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.

CLT - Consolidação das Leis do Trabalho.

Degeneração discal  - desgaste do disco intervertebral como conseqüência da sua


função amortecedora.

144 Dorsalgia postural  - dores causadas pela má postura do indivíduo.

DORT - Doenças do Sistema Osteomuscular e do tecido conjuntivo relacionadas


ao trabalho.

Entreposto - vasto depósito de mercadorias.

Ergonômica - diz respeito a aspectos físicos propícios ao trabalho humano com


bem-estar, como dimensões (altura, largura etc.), iluminação, temperatura,
ruído, de uma máquina/equipamento com que um trabalhador interaja
diretamente, ou com todo um ambiente de trabalho em que esta máquina/
equipamento esteja inserida.

Ergonomista - profissional da área de ergonomia.

Estiramento - tensão demasiada dos músculos ou ligamentos de articulações do


corpo humano.

Estresse - conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica,


infecciosa, e outras capazes de perturbar a homeostase (equilíbrio).

Etnográfico - atua no processo de revelar o significado cotidiano no qual as pessoas


agem e encontrar o significado das suas ações.

Fatores Humanos - corrente da Ergonomia que foi formada em 1947, no Pós-Guerra,


que tem buscado responder o que a Ergonomia sabe sobre os trabalhadores e o
que se sabe acerca do ser humano e o que pode ser empregado nos projetos de
instrumentos, dispositivos e sistemas.

GA - Grupo de Acompanhamento.

GAE - Grupo de Ação Ergonômica.

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

GD - Grupo de Decisão.

GEi - Grupo de Ergonomia Interna.

GEx - Grupo de Ergonomia Externa.

GS - Grupo de Suporte.

GT - Grupo de Trabalho.

Inadequação antropométrica - inadequação das medidas do indivíduo em relação


a vestimentas, postos de trabalho ou atividades.

LER - Lesões por Esforços Repetitivos.

LTC - Lesão por Trauma Cumulativo.

Macroergonomia - terceira geração da ergonomia, resultante do aumento


progressivo da automação de sistemas em fábricas e escritórios e do surgimento
da robótica.

Manufaturas - processo de produção de bens em série padronizada, ou seja, são


produzidos muitos produtos iguais e em grande volume.
145
MGR - Mapa Global de Riscos Ergonômicos.

Neologismo - palavra ou termo de formação nova, a partir de elementos gramaticais


da própria língua ou estrangeiros.

NR-17 - Norma Regulamentadora de Ergonomia.

NR-5 - Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho.

PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.

Processador perceptivo - responsável pela trasmissão da informação captada pelos


órgãos dos sentidos para a Memória de Curta Duração.

PROERGO - Programas de Ergonomia.

Revolução Industrial - ocorreu na Inglaterra na segunda metade do século XVIII.


Pode ser considerada como a fase que finalizou a transição entre feudalismo e
capitalismo e, ainda, como a que concluiu o movimento da revolução burguesa
iniciada no século XVII.

Repetitividade - qualidade ou caráter de repetitivo.

Síndrome - conjunto de sinais e sintomas.

SMS - Segurança, Meio Ambiente e Saúde.

SPM - Situação, Problema, Melhoria.

RESERVADO
Alta Competência

3.12. Bibliografia
BRASIL. Estatuto da Associação Brasileira de Ergonomia - ABERGO. Art 3º,
parágrafo único.

COUTO, Hudson de Araújo. Ergonomia Aplicada ao trabalho: manual técnico da


máquina humana. Belo Horizonte: Ergo, 1996.

BRASIL. Ergonomia: Aplicação Prática. Breve Histórico da Ergonomia. Disponível


em: <http://www.drsergio.com.br/ergonomia/curso/hist.html>. Acesso em:
25 mai 2008.

BRASIL. Ministério da Previdência Social. Disponível em: <http://www.


previdenciasocial.gov.br/>. Acesso em: 09 abr 2008.

BRASIL. Ministério da Saúde. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/saude/>.


Acesso em: 09 abr 2008.

PETROBRAS. Diretrizes e Padrões da Petrobras. Disponível em: <http://portal.


ep.petrobras.com.br/diretrizescoorporativasdesms>. Acesso em: 09 abr 2008.
146
TEIXEIRA, J. Luiz R. Teoria e Prática do PCMSO. Teoria e Prática Editora.

VIDAL, M.C. Ergonomia na empresa: prática e aplicada. Coleção Trabalho Útil. Rio
de Janeiro: Editora Virtual Científica, 2002.

VIDAL, Mario César. Introdução à Ergonomia. Disponível em: <http://www.


ergonomia.ufpr.br>. Acesso em: 09 de abr 2008.

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

3.13. Gabarito
1) Explique o que é ergonomia e, em seguida, relacione a importância da ergonomia
no seu dia-a-dia.

A ergonomia focaliza as interações das Pessoas com a Tecnologia, a Organização


e o ambiente de trabalho, buscando intervenções e projetos que visem melhorar
de forma integrada e não dissociada: a segurança, o conforto, o bem-estar e a
eficácia das atividades humanas.

2) Relacione as especificações apresentadas na primeira coluna com as políticas e


legislações listadas na segunda coluna:

(1) Parâmetros para o ajuste (2) Constituição Federal, promulgada


confortável e produtivo em 5 de Outubro de 1988, traz
entre o ser humano e o em seu Título II (dos Direitos e
seu trabalho, procurando Garantias Fundamentais), Capítulo
adaptar o processo de II (Dos Direitos Sociais), o Artigo 7º
trabalho às características -destacamos o inciso XXII.
das pessoas executantes
(2) “Redução dos riscos inerentes (3) Constituição Federal, promulgada em
ao trabalho, por meio de 5 de Outubro de 1988, traz em seu Tí- 147
normas de saúde, Higiene e tulo II (dos Direitos e Garantias Fun-
Segurança do Trabalho” damentais), Capítulo II (Dos Direitos
Sociais), o Artigo 7º.

(3) “São Direitos dos trabalhado- (4) Norma Regulamentadora nº5 (NR-5)
res urbanos e rurais, além de da Portaria 3214.
outros que visem à melhoria
de sua condição social”

(4) Regulamenta a Comissão (1) Norma Regulamentadora NR 17 de


Interna de Prevenção de Ergonomia (Portaria 3214 do Ministério
Acidentes (CIPA) do Trabalho e Emprego - MTE).

3) Complete de acordo com as diretrizes da Política de Segurança, meio Ambiente


e Saúde (SMS) da Petrobras:

a) Diretriz 2 – Conformidade legal

As atividades da empresa devem estar em conformidade com a legislação vigente


nas áreas de segurança, meio ambiente e saúde.

b) Diretriz 3 – Avaliação e gestão de riscos

Riscos inerentes às atividades da empresa devem ser identificados, avaliados e


gerenciados.

c) Diretriz 4 – Novos empreendimentos

A Petrobras deverá promover adoção de práticas e tecnologias que assegurem


aos novos empreendimentos padrões de excelência ao longo de todo ciclo de
vida, desde a sua concepção, projeto, construção e pré-operação até sua eventual
desativação.

RESERVADO
Alta Competência

d) Diretriz 5 – Operação e manutenção

A Petrobras deverá promover a adoção de práticas operacionais seguras, que


preservem a saúde da força de trabalho e reduzam ao máximo os riscos de acidentes.
As Operações devem ser executadas de acordo com procedimentos estabelecidos e
utilizando instalações e equipamentos adequados, inspecionados de acordo com
as exigências de segurança, meio ambiente e saúde.

e) Diretriz 6 – Gestão de mudanças

Mudanças, temporárias ou permanentes, devem ser avaliadas visando à eliminação


e/ou minimização de riscos decorrentes de sua implantação.

4) Cite a forma de ação ergonômica relacionada a cada uma das soluções


ergonômicas especificadas:

a) Consiste no exame de situações de trabalho com base em uma apreciação à qual


se acrescem o apontamento de aspectos causais, sua fundamentação, assim como a
indicação de oportunidades de melhoria bem como ações de ergonomia plausíveis
no contexto de cada situação analisada.

Verificação ergonômica.

b) Compõe-se da conceituação e especificação de soluções ergonômicas dentro de


enquadres normativos e de padrões que tenham sido estabelecidos previamente ou
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no decorrer do próprio projeto. Como resultado deste projeto, é gerada a indicação
precisa dos ajustes necessários aos processos de trabalho da organização.

Projeto ergonômico.

c) Estágio mais simples da ação ergonômica. Consiste no estudo do enquadramento


normativo de um conjunto de situações de trabalho, a partir de um processo bem
definido na empresa.

Apreciação ergonômica.

d) Trata da estruturação de um conjunto de verificações ergonômicas orientado


para a produção de indicadores globais de desempenho ergonômico, produzindo
como resultado um Mapa Global de Riscos Ergonômicos (MGR), também chamado
de Quadro Ergonômico da Empresa.

Diagnóstico ergonômico.

e) Também chamada de verificação ergonômica de projeto, consiste no exame


de projetos de situações de trabalho e espaços arquitetônicos, combinados com
avaliações de situações de referência de um dado projeto.

Certificação ergonômica.

5) Cite os critérios utilizados na metodologia geral de verificação ergonômica.

• Critério Biomecânico;
• Critério Cognitivo;
• Critério Epidemiológico;
• Critério de Produtividade;
• Critério Econômico;
• Critério Social.

RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia

6) Observe com atenção a figura apresentada e indique sete erros cometidos


na estação de trabalho que podem comprometer o conforto, bem-estar e a
eficácia das atividades do profissional. Em seguida, descreva os sete erros
apontados por você:

1. Não apoio do membro superior do empregado na cadeira. Isso ocorre devido a


uma mesa de trabalho inadequada, a posição do corpo fica forçada pela lateralidade
do teclado e tela, fazendo com que o empregado não consiga o apoio correto do
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membro superior na cadeira.

2. Joelhos dobrados e pés não apoiados no piso - Isso ocorre porque os pés não
estão apoiados e o ângulo dos joelhos é menor que 90º, o que acarreta má postura,
que resultará em agravos à saúde.

3. Mesa instável ou inadequada - Isso ocorre porque a mesa não suporta o material
necessário para a realização do trabalho, não possuindo espaço suficiente para o
conforto e bem-estar do empregado.

4. Monitor e teclados lateralizados - Isso ocorre porque houve a lateralização de


monitor e teclado devido à inadequação da mesa de trabalho.

5. Exigência de postura inadequada do pescoço (torção da região cervical) - Isso


ocorre devido à inadequação da mesa de trabalho, houve lateralização de monitor
e teclado, o que ocasiona má postura.

6. Flexão dos punhos. - Isso ocorre quando a cadeira está má posicionada e a mesa
inadequada ao trabalho.

7. Falta de suporte para documentos - Isso ocorre, pois a falta desse suporte, em
razão de uma mesa inadequada, faz com que o pescoço seja forçado para o lado.

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