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- Contar histórias está para além da necessidade de se “contar” algo, de convencer alguém, mas do
próprio gesto de criar mundos de forma coletiva
“As histórias compõem o grupo de ações destinadas a preservar e a fazer evoluir a espécie
humana. Por meio delas, uma tribo ou um povo pode garantir a sobrevivência de suas crias e
manter o conhecimento relativo à sua continuidade” (SADEK, 2008, p.19).
- Contar histórias como modo de sobrevivência de uma cultura. As narrativas orais, através de mitos
e lendas, eram as únicas formas de transmitir determinadas experiências em uma época pré-escrita.
- A escrita e o registro das narrativas. Cria-se uma nova forma de pensar o mundo e o tempo. O
tempo agora pode ser gravado.
- As primeiras grandes epopeias clássicas gregas. Ilíada e Odisseia. Primeiros textos literários
ocidentais
- A “história dos vencedores”. Walter Benjamin sobre o papel do históriador/narrador. O lugar
anacrônico de quem conta histórias e enxerga o passado
- Narrativas que vão além do ocidente. Os mitos africanos e indigenas, formas de contar o mundo e
de estabelecer a memória e cultura de um povo
Drama, do grego, quer dizer ação. Ou seja, dramaturgia é a possibilidade de contar histórias através
da encenação, criar cenas, ações visíveis.
- Narrativas como formar de alcançar o real a partir da sua ficcionalização. O passado e o tempo só
podem ser acessados a partir da sua mitologização
- As mil e uma noites, coleção de contos escritos entre os séculos XIII e XVI. Literatura árabe. Os
contos de Sherazade para o Rei da Pércia
- XVIII e XIX que vemos os primeiros indícios de uma proposta de ficção serializada na
literatura
- séc. XIX, pós-Revolução Francesa do governo de Napoleão I, censura imposta pelos reclames
oficiais dos periódicos jornalisticos.
- o jornal La Presse, de Émile de Girardin, desenvolveu a primeira ficção em partes, a comédia
espanhola O Lazarillo de Tormes
- Nomes como Alexandre Dumas, Honoré de Balzac e Victor Hugo
- Criação da expressão “gancho”, elemento narrativo que pretende prender a atenção do expectador
até o próximo capítulo
- Literatura menor – primeiras séries de TV como uma narrativa menor, menos profunda
- Primeiro romance folhetinesco no Brasil foi 1844. “A Moreninha”, de Joaquim Manuel Macedo
- O romance folhetinesco no Brasil acontece junto com a formação das primeiras editoras e jornais
no país, até então colonia e que era proibida de ter publicações próprias. Somente coma vinda da
família real em 1808.
- Muitos escritores começaram sua ora em periódicos na forma de narrativas seriadas: Machado de
Assis, José de Alencar, Joaquim Manoel Macedo.
- Perils of Pauline (1914), de Louis Gasnier, baseados no modelo dos folhetins jornalísticos,
deram a forma básica do gênero. - filmes concebidos em escala industrial, rodados
simultaneamente com a exibição das partes anteriores e capazes de absorver as circunstâncias da
produção
https://www.youtube.com/watch?v=ZVPQa-10030
AS RADIONOVELAS
https://www.youtube.com/watch?v=xUjfFY4BgwY
“A Woman to Remember” (1949) nos Estados Unidos, “The Grove Family” (1954) na
Inglaterra e “Sua Vida Me Pertence (1951)” no Brasil.
- Essas narrativas reuniam a lógica dos filmes seriados (melodramas cheios de ganchos, com as
radionovelas)
- o surgimentos dos “breaks”, importante elemento narrativo das narrativas serializadas televisivas
- Arlindo Machado (2000) reconhece três formas básicas da estrutura seriada: as produções
compostas por capítulos, as que utilizam episódios seriados e as construídas através de episódios
unitários
Produções seriadas em capítulos (novelas e as soap operas): única narrativa (contendo ou não
múltiplas histórias paralelas) que se sucede de uma forma mais ou menos linear até o seu último
capítulo. Fortemente baseada na repetição e na manutenção do público.
Basta pensar nas novas fórmulas de fabrico dos automóveis: um baixo número de invariantes
estruturais, denominadas «modelo-base», um alto número de invariantes figurativas, um altíssimo
número de variáveis reguladas, e, finalmente, um imenso número dos chamados «optional»
(opcionais), os pequenos pormenores que dão personalidade ao automóvel (Calabrese, 1987: 59)
´
Segunda estrutura serializada: episódios seriados
- história completa e autônoma, com começo, meio e fim, repetindo apenas os mesmos
personagens principais e a mesma situação narrativa
“I Love Lucy” (CBS, 1951-1960). A comédia, além de ser o primeiro seriado televisivo,
também iniciou o subgênero sitcom
Ver trecho
Na década de 60 podemos exemplificar o surgimento do que Arlindo Machado chama de série com
episódios unitários, ou antologia, como muitos autores preferem chamaria
A primeira série nesse formato é The Outer Limits (no Brasil, Quinta Dimensão; primeira
versão 1963-1964
https://www.youtube.com/watch?v=BvbCOlyJQlY
- Nos anos 80 surge um formato de série com enredos múltiplos e vários arcos dramáticos
“narrativas múltiplas entrelaçadas e abertas, com uma galeria bastante extensa de
personagens e um painel mais complexo de situações diegéticas” (MACHADO, 2000)
https://www.youtube.com/watch?v=pThIeuKD6uM
Esse formato se torna cada dia mais popular na TV americana em canais abertos e fechados
Primeira época de ouro: The Twilight Zone, Alfred Hitchcock Hour, Playhouse 90.
Playhouse 90
https://www.youtube.com/watch?v=cHPdXQwRnoc
Segunda época de ouro: Twin Peaks, Seinfeld, Hill Street Blues, St. Elsewhere, Dallas, Cheers, The
X-Files.
Terceira época de ouro: Lost, The Sopranos, The Wire, Madmen, Dexter, Arrested Development,
The Office.
A telenovela brasileira
Influencia dos “soap operas”, do folhetim, das radionovelas e das telenovelas cubanas, muito
populares na década de 1950.
- As séries brasileiras tem a herança das telenovelas e da estética dos seriados americanos
- A novela absorve essa estética do cinema e das séries estrangeiras como forma de atrair o público
que se afasta