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A ORIGEM DA NARRATIVA SERIADA

- O ato de narrar é intrínseco ao ser humano


- Necessidade de controlar o tempo. Através da ficção, ou seja da criação de uma mitologia,
conseguimos ter essa sensação de manipular o tempo.
- Primeiras narrativas orais: as lendas e os mitos. Formas de explicar o universo e transfigurar o
real.

“provavelmente, o primeiro arremedo de história foi contado e entendido aproximadamente 200


mil anos antes do nosso “Era uma vez...”(SADEK, 2008, p.28).

O prazer de estar em conjunto, de desfrutar a companhia dos demais, de passar momentos


comungando os mesmos sentimentos e os mesmos rituais também torna as histórias momentos
necessários às tribos humanas e ansiados por elas (SADEK, 2008, p.18).

- Contar histórias está para além da necessidade de se “contar” algo, de convencer alguém, mas do
próprio gesto de criar mundos de forma coletiva

“As histórias compõem o grupo de ações destinadas a preservar e a fazer evoluir a espécie
humana. Por meio delas, uma tribo ou um povo pode garantir a sobrevivência de suas crias e
manter o conhecimento relativo à sua continuidade” (SADEK, 2008, p.19).

- Contar histórias como modo de sobrevivência de uma cultura. As narrativas orais, através de mitos
e lendas, eram as únicas formas de transmitir determinadas experiências em uma época pré-escrita.

- A escrita e o registro das narrativas. Cria-se uma nova forma de pensar o mundo e o tempo. O
tempo agora pode ser gravado.

- As primeiras grandes epopeias clássicas gregas. Ilíada e Odisseia. Primeiros textos literários
ocidentais
- A “história dos vencedores”. Walter Benjamin sobre o papel do históriador/narrador. O lugar
anacrônico de quem conta histórias e enxerga o passado

- Narrativas que vão além do ocidente. Os mitos africanos e indigenas, formas de contar o mundo e
de estabelecer a memória e cultura de um povo

- Grécia antiga e o nascimento da dramaturgia.

Drama, do grego, quer dizer ação. Ou seja, dramaturgia é a possibilidade de contar histórias através
da encenação, criar cenas, ações visíveis.

- Narrativas como formar de alcançar o real a partir da sua ficcionalização. O passado e o tempo só
podem ser acessados a partir da sua mitologização

- A escrita é uma forma, na contação de historias, de criar imagens mentais.

(...) A questão da imagem não é estranha ao universo da literatura. Em outros


termos, a literatura mobiliza recursos plásticos ao lidar com a ficção, mas ela o
faz de um modo muito próprio. Na literatura, a matéria verbal constitui o
mecanismo semiótico responsável por ativar no leitor um processo de
elaboração mental da imagem (BULHÕES. 2008. pg. 64).
ORIGEM DAS NARRATIVAS SERIADAS

- As mil e uma noites, coleção de contos escritos entre os séculos XIII e XVI. Literatura árabe. Os
contos de Sherazade para o Rei da Pércia

- XVIII e XIX que vemos os primeiros indícios de uma proposta de ficção serializada na
literatura

- séc. XIX, pós-Revolução Francesa do governo de Napoleão I, censura imposta pelos reclames
oficiais dos periódicos jornalisticos.
- o jornal La Presse, de Émile de Girardin, desenvolveu a primeira ficção em partes, a comédia
espanhola O Lazarillo de Tormes
- Nomes como Alexandre Dumas, Honoré de Balzac e Victor Hugo
- Criação da expressão “gancho”, elemento narrativo que pretende prender a atenção do expectador
até o próximo capítulo

- clímax como elemento fundamental da narrativa serializada

- “Literatura industrial”, refletia as mudanças da sociedade burguesa e industrial, aberta a mudanças


a uma nova relação com o temporal. A arte torna-se também um produto
- Literatura menor, pouco respeitada nos ambientes acadêmicos

A expressão (roman-feuilleton) origina-se no jornal La Presse, de Émile de Girardin, por volta de


1836. O La Pressesimboliza a imprensa industrializada francesa do século XIX, pelo uso mais
racional da publicidade e de técnicas avançadas de impressão. A essa imprensa de grande tiragem,
germe da moderna indústria cultural, nasce atrelado o folhetim – aquilo que Flaubert chamaria (em
Bouvard et Pécuchet) de “literatura industrial”. Trata-se, na verdade – vale acrescentar -, de uma
literatura não legitimada pela escola ou por instituições acadêmicas, mas pelo próprio jogo de
mercado.

- Literatura menor – primeiras séries de TV como uma narrativa menor, menos profunda

- O romance de folhetim utilizava de elementos melodramáticos ( o exagero, o maniqueismo entre


herói e vilão) como formas de prender o público
- Obedecia uma demanda mercadológica, mais do que estética
- Temas populares, proximidade com a vida dos leitores comuns

- Primeiro romance folhetinesco no Brasil foi 1844. “A Moreninha”, de Joaquim Manuel Macedo
- O romance folhetinesco no Brasil acontece junto com a formação das primeiras editoras e jornais
no país, até então colonia e que era proibida de ter publicações próprias. Somente coma vinda da
família real em 1808.

- Muitos escritores começaram sua ora em periódicos na forma de narrativas seriadas: Machado de
Assis, José de Alencar, Joaquim Manoel Macedo.

IMAGEM DO JORNAL DO COMÉRCIO

As primeiras narrativas seriadas no cinema surgem com os chamados nickelodeons – salas de


exibição populares, filmes curtos, lugares desconfortáveis.

- Perils of Pauline (1914), de Louis Gasnier, baseados no modelo dos folhetins jornalísticos,
deram a forma básica do gênero. - filmes concebidos em escala industrial, rodados
simultaneamente com a exibição das partes anteriores e capazes de absorver as circunstâncias da
produção

https://www.youtube.com/watch?v=ZVPQa-10030

- Melodramas com narrativa nitidamente sequencial, com o uso constante de ganchos de


tensão (cliffhangers) repletos de suspense e uma sensação de perigo iminente para atrair o
público para os próximos capítulos

AS RADIONOVELAS

O rádio estava dentro da casa das pessoas


- os folhetins dão lugar as radionovelas de 15 minutos e diárias
- Os “soap opera”, devido aos comerciais de sabonetes, comuns nos intervalos. Os “enlatados”

- O Direito de Nascer” (1951) -

https://www.youtube.com/watch?v=xUjfFY4BgwY

A TV E A POPULARIZAÇÃO DAS NARRATIVAS SERIADAS

“A Woman to Remember” (1949) nos Estados Unidos, “The Grove Family” (1954) na
Inglaterra e “Sua Vida Me Pertence (1951)” no Brasil.
- Essas narrativas reuniam a lógica dos filmes seriados (melodramas cheios de ganchos, com as
radionovelas)

- o surgimentos dos “breaks”, importante elemento narrativo das narrativas serializadas televisivas

A EVOLUÇÃO DAS NARRATIVAS SERIADAS

- Arlindo Machado (2000) reconhece três formas básicas da estrutura seriada: as produções
compostas por capítulos, as que utilizam episódios seriados e as construídas através de episódios
unitários

Produções seriadas em capítulos (novelas e as soap operas): única narrativa (contendo ou não
múltiplas histórias paralelas) que se sucede de uma forma mais ou menos linear até o seu último
capítulo. Fortemente baseada na repetição e na manutenção do público.

Repetição como algo fundamental para as primeiras narrativas serializadas


- Estabelecimento de um público fiel
- Demandas externas que influenciam o processo narrativo dos roteiristas
- variação organizada (multiplas possibilidades encerradas em um formato)
- policentrismo dos núcleos dramáticos
- irregularidade regulada

Basta pensar nas novas fórmulas de fabrico dos automóveis: um baixo número de invariantes
estruturais, denominadas «modelo-base», um alto número de invariantes figurativas, um altíssimo
número de variáveis reguladas, e, finalmente, um imenso número dos chamados «optional»
(opcionais), os pequenos pormenores que dão personalidade ao automóvel (Calabrese, 1987: 59)

´
Segunda estrutura serializada: episódios seriados

- história completa e autônoma, com começo, meio e fim, repetindo apenas os mesmos
personagens principais e a mesma situação narrativa

“I Love Lucy” (CBS, 1951-1960). A comédia, além de ser o primeiro seriado televisivo,
também iniciou o subgênero sitcom

Ver trecho

Na década de 60 podemos exemplificar o surgimento do que Arlindo Machado chama de série com
episódios unitários, ou antologia, como muitos autores preferem chamaria

A primeira série nesse formato é The Outer Limits (no Brasil, Quinta Dimensão; primeira
versão 1963-1964

https://www.youtube.com/watch?v=BvbCOlyJQlY

todos os episódios possuem apenas um “espírito geral” em comum, mantendo apenas a


temática para unir a obra como um todo. Não apenas a história de cada episódio é uma narrativa
independente como também não precisam ter os mesmos personagens, atores, cenários e, às vezes,
até os roteiristas e diretores.

- Nos anos 80 surge um formato de série com enredos múltiplos e vários arcos dramáticos
“narrativas múltiplas entrelaçadas e abertas, com uma galeria bastante extensa de
personagens e um painel mais complexo de situações diegéticas” (MACHADO, 2000)

Hill Street Blues (1981-1987)

https://www.youtube.com/watch?v=pThIeuKD6uM

Esse formato se torna cada dia mais popular na TV americana em canais abertos e fechados

Primeira época de ouro: The Twilight Zone, Alfred Hitchcock Hour, Playhouse 90.

Playhouse 90
https://www.youtube.com/watch?v=cHPdXQwRnoc

The Twilight Zone


https://www.youtube.com/watch?v=L3WkHghczXk

Segunda época de ouro: Twin Peaks, Seinfeld, Hill Street Blues, St. Elsewhere, Dallas, Cheers, The
X-Files.
Terceira época de ouro: Lost, The Sopranos, The Wire, Madmen, Dexter, Arrested Development,
The Office.

A telenovela brasileira

Influencia dos “soap operas”, do folhetim, das radionovelas e das telenovelas cubanas, muito
populares na década de 1950.

- Produto audiovisual mais importante da produção brasileira, refletindo anseios e demandas da


sociedade de cada tempo

- As séries brasileiras tem a herança das telenovelas e da estética dos seriados americanos

- A novela absorve essa estética do cinema e das séries estrangeiras como forma de atrair o público
que se afasta

- A tentativa de convergência. A TV dentro da internet

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