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MARIANE CHAGAS SUZARTE

Práticas que podem ser utilizadas em sala de aula para estimular tarefas
mentais em estudantes com dificuldade cognitiva, como alunos com
transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), na disciplina Língua
Portuguesa.

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é caracterizado


por três sintomas básicos, que são sua espinha dorsal: a desatenção, a
impulsividade e a hiperatividade física e mental. Geralmente, manifesta-se na
infância, contudo em 70% dos casos prossegue na vida adulta (BARBOSA, 2014).
Para tal classificação, requer diagnóstico preciso, pois a desinformação torna-se um
dos maiores entraves na vida de um TDAH.
O indivíduo com este transtorno, como descreve Benczik (2000), apresenta
dificuldades no cumprimento de normas e regras, age por impulso, sendo esta, uma
condição que promove dificuldades como controle de impulsos, concentração,
memória, organização, planejamento e autonomia.
A maioria crianças com TDAH, segundo Silva (2014), são hiperativas, de
modo que não conseguem ficar paradas, correm de um lado a outro, escalam
móveis e vivem “a mil”, tal como se estivessem “plugadas na tomada”; ou
desastradas, desajeitadas, que não conseguem prestar atenção em nada, sonham
acordadas e se distraem ao menor dos estímulos. Muitas apresentam dificuldade de
aprendizagem e de relacionamento, gerando incompreensão de pais, amigos e
professores.
A aprendizagem, segundo Guardiola et al (1998), é um processo complexo e
dinâmico e estrutura-se a partir de um ato motor e perceptivo. Para estes autores, o
sistema nervoso pode ser considerado como um ordenador, responsável pelo
processamento das informações que recebe do mundo exterior e do próprio
organismo, bem como pela integração e direcionamento coordenado aos órgãos
efetores, responsáveis pelas respostas adequadas e necessárias à vida do
indivíduo.
Shimizu e Miranda (2012) entendem que, a aprendizagem e as respostas
comportamentais dependem da integridade do processamento sensorial como
respostas adaptativas à interação entre o indivíduo e as informações vindas do
ambiente e do próprio corpo. Deste modo, compreendem que, pode haver um
comprometimento no processamento sensorial nas crianças com TDAH que, por
não processarem e organizarem adequadamente as informações sensoriais podem
apresentar dificuldades em gerar respostas apropriadas, tanto motoras,
comportamentais como também na aprendizagem.
Silva (2014) descreve que o TDAH oscila entre a plenitude de um cérebro
criativo e no entanto, a exaustão de um cérebro que nunca para. Desse modo, é
necessário buscar metodologias que atraiam a atenção das crianças que convivem
com este transtorno, tal como o desafio maior, que é manter sua concentração e
atenção, devido à forte tendência à dispersão.
Para obter atenção de crianças com este transtorno, é imprescindível que
seja estabelecidos critérios de organização e orientação que o auxiliem no cotidiano.
Brown e Dias (2017) pontuam que é necessário o desenvolvimento de autonomia e
autoconfiança nestes indivíduos para lidar com os conflitos e demandas, além de
criar estratégias de estudo e aprendizado.
Quanto às estratégias, devem misturar desafio e diversão, tanto quanto
sejam estimulantes para a memória, atenção e o raciocínio lógico. Silva (2014)
ressalta que é de grande importância o reconhecimento, o elogio e a apresentação
de palavras encorajadoras.
Quanto à disciplina Língua Portuguesa, Cunha et al (2011), concluíram em
sua pesquisa com crianças entre nove e treze anos que, cursavam o Ensino
Fundamental que, alunos com TDAH apresentaram desempenho inferior nas tarefas
consideradas mais complexas, como a manipulação silábica e fonemas e na leitura
de palavras irregulares, que exigem retenção, análise e recuperação de informação.
Portanto, as dificuldades apresentadas nessas habilidades podem ser atribuídas
não a um déficit primário, mas como um fenômeno secundário à desatenção que
interferem de forma direta em seu desempenho.
Nos primeiros anos da Educação Básica, por intermédio de atividades
literárias, pode-se contribuir para o desenvolvimento da linguagem, criatividade e
socialização. Jogos e a brincadeira, segundo Brown e Dias (2017), também
apresentam a possibilidade desse aluno aprender sobre seguir regras, esperar a
vez e lidar com a frustração de perder. Porém, eles ressalvam que isto não exclui a
necessidade que existe de sistematizar os conteúdos de forma mais estruturada, o
que também ajuda com a organização mental.
Assim, é explícita a importância de um olhar sensível e multidimensional na
compreensão do quadro do TDAH na infância. E deste modo, Brown e Dias (2017)
afirmam que transformar a sala de aula em um espaço onde os estudantes possam
desenvolver suas potencialidades livres de frustração e do medo de errar, em que o
ritmo de cada aluno seja respeitado e em que dificuldades sejam encaradas sempre
como desafios prestes a serem conquistados e, principalmente, onde esse aluno se
sinta confiante em um ambiente acolhedor e envolvente.
REFERÊNCIAS

BENCZIK, E. B. P. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: atualização


diagnóstica e terapêutica: características, avaliação, diagnóstico e tratamento: um
guia de orientação para profissionais. São Paulo: Casa do psicólogo, 2000.

Brown, D.; Dias, F. Compreendendo e ajudando alunos com déficit de atenção:


Buscando novas estratégias pedagógicas. Espiral - Portal de Publicações do Colégio
Pedro II. Anos Iniciais em Revista, 2017. Disponível em:
http://www.cp2.g12.br/ojs/index.php/anosiniciais/article/view/1113.

CUNHA, V.L.O et al. Desempenho de escolares com Transtorno de déficit de atenção e


Hiperatividade em tarefas metalinguísticas e de leitura. Rev. CEFAC, São Paulo, 2011.

Guardiola, A. et al. Associação entre desempenho das funções corticais e


alfabetização em uma amostra de escolares de primeira série de Porto Alegre. Arq.
Neuro-Psiquiatr. 1998; 56(2):281-8.

SHIMIZU, V. T.; MIRANDA, M. C. Processamento sensorial na criança com TDAH: uma


revisão da literatura. Rev. psicopedag., São Paulo , v. 29, n. 89, p. 256-268, 2012.
Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
84862012000200009&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 04 jul. 2018.

SILVA, A. B. B. Mentes inquietas: TDAH: desatenção, hiperatividade e impulsividade/ Ana


Beatriz Barbosa Silva. - 4. ed. - São Paulo: Globo, 2014. 304 pp.

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