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INTRODUÇÃO
Na interface entre geografia e a educação a viabilidade de desenvolver técnicas
diferenciadas de construção de recursos instrucionais básicos para o ensino
fundamental e médio de geografia contribui para a reflexão e o aprendizado sobre as
matérias em que a geografia tem a competência de ministrar. As atividades teórico-
práticas em situações de ensino são tão importantes para o desenvolvimento discente
que tornam-se primordiais para o entendimento do conteúdo de forma agradável,
criativa e instigante.
Diante do contexto sociológico, algumas questões sobre as metodologias
aplicadas em sala de aula são relevantes de serem discutidas. Giordani et al. (2014)
enfatizam:
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Bacharel, Licenciada e Mestre em Geografia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS),
Porto Alegre, carolineguedes3@hotmail.com.
IV Encontro de Práticas de Ensino de Geografia da Região Sul -ENPEG-SUL
ENSINO DE GEOGRAFIA E POLÍTICAS CURRICULARES
De 11 a 13 de junho de 2018 – Florianópolis-SC
Dessa forma, o presente trabalho visa contribuir para a preparação dos alunos de
educação básica para as situações de interpretação do espaço geográfico, dentro e fora
de sala de aula, possibilitando o entendimento das dinâmicas sociais, econômicas,
ambientais, culturais, etc. através de forma crítica e reflexiva dos fatos. Como meio
para alcançar o determinado fim, utiliza-se, como instrumento, os jornais impressos
uma vez que eles constituem poderosos recursos que podem ser trabalhados
didaticamente no intuito de construir o aprendizado junto aos alunos.
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PARA ALÉM DO LIVRO DIDÁTICO
Sem dúvida, o grande aliado na educação é o livro didático, que muito auxilia
no preparo e nas ideias práticas para o ensino da geografia. No entanto, a Geografia
vai sendo concebida sob outras abordagens, visando a incorporação de temáticas e a
pluralização de outras leituras, o que abriu possibilidade de renovação para que a
disciplina passasse a instigar o estudante na leitura e análise do mundo, estabelecendo
relações entre natureza e sociedade, de modo reflexivo e discutido com abordagem
sobre o cotidiano e a vida em sociedade. Isso foi muito produtivo para a Geografia,
com a introdução do seu autoquestionamento e a permanente renovação das
abordagens, analisando os fatos não com uma verdade ou uma realidade para explicar
o “mundo como ele é”, mas com a complexidade que integra o mundo. Além disso,
admitir as múltiplas possibilidades de dialogar com os principais conceitos e categorias
da Geografia (espaço geográfico, lugar, paisagem, território e região) e com essa
concepção avançar o olhar sobre o lugar, em especial o lugar de vivências, entendendo
que o mundo é a relação entre os lugares, entre os espaços e seus habitantes (BRASIL,
2016). Eis a Geografia com sua essência pura e de significativa relevância para o
entendimento do mundo.
Porém, trazer os alunos à compreensão dos fenômenos que percorrem do local
ao global não é uma tarefa tão simples assim, mas a sua busca deve ser continuamente
observada e procurada pelos professores de Geografia no intuito de melhor ajudar os
alunos no desenvolvimento de suas habilidades de percepção, discernimento e
entendimento. Outras observações também são importantes no ensino da Geografia:
perceber se há outras formas de produção do espaço, outros modelos de sociedade e
de organização espacial, outras comunidades, povos e civilizações, a conversa franca
sobre temática do gênero, da diversidade religiosa, das divergências político-
ideológicas, da educação ambiental, dentre outros temas.
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FORMAS METODOLÓGICAS
O desenvolvimento aqui relatado foi realizado junto aos alunos do 7º ano de uma
Escola Estadual de Ensino Fundamental em Porto Alegre/RS. Foram utilizadas para
as aulas denominadas Notícias Geográficas diversos jornais de circulação da cidade.
Foi pedido aos alunos, divididos em grupos, que eles encontrassem a Geografia através
das páginas dos jornais, recortassem a notícia, colassem em cartazes, nominassem o
tema e constituíssem um resumo baseado nos seus entendimentos sobre o assunto
reportado. Após, foram feitas apresentações de cada grupo e debatido na turma a
notícia no seu aspecto local e global.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nos dias atuais, mostra-se ser necessário entender como se dá a produção
espacial de outras formas de ser e de estar no mundo, de saber sobre os outros povos,
sobre outras culturas. É necessário construir com o estudante as muitas representações
possíveis do indivíduo sobre a sua realidade e também, pensar e fortalecer a identidade
dos estudantes, assumindo um compromisso inserido numa autonomia ética que
valoriza um mundo plural, diverso, divergente, mas socialmente justo. Concorda-se
que ao reconhecer a importância dos estudantes como sujeitos ativos no processo e a
relevância de seus conhecimentos prévios, o cotidiano e as vivências dos estudantes
dão um sentido mais rico para Geografia ensinada e produzida na escola. Por isso a
importância para a Geografia promover a interpretação de um fenômeno de maneira
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plural. Mais do que fatos, há que expandir as formas de ver e sentir os processos que
levam os espaços e sociedades a terem as características que têm.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. PNLD 2017: Geografia - Ensino fundamental anos
finais. Brasília, DF: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação, 2016.