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Exposição sobre os Nomes Divinos1

Santo Tomás de Aquino


Lição 5
Posto que Dionísio tratou sobre a Luz, agora trata sobre o Belo, para cujo entendimento
exige primeiramente a Luz. E sobre isto, faz duas coisas, primeiramente: anuncia que o
Belo é atribuído a Deus; segundo, mostra o modo como é atribuído a Ele, onde diz:
“Também o Belo...”.
Diz pois, primeiramente, que este “Bem” supersubstancial que é Deus “é louvado pelos
santos Teólogos” na Sagrada Escritura “como Belo” – “Eis que tu és belo, meu amor” (Ct
1,15) – “como Beleza” – “Majestade e beleza em Sua presença” (Sl 95,6) – “como Amor”
– “Deus é amor” (1 Jo 4,10) – “e como Amável”, como na autoridade dos Cânticos é
indicado, “e quaisquer outras nominações de Deus são convenientes” conforme sejam
pertinentes à beleza: ou pela causalidade da beleza – que é dito por isso Belo e Beleza –
ou segundo a beleza é tida graciosamente – que é dito por isso Amor e Amável.
Em seguida, quando diz “Mas o belo...” mostra de que modo é atribuído a Deus e acerca
disto faz três considerações: primeiramente, anuncia que é atribuído diferentemente a
Deus e às criaturas o belo e a beleza; segundo, de que modo é atribuído às criaturas,
quando diz “Aqui, de fato...”; terceiro, de que modo é atribuído a Deus, ao dizer “o Belo
supersubstancial...”.
Diz pois, primeiramente, que “na Causa” primeira, isto é, Deus, “não são divididos o Belo
e a Beleza”, como se fosse nele um o belo e outra a beleza; e isto pela razão de que a
Causa primeira, por sua simplicidade e perfeição, “compreende todas as coisas”, isto é,
todas as coisas “em uma”, donde embora nas criaturas sejam diferentes o belo e a beleza,
Deus todavia e porventura compreende em si, segundo sejam um e o mesmo.
Em seguida, quando diz “Aqui, de fato...” mostra de que modo são atribuídos às criaturas
e diz que “nos existentes”, o belo e a beleza são distinguidos conforme participante e
participado, de modo que é dito que “o belo é aquilo que participa da beleza”, mas a
beleza é participação da primeira Causa que realiza todos os “belos”: de fato, a beleza da
criatura nada mais é que a semelhança da divina beleza participada nas coisas.
A seguir, quando diz “o Belo supersubstancial...” mostra de que modo o supracitado é
atribuído a Deus. E, primeiramente, de que modo é atribuído a Ele a Beleza; em segundo,
de que modo é atribuído a Ele o Belo, ao dizer “Mas o Belo...”.
Diz, pois, primeiramente que Deus que é “o belo supersubstancial, é chamado beleza”,
pois que “a todos” os entes criados concede “a beleza”, segundo “a propriedade de cada
um”: com efeito, uma é a beleza do espírito e outra a do corpo e ainda outra a daquele e
a deste corpo. E em que consiste a razão da beleza, mostra dizendo que assim Deus
transmite a beleza: enquanto é causa da consonância e da claridade em todas as coisas.

1
Para a presente edição em língua portuguesa se utilizaram duas versões latinas: a presente na obra
“Commento ai nomi divini e testo integrale de Dionigi” vol. 1, de Battista Mondin (assim como seu texto
em italiano serviu de apoio) e aquela disponibilizada pela Fundação Tomás de Aquino, disponível em seu
site:<www.corpusthomisticum.org/cdn04.html>. Também serviu de apoio a tradução de Ceferino
Muñoz, em lingua espanhola, publicada em Studia Gilsoniana 5:3 (julho-setembro 2016):p. 561-567).
Na verdade, assim é dito que um homem é belo devido a adequada proporção na
quantidade e situação e por causa disto tem cor clara e nítida. Donde a proporcionalidade
é recebida nas demais coisas, pela qual cada uma é dita bela, conforme tenha a claridade
de seu gênero espiritual ou corporal e conforme seja constituída em devida proporção.
Mas o modo pelo qual seja Deus a causa da claridade mostra o que se segue, que Deus
emite sobre todas as criaturas, “com certo fulgor”, a transmissão de seu “raio” luminoso,
que é fonte de toda a luz Na verdade, estas “transmissões” fúlgidas de raio divino são
conhecidas segundo a participação da semelhança e estas transmissões são “pulcríficas”,
isto é, realizam a beleza nas coisas.
Depois expõe a outra parte, isto é, que Deus seja a causa da consonância nas coisas. Mas
é dupla a consonância nas coisas: com efeito, primeiramente conforme a ordem das
criaturas para Deus e isto concerne ao dizer que Deus é causa de consonância, “como
chama tudo para si mesmo”, enquanto converte tudo a si mesmo como ao fim, como foi
dito, e por isso beleza em grego “se diz Cállos”, que é tomado por chamado. Mas a
segunda consonância está nas coisas segundo a ordenação delas reciprocamente, e aqui
alude ao dito acima, que congrega todas as coisas em todos, para um só. E pode-se aqui
compreender, conforme a sentença dos platônicos, que as coisas superiores estão nas
inferiores, segundo a participação, e as inferiores verdadeiramente estão nas superiores,
por uma certa excelência, e assim todas as coisas estão em todos. E disto que todas as
coisas são encontradas em todos por uma certa ordem, é seguido que todas as coisas ao
mesmo fim último são ordenadas.
Em seguida, quando diz “Mas o Belo...” expõe de que modo o belo é dito sobre Deus e
primeiro expõe que é dito segundo o excesso; segundo, que é dito pela causa, ao dizer
“Desde este Belo...”.
Ao redor do primeiro, faz duas considerações: primeiro, propõe o excesso; segundo, o
expõe ao dizer “e sempre existente...”.
No entanto, o excesso é duplo: um no gênero, que é significado pelo comparativo ou
superlativo; outro fora do gênero, que é significado pela adição da proposição “super”;
por exemplo, se dizemos que o fogo excede em calor no [seu] gênero, donde é dito
calidíssimo; mas o sol excede em excesso fora do gênero, donde não é dito calidíssimo
mas supercálido, pois o calor não está nele do mesmo modo, mas excelentemente. E ainda
que este duplo excesso não seja simultaneamente conveniente nas coisas causadas,
contudo em Deus é simultaneamente dito que é belíssimo e superbelo; não porque esteja
em um gênero, mas porque a Ele são atribuídos todas as coisas que são de quaisquer
gêneros.
Em seguida, quando diz “e sempre existente...” expõe o que dissera; e primeiro expõe a
razão pela qual Deus é dito belíssimo; segundo, a razão pela qual é dito superbelo, com o
dito “e assim...”
Na verdade, assim como alguma coisa é dita branca porque é imisturável com o negro,
assim é dito que uma coisa é bela por remoção ao defeito da beleza. Mas é duplo o defeito
da beleza nas criaturas: o primeiro, porque existem algumas que tem beleza variável,
assim aparece nas coisas corruptíveis e este primeiro defeito é excluído em Deus, dizendo
que Deus “sempre” é belo, “segundo” o mesmo e do mesmo modo e assim é excluída a
alteração da beleza; e novamente, não existe n’Ele a geração ou corrupção da beleza, do
mesmo modo nem aumento ou diminuição d’Ele, como aparece nas coisas corporais.
Contudo, o segundo defeito da beleza é que todas as criaturas tem algum modo particular
de beleza, assim como um modo particular de natureza; este defeito é excluído em Deus,
quanto a todo modo particular, e diz que Deus não é “em alguma parte” belo e em outra
torpe, como algumas vezes toca às coisas particulares; na verdade nem é [belo] naquele
tempo e em outro não, assim como toca nestas coisas das quais a beleza cede sob o tempo;
e também não é belo quanto a um e não quanto “ao outro”, assim como toca a todas as
coisas que são determinadas a um determinado uso ou fim: pois se [os usos ou fins] forem
aplicados ao outro [ente], não seria guardada a consonância e daí nem a beleza; e também
não é naquele lugar belo e noutro [lugar] não belo, certamente isto acontece em alguns,
por isso que as coisas belas são vistas por alguns e não vistas por outros, mas Deus em
tudo é simplesmente belo.
E de todas as premissas forneceu a razão com o acima dito de que Ele é belo “segundo si
mesmo”; pela qual é excluído que não é belo segundo uma só parte, nem em uma parte
de tempo, nem em um só lugar; porque, na verdade, aquilo secundo si e primeiramente
convém, convém totalmente, sempre e em todo lugar. Novamente, Deus é belo em si
mesmo, não por respeito ao outro determinado e o mesmo não pode se dizer que a um
seja belo e a outro não seja. Em verdade, é “sempre” e uniformemente belo, pelo qual é
excluído o primeiro defeito da beleza, ou seja, a variabilidade.
Além disso, quando diz “ e assim todos...” mostra qual a razão de Deus ser dito superbelo,
enquanto em si mesmo tem excelentemente [a beleza] e diante de todos os outros é fonte
de toda beleza. No mesmo [Deus está], pois, “a natureza simples e sobrenatural” de todos
“os belos”, por ele preexistem os derivados de “toda beleza e de todo belo”, na verdade
não dividindo-se, mas “uniformemente” pelo modo que os múltiplos efeitos existem na
causa preexistente.
Além disso, quando diz “Deste belo...” mostra de que modo o belo divino é dito segundo
a causa; após, expõe a causalidade do belo, ao dizer “ e é princípio...”.
Diz pois, primeiramente, que “Deste belo...” provêm o “ser de todos os existentes”: de
fato, a claridade esta na consideração da beleza, como foi dito. Mas toda forma, pela qual
a coisa tem o ser, é uma certa participação da claridade divina; e por isto que foi dito que
“as coisas singulares” são “belas segundo a própria razão”, isto é, segundo a própria
forma; donde é patente que da Beleza divina o ser de todas as coisas é derivado.
Similarmente por isso foi dito que na razão da beleza está a consonância, donde todas as
coisas, quaisquer que sejam, que tendem para a consonância, procedem da Beleza divina;
e por isto foi dito que “todas as concórdias” das criaturas racionais existem “por causa do
belo”, quanto ao intelecto; de fato, concordam que na mesma sentença convêm; “e as
amizades”, quanto ao afeto; “e as comunhões”, quanto ao ato ou a qualquer coisa
extrínseca; e universalmente todas as criaturas, quantas sejam as uniões que tenham,
devem-nas à virtude da beleza.
Ainda, quando disse “e é princípio...” expôs o que primeiramente disse sobre a
causalidade da beleza; e primeiramente, quanto à razão de causa; segundo, quanto à
diversidade das causas, ao dizer “Deste único bem...” [lectio VI].
Sobre o primeiro, diz duas coisas: primeiro, analisa segundo o que a razão da beleza é
dita causa; segundo, infere um certo corolário dos dizeres, ao dizer "por causa disto...".
Diz, pois, primeiro que certamente o belo “é princípio de todas as coisas como causa
efetiva”, dando o ser, “e” assim causa “movente e continente”, isto é, conservando todas
as coisas. Na verdade aqui são vistas três coisas pertinentes à razão da causa eficiente:
que dê o ser, mova e conserve. Mas a causa agente, age por um certo desejo de fim, por
que é um agente imperfeito, ainda não tendo o que deseja; mas o agente perfeito é o que
age por amor daquilo que tem e por isso foi dito que o Belo, que é Deus, é causa efetiva,
motora e continente “por amor da própria beleza”. Porque, na verdade, tem a própria
Beleza, quer multiplicá-la, como é possível, ou seja, por comunicação de sua semelhança.
Segundo diz que o Belo, que é Deus, é “fim de tudo como causa final” de todas as coisas.
Na verdade, todas as coisas, quaisquer que sejam, foram feitas para imitar a divina Beleza.
Terceiro, é causa “exemplar”, pois todas as coisas são distinguidas “segundo” o Belo
divino e sinal disto é que nada procuram figurar ou representar senão ao Belo.
Além disso, quando diz “por causa disto...” infere um certo corolário dos dizeres. E diz
que, como de todos os modos o belo é causa de todas as coisas, por isso é que o bem e “o
belo” são “o mesmo”, pois todas as coisas “desejam o belo e o bem”, como “causa” de
todos os modos, e porque nada há “que não participe do belo e do bem”, com cada qual
sendo belo e bom segundo a própria forma. E depois, ousadamente, podemos “dizer que
o não existente”, isto é, a matéria prima, “participa do belo e do bem”, pois o primeiro
ente não existente possui uma certa semelhança com o Bem e com o Belo divino: pois o
belo e o bem “são louvados” em Deus “por ablação de tudo”; mas na matéria prima a
ablação é considerada como defeito, mas em Deus é por excesso, enquanto existe
“supersubstancialmente”.
Porém, ainda que o belo e o bem sejam o mesmo no sujeito, pois tanto a claridade quanto
a consonância estão sob a razão de bem, todavia são diferenciados na razão: de fato, o
belo adiciona sobre o bem a ordem à força cognoscitiva para aquele ser deste modo.

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