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MÉTODOS DE

MEDIÇÃO E
DETECÇÃO
DE TENSÃO

Autores: Roberto Ferreira Coelho Filho


Hélio Kanji Suzuki
MÉTODOS DE
MEDIÇÃO E
DETECÇÃO
DE TENSÃO
Este é um material de uso restrito aos empregados da PETROBRAS que atuam no E&P.
É terminantemente proibida a utilização do mesmo por prestadores de serviço ou fora
do ambiente PETROBRAS.

Este material foi classificado como INFORMAÇÃO RESERVADA e deve possuir o


tratamento especial descrito na norma corporativa PB-PO-0V4-00005“TRATAMENTO DE
INFORMAÇÕES RESERVADAS".

Órgão gestor: E&P-CORP/RH


MÉTODOS DE
MEDIÇÃO E
DETECÇÃO
DE TENSÃO

Autores: Roberto Ferreira Coelho Filho


Hélio Kanji Suzuki

Ao final desse estudo, o treinando poderá:

• Identificar a utilização dos diferentes dispositivos de


medição e detecção de tensão;
• Reconhecer os riscos associados à medição de tensão
e identificar a necessidade do uso dos equipamentos
de proteção.
Programa Alta Competência

Este material é o resultado do trabalho conjunto de muitos técnicos


da área de Exploração & Produção da Petrobras. Ele se estende para
além dessas páginas, uma vez que traduz, de forma estruturada, a
experiência de anos de dedicação e aprendizado no exercício das
atividades profissionais na Companhia.

É com tal experiência, refletida nas competências do seu corpo de


empregados, que a Petrobras conta para enfrentar os crescentes
desafios com os quais ela se depara no Brasil e no mundo.

Nesse contexto, a E&P criou o Programa Alta Competência, visando


prover os meios para adequar quantitativa e qualitativamente a força
de trabalho às estratégias do negócio E&P.

Realizado em diferentes fases, o Alta Competência tem como premissa


a participação ativa dos técnicos na estruturação e detalhamento das
competências necessárias para explorar e produzir energia.

O objetivo deste material é contribuir para a disseminação das


competências, de modo a facilitar a formação de novos empregados
e a reciclagem de antigos.

Trabalhar com o bem mais precioso que temos – as pessoas – é algo


que exige sabedoria e dedicação. Este material é um suporte para
esse rico processo, que se concretiza no envolvimento de todos os
que têm contribuído para tornar a Petrobras a empresa mundial de
sucesso que ela é.

Programa Alta Competência


Como utilizar esta apostila

Esta seção tem o objetivo de apresentar como esta apostila


está organizada e assim facilitar seu uso.

No início deste material é apresentado o objetivo geral, o qual


representa as metas de aprendizagem a serem atingidas.

ATERRAMENTO
DE SEGURANÇA

Autor

Ao final desse estudo, o treinando poderá:

Objetivo Geral
• Identificar procedimentos adequados ao aterramento
e à manutenção da segurança nas instalações elétricas;
• Reconhecer os riscos de acidentes relacionados ao
aterramento de segurança;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de
aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas
instalações elétricas.
O material está dividido em capítulos.

No início de cada capítulo são apresentados os objetivos


específicos de aprendizagem, que devem ser utilizados como
orientadores ao longo do estudo.

48

Capítulo 1

Riscos elétricos
e o aterramento
de segurança

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

Objetivo Específico
• Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e
riscos elétricos;
• Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de
equipamentos e sistemas elétricos;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de
segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas.

No final de cada capítulo encontram-se os exercícios, que


visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem.

Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do


capítulo em questão.

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

mo está relacionada a 1.6. Bibliografi a Exercícios


1.4. 1.7. Gabarito
CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
1) Que relação podemos estabelecer entre
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
riscos elétricos e
Elétrica, 2007. aterramento de segurança? O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
_______________________________________________________________
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
_______________________________________________________________
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
Norma Petrobras N-2222. 2) Apresentamos,
Projeto de aterramentoa de
seguir, trechos
segurança de Normas Técnicas que
em unidades
marítimas. Comissão de abordam os cuidados
Normas Técnicas e critérios relacionados a riscos elétricos.
- CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato

Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, (B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
o caso: executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.”
e do tipo de
A) Risco Proteção
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. de incêndio e explosão
de estruturas B) Risco
contra descargas de contato (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
es durante toda atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento
na maioria das ( ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de
mantê-los sob projetadas e executadas de modo que seja possível operação.”
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http://
is, materiais ou 24 prevenir, por meios seguros,
www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> os perigos de choque
- Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25
14 mar. 2008. elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
21 à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de
( ) of Lightining
NFPA 780. Standard for the Installation “Nas instalações elétricas
Protection Systems. de
áreas classificadas
National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
a maior fonte Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”
(...) devem ser adotados dispositivos de proteção,
sária, além das como alarme e seccionamento automático para
Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados
ole, a obediência br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai.sobretensões,
prevenir 2008. sobrecorrentes, falhas de
à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.”

Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas


nça. isolamento, aquecimentos ou outras condições
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acessoanormais de operação.”
em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir:

( ) “Nas partes das instalações


Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi elétricas
sob tensão, (...)
sica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.
durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for
julgado necessário à segurança, devem ser colocadas (F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer
placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas riscos de choques elétricos.

e demais meios de sinalização que chamem a atenção (V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um
equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
quanto ao risco.” houver falha no isolamento desse equipamento.
( ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e (V) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um
sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas “fio terra”.
3. Problemas operacionais, riscos e
cuidados com aterramento de segurança

T
odas as Unidades de Exploração e Produção possuem um plano
de manutenção preventiva de equipamentos elétricos (motores,
geradores, painéis elétricos, transformadores e outros).

A cada intervenção nestes equipamentos e dispositivos, os


Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas
mantenedores avaliam a necessidade ou não da realização de inspeção
definos
nições
sistemasestão disponíveis
de aterramento envolvidosno glossário.
nestes equipamentos.Ao longo dos
textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente
Para que o aterramento de segurança possa cumprir corretamente o
identifi cados, pois estão em destaque.
seu papel, precisa ser bem projetado e construído. Além disso, deve
ser mantido em perfeitas condições de funcionamento.

Nesse processo, o operador tem importante papel, pois, ao interagir 49


diariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar
imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando
problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico
por contato indireto e de incêndio e explosão.

3.1. Problemas operacionais

Os principais problemas operacionais verificados em qualquer tipo


de aterramento são:

• Falta de continuidade; e
• Elevada resistência elétrica de contato.

É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 define o valor


de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo
admissível para resistência de contato.

Alta Competência Capítulo 3. Problemas operaciona

3.4. Glossário 3.5. Bibliografia

Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIAN
manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma elétricos - inspeção e medição da re
corrente elétrica. Elétrica, 2007.

Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos
– Curso técnico de segurança do trab
Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm.
NFPA 780. Standard for the Installation
Fire Protection Association, 2004.

Norma Petrobras N-2222. Projeto de


marítimas. Comissão de Normas Técn

Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instala


Brasileira de Normas Técnicas, 2005.

Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Pr


56 atmosféricas. Associação Brasileira d

Norma Regulamentadora NR-10. Seg


eletricidade. Ministério do Trabalho
www.mte.gov.br/legislacao/normas_
em: 14 mar. 2008.
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
98
100
102

Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os 104


105

insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, 106


108

ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, 110


112

basta consultar a Bibliografia ao final de cada capítulo. 114


115

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

1.6. Bibliografia 1.7. Gabarito NÍVEL DE RUÍDO DB (A)

CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
85
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
Elétrica, 2007. O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes 86
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade.
87
2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
88
Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades
marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato 89
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
(B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e 90
executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” 91
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento 92
automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de 93
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// operação.”
24 www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25 94
14 mar. 2008. trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de 95
NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
96
Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão
Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”

Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados 98
br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.” 100
presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos.
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: 102
Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fisica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes 104
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.

(F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer


105
riscos de choques elétricos.
106
(V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um

A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo (V)


equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
houver falha no isolamento desse equipamento.

Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um


108
110

abordado Alta
deCompetência
um determinado item do capítulo. 112
“fio terra”.

(F) A queimadura é o principal efeito fisiológico associado à passagem


da corrente elétrica pelo corpo humano. 114 Capítulo 1. Riscos elét
115

Trazendo este conhecimento para a realid


observar alguns pontos que garantirão o
incêndio e explosão nos níveis definidos pela
É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a durante o projeto da instalação, como por ex
primeira observação de um fenômeno relacionado
com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um • A escolha do tipo de aterramento fu
fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido ao ambiente;
um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de
atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome • A seleção dos dispositivos de proteção
dado à resina produzida por pinheiros que protege a
árvore de agressões externas. Após sofrer um processo
• A correta manutenção do sistema elét
semelhante à fossilização, ela se torna um material
duro e resistente.

O aterramento funcional do sist

14
?
Os riscos VOCÊ
elétricosSABIA?
de uma instalação são divididos em dois grupos principais:

Uma das principais substâncias removidas em poços de


como função permitir o funcion
e eficiente dos dispositivos de pro
sensibilização dos relés de proteçã

MÁXIMA EXPOSIÇÃO
“Importante” é um lembrete
petróleo pelo pig de limpeza é adas
parafina. questões
Devido às
baixas temperaturas do oceano, a parafina se acumula
essenciais do uma circulação de corrente para a
por anormalidades no sistema elétr
DIÁRIA PERMISSÍVEL
8 horas conteúdo tratadovirno capítulo.
nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
Observe no diagrama a seguir os principais ris
5 horas
à ocorrência de incêndio e explosão:
4 horas e 30 minutos
4 horas 1.1. Riscos de incêndio e explosão
3 horas e 30 minutos
ImpOrtAnte!
3 horas Podemos definir os riscos de incêndio e explosão da seguinte forma:
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
Situações associadas à presença de sobretensões, sobrecorrentes,
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
fogo no ambiente elétrico e possibilidade de ignição de atmosfera
1 hora e 45 minutos
potencialmente explosiva por descarga descontrolada de
1 hora e 15 minutos
eletricidade estática.
1 hora
45 minutos AtenÇÃO
35 minutos Os riscos de incêndio e explosão estão presentes em qualquer
30 minutos instalaçãoÉ e muito
seu descontrole se traduz
importante que principalmente
você conheça em os
danos
25 minutos pessoais, procedimentos específicosoperacional.
materiais e de continuidade para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
reSUmInDO...

Recomendações gerais
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
• Lançadores e recebedores deverão ter suas
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos
4 horas
3 horas e 30 minutos
ImpOrtAnte!
3 horas
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos AtenÇÃO
35 minutos
30 minutos Já a caixa de destaque
É muito “Resumindo”
importante que você conheçaé uma os versão compacta
procedimentos específicos para passagem de pig
25 minutos
20 minutos dos principais pontos
em poços abordados no capítulo.
na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
reSUmInDO...

Recomendações gerais

? VOCÊ SABIA?
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
Uma das principais substâncias removidas em poços de
• Apóspelo
petróleo a retirada
pig dede um pig, inspecione
limpeza internamente
é a parafina. Devido às
MÁXIMA EXPOSIÇÃO o recebedor
baixas de pigs;
temperaturas do oceano, a parafina se acumula
DIÁRIA PERMISSÍVEL nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
8 horas • Lançadores e recebedores deverão ter suas
vir a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos

Em “Atenção” estão destacadas as informações que não


4 horas
3 horas e 30 minutos
ImpOrtAnte!
3 horas
2 horas e 40 minutos devem ser esquecidas.
É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos AtenÇÃO
35 minutos
30 minutos É muito importante que você conheça os
25 minutos procedimentos específicos para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
tricos e o aterramento de segurança
8 minutos
7 minutos
reSUmInDO...

Recomendações gerais
dade do E&P, podemos
controle dos riscos de
Todos os recursos• Antes
didáticos presentes nesta apostila têm
do carregamento do pig, inspecione o
as normas de segurança
xemplo:
como objetivo facilitar o aprendizado de seu conteúdo.
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
uncional mais adequado
• Lançadores e recebedores deverão ter suas

o e controle;
Aproveite este material para o seu desenvolvimento profissional!

trico.

tema elétrico tem


namento confiável
oteção, através da
15
ão, quando existe
a terra, provocada
rico.

scos elétricos associados


Sumário
Introdução 15

Capítulo 1 - Métodos de medição e detecção de tensão


Objetivo 17
1. Métodos de medição e detecção de tensão 19
1.1. Norma Regulamentadora Nº 10 20
1.2. Métodos de medição 21
1.3. Técnicas utilizadas 23
1.3.1. Grandeza corrente elétrica (A) 23
1.3.2. Grandeza tensão elétrica (V) 28
1.4. Aplicação de instrumentos e detectores de tensão 31
1.5. Exercícios 33
1.6. Glossário 34
1.7. Bibliografia 35
1.8. Gabarito 36

Capítulo 2 - Instrumentos para a medição e detecção de tensão


Objetivos 37
2. Instrumentos para a medição e detecção de tensão 39
2.1. Instrumentos de medição e detecção de tensão 39
2.1.1. Multímetros 39
2.1.2. Detectores de tensão 47
2.2. Exercícios 51
2.3. Glossário 54
2.4. Bibliografia 55
2.5. Gabarito 56

Capítulo 3 - Equipamentos de Proteção Utilizados


Objetivos 59
3. Equipamentos de proteção utilizados 61
3.1. Equipamentos de Proteção Individual (EPI) usados
em eletricidade 61
3.1.1. Vestimentas de proteção contra arcos elétricos 62
3.1.2. Luvas e mangas isolantes 65
3.1.3. Capacete de segurança 68
3.1.4. Calçado de segurança 69
3.1.5. Óculos de segurança 70
3.2. Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) usados em eletricidade 70
3.2.1. Vara de manobra isolante 71
3.2.2. Conjunto de aterramento temporário 72
3.2.3. Bastão isolante de resgate 73
3.2.4. Tapetes isolantes 74
3.2.5. Dispositivos de sinalização 75
3.3. Exercícios 77
3.4. Glossário 78
3.5. Bibliografia 79
3.6. Gabarito 80

Capítulo 4 - Operações de medição e riscos associados


Objetivos 81
4. Operações de medição e riscos associados 83
4.1. Riscos associados às operações de medição de tensão 84
4.1.1. Choque elétrico 85
4.1.2. Arco elétrico 85
4.2. Desenergização de circuitos e equipamentos elétricos 87
4.2.1. Desligamento (seccionamento) das fontes de energia normais 88
4.2.2. Impedimento de reenergização 89
4.2.3. Constatação da ausência de tensão 91
4.2.4. Instalação de aterramento temporário com
equipotencialização dos condutores dos circuitos 92
4.2.5. Causas da energização acidental 92
4.2.6. Proteção dos elementos energizados existentes
na zona controlada 93
4.2.7. Instalação da sinalização de impedimento de reenergização e
da área de trabalho 96
4.3. Medições de tensão para a liberação de equipamentos 97
4.4. Medições de tensão durante a pesquisa de defeitos 97
4.5. Falhas comuns durante medição de tensão e pesquisa
de defeitos 98
4.6. Cuidados básicos no uso de instrumentos e detectores de tensão 101
4.7. Exercícios 102
4.8. Glossário 103
4.9. Bibliografia 104
4.10. Gabarito 105
Introdução

A
eletricidade é uma forma de energia não diretamente
percebida pelos sentidos humanos: nossa audição, visão ou
olfato são incapazes de identificá-la. Quando a eletricidade
chega a ser percebida pelo tato, infelizmente é sinal de que houve
uma exposição perigosa. Invariavelmente, essa exposição provoca
acidentes graves e, na maioria das vezes, fatais.

Fatores humanos, como comportamento e conhecimento técnico, são


importantes para o desempenho correto das atividades envolvendo
a eletricidade.

Seguir procedimentos e padrões é fator primordial para se 15


garantir a segurança pessoal e das instalações. A maneira mais
segura é garantirmos que a eletricidade não esteja presente, ou,
pelo menos, que esteja devidamente identificada e protegida de
contatos acidentais no local onde formos desenvolver atividades de
manutenção e operação. Podemos verificar a sua existência medindo
ou simplesmente constatando sua presença, através de instrumentos
e técnicas adequadas.

Seguir procedimentos corretos é fundamental!

RESERVADO
RESERVADO
Capítulo 1
Métodos de
medição e detecção
de tensão

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar os métodos de medição e detecção de tensão.

RESERVADO
Alta Competência

18

RESERVADO
Capítulo 1. Métodos de medição e detecção de tensão

1. Métodos de medição e
detecção de tensão

A
corrente elétrica é o movimento ordenado de cargas
elétricas - quantidade de elétrons em falta ou em
excesso em um corpo, podendo ser positiva no primeiro
caso e negativa no segundo - de um ponto para outro, através
de um condutor elétrico.

Há dois tipos de corrente elétrica: corrente contínua - gerada por


pilhas e baterias - e corrente alternada - gerada por usinas que
transformam diversos tipos de energia em elétrica, que chega até
nossas casas.

O movimento das cargas ocorre quando há uma tensão elétrica, ou 19


seja, diferença de potencial - d.d.p. - entre dois pontos. As cargas
deslocam-se, através de um meio condutor, do ponto de maior
potencial para o de menor potencial.

Se a concentração de cargas elétricas for igual nos dois pontos, não há


diferença de potencial. Neste caso, não haverá movimento de cargas,
pois os potenciais elétricos são iguais. Portanto, se as cargas elétricas
estiverem em repouso, não há corrente elétrica.

Dependendo do objetivo a ser alcançado, se desejamos efetivamente


medir a grandeza elétrica (tensão ou corrente) ou apenas detectar a
sua existência, diferentes métodos poderão ser utilizados.

VOCÊ SABIA?
As grandezas potencial elétrico e tensão elétrica
exprimem-se na unidade Volt (V).

RESERVADO
Alta Competência

1.1. Norma Regulamentadora Nº 10

Para efeito da segurança do trabalho, a Norma Regulamentadora


Número 10 (NR-10), do Ministério do Trabalho e Emprego, classificou
as tensões elétricas em três níveis.

Tensão inferior a 50 volts em corrente


Extra-Baixa Tensão (EBT) alternada, ou 120 volts, entre fases ou entre
fase e terra.
Tensão entre 50 e 1.000 volts em corrente
Baixa Tensão (BT) alternada, ou 120 e 1.500 volts, entre fases
ou entre fase e terra.
Tensão superior a 1.000 volts em corrente
Alta Tensão (AT) alternada, ou 1.500 volts, entre fases ou
entre fase e terra.

20

Esquema dos níveis de classificação da tensão elétrica, segundo a Norma


Regulamentadora Número 10 do Ministério do Trabalho e Emprego

Exceto na denominada tensão extra-baixa, também chamada de


tensão de segurança, interagir com qualquer outro nível de tensão
elétrica traz, invariavelmente, algum nível de risco ao trabalhador.

RESERVADO
Capítulo 1. Métodos de medição e detecção de tensão

VOCÊ SABIA?

A NR-10 “estabelece os requisitos e condições


mínimas objetivando a implementação de medidas de
controle e sistemas preventivos, de forma a garantir
a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta
ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e
serviços com eletricidade”.

O site do Ministério do Trabalho e Emprego


disponibiliza gratuitamente esta norma para consulta.
Você pode conhecê-la acessando: www.mte.gov.br/
legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf

21
1.2. Métodos de medição

Para que as tensões elétricas possam ser classificadas, precisamos


medi-las, ou seja, realizar uma medição.

Uma medida é o resultado de uma comparação de grandezas de


mesma natureza. Quando realizamos esta comparação estamos
realizando uma medição, isto é, determinando o valor de uma
grandeza. Para isso, utilizamos um instrumento chamado medidor.

Os métodos de medição de tensão se dividem em direto e indireto.

O método direto é aquele em que o aparelho mede diretamente a


grandeza elétrica – tensão ou corrente do tipo alternada ou contínua –
no ponto de medição. O aparelho deve ser capaz de suportar os esforços
elétricos provenientes do local e da grandeza que será medida.

Quando trabalhamos com grandezas elétricas cujos valores são


elevados, não é prático e tampouco seguro medi-los de forma direta.
Nestes casos realizamos a medição pelo método indireto.

RESERVADO
Alta Competência

Dependendo da característica da grandeza elétrica, tensões ou correntes


– do tipo alternada ou do tipo contínua – terão uma ou mais técnicas
apropriadas para a sua medição. Isto é o que veremos a seguir:

VOCÊ SABIA?
O choque elétrico nada mais é do que a passagem
da corrente elétrica pelo nosso corpo. Como se sabe,
a corrente elétrica circula de um ponto com maior
potencial de energia para um menor, buscando o
equilíbrio. Quando tocamos, acidentalmente, em
um dos terminais energizados de uma tomada, por
exemplo, e estamos descalços, a corrente elétrica
circulará da tomada em direção ao chão (0 volt),
através do nosso corpo. Em outras palavras, nosso
corpo, nesse caso, serve de condutor para a corrente
22 elétrica fazer seu percurso.

Apesar de muitos de nós já termos levado alguns


choques e ainda estarmos vivos para contarmos a
história, não nos enganemos: um simples choque
caseiro pode levar à morte. Isso depende de diversos
fatores como o tipo e a intensidade da tensão, da
condição do organismo, da existência de água no local
e muitos outros fatores.

RESERVADO
Capítulo 1. Métodos de medição e detecção de tensão

1.3. Técnicas utilizadas

A seguir, apresentaremos algumas técnicas utilizadas na medição de


grandezas elétricas em caráter permanente, ou seja, o instrumento de
medida é mantido em constante funcionamento, permitindo leituras
ou enviando informações para dispositivos de proteção e controle.

1.3.1. Grandeza corrente elétrica (A)

A grandeza corrente elétrica é medida através do instrumento chamado


amperímetro. A utilização de método direto tanto nas aplicações
industriais, como nas instalações elétricas de unidades de exploração e
produção de petróleo, não é comum. Para esse fim, o método indireto
é o mais utilizado.

Dependendo do tipo de corrente elétrica – alternada ou contínua –,


cada método terá um conjunto específico (instrumento e acessório) 23
para a sua medição, porém eles possuem funções semelhantes:
O acessório faz a conversão do valor da corrente para que o instrumento
seja capaz de interpretar esse valor e transformá-lo em uma medida a
ser lida ou repassada para os dispositivos de proteção e controle.

a) Corrente elétrica do tipo alternada (CA)

Para medirmos continuamente correntes elétricas alternadas, faremos


uso de um transformador de medida denominado transformador
de corrente (TC) e um galvanômetro do tipo ferro móvel ou bobina
móvel com retificador.

Os transformadores de corrente normalmente trabalham com uma


relação de transformação tal que, nos seus terminais secundário, a
corrente tenha no máximo 5A. Em algumas aplicações específicas,
esta corrente pode ser de 1A. Abaixo detalharemos os métodos de
acordo com o tipo de Corrente elétrica.

RESERVADO
Alta Competência

Observe a representação gráfica de um transformador de corrente


com relação de transformação de 100 – 5A e suas ligações.

Representação gráfica de um
transformador de corrente

O amperímetro, ligado no secundário do TC, tem uma resolução de


24
escala de leitura que leva em conta a relação de transformação do TC
e mostra a medida correta convertida em valores reais.

Exemplo 1:

Uma corrente primária de 60A se traduzirá em uma corrente


secundária de 3A em função da relação de transformação do TC
(100 – 5A). O instrumento fará a leitura desse valor de 3A, porém
apresentará em seu mostrador o valor 60A.

Exemplo 1

RESERVADO
Capítulo 1. Métodos de medição e detecção de tensão

A ilustração a seguir apresenta um transformador de corrente do


tipo convencional para uso abrigado. Os terminais primários ficam
instalados na parte superior e os terminais secundários se localizam na
parte inferior. Repare que seus terminais primários têm bitola maior.
Isso se deve ao elevado valor de corrente elétrica que o mesmo deverá
conduzir e à necessidade de se manter um ótimo contato elétrico.

25

Transformador de corrente do tipo


convencional

A necessidade de conduzir toda a corrente do circuito principal


através do primário é uma desvantagem para esse tipo de TC.

A próxima ilustração mostra um transformador de corrente de


núcleo magnético toroidal, também chamado de TC tipo janela.
Tal montagem permite que o condutor, cuja corrente será medida,
passe diretamente através da janela. Isso evita sua interrupção e a
necessidade de colocação de conexões, pontos propensos à ocorrência
de mau contato.

RESERVADO
Alta Competência

Transformador de corrente toroidal


(tipo janela)
26
b) Corrente elétrica do tipo contínua (CC)

Em corrente contínua não podemos utilizar o fenômeno de indução


eletromagnética, tal como acontece na corrente alternada quando
fazemos uso de transformadores de corrente. Nesse caso, utilizamos
resistências de derivação robustas, capazes de conduzirem de forma
permanente toda a corrente nominal do circuito e a corrente de defeito
por alguns segundos. Estas resistências têm o valor ôhmico muito
pequeno e são denominadas resistências de derivação ou shunt.

A resistência de derivação ou shunt é empregada, principalmente,


para medições de correntes elevadas, sendo calculada de tal maneira
que uma determinada corrente nominal a ser medida provoque uma
pequena queda de tensão no circuito principal, geralmente de 60,
150, ou 300mV.

Para que se obtenha uma indicação desse valor de corrente, deve ser
conectado, em paralelo ao shunt, um instrumento indicador de tensão do
tipo bobina móvel compatível com a milivoltagem fornecida pelo circuito,
porém com escala numericamente igual à corrente nominal.

RESERVADO
Capítulo 1. Métodos de medição e detecção de tensão

Exemplo 2:

No diagrama elétrico que se segue, uma corrente primária (ip) de


100A provocará uma queda de tensão (Vs) de 30mV em função da
relação do shunt (200A/60mV). O instrumento - milivoltímetro - fará a
leitura desse valor e apresentará em seu mostrador o valor 100A.

27

Exemplo 2

Observe o aspecto de um shunt apresentado a seguir. Os terminais


de ligação são conectados ao barramento de onde se quer medir
a corrente. Aos terminais de medição é conectado o instrumento
indicador de tensão.

Terminais de medição

Resistência
Terminais de ligação

Shunt

RESERVADO
Alta Competência

1.3.2. Grandeza tensão elétrica (V)

A grandeza tensão elétrica é medida através do instrumento


chamado voltímetro. Os voltímetros são inseridos em paralelo com
os componentes entre os terminais dos quais se pretende medir uma
diferença de potencial.

Nas instalações elétricas de unidades de exploração e produção de


petróleo, o que irá determinar o método de medição da grandeza
tensão elétrica é o nível de tensão em que ela será medida.

! ImpOrtAnte!
Tensões do tipo alternada ou contínua com nível de
extra-baixa e baixa tensão até 600V podem ser medidas
28 através do método direto. Já tensões superiores a 600V
devem ser medidas através do método indireto por
medida de segurança.

Um voltímetro é composto, basicamente, de um galvanômetro e uma


resistência elétrica elevada (resistência multiplicadora) ligados em
série. O galvanômetro tem uma resistência elétrica própria (resistência
do galvanômetro). Esquematicamente, ele pode ser representado da
seguinte forma:

Representação simplificada de um voltímetro

RESERVADO
Capítulo 1. Métodos de medição e detecção de tensão

A resistência multiplicadora de valor elevado limita a corrente que será


drenada do circuito do qual se quer medir a tensão, de modo que ela
seja a menor possível. Esta pequeníssima corrente passará através do
galvanômetro, provocando a deflexão do ponteiro e corresponderá
a uma medida de tensão apontada na escala do instrumento.

A ilustração que se segue representa um galvanômetro simples e seus


principais componentes numa escala de medição de tensão de 200 volts.

29

Galvanômetro de bobina móvel

O voltímetro deve ter uma resistência elétrica interna muito elevada


de modo a não introduzir uma malha de derivação de corrente
no circuito a medir, pois esta derivação alteraria a distribuição de
correntes e tensões no circuito, se traduzindo em erro de medida.
Voltímetros cuja resistência interna é comparável a do componente a
ser medido cometem erros consideráveis de medida.

Os voltímetros podem ser do tipo analógico, no qual um ponteiro


irá deflexionar e indicar a grandeza em uma escala (conforme
visto acima), ou do tipo digital, no qual um circuito eletrônico irá
transformar a medida de tensão em números através de um display.
A seguir detalharemos os tipos de tensão elétrica:

RESERVADO
Alta Competência

a) Tensão elétrica do tipo alternada

Voltímetros para medição de valores de tensões do tipo alternada


devem ser do tipo ferro móvel.

• Medição direta de tensão

A tensão alternada pode ser medida pelo método direto até 600V,
utilizando instrumentos semelhantes ao apresentado anteriormente.
O voltímetro é especificado a partir do valor nominal da instalação.

• Medição indireta de tensão

Semelhante ao que acontece com a grandeza corrente elétrica


alternada, para medirmos tensões alternadas de forma indireta,
também utilizamos um transformador de medida chamado
de transformador de potencial (TP). Os transformadores de
30 potencial trabalham com uma tensão secundária padronizada
de 115V. As tensões primárias também são padronizadas e serão
em função do tamanho da grandeza a ser medida.

No diagrama abaixo, podemos ver a representação gráfica da ligação


do transformador de potencial com relação de transformação de
15.000/115V e suas ligações.

Ligação do transformador

RESERVADO
Capítulo 1. Métodos de medição e detecção de tensão

A ilustração que se segue apresenta um transformador de potencial.


Repare que os terminais primários do transformador de potencial
ficam instalados na parte superior do equipamento, enquanto que
os terminais secundários estão localizados na sua parte inferior.

terminais
primarios

terminais
secundários
31

Transformador de potencial

b) Tensão elétrica do tipo contínua

Os Voltímetros para a medição de valores de tensão do tipo contínua


podem ser do tipo ferro móvel ou bobina móvel. Em virtude dos níveis
de tensão elétrica do tipo contínua encontrados nas instalações de
exploração e produção de petróleo serem inferiores a 600V, utilizamos
o método direto de medição, que é idêntico ao utilizado em tensões
do tipo alternadas.

1.4. Aplicação de instrumentos e detectores de tensão

A verificação da existência de tensão elétrica tem dois objetivos


importantes: primeiro, definir a presença do risco de choque elétrico
em determinado local da instalação e, segundo, procurar por pontos
com tensões anormais na instalação durante a pesquisa de defeitos.

RESERVADO
Alta Competência

A maneira mais segura de trabalhar em eletricidade é garantirmos


que ela não esteja presente. Caso isso não seja possível, é necessário
que ela esteja devidamente identificada de forma a tomarmos as
medidas necessárias para desenvolver atividades de manutenção
com segurança.

A procura por pontos com tensões anormais durante a pesquisa


de defeitos é feita utilizando instrumentos versáteis de medição,
com capacidade de leitura simultânea de grandezas como tensão,
corrente ou resistência. São os chamados multímetros. O que guiará
a escolha do tipo de aparelho a ser utilizado, tanto para a detecção
como para a medição, será o nível de tensão da instalação onde se
farão as verificações.

Instrumentos portáteis de medição de boa qualidade, normalmente,


são projetados para leitura de tensão máxima de 1.000V, sendo este
32 o limite de medição direta utilizado.

Para indicar a presença de tensão sem a preocupação de medir seu valor


exato, utilizamos dispositivos chamados de detectores de tensão.

A tabela a seguir resume os tipos de detectores e relaciona-os com


sua aplicação de acordo com os diferentes níveis de tensão.

Faixa de tensão Aparelho Aplicação


Extra-baixa tensão Medidor de tensão Medir e detectar
Baixa tensão 1.000VCA Medidor e detector Medir e detectar
ou VCC de tensão
Alta tensão Detector de tensão Detectar

RESERVADO
Capítulo 1. Métodos de medição e detecção de tensão

1.5. Exercícios
1) Relacione as grandezas elétricas apresentadas na primeira coluna
com os métodos de medição e detecção de tensão mais adequados
dentre os listados na segunda coluna:

( 1 ) Medir corrente CA (Corrente ( ) Voltímetro ou


Alternada) em AT (Alta Tensão) detector de tensão
( 2 ) Medir tensão CA (Corrente ( ) Detector de tensão
Alternada) em BT (Baixa Tensão)

( 3 ) Medir tensão CA (Corrente ( ) TC (Transformador


Alternada) em AT (Alta Tensão) de Corrente) +
Amperímetro
( 4 ) Detectar tensão CA (Corrente ( ) TP (Transformador
Alternada) e CC (Corrente de Potencial) +
Contínua) em BT (Baixa Tensão) Voltímetro
33
( 5 ) Detecção de tensão CA (Corrente ( ) Voltímetro ou
Alternada) em AT (Alta Tensão) TP (Transformador
de Potencial) +
Voltímetro

RESERVADO
Alta Competência

1.6. Glossário
Barramento - condutores elétricos em formato de barra usados em painéis e
quadros de distribuição de energia elétrica.

Bitola - dimensão correspondente à área da seção reta de um condutor elétrico.

Bobina - nome genérico que descreve o arranjo circular ou quadrado de


enrolamento do fio.

Condutor elétrico - material através do qual a carga elétrica é transferida.


Normalmente é um metal. Bons condutores de calor são geralmente bons condutores
de eletricidade.

Corrente alternada (CA) - corrente elétrica que inverte rapidamente seu sentido.

Corrente contínua (CC) - corrente elétrica cujo fluxo de carga se dá em apenas


um sentido.

Corrente nominal - é a corrente mínima suportada por um circuito.


34
Diferença de potencial - ocasiona o deslocamento espontâneo de cargas ao nível
do campo elétrico no qual atuam forças que realizam trabalho.

Galvanômetro - aparelho que pode medir correntes elétricas de baixa intensidade,


ou a diferença de potencial elétrico entre dois pontos, indicando, através de seu
efeito magnético, os desvios que se imprimem a uma agulha imantada ou a um
quadro condutor colocado no interior de um circuito magnético.

Milivoltímetro - um multímetro com leitura em milivolts.

Núcleo magnético toroidal - tipo de transformador de corrente, também conhecido


como tipo janela. Esse tipo tem a característica que o meio isolante entre o primário
e o secundário é o ar.

Resistência elétrica - capacidade de se opor à passagem de corrente elétrica


apresentada por condutores elétricos.

Retificador - utilizado para transformar a corrente alternada em corrente contínua.

Shunt - resistências com valor ôhmico muito pequeno, que também são
denominadas resistências de derivação.

Tensão alternada ou Tensão CA - tensão cuja intensidade varia em função do tempo


de forma semelhante a uma senóide.

Valor ôhmico - valor que representa a medida da resistência elétrica.

RESERVADO
Capítulo 1. Métodos de medição e detecção de tensão

1.7. Bibliografia
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade.
Curso técnico de segurança do trabalho. Rio de Janeiro: 2005.

Norma Regulamentadora N° 10 - Segurança em instalações e serviços em


eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego. Brasília: 2004.

35

RESERVADO
Alta Competência

1.8. Gabarito
1) Relacione as grandezas elétricas apresentadas na primeira coluna com os
métodos de medição e detecção de tensão mais adequados dentre os listados na
segunda coluna:

( 1 ) Medir corrente CA (Corrente Alternada) em ( 4 ) Voltímetro ou


AT (Alta Tensão) detector de tensão

( 2 ) Medir tensão CA (Corrente Alternada) em BT ( 5 ) Detector de tensão


(Baixa Tensão)
( 3 ) Medir tensão CA (Corrente Alternada) em AT ( 1 ) TC (Transformador
(Alta Tensão) de Corrente) +
Amperímetro
( 4 ) Detectar tensão CA (Corrente Alternada) e ( 3 ) TP (Transformador de
CC (Corrente Contínua) em BT (Baixa Tensão) Potencial) + Voltímetro

( 5 ) Detecção de tensão CA (Corrente Alternada) ( 2 ) Voltímetro ou


em AT (Alta Tensão) TP (Transformador de
36 Potencial) + Voltímetro

RESERVADO
Capítulo 2
Instrumentos
para a medição e
detecção de tensão

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar os diferentes tipos de dispositivos utilizados para


medição e detecção de tensão;
• Reconhecer o tipo de dispositivo adequado a uma
determinada utilização.

RESERVADO
Alta Competência

38

RESERVADO
Capítulo 2. Instrumentos para a medição e detecção de tensão

2. Instrumentos para a medição


e detecção de tensão

I
dentificar corretamente a presença da eletricidade em um
determinado ponto da instalação elétrica é uma condição
fundamental para que o trabalho possa ser executado com
os requisitos de segurança aplicáveis. Para isso, são utilizados
instrumentos específicos.

A seguir, serão apresentados os tipos de instrumentos de constatação


da presença de tensão mais utilizados em instalações elétricas de
unidades de exploração e produção de petróleo.

2.1. Instrumentos de medição e detecção de tensão


39
Para constatar a presença de tensão, podemos utilizar medidores e
detectores. É importante que você conheça algumas particularidades
de cada um deles.

2.1.1. Multímetros

Multímetros são instrumentos capazes de medir mais de um tipo de


grandeza elétrica no mesmo aparelho. Medem correntes e tensões do
tipo alternada e contínua, sendo capazes, também, de medir outras
grandezas elétricas como resistência, capacitância e freqüência.

A grandeza a ser medida é indicada através de uma chave seletora e é


fundamental que as pontas de prova sejam corretamente posicionadas
nas entradas correspondentes.

RESERVADO
Alta Competência

Na ilustração que se segue, poderá ser visto um multímetro


analógico. Repare nas pontas de prova (1), no mostrador analógico
(2) e na chave seletora (3). Ao redor da chave seletora, podemos
observar suas faixas de medição.

(2)

(1)

40 (3)

Multímetro analógico

Com os avanços da eletrônica, os multímetros analógicos estão


sendo, gradativamente, substituídos pelos multímetros digitais, pois
esses apresentam mais funcionalidades, maior precisão nas medidas
e incorporam mais recursos de segurança.

RESERVADO
Capítulo 2. Instrumentos para a medição e detecção de tensão

No multímetro digital, o valor da grandeza é interpretado por


circuitos eletrônicos e mostrado em um display de cristal líquido de
forma mais precisa.

Na ilustração abaixo, apresentamos um típico multímetro digital.

(2)

(3)
41

(1)

Multímetro digital – (1) ponta de prova; (2) mostrador digital; (3) chave seletora.

RESERVADO
Alta Competência

VOCÊ SABIA?
Os multímetros analógicos que possuem alcances
chaveados (selecionados por botão central) são mais
baratos que os digitais. Porém, realizar uma leitura precisa
nesses aparelhos não é simples, o que dificulta seu uso,
sobretudo para os iniciantes. Além disso, o aparelho é mais
delicado que os digitais e danifica-se facilmente em caso
de queda.

A maioria dos multímetros modernos é digital;


os tipos analógicos tradicionais tendem a ficar
obsoletos. Porém, cada tipo de medidor tem vantagens
e desvantagens.

Usado como voltímetro, um medidor digital é


42
normalmente melhor porque sua resistência interna é
muito mais alta (1MΩ ou 10MΩ) do que a dos analógicos
(200KΩ). Por outro lado, o lento movimento da agulha
dos medidores analógicos facilita determinadas leituras
de tensão, pois permite melhor visualização das trocas
numéricas do que a observada no mostrador de um
medidor digital. Como amperímetro, o medidor analógico
supera o digital por ter menor resistência interna e por
ser mais sensível (em geral suas escalas alcançam 50mA).
Entretanto os multímetros digitais mais sofisticados, e
conseqüentemente mais caros, podem igualar ou mesmo
superar esse desempenho.

RESERVADO
Capítulo 2. Instrumentos para a medição e detecção de tensão

Detalhes importantes sobre multímetros

a) Categoria de sobretensão

A IEC (International Electrotechnical Commission) especifica as categorias


de sobretensão que o multímetro deve suportar através da norma
IEC-1010-1, tomando como base a distância da fonte de alimentação
e o amortecimento natural da energia transiente que ocorre num
sistema de distribuição elétrica.

As categorias máximas estão mais perto da fonte de alimentação e


requerem maior nível de proteção contra transientes de tensão:

• Categoria IV – denominada nível de alimentação principal,


refere-se à fonte do sistema;

43
• Categoria III – denominada nível de distribuição, refere-se
aos circuitos de alimentação dos consumidores. Os circuitos da
Categoria III estão, normalmente, separados da fonte por pelo
menos um transformador;

• Categoria II – refere-se ao nível local, a dispositivos,


equipamentos portáteis etc.;

• Categoria I – refere-se ao nível de sinal, às telecomunicações,


equipamento eletrônico etc.

! Importante!

Quanto mais perto o profissional está da fonte de


alimentação, mais elevada será a energia de curto-
circuito existente e maior o risco em caso de ocorrência
de arcos elétricos. Nessa situação, cuidados especiais
devem ser tomados, principalmente quanto à escolha
do instrumento, das vestimentas e dispositivos de
proteção a serem utilizados durante o trabalho.

RESERVADO
Alta Competência

b) Fusíveis de proteção

Os fusíveis de proteção originais dos multímetros são de elevada


capacidade de interrupção, variando de 10 a 100kA rms.
Fusíveis de vidro, usualmente encontrados nas lojas de materiais
eletroeletrônicos e de formato compatível, têm baixa capacidade
de interrupção (em torno de 10 vezes a sua corrente nominal). Por
isso, de modo algum, fusíveis de vidro comum podem ser colocados
nos multímetros utilizados na Petrobras.

Em caso de correntes de curto-circuito superiores à corrente de


interrupção do fusível, o mesmo pode explodir e abrir arco elétrico -
fenômeno através do qual uma corrente elétrica se estabelece em
um meio, normalmente gasoso que fica ionizado na região entre dois
condutores com diferença de potencial elétrico - entre seus terminais
dentro do aparelho. De forma instintiva, ao notar o problema, o
44 usuário tentará afastar as pontas de prova do ponto de medição.
Nesse momento, haverá a formação de um outro arco elétrico
que, invariavelmente, o atingirá. Arcos elétricos podem atingir
temperaturas de até 20.000ºK.

! Importante!

Sempre que o fusível de um multímetro queimar, este


só poderá ser substituído por outro fusível de mesmas
características elétricas, de preferência adquirido do
próprio fabricante do multímetro.

Não respeitar esta regra significa colocar em risco não


só a segurança das instalações, mas, principalmente, a
das pessoas.

RESERVADO
Capítulo 2. Instrumentos para a medição e detecção de tensão

Observe na ilustração que, na parte posterior de um multímetro


digital, são apresentadas as informações referentes à categoria de
utilização do multímetro em questão (600V – cat. IV e 1.000V –
cat. III), correntes nominais, tensões de operação e capacidades
de interrupção dos fusíveis utilizados (440mA – 1.000V - 10.000A e
11A – 1.000V - 17.000A).

45

Parte posterior de um multímetro digital

! Importante!
Em instalações industriais, como as de exploração e de
produção de petróleo, os multímetros devem ser no
mínimo categoria III.

c) Pontas de prova

As pontas de prova dos multímetros são especiais, pois já possuem


uma resistência interna que limita a corrente de curto-circuito aos
níveis de capacidade de interrupção do fusível apropriado. A elas
também se aplicam as categorias de sobretensão.

RESERVADO
Alta Competência

As pontas de prova também devem garantir uma proteção para os


dedos do usuário na sua extremidade, de forma a estabelecer uma
distância adequada entre eles e as partes metálicas expostas da ponta
de prova. As distâncias e os valores de isolamento são determinados
em função da categoria de utilização e do valor de tensão.

! Importante!
Para garantirmos medições seguras, só devem ser
utilizadas as pontas de prova originais ou pontas de
prova adequadas para multímetros. Pontas de prova
improvisadas com pino banana e garras jacaré não
podem ser utilizadas.

Na ilustração, vemos um par de pontas de prova de Categoria IV 600V.


46 O material que reveste o seu corpo é feito de silicone, o que propicia
maior aderência da mão do usuário. Repare na barreira de proteção
que evita que os dedos escorreguem na sua extremidade.

Barreira

Corpo em silicone

Par de ponta de provas

RESERVADO
Capítulo 2. Instrumentos para a medição e detecção de tensão

2.1.2. Detectores de tensão

Detectores de tensão são aparelhos capazes de comprovar a existência


de tensão em circuitos elétricos. Diferentemente dos instrumentos de
medição, nos quais o valor da grandeza elétrica deve ser lido pelo
usuário, nos detectores, o objetivo é simplesmente indicar se há ou
não energia elétrica no circuito ou equipamento testado.

Em atividades de operação e manutenção de sistemas elétricos, os detectores


de tensão do tipo portátil são amplamente usados durante o processo de
desenergização e liberação de circuitos ou equipamentos elétricos.

Os detectores diferem na forma como o usuário irá manuseá-lo para fazer


a detecção.

Em baixa tensão, normalmente, permite-se que o próprio usuário se


aproxime do ponto de detecção e manuseie o equipamento sem acessórios 47
específicos. À medida em que a tensão vai crescendo, é necessário que o
usuário mantenha uma distância segura do ponto em que será feita a
detecção e utilize acessórios que garantam essa separação.

A existência da tensão pode ser detectada por aproximação ou


por contato.

a) Detectores de tensão por aproximação

Os detectores de tensão por aproximação são dispositivos


eletroeletrônicos capazes de detectar a presença de tensão em
circuitos de corrente alternada, através da identificação da existência
de campo elétrico, sem a necessidade de contato físico com o ponto
testado. A indicação da presença da tensão se dá, normalmente, de
forma visual e sonora.

Os detectores de tensão têm uma fonte de energia interna para per-


mitir o funcionamento de seus circuitos eletrônicos. Eles devem ter
alguma forma de informar a condição de carga dessa fonte, que pode
ser através de display digital ou sinal luminoso (LED) e incorporar me-
didas de segurança que desliguem o equipamento, caso a energia
remanescente da fonte chegue à condição crítica.

RESERVADO
Alta Competência

Na ilustração abaixo, podemos ver um detector de tensão para


baixa tensão do tipo aproximação, que garante a segurança do
usuário mesmo que sua ponta toque diretamente o ponte ener-
gizado. Isto acontece porque ele é totalmente feito de materiais iso-
lantes adequados a sua categoria de utilização.

Compartimento que abriga o sensor de


tensão e fonte de energia (2 pilhas)

Ponta isolada
Detector de baixa tensão – Categoria IV – 1.000V (Fluke)
48
Para a detecção em altas tensões, os aparelhos devem ser mais
robustos e com características elétricas compatíveis. Na ilustração que
se segue, vemos um detector de tensão para uso em alta tensão.

Placa de identificação Indicadores


de presença
da tensão

Indicador de
carga da fonte Alarme
sonoro

Chave LIGA-DESLIGA-TESTE

Cabeçote de
encaixe universal

Detector de tensão para uso em alta tensão

Além disso, precisamos garantir uma distância segura do ponto


de medição ao usuário. Dessa forma, utilizamos bastões isolantes
ou varas de manobra isolantes. Estas devem ter características
elétricas compatíveis com o nível de tensão onde será realizada
a verificação. Na ilustração a seguir, apresentamos uma vara de
manobra isolante do tipo telescópica, muito usada nas nossas
instalações. Seus componentes principais estão em destaque.

RESERVADO
Capítulo 2. Instrumentos para a medição e detecção de tensão

Etiqueta de identificação do Seções Terminal


produto e caracteristicas elétricas telescópicas de encaixe
universal

Vara de manobra

b) Detectores de tensão por contato

Os detectores de tensão por contato são dispositivos


eletroeletrônicos capazes de detectar a presença de tensão em
circuitos de corrente alternada, através do contato físico com o ponto
testado. A indicação da presença da tensão se dá, normalmente, de
forma visual e sonora.

Semelhante aos modelos de detectores de tensão por aproximação,


os detectores por contato também apresentam uma fonte de energia 49
interna para permitir o funcionamento de seus circuitos eletrônicos
e incorporam características de monitoração da condição da fonte
interna de energia e medidas de segurança de desligamento, caso a
fonte chegue à condição crítica.

Na ilustração que se segue, apresentamos um modelo aplicado para


alta tensão. Sua diferença básica para o detector de tensão por
aproximação é a presença do terminal de contato.

Etiqueta de identificação do
produto e características elétricas

Terminal de
contato

Compartimento do sensor de
tensão e da fonte de energia

Conexão universal para


vara de manobra isolante
Detector de tensão por contato

RESERVADO
Alta Competência

Vejamos o detector do tipo contato mostrado na ilustração a seguir e


amplamente comercializado:

Essa detecção se faz pelo contato da ponta do detector (1) e exige


que o corpo do usuário faça parte do circuito de detecção (2).
Caso a tensão máxima de operação seja excedida ou o contato do
usuário com a terra seja de baixa resistência, a corrente elétrica
que passará pelo seu corpo pode ser capaz de provocar danos
(choque elétrico).

(1)

Contato com
o ponto a ser
testado

50 Lâmpada
indicadora
(2)

Ponto de contato com


o úsuario, sem o qual
o detector não funciona
Detector de tensão

! Importante!

A aplicação de detectores de tensão que utilizam


lâmpadas do tipo neon com resistores fixos é
terminantemente proibida em instalações industriais.

RESERVADO
Capítulo 2. Instrumentos para a medição e detecção de tensão

2.2. Exercícios

1) Complete as lacunas:

a) Os ___________________________ medem mais de um tipo de


grandeza, tais como tensões e correntes elétricas, resistência,
capacitância, freqüência.

b) As pontas de prova devem garantir uma proteção, estabelecendo


uma distância entre os dedos e as partes metálicas expostas da
haste determinada em função da ___________________________
e do ___________________________.

c) ___________________________ são aparelhos capazes de


comprovar a existência de tensão em circuitos elétricos.

d) Os _________________________ são dispositivos eletroeletrônicos


capazes de detectar a presença de tensão em circuitos de 51
corrente alternada, através da identificação da existência de
campo elétrico, sem a necessidade de contato físico com o
ponto testado.

e) Para garantir uma distância segura do ponto de medição


ao usuário, utilizamos_____________________ ou
___________________________.

f) Os ________________________ são dispositivos eletroeletrônicos


capazes de detectar a presença de tensão em circuitos de corrente
alternada, através do contato físico com o ponto testado.

g) Utilizado como _______________________________, um medidor


digital é normalmente melhor, porque sua resistência interna
é muito mais alta (1MΩ ou 10MΩ) do que a dos analógicos
(200KΩ) numa faixa semelhante.

RESERVADO
Alta Competência

2) Marque a(s) alternativa(s) correta(s):

a) Os fusíveis de proteção originais dos multímetros:

( ) podem ser substituídos por quaisquer fusíveis de vidro.

( ) podem ser substituídos por fusíveis de vidro especiais.

( ) só podem ser substituídos por similares de mesmas características


elétricas (tensão, corrente nominal e capacidade de interrupção).

( ) não podem ser substituídos.

b) Gradativamente, os multímetros digitais estão substituindo os


multímetros analógicos. Isto se dá, principalmente, porque:

( ) apresentam maior precisão nas medidas.

( ) são muito mais baratos.


52
( ) possuem mais funcionalidades.

( ) incorporam recursos de segurança.

c) Quando o fusível de um multímetro queima, devemos substituí-lo


por outro:

( ) de vidro, preferencialmente adquirido em lojas especializadas.

( ) com as mesmas características elétricas.

( ) de formato compatível e com baixa capacidade de interrupção.

( ) preferencialmente, do próprio fabricante do multímetro.

d) Em instalações industriais, como as de exploração e de produção


de petróleo, os multímetros devem ser no mínimo:

( ) Categoria I.

( ) Categoria II.

( ) Categoria III.

( ) Categoria IV.

RESERVADO
Capítulo 2. Instrumentos para a medição e detecção de tensão

e) Os multímetros analógicos que possuem alcances chaveados são:

( ) indicados para principiantes.

( ) mais baratos que os digitais.

( ) de fácil leitura.

( ) muito resistentes.

f) Em instalações industriais, a aplicação de detectores de tensão que


utilizam lâmpadas do tipo neon com resistores fixos é:

( ) incentivada.

( ) restrita a determinados locais.

( ) terminantemente proibida.
53
( ) utilizada quando autorizado.

RESERVADO
Alta Competência

2.3. Glossário
Arco elétrico - fenômeno através do qual uma corrente elétrica se estabelece em
um meio, normalmente gasoso que fica ionizado na região entre dois condutores
com diferença de potencial elétrico.

Barreira - dispositivo que impede qualquer contato com partes energizadas das
instalações elétricas.

Choque elétrico - efeito resultante da passagem de uma corrente elétrica em


qualquer parte do corpo de uma pessoa ou de um animal, podendo causar danos
físicos e, em situação mais grave, matar.

Correntes nominais - correntes correspondentes aos valores para as quais os


circuitos estão dimensionados para operar continuamente.

IEC - International Electrotechnical Commission - Comissão Internacional de Eletrotécnica.

Energia transiente - aumento súbito de energia elétrica que ocorre em sistemas


elétricos num intervalo de tempo muito pequeno.
54
Isolamento elétrico - processo destinado a impedir a passagem de corrente elétrica,
por interposição de materiais isolantes.

Sobretensão - aumento repentino da tensão elétrica superior à capacidade nominal


do circuito.

Transientes ou Surtos - uma grande variação na tensão ou corrente elétrica que


ocorre num intervalo de tempo muito pequeno.

RESERVADO
Capítulo 2. Instrumentos para a medição e detecção de tensão

2.4. Bibliografia
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade.
Curso técnico de segurança do trabalho. Rio de Janeiro: 2005.

55

RESERVADO
Alta Competência

2.5. Gabarito
1) Complete as lacunas:

a) Os multímetros medem mais de um tipo de grandeza, tais como tensões e


correntes elétricas, resistência, capacitância, freqüência.

b) As pontas de prova devem garantir uma proteção, estabelecendo uma distância


entre os dedos e as partes metálicas expostas da haste determinada em função da
categoria de utilização e do valor de tensão.

c) Detectores de tensão são aparelhos capazes de comprovar a existência de tensão


em circuitos elétricos.

d) Os detectores de tensão por aproximação são dispositivos eletroeletrônicos


capazes de detectar a presença de tensão em circuitos de corrente alternada,
através da identificação de campo elétrico, sem a necessidade de contato físico
com o ponto testado.

e) Para garantir uma distância segura do ponto de medição ao usuário, utilizamos


bastões isolantes ou varas de manobra isolantes.

f) Os detectores de tensão por contato são dispositivos eletroeletrônicos capazes


56 de detectar a presença de tensão em circuitos de corrente alternada, através do
contato físico com o ponto testado.

g) Utilizado como voltímetro, um medidor digital é normalmente melhor porque


sua resistência interna é muito mais alta (1MΩ ou 10MΩ) do que a dos analógicos
(200KΩ) numa faixa semelhante.

2) Marque a(s) alternativa(s) correta(s):

a) Os fusíveis de proteção originais dos multímetros:

( ) podem ser substituídos por quaisquer fusíveis de vidro.

( ) podem ser substituídos por fusíveis de vidro especiais.

( X ) só podem ser substituídos por similares de mesmas características elétricas


(tensão, corrente nominal e capacidade de interrupção).

( ) não podem ser substituídos.

b) Gradativamente, os multímetros digitais estão substituindo os multímetros ana-


lógicos. Isto se dá, principalmente, porque:

( X ) apresentam maior precisão nas medidas.

( ) são muito mais baratos.

( X ) possuem mais funcionalidades.

( X ) incorporam recursos de segurança.

RESERVADO
Capítulo 2. Instrumentos para a medição e detecção de tensão

c) Quando o fusível de um multímetro queima, devemos substituí-lo por outro:

( ) de vidro, preferencialmente adquirido em lojas especializadas.

( X ) com as mesmas características elétricas.

( ) de formato compatível e com baixa capacidade de interrupção.

( X ) preferencialmente, do próprio fabricante do multímetro.

d) Em instalações industriais, como as de exploração e de produção de petróleo, os


multímetros devem ser no mínimo:

( ) Categoria I.

( ) Categoria II.

( X ) Categoria III.

( ) Categoria IV.

e) Os multímetros analógicos que possuem alcances chaveados são:

( ) indicados para principiantes.

( X ) mais baratos que os digitais.


57
( ) de fácil leitura.

( ) muito resistentes.

f) Em instalações industriais, a aplicação de detectores de tensão que utilizam lâm-


padas do tipo neon com resistores fixos é:

( ) incentivada.

( ) restrita a determinados locais.

( X ) terminantemente proibida.

( ) utilizada quando autorizado.

RESERVADO
RESERVADO
Capítulo 3
Equipamentos
de Proteção
Utilizados

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar os equipamentos de proteção individual e coletiva


utilizados em serviços em eletricidade;
• Relacionar o equipamento com a sua utilização prática.

RESERVADO
Alta Competência

60

RESERVADO
Capítulo 3. Equipamentos de Proteção Utilizados

3. Equipamentos de proteção
utilizados

A
Norma Regulamentadora 10 - Segurança em Instalações e
Serviços em Eletricidade (NR-10), do Ministério do Trabalho
e Emprego, fixa exigências mínimas para a segurança em
instalações elétricas, quer no seu projeto, execução, operação,
manutenção, reforma ou ampliação, como também na segurança de
usuários e terceiros.

O profissional que lida com eletricidade deve conhecer os


procedimentos e equipamentos de proteção e o empregador deve
prevê-los e adotá-los de diferentes formas.

É importante que você conheça os Equipamentos de Proteção 61


Individual (EPI) e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) usados pelos
trabalhadores na realização de atividades envolvendo eletricidade.

3.1. Equipamentos de Proteção Individual (EPI) usados em


eletricidade

Apesar de todas as medidas de segurança incorporadas aos


dispositivos, equipamentos e sistemas elétricos, arcos e choques
elétricos são os riscos mais freqüentes – e, infelizmente, os de maior
potencial de gravidade – quando falamos em atividades envolvendo
a eletricidade. Dessa forma, proteções adicionais – conhecidas
como Equipamentos de Proteção Individual (EPI) – devem ser
disponibilizadas aos trabalhadores durante algumas manobras e
serviços específicos.

Equipamentos de Proteção Individual (EPI) são todos os dispositivos


ou produtos de uso individual utilizados pelo trabalhador, destinados
à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar sua segurança ou a saúde
no trabalho.

RESERVADO
Alta Competência

A Norma Regulamentadora 6 (NR-06) - Equipamentos de Proteção


Individual, criada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, define
em seu conteúdo os tipos de EPI associados aos riscos, aponta a
necessidade desses equipamentos terem uma aprovação (Certificado
de Aprovação – CA), indica como eles devem ser mantidos e aborda a
necessidade de treinamento e conscientização sobre o seu uso.

Para as atividades envolvendo eletricidade, usamos como referência


complementar a norma Petrobras N-2830 - Critérios de segurança
para ambientes e serviços em painéis e equipamentos elétricos com
potencial de arco elétrico.

Em seguida, apresentaremos os EPIs utilizados em instalações e


serviços em eletricidade.

3.1.1. Vestimentas de proteção contra arcos elétricos


62
O arco elétrico é o fluxo de corrente elétrica através do ar, entre
dois condutores ou um condutor e a terra, liberando uma grande
quantidade de energia em um tempo pequeno, resultando em altas
temperaturas. Normalmente, os dispositivos de proteção elétrica
como relés e disjuntores conseguem identificar a sua ocorrência e
eliminá-los com rapidez, não acarretando grandes conseqüências
para o sistema elétrico em si.

Diferentemente do choque elétrico, que provoca queimaduras


internas em órgãos e tecidos do corpo humano, as altas temperaturas
provenientes dos arcos elétricos são responsáveis pelas queimaduras
externas. Essas queimaduras ocorrem tanto pela rápida exposição da
pele humana à energia como pela ignição das roupas do trabalhador.

A tabela abaixo apresenta a quantidade de energia térmica liberada


em situações de exposição à chama e aos arcos elétricos.

Elementos de Energia incidente


Tempo em segundos
exposição (em cal/cm2)
chama 1a5 1 a 30
arco elétrico 0,1 a 1 1 a 100

RESERVADO
Capítulo 3. Equipamentos de Proteção Utilizados

Para assegurar proteção dos trabalhadores na possibilidade


de exposição aos arcos elétricos, diversos tecidos vêm sendo
desenvolvidos para a confecção de vestimentas de proteção.
Para avaliar o comportamento desses tecidos, criou-se o valor
de desempenho térmico de arco ou Arc Thermal Performance Value
(ATPV). Ele corresponde à energia incidente no material que resulta
em transferência de calor suficiente para causar queimaduras de
segundo grau no usuário.

A energia térmica dissipada por um arco elétrico é calculada a partir


de informações técnicas da instalação elétrica, utilizando-se normas
internacionais que tratam do assunto: a norma IEEE 1584 - cálculo da
energia incidente causada por curto a arco, elaborada pelo Institute
of Electrical and Electronic Engineers, e NFPA 70E - cálculo da energia,
distâncias seguras e classificação de roupas de proteção contra arco,
elaborada pela National Fire Protection Association.
63
A norma Petrobras N-2830 tornou obrigatório o uso de vestimentas
de proteção contra arcos elétricos para os trabalhadores com
possibilidade de exposição permanente a esse risco. Para que isso
possa ser feito, é necessário que todos os painéis elétricos tenham
uma identificação referente ao nível de energia incidente e à distância
segura de aproximação, conforme modelo mostrado abaixo.

Identificação do painel elétrico

RESERVADO
Alta Competência

As vestimentas foram, então, definidas para duas situações: para uso


diário e para uso durante manobras elétricas. Independentemente
desta obrigatoriedade, trabalhadores envolvidos em atividades com
eletricidade sempre devem utilizar a vestimenta de proteção contra
arcos elétricos, com categoria compatível com a máxima energia de
arco incidente calculada para cada local da instalação.

a) Vestimenta para uso diário

Calça e camisa ou macacão categoria de risco II com proteção mínima


para 33,47J/cm2 (8cal/cm2). Tal escolha reside no fato de que a maioria
dos painéis utilizados em instalações elétricas de exploração e produção
de petróleo têm energia de arco menor ou igual a 8cal/cm2.

b) Vestimenta para uso em manobras

64 Calça e camisa, macacão ou capa tipo 7/8 e luva com ATPV mínimo
maior ou igual à energia de arco incidente calculada no ponto em
que o trabalho deve ser realizado.

Adicionalmente, para a proteção da cabeça e face, deve ser utilizado


capuz protetor contra arco elétrico com capacete (capuz tipo carrasco,
utilizado para realização de manobras elétricas) e protetor facial
contra arco elétrico com ATPV mínimo maior ou igual à energia de
arco incidente.

Conjunto capa 7/8, luvas


e capuz com capacete e
protetor facial
RESERVADO
Capítulo 3. Equipamentos de Proteção Utilizados

Importante!

É fundamental que o trabalhador envolvido em


serviços elétricos utilize sempre a vestimenta de
proteção compatível com a maior energia incidente
liberada pelo local da instalação em caso de formação
de arco elétrico.

3.1.2. Luvas e mangas isolantes

Luvas e mangas isolantes têm por objetivo proteger a mão, o punho


e parte do antebraço (luvas) e braço (mangas) do trabalhador
contra choques elétricos, permitindo completa independência
de movimento das articulações. Elas são fabricadas em borracha
natural, borracha sintética ou uma combinação de ambas. 65

Luvas e mangas serão especificadas com uma margem de segurança


entre a tensão máxima com a qual elas serão usadas e a tensão de
teste (ensaio). Cada classe apresenta uma coloração característica
para sua identificação.

Observe a convenção da relação entre valores e cores apresentada na


tabela que se segue:

Tensão máxima Tensão de


Coloração da
Classe da luva de uso ensaio
marcação
(valor eficaz-V) (valor eficaz-V)
00 500 2.500 bege
0 1.000 5.000 vermelha
1 7.500 10.000 branca
2 17.000 20.000 amarela
3 26.500 30.000 verde
4 36.000 40.000 laranja

RESERVADO
Alta Competência

Na ilustração a seguir, podemos ver pares de luvas e mangas, e,


em destaque, o local onde são indicadas as marcações da sua
classe de tensão.

Luva isolante Manga isolante

Marcações
indicativas
da classe
de tensão

Luvas e mangas de proteção

66 De forma a evitar que as luvas isolantes sofram danos mecânicos,


como perfurações ou abrasões, aplicam-se sobre estas uma luva
auxiliar de proteção (do tipo vaqueta).

Luva isolante e luva auxiliar de proteção

RESERVADO
Capítulo 3. Equipamentos de Proteção Utilizados

! ATENÇÃO

Todos os equipamentos de proteção individual devem,


obrigatoriamente, passar por inspeção visual antes
da utilização. Ao ser detectada qualquer avaria, o
equipamento deverá ser imediatamente descartado
e substituído.

A seguir, podemos observar alguns dispositivos para verificação


periódica das condições de uso das luvas.

67

Dispositivo para teste pneumático

Dispositivo para teste dielétrico de luvas classe 00 (500V)

RESERVADO
Alta Competência

3.1.3. Capacete de segurança

O capacete de segurança é um equipamento de proteção


individual destinado à proteção da cabeça contra impactos e
agentes agressivos no uso industrial.

Na ilustração abaixo, vemos um capacete de segurança e seus


principais componentes.

Tira de nuca
Casco
Carneira

Coroa
Tira absorvente
Jugular
68

Aba frontal

Capacete e seus principais componentes

A norma técnica brasileira NBR-8221/2003 fixa as condições mínimas


exigíveis para a especificação e os métodos de ensaios aplicáveis
aos capacetes de segurança. Os capacetes são classificados como A
e B, sendo este último para uso geral, inclusive para trabalhos com
energia elétrica.

Capacetes da classe B são submetidos a ensaios de tensão elétrica


aplicada (20.000V à taxa de 1.000V/s durante 3 min., com corrente de
fuga inferior a 9mA) e de rigidez dielétrica (tensão de 30.000V sem
descarga disruptiva).

O capacete de classe B não deve apresentar parte metálica ou


perfuração. Além disso, nenhum de seus acessórios pode possuir
qualquer componente metálico. Devem ser substituídos a cada 5 anos
ou mediante dano.

RESERVADO
Capítulo 3. Equipamentos de Proteção Utilizados

3.1.4. Calçado de segurança

O calçado de segurança é um equipamento destinado a proteger


os pés e parte das pernas contra os riscos de acidentes a que os
trabalhadores se expõem. Eles são fabricados de forma a atender às
especificações quanto ao campo de uso, sendo assim classificados:

C0 – riscos leves

C1 – risco de impacto

C2 – objetos pontiagudos e cortantes

C3 – influência de umidade

C4 – influência de eletricidade

O calçado para uso sob influência de eletricidade deve ter solado


em borracha, PVC ou PU compacto ou expandido e, dentre outras 69
características, deve dar proteção ao trabalhador para tensões de
toque e de passo de 1.000V. A NBR-12577 - Calçado de proteção -
Determinação da resistência do solado à passagem da corrente
elétrica - define como o calçado deverá ser ensaiado. Basicamente,
ele deve suportar uma tensão de 14.000V durante 1 minuto.

Calçados de segurança para uso sob influência de eletricidade não


devem conter partes metálicas ou absorver umidade. A substituição
semestral é recomendada. A ilustração a seguir mostra um calçado de
segurança para uso em eletricidade.

Ausência de
biqueira de aço Elástico
lateral

Couro com tratamento


não absorvente de água

Solado de borracha,
PVC ou PU

Calçado de segurança

RESERVADO
Alta Competência

3.1.5. Óculos de segurança

Os óculos de segurança são equipamentos de proteção individual


com o objetivo de proteger os olhos contra diversos agentes
agressores, como impactos de partículas volantes, luminosidade
intensa, radiação ultravioleta, radiação infravermelha ou respingos
de produtos químicos.

Para o uso em eletricidade, os óculos de segurança devem cobrir toda a


área dos olhos, possuir lente de policarbonato com 2mm de espessura,
com características de filtragem dos raios ultravioleta. Observe as
características principais de um par de óculos de segurança:

Aba de proteção Haste flexivel


lateral e ajustavel

70
Regulagem
de ângulo e
comprimento
Lente de
da haste
policarbonato Apoio nasal Filtro ultravioleta
Óculos de segurança

3.2. Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) usados em


eletricidade

Como o nome sugere, Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)


são aqueles destinados a proteger um ou mais trabalhadores
simultaneamente, não sendo sua posse ou guarda associada a um
determinado trabalhador.

Conforme a norma Petrobras N-2830, todos os EPCs para


profissionais que atuam em serviços de eletricidade devem atender
aos requisitos estabelecidos pelas normas IEC 61057, IEC 61230, IEC
61478 e ASTM F855, segundo a aplicação de cada dispositivo.

Os EPCs devem ser disponibilizados em local adequado e


identificados em todas as salas de painéis da unidade de exploração
e produção de petróleo.

RESERVADO
Capítulo 3. Equipamentos de Proteção Utilizados

Apresentaremos os EPCs mais relacionados às atividades de detecção


de tensão.

3.2.1. Vara de manobra isolante

A vara de manobra é um equipamento de suma importância durante


a preparação do local onde será realizada a verificação de existência
de tensão. É com ela que poderemos aproximar o detector de tensão
do ponto a ser verificado, permitindo que o trabalhador não se
exponha, perigosamente, a um choque elétrico. A vara de manobra
pode ser do tipo telescópico, por podermos alterar seu comprimento
através de um sistema de rotação das suas seções, ou seccionável, no
qual as seções são colocadas uma a uma.

A vara de manobra deve ser confeccionada de material com alta


resistência mecânica e alta capacidade dielétrica (isolação elétrica).
Sua função principal é permitir que os profissionais da área elétrica 71
realizem serviços que exijam o contato com áreas energizadas.
Como exemplos, podemos citar:

a) Manobras manuais de equipamentos elétricos de baixa e alta tensão,


ou potencialmente energizados, mantendo-se os trabalhadores isolados
destas áreas e a uma distância segura;

b) Durante a detecção de tensão em circuitos na fase de desenergização;

c) Durante a instalação de dispositivo de aterramento temporário na


fase de desenergização.

Semelhante a outros materiais isolantes, as varas de manobras


devem ser inspecionadas antes do uso, de forma a garantir ausência
de umidade, de sujeira, de acúmulo de sais e ausência de danos,
como arranhões, fissuras, irregularidades superficiais e outros, que
comprometam suas características físicas e isolantes.

RESERVADO
Alta Competência

Abaixo vemos alguns detalhes de uma vara de manobra do


tipo telescópica:

A última seção deve possuir colocação


que permita fácil visualização

Base antiderrapante que


Cabeçote universal
deverá ter 0,60m de extensão

A seção de empunhadura Botão de trava da seção


delimita a região segura cilíndrica e alça de borracha para
para o manuseio acondicionamento e transporte

Vara de manobra telescópica – detalhes

3.2.2. Conjunto de aterramento temporário


72
O conjunto de aterramento temporário é um equipamento de
proteção coletiva, que tem como objetivo prover o aterramento
temporário e intencional dos condutores elétricos do local onde
será feita a intervenção. Esse aterramento somente é feito a
partir da verificação de que o circuito em questão não apresenta
potencial elétrico.

O conjunto de aterramento temporário é constituído, basicamente,


de grampos metálicos (geralmente de bronze ou alumínio)
interligados por condutores elétricos flexíveis. Estes grampos
devem ter formato adequado para que possam ser posicionados
e engatados aos condutores da instalação a partir de varas de
manobra isolantes.

O aterramento temporário cumpre importantes papéis: proteger


a equipe de intervenção contra surtos de tensão provenientes de
descargas atmosféricas, de cargas elétricas provenientes de indução
eletromagnética e contra energizações acidentais.

Caso haja qualquer tipo de energização acidental do circuito, a corrente


elétrica – inclusive a de curto-circuito – será desviada para terra através
do dispositivo de aterramento temporário, durante o tempo necessário
para a atuação dos dispositivos de proteção da instalação elétrica.

RESERVADO
Capítulo 3. Equipamentos de Proteção Utilizados

Barramento ou
cabo a ser Grampo de
aterrado aterramento
Bloco centralizador
de cabos

Cabo de cobre
flexivel revestido Grampo de
com PVC fixação ao
ponto de terra

Diagrama de um conjunto de aterramento temporário

3.2.3. Bastão isolante de resgate 73

Dentre os equipamentos e dispositivos já apresentados, talvez o


mais importante de todos seja o bastão isolante de resgate. Sua
disponibilidade no local onde se realizam serviços em eletricidade, a
garantia de que ele esteja em perfeitas condições de uso e a existência
de pessoas treinadas na sua utilização aumentarão as chances de
controle de uma emergência de choque elétrico.

O bastão isolante de resgate permite que o socorrista consiga se


aproximar com segurança e desprender uma vítima de choque
elétrico, afastando-a da área energizada. Permite, também, afastar
condutores elétricos que, porventura, estejam caídos sobre a vítima
ou ao seu redor.

Basicamente, o bastão isolante de resgate é composto de uma haste


isolante, normalmente fabricada em fibra de vidro impregnada em
epóxi e de ganchos anatômicos abaulados em suas extremidades para
tracionamento da vítima. O de maior dimensão permite o resgate
pelo tronco e o de menor dimensão pelos membros superiores (braços
e antebraços) ou inferiores (coxas, pernas e pés). Uma vez escolhido
o gancho para arraste do acidentado, o outro permite que ele seja
puxado com a força necessária.

RESERVADO
Alta Competência

Na ilustração a seguir, apresentamos os detalhes de um bastão


isolante de salvamento padrão da Petrobras, utilizado em instalações
de exploração e de produção de petróleo.

Bastão isolante de resgate (padrão Petrobras) – detalhes

3.2.4. Tapetes isolantes


74
Os tapetes isolantes têm como função fornecer condição de isolação
para uma determinada área limitada a sua extensão, durante a
realização de trabalhos envolvendo eletricidade.

A norma brasileira NBR-14039 - Instalações elétricas de média tensão


de 1,0kV a 36,2kV torna obrigatória sua aplicação na parte frontal de
painéis com tensão igual ou superior a 1.000VCA (alta tensão).

Os tapetes devem ter características dielétricas compatíveis com


o nível de tensão da instalação e serem fabricados em material
isolante, não inflamável, com característica antiderrapante, flexível,
emborrachado e que, na presença de fogo e arco elétrico, não libere
gases nem fumaças tóxicas.

Apesar de tanto a norma brasileira NBR-14039 como a norma


Petrobras NBR-2830 citarem a sua utilização em frente a todos os
painéis de alta tensão existentes nas subestações, é prática de
segurança recomendada a sua utilização em painéis com tensão a
partir de 440V.

RESERVADO
Capítulo 3. Equipamentos de Proteção Utilizados

Acionamento de um painel de alta tensão 75

Na ilustração, vemos um trabalhador acionando o comando de um


equipamento em painel de alta tensão. Nela podemos observar a
presença do tapete isolante e reparar que ele abrange toda a extensão
frontal do painel.

Repare que não há necessidade do uso da vestimenta de proteção


contra arcos elétricos para a realização da operação do equipamento,
uma vez que o painel encontra-se devidamente fechado.

3.2.5. Dispositivos de sinalização

Na fase de desenergização de um circuito ou de um equipamento e,


também, durante a realização da sua intervenção, devemos sinalizar
e delimitar estas áreas. A sinalização tem como objetivo informar
condições de risco no local e o acesso de pessoas que não estejam
autorizadas ou envolvidas na realização daquele trabalho.

Nas instalações industriais, são usados diversos dispositivos de


sinalização. A seguir são apresentados exemplos de cones, fitas,
correntes e placas mais utilizados.

RESERVADO
Alta Competência

Dispositivos de sinalização

Estes dispositivos devem ser impermeáveis, ter características isolantes,


não inflamáveis, não liberar gases ou fumaças tóxicas se expostos ao
76 fogo ou arco elétrico. Também devem possuir características flexíveis,
partes refletivas que permitam sua fácil visualização, mesmo em
condições de pouca luminosidade, ter resistência a intempéries e
estabilidade a exposição ao calor e raios ultravioletas (ser resistente à
exposição contínua ao sol).

RESERVADO
Capítulo 3. Equipamentos de Proteção Utilizados

3.3. Exercícios

1) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas abaixo:

( ) Arcos e choques elétricos são os riscos de maior potencial de


gravidade em instalações e serviços em eletricidade.

( ) Arcos elétricos têm como características principais a longa


duração e grande liberação de energia.

( ) O equipamento de proteção individual para a proteção contra


choques elétricos é a vestimenta de uso diário categoria II.

( ) As luvas de couro do tipo vaqueta aumentam o a


capacidade das luvas isolantes.

( ) Os óculos de segurança para uso em eletricidade têm como


características principais a proteção contra partículas volantes 77
e contra radiação ultravioleta.

( ) Capacete classe B, calçado com biqueira de aço, luvas


e mangas isolantes são exemplos de equipamentos de
proteção individual usados em eletricidade.

( ) A categoria de risco das vestimentas de proteção contra arcos


elétricos é definida a partir da energia de arco incidente
calculada no ponto em que o trabalho será realizado.

( ) O equipamento de proteção individual usado para desprender


vítimas de choque elétrico é a vara de manobra.

( ) Apesar de não ser obrigatória, a utilização de tapetes


isolantes na frente de painéis com tensão a partir de 440V é
considerada prática de segurança recomendada.

RESERVADO
Alta Competência

3.4. Glossário

ATPV - Arc Thermal Performance Value - Valor de Performance de Arco.

Capacidade dielétrica - capacidade apresentada por materiais isolantes elétricos em


se oporem à passagem de corrente elétrica com o intuito de conter a eletricidade.

Disjuntor - dispositivo eletromecânico de proteção e manobra usado para controlar


circuitos elétricos.

EPC - Equipamento de proteção coletiva.

EPI - Equipamento de proteção individual.

IEEE - Institute of Electrical and Eletronic Engineers - Instituto de Engenheiros de


Elétrica e Eletrônica.

NFPA - National Fire Protection Association - Associação Nacional de Proteção a Incêndios.

Relés de proteção - dispositivos destinados à proteção de circuitos elétricos


78 através da monitoração contínua de uma grandeza física, normalmente de
origem elétrica.

Sinalização - procedimento padronizado destinado a orientar, alertar, avisar e advertir.

RESERVADO
Capítulo 3. Equipamentos de Proteção Utilizados

3.5. Bibliografia

DINIZ, Helena et al. Boas práticas envolvendo eletricidade. 8º Encontro de


Engenharia Elétrica. UN-BC/ST/EGMSE, 2005.

MANHÃES, Geraldo Maciel et al. Descrição dos EPIs, EPCs e ferramentas isoladas
para uso na realização de atividades elétricas. ST/EMI. 2008.

79

RESERVADO
Alta Competência

3.6. Gabarito
1) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas abaixo:

(V) Arcos e choques elétricos são os riscos de maior potencial de gravidade


em instalações e serviços em eletricidade.

(F) Arcos elétricos têm como características principais a longa duração e gran-
de liberação de energia.

Justificativa: Arcos elétricos se caracterizam pela curta duração e grande liberação


de energia.
(F) O equipamento de proteção individual para a proteção contra choques
elétricos é a vestimenta de uso diário categoria II.
Justificativa: São basicamente três os equipamentos de proteção individual
utilizados para a proteção contra choques elétricos: para proteção da cabeça
temos o capacete de segurança classe B; para membros superiores temos as
luvas e mangas isolantes; e para os pés temos os calçados para influência de
eletricidade. A vestimenta de proteção categoria II serve para proteger contra
arcos elétricos e não choques elétricos.
80 (F) As luvas de couro do tipo vaqueta aumentam o a capacidade das
luvas isolantes.
Justificativa: Essas luvas servem para proteger as luvas isolantes de danos
mecânicos (abrasão e perfuração).

(V) Os óculos de segurança para uso em eletricidade têm como características


principais a proteção contra partículas volantes e contra radiação ultravioleta.

(F) Capacete classe B, calçado com biqueira de aço, luvas e mangas isolantes
são exemplos de equipamentos de proteção individual usados em
eletricidade.
Justificativa: Calçados com biqueira de aço não são próprios para uso em
situações onde exista a influência da eletricidade.

(V) A categoria de risco das vestimentas de proteção contra arcos elétricos é


definida a partir da energia de arco incidente calculada no ponto em que
o trabalho será realizado.
(F) O equipamento de proteção individual usado para desprender vítimas de
choque elétrico é a vara de manobra.
Justificativa: O equipamento correto para esse fim é o bastão isolante de
resgate. Além disso, ele é um equipamento de proteção coletiva e não de
proteção individual.

(V) Apesar de não ser obrigatória, a utilização de tapetes isolantes na


frente de painéis com tensão a partir de 440V é considerada prática de
segurança recomendada.

RESERVADO
Capítulo 4
Operações de
medição e riscos
associados

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar as operações de medição de tensão e os riscos


associados à sua realização;
• Relacionar os procedimentos adequados às situações de
medição e detecção de tensão.

RESERVADO
Alta Competência

82

RESERVADO
Capítulo 4. Operações de medição e riscos associados

4. Operações de medição e
riscos associados

O
objetivo do projeto, construção e, principalmente, da
operação de uma instalação elétrica industrial é o de
fornecer energia aos equipamentos com alta continuidade
operacional, baixos custos e elevados níveis de segurança durante
toda a sua vida.

Para atingir esse objetivo, uma operação elétrica competente e uma


manutenção bem estruturada serão fatores de sucesso. O ato de
operar ou manter uma instalação elétrica, invariavelmente, exigirá
a ação humana sobre circuitos ou equipamentos. Essa ação variará
desde inserir ou extrair gavetas em painéis, liberar equipamentos
para manutenção e pesquisar defeitos.
83

Tanto na liberação de equipamentos como na pesquisa de defeitos


temos que ter em mente que quanto menor for a exposição do
profissional de manutenção à eletricidade, menores serão os
riscos de ocorrerem acidentes de elevado potencial como arcos e
choques elétricos.

As medições de tensão e as pesquisas de defeitos geralmente exigem


que o trabalhador, seja por meios próprios – como seus membros
superiores – ou meios auxiliares – como varas de manobra –, ocupe
parcial ou totalmente a zona controlada e a zona de risco da
instalação. Para que isso aconteça de forma segura, é fundamental
que sejam atendidas as determinações da Norma Regulamentadora
de Serviços em Eletricidade NR-10:

Item 10.6.2 da NR-10 “Os trabalhos que exigem o ingresso


na zona controlada devem ser realizados mediante
procedimentos específicos, respeitando as distâncias
previstas no Anexo I”.

RESERVADO
Alta Competência

Item 10.11.1 da NR-10 “Os serviços em instalações elétricas


devem ser planejados e realizados em conformidade com
procedimentos de trabalho específicos, padronizados, com
descrição detalhada de cada tarefa, passo-a-passo, assinados
por profissional que atenda ao que estabelece o item 10.8
desta NR”.

Vemos, então, que o ingresso na zona controlada em uma unidade


de exploração ou produção de petróleo deverá ter um procedimento
específico, procedimento este que deverá ser elaborado em conjunto
por profissionais da área de manutenção, de operação e de segurança
industrial e deverá ser baseado em uma análise preliminar de risco.

O ingresso na zona controlada deverá ser feito por trabalhadores que


atendam à condição de qualificação, conforme a NR-10, e que estejam
devidamente advertidos quanto aos riscos da execução da tarefa.
84
Os trabalhadores deverão fazer uso de todos os equipamentos de
proteção individual e coletiva selecionados no procedimento, dos
dispositivos de medição/detecção apropriados ao nível de tensão da
instalação e, principalmente, dispor de bastão isolante de resgate.

4.1. Riscos associados às operações de medição de tensão

Os principais riscos elétricos nas operações de medição/constatação


de tensão estão associados ao choque elétrico e à ocorrência de
arco elétrico.

Além dos riscos elétricos – choque e arco elétricos – existem alguns


riscos adicionais em instalações e serviços em eletricidade, cabendo
aqui apenas citá-los:

• Trabalho em altura – risco de queda;


• Trabalho em ambientes confinados – risco de gases
contaminantes;
• Trabalho em áreas classificadas – risco de incêndio e explosão;
• Trabalho em ambientes úmidos – risco de choque elétrico;
• Trabalho ao ar livre – risco de descargas atmosféricas e
choque elétrico.

RESERVADO
Capítulo 4. Operações de medição e riscos associados

4.1.1. Choque elétrico

O choque elétrico é o efeito resultante da passagem de uma corrente


elétrica (chamada corrente de choque) em qualquer parte do corpo
de uma pessoa ou de um animal. Essa corrente elétrica provoca a
estimulação repentina dos nervos ou uma contração convulsiva dos
músculos. Choques elétricos podem causar danos físicos e, em situação
mais grave, matar.

Os choques elétricos são provenientes de dois tipos de contatos:

Contatos indiretos: contatos de pessoas com massas de equipamentos


que ficaram sob tensão devido a uma falha no seu isolamento.

Contatos diretos: contatos de pessoas com partes vivas sob tensão,


situação típica das operações de medição de tensão.
85
Nesse caso, como medida de controle do risco de choque elétrico,
os trabalhadores deverão fazer uso dos equipamentos de proteção
individual e coletiva que aumentem a sua condição de isolação.
Geralmente, estes serão as luvas e/ou mangas isolantes, os capacetes
de segurança isolantes, os calçados de segurança isolantes, tapetes,
coberturas e mantas isolantes, conforme a situação local determinar.

4.1.2. Arco elétrico

O arco elétrico é o fenômeno pelo qual uma corrente elétrica se


estabelece num meio gasoso (o ar). Este fenômeno se dá através
da ionização da atmosfera gasosa nas proximidades de locais onde
haja uma diferença de potencial tal que possa romper a condição
dielétrica (isolante) desse meio gasoso.

Ao fazermos uso dos equipamentos de proteção individual e


coletiva com foco em isolamento elétrico, estaremos protegendo
os trabalhadores do risco de choque elétrico. Porém, esses
equipamentos trazem pouca ou nenhuma proteção ao trabalhador
quanto à exposição ao arco elétrico.

RESERVADO
Alta Competência

Arcos elétricos, quando devidamente confinados, não trazem


qualquer risco à segurança de instalações e pessoas. Contudo, se o
mesmo se dá de forma não controlada e não contida, pode trazer
graves conseqüências como:

• Danos às instalações e equipamentos (incêndio e explosão);

• Queimaduras, traumatismos e morte a trabalhadores.

Os arcos elétricos, normalmente, têm curta duração, pois são


detectados e interrompidos pelos elementos de proteção da instalação
(relés e disjuntores ou fusíveis). Apesar de sua curta duração, eles são
capazes de liberar grande quantidade de energia.

É interessante que você conheça algumas referências de temperatura


de elementos que podem ser expostos ao arco elétrico:

86 Temperatura de arco com duração de 100ms 20.000°C


Fusão de metais 1.000°C
Ignição dos tecidos de roupas 370 a 760°C
Pele humana - queimadura curável 63°C
Pele humana - morte de células 96°C

Essa característica de liberação de grande quantidade de energia


propicia o aparecimento dos três aspectos que caracterizam os riscos
relacionados com a ocorrência de arcos elétricos:

a) Radiações térmica e luminosa (ultravioleta) - provoca queimaduras


na pele e danos visuais (catarata, por exemplo). As queimaduras podem
ocorrer por exposição direta à energia do arco bem como pela ignição
das roupas;

b) Ondas de pressão (explosão) – a grande expansão da massa gasosa


provocada pela rápida elevação da temperatura cria ondas de pressão
capazes de provocar lesões auditivas e desorientação momentânea.
Essas ondas de pressão poderão ser suficientes, também, para
arremessar pessoas, provocando quedas e/ou impactos contra paredes
ou obstáculos. Além disso, podem ser capazes de lançar pelo ar partes
dos equipamentos atingidos (projéteis) com graves conseqüências;

RESERVADO
Capítulo 4. Operações de medição e riscos associados

c) Fusão de materiais - especialmente cobre e alumínio compõem os


equipamentos elétricos e, algumas vezes, aço carbono das anteparas
metálicas de painéis. Esses metais em fusão podem ser lançados em
forma de gotas, que agravam queimaduras e que podem gerar a
ignição de roupas ou materiais combustíveis que estejam próximos ao
local da ocorrência do arco elétrico.

Como base nos aspectos mostrados acima, na possibilidade


de exposição aos arcos elétricos, medidas de segurança
complementares às de proteção contra choques elétricos devem
ser tomadas. Essas medidas são:

a) Radiação luminosa - óculos, máscaras do tipo ampla visão ou capuzes


que utilizem lentes com tratamento contra radiação ultravioleta;

b) Radiação térmica, fusão de materiais e ondas de pressão - capacetes


de segurança e vestimentas de proteção contra arcos elétricos com 87
categoria de risco igual ou superior à máxima energia de arco no local
da medição de tensão.

4.2. Desenergização de circuitos e equipamentos elétricos

Como comentamos anteriormente, a principal medida de proteção


coletiva a ser oferecida aos trabalhadores que atuam nas atividades de
manutenção e operação de sistemas elétricos é a sua desenergização.

A desenergização é um conjunto de ações coordenadas, seqüenciadas


e controladas, destinadas a garantir a efetiva ausência de tensão
no circuito, trecho ou ponto de trabalho, durante todo o tempo de
intervenção e sob controle dos trabalhadores envolvidos. Somente
serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas
para trabalho, mediante os procedimentos apropriados e obedecida a
seqüência determinada.

RESERVADO
Alta Competência

Para memorizar este processo, você pode fazer uso de um mnemônico:


É só seguir as DICAS!

D Desligar (seccionar) as fontes de energia normais;


Impedir que essas fontes possam ser religadas, através de dispositivos
I
de bloqueio;
Constatar a ausência de tensão no circuito que está sendo
C
desenergizado;
Aterrar, temporariamente, o circuito que está sendo desenergizado e
A proteger os elementos que não puderem ser desenergizados na zona
de trabalho;
S Sinalizar os dispositivos de bloqueio e a área onde o serviço será realizado.

4.2.1. Desligamento (seccionamento) das fontes de energia normais

O desligamento das fontes de energia normais é o ato de promover a


88 descontinuidade elétrica total, com afastamento adequado entre um
circuito ou dispositivo e outro, obtida mediante o acionamento de
dispositivo apropriado (chave seccionadora, interruptor, disjuntor),
acionado por meios manuais ou automáticos, ou, ainda, através de
ferramental apropriado e segundo procedimentos específicos.

Observe, na ilustração, a seqüência inicial utilizada no desligamento


de um circuito com o objetivo final da desenergização:

• Desligamos o circuito ou equipamento através de suas chaves


ou botoeiras de acionamento (1º);

• Desligamos o disjuntor associado a ele (2º).

1 2
LIG. DeS.

Seqüência utilizada no desligamento de um circuito visando a desenergização

RESERVADO
Capítulo 4. Operações de medição e riscos associados

O conhecimento da documentação de engenharia, como o diagrama


unifilar da instalação, possibilita identificar as fontes de energia - dinâmicas
e estáticas - que deverão ser desligadas de forma que as manobras sejam
corretamente executadas.

Estes documentos fornecem importantes informações, tais como:

• Localização das fontes de energia;

• Características dos dispositivos de proteção;

• Níveis de tensão de toda a instalação;

• Níveis de curto-circuito dos painéis;

• Tipo de aterramento funcional.

4.2.2. Impedimento de reenergização


89
Impedimento de reenergização é o estabelecimento de condições que
impedem, de modo reconhecidamente garantido, a reenergização do
circuito ou equipamento desenergizado, assegurando ao trabalhador
o controle do seccionamento.

Na prática, trata-se da aplicação de travamentos mecânicos, por meio


de fechaduras, cadeados e dispositivos auxiliares de travamento,
ou com sistemas informatizados equivalentes para garantir o
efetivo impedimento de reenergização involuntária ou acidental
do circuito ou equipamento, durante a execução da atividade que
originou o seccionamento.

RESERVADO
Alta Competência

Abaixo podemos observar alguns dispositivos de bloqueio mecânico


usados em eletricidade, como os usados em caixas de acionamento
blindadas (A), disjuntores de alta capacidade (B), interruptores de
iluminação (C), disjuntores de baixa tensão em caixa moldada (D) e
plugues de máquinas elétricas portáteis (E).

(A) (B)

90

(C) (D) (E)


Dispositivos de bloqueio mecânico

! Importante!
O risco de energizar inadvertidamente o circuito é
grande em atividades que envolvam equipes diferentes,
onde mais de um empregado estiver trabalhando.
Nesse caso, a eliminação do risco é obtida pelo emprego
de tantos bloqueios quantos forem necessários para
execução da atividade.

RESERVADO
Capítulo 4. Operações de medição e riscos associados

O circuito só poderá ser novamente energizado quando o último


empregado concluir seu serviço e destravar os bloqueios. Após a
conclusão dos serviços, deverão ser adotados os procedimentos de
liberação específicos.

LIG. DeS.

Destravamento de bloqueio 91
4.2.3. Constatação da ausência de tensão

A constatação da ausência de tensão dá-se pela verificação da


efetiva ausência de tensão nos condutores do circuito elétrico. Após
a verificação do não funcionamento do equipamento ou circuito,
através da sua botoeira (botão) de acionamento, a constatação da
ausência de tensão deverá ser feita com detectores testados antes e
após a verificação da ausência de tensão, sendo realizada por contato
ou por aproximação e de acordo com procedimentos específicos.

LIG. DeS.

Botoeira de acionamento

RESERVADO
Alta Competência

4.2.4. Instalação de aterramento temporário com equipotencialização


dos condutores dos circuitos

Constatada a inexistência de tensão, um condutor do conjunto de


aterramento temporário deverá ser ligado a uma haste ou barra
elétrica conectada à terra. Na seqüência, deverão ser conectadas as
garras de aterramento aos condutores fase, previamente desligados.
Outras partes (do local onde se realizam os serviços) que não possam
ser desenergizadas deverão ser protegidas com materiais isolantes
para evitar toque acidental do trabalhador, como veremos a diante.

O aterramento temporário deverá ser adotado a montante (antes) e


a jusante (depois) do ponto de intervenção do circuito e derivações,
salvo quando a intervenção ocorrer no final do trecho. O aterramento
temporário deve ser retirado ao final dos serviços.

92 4.2.5. Causas da energização acidental

• Erros na manobra;

• Contato acidental com outros circuitos energizados, situados


ao longo do circuito;

• Tensões induzidas por linhas adjacentes ou que cruzam a rede;

• Fontes de alimentação de terceiros (geradores);

• Descargas atmosféricas.

Na ilustração que se segue, podemos ver a instalação de aterramento


temporário em rede aérea de distribuição na qual se realiza
manutenção nos isoladores. Repare que, à direita do poste,
encontram- se a vara de manobra e os dois conjuntos de aterramento
instalados em ambos os lados do local da intervenção (os dois pontos
pretos que estão nos fios de tensão).

RESERVADO
Capítulo 4. Operações de medição e riscos associados

Aterramento temporário de rede aérea de distribuição

A não utilização de dispositivo de aterramento temporário só deverá


ser permitida mediante justificativa técnica elaborada por profissional
93
legalmente habilitado e autorizado, desde que seja mantido o
mesmo nível de segurança exigido. Este fato reside na constatação de
que alguns equipamentos e painéis elétricos existentes apresentam
características construtivas que colocam em risco a segurança
do operador/eletricista quando da instalação dos dispositivos de
aterramento temporário.

4.2.6. Proteção dos elementos energizados existentes na zona


controlada

Nem sempre podemos desenergizar todos os circuitos para executar


uma determinada tarefa no sistema elétrico. Algumas vezes se
torna necessário intervir em um determinado circuito e ter, nas
proximidades de onde se desenvolve a tarefa, circuitos ou elementos
sabidamente energizados. Nesse caso, devemos protegê-los com
mantas e outros materiais isolantes. Trata-se da situação em que
desenvolveremos as atividades na chamada zona controlada.
Define-se como zona controlada a área em torno da parte condutora
energizada, segregada, acessível, de dimensões estabelecidas de
acordo com nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a
profissionais autorizados, como disposto no anexo II da NR-10.

RESERVADO
Alta Competência

Observe nas ilustrações, em duas situações, as distâncias no ar que


delimitam radialmente as Zonas Livre, Controlada e de Risco, sem e
com interposição de superfície de separação física adequada.

Situação 1 - sem interposição de


94 superfície de separação física adequada

Situação 2 - com interposição de superfície


de separação física adequada

RESERVADO
Capítulo 4. Operações de medição e riscos associados

Na tabela seguinte estão listados os raios de delimitação dessas


zonas em função do valor da tensão elétrica do ponto energizado.

95

Tabela de raios de delimitação de zonas de risco, controlada e livre.

RESERVADO
Alta Competência

4.2.7. Instalação da sinalização de impedimento de reenergização e


da área de trabalho

Deverá ser adotada a sinalização adequada de segurança, destinada


à advertência e à identificação da razão de desenergização e
informações do responsável. Esta sinalização também deverá ser
aplicada nas imediações onde o trabalho será desenvolvido, com
materiais mostrados anteriormente.

Os cartões, avisos, placas ou etiquetas de sinalização do travamento


ou bloqueio devem ser claros, adequadamente fixados e resistirem às
intempéries e tempo. No caso de método alternativo, procedimentos
específicos deverão assegurar a comunicação da condição impeditiva
de energização a todos os possíveis usuários do sistema.

Veja, a seguir, a ilustração de um modelo de etiqueta utilizada pelo


96 pessoal de operação para sinalizar o impedimento da reenergização
de equipamentos ou circuitos.

Etiqueta de sinalização

RESERVADO
Capítulo 4. Operações de medição e riscos associados

4.3. Medições de tensão para a liberação de equipamentos

Nessa situação de medição, o objetivo do responsável pela operação do


sistema é liberar o circuito ou equipamento, garantindo a inexistência
de tensão elétrica de forma que os trabalhadores não se exponham
a riscos de sofrer choque elétrico e sem que haja a necessidade de
utilizar alguns dos equipamentos de proteção individual e coletiva
específicos para serviços em eletricidade.

Buscando o aumento da segurança em serviços envolvendo a


eletricidade, a Norma Regulamentadora NR-10 determina a
necessidade de trabalho em dupla para os serviços realizados em
alta tensão. Da mesma forma, é prática de segurança recomendada
que os trabalhos de medição de tensão, para efeito de liberação
de equipamentos, mesmo os realizados em baixa tensão, sejam
executados por dois trabalhadores.
97
Para chegarmos à condição de desenergização, é fundamental
verificar a ausência de tensão através de multímetros e detectores de
tensão. Os acidentes envolvendo esta modalidade de verificação estão
relacionados ao uso inadequado desses instrumentos e, principalmente,
às falhas na verificação das suas condições iniciais de uso.

4.4. Medições de tensão durante a pesquisa de defeitos

Nem sempre é possível a desenergização de um circuito para a


pesquisa de defeitos, pois, muitas vezes, a constatação de tensões
anormais nos circuitos é o indicativo de estarmos perto do seu
diagnóstico. Dada essa necessidade de trabalharmos com os circuitos
energizados, todas as medidas de segurança individual e coletiva
deverão ser mantidas enquanto perdurar a atividade.

Para realizarmos a pesquisa de defeitos, invariavelmente, verificamos


a continuidade dos circuitos, medimos tensões e, em alguns casos,
também medimos a corrente elétrica. Os acidentes envolvendo estas
modalidades de pesquisa estão relacionados às falhas na verificação
das condições iniciais de uso e, principalmente, em função da
alternância das medições das grandezas elétricas no instrumento de
medição utilizado.

RESERVADO
Alta Competência

! ATENÇÃO

Como prática de segurança, é recomendado que os


trabalhos de pesquisa de defeitos sejam executados
por dois trabalhadores em circuitos elétricos de
baixa tensão e que não sejam realizados em circuitos
elétricos de alta tensão.

4.5. Falhas comuns durante medição de tensão e pesquisa


de defeitos

Apresentaremos, a seguir, as falhas mais comuns que ocorrem durante


medidas de tensão e pesquisa de defeitos. Apesar da possibilidade de
mau funcionamento dos instrumentos utilizados, os fatores humanos
são os mais significativos para ocorrências anormais e acidentes.
98
Dentre as condições inadequadas de uso mais freqüentes,
podemos destacar:

a) Seleção equivocada do tipo de grandeza a ser medida – o usuário


deixa a chave seletora do multímetro na posição de leitura de
resistência elétrica, continuidade ou corrente elétrica, e resolve
verificar a existência de tensão. Tal ação corresponderá à colocação
dos pontos de medição em condição de curto-circuito, com
possibilidade de formação de arco elétrico, caso o fusível interno
do multímetro não tenha capacidade de interrupção desse nível de
corrente. Nesse caso, o usuário, de forma instintiva, irá afastar as
pontas de prova dos pontos de medição, gerando um arco elétrico
na sua frente.

RESERVADO
Capítulo 4. Operações de medição e riscos associados

Seleção equivocada de grandeza


durante a medição de tensão 99

b) Seleção equivocada das entradas na colocação das pontas de prova


– o usuário coloca as pontas de prova nas entradas comum e de
corrente e resolve verificar a existência de tensão. Tal ação terá efeito
semelhante ao citado anteriormente.

Entrada simultânea
Entrada de para medição de
medição tensão, resistência
de corrente elétrica e
elétrica continuidade
de circuitos

Entrada comum à
todas as medidas

Entradas

RESERVADO
Alta Competência

A obediência em seguir os procedimentos específicos da sua unidade


para a realização de medições de tensão será fator determinante
para que esta seja feita com sucesso.

Como cada instalação tem suas características próprias,


apresentaremos, a seguir, recomendações de caráter geral para a
realização da tarefa.

Falha na verificação das condições iniciais de uso – muitos acidentes


ocorrem em função da não observação da condição inicial de uso
dos instrumentos. Devemos estar certos de que estes se encontram
operacionais para a realização da tarefa. Além das verificações
iniciais, que podem ser tomadas para evitar as falhas citadas
anteriormente, para usarmos instrumentos de medida ou detectores,
devemos estar absolutamente certos de que eles estão operacionais.
Medidas incorretas, ausência de valores ou de sinalização podem ser
100 fruto de mau funcionamento do aparelho e levarem a acidentes de
conseqüências fatais.

Como medida de segurança, nesses casos, utilizamos a técnica de


medição dos três pontos:

• Ponto 1 - verifique a condição de operacionalidade do instrumento


de medição ou detecção, testando-o em uma fonte de tensão
sabidamente energizada. Isto garante que o dispositivo esteja
pronto para uso;

• Ponto 2 - realize a medição ou detecção no ponto a ser verificado;

• Ponto 3 - após a medição no ponto verificado, teste a condição


de operacionalidade do dispositivo, novamente, conforme o
passo 1. Caso ele permaneça indicando a presença de tensão,
temos a garantia de que a leitura feita no ponto de verificação
está certa e que o dispositivo continua operacional, caso contrário
o dispositivo usado deverá ser substituído.

RESERVADO
Capítulo 4. Operações de medição e riscos associados

4.6. Cuidados básicos no uso de instrumentos e detectores


de tensão

• Inspecione o dispositivo a ser utilizado. Só utilize dispositivos


cujos certificados de calibração estejam dentro da validade;

• Verifique se a tampa do compartimento da fonte de energia


(pilha ou bateria) está bem fechada;

• Examine sua parte externa e verifique se há algum sinal de


dano ou presença de água;

• Examine as pontas de prova para verificar se há algum


pedaço de isolamento danificado, metal exposto. Teste sua
continuidade elétrica;

• Certifique-se de que as pontas de prova estão inseridas nas


entradas corretas e se as faixas de medição são compatíveis com 101
a intensidade e a grandeza elétrica a serem medidas;

• Durante as medições, em se tratando de multímetros, nunca os


segure, pois você deverá ter suas mãos livres para a realização da
tarefa e sua atenção deverá estar focada nos pontos de medição.
Mantenha o multímetro apoiado em superfície plana e firme ou
pendurado (alguns multímetros dispõem de acessório específico
para esse fim);

• Evite usar instrumentos muito antigos, construídos de acordo com


normas já ultrapassadas. Os instrumentos de teste mais modernos
contêm recursos de segurança que, antes, eram desconhecidos e
justificam o custo de substituição do equipamento;

• Obedeça às orientações da permissão de trabalho ou do


padrão de execução da tarefa;

• Inspecione todos os equipamentos de proteção individual e


coletiva antes de utilizá-los;

• Nunca realize sozinho qualquer tarefa envolvendo medição de


tensão ou pesquisa de defeitos. Trabalhe em equipe. Informe
de forma verbal e antecipada cada passo que será realizado na
execução da tarefa.

RESERVADO
Alta Competência

4.7. Exercícios

1) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas abaixo:

( ) O desligamento é o conjunto de ações destinadas a garantir a


efetiva ausência de tensão no circuito ou equipamento elétrico.

( ) Após o desligamento e o impedimento da reenergização, po-


demos proceder ao aterramento temporário do circuito que
queremos desenergizar.

( ) Durante a pesquisa de defeitos em circuitos energizados, é


obrigatória a utilização de todos os equipamentos de proteção
individual com características isolantes, sendo facultativa a
utilização de vestimentas de proteção contra arcos elétricos.

( ) Radiação (térmica e luminosa), ondas de pressão e fusão


102 de metais são os três aspectos que caracterizam os riscos
relacionados com a ocorrência de arcos elétricos.
( ) As falhas mais comuns durante a medição de tensão e
que provocam acidentes estão relacionadas a defeitos nos
dispositivos de medição.

( ) A seleção equivocada do tipo de grandeza a ser medida,


das entradas para a colocação das pontas de prova e da
verificação das condições iniciais de uso, são os maiores
contribuintes para a ocorrência de acidentes envolvendo a
medição/detecção de tensão.

( ) Para assegurarmos que não ocorrerão medidas incorretas


na detecção de tensão durante a liberação de serviços,
correspondendo à fase de desenergização dos circuitos,
devemos usar a técnica de medição de três pontos.

( ) Manter o multímetro sempre em uma das mãos facilita a me-


dição, tornando-a mais rápida e segura.

( ) É prática de segurança recomendada o trabalho em dupla em


tarefas envolvendo medição de tensão ou pesquisa de defei-
tos em circuitos energizados.

RESERVADO
Capítulo 4. Operações de medição e riscos associados

4.8. Glossário
Área classificada - local com potencialidade de ocorrência de atmosfera explosiva,
ou seja, da mistura com o ar, sob condições atmosféricas, de substâncias inflamáveis
na forma de gás, vapor, névoa, poeira ou fibras, na qual, após a ignição, a combustão
se propaga.

Disjuntor - dispositivo eletromecânico de proteção e manobra usado para controlar


circuitos elétricos.

Isolamento elétrico - processo destinado a impedir a passagem de corrente elétrica,


por interposição de materiais isolantes.

Relés de proteção - dispositivos destinados à proteção de circuitos elétricos através


da monitoração contínua de uma grandeza física, normalmente de origem elétrica.

Seccionadora - chave usada para manobrar circuitos, podendo interromper e


estabelecer correntes elétricas na condição sem carga (seccionadora em vazio) ou
na condição de carregamento nominal (seccionadora sob carga).

Sinalização - procedimento padronizado destinado a orientar, alertar, avisar e advertir. 103

Travamento - ação destinada a manter, por meios mecânicos, um dispositivo de


manobra fixo numa determinada posição, de forma a impedir uma operação
não autorizada.

Zona Controlada - entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível,


de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só
é permitida a profissionais autorizados.

Zona de Risco - entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível,


inclusive acidentalmente, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de
tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados e com a adoção
de técnicas e instrumentos apropriados de trabalho.

RESERVADO
Alta Competência

4.9. Bibliografia
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade.
Curso técnico de segurança do trabalho, Rio de Janeiro: 2005.

Guia de Boas Práticas. E&P-CORP/SMS, 2007.

MARTINS, Marcos Otácio P. e DUTRA, Diógenes. Multímetros x Segurança. UN-BC/


GEINP, 1989.

104

RESERVADO
Capítulo 4. Operações de medição e riscos associados

4.10. Gabarito
1) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas abaixo:

(F) O desligamento é o conjunto de ações destinadas a garantir a efetiva


ausência de tensão no circuito ou equipamento elétrico.
Justificativa: O termo é desenergização. O desligamento é apenas o primeiro
passo da desenergização.
(F) Após o desligamento e o impedimento da reenergização, podemos proceder
ao aterramento temporário do circuito que queremos desenergizar.
Justificativa: Devemos constatar a ausência de tensão antes de proceder ao
aterramento temporário do circuito.
(F) Durante a pesquisa de defeitos em circuitos energizados, é obrigatória
a utilização de todos os equipamentos de proteção individual com
características isolantes, sendo facultativa a utilização de vestimentas de
proteção contra arcos elétricos.
Justificativa: O uso de vestimenta de proteção contra arcos é sempre obrigatório
nessa situação.
(V) Radiação (térmica e luminosa), ondas de pressão e fusão de metais são os 105
três aspectos que caracterizam os riscos relacionados com a ocorrência de
arcos elétricos.
(F) As falhas mais comuns durante a medição de tensão e que provocam
acidentes estão relacionadas a defeitos nos dispositivos de medição.
Justificativa: As falhas mais comuns estão relacionadas aos aspectos humanos.

(V) A seleção equivocada do tipo de grandeza a ser medida, das entradas


para a colocação das pontas de prova e da verificação das condições
iniciais de uso, são os maiores contribuintes para a ocorrência de acidentes
envolvendo a medição/detecção de tensão.
(V) Para assegurarmos que não ocorrerão medidas incorretas na detecção
de tensão durante a liberação de serviços, correspondendo à fase de
desenergização dos circuitos, devemos usar a técnica de medição de
três pontos.
(F) Manter o multímetro sempre em uma das mãos facilita a medição, tor-
nando-a mais rápida e segura.
Justificativa: Durante as medições com multímetros, as mãos devem permane-
cer livres para o manuseio das pontas de prova, permitindo maior atenção do
usuário à tarefa.
(V) É prática de segurança recomendada o trabalho em dupla em tarefas envolvendo
medição de tensão ou pesquisa de defeitos em circuitos energizados.

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