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XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

“A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens
avançadas de produção”

Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017.

CONTROLE ESTATÍSTICO DO
PROCESSO APLICADO NA AVALIAÇÃO
DA POTABILIDADE DA ÁGUA: UM
ESTUDO DE CASO NA SANEAGO EM
GOIÂNIA GOIÁS

Juliano Resende Bucchianeri (PUC)


juliano.resende@ifro.edu.br
CLARIMAR JOSE COELHO (PUC)
clarimarc@gmail.com

A necessidade da água para a vida na Terra e para bons níveis de


habitabilidade a torna indispensável a nós seres humanos e à vida em si
no planeta. Neste sentido, este artigo tem como objetivo, ressaltar a
importância de que a água seja conservada e preservada para a
qualidade de vida. Foram avaliadas as características essenciais de
potabilidade da água previstas na Portaria 518, conforme dados
disponibilizados pela companhia de tratamento de água e esgotos de
GOIÁS. Estes dados foram aplicados ao Controle Estatístico do
Processo, com a utilização das Cartas de Controle de Variáveis, para
analisar a qualidade.

Palavras-chave: Água, Potabilidade, Controle Estatístico do Processo,


Cartas de Controle, Água e Saúde.
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1. Introdução

O acesso à água potável é essencial para qualidade de vida, um direito básico da


humanidade, sendo um dos fatores de uma política eficaz de proteção à saúde. Melhorar
o acesso à água potável pode resultar benefícios imensuráveis para humanidade, por isso,
todo esforço possível deveria ser feito para que tivesse qualidade para o consumo humano
(WHO, 2004). É nesse cenário que se insere a importância da avaliação de impactos
ambientais em ecossistemas aquáticos por meio de medições de alterações nas
concentrações de variáveis físicas, químicas e bacteriológicas. Este sistema de
monitoramento constitui-se como ferramenta essencial na gestão de recursos hídricos do
país, sendo possível classificar rios e córregos em classes, e ainda definir padrões de
potabilidade e balneabilidade (GOULART; CALLISTO, 2003).

Geralmente, o monitoramento físico químico da água envolve a análise dos seguintes


parâmetros: turbidez, Ph, temperatura, demanda química de oxigênio, demanda bioquímica de
oxigênio, oxigênio dissolvido, sólidos dissolvidos totais, compostos orgânicos voláteis,
presença de metais, óleos e graxas. É nesse contexto que se insere o índice de qualidade da água
(IQA), esta metodologia proporciona a avaliação da qualidade da água de uma bacia de forma
simples e útil, pois transforma dados quantitativos em informação, reunindo vários parâmetros
que são traduzidos em um valor que corresponde a uma determinada classificação. Dessa forma,
o IQA é um número adimensional que exprime a qualidade da água para diversos fins. Esse
número é obtido por meio da agregação de dados físicos, químicos e bacteriológicos, de acordo
com metodologias específicas (PNMA, 2002).

Para o monitoramento de qualidade da água são abordados alguns parâmetros de acordo com o
padrão de potabilidade. Nesta pesquisa, serão analisados os seguintes: flúor, pH, temperatura
da água, turbidez, índice de coliformes totais, cloro residual, cor aparente e Escherechia
Coli. Para isso, esses índices correspondentes a água proveniente da Estação de
Tratamento de Água (ETA) do Sistema Meia Ponte, localizada em Goiânia/GO, serão
analisadas de acordo com os procedimentos de qualidade para consumo humano

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estabelecidos na Portaria 2.914 de 2011. Posteriormente, os resultados serão comparados


a fim de demonstrar qual sistema proporciona maior eficácia no tratamento.

2. A Contaminação Microbiológica da Água

A contaminação microbiológica ocasionada na água pode-se dar principalmente pelo


despejo indevido de corpos estranhos na água, como esgoto e lixo. Assim, com o aumento
da exposição humana a efluentes contaminados, a saúde passa a ser colocada em risco,
aumentando a possibilidade de contato, bem como, ingestão de água composto por
organismos infecciosos como vírus, helmintos, bactérias e protozoários (ZACARIAS,
2000).

Esta situação demonstra que pessoas com atividades e padrões de vida diferenciados estão
expostos às doenças, sendo esta constatação aplicada a maioria das pessoas, trazendo um
maior interesse em se associar essas doenças a água contaminada (ZACARIAS, 2000).

Na figura abaixo se demonstra a capacidade de transporte da água, entendendo-se melhor


o papel como transmissor de doenças:

Figura 01 – Ciclo de Transmissão de Doenças Por Meio da Água

Fonte: Adaptado de Rezende (2002)

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Na Figura 01 verifica-se que a água é considerada como um agente infeccioso, mas, este
é introduzido na água para que ocorra a transmissão da doença. Assim, os micro -
organismos são considerados como potencial patogênico, e, não se desenvolvem de forma
espontânea na água, eles acabam sendo introduzidos pelo homem por meio de
excrementos e águas residuais (BARATA, 1990).

3. Parâmetros bacteriológicos e físico-químicos monitorados na água de abastecimento


público

O Ministério da Saúde regulamenta a qualidade do sistema municipal de abastecimento de água


segundo a presença de coliformes, que agem principalmente como indicadores de poluição fecal
e de quantidade de bactérias heterotróficas (AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION,
1998). Já as análises físico-químicas englobam as seguintes delimitações: turbidez, cor, pH e
odor, indicadores de boa potabilidade para a água de consumo (BRASIL, 2000). A seguir serão
abordados os microrganismos e os parâmetros físico-químicos envolvidos neste trabalho. Vale
ressaltar que não foram encontrados coliformes fecais nas amostras.

3.2 Temperatura

A temperatura é uma condição importante a ser explorada, pois ela pode acelerar ou atrasar a
atividade biológica, promovendo proliferação de micro-organismos e de algas. Também exerce
influência sobre a solubilidade do oxigênio e do dióxido de carbono na água e as precipitações
de alguns compostos (SILVA, 2013).

Em relação ao processo de tratamento da água, a temperatura pode apresentar efeito


significativo nos processos de desinfecção, coagulação, floculação e sedimentação. Isto
acontece em razão da água a baixas temperaturas apresentar-se mais viscosa (TEBBUTT,
1998).

3.3 pH

O pH diz respeito a concentração de íons hidrogênio, H+, conferindo indicação sobre as


condições de acidez, neutralidade e basicidade da água. Refere-se a um parâmetro de caráter

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operacional significativo e deve ser conduzido a fim de otimizar os processos de tratamento


(BAIRD, 2004).

O pH é um padrão de potabilidade, portanto para que as águas sejam consideradas potáveis para
abastecimento público devem apresentar valores de pH entre 6,0 e 9,5, respeitando a Portaria
518 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004). Este é um dos indícios mais cruciais para o
monitoramento de recursos hídricos superficiais ou subterrâneos. A acidez descomedida pode
anunciar contaminações, enquanto o excesso de solubilização de sais pode resultar em uma
água inadequada para consumo devido à elevada dureza (BAIRD, 2004).

3.4 Flúor

Desde 1974, tornou-se obrigatória a fluoretação das águas de abastecimento público em


municípios brasileiros onde exista Estação de Tratamento de Água (ETA). Essa determinação
tornou-se reconhecida como uma das medidas mais relevantes na Saúde Pública para prevenção
de doenças (MCNALLY; DOWNIE, 2000). O flúor é um elemento químico inserido na água
de abastecimento, durante seu tratamento, em razão de sua comprovada eficácia na proteção
dos dentes contra a cárie (COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DE
SÃO PAULO, 2010).

De acordo com Kulcheski (2000), a Organização Mundial da Saúde (OMS) define como nível
adequado para fluoretação de águas de abastecimento o intervalo que varia entre 1,0 a 1,5 mg
de fluoreto para cada litro de água. A Portaria 518 do Ministério da Saúde delibera concentração
limite de flúor de 1,5 mg de fluoreto para cada litro de água (BRASIL, 2004).

3.5 Cloro residual livre

Cloro é um agente bactericida, incorporado ao tratamento da água com o propósito de destruir


bactérias e outros microrganismos patogênicos que podem estar associados a água
(COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2010).

A eficiência do método de cloração está sustentada pela eliminação das células bacterianas por
meio da oxidação dos grupamentos sulfidrila livres (BRASIL, 2004).

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A Portaria 518 do Ministério da Saúde exige que a água para consumo humano tenha uma
concentração igual ou maior a 0,2 mg/L de cloro residual livre, não ultrapassando 2mg/L seja
qual for o ponto do sistema de abastecimento (BRASIL, 2004).

3.6 Turbidez

A turbidez é um atributo da água que se relaciona à presença de partículas suspensas com


tamanhos que variam desde suspensões grosseiras até coloides, dependendo do grau de
turbulência. A presença dessas partículas gera a dissipação e a absorção da luz, conferindo a
água um aspecto nebuloso, esteticamente indesejável e potencialmente insegura (RICHTTER;
AZEVEDO NETTO, 2002). Os mesmos autores ainda ressaltam que a turbidez pode ser
motivada por uma diversidade de materiais, como, partículas inorgânicas (argila, lodo, areia,
silte) e descarga de esgoto doméstico ou industrial.

Conforme Portaria nº 518 do Ministério da Saúde, o valor máximo de turbidez para


abastecimento público de água é de 5 UT (BRASIL, 2004).

3.7 Cor aparente

A cor está incumbida pela coloração da água e ainda associa-se ao grau de redução de
intensidade que a luz sofre ao atravessá-la (COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE
SÃO PAULO, 2010).

De acordo com Richtter e Azevedo Netto (2002), virtualmente a água pura não contém cor. O
acompanhamento de substâncias dissolvidas ou em suspensão modifica a cor da água,
dependendo da quantidade e da natureza do material existente. Geralmente pode-se atribuir a
cor da água aos ácidos húmicos e tanino, produzidos pela decomposição de vegetais e, por isso,
não apresenta risco algum para a saúde. No entanto, quando de origem industrial, pode ou não
conter toxicidade (SPERLING, 1996).

Assim, a cor é um parâmetro de aspecto estético de receptividade ou desprezo pelo produto,


segundo com a Portaria 518/04 do Ministério da Saúde. O maior valor permissível de cor para
a água distribuída é de 15,0 uH (BRASIL, 2004).

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4 Gestão da Qualidade

Segundo (Campos, 1999), qualidade se refere às características específicas dos produtos, bens,
serviços finais ou intermediários da empresa, as quais definem a capacidade destes bens ou
serviços como sendo responsáveis em promoverem à satisfação do cliente e o cumprimento dos
requisitos. A qualidade do bem ou serviço inclui a ausência de defeitos e a presença de
características que satisfaçam os consumidores, com qualidade pessoal, informação,
treinamento dentre outros aspectos.

Neste estudo as características de avaliação da qualidade que serão consideradas para definir se
a água é potável, são: temperatura, pH, flúor, cloro residual livre, turbidez e cor aparente.

4.1 Controle Estatístico da Qualidade (CEQ)

O controle estatístico da qualidade é uma abordagem que combina as práticas de controle total
da qualidade, engenharia e estatística. Essa abordagem iniciou na década de 20, nos Estados
Unidos, através do Dr. Walter A. Shewhart, que desenvolveu um sistema de mensuração das
variabilidades na produção de bens e serviços, conhecido como Controle Estatístico do
Processo. Também foi criador do método PDCA (Plan, Do, Check and Action), método
mundialmente difundido e essencial para a gestão da qualidade.

Dr. Walter propôs o uso de cartas de controle (CCs) para analisar os dados obtidos por
amostragem, tornando possível a prevenção de problemas relacionados à qualidade e impedindo
que produtos defeituosos fossem produzidos.

Segundo (Santos, 2009) a qualidade não deve ser atrelada apenas ao produto final, mas a todo
o processo produtivo e administrativo, visto que cada produto imperfeito traz consigo
desperdício de matéria-prima, tempo, energia, etc.

Neste contexto é preciso mensurar as características pelas quais o processo será gerenciado, e
para tal, faz-se necessário primeiramente um estudo sobre o que é processo.

4.2 Controle Estatístico do Processo (CEP)

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(Campos, 1999) define processo como sendo um conjunto de causas que provocam um ou mais
efeitos entre o homem, os materiais, os equipamentos e o meio ambiente para fabricar um
produto ou serviço.

Uma definição simples de “processo” é: um conjunto definido de atividades ou comportamentos


executados por humanos ou máquinas para alcançar um objetivo. Um processo que subsidie a
qualidade deve ser estável, previsível, com uma identidade e capacidade definida, medido,
controlado e otimizado continuamente.

O controle estatístico do processo (CEP) é uma técnica estatística aplicada à produção que
permite a redução sistemática da variabilidade nas características da qualidade de interesse,
contribuindo para a melhoria da qualidade intrínseca, da produtividade, da confiabilidade e do
custo do que está sendo produzido (RIBEIRO & CATEN, 2012).

Para melhor compreender o CEP, portanto, é preciso que se entenda a variabilidade e como ela
está diretamente ligada à qualidade do processo, realizando o controle desta variabilidade ao
longo do tempo através da coleta de dados continuada, análise e bloqueio de possíveis causas
especiais que estejam afetando o sistema.

4.3 Cartas ou Gráficos de Controle (CCs)

(Michel e Fogliatto, 2002 apud Wasyluk e Polacinski, 2011) destacam que o objetivo das cartas
de controle é monitorar a variabilidade existente nos processos, distinguindo causas comuns
(causadoras de pequenas variações aleatórias e, via de regra, inofensivas ao processo) de causas
especiais. Causas especiais devem ser identificadas e corrigidas, para que o processo permaneça
dentro de um padrão esperado de desempenho.

O gráfico contém uma linha central (LC) que representa o valor médio, e duas outras linhas
chamadas de limites superior de controle (LSC) e de limite inferior de controle (LIC), se o
processo estiver sob controle, aproximadamente todos os pontos da amostra cairão entre os

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limites de controle e nenhuma ação de controle é necessária (BERNARDELLI et al.,2009). Na


Figura 02 abaixo, exemplifica-se um modelo de carta/gráfico de controle.

Figura 02 – Exemplo de uma carta de controle

Fonte: Ribeiro e Caten (2012)

5. METODOLOGIA

O presente artigo é caracterizado por um estudo de caso da aplicação das técnicas de Controle
Estatístico do Processo com Cartas de Controle realizadas no software Excel com auxílio do
suplemento Action instalado. Para aferir se a qualidade da água, ou seja, se os níveis dos
parâmetros bacteriológicos e físico-químicos, que medem a potabilidade da água, estão dentro
dos limites estabelecidos na Portaria n° 2.914 de 12 de dezembro de 2011.

Os dados utilizados para a presente pesquisa foram provenientes do banco de dados gerados
para emissão dos boletins de análises de água, emitidos pela Companhia de Saneamento de
Goiás S/A - SANEAGO, entre 01 de setembro de 2015 a 29 de fevereiro de 2016, num total de
120 amostras analisadas.

Foram selecionadas as seguintes variáveis:

 Temperatura da Água
 Turbidez
 Cloro Residual
 Flúor
 Cor Aparente
 pH

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É importante salientar que em nenhuma das 120 amostras foi detectada o Escherechia Coli ou
algum índice de coliformes totais, por isso essas variáveis sequer foram consideradas no
modelo.
Estes dados foram submetidos ao processo interativo, ilustrado na Figura 03, no qual
utiliza-se as cartas de controle para analisar se o processo é estável.
Figura 03 – Processo iterativo de melhoria do processo

Fonte: Ribeiro e Caten (2012)

5.1) Temperatura da agua

Carta Controle (Temperatura da Água) Processo Estável

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Figura 04 - Carta de Controle - Temperatura da Água

Gráfico de Valores Individuais

27
Valores Individuais

26.35
26

25 24.86
24
23.36
23

22

TEMPERATURA AGUA

Peças

Gráfico de Amplitude Móvel


3.5
3.0
Amplitude Móvel

2.76
2.5
2.0
1.5 1.59

1.0
0.5 0.41
0.0

Peças

A temperatura da água é controlada pela incidencia solar. Sendo a temperatura da água uma
variavel imprescidível para a vida aquática desde peixes, insetos, zooplâncton, fitoplâncton e
todos as espécies aquáticas. Tambem influindo a quimíca da água pois dependendo da sua
temperatura tem se mais ou menos oxigênio dissolvido. Quando a temperatura ocorrer abaixo
de 14 graus Celsius teremos pouca atividade da vida aquática de 15 a 20 graus Celsius ocorre
uma atividade mediana da vida aquática de 21 a 27 graus Celsius uma alta atividade da vida
aquática acima de 27 graus Celsius ocorre o declinio da vida aquática. Assim a temperatura
ideal da água é em torno de 25 graus Celsius tanto para sua potabilidade quanto para a vida
aquática. Nas amostras coletadas a média da temperatura da água foi de 24,85 graus Celsius,
com valores variando de 26,35 graus Celsius a 23,36 graus Celsius e desvio padrão de 0,45.

5.2) Cloro Residual

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Carta Controle (Cloro Residual) Processo Estável

Figura 05 - Carta de Controle – Cloro Residual (processo estável)

Gráfico de Valores Individuais

1.50
Valores Individuais

1.48
1.45

1.40
1.38
1.35

1.30
1.28
1.25

CLORO RESIDUAL

Peças

Gráfico de Amplitude Móvel

0.20
0.1903
Amplitude Móvel

0.15

0.1091
0.10

0.05
0.0279
0.00

Peças

De acordo com a Portaria 518 do Ministério da Saúde, a concentração de cloro residual deve
ser maior ou igual a 0,2 mg/L e inferior a 2 mg/L. Nas amostras coletadas a média de cloro
residual foi para o limite inferior de 1,28 mg/L e superior de 1,48 mg/L, média de 1,38 mg/L e
desvio padrão de 0,034.

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Através da análise de capacidade do processo do Cloro Residual, pode-se afirmar que o


processo está conforme especificação da Portaria 518 do Ministério da Saúde, caracterizando
um bom nível de potabilidade.

5.3) Flúor

Carta Controle (Flúor) Processo Estável

Figura 06 - Carta de Controle – Flúor (processo estável)

Gráfico de Valores Individuais


Valores Individuais

0.74
0.74

0.72
0.71
0.70

0.68 0.68

FLÚOR

Peças

Gráfico de Amplitude Móvel


0.06

0.05
Amplitude Móvel

0.04 0.040837

0.03

0.02
0.01 0.0125

0.00 0

-0.01

FLÚOR

Peças

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o nível adequado para fluoretação de águas no
intervalo de 1,0 a 1,5 mg/l para cada litro de água e a Portaria 518 do Ministério da Saúde define
concentração limite de flúor de 1,5 mg/l para cada litro de água (BRASIL, 2004).

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Após a carta de controle do processo, conforme ilustrado na Figura 06, obteve-se média de 0,71
mg/l, limite inferior de 0,68 mg/l e superior de 0,74 mg/l.

Analisando a capacidade do processo, observa-se que os níveis de fluoretação estão abaixo do


mínimo definido pela OMS de 1,0 mg/l e nenhuma amostra supera o limite superior de 1,5 mg/l,
mas como o Limite Superior das amostras no processo estabilizado registrou 0,74 mg/l,
podemos ponderar que os níveis estão muito baixos para os níveis estabelecidos pela OMS,
contudo atendem à regulamentação da Portaria 518 do Ministério da Saúde, que não define
limite inferior para o processo e apenas limite superior de 1,5 mg/l.

5.4) Turbidez

Carta Controle (Turbidez) Processo Estável

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Figura 07 - Carta de Controle – Turbidez (processo estável)

Gráfico de Valores Individuais


Valores Individuais

0.52
0.5

0.4
0.35
0.3

0.2
0.18

TURBIDEZ

Peças

Gráfico de Amplitude Móvel

0.3
Amplitude Móvel

0.281269

0.2

0.133051
0.1

0.0 0

TURBIDEZ

Peças

Através da carta de controle o processo estabilizou-se com média de 0,35 UT, entre o limite
inferior de 0,18 UT e superior de 0,52 UT, e desvio padrão de 0,06 UT, conforme apresentado
na Figura 07.

A Portaria 518 do Ministério da Saúde estabelece 5 UT como valor máximo de turbidez para
abastecimento público de água, assim os valores registrados nas amostras estão conforme o
padrão de qualidade e potabilidade.

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5.5) Cor Aparente

Carta Controle (Cor Aparente) Processo Estável


Figura 08 - Carta de Controle – Cor Aparente (processo estável)

Gráfico de Valores Individuais


Valores Individuais

4.21
4

3
2.5
2

1
0.79

COR APARENTE

Peças

Gráfico de Amplitude Móvel

3.0
Amplitude Móvel

2.5
2.0 2.101975

1.5
1.0
0.643396
0.5
0.0 0
-0.5

COR APARENTE

Peças

A coloração da água registrada nas amostras variou de 0,79 uH a 4,21 uH, resultando na média
2,5 uH, com desvio padrão de 0,97 uH, Após a realização da carta de controle o processo se
estabilizou conforme mostrado na Figura 08.

Os valores obtidos indicam um bom nível de potabilidade e que o processo é capaz, conforme
ilustrado na Figura 08, visto que o maior valor permitido para coloração da água é de 15,0 uH
(BRASIL, 2004).

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5.6) pH

Carta Controle (pH) Processo Estável

Figura 09 - Carta de Controle – pH (processo estável)

Gráfico de Valores Individuais

7.12
Valores Individuais

7.10 7.1

7.08
7.06
7.05
7.04
7.02
7.00 7
6.98

PH

Peças

Gráfico de Amplitude Móvel

0.10
Amplitude Móvel

0.08
0.07527
0.06

0.04
0.029242
0.02

0.00 0

PH

Peças

O processo estabilizou entre 7 e 7,1 com média de 7,05, de acordo com a carta de controle
exibido na Figura 26. Afirmando que a água analisada praticamente possui pH neutro.

Os níveis de pH aceitáveis definidos na Portaria 518 devem variar de 6,0 a 9,5. Nos dados foram
identificadas 4 (quatro) amostras com valores abaixo de 6,0, sendo de 0,65; 0,72; 4,5 e 4,5. O
processo estabilizado se mostrou capaz, conforme demonstrado na Figura 09.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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De um modo geral a sociedade, principalmente as populações mais carentes, enfrentam


diversos problemas, mas o relacionado a questão do saneamento básico é sem dúvi da um
dos mais importantes.

Assim, o crescimento acelerado da região urbana traz consigo a questão da falta de


infraestrutura, e, consequente afeta o saneamento básico, ocasionando uma água sem
qualidade, não potável.

A água quando ingerida sem qualidade traz uma série de problemas, como a proliferação
de doenças que já foram consideradas erradicadas, como, por exemplo, a cólera.

Assim com esse panorama da agua foi foco nesse artigo a importância da qualidade da
agua para a saúde humana. Abordando as seguintes variáveis temperatura Ambiente,
temperatura da água, turbidez, cloro residual, flúor, cor aparente e ph. Tendo como base os
dados coletados no controle de qualidade da Saneago – GO.
Com os dados coletados aplicando ao CEP (controle estático de processo) analisando a
qualidade das variáveis. Com o auxílio da cartas de controle foi detectado que a água ingerida
em Goiás possui uma temperatura dentro da normalidade ideal para o consumo e a vida
aquática, pode se afirmar que os níveis de cloro residual atendem as especificações do
Ministério da saúde, quanto a fluoretação os níveis apesar de estarem abaixo dos sugeridos pela
OMS atendem a portaria 518 do Ministério da saúde, a turbidez também está dentro dos limites
permitidos, em relação a coloração também temos uma qualidade satisfatória o pH ficou
praticamente em 7 um pH neutro atendendo novamente as especificações. Podendo concluir
com um bom grau de confiança que a agua tratada de Goiás possui uma boa qualidade em suas
variáveis mais importantes que foram foco desse estudo.
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