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Aula 06

Administração p/ ICMS/SP
Professor: Rodrigo Rennó
Administração Pública p/ ICMS-SP
Teoria e exercícios comentados
Prof. Rodrigo Rennó - Aula 06

Aula 6: Parcerias entre Governo e Sociedade

Olá pessoal, tudo bem?


Na au la de hoje iremos cobrir os seguintes itens :
)- Parceria entre governo e sociedade, ouvidorias, governança
interna e externa .

Irei trabalhar com muitas questões da FCC, mas incluirei algumas


questões da FGV, da Cespe ou da ESAF quando não tiver questões da FCC
do tema trabalhado, ok? Espero que gostem da aula!

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Sumário
Parceria entre governo e sociedade - Processos Participativos de gestão pública. ............. 3
Participação na Gestão Pública ................................................................. 3
Terceiro setor e gestão pública ................................................................. 4
Mudanças Institucionais. ....................................................................... 6
Organizações Sociais ........................................................................... 7
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) ............................ 10
Entidades do Sistema S - Paraestatais ....................................................... 13
Agência Reguladora .......................................................................... 14
Agência Executiva ............................................................................ 17
Conselhos Gestores de Políticas Públicas ................................................... 19
Orçamento Participativo ...................................................................... 24
Consórcios Públicos .......................................................................... 26
Instrumentos de financiamento do setor público e Parcerias Público-Privado (PPP) ..... 31
Governança interna e externa ................................................................... 36
Questões Extras .................................................................................. 37
Lista de Questões Trabalhadas na Aula. ........................................................ 47
Gabarito .......................................................................................... 57
Bibliografia ...................................................................................... 57

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Parceria entre governo e sociedade - Processos Participativos de


gestão pública.
Participação na Gestão Pública

Não podemos entender os processos participativos na gestão pública


sem compreender a dinâmica da transição democrática dos anos 80. Depois
de vinte anos de regime militar, a preocupação da sociedade civil estava
centrada na descentralização política.
Esta descentralização, de certa forma uma reação ao processo
centralizador ocorrido na ditadura, seria feita dentro da esfera estatal (com
transferência de recursos e atribuições da União para estados e
municípios), mas também do Estado para a sociedade em geral.
Dentro deste espírito é que a Constituição Federal acabou
consagrando diversos instrumentos participativos, em conjunto com os
instrumentos de democracia representativa.
Aqui cabe diferenciar a democracia representativa da democracia
participativa ou direta. Na democracia representativa, a premissa é a de
que os cidadãos são chamados a participar da vida política do país no
momento das eleições – para a escolha de seus representantes.
Assim, todos nós escolhemos os nossos representantes que irão
tomar as decisões que, em tese, refletirão a “vontade” de seus eleitores.
Se, eventualmente, estes não seguirem os “desejos” de seus
representados, poderão ser substituídos nas próximas eleições.
No caso da democracia participativa ou direta, a população age
diretamente na gestão pública ou nas decisões do Estado. Portanto, para
que este tipo de democracia funcione, existe uma demanda não só por
maior atenção e responsabilidade dos cidadãos, mas também a da
construção de “espaços” ou arenas em que os cidadãos possam atuar em
conjunto com o Estado.
A participação popular pode ocorrer de várias formas. Para Pateman 1,
existem três níveis possíveis de participação:

 Pseudoparticipação - os indivíduos apenas são consultados sobre


algum assunto e endossam as decisões do líder, não havendo
participação alguma na tomada de decisão;
 Participação parcial - em que muitos tomam parte no processo
decisório, mas o poder final de decidir pertence a apenas uma das
partes; e

1
(Pateman, 1992) apud (Pereira, 2008)

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 Participação plena - cada membro isoladamente tem igual poder


de determinar o resultado final das decisões.
De certo modo, os objetivos do Estado ao instituir a democracia
participativa são os de alargar o conceito de cidadania - não somente
passiva, mas ativa – e o de aprofundar a democracia.
Esta transição, entretanto, não é fácil. Para sairmos de uma
democracia exclusivamente representativa para uma com traços de
democracia direta, alguém terá de “ceder” poder decisório.
Os representantes eleitos poderão não se sentir confortáveis
“dividindo” poder com seus eleitores (que anteriormente eram passivos),
pois para que a população possa participar diretamente, alguns assuntos
sairão da “esfera decisória” dos representantes eleitos (deputados, por
exemplo).
A própria burocracia deverá ceder “poder” aos cidadãos. Para que
estes possam participar, terão de receber maiores informações dos órgãos
públicos e estes órgãos terão de mudar seu “modus operandi”, ou seja, a
maneira como o trabalho é feito e as decisões são tomadas.
Se anteriormente a decisão era limitada aos escalões superiores e a
informação era restrita ao nível estratégico da organização, agora isto deve
ser mudado. Para que a participação popular ocorra, a informação deve
estar disponível e o processo decisório deve ser democrático.

Terceiro setor e gestão pública

A expressão “terceiro setor” foi difundida a partir da década de 70 e


tem sido usada para abarcar as instituições da sociedade civil que, apesar
de não fazerem parte da máquina estatal, têm por finalidade um objetivo
a satisfação de om interesse social2.
Os principais autores consideram que o terceiro setor engloba todas
as instituições que não fazem parte do Estado, nem que são envolvidas
com o mercado.
De acordo com Oliveira3, fazem parte do terceiro setor
“o conjunto de atividades voluntárias,
desenvolvidas por organizações privadas não-
governamentais e sem ânimo de lucro (associações
ou fundações), realizadas em prol da sociedade,
independentemente dos demais setores (Estado e

2
(Mânica, 2007)
3
(Oliveira, 2005) apud (Mânica, 2007)

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mercado), embora com eles possa firmar parcerias


e deles possa receber investimentos (públicos e
privados).
A cl assificação dos setores poderia ser definida assim:

Primeiro Setor Segundo Setor Terceiro Setor

• Estado • Mercado • Entidades


privadas sem fins
lucrativos, que
exercem
atividades de
interesse público.

Figura 1· Conceito "amplo" dos setores

Assim sendo, para estes autores o terceiro setor eng lobaria até
mesmo os movimentos sociais e as organizações de classe (que defendem
interesses coletivos, mas localizados).
De acordo com os critérios da ONU, por exemplo, as entidades do
terceiro setor teriam as seguintes características 4 :

../ Natureza privada;


../ Ausência de finalidade lucrativa;
../ Institucionalizadas;
../ Auto administradas;
../ Voluntárias.
Dessa maneira, o terceiro setor englobaria entidades privadas (e não
públicas) sem fins lucrativos, que são criadas espontaneamente, são
operadas sem a intervenção do Estado, e existem oficia lmente (são
instituciona lizadas, podendo firmar contratos).
No Brasi l tivemos um crescimento grande dos movimentos sociais e
das Organizações Não Governamentais (ONGs) após o período de
redemocratização dos anos 80 5 •
Nesta época o Estado passava por dificuldades fiscais e tinha
dificu ldade de prestar certos serviços públicos de qua lidade (como saúde e

4
{Salamon & Anheier, 1994) apud (Mânica, 2007)
5 (Violin, 2006)

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educação), bem como proteger direitos (como a proteção ao meio


ambiente).
Nos anos 90 apareceu também a noção de que estas entidades do
terceiro setor poderiam oferecer alguns serviços públicos que o Estado teria
dificuldade de oferecer diretamente.
As reformas implementadas no governo Fernando Henrique Cardoso,
com a criação das OSs e OSCIPs, criaram um “arcabouço legal” para a
participação destas entidades em parceria com o Estado.
Vamos ver uma questão?
1 - (FCC – PGE-RJ / TÉCNICO - 2009) Sujeitos e organizações
privadas que se comprometem com a realização de interesses
coletivos e a proteção de valores supraindividuais, mediante
contratos de gestão, integram
a) o terceiro setor.
b) as fundações públicas.
c) as empresas públicas.
d) o primeiro setor.
e) o segundo setor.

Estas entidades privadas que buscam realizar interesses coletivos,


sem fins lucrativos, são classificadas como pertencentes ao terceiro setor.
O primeiro setor seriam as entidades governamentais e o segundo setor
teria as empresas privadas que buscam o lucro. O gabarito é, assim, a letra
A.

Mudanças Institucionais.

Dentro de um contexto de esgotamento do modelo burocrático de


tipo weberiano e de uma crise fiscal que inviabilizou, na década de 90, o
Estado interventor e desenvolvimentista, diversas inovações foram
buscadas que possibilitassem ao Estado melhor atuar em conjunto com a
sociedade e o mercado.
No Brasil, este movimento se acentuou com a introdução de práticas
e instrumentos ligados ao movimento da Nova Gestão Pública – NGP –
como o controle por resultados, uma maior preocupação com a
accountability, a busca pela avaliação de desempenho, a gestão por
competências, a publicização e a contratualização de resultados.

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Na Reforma de 1995, movida por Bresser Pereira no comando do


MARE, existia um diagnóstico de que o Estado tinha sido “engessado” por
uma decisão política contida na Constituição Federal de 1988 que, na
opinião destes atores, tinha trazido um “retrocesso burocrático”. De acordo
com o PDRAE6,
“A conjunção desses dois fatores leva, na
Constituição de 1988, a um retrocesso burocrático
sem precedentes. Sem que houvesse maior debate
público, o Congresso Constituinte promoveu um
surpreendente engessamento do aparelho estatal
ao estender para os serviços do Estado e para as
próprias empresas estatais praticamente as
mesmas regras burocráticas rígidas adotadas no
núcleo estratégico do Estado. A nova constituição
determinou a perda da autonomia do Poder
Executivo para tratar da estruturação dos órgãos
públicos, instituiu a obrigatoriedade de regime
jurídico único para os servidores civis da União, dos
Estados-membros e dos Municípios, e retirou da
administração indireta a sua flexibilidade
operacional ao atribuir às fundações e autarquias
públicas normas de funcionamento idênticas às que
regem a administração direta.”
Bresser buscou inserir o Estado brasileiro dentro de uma visão mais
gerencial, com uma preocupação em redirecionar os esforços do Estado e
fornecer ferramentas de gestão mais adequadas aos novos desafios.
Assim, foram pensados diversos novos modelos de interação do
Estado com novos atores na prestação de serviços, o chamado terceiro
setor e novas relações do Estado com o mercado, com a criação das
agências reguladoras, por exemplo.
Com a contratualização de resultados, o Estado poderia passar a
controlar a oferta de serviços públicos sem ter de necessariamente prover
o serviço. A publicização foi, portanto, este movimento de descentralizar a
execução destes serviços para organizações privadas sem fins lucrativos.

Organizações Sociais

6
(Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995)

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As Organizações Sociais foram pensadas dentro desta lógica da


Administração Gerencial que buscava a descentralização da atuação do
Estado. Dentro do PDRAE, existia um objetivo de fortalecer o Núcleo
Estratégico do Estado e transferir atividades ou serviços não exclusivos do
Estado para organizações privadas sem fins lucrativos, ou seja, uma
transferência do setor estatal para o não estatal.
Desta maneira, estes serviços poderiam ser executados com maior
eficiência devido à maior capilaridade destas organizações e uma maior
flexibilidade. Para controlar o desempenho destas entidades e assegurar o
bom uso dos recursos públicos empregados, seriam utilizados os contratos
de gestão entre a Administração Pública e as Organizações Sociais – OS.
Através deste contrato de gestão, o Estado definiria os objetivos e
indicadores de desempenho a serem seguidos e garantiria os recursos
necessários para a execução dos serviços7.
De certo modo, o contrato de gestão foi utilizado antes mesmo do
PDRAE. Este modelo foi introduzido no Brasil pelo governo Collor, com a
experiência da Rede Sarah de Hospitais8. Este instituto foi criado pela Lei
n° 8.246/91, que instituiu o Serviço Social Autônomo Associação das
Pioneiras Sociais, que assinou contrato com o Ministério da Saúde naquele
mesmo ano.
Portanto, a primeira experiência do contrato de gestão precedeu a
chamada reforma do Estado. Esta experiência da contratualização
buscava, assim, um maior desempenho através da utilização de
instrumentos e modelos mais flexíveis de gestão.
De acordo com o PDRAE, as Organizações Sociais eram definidas
como:
“O Projeto das Organizações Sociais tem como
objetivo permitir a descentralização de
atividades no setor de prestação de serviços não-
exclusivos, nos quais não existe o exercício do
poder de Estado, a partir do pressuposto que esses
serviços serão mais eficientemente realizados se,
mantendo o financiamento do Estado, forem
realizados pelo setor público não-estatal.
Entende-se por “organizações sociais” as entidades
de direito privado que, por iniciativa do Poder
Executivo, obtêm autorização legislativa para
celebrar contrato de gestão com esse poder, e
assim ter direito à dotação orçamentária.

7
(Violin, 2006)
8
(Torres, 2007)

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As organizações sociais terão autonomia


financeira e administrativa, respeitadas
condições descritas em lei específica como, por
exemplo, a forma de composição de seus conselhos
de administração, prevenindo-se, deste modo, a
privatização ou a feudalização dessas entidades.
Elas receberão recursos orçamentários, podendo
obter outros ingressos através da prestação de
serviços, doações, legados, financiamentos, etc.”
Dentre as atividades que seriam englobadas por estas organizações,
temos: o ensino, a pesquisa científica, o desenvolvimento
tecnológico, a proteção e preservação do meio ambiente, a cultura
e a saúde9.
Estes serviços são típicos de Estado, mas não são consideradas
atividades exclusivas de Estado. Assim, como são atividades de interesse
público que estarão sendo executadas pelas OSs, não podemos considera-
las como concessionárias ou permissionárias10.
O termo Organização Social na verdade é uma qualificação, mas estas
organizações podem assumir forma de associação ou de fundação. Após a
criação formal de uma instituição destas, ela poderia solicitar ao Ministério
ou secretaria a qualificação como entidade não estatal, a absorção de
atividades com o contrato de gestão e a denominação como entidade:
Organização Social.
Entretanto, cabe lembrar que esta qualificação pelo Ministério
é um ato discricionário, ou seja, depende da avaliação de conveniência
e oportunidade. Assim, este órgão não é obrigado a aceitar o pedido de
qualificação pela organização.
A Lei que introduziu este novo modelo de instituição foi a n°
9.637/98. Nesta lei está prevista a transferência de recursos orçamentários
e bens públicos necessários ao funcionamento da OS.
Além disso, o setor público pode até ceder servidores para a OS (com
ônus para a origem, ou seja, para o Estado). Assim, ocorreria uma situação
“polêmica” de um servidor custeado pelo Estado prestar serviços para uma
organização privada.
Estas organizações não precisariam seguir precisamente a Lei
8666/93 – Lei de Licitações e Contratos – mas deveriam estabelecer algum
regulamento próprio para a compra de serviços, produtos e contratação de
obras com a utilização de recursos públicos.

9
(Paludo, 2010)
10
(Mazza, 2011)

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Um ponto muitas vezes cobrado em concursos é exatamente a


flexibilidade das Organizações Sociais frente à Administração Direta.
Evidentemente, as OSs são mais flexíveis do que a Administração Pública.
Entretanto, estas organizações “perdem” flexibilidade ao se tornarem
Organizações Sociais, pois devem se enquadrar em determinadas
condições (como os regulamentos de compras acima citados) e prestar
contas dos recursos públicos aos órgãos de controle. Assim, estas
organizações reduzem sua autonomia e flexibilidade ao se
tornarem OSs.
Entretanto, a OS não conseguiu escapar do “contingenciamento” dos
recursos orçamentários – como “sofrem” os órgãos da Administração Direta
– pois na lei está estabelecido:
“São assegurados às OSs os créditos previstos no
orçamento e as respectivas liberações financeiras,
de acordo com o cronograma de desembolso
previsto no contrato de gestão.”
Desta forma, este fato, somado ao questionamento do modelo pela
oposição no STF, acabou dificultando a abertura de muitas Organizações
Sociais no plano federal. As OSCIPs, que veremos a seguir, acabaram
tomando o lugar anteriormente imaginado para as OSs.

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)

As OSCIPs – Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público –


não estavam previstas no PDRAE. Estas foram depois introduzidas pela Lei
n° 9.790/99 dentro de um contexto de busca de uma atuação do Estado
em rede e em parcerias com a sociedade.
Estas devem desempenhar atividades de interesse público com
auxílio do Estado dentro de áreas como:

 Assistência social;
 Promoção da Cultura, do Patrimônio Histórico e Artístico;
 Educação gratuita;
 Promoção gratuita da saúde;
 Segurança alimentar;
 Meio ambiente;
 Trabalho voluntário;
 Combate à pobreza etc.

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De acordo com Di Pietro11, a diferença principal entre as OSs e as


OSCIPs é que as primeiras recebem delegação para prestar serviços
públicos enquanto as OSCIPs exercem atividade privada com a ajuda do
Estado. De acordo com a autora12:
“Trata-se, no caso, de real atividade de fomento, ou
seja, de incentivo à iniciativa privada de interesse
público. O Estado não está abrindo mão do serviço
público (tal como ocorre na organização social) para
transferi-lo à iniciativa privada, mas fazendo
parceria, ajudando, cooperando com entidades
privadas que, observados os requisitos legais, se
disponham a exercer as atividades indicadas no
artigo 3°, por se tratar de atividades que, mesmo
sem a natureza de serviços públicos, atendem
necessidades coletivas.”
Ao contrário das Organizações Sociais, que formalizam um contrato
de gestão do o Estado, as OSCIPs firmam um termo de parceria. De
acordo com a Lei 9.790/99:
“o termo de parceria é o instrumento passível de
ser firmado entro o Poder Público e as entidades
qualificadas como Organizações da Sociedade Civil
de Interesse Público, destinado à formação de
vínculo de cooperação entre as partes, para o
fomento e a execução das atividades de interesse
público previstas em lei.”
Este termo de parceria deve conter os objetivos a serem alcançados,
as metas e prazos relativos a estes objetivos, os critérios para a avaliação,
a previsão de receitas e despesas e as obrigações das OSCIPs13.
Para se qualificar como OSCIP, uma instituição deve ser qualificada
como Pessoa Jurídica sem fins lucrativos, ou seja, não pode distribuir
lucros, rendas ou dividendos entre seus sócios ou associados.
A qualificação como OSCIP é concedida pelo Ministério da Justiça
(e não o Ministério da área em que a OSCIP atua, como o Ministério da
Educação, por exemplo) como ato vinculado. Assim, preenchendo os
requisitos necessários a qualificação é devida, não devendo ser feita análise
de oportunidade e conveniência pela Administração.

11
(Di Pietro, 2007) apud (Paludo, 2010)
12
(Di Pietro, 2005) apud (Torres, 2007)
13
(Paludo, 2010)

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Entretanto, ainda que a qualificação como OSCIP seja um ato


vinculado, a assinatura do termo de parceria com o Ministério da
área fim é um ato discricionário!
A princípio, a assinatura deste termo de parceria deve ser precedida
de uma consulta aos Conselhos de Políticas Públicas das áreas
correspondentes de atuação existentes, nos respectivos níveis de governo.
Cabe aqui lembrar que uma ONG – Organização Não Governamental
– não é o mesmo que uma OSCIP. Uma OSCIP pode ser considerada uma
ONG, pois não é parte do Estado, mas nem toda ONG é qualificada como
OSCIP. Existem muitas ONGs (como o MST, por exemplo) que nem têm
uma existência formal, ou seja, não existem oficialmente – não são
registradas em cartório etc.
Assim como ocorreu no caso das organizações sociais, o marco legal
das OSCIPs não criou uma nova categoria de pessoa jurídica, mas gerou
uma possibilidade de organizações do setor privado se qualifiquem como
organizações da sociedade civil de interesse público, desde que certos
requisitos sejam cumpridos14.
Uma grande diferença entre as OSs e as OSCIPS se enquadra na
forma de financiamento pelo Estado. Ao contrário das OSs, que dispõem de
recursos inseridos no Orçamento da União, as OSCIPs recebem recursos de
forma mais esporádica, através dos termos de parceria15.
Além disso, o modelo institucional e legal das OSCIPs não foi
questionado legalmente como foi o das Organizações Sociais. Assim, estas
têm sido muito mais ativas, com milhares de casos em funcionamento no
país atualmente.
Outro aspecto importante é a possibilidade de uma OSCIP remunerar
os dirigentes da entidade, desde que esta remuneração seja realmente uma
contraprestação aos serviços efetivamente efetuados e que estejam de
acordo com os valores praticados no mercado de trabalho da região.
Da mesma forma que uma OS, as OSCIPs devem constituir, em um
prazo de 30 dias após a qualificação, um regulamento próprio contendo os
procedimentos para compras de obras, bens e serviços com os recursos
públicos obtidos com a parceria.
Além disso, após o Decreto n° 5.504/2005, tanto OSs como OSCIPs
foram obrigadas a utilizar a modalidade do pregão em suas compras de
bens e serviços comuns.

14
(Alexandrino & Paulo, 2009)
15
(Torres, 2007)

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Abaixo, podemos ver algumas características das Organizações


Sociais - OS - e das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
- OSCIP :

os OSCIP
Foram idea lizadas para substituir órgãos
Não foram idea lizadas para substituir os
do Estado, que seriam extintos e as
órgãos existentes do Estado.
atividades "absorvidas" pela OS.

Firma um contrato de gestão Firma um termo de parceria

Qualificação é um ato discricionário Qua lificação é um ato vinculado

Deve conter em seu conselho de Não existe uma exigência de


administração membros do Poder participação de membros do Poder
Público Público

Figura 2 • Diferenças entre OS e OSCIP

Entidades do Sistema 5 - Paraestatais

Apesar de existir uma confusão tremenda na definição do que


abrangeria exatamente o termo paraestatal, as bancas de concurso têm
aceitado que as paraestatais são restritas aos serviços sociais autônomos,
ou o que se chama : organizações do sistema S.
Estas organizações são entidades privadas, que são criadas através
de autorização legislativa . Como alguns exemplos destas entidades,
podemos citar:

)o;> Serviço Social da Indústria - SESI;


)o;> Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC;
)o;> Serviço Social do Comércio - SESC;
)o;> Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI;

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 Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas –


SEBRAE;
 Serviço Social do Transporte;
 Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte – SENAT.
Estas paraestatais são financiadas através de contribuições
compulsórias pagas por trabalhadores sindicalizados, o que é um exemplo
de parafiscalidade tributária. Como são focadas em um setor específico
(transporte, por exemplo) acabam produzindo benefícios para estes grupos
ou categorias profissionais.
Estas organizações executam serviços de interesse e utilidade
pública, mas não são estritamente serviços públicos. Obviamente, são
entidades sem fins lucrativos. Assim sendo, os recursos que “sobrarem”
(superávit) devem ser reinvestidos nas atividades finalísticas das
entidades.
De acordo com decisões do TCU, as entidades do sistema S podem
definir ritos simplificados próprios de licitação, desde que não contrariem
as regras gerais estabelecidas na Lei 8666/93. Desta forma, necessitam
sim ter um regulamento estabelecendo as regras formais e procedimentos
necessários para as compras de produtos e serviços.
Além disso, não são obrigadas por lei a realizar concurso público para
contratar pessoal16.

Agência Reguladora

A crise do petróleo (anos 70) e o baixo crescimento econômico da


década de 80 trouxeram dificuldades crescentes para que os Estado
pudessem manter os gastos relativos aos serviços públicos que a população
demandava e, ao mesmo tempo, induzir o crescimento da economia
através de empresas estatais cada vez mais deficitárias.
Com esse cenário, muitos Estados iniciaram um conjunto de reformas
pró-mercado. Estas reformas buscaram transferir para o mercado diversos
setores antes administrados pelo Estado, objetivando um aumento de
eficiência destes mercados e uma recuperação da situação fiscal destes
governos.
No caso brasileiro, o Estado tinha criado centenas de empresas
estatais e estas tinham uma participação muito grande na economia
nacional. Desde siderúrgicas até empresas têxteis, o Estado estava

16
(Mazza, 2011)

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presente em diversos ramos e atuava diretamente na dinâmica de


crescimento.
Entretanto, o governo brasileiro não detinha mais uma capacidade de
investir nestas empresas. Com isso, estas foram se deteriorando e não
“agregavam mais valor”.
Além disso, o Estado era visto como ineficiente e a gestão pública
seria, naquela época, um empecilho a estas empresas se desenvolverem e
serem competitivas com as instituições privadas, seja no Brasil, seja no
mundo.
Assim, ocorreu um processo formal de privatização destas empresas
estatais. Empresas como a Embraer, a CSN e a Vale do Rio Doce foram
transferidas para o setor privado. Entretanto, muitas empresas atuavam
em áreas em que o Estado era anteriormente monopolista ou que
prestavam serviços públicos, como o caso das empresas fornecedoras de
telefonia e eletricidade.
Se estas empresas ficassem “livres” para atuar da maneira que
quisessem, poderiam deixar de ofertar estes serviços em regiões pobres,
cobrar valores abusivos, deixar a qualidade do serviço cair, além de não
investir o que seria necessário para a universalização dos serviços.
De acordo com Sundfeld17:
“se o Estado abdicasse totalmente do poder de
interferir na prestação de serviços públicos
privatizados e na correspondente estrutura
empresarial, correria o risco de assistir,
passivamente, ao colapso de setores essenciais
para o país, como o setor elétrico e o de
telecomunicações. O Estado necessita, ainda,
impedir práticas anticoncorrenciais, o que não
pode, de forma nenhuma, ser deixado ao encargo
da “mão invisível” do mercado. Existe, também, a
necessidade de proteção dos interesses dos
usuários e de assegurar a universalização dos
serviços públicos, possibilitando que eles sejam
prestados aos milhões de excluídos existentes no
Brasil.”
Para que estes problemas não viessem a ocorrer, estes novos
operadores privados deveriam ser regulados de alguma forma. Outro
aspecto importante se relaciona com a atração de investimentos privados
de longo prazo.

17
(Sundfeld, 2000) apud (Gonçalves, 2000)

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Muitos destes ramos econômicos (eletricidade, por exemplo)


dependem de investimentos intensivos em capital (volume grande de
dinheiro em um momento inicial) e só são “pagos” no longo prazo. Portanto,
deve existir uma forte segurança jurídica e uma confiança destes
empresários e investidores na manutenção da “regra do jogo”, ou seja, no
marco regulatório do setor.
Para que exista uma confiança maior na capacidade da agência
reguladora de manter as regras do jogo e atuar com imparcialidade nas
disputas entre o Estado, os consumidores e os investidores buscou-se um
modelo que desse maior autonomia para estas agências.
Estas buscaram equilibrar os interesses privados (respeito aos
contratos, estabilidade de regras, lucratividade etc.) com os interesses
públicos (universalização do serviço, preços adequados, aumento dos
investimentos etc.), de modo que a sociedade como um todo fosse
beneficiada.
Desta forma, o Estado deixou de ser o Estado provedor ou produtor
para entrar em outro modelo: o Estado regulador. Se a Administração
Pública não iria mais executar o trabalho diretamente, deveria acompanhar
o trabalho destes novos operadores privados, para que a qualidade do
serviço efetivamente melhorasse e que as margens de lucro fossem
mantidas em níveis razoáveis.
Para isto, foram criadas as Agências Reguladoras. Estas organizações
foram criadas como autarquias de regime especial. Entre suas principais
características, pode-se citar18:

 Independência administrativa;
 Autonomia financeira;
 Ausência de subordinação hierárquica;
 Dirigentes que servem por mandatos fixos com prazo
determinado;
 Obedecendo ao princípio da especialidade, seus atos não
podem ser revistos ou alterados pelo Poder Executivo, apenas
pelo Judiciário.
Assim sendo, ao contrário das demais autarquias e fundações, em
que seus dirigentes podem ser exonerados livremente pelo chefe do Poder
Executivo, os dirigentes das autarquias estão “blindados” contra
exonerações sem motivo justificado (esta só pode ocorrer com um processo
judicial transitado em julgado).

18
(Torres, 2007)

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Além disso, estes dirigentes já sabem que ficarão no cargo por um


tempo determinado (que varia de três anos no caso da ANVISA a cinco anos
no caso da ANATEL)19.
Seus dirigentes são escolhidos pelo Presidente da República e devem
ser aprovados em sabatina no Senado Federal. Quando seus mandatos são
encerrados, os ex-dirigentes devem cumprir uma quarentena antes de
poder atuar no mesmo ramo em que a agência de regulação funciona.
As primeiras agências reguladoras a serem criadas foram: a ANEEL
(energia elétrica) em 1996, a ANATEL (telecomunicações) em 1997 e a ANP
(setor do Petróleo) também em 1997.
Entretanto, não existe ainda uma “lei geral” das agências
reguladoras, pois cada uma tem certas peculiaridades. Apesar disso,
existem certas características comuns, como uma alta capacidade técnica
de especialização, serem instituídas como autarquias sob regime especial
e regularem um setor de atividade econômica ou um serviço público
específico.
Cabe aqui lembrar que, apesar das agências reguladoras serem
identificadas com o processo de privatização, a regulação não existe apenas
nas áreas em que existiu a desestatização.
Existem setores que não foram transferidos para a iniciativa privada
(como a área de Petróleo, por exemplo) que é regulada. Da mesma forma,
existem setores que nunca foram operados pelo Estado que sofrem
regulação (como o setor de “planos de saúde”) por estarem em áreas
sensíveis.
Além disso, existem setores da economia que são regulados por
entidades não enquadradas neste “modelo” de agências reguladoras, como
o mercado de capitais – regulado pela Comissão de Valores Mobiliários –
CVM.
Outro exemplo é o do Banco Central, que é o órgão regulador do
sistema financeiro nacional, bem como do CADE – Conselho Administrativo
de Defesa Econômica, que tem a função de orientar, fiscalizar, prevenir e
apurar abusos de poder econômico.

Agência Executiva

As agências executivas foram uma inovação trazida também pela


reforma gerencial de 1995. A ideia seria a de, através da celebração de um
contrato de gestão, fornecer maior autonomia e flexibilidade de gestão para

19
(Mazza, 2011)

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autarquias e fundações desde que se comprometessem com determinadas


metas e objetivos pactuados.
De acordo com a Lei 9.649/98, em seu artigo n°51:
“O Poder Executivo poderá qualificar como Agência
Executiva a autarquia ou fundação que tenha
cumprido os seguintes requisitos:
I – ter um plano estratégico de reestruturação e de
desenvolvimento institucional em andamento;
II – ter celebrado Contrato de Gestão com o
respectivo Ministério supervisor.”
Portanto, uma agência executiva é apenas uma qualificação
concedida à uma autarquia ou fundação já existente, que firme um contrato
de gestão possibilitando o aumento de sua autonomia gerencial,
20
orçamentária e financeira .
Entre as vantagens concedidas a estas agências, poderiam utilizar a
dispensa de licitação para compras de até 20% do valor máximo admitido
para a modalidade convite, ao invés de 10% para o resto da Administração
Pública.
Infelizmente, este modelo não evoluiu muito, pois como os benefícios
aos órgãos não ficaram muito claros e a falta de clareza dos objetivos a
serem atingidos não favoreceu sua disseminação na Administração Pública.
Dentre os casos de agências executivas, temos o INMETRO – Instituto
Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial. Veja abaixo
uma comparação entre as agências reguladoras e as agências executivas:

20
(Alexandrino & Paulo, 2009)

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Agências Executivas Agências Reguladoras


Visam operar atividades públicas

Visam o controle e fisca lização de
através da descentralização; setores privados;


Existem somente no âmbito

Existem em todas as esferas:
federa l; União, estados e municípios;


São órgãos e entes públicos

São autarquias com regime
qualificados como agências. especial.

Figura 3 • Diferenças entre agências executivas e reguladoras. Fonte: (Mazza, 2011)

Cabe lembrar que o artigo n°37 da Constituição Federa l abre a


possibilidade de um órgão da própria Adm inistração Pública assinar um
contrato de gestão e ser qua lificado como agência executiva .
De certa forma, seria uma situação "esquisita", pois o Poder Público
estaria assinando um "contrato" com si mesmo .

Conselhos Gestores de Políticas Públicas

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988 e a instituição


dos Conselhos Gestores, os partidos pol ít icos e o Poder Legislativo em geral
deixaram de ter o monopólio das decisões e formu lações das pol ít icas
públicas no Brasil.
Os Conselhos Gestores de Políticas Públicas estão inseridos neste
contexto de aprofundamento da democracia . Estes conselhos são arenas
em que o poder é partilhado entre o Estado e diversos grupos sociais
heterogêneos.
Este movimento de criação de "arenas" em que a participação da
sociedade seja mais levada em consideração também serve para aumentar
a accountability, no caso do tipo societal.
Esta accountability societal refere-se ao controle exercido pela
sociedade civi l, muitas vezes representada por ONGs, sindicatos e
associações. Estas instituições, em busca de denunciar abusos e
desmandos dos agentes públicos, além de propor mudanças em

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determinadas políticas públicas, exercem uma pressão legítima sobre a


Administração Pública.
Além disso, estas instituições buscam, com este tipo de pressão e de
denúncia, alertar os “canais normais” de controle, como o Ministério Público
e o Tribunal de Contas da União, por exemplo.
De acordo com Smulovitz e Peruzzotti21:
“um mecanismo de controle não-eleitoral, que
emprega ferramentas institucionais e não
institucionais (ações legais, participação em
instâncias de monitoramento, denúncias na mídia,
etc.) e que se baseia na ação de múltiplas
associações de cidadãos, movimentos, ou mídia,
objetivando expor erros e falhas do governo, trazer
novas questões para a agenda pública ou
influenciar decisões políticas a serem
implementadas pelos órgãos públicos.”
De acordo com Carneiro22, os Conselhos de Políticas Públicas, em que
o Estado e a sociedade participam de forma paritária, são exemplos desta
accountability societal, pois possibilitam a participação popular na
condução das políticas públicas e, portanto, no funcionamento do Estado.
De acordo com a autora:
“os conselhos apontam para uma nova forma de
atuação de instrumentos de accountability
societal, pela capacidade de colocar tópicos na
agenda pública, de controlar seu desenvolvimento
e de monitorar processos de implementação de
políticas e direitos, através de uma
institucionalidade híbrida, composta de
representantes do governo e da sociedade civil.”
Um dos aspectos importantes a ser destacado é o caráter paritário
dentro destes conselhos. A participação da sociedade com o mesmo
número de representantes do governo, em tese, força o debate das
políticas e as direciona ao encontro dos desejos da maioria da sociedade.
Desta maneira, estes conselhos agem como contraponto às práticas
clientelistas e patrimonialistas arraigadas em diversas regiões de nosso
país. De acordo com Raichelis23:
“Pela sua composição paritária entre
representantes da sociedade civil e do governo,

21
(Smulovitz e Peruzzotti, 2000) apud (Carneiro, 2006)
22
(Carneiro, 2006)
23
(Raichelis , 2000)

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pela natureza deliberativa de suas funções e


como mecanismo de controle social sobre as ações
estatais, pode-se considerar que os Conselhos
aparecem como um constructo institucional que se
opõe à histórica tendência clientelista,
patrimonialista e autoritária do Estado brasileiro”
Estes conselhos podem atuar nas áreas de: saúde, assistência social,
meio ambiente, cultura etc.
Para a autora, os principais elementos gerais dos conselhos seriam:
“Visibilidade social, no sentido de que as ações
dos sujeitos devem expressar-se com
transparência, não apenas para os diretamente
envolvidos, mas também para todos os implicados
nas decisões políticas. A visibilidade social supõe
publicidade e fidedignidade das informações que
orientam as deliberações nos espaços públicos de
representação;
Controle social, que implica o acesso aos
processos que informam decisões da sociedade
política, viabilizando a participação da sociedade
civil organizada na formulação e na revisão das
regras que conduzem as negociações e arbitragens
sobre os interesses em jogo, além da fiscalização
daquelas decisões, segundo critérios pactuados;
Representação de interesses coletivos, que
envolve a constituição de sujeitos políticos ativos,
que se apresentam na cena pública a partir da
qualificação de demandas coletivas, em relação às
quais exercem papel de mediadores;
Democratização, que remete à ampliação dos
fóruns de decisão política que, alargando os
condutos tradicionais de representação, permita
incorporar novos sujeitos sociais como portadores
de direitos legítimos. Implica a dialética entre
conflito e consenso, de modo que interesses
divergentes possam ser qualificados e
confrontados, derivando daí o embate público capaz
de gerar adesão em torno das posições
hegemônicas;
Cultura pública, que supõe o enfrentamento do
autoritarismo social e da cultura privatista de
apropriação do publico pelo privado, remetendo à
construção de mediações sociopolíticas dos

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interesses a serem reconhecidos, representados e


negociados na cena visível da esfera pública.”
Os conselhos estão, desta forma, dentro desta nova perspectiva de
relações entre o Estado e a sociedade. Muitos autores descrevem este
processo como publicização, ou seja, a inserção da sociedade na esfera
estatal, através da participação. De acordo com Teixeira24:
“Todo esse processo se insere num movimento
maior de constituição de uma esfera pública que
poderia ser melhor caracterizada como esfera
pública ampliada, uma vez que é uma extensão do
Estado até a sociedade através da representação
desta regida por critérios diferenciados da
representação parlamentar ou mesmo sindical.
Estamos entendendo esfera pública como espaço de
interação entre Estado e sociedade inserido nas
instituições estatais”
Os objetivos destes Conselhos Gestores são vários. Como exemplo,
podemos citar: a proposição de alternativas para as políticas públicas, a
criação de espaços de debate, o estabelecimento de mecanismos de
pactuação e a construção de instrumentos de controle social das ações
governamentais25.
As principais características dos Conselhos Gestores, de acordo com
Tonella26, são:

 Independência dos órgãos governamentais para o exercício de suas


atribuições;
 Competência para formular uma política pública, coordenar as ações
e fiscalizar a execução dessa política;
 Gestão de Fundos Públicos destinados a uma política setorial;
 Composição paritária entre representantes do poder público e da
sociedade.
Os conselhos são altamente institucionalizados, ao contrário dos
orçamentos participativos, que veremos a seguir. As atribuições dos
Conselhos Gestores são definidas por regras pré-estabelecidas27.
Vamos ver agora algumas questões?

24
(Teixeira, 2000) apud (Tonella, 2004)
25
(Raichelis , 2000)
26
(Tonella, 2004)
27
(Côrtes & Gugliano, 2010)

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2 – (FCC – TRT-RJ – ANALISTA – 2011) Após a Constituição de 1988,


vários conselhos de representação foram criados, cobrindo
diferentes setores da política social. Estes conselhos, com o papel
de mediação da relação entre a sociedade e o poder público, são
a) participativos e de caráter regulador.
b) representativos e de caráter consultivo.
c) paritários e de caráter deliberativo
d) paritários e de caráter consultivo
e) representativos e de caráter controlador

Os conselhos têm uma característica importante de paridade entre a


participação dos membros do Estado e da sociedade. Além disso, devem
ter um caráter deliberativo e não apenas consultivo. O gabarito é a letra C.

3 – (FCC – TJ-PI – ANALISTA – 2010) A melhoria da qualidade de


atendimento das políticas públicas, nos dias atuais, depende, em
parte, do desempenho dos seus conselhos gestores. O papel destes
conselhos consiste em
a) fazer análise diagnóstica sobre a realidade social e executar as
estratégias de gestão destinadas aos avanços da política social em
nível municipal.
b) estabelecer um sistema de controle sobre a rede de serviços não
governamental, definindo critérios para o seu registro e executar
as diretrizes para a política social a que estão vinculados, a partir
da definição do órgão gestor municipal.
c) fazer análise diagnóstica sobre a realidade social e executar as
diretrizes para a política social a que estão vinculados, a partir da
definição do órgão gestor municipal.
d) discutir estratégias de gestão, criar condições para estabelecer
um sistema de controle e deliberar sobre diretrizes das políticas
sociais públicas a que estão vinculados.
e) realizar ações, juntamente com o Poder Judiciário, para definir
estratégias de gestão das política locais, pois só assim os Conselhos
passam a ter caráter deliberativo.

De acordo com Tonella28, as principais características dos Conselhos


são:

28
(Tonella, 2004)

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 Independência dos órgãos governamentais para o exercício de suas


atribuições;
 Competência para formular uma política pública, coordenar as ações
e fiscalizar a execução dessa política;
 Gestão de Fundos Públicos destinados a uma política setorial;
 Composição paritária entre representantes do poder público e da
sociedade.
Vejam que a letra A diz que os conselhos gestores serão os
executores das políticas públicas (“executar as estratégias de gestão”). Eles
na verdade irão fiscalizar a execução, não executar diretamente. Deste
modo, a letra A está errada.
A letra B apresenta a mesma “pegadinha”, pois os conselhos irão
deliberar e definir as diretrizes, não executar as diretrizes para a política
social. O mesmo erro é também apontado na letra C, que está igualmente
equivocada.
Já a letra D está correta e é o nosso gabarito. Finalmente, os
conselhos não terão caráter deliberativo apenas com a intervenção do
Poder Judiciário, como a letra E descreve. O gabarito é mesmo a letra D.

Orçamento Participativo

Os Orçamentos Participativos foram introduzidos em nosso sistema


político através das experiências dos municípios de Porto Alegre (1989) e
Belo Horizonte (1993).
Estas experiências depois foram disseminadas por todo o país,
inclusive para o âmbito estadual29.
Como a Constituição Federal de 1988 definiu a elaboração das
propostas orçamentárias como uma competência exclusiva do Poder
Executivo, todos os processos relacionados com os orçamentos
participativos devem partir da iniciativa deste poder.
Deste modo, estes instrumentos dependem da vontade política dos
ocupantes do Poder Executivo para que possam funcionar de maneira
efetiva. Este é um limitador à continuidade e à estabilidade destes
instrumentos de participação.
Ou seja, um dos problemas associados ao orçamento participativo é
a dependência deste do Estado para que exista tanto uma infraestrutura
quanto regras necessárias para seu funcionamento.

29
(Côrtes & Gugliano, 2010)

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Em relação à participação popular, esta deveria ser aberta a todos os


eleitores de cada região. Entretanto, a participação tem ocorrido de modo
mais acentuado nas regiões mais carentes das cidades.
Normalmente, as decisões acerca dos recursos do orçamento
participativo concentram-se nas despesas de capital, ou seja, nas pequenas
obras e investimentos do Estado em setores específicos demandados pela
maioria da sociedade (como a construção de calçadas, a ampliação de
escolas etc.).
Em geral, existem duas instâncias de participação da sociedade no
orçamento participativo. Na primeira fase, em que a discussão é feita no
âmbito local, ocorre a participação direta da população em cada bairro ou
região. Estes indivíduos escolhem os projetos ou áreas que, imaginam,
serem mais necessários em seu local ou região.
Após este momento, são escolhidos representantes de cada bairro ou
região (os “delegados”) para uma segunda etapa de discussões. Neste
segundo instante, o orçamento será consolidado e os recursos e projetos
serão definidos e enviados para o Poder Executivo.
Vamos ver algumas questões agora?
4 - (FCC – TRE-AL – ANALISTA - 2010) Importante instrumento de
complementação da democracia representativa, que estimula o
exercício da cidadania, o compromisso da população com o bem
público e a cor-responsabilização entre governo e sociedade sobre
a gestão municipal:
a) Orçamento Social.
b) Orçamento Participativo.
c) Orçamento Democrático.
d) Orçamento Fiscal.
e) Orçamento Deliberativo.

Questão bem fácil, não é mesmo? Não fica difícil identificar a letra B
como a opção correta. O instrumento que complementa a democracia
representativa, dentre os citados, é o orçamento participativo. O gabarito
é mesmo a letra B.

5 - (ESAF – MPOG – APO - 2008) O Orçamento Participativo é um


processo educativo que, por meio de um formato institucional que
favorece o aprendizado da política como arena de alianças,
negociações, conflitos e barganhas, faz com que se chegue, a partir
de demandas particularistas e locais, a uma visão mais abrangente
dos problemas urbanos e das limitações governamentais.

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Este aprendizado popular é um dos resultados positivos da


experiência do orçamento participativo. De acordo com os debates
populares e as definições das prioridades e limitações de recursos, existe
um amadurecimento da cidadania e do conhecimento da sociedade em
relação ao funcionamento do Estado. O gabarito é questão correta.

Consórcios Públicos

Os consórcios públicos são associações entre os diversos entes


federativos para a gestão conjunta de políticas públicas. Muitos dos
problemas que a sociedade enfrenta não se limitam à um município ou
estado, por exemplo.
A criminalidade, a saúde pública, o saneamento, dentre outros, são
serviços públicos que, muitas vezes, são enfrentados de forma mais
eficiente quando todos os órgãos estão envolvidos na gestão.
A Constituição Federal de 1988 já previa esta cooperação entre a
União, os estados e os municípios. De acordo com a CF/88:
“Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios disciplinarão por meio de lei os
consórcios públicos e os convênios de
cooperação entre os entes federados, autorizando
a gestão associada de serviços públicos, bem como
a transferência total ou parcial de encargos,
serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade
dos serviços transferidos”.
Entretanto, somente em 2005 a Lei que disciplinaria este artigo
constitucional foi editada. A Lei 11.107/05 disciplinou o Consórcio Público,
definindo que estas entidades seriam pessoas jurídicas autônomas,
podendo ser de direito privado ou público.
Portanto, a Lei trouxe a possibilidade de escolha entre um consórcio
com natureza de direito privado e um consórcio com natureza de direito
público.
No caso de um consórcio de direito privado, esta seria uma entidade
sem fins lucrativos e seus funcionários seriam regidos pela CLT. De acordo
com Mazza30, este tipo de consórcio não integraria a Administração.

30
(Mazza, 2011)

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Já no caso dos consórcios de direito público (associações públicas),


estes seriam entidades transfederativas, ou seja, pertenceriam à
administração indireta de todos os entes participantes/consorciados.
Os consórcios públicos têm direito à certas regalias:

 Podem promover desapropriações e instituir servidões;


 Podem ser contratados pela Administração com dispensa de
licitação;
 Têm possibilidade de contratar diretamente (dispensa de
licitação), sendo o limite em dobro do valor normal.
Vamos ver mais questões agora?
6 - (FCC – TCM-BA / PROCURADOR - 2010) Os consórcios públicos
podem, para a consecução de seus objetivos,
a) firmar convênios, contratos e acordos de qualquer natureza,
vedado o recebimento de subvenções de outra entidade ou órgão
de governo.
b) efetuar desapropriações e instituir servidões, promovendo a
competente declaração de utilidade ou necessidade pública.
c) ser contratados pela Administração direta ou indireta dos entes
da Federação consorciados, dispensada a licitação.
d) arrecadar tarifas e outros preços públicos pela prestação de
serviços ou uso de bens públicos, não podendo, contudo, outorgar
concessão ou permissão para exploração de serviço público de
competência dos entes consorciados.
e) celebrar, após a sua constituição, protocolo de intenções
dispondo sobre sua finalidade, prazo de duração e identificação dos
entes da Federação consorciados.

Os consórcios públicos são entidades transfederativas, ou seja,


integram todos os entes federativos consorciados. De acordo com o Decreto
6.017/07, estes podem ser contratados pela Administração Direta ou
Indireta destes entes federados consorciados, sendo dispensada a licitação.
O gabarito é mesmo a letra C.

7 - (FCC – TCM-BA / PROCURADOR - 2011) As denominadas


entidades do terceiro setor caracterizam-se como pessoas jurídicas
a) privadas, sem fins lucrativos, que desempenham serviço não
exclusivo do Estado e que atuam em colaboração com este,
recebendo alguma espécie de incentivo do poder público.

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b) privadas, que atuam em caráter subsidiário ou complementar à


atuação estatal, mediante permissão ou concessão de serviço
público de interesse social.
c) híbridas, constituídas na forma do direito civil, como associações
ou fundações, porém com personalidade de direito público, que
desempenham serviço público de forma subsidiada pelo Estado.
d) de natureza comercial, que atuam mediante delegação do Estado
no desempenho de serviço público essencial.
e) públicas não integrantes da Administração indireta, que prestam
serviço público mediante vínculo de colaboração, na forma de
convênio ou contrato de gestão.

Questão bem tranquila da FCC. As entidades do terceiro setor


abrangem as entidades privadas, sem fins lucrativos, que exercem
atividades de interesse público, não exclusivas do Estado.
Estas entidades atuam em “parceria” com o Estado, recebendo
recursos deste para atingir seus objetivos. Assim, estas entidades não
integram a Administração. O gabarito é, assim, a letra A.

8 - (FCC – MPE-SE / ANALISTA - 2009) As denominadas


Organizações Sociais e as Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público - OSCIPs
a) são entidades privadas, cuja atuação é subsidiária à atuação
pública no fomento a atividades comerciais e industriais.
b) pertencem originalmente ao setor privado e, após receberem a
correspondente qualificação, passam a ser consideradas entidades
públicas.
c) integram a estrutura da Administração, como entidades
descentralizadas, atuando em setores essenciais, porém não
exclusivos do Estado, tal como saúde e educação.
d) são entidades do setor privado que, após receberem a
correspondente qualificação, passam a atuar em colaboração com
a Administração, podendo receber recursos orçamentários.
e) são entidades do setor privado, declaradas por lei como de
interesse público, que gozam de privilégios fiscais.

A primeira alternativa está errada, pois não é permitida às OSCIPs a


participação em atividades comerciais, ou seja, que tenham a finalidade de
lucro.

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A letra B também está equivocada, pois estas organizações, mesmo


depois de qualificadas, não passam a integrar o Estado. Ou seja, não se
tornam entidades públicas – continuam Pessoas Jurídicas de Direito
Privado.
O mesmo ocorre na Letra C, pois estas organizações não integram a
estrutura do Estado – são entes não estatais. Entretanto, a letra D está
correta. Estas organizações, após se qualificarem, passam a receber
recursos do Estado e atuam em parceria com este.
Por fim, a letra E também está errada, porque estas entidades não
gozam de privilégios fiscais. O gabarito, portanto, é mesmo a letra D.

9 - (FCC – TRT-PA / ANALISTA - 2010) Quando o Poder Público


estabelece parceria com Organizações Sociais, assim qualificadas,
sem fins lucrativos, para fomento e execução de atividades
relativas à área de proteção e preservação do meio ambiente, ele o
faz por meio de contrato de
a) mão de obra.
b) concessão.
c) permissão.
d) prestação de serviços.
e) gestão.

Questão bem fácil da FCC. Quando o Estado faz uma parceria com
uma Organização Social, deve formalizar esta parceria através de um
contrato de gestão. Já quando faz uma parceria com uma OSCIP, deve
formalizar com um termo de parceria. Deste modo, o gabarito é a letra E.

10 - (FCC – TRT-AL / ANALISTA - 2008) Quando celebram termo de


parceria com a Administração Pública, as Organizações da
Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIPs, como entidades do
terceiro setor,
a) passam a integrar a Administração Direta.
b) exercem atividade privada de interesse público.
c) transformam-se em empresas estatais.
d) exercem atividade de direito público.
e) não estão sujeitas a fiscalização por parte do Tribunal de Contas.

As entidades do terceiro setor não passam a integrar a Administração


Direta (nem a Indireta!). Deste modo, a letra A está errada. Já a letra B
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está perfeita. As entidades do terceiro setor são de privadas, mas buscam


realizar interesses públicos, sociais ou coletivos.
A letra C é absurda, pois estas entidades são privadas, mas não
buscam o lucro como as empresas. A letra D também está equivocada, pois
estas entidades são de Direito Privado.
Finalmente, a letra E está errada porque as entidades do terceiro
setor estão sim sujeitas à fiscalização do TCU sempre que receberem
recursos públicos. O gabarito é, assim, a letra B.

11 - (FCC – ISS-SP / ANALISTA - 2007) O modelo de Estado


subsidiário propugna a participação do setor público apenas nas
áreas onde a iniciativa privada mostre-se deficitária. Tal modelo dá
ênfase à atuação da Administração na função de fomento, podendo-
se citar como um de seus instrumentos as Organizações Sociais,
que
a) integram a estrutura da Administração, como entidades
descentralizadas, atuando em setores essenciais, porém não
exclusivos do Estado, tal como saúde e educação.
b) são entidades do setor privado que, após receberem a
correspondente qualificação, passam a atuar em colaboração com
a Administração, podendo receber recursos orçamentários.
c) pertencem originalmente ao setor privado e, após receberem a
correspondente qualificação, passam a ser consideradas entidades
públicas.
d) são entidades do setor privado, declaradas por lei como de
interesse público, que gozam de privilégios fiscais.
e) são entidades privadas, cuja atuação é subsidiária à atuação
pública no fomento a atividades comerciais e industriais.

As organizações sociais não integram a estrutura da Administração,


pois são entidades privadas. Com isso, a letra A está errada. Já a letra B
está correta e é o nosso gabarito.
A letra C está incorreta, pois estas entidades não se tornam públicas
com a qualificação. A letra D está errada porque as OS não gozam de
benefícios fiscais.
Finalmente, a letra E está errada porque estas entidades subsidiam o
Estado na oferta de serviços públicos, não nas atividades empresariais. O
gabarito é mesmo a letra B.

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Instrumentos de financiamento do setor público e Parcerias


Público-Privado (PPP)

As parcerias entre o setor público e o setor privado são uma tendência


atual, pois o Estado não tem, muitas vezes, os recursos financeiros e a
capacidade de gestão para prover serviços públicos ou gerenciar obras
complexas.
Estas parcerias (conhecidas como PPPs) foram inicialmente trazidas
para o nosso país através da Lei 11.079 de 2004 – a Lei das Parcerias
Público-Privadas.
Esta lei determinou que as parcerias público-privadas serão
contratos de prestação de serviço de médio e longo prazo - podem
variar de cinco a trinta e cinco anos de duração – firmados entre a
Administração Pública e entidades privadas.
Estes contratos não poderão ter seu valor inferior a vinte
milhões de Reais e também não poderão ter como objeto somente
o fornecimento de mão-de-obra, equipamentos ou execução de
obras públicas.
De acordo com a lei das PPPs31:
“Art. 2o Parceria público-privada é o contrato
administrativo de concessão, na modalidade
patrocinada ou administrativa.
§ 1o Concessão patrocinada é a concessão de
serviços públicos ou de obras públicas de que trata
a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando
envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos
usuários contraprestação pecuniária do parceiro
público ao parceiro privado.
§ 2o Concessão administrativa é o contrato de
prestação de serviços de que a Administração
Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda
que envolva execução de obra ou fornecimento e
instalação de bens.”
Dessa maneira, existem dois tipos de PPPs: a PPP administrativa e
a PPP patrocinada. No caso da primeira, o próprio setor público será o
usuário. Portanto, a remuneração da entidade privada virá exclusivamente
da Administração Pública. Lembre-se disso: Concessão administrativa é
paga pela Administração Pública. Assim você não esquece!

31
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil 03/ ato2004-2006/2004/lei/l11079.htm

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Já na concessão patrocinada, existe a possibi lidade de cobrança


de va lores através de tarifas públicas (como ocorre com os pedágios nas
estradas) . Portanto, a remuneração pode combinar a cobrança de tarifas
dos usuários com a contraprestação de valores pelo Estado .
Isto é interessante em empreendimentos que não seriam viáveis
economicamente através de concessões normais (como ocorre, por
exemplo, com estradas vicinais de baixa demanda) . Com isso, o Estado
consegue viabilizar a construção e gestão de uma rodovia vicinal, por
exemplo, sem necessitar executar diretamente o serviço.

• Usuário é a própria
ppp Administração Pública

Administrativa

• Usuário- população.
ppp • Combina remuneração
Patrocinada através de t arifas públicas e
contraprest ação do Est ado

Figura 4 • Características básicas dos mode los de PPPs

Para resguardar o Estado, a remuneração das entidades privadas nos


contratos de PPPs será fixada com base em padrões de desempenho e
somente será devida quando o serviço estiver efetivamente dispon íve l para
os usuários.
Desta maneira, a entidade ganhadora do contrato deverá ter
f inanciamento para iniciar a implementação das obras e estruturas
necessárias para a execução dos serviços contratados.
Em teoria, uma das grandes vantagens de uma concessão na
modalidade PPP seria uma maior eficiência que existiria com a montagem
de um "pacote" (com projeto, obras, operação, manutenção, etc.) que seria
consol idado em um único "parceiro" privado .
Este empreendedor poderia ter ganhos de custo e de escala, além de
uma melhor coordenação de todas as atividades dentro de uma só
organização . Além disso, existiriam ganhos de qua lidade na execução do
serviço, sem deixar de existir um planejamento estratégico da política
pública por parte do Estado .

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Desta forma, um dos pontos importantes que vocês devem entender


é que uma PPP não é uma concessão comum. A grande diferença é que
uma parceria público-privada contém uma contraprestação financeira
(pecuniária) do Estado. De acordo com a Lei 11.079/2004:
“Não constitui parceria público-privada a concessão
comum, assim entendida a concessão de serviços
públicos ou de obras públicas de que trata a Lei no
8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando não
envolver contraprestação pecuniária do parceiro
público ao parceiro privado.”
Ou seja, uma PPP é um instrumento que viabiliza serviços públicos e
empreendimentos que não seriam adequados a uma concessão normal.
Isto normalmente ocorre por que estes investimentos não podem ser
totalmente financiados através de tarifas públicas.
Uma parceria público-privada deverá sempre ser licitada na
modalidade concorrência e estará condicionada à autorização
prévia do Comitê Gestor das PPP - CGP, formado pelos Ministérios
do Planejamento, Orçamento e Gestão (coordenador), Fazenda e
Casa Civil, no caso da União.
Antes da celebração de um contrato de PPP, deverá ser constituída
sociedade de propósito específico, que será incumbida de implantar e gerir
o objeto licitado na parceria32.
Vamos ver agora algumas questões?
12 - (FCC - INFRAERO – ADVOGADO - 2011) Segundo a Lei nº
11.079/04, a contratação de parceria público-privada
a) será precedida de licitação na modalidade de concorrência.
b) será precedida de licitação na modalidade tomada de preços,
apenas.
c) será precedida de licitação na modalidade convite, apenas.
d) não será precedida de licitação pela incompatibilidade com o
setor privado.
e) será precedida de licitação na modalidade convite ou tomada de
preço.

De acordo com a Lei 11.079/04, a contratação de parceria público-


privada será precedida de licitação na modalidade de concorrência. Desta
maneira, o gabarito é mesmo a letra A.

32
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil 03/ ato2004-2006/2004/lei/l11079.htm

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13 - (FCC – DPE-SP – DEFENSOR - 2012) Nos termos da legislação


em vigor sobre as parcerias público-privadas, a modalidade de
concessão de serviços públicos ou obras públicas, que envolver,
adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, contraprestação
pecuniária do parceiro público ao parceiro privado, é denominada
concessão
a) comum.
b) administrativa.
c) ordinária.
d) tradicional.
e) patrocinada.

Existem dois tipos de Parceiras Público-Privada: a administrativa e a


patrocinada. Na PPP administrativa, o próprio Estado será o usuário e
pagará pelo serviço.
Já na PPP patrocinada, ocorre a cobrança de valores através de tarifas
públicas. Assim, a remuneração do parceiro privado pode combinar a
cobrança de tarifas dos usuários com a contraprestação de valores pelo
Estado. O gabarito é, portanto, a letra E.

14 - (FCC – DPE-MT – DEFENSOR - 2009) Considere as seguintes


assertivas, completando a frase inicial: "É vedada a celebração de
contrato de parceria público privada:
I. cujo valor do contrato seja inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte
milhões de reais)".
II. cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 (cinco)
anos".
III. que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra,
o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de
obra pública."
Nos termos da Lei nº 11.079/04, é correto o que se afirma em
a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) II e III, apenas.

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Todas as alternativas estão corretas. De acordo com a Lei


11.079/2004:
“É vedada a celebração de contrato de parceria
público-privada:
I - cujo valor do contrato seja inferior a R$
20.000.000,00 (vinte milhões de reais);
II - cujo período de prestação do serviço seja
inferior a 5 (cinco) anos; ou
III - que tenha como objeto único o fornecimento
de mão-de-obra, o fornecimento e instalação de
equipamentos ou a execução de obra pública.“
A banca simplesmente fez um “ctrl-c e ctrl-v” do normativo legal. O
gabarito é mesmo a letra A.

15 - (FCC – TCM-PA – TÉCNICO - 2010) Sobre a parceria público-


privada prevista na Lei nº 11.079/2004, é correto afirmar que
a) é permitida a celebração de contrato de parceria público-privada
que tenha como objeto único o fornecimento de mão de obra e o
fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra
pública.
b) dentre as diretrizes a serem observadas na contratação de
parceria público-privada, nada consta sobre responsabilidade fiscal
na celebração e execução das parcerias.
c) concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços
de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta,
salvo se envolver execução de obra ou fornecimento e instalação
de bens.
d) parceria público-privada é o contrato administrativo de
concessão, na modalidade patrocinada ou administrativa.
e) é vedada a celebração de contrato de parceria público-privada
cujo valor do contrato seja superior a R$ 50.000.000,00 (cinquenta
milhões de reais).

A letra A está errada, pois esta celebração de contrato é vedada. A


letra B também está equivocada porque uma das diretrizes deve ser a
responsabilidade fiscal na celebração e execução das parcerias.
A letra C está também errada. O texto legal diz:
“Concessão administrativa é o contrato de
prestação de serviços de que a Administração
Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda

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que envolva execução de obra ou fornecimento e


instalação de bens.“
Já a letra D está correta e é o nosso gabarito. Finalmente, a letra E
está errada porque a banca alterou o valor estipulado na Lei, que é de R$
20.000.000,00. Assim, o gabarito é mesmo a letra D.

Governança interna e externa

O conceito de governança tem evoluído para englobar alguns


aspectos anteriormente relacionados com o conceito de governabilidade.
Um destes aspectos seria o da coordenação e da abertura à cooperação
com os diversos atores sociais.
Esta governança incluiria a capacidade do governo de incluir e
agregar diversos interesses divergentes. Assim, a governança ultrapassaria
os aspectos operacionais (tradicionais neste conceito) para abarcar
também os aspectos políticos que garantem sustentação e legitimidade ao
governo.
A governança seria vista então como uma reforma do modo de
atuação do Estado, que passaria a fazer novas parcerias com outros
Estados, entes governamentais e com o terceiro setor (associações,
fundações, ONGs, etc.).
A melhoria dos serviços públicos e dos resultados das políticas
públicos passou a ser buscada através de uma atuação conjunta com estes
novos atores.
Este novo modelo está ligado à compreensão atual de que alguns
temas são complexos demais para serem resolvidos dentro das fronteiras
de um só Estado (como a criminalidade, por exemplo). Não adianta uma
ação eficiente de um ente se o outro não estiver envolvido.
Por outro lado, o Estado não seria capaz de atender bem aos
problemas específicos de cada comunidade local. Para que algumas
políticas sejam implementadas com sucesso, o Estado precisa atuar em
conjunto com organizações do terceiro setor, que são mais ágeis e
eficientes na oferta local destes serviços.
Já a governança interna incluiria os aspectos operacionais da gestão
da máquina estatal, com seus órgãos e recursos necessários para sua
atuação, de forma a poder prover a sociedade com serviços públicos.
Deste modo, apareceu esta ideia de governança interna e externa. O
Estado está relacionando-se constantemente com entes supranacionais
(outros entes nacionais ou organismos internacionais) e os entes que

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atuam de modo localizado e em demandas específicas, dentro do seu


território.
Esta legitimidade da ação governamental apareceria também
atrelada a uma maior transparência e responsividade do Estado, o que
chamamos de Accountability. As ações do Estado ficam mais claras para
que possam ser objeto de crítica e análise dos cidadãos.
Vamos ver uma questão?
16 - (ESAF – MPOG – APO - 2008) O debate sobre a governança
interna e externa refere-se a uma terceira geração de reformas do
Estado, na qual o foco recai sobre a melhoria dos resultados sociais
por meio da melhoria na prestação de serviços, mediante arranjos
envolvendo organizações governamentais e não-governamentais.

Perfeito. O conceito de governança interna e externa está relacionado


aos desafios modernos do Estado: como resolver problemas complexos (em
que necessita da ajuda de outros Estados) e estar presente em cada
comunidade (em que precisa da ajuda de entidades não governamentais,
como as do terceiro setor). O gabarito é, assim, questão certa.

Questões Extras

17 - (CESPE – MDS / ASSISTENTE - 2006) Modelos de gestão


participativa tensionam a forma de gestão burocrática e
demandam, para seu efetivo funcionamento, alterações na forma
de se dirigirem organizações públicas e de se gerenciarem seus
recursos e procedimentos.

Perfeito. Para que a população possa participar, a gestão burocrática


deve ser “reinventada”, ou seja, passar a construir arenas de debate com
a sociedade e prover muito mais informação para que a sociedade possa
influenciar o debate. O gabarito é questão correta.

18 - (CESPE – MDS / ASSISTENTE - 2006) A transparência, o


controle democrático, a representação de interesses coletivos, a
ampliação dos fóruns de decisão política, o enfrentamento da
cultura autoritária e a superação da cultura assistencial constituem
elementos essenciais para a efetivação das potencialidades dos
conselhos.

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Perfeito. Estas características são importantes para que os conselhos


possam exercer sua função primordial: a de aprofundar a participação
popular em nossa democracia.
Apenas a criação de um conselho, por si só, não leva a nada se não
existirem condições mínimas de cidadania, transparência e informação. O
gabarito é questão correta.

19 - (CESPE - TCU / ACE - 2008) Entre as maiores restrições


apontadas em relação ao chamado orçamento participativo,
destacam-se a pouca legitimidade, haja vista a perda de
participação do Poder Legislativo, e a maior flexibilidade na
programação dos investimentos.

A questão está incorreta, pois o orçamento participativo tem muita


legitimidade. Este é “montado” tendo como base todo um processo de
participação da população na definição de prioridades.
Por isso, a programação da execução deste orçamento deve ser
seguida, sempre que possível, à risca, pois deriva das escolhas da própria
sociedade. O gabarito é questão errada.

20 - (CESPE - TCU / ACE - 2009) O Estado, quando celebra termo


de parceria com organizações da sociedade civil de interesse
público (OSCIPs), abre mão de serviço público, transferindo-o à
iniciativa privada.

Quando o Estado transfere um serviço público para uma OSCIP, não


transfere a titularidade do serviço público. O que ocorre é a transferência
da execução do serviço, mas a titularidade continua nas mãos da
Administração Pública.
Só existe uma transferência de titularidade do serviço público quando
a Administração faz uma descentralização por outorga. Neste caso a
titularidade é repassada para uma entidade da Administração Indireta (e
não da iniciativa privada). Desta maneira, o gabarito é questão errada.

21 - (CESPE - ANATEL / ANALISTA - 2006) As organizações sociais


podem receber legalmente recursos orçamentários e bens públicos
necessários ao cumprimento do contrato de gestão.

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Perfeito. As Organizações Sociais podem sim receber recursos,


materiais e até servidores públicos para o funcionamento das OSs.
Cabe lembrar que este modelo foi criado com a intenção de
transformar certas autarquias e fundações em organizações não estatais.
Como estas instituições já existiam, teriam de “levar” seus bens na
transição.
Esta transformação seria muito difícil ocorrer sem esta ajuda inicial
do setor público. Portanto, o gabarito é questão correta.

22 - (CESPE - ANATEL / ANALISTA - 2006) Segundo o plano diretor


da reforma do aparelho do Estado, o terceiro setor é entendido
como aquele de atuação simultânea do Estado e da sociedade civil
na execução de atividades de interesse público ou social não-
exclusivas do Estado. São entidades do terceiro setor, por exemplo,
as autarquias qualificadas como agências executivas, por meio de
contrato de gestão, após o qual estão autorizadas a executar
atividades mais eficientes de interesse público.

Entidades do terceiro setor são aquelas que nem são enquadradas


como parte do Estado nem podem ser consideradas como parte do
“mercado”. Estas podem ser as Organizações Sociais ou as Organizações
da Sociedade Civil de Interesse Público.
Uma agência executiva é apenas uma autarquia ou fundação que
firmou um contrato de gestão (como objetivos pactuados em troca de maior
autonomia). Ou seja, continua fazendo “parte” do Estado, não deixa de ser
um ente estatal. Desta maneira, o gabarito é questão errada.

23 - (CESPE – TJ-DF / ANALISTA - 2008) O uso indiscriminado da


expressão terceiro setor acabou por tornar o conceito
demasiadamente abrangente, fazendo que nele se possam
enquadrar todos os modelos de entidades que não se incluam no
conceito do primeiro setor, o Estado, e do segundo setor, o
mercado.

O conceito de terceiro setor é o que os especialistas chamam de


conceito “guarda-chuva”, ou seja, acaba englobando diversos significados.
Tudo o que não se pode enquadrar como mercado ou Estado acaba sendo
qualificado como terceiro setor.
Portanto, tanto as ONGs quanto as Organizações Sociais são
classificadas, por exemplo, como entidades do terceiro setor. O gabarito é
questão correta.

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24 - (ESAF - CGU / AFC - 2008) No âmbito da Reforma do Aparelho


do Estado de 1995, foram previstas instituições privadas, sem fins
lucrativos com finalidade pública. A qualificação de uma
organização por meio de Termo de Parceria, por sua iniciativa,
visando ao fortalecimento da esfera pública não estatal e o
aumento do estoque de capital social são características inerentes
a...................Escolha a opção correta.
a) Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.
b) Organizações não-Governamentais.
c) Organizações Sociais.
d) Organizações Sociais de Classe.
e) Organizações a Serviço do Interesse Público.

As entidades do terceiro setor que firmam Termos de Parceria com a


Administração Pública são as Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público – OSCIPs.
Estas entidades atuam em parceira com o Poder Público em
atividades não exclusivas do Estado. Desta maneira, o gabarito é a letra A.

25 - (CESPE – TJ-DF / ANALISTA - 2008) Embora seja possível


identificar dissenso na doutrina acerca das características das
entidades do terceiro setor, são comumente apontadas como
diferenciais das entidades que o compõem a natureza privada, a
ausência de finalidade lucrativa, a auto-administração, a
institucionalização e o fato de serem voluntárias.

A questão aborda o fato de que estas organizações do terceiro setor


são muito diversas. Entretanto, são realmente de caráter privado, não tem
fins lucrativos, são independentes em sua administração e exercem suas
atividades por iniciativa própria, ou seja, são voluntárias.
O gabarito é mesmo questão correta.

26 - (CESPE – TJ-DF / ANALISTA - 2008) Ao termo publicização do


terceiro setor podem ser atribuídos pelo menos dois sentidos. Um
é o que se refere à prestação de serviços de interesse público por
entidades componentes do terceiro setor, com o apoio do Estado. O
segundo refere-se à transformação de entidades públicas em
entidades privadas sem fins lucrativos.

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O termo publicização se relaciona com a transferência de atividades


não exclusivas do Estado para organizações privadas sem fins lucrativos,
os entes não estatais.
Além disso, o modelo das organizações sociais (as OSs) foi pensado
tendo como objetivo a transformação de entidades da Administração
Indireta nestas organizações privadas. Apesar disso, como este modelo das
OS foi muito criticado e está sendo julgado no STF, acabou gerando uma
insegurança jurídica muito grande, “abrindo” espaço para o crescimento do
modelo das OSCIPs.
Assim sendo, o gabarito é questão correta.

27 - (CESPE – IBRAM / ADVOGADO - 2009) Se determinada


associação, com natureza de pessoa jurídica privada, sem fim
lucrativo, que tinha por objeto a proteção e a preservação do meio
ambiente, firme contrato de gestão com o poder público, por meio
do qual passe a ser qualificada como organização social, então, com
essa qualificação, ela poderá celebrar contratos de prestação de
serviços com o poder público, para desempenhar as atividades
contempladas no contrato de gestão, sem que haja necessidade de
prévia licitação.

Exato. No caso das Organizações Sociais, estas podem ser


contratadas diretamente pela Administração Pública para executar as
atividades dispostas no contrato de gestão firmado. O gabarito é questão
correta.

28 - (ESAF - SEFAZ-RJ – AUDITOR - 2010) Sobre a Parceria Público-


Privada (PPP), assinale a opção correta.
a) São modalidades de PPP a concessão patrocinada e a concessão
de uso.
b) É possível que o objeto do contrato de PPP seja atividade
regulatória.
c) A modalidade de licitação para a PPP é a concorrência, não se
admitindo, portanto, a realização de lances em viva voz no processo
licitatório.
d) O prazo de vigência do contrato de PPP pode ser de até quarenta
anos.
e) Antes da celebração do contrato de PPP, deverá ser constituída
sociedade de propósito específico, incumbida de implantar e gerir
o objeto da parceria.

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A primeira alternativa está incorreta, pois as modalidades de PPPs


são: concessão patrocinada e concessão administrativa. No caso da letra
B, uma PPP nunca poderia ter como objeto uma atividade regulatória
porque estas atividades são exclusivas do Estado.
A letra C está incorreta, pois de acordo com a Lei das PPPs,
“Art. 12. O certame para a contratação de parcerias
público privadas obedecerá ao procedimento
previsto na legislação vigente sobre licitações e
contratos administrativos e também ao seguinte:
III – o edital definirá a forma de apresentação das
propostas econômicas, admitindo-se:
a) propostas escritas em envelopes lacrados; ou
b) propostas escritas, seguidas de lances em
viva voz;”
A alternativa D também é equivocada porque o prazo, de acordo com
a mesma lei, deve ser de cinco a trinta e cinco anos de duração. Finalmente,
a letra E está correta e é o nosso gabarito.

29 - (ESAF – STN – AFC - 2005) A inovação na prestação de serviços


públicos no Brasil é a recente legislação sobre PPP – parceria
público-privada. Por essa norma, entende-se por concessão
patrocinada:
a) a concessão de serviços públicos ou de obras públicas, de que
trata a Lei nº 8.987/95, quando envolver, adicionalmente à tarifa
cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro
público ao parceiro privado.
b) o contrato de prestação de serviços de que a Administração
Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva
execução de obra ou fornecimento ou instalação de bens.
c) a concessão comum, abrangida pela Lei nº 8.987/95, que não
envolve a contraprestação pecuniária do parceiro público ao
parceiro privado.
d) a concessão de serviços ou de obras públicas, regidas pela Lei nº
8.987/95, quando envolver, adicionalmente ao recebimento da
tarifa cobrada pelo usuário, o pagamento de contraprestação do
parceiro privado ao parceiro público.
e) o contrato de prestação de serviços ou de obras públicas, nos
quais o parceiro privado é patrocinado por um terceiro, entidade
financeira, nacional ou internacional, com responsabilidade de
pagamento pelo parceiro público.

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Uma PPP na modalidade “concessão patrocinada” é aquela em que o


usuário é a população. Com isso, a remuneração da entidade privada é um
somatório de tarifas públicas com contraprestação do Estado.
Dessa maneira, a letra A está perfeita e é o gabarito da banca. A letra
B se refere à modalidade administrativa e está incorreta. Já a letra C está
errada porque uma PPP não é uma concessão comum.
A letra D está também incorreta, pois a contraprestação é do Estado,
e não do ente privado. Finalmente, a letra E está equivocada, pois não
existe este “terceiro” patrocinador. O gabarito é, assim, a letra A mesmo.

30 - (ESAF – CGU – AFC - 2006) Sobre as parcerias público-privado


(PPP), todas as opções abaixo são verdadeiras, exceto:
a) As PPP admitem complementação de receitas por parte do setor
público, de maneira a viabilizar o empreendimento a ser
contratado.
b) Embora o governo delegue ao setor privado os aspectos
mercantis do empreendimento contratado mediante PPP, mantém
suas prerrogativas de planejamento, monitoramento e
regulamentação.
c) As PPP podem ter como objetivo único tanto o fornecimento de
equipamentos como de mão-de-obra, ou ainda a execução de obras
públicas.
d) Nas PPP a alocação dos riscos é definida contratualmente entre
a administração e os entes privados.
e) A lei das PPP é o regime predominante para as concessões
administrativas, nas quais o usuário da prestação de serviço é a
própria administração pública.

A banca está pedindo a alternativa incorreta nesta questão. E a opção


incorreta é a letra C. As PPPs não podem, de acordo com a Lei 11.079, ter
como único objeto o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e
instalação de equipamentos ou a execução de obra pública.
As demais alternativas estão todas corretas. Assim, o gabarito é
mesmo a letra C.

31 - (ESAF – MPOG – APO - 2010) Acerca da contratualização de


resultados, pela administração pública, é correto afirmar:
a) segundo alguns doutrinadores do Direito Administrativo, o
Contrato de Gestão não seria o termo adequado para a pactuação
entre órgãos da administração direta.

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b) como área temática, a contratualização de resultados tem por


objetivo maior a redução das amarras burocráticas impostas à
administração direta.
c) o Contrato de Gestão, quando firmado com OSCIPs, prescinde do
estabelecimento de padrões de desempenho.
d) a contratualização de resultados nada mais é que um dos
processos de terceirização preconizados pelo Plano Diretor da
Reforma do Aparelho do Estado, de 1995.
e) o Termo de Parceria, quando firmado com Organizações Sociais,
obriga ao estabelecimento de padrões de desempenho.

A letra A está correta. De acordo com diversos doutrinadores do


Direito Administrativo, os órgãos públicos, por não terem personalidade
jurídica própria, não poderiam firmar contratos de gestão com os
ministérios a que são subordinados.
Já a letra B está errada, pois o principal objetivo da contratualização
não é a redução das “amarras burocráticas”, mas sim um maior
desempenho (resultados) da Administração Pública e dos serviços
prestados em parceria com o Estado.
A letra C apresenta uma “pegadinha” comum, que é confundir as
OSs (que firmam contratos de gestão) e as OSCIPs (que firmam termos de
parceria). Além disso, nenhum instrumento de contratualização prescinde
de padrões de desempenho.
A letra D também está errada porque a contratualização não tem
relação com a terceirização. Este instrumento é inclusive utilizado entre
órgãos públicos, sem a presença de entidades privadas.
Finalmente, a letra E também trouxe a famosa “pegadinha” citada na
letra C e está equivocada. O gabarito é mesmo a letra A.

32 - (ESAF – CGU – AFC - 2006) Devido às limitações impostas pela


crise fiscal, muitos governos procuraram criar vias alternativas
para viabilizar projetos de infraestrutura e de provisão de serviços,
como as parcerias público-privado (PPP). Sobre tal assunto, analise
os enunciados abaixo e depois marque a resposta certa.
1- A parceria público-privado consiste em uma substituição da
lógica da aquisição de ativos para uma outra, de compra de
serviços, o que acarreta alterações fundamentais na estrutura de
incentivo dos contratos.
2- Ainda que a lei brasileira enquadre as parcerias público-privado
como uma forma de concessão, elas se diferenciam das concessões
tradicionais devido à fonte de remuneração do parceiro privado.

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3- Nos contratos de parceria público-privado a eficiência resulta da


possibilidade de dispersar entre vários agentes, a elaboração de
projeto, construção e operação de infraestrutura, incentivando a
otimização de custos e a melhor qualidade na prestação do serviço,
sem prejuízo da dimensão estratégica do planejamento da política
pública.
4- As parcerias público-privado representam a oportunidade de
superação definitiva da restrição fiscal ao financiamento dos
investimentos públicos em infraestrutura e provisão de serviços.
a) Apenas os enunciados 1,3 e 4 estão corretos.
b) Apenas os enunciados 2, 3 e 4 estão corretos.
c) Apenas os enunciados 3 e 4 estão corretos.
d) Apenas os enunciados 1 e 2 estão corretos.
e) Apenas os enunciados 1 e 3 estão corretos.

A primeira frase está correta. O objetivo do governo ao lançar a lei


foi exatamente o de não incluir somente as obras no “pacote” de uma PPP.
Assim, sairia o foco da compra de ativos (estradas, pontes, prédios, etc.)
para a preocupação em comprar o serviço “completo” (ex: a construção da
estrada e sua manutenção).
A segunda frase também é perfeita. As PPPs realmente não são um
tipo de concessão comum, pois existe uma contrapartida do Estado para
viabilizar o investimento privado.
Já a terceira frase está errada. O ganho de eficiência de uma PPP
deriva não da dispersão do contrato em vários agentes, mas exatamente
do contrário – a centralização em um único ator.
A quarta frase também está incorreta. As PPPs podem auxiliar o
Estado na restrição fiscal (ou seja, na falta de recursos para investimento),
mas nunca serão um instrumento que possibilite superar totalmente essa
restrição. O gabarito é, assim, a letra D.

33 - (ESAF – MPOG – ADMINISTRADOR - 2006) Segundo a Lei n.


11.079, de 2004, o contrato que envolve, adicionalmente,
contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado
é uma modalidade de
a) cessão patrocinada e concessão administrativa.
b) concessão administrativa.
c) cessão patrocinada.
d) concessão patrocinada e cessão administrativa.

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e) concessão patrocinada.

Esta questão da ESAF é bem tranquila. Esta classificação é bem fácil


de lembrar na hora da prova. Existem dois tipos de PPPs: a concessão
administrativa e a concessão patrocinada.
A concessão administrativa é remunerada apenas pela
Administração Pública. Assim, concessão administrativa é feita tendo
como único “cliente” o próprio Estado.
Já a concessão patrocinada é feita com o objetivo de atender a
população diretamente. Assim, a remuneração do ente privado é uma soma
de tarifas públicas cobradas dos usuários (como o pedágio de uma estrada)
e de contraprestações do Estado. Desta maneira, o gabarito é a letra E.

34 - (CESPE – INSS – ANALISTA - 2007) Quando as autoridades


realizam consultas sobre um determinado assunto a grupos
determinados, ocorre a denominada pseudoparticipação.

Esta questão refere-se à descrição de Pateman sobre os tipos de


participação, que são: pseudoparticipação, participação social e a
participação plena.
Quando as autoridades apresentam questões aos cidadãos para que
endossem ou não as decisões previamente tomadas, estão funcionando em
um contexto de pseudoparticipação, de acordo com a autora. Portanto, a
questão está correta.

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Lista de Questões Trabalhadas na Aula.

1 - (FCC – PGE-RJ / TÉCNICO - 2009) Sujeitos e organizações privadas que


se comprometem com a realização de interesses coletivos e a proteção de
valores supraindividuais, mediante contratos de gestão, integram
a) o terceiro setor.
b) as fundações públicas.
c) as empresas públicas.
d) o primeiro setor.
e) o segundo setor.

2 – (FCC – TRT-RJ – ANALISTA – 2011) Após a Constituição de 1988, vários


conselhos de representação foram criados, cobrindo diferentes setores da
política social. Estes conselhos, com o papel de mediação da relação entre
a sociedade e o poder público, são
a) participativos e de caráter regulador.
b) representativos e de caráter consultivo.
c) paritários e de caráter deliberativo
d) paritários e de caráter consultivo
e) representativos e de caráter controlador

3 – (FCC – TJ-PI – ANALISTA – 2010) A melhoria da qualidade de


atendimento das políticas públicas, nos dias atuais, depende, em parte, do
desempenho dos seus conselhos gestores. O papel destes conselhos
consiste em
a) fazer análise diagnóstica sobre a realidade social e executar as
estratégias de gestão destinadas aos avanços da política social em nível
municipal.
b) estabelecer um sistema de controle sobre a rede de serviços não
governamental, definindo critérios para o seu registro e executar as
diretrizes para a política social a que estão vinculados, a partir da definição
do órgão gestor municipal.
c) fazer análise diagnóstica sobre a realidade social e executar as diretrizes
para a política social a que estão vinculados, a partir da definição do órgão
gestor municipal.
d) discutir estratégias de gestão, criar condições para estabelecer um
sistema de controle e deliberar sobre diretrizes das políticas sociais públicas
a que estão vinculados.

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e) realizar ações, juntamente com o Poder Judiciário, para definir


estratégias de gestão das política locais, pois só assim os Conselhos passam
a ter caráter deliberativo.

4 - (FCC – TRE-AL – ANALISTA - 2010) Importante instrumento de


complementação da democracia representativa, que estimula o exercício
da cidadania, o compromisso da população com o bem público e a cor-
responsabilização entre governo e sociedade sobre a gestão municipal:
a) Orçamento Social.
b) Orçamento Participativo.
c) Orçamento Democrático.
d) Orçamento Fiscal.
e) Orçamento Deliberativo.

5 - (ESAF – MPOG – APO - 2008) O Orçamento Participativo é um processo


educativo que, por meio de um formato institucional que favorece o
aprendizado da política como arena de alianças, negociações, conflitos e
barganhas, faz com que se chegue, a partir de demandas particularistas e
locais, a uma visão mais abrangente dos problemas urbanos e das
limitações governamentais.

6 - (FCC – TCM-BA / PROCURADOR - 2010) Os consórcios públicos podem,


para a consecução de seus objetivos,
a) firmar convênios, contratos e acordos de qualquer natureza, vedado o
recebimento de subvenções de outra entidade ou órgão de governo.
b) efetuar desapropriações e instituir servidões, promovendo a competente
declaração de utilidade ou necessidade pública.
c) ser contratados pela Administração direta ou indireta dos entes da
Federação consorciados, dispensada a licitação.
d) arrecadar tarifas e outros preços públicos pela prestação de serviços ou
uso de bens públicos, não podendo, contudo, outorgar concessão ou
permissão para exploração de serviço público de competência dos entes
consorciados.
e) celebrar, após a sua constituição, protocolo de intenções dispondo sobre
sua finalidade, prazo de duração e identificação dos entes da Federação
consorciados.

7 - (FCC – TCM-BA / PROCURADOR - 2011) As denominadas entidades do


terceiro setor caracterizam-se como pessoas jurídicas

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a) privadas, sem fins lucrativos, que desempenham serviço não exclusivo


do Estado e que atuam em colaboração com este, recebendo alguma
espécie de incentivo do poder público.
b) privadas, que atuam em caráter subsidiário ou complementar à atuação
estatal, mediante permissão ou concessão de serviço público de interesse
social.
c) híbridas, constituídas na forma do direito civil, como associações ou
fundações, porém com personalidade de direito público, que desempenham
serviço público de forma subsidiada pelo Estado.
d) de natureza comercial, que atuam mediante delegação do Estado no
desempenho de serviço público essencial.
e) públicas não integrantes da Administração indireta, que prestam serviço
público mediante vínculo de colaboração, na forma de convênio ou contrato
de gestão.

8 - (FCC – MPE-SE / ANALISTA - 2009) As denominadas Organizações


Sociais e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIPs
a) são entidades privadas, cuja atuação é subsidiária à atuação pública no
fomento a atividades comerciais e industriais.
b) pertencem originalmente ao setor privado e, após receberem a
correspondente qualificação, passam a ser consideradas entidades
públicas.
c) integram a estrutura da Administração, como entidades
descentralizadas, atuando em setores essenciais, porém não exclusivos do
Estado, tal como saúde e educação.
d) são entidades do setor privado que, após receberem a correspondente
qualificação, passam a atuar em colaboração com a Administração,
podendo receber recursos orçamentários.
e) são entidades do setor privado, declaradas por lei como de interesse
público, que gozam de privilégios fiscais.

9 - (FCC – TRT-PA / ANALISTA - 2010) Quando o Poder Público estabelece


parceria com Organizações Sociais, assim qualificadas, sem fins lucrativos,
para fomento e execução de atividades relativas à área de proteção e
preservação do meio ambiente, ele o faz por meio de contrato de
a) mão de obra.
b) concessão.
c) permissão.
d) prestação de serviços.

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e) gestão.

10 - (FCC – TRT-AL / ANALISTA - 2008) Quando celebram termo de parceria


com a Administração Pública, as Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público - OSCIPs, como entidades do terceiro setor,
a) passam a integrar a Administração Direta.
b) exercem atividade privada de interesse público.
c) transformam-se em empresas estatais.
d) exercem atividade de direito público.
e) não estão sujeitas a fiscalização por parte do Tribunal de Contas.

11 - (FCC – ISS-SP / ANALISTA - 2007) O modelo de Estado subsidiário


propugna a participação do setor público apenas nas áreas onde a iniciativa
privada mostre-se deficitária. Tal modelo dá ênfase à atuação da
Administração na função de fomento, podendo-se citar como um de seus
instrumentos as Organizações Sociais, que
a) integram a estrutura da Administração, como entidades
descentralizadas, atuando em setores essenciais, porém não exclusivos do
Estado, tal como saúde e educação.
b) são entidades do setor privado que, após receberem a correspondente
qualificação, passam a atuar em colaboração com a Administração,
podendo receber recursos orçamentários.
c) pertencem originalmente ao setor privado e, após receberem a
correspondente qualificação, passam a ser consideradas entidades
públicas.
d) são entidades do setor privado, declaradas por lei como de interesse
público, que gozam de privilégios fiscais.
e) são entidades privadas, cuja atuação é subsidiária à atuação pública no
fomento a atividades comerciais e industriais.

12 - (FCC - INFRAERO – ADVOGADO - 2011) Segundo a Lei nº 11.079/04,


a contratação de parceria público-privada
a) será precedida de licitação na modalidade de concorrência.
b) será precedida de licitação na modalidade tomada de preços, apenas.
c) será precedida de licitação na modalidade convite, apenas.
d) não será precedida de licitação pela incompatibilidade com o setor
privado.
e) será precedida de licitação na modalidade convite ou tomada de preço.

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13 - (FCC – DPE-SP – DEFENSOR - 2012) Nos termos da legislação em


vigor sobre as parcerias público-privadas, a modalidade de concessão de
serviços públicos ou obras públicas, que envolver, adicionalmente à tarifa
cobrada dos usuários, contraprestação pecuniária do parceiro público ao
parceiro privado, é denominada concessão
a) comum.
b) administrativa.
c) ordinária.
d) tradicional.
e) patrocinada.

14 - (FCC – DPE-MT – DEFENSOR - 2009) Considere as seguintes


assertivas, completando a frase inicial: "É vedada a celebração de contrato
de parceria público privada:
I. cujo valor do contrato seja inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de
reais)".
II. cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 (cinco) anos".
III. que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o
fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública."
Nos termos da Lei nº 11.079/04, é correto o que se afirma em
a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) II e III, apenas.

15 - (FCC – TCM-PA – TÉCNICO - 2010) Sobre a parceria público-privada


prevista na Lei nº 11.079/2004, é correto afirmar que
a) é permitida a celebração de contrato de parceria público-privada que
tenha como objeto único o fornecimento de mão de obra e o fornecimento
e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública.
b) dentre as diretrizes a serem observadas na contratação de parceria
público-privada, nada consta sobre responsabilidade fiscal na celebração e
execução das parcerias.
c) concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a
Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, salvo se envolver
execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.

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d) parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na


modalidade patrocinada ou administrativa.
e) é vedada a celebração de contrato de parceria público-privada cujo valor
do contrato seja superior a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais).

16 - (ESAF – MPOG – APO - 2008) O debate sobre a governança interna e


externa refere-se a uma terceira geração de reformas do Estado, na qual o
foco recai sobre a melhoria dos resultados sociais por meio da melhoria na
prestação de serviços, mediante arranjos envolvendo organizações
governamentais e não-governamentais.

17 - (CESPE – MDS / ASSISTENTE - 2006) Modelos de gestão participativa


tensionam a forma de gestão burocrática e demandam, para seu efetivo
funcionamento, alterações na forma de se dirigirem organizações públicas
e de se gerenciarem seus recursos e procedimentos.

18 - (CESPE – MDS / ASSISTENTE - 2006) A transparência, o controle


democrático, a representação de interesses coletivos, a ampliação dos
fóruns de decisão política, o enfrentamento da cultura autoritária e a
superação da cultura assistencial constituem elementos essenciais para a
efetivação das potencialidades dos conselhos.

19 - (CESPE - TCU / ACE - 2008) Entre as maiores restrições apontadas em


relação ao chamado orçamento participativo, destacam-se a pouca
legitimidade, haja vista a perda de participação do Poder Legislativo, e a
maior flexibilidade na programação dos investimentos.

20 - (CESPE - TCU / ACE - 2009) O Estado, quando celebra termo de


parceria com organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIPs),
abre mão de serviço público, transferindo-o à iniciativa privada.

21 - (CESPE - ANATEL / ANALISTA - 2006) As organizações sociais podem


receber legalmente recursos orçamentários e bens públicos necessários ao
cumprimento do contrato de gestão.

22 - (CESPE - ANATEL / ANALISTA - 2006) Segundo o plano diretor da


reforma do aparelho do Estado, o terceiro setor é entendido como aquele
de atuação simultânea do Estado e da sociedade civil na execução de
atividades de interesse público ou social não-exclusivas do Estado. São
entidades do terceiro setor, por exemplo, as autarquias qualificadas como

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agências executivas, por meio de contrato de gestão, após o qual estão


autorizadas a executar atividades mais eficientes de interesse público.

23 - (CESPE – TJ-DF / ANALISTA - 2008) O uso indiscriminado da expressão


terceiro setor acabou por tornar o conceito demasiadamente abrangente,
fazendo que nele se possam enquadrar todos os modelos de entidades que
não se incluam no conceito do primeiro setor, o Estado, e do segundo setor,
o mercado.

24 - (ESAF - CGU / AFC - 2008) No âmbito da Reforma do Aparelho do


Estado de 1995, foram previstas instituições privadas, sem fins lucrativos
com finalidade pública. A qualificação de uma organização por meio de
Termo de Parceria, por sua iniciativa, visando ao fortalecimento da esfera
pública não estatal e o aumento do estoque de capital social são
características inerentes a...................Escolha a opção correta.
a) Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.
b) Organizações não-Governamentais.
c) Organizações Sociais.
d) Organizações Sociais de Classe.
e) Organizações a Serviço do Interesse Público.

25 - (CESPE – TJ-DF / ANALISTA - 2008) Embora seja possível identificar


dissenso na doutrina acerca das características das entidades do terceiro
setor, são comumente apontadas como diferenciais das entidades que o
compõem a natureza privada, a ausência de finalidade lucrativa, a auto-
administração, a institucionalização e o fato de serem voluntárias.

26 - (CESPE – TJ-DF / ANALISTA - 2008) Ao termo publicização do terceiro


setor podem ser atribuídos pelo menos dois sentidos. Um é o que se refere
à prestação de serviços de interesse público por entidades componentes do
terceiro setor, com o apoio do Estado. O segundo refere-se à transformação
de entidades públicas em entidades privadas sem fins lucrativos.

27 - (CESPE – IBRAM / ADVOGADO - 2009) Se determinada associação,


com natureza de pessoa jurídica privada, sem fim lucrativo, que tinha por
objeto a proteção e a preservação do meio ambiente, firme contrato de
gestão com o poder público, por meio do qual passe a ser qualificada como
organização social, então, com essa qualificação, ela poderá celebrar
contratos de prestação de serviços com o poder público, para desempenhar
as atividades contempladas no contrato de gestão, sem que haja
necessidade de prévia licitação.

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28 - (ESAF - SEFAZ-RJ – AUDITOR - 2010) Sobre a Parceria Público-Privada


(PPP), assinale a opção correta.
a) São modalidades de PPP a concessão patrocinada e a concessão de uso.
b) É possível que o objeto do contrato de PPP seja atividade regulatória.
c) A modalidade de licitação para a PPP é a concorrência, não se admitindo,
portanto, a realização de lances em viva voz no processo licitatório.
d) O prazo de vigência do contrato de PPP pode ser de até quarenta anos.
e) Antes da celebração do contrato de PPP, deverá ser constituída sociedade
de propósito específico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria.

29 - (ESAF – STN – AFC - 2005) A inovação na prestação de serviços


públicos no Brasil é a recente legislação sobre PPP – parceria público-
privada. Por essa norma, entende-se por concessão patrocinada:
a) a concessão de serviços públicos ou de obras públicas, de que trata a
Lei nº 8.987/95, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos
usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro
privado.
b) o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja
a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou
fornecimento ou instalação de bens.
c) a concessão comum, abrangida pela Lei nº 8.987/95, que não envolve a
contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.
d) a concessão de serviços ou de obras públicas, regidas pela Lei nº
8.987/95, quando envolver, adicionalmente ao recebimento da tarifa
cobrada pelo usuário, o pagamento de contraprestação do parceiro privado
ao parceiro público.
e) o contrato de prestação de serviços ou de obras públicas, nos quais o
parceiro privado é patrocinado por um terceiro, entidade financeira,
nacional ou internacional, com responsabilidade de pagamento pelo
parceiro público.

30 - (ESAF – CGU – AFC - 2006) Sobre as parcerias público-privado (PPP),


todas as opções abaixo são verdadeiras, exceto:
a) As PPP admitem complementação de receitas por parte do setor público,
de maneira a viabilizar o empreendimento a ser contratado.
b) Embora o governo delegue ao setor privado os aspectos mercantis do
empreendimento contratado mediante PPP, mantém suas prerrogativas de
planejamento, monitoramento e regulamentação.

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c) As PPP podem ter como objetivo único tanto o fornecimento de


equipamentos como de mão-de-obra, ou ainda a execução de obras
públicas.
d) Nas PPP a alocação dos riscos é definida contratualmente entre a
administração e os entes privados.
e) A lei das PPP é o regime predominante para as concessões
administrativas, nas quais o usuário da prestação de serviço é a própria
administração pública.

31 - (ESAF – MPOG – APO - 2010) Acerca da contratualização de resultados,


pela administração pública, é correto afirmar:
a) segundo alguns doutrinadores do Direito Administrativo, o Contrato de
Gestão não seria o termo adequado para a pactuação entre órgãos da
administração direta.
b) como área temática, a contratualização de resultados tem por objetivo
maior a redução das amarras burocráticas impostas à administração direta.
c) o Contrato de Gestão, quando firmado com OSCIPs, prescinde do
estabelecimento de padrões de desempenho.
d) a contratualização de resultados nada mais é que um dos processos de
terceirização preconizados pelo Plano Diretor da Reforma do Aparelho do
Estado, de 1995.
e) o Termo de Parceria, quando firmado com Organizações Sociais, obriga
ao estabelecimento de padrões de desempenho.

32 - (ESAF – CGU – AFC - 2006) Devido às limitações impostas pela crise


fiscal, muitos governos procuraram criar vias alternativas para viabilizar
projetos de infraestrutura e de provisão de serviços, como as parcerias
público-privado (PPP). Sobre tal assunto, analise os enunciados abaixo e
depois marque a resposta certa.
1- A parceria público-privado consiste em uma substituição da lógica da
aquisição de ativos para uma outra, de compra de serviços, o que acarreta
alterações fundamentais na estrutura de incentivo dos contratos.
2- Ainda que a lei brasileira enquadre as parcerias público-privado como
uma forma de concessão, elas se diferenciam das concessões tradicionais
devido à fonte de remuneração do parceiro privado.
3- Nos contratos de parceria público-privado a eficiência resulta da
possibilidade de dispersar entre vários agentes, a elaboração de projeto,
construção e operação de infraestrutura, incentivando a otimização de
custos e a melhor qualidade na prestação do serviço, sem prejuízo da
dimensão estratégica do planejamento da política pública.

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4- As parcerias público-privado representam a oportunidade de superação


definitiva da restrição fiscal ao financiamento dos investimentos públicos
em infraestrutura e provisão de serviços.
a) Apenas os enunciados 1,3 e 4 estão corretos.
b) Apenas os enunciados 2, 3 e 4 estão corretos.
c) Apenas os enunciados 3 e 4 estão corretos.
d) Apenas os enunciados 1 e 2 estão corretos.
e) Apenas os enunciados 1 e 3 estão corretos.

33 - (ESAF – MPOG – ADMINISTRADOR - 2006) Segundo a Lei n. 11.079,


de 2004, o contrato que envolve, adicionalmente, contraprestação
pecuniária do parceiro público ao parceiro privado é uma modalidade de
a) cessão patrocinada e concessão administrativa.
b) concessão administrativa.
c) cessão patrocinada.
d) concessão patrocinada e cessão administrativa.
e) concessão patrocinada.

34 - (CESPE – INSS – ANALISTA - 2007) Quando as autoridades realizam


consultas sobre um determinado assunto a grupos determinados, ocorre a
denominada pseudoparticipação.

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Gabarito

1. A 13. E 25. C
2. C 14. A 26. C
3. D 15. D 27. C
4. B 16. C 28. E
5. C 17. C 29. A
6. C 18. C 30. C
7. A 19. E 31. A
8. D 20. E 32. D
9. E 21. C 33. E
10. B 22. E 34. C
11. B 23. C
12. A 24. A

Bibliografia
(1995). Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado. Brasília:
Presidência da República.
Alexandrino, M., & Paulo, V. (2009). Direito administrativo descomplicado.
São Paulo: Forense.
Carneiro, C. B. (2006). Conselhos de Políticas Públicas: desafios para sua
institucionalização. In: E. Saraiva, & E. Ferrarezi, Políticas Públicas;
coletãnea (pp. 149-167). Brasília: ENAP.
Côrtes, S., & Gugliano, A. (mai/ago de 2010). Entre neocorporativistas e
deliberativos: uma interpretação sobre os paradigmas de análise dos
fóruns participativos no Brasil. Sociologias, 44-75.
Gonçalves, J. E. (Out/Dez. de 2000). Processo, que Processo? Revista de
Administração de Empresas - RAE, 8-19.
Mânica, F. (2007). Panorama histórico-legislativo do Terceiro Setor no
Brasil: do conceito de Terceiro Setor à Lei das OSCIP. In: G. J.
Oliveira, Terceiro Setor, Empresas e Estado (pp. 163-194). Belo
Horizonte: Fórum.
Mazza, A. (2011). Manual de direito administrativo (1° Ed. ed.). São Paulo:
Saraiva.

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Paludo, A. V. (2010). Administração pública: teoria e questões (1° ed.). Rio


de Janeiro: Elsevier.
Pereira, M. N. (2008). Composição do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio
Paraguaçu-BA: análise da origem geográfica e do setor econômico
representado por seus membros como fatores intervenientes na
gestão participativa de recursos hídricos. Dissertação de Mestrado.
Brasilia: UNB.
Raichelis , R. (2000). Democratizar a gestão das políticas sociais – um
desafio a ser enfrentado pela sociedade civil. Política Social -
Programa de Capacitação Continuada para Analistas Sociais. Brasília.
Tonella, C. (Jan/Jun de 2004). Ampliação da Participação Democrática:
Conselhos Gestores de políticas públicas em Maringá. Revista
Paranaense de Desenvolvimento(n. 106), 137-156.
Torres, M. d. (2007). Agências, contratos e Oscips: a experiência pública
brasileira. Rio de Janeiro: FGV.
Violin, T. C. (2006). Terceiro setor e as parcerias com a Administração
Pública: uma análise crítica. Belo Horizonte: Fórum.

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