Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
EMENTA:
A disciplina pensará o campo cinematográfico a partir do seu caráter midiático de
comunicação e formação do pensamento nas sociedades contemporâneas, propondo uma
abordagem crítica à historiografia e à teoria do cinema canonicamente consagradas. Mais
do que uma teoria e uma história universal, singular e uniforme, a disciplina tratará da
multiplicidade de abordagens simultâneas e plurais do campo do audiovisual.
A proposta é revisitar invenções tecnológicas, movimentos artísticos, estéticos e teóricos,
modelos de organização econômicos (industrial e independente) com o suporte crítico dos
estudos decoloniais, dos estudos culturais, do multiculturalismo e da teoria feminista. Neste
sentido, a discussão terá como base a historiografia tradicional do cinema e a
apresentação de teorias e filmografias que ampliam a perspectiva eurocêntrica da teoria e
da história do audiovisual mundial.
OBJETIVOS:
Traçar um panorama histórico e teórico ampliado do(s) cinema(s) mundiais a partir dos
movimentos estéticos, conceituais e culturais de diversas tradições e regiões (Europa,
EUA, Brasil, África, etc.). A disciplina buscará alcançar os seguintes objetivos: A) Pensar o
cinema como campo de construção midiática e formação cultural. B) Fazer uma crítica à
imagem eurocêntrica e apresentar brevemente questões do pensamento decolonial e
estudos culturais. C) Traçar um panorama ampliado e crítico das histórias e teorias do
cinema. D) Relacionar a teoria e historiografia cânone do cinema com as teorias
específicas/regionalizadas. E) Ampliar os referenciais teóricos e metodológicos dos alunos
para o desenvolvimento de suas pesquisas de mestrado e doutorado sobretudo no campo
das teorias das imagens.
METODOLOGIA:
O curso será desenvolvido a partir de leituras, da exibição de trechos de filmes e debates
em sala de aula, a partir de aportes teórico-metodológicos presentes nos estudos sobre
Teoria e História do Cinema Mundial.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
AKOMFRAH, John. “Digitopia e os espectros da diáspora”. In: MURARI, Lucas; SOMBRA,
Rodrigo (orgs). O Cinema de Akomfrah: espectros da diáspora. Rio de Janeiro: LDC, 2017.
AUMONT, Jacques. As teorias dos cineastas. Campinas, SP: 2004.
BAMBA, Mohamed; MELEIRO, Alessandra (org.) Filmes de África e da diáspora. Objetos
de Discursos. Salvador: EdUFBA, 2012.
BERNARDET, Jean-Claude. O autor no cinema: a política dos autores – França, Brasil
anos 50 e 60. São Paulo: Brasiliense – Editora da Universidade de São Paulo, 1994.
_______________________. Cineastas e imagens do povo. 2 ed. São Paulo: Companhia
das Letras, 2003.
BORDWELL, David. “O cinema clássico hollywoodiano: normas e princípios narrativos”. In:
Fernão Pessoa Ramos. Teoria Contemporânea do Cinema, Volume II. São Paulo: Senac,
2005. (pp. 277-301)
CÁNEPA, Laura Loguercio. “Expressionismo Alemão”. In: MASCARELLO, Fernando (org.).
História do Cinema Mundial. Campinas: Ed. Papirus, 2006. (pp. 55-88)
CAÑIZAL, Eduardo Peñuela. “Surrealismo”. In: MASCARELLO, Fernando (org.). História do
Cinema Mundial. Campinas: Ed. Papirus, 2006. (pp. 143-155)
CARVALHO, Noel dos Santos. “Esboço para uma História do Negro no Cinema Brasileiro”.
In CARVALHO, Noel; DE, Jéferson. Dogma Feijoada, o cinema negro brasileiro. São Paulo:
Imprensa Oficial, 2005.
________________________. “Negritude, cinema e educação, Dogma Feijoada e
Manifesto de Recife dez anos depois”. In: SOUZA, Edileuza Penha de. Negritude, Cinema
e Educação. Caminhos para implementação da Lei 10639/2003. Belo Horizonte: Mazza
Edições, 2006.
COMOLLI, Jean-Louis. Ver e poder: a inocência perdida: cinema, televisão, ficção,
documentário. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.
COSTA, Flávia. O primeiro Cinema: espetáculo, narração e domesticação. Rio de Janeiro:
Azougue editorial, 1995.
DA-RIN, Sílvio. Espelho partido: tradição e transformação do documentário. Rio de Janeiro:
Azougue, 2006.
DELEUZE, G. A Imagem-tempo. São Paulo: Brasiliense, 2007.
DIAWARA, Manthia. “Black Spectatorship: Problems of Identification and Resistance”. In:
Film Theory and Criticism – Introductory Readings. New York: Oxford University Press,
2004. [O Espectador Negro – Problemas acerca da Identificação e Resistência. Tradução:
Heitor Augusto. In: Urso de Lata. Disponível em:
https://ursodelata.com/2016/12/13/traducao-o-espectador-negro-problemas-acerca-da-ident
ificacao-e-resistencia-manthia-diawara/]
FERRAZ, Rogério; PIEDADE, Lúcio; SUPPIA, Alfredo. “ O cinema independente
americano”. In: BATISTA, Mauro; MASCARELLO, Fernando (orgs.). Cinema mundial
contemporâneo. Campinas: Papirus, 2008.
FERREIRA, Ceiça. “Reflexões sobre “a mulher”, o olhar e a questão racial na teoria
feminista do cinema”. Revista FAMECOS, v. 25, n. 1, p. 267-288, 2 jan. 2018.
GAINES, Jane. “Uma breve história dos Race Movies”. In: ALMEIDA, Paulo Ricardo G. e
NOGUEIRA, Calac (orgs.). Oscar Micheaux: o cinema negro e a segregação racial.
Catálogo Caixa Cultural, Rio de Janeiro: Voa!, 2013)
GOMES, Tiago Castro (org.). Grandes Clássicos do Cinema Africano. Catálogo Caixa
Cultural, Rio de Janeiro, 2017.
HALL, Stuart. Cultura e Representação. Rio de Janeiro: Apicuri/ Puc-Rio, 2016.
HOOKS, bell. “The Oppositional Gaze: Black Female Spectators”. Black Looks: Race and
Representation. Boston: South End Press, 1992. [Versão traduzida por Maria Carolina
Morais, para o blog Fora de quadro. Disponivel em:
https://foradequadro.com/2017/05/26/o-olhar-opositivo-a-espectadora-negra-por-bell-hooks]
HOWARD, J. Blaxploitation Cinema - The Essential Reference Guide: Editora Fab Press,
2008.
MARTINS, Fernanda A. C.. “Impressionismo Francês”. In: MASCARELLO, Fernando (org.).
História do Cinema Mundial. Campinas: Ed. Papirus, 2006. (pp. 89-107)
MBEMBE, Achille. Crítica da Razão Negra. Lisboa: Editora Antígona, 2014.
MULVEY, Laura. “Prazer visual e cinema narrativo”. In: XAVIER, Ismail (org.). A
experiência do cinema: antologia. Rio de Janeiro: Embrafilme, Ed. Graal, 1983, p. 437-453.
NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. São Paulo: Papirus, 2005.
OLIVEIRA, Janaína. “Kbela” e “Cinzas”: o cinema negro no feminino do “Dogma Feijoada”
aos dias de hoje. In FLAUZINA, Ana; PIRES, Thula (org.). Encrespando (ONU, 2015-2024).
Brasília: Brado Negro, 2016, p.175-198.
________________. ____ . “Descolonizando telas: o FESPACO e os primeiros tempos do
cinema africano”. Odeere UESB. Ano 1, número 1, volume 1, Janeiro – Junho de 2016.
PAMPLONA, Juliana; PESSANHA, Marina. (Org.). Barbara Hammer: um cinema
experimental lésbico. Catálogo Caixa Cultural Rio de Janeiro: Firula Filmes, 2017, v. 1,
ROBSON, Cedric J.. “Em 1915 - D. W. Griffith e o reembranquecimento da América”. In:
ALMEIDA, Paulo Ricardo G. e NOGUEIRA, Calac (orgs). Oscar Micheaux: o cinema negro
e a segregação racial. Catálogo Caixa Cultural, Rio de Janeiro: Voa!, 2013)
ROCHA,Glauber. Revolução do Cinema Novo. São Paulo:Cosac Naify, 2004.
SARAIVA, Leandro. “Montagem Soviética”. I n: MASCARELLO, Fernando (org.). História do
Cinema Mundial. Campinas: Ed. Papirus, 2006. (pp.109-141)
SHOHAT, Ella e STAM, Robert. Crítica da Imagem Eurocêntrica. São Paulo: Cosac Naify,
2006.
STAM, Robert. Introdução à teoria do cinema. Campinas, SP: Papirus, 2003
TAVARES, Pedro. Introdução ao cinema vulgar. In: Revista Multiplot. Disponível em:
http://multiplotcinema.com.br/2016/12/vulgar-auteurism-uma-introducao/