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REGIÃO NORDESTE DO BRASIL: Pontos e Contrapontos

Autor: MSc. Leonardo Nunes Santana

RESUMO

O presente artigo visa abordar de forma concisa à região Nordeste do Brasil, elencando
configurações de seus problemas e sua visibilidade como uma região em desenvolvimento.
Assim, a presente pesquisa visa propor uma reflexão sobre os percalços que influenciam no
desenvolvimento, procurando elucidar os problemas históricos relacionados a esta região.
Indubitavelmente, os fatores indicados como entraves do desenvolvimento do nordeste giram
em torno de duas questões: A pobreza e A seca. Com o status de região mais pobre do Brasil,
ela possui ainda, os piores indicadores socioeconômicos do País, principalmente nas áreas
rurais que sofrem com longos períodos de estiagem. Assim, dentro do contexto nacional, o
Nordeste ainda esta imerso no nível de carência econômica, social e política, entretanto, se
analisarmos sobre a ótica do próprio Nordeste, é notório um percentual de crescimento a
partir dos anos 70, onde ele começa a impulsionar e se projetar no cenário nacional.

Palavras chaves: desenvolvimento, seca, pobreza.

ABSTRACT

The present article seeks to approach from a brief way to the Northeast area of Brazil, the
configuration of their problems and his/her visibility as an area in development. Like this, to
present research it seeks to propose a reflection on the profits that influence in the
development trying to elucidate the related historical problems the this area. Undoubtedly, the
suitable factors as impediments of the development of the northeast rotate around two
subjects: The poverty and THE drought. With the area status more poor from Brazil, she still
possesses, the worst socioeconomic indicators of the Country, mainly in the rural areas that
you/they suffer with long drought periods. Like this, inside of the national context, the
Northeast still this immersed in the level of lack economical, social and political, however, if we
analyze on the optics of the own Northeast, it is well-known a percentile of growth starting
from the seventies, where he begins to impel and to be projected in the national scenery.

Key words: development, dries, poverty.


O território nordestino

A região Nordeste situa-se na porção norte - oriental do País voltada para o oceano atlântico,
estando mais próxima da áfrica e da Europa que as demais. Ela foi à primeira região brasileira a
ser explorada e povoada por colonos europeus, tendo apresentado, nos séculos XVI e XVII, um
grande crescimento econômico e populacional. Só no século XVII, com a descoberta das minas
de ouro e diamantes nas Gerais, é que o eixo econômico e político da então colônia portuguesa
foram desviados para o sudeste, ainda hoje a região mais importante do País. Abrigando quase
um terço da população, o Nordeste em termos brasileiros é bem povoado e a população
nordestina embora permanecesse em crescimento, teve uma perda de importância relativa em
relação às outras regiões. Andrade (1998) afirma que o Nordeste é uma região que foi povoada
a muito tempo, em média de cinco séculos, com uma economia crescente, mas que estagnou,
perdendo a competitividade face às regiões hoje mais dinâmicas.
O Nordeste, apesar de possuir uma área expressiva e uma população numerosa em relação ao
País, apresenta uma produção significante quanto à mineração, a agricultura e a indústria são
integradas como uma área dependente e que fornece ao País uma grande quantidade de
divisas, mas recebe, em contrapartida um retorno pouco expressivo a sua contribuição.
Analisando este contexto, podemos afirmar que essas conseqüências impediram o
desenvolvimento do nordeste? Quais seriam os problemas históricos relacionados a esta
região?
Observando os fatores indicados como entraves do desenvolvimento do nordeste podem citar
a pobreza e o problema da seca. A pobreza continua sendo uma das marcas mais importantes
do Nordeste quando vista no contexto nacional. O Nordeste é a região mais pobre do Brasil,
com os piores indicadores socioeconômicos do País, principalmente nas áreas rurais que
sofrem com longos períodos sem chuva. Segundo Andrade (1997) para que a economia do
Nordeste,

Se dinamize, torna-se necessária uma serie de reformas modernizadoras, tanto técnica como
sócias, que são dificultadas pelos interesses dos grupos econômicos dominantes do país, que
se beneficiam do atraso e tem postura bastante conservadora. (ANDRADE, 1997. pg. 106).
Esta postura dos grupos dominantes acarreta o crescimento da pobreza e das questões sociais
do nordeste, tornando a situação relativamente mais grave. Segundo Araújo (2000) pelo
estudo de Tolosa (1991), três em cada quatro nordestinos (75%) da zona rural estão na faixa de
pobreza. A seca vem ao longo do tempo contribuindo para um subdesenvolvimento. Andrade
(1986) explica que na seca, pequenos proprietários, inviabilizados, vende suas terras a baixos
preços contribuindo para o crescimento dos latifúndios .

Configuração dos problemas históricos

A seca
A seca continua sendo um problema social agudo, levando praticamente toda a população de
trabalhadores rurais e pequenos produtores a buscar programas assistenciais de governo a
cada estiagem mais prolongada, como aconteceu em 1993. Uma grande quantidade de
nordestinos recorria às usinas de cana de açúcar, salinas que ofereciam empregos de safra, ou
seja, termina as safras, termina também o emprego ficando sertanejo sem trabalho, portanto
diz Franco (2005):

O verdadeiro problema da seca é o desemprego. Quando existiam salinas em Sergipe, no verão


os trabalhadores migravam do sertão para as salinas do litoral, e quanto maior e demorada a
seca, mais as salinas produziam sal e empregavam o sertanejo (FRANCO, 2005, pg. 143).

Logo, é provável que a seca expulsa o nordestino do seu espaço, seu habitat natural em busca
de uma estabilidade econômica e o sustento de sua família, migrando para outras regiões na
esperança de encontrar um emprego e melhores condições de vida.
Nesta perspectiva, em 1998 o governo federal através da SUDENE, desenvolve um programa
para o combate aos efeitos da seca, um dos componentes era a renda mínima que foi a
abertura de frentes de trabalho ou frentes produtivas. Também foram tomadas medidas
especiais na área de credito. Gomes (2001).

Para exemplificar vejamos o que constam os programas da SUDENE:

Como ação emergencial, as frentes de trabalho devem necessariamente ser produtivas. Elas
deverão contribuir para que as comunidades estejam mais preparadas, no futuro, para uma
melhor convivência com a estiagem, através de obras hídricas e outros serviços que serão
implantados e, principalmente, pela capacitação e alfabetização que será destinada aos
trabalhadores das frentes (SUDENE, 1998, pg. 17).

Portanto, no período de 1998 o governo federal apontava perspectivas empreendedoras como


alternativas para que povo nordestino pudesse avançar rumo um maior desenvolvimento, bem
como foram desenvolvidos também programas na área da educação, saúde, saneamento
básicos, recursos hídricos e fornecimento de água através dos carros pipas. Essas ações
empreendidas pelo governo federal fracassaram em função da descontinuidade dos
programas.

A pobreza

Sendo a pobreza considerada a insatisfação das necessidades básicas do ser humano, o


Nordeste do Brasil enfrenta vários problemas relacionados a ela, analfabetismo, saneamento
básico, desigualdade social entre outros. Segundo o ultimo senso demográfico, o Brasil tinha
mais de 40% da população vivendo em estado de pobreza, onde quase a metade vivia na
região nordeste. A região tem mais da metade da sua população recebendo em média menos
de um salário mínimo por mês e muitas vidas são perdidas por conta desta insuficiência de
renda. Várias crianças morrem antes de completar um ano de vida e sua população vive em
média cinco anos a menos que a metade do Brasil.

Como se não bastassem estes problemas o mais grave está situado na superpovoada base rural
onde a distribuição de terras no Nordeste é muito desigual, a maior concentração de terra fica
nas mãos de pessoas com alto recurso financeiro. Assim, pode-se afirmar que a situação de
pobreza que vive os nordestinos da área rural decorre de fatores que vão além da falta de
chuva. Analisando este contexto, podemos criar alternativas para solução deste problema?
Segundo Gomes (2000):
Dizer, por outro lado, que a pobreza do nordestino decorre da falta de acesso a terra está
muito próximo de afirmar que terra existe, mas alguém esta montando guarda para impedir
que ela tenha acesso à multidão de miseráveis. Nesse caso, uma operação militar bem
planejada que expropriasse os expropriadores promoveria uma bela e simples solução para o
problema da miséria dos nordestinos. (GOMES, 2000, pg. 64).

Para Andrade (1997), não se pode falar na pobreza do Nordeste de forma generalizada, para
todo seu espaço geográfico e social; nele se encontram, lado a lado, situações as mais diversas.
Em se tratando de condições sociais do povo nordestino sabe-se que são extremamente
desiguais, de modo que as tendências e características gerais da população não se reproduzem
de maneira idêntica em todos os estados ou nas áreas urbanas e rurais da região.
Em relação à concentração de renda, Araújo (2000) afirma que a riqueza é muito concentrada
no Nordeste, embora apresente contrastes sociais, ela se constitui um dos aspectos que o
incremento econômico dos últimos anos não conseguiu modificar e vem demonstrando sua
incapacidade de impulsionar o desenvolvimento econômico. Pode-se considerar que essa
centralização de recursos financeiro, se constitui um dos fatores que provocam a falta de um
crescimento no aspecto econômico nordestino.

O potencial do desenvolvimento do Nordeste

Do ponto de vista do contexto nacional, o Nordeste ainda se coloca no nível de carência


econômica, social e política, entretanto se analisarmos sobre a ótica do próprio Nordeste pode-
se perceber um percentual de crescimento a partir dos anos 70 em que ele começa a
impulsionar e se projetar no cenário nacional. Para Andrade (1997), ao contrário do que se
divulga na mídia, o Nordeste não é uma área dispendiosa para o governo brasileiro, ele tem
uma produção expressiva e bastante diversificada, onde, a sua participação na produção de
vários setores é grande, seja na mineração, na agricultura, na pecuária ou na indústria.
De acordo com Araújo (2000) houve melhorias nos níveis gerais de vida, porém inferior ao
ritmo de sua produção. A saber:

No Nordeste, o crescimento econômico fez triplicar o PIB (de US$2,8 bilhões em 1970 atingiu,
US$ 65.3 bilhões em 1993, medidos a preço de 1993 pela SUDENE), Enquanto o produto per
capto apenas duplicou no mesmo período (passou de US$ 740 para US$ 1486). Esse já é um
primeiro indicador importante de que a elevação do padrão de vida não decorre linearmente
do mero crescimento econômico, embora seja ainda imperfeito, pois o PIB per capta a forte
concentração da riqueza e, portanto da renda regional esconde um dos mais graves problemas
do nordeste. (ARAÚJO, 2000, pg. 189).

Os indicadores do produto per capta e esperança de vida elevaram nos últimos anos e se
aproximaram evidentemente da média nacional, isso foi comprovado segundo os dados da
fundação IBGE; como aponta os índices de 84% da média brasileira em 1970 e 91% em 1988,
esses dados demonstram um aumento efetivo de sobrevivência da população nordestina.
Outro aspecto a considerar como potencial é a atividade agroindustrial que vem mostrando um
espaço de produção em grande escala acarretando entrada de divisas para o nordeste.
Conforme Andrade,

Sua produção mineral, agrícola e industrial, bastante expressiva vem passando por um
processo de modernização que, certamente, contribuirá, dentro de alguns anos, para que ela
possa diminuir suas desigualdades frente ao Sudeste e ao Sul. (1997. p. 106).
Nesta perspectiva, a surge indicadores positivos que indicam caminhos ao desenvolvimento, se
bem aproveitados, possibilitarão eclodir mudanças e transformações significativas, visto que é
considerado um território desafiador das políticas, dos fatores sociais, da economia e
territorial, segundo Castro (2005) o nordeste é "O espaço da colonização, de importância
econômica e de formação de uma elite política mais antiga do país, é também o território mais
consolidado em termos de ocupação populacional e de maior durabilidade de sua estrutura
produtiva".
Outro aspecto fundamental é que a estrutura produtiva do nordeste preserva sua importância,
apesar dos avanços da industrialização e da urbanização incentivados pela SUDENE, por outro
lado observa Castro (2005),

Nunca se falou tanto nas possibilidades que a região oferece para investimentos em setores de
ponta da economia, nas vantagens comparativas do seu território frente a outras áreas do país,
sua disponibilidade de recursos naturais, a proximidade de mercados externos; condições cada
vez mais expostas em jornais e revistas que circulam no meio empresarial. (2005. p. 287).

O nordeste e uma região capaz de conviver com as contradições da modernização em meio a


produção tradicional por que apesar dessas contradições ele ainda contribui economicamente
de forma bastante expressiva para o Brasil. Diante deste contexto quais seriam as alternativas
para o crescimento do desenvolvimento do nordeste?
Para finalizar, vale ressaltar Andrade (1997) que mostra que se o governo brasileiro tratasse de
forma igualitária todas as regiões do Brasil, estabeleceria assim, um equilíbrio, onde
proporcionaria a participação de todos nos resultados positivos do desenvolvimento,
permitindo uma distribuição mais justa da renda, na qual a maioria da população teria mais
acesso a habitação, saúde, educação.
REFERÊNCIAS

FREYRE, Gilberto. Nordeste: Aspecto sobre a influência da cana sobre a vida e a paisagem do
Ne do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1967.

FURTADO,Celso. O Mito do Desenvolvimento. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1974. p.68-76 e 111-
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ARAÚJO, Tania B. Ensaios Sobre o Desenvolvimento Brasileiro: heranças e urgências. Rio de


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DUPAS, Gilberto. O mito do Progresso ou progresso como ideologia. São Paulo: Editora UNESP,
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FRANCO, Emmanuel. Viagens: Uma semente plantada. Aracaju-SE: Gráfica Editora J. Andrade,
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CASTRO, Iná Elias de. GOMES, Paulo César da Costa. CORREA, Roberto Lobato: Brasil: Questões
Atuais da Reorganização do Território ? 3ª edição. Rio de Janeio: Bertrand Brasil, 2005.

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