0 calificaciones0% encontró este documento útil (0 votos)
63 vistas39 páginas
Luis Felipe Teixeira ha trabajado un paradigma de interpretación de la heteronimia pessoana que desborda los límites de las interpretaciones ya clásicas que se han dado al fenómeno heteronímico. Se trata de una perspectiva transhistórica y transcultural que devela las conexiones de la obra pessoana con los más altos valores del conocimiento y la espiritualidad desarrolladas en las culturas mediterráneas de la Antigüedad.
Luis Felipe Teixeira ha trabajado un paradigma de interpretación de la heteronimia pessoana que desborda los límites de las interpretaciones ya clásicas que se han dado al fenómeno heteronímico. Se trata de una perspectiva transhistórica y transcultural que devela las conexiones de la obra pessoana con los más altos valores del conocimiento y la espiritualidad desarrolladas en las culturas mediterráneas de la Antigüedad.
Luis Felipe Teixeira ha trabajado un paradigma de interpretación de la heteronimia pessoana que desborda los límites de las interpretaciones ya clásicas que se han dado al fenómeno heteronímico. Se trata de una perspectiva transhistórica y transcultural que devela las conexiones de la obra pessoana con los más altos valores del conocimiento y la espiritualidad desarrolladas en las culturas mediterráneas de la Antigüedad.
I.
Ciéncia e Esoterismo pa
em Fernando Pessoa
No Jogo das Contas de Vidro tudo tem de ser possivel, incluindo
por exemplo que uma planta fale latim com o senhor Lineu.
HERMANN HESSE
i possivel néo compreende apenas os sonhos dos neurasté-
nicos, mas também os designios de Deus ainda adormecidos.
Rosert MusiL
E quando em almas humanas especialmente dotadas e de estru-
tura delicada desponta o pressentimento da sua multiplicidade,
quando essas almas quebram, como todos os génios, a ilusdo da
personalidade una, e se sentem multifacetadas, feixe de muitos
eus, basta que 0 exteriorizem para que logo a maioria o ponha
atrés de grades, chame a ciéncia em socorro, constate a esquizo-
frenia e proteja a humanidade do grito de verdade saido da boca
destes infelizes.
HERMANN HESSE
Em primeiro lugar, a arquitectura heteronimica enquanto «pro-
cesso esotérico» devera ser entendida como experiencializacao da
ada be como processo de abstraccao e evolucdo da
Consciéncia o niv ir lo pelo analdgi
a ea , passando peli logico, até
Mora, titu . O que sao os deuses», &PENSAR PESSOA
170
inicio é ida a ideia de uma evolucao do espiritg
Leer es peas até ao pensamento abstracto,
ae ee ide de que «os deuses sao o primeiro grau de
coger ae «so as ideias humanas em passagem de
parc es ra ideias abstractas». A passagem de um estadio
pee Seliaoae| para um outro abstracto («arvore»), pressu-
oe eae de um outro intermédio (j4 nao concreto, mas
En no abstracto). Este segundo estadio de «concretude» surge
pela «ciso da noc&o concreta de tal arvore em duas cousas», um
concreto estatico («arvore-que-ficay) e um concreto dinamico
(erdura-que-passa»). Este estédio intermédio surge quando se per-
cepciona
a semelhanca entre a florescéncia de uma drvore e a flo-
rescéncia de outra Grvore. Logo que esta semelhanca é vista,
esta encontrada uma ideia concreta que serve de aproxima-
¢ao de duas ideias concretas: a de florescéncia servindo de
aproximacao de tal druore a tal-outra drvore
Esta nocao de «florescéncia» caracteriza-se por ser dispersa,
dinamica e, sobretudo, de uma cousa til,
ao contrario da de drvore-tal-arvore, como o Primitivo a con-
cebe —que ndo serve para nada.
Surge, assim, a ideia de “arvore-em-si»,
conjuga a universalidade fenoménica do
Ora, também a heteronimia se desenvolve com base num
Pprocesso de objectivacdo/subjectivacao da Consciéncia, desde a
maxima concretude do «objectivismo absoluto» de Caeiro (equivalente
rer, quer na Filosofia das
ideia abstracta que
Ser-arvore.
es e involuntari: i
espora do momento (p), até xi dont antstias feitas na
Fernando Pessoa ipse (corres;
pondente aos «deuses ‘|
Usener), passando, evidentemente, quer pelos « esos de
(Reis) quer pelos «deuses vegetaisy (Campos). euses particulares»
army a.1
CIENCIA E ESOTERISMO EM FERNANDO PESSOA Vs
Seria talvez absurdo dizer que Pessoa pensou em ee
‘os heterénimos (mesmo levando em consid! ca
pando crow rere esta certo» —que ele sublinha — que
a ReaD ), mesmo se acrescentarmos que a
os da filosofia das formas simbélicas surgiu a Cassie por
volta de 1917, precisamente no ano, pasme-se, em es aoe
escreveu este texto, o que nos poderia levar a falar de «coinci a
sincronisticas», referidas por Jung e que sao «a-causais». Contu lo,
e ja 0 dissémos varias vezes, trata-se de explicar a heteronimia
dentro de um quadro arquetipico e hierofanolégico (conceito
criado por nés a partir da nocao de hierofania (= manifestacao do
sagrado) desenvolvida por Eliade), e basta trazermos @ colagao os.
trabalhos de Jung, Bachelard e Durand — para nao ir mais longe
— para se perceber o alcance desta nossa hipdtese. Neste, como
noutros casos, poder-se-ia dizer que o siléncio confirma a sua
presenca inconsciente!
Se pegarmos agora nos textos acerca dos «graus de desper-
sonalizaco», escritos pelo ortonimo, os quais se pensa terem sido
redigidos nos finais dos anos vinte principios de trinta, e que ver-
sam sobre a passagem da poesia lirica para a dramatica, veremos.
que esta hipdétese também se verifica, embora, num deles, o
pressuposto assente numa intelectualizagao e subjectivacao
do histerismo, desde um «histerismo fisico», passando por um
histerismo mental», até um «histerismo intelectual; e, nos outros
dois, numa substituicao da imaginagéo ao sentimento e da inte-
ligencia 4 emocdo, para a pluralidade da expressao estilistica (*).
Sera ainda de acrescentar, que este processo de subjectivacao
€ valido, quer para cada uma das formas simbélicas, per se, quer
Para cada uma por relacdo as outras. E ainda este esquema que
encontramos na evolugaéo dos «graus de iniciacéo», equivalentes
as «trés ordens» de interpretacéo enunciadas no Caminho da
Serpente i iciaga
» que Pessoa esclarece no Ensaio sobre a In
aa Fn iciag¢ado
Possivelmente ha
nodos pelos quais as iniciacdes
Podem ser interp s