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Análise das obras Der Tod Und Das Mädchen, Erkoning e ....

de Franz Peter
Schubert

Cassiano Lima da Silveira Santos


Unicamp – cacalima60@gmail.com
RA. 145703

Lucas Matheus Cruz Lopes


Unicamp - lucasmatheus@me.com
RA.182621

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Resumo: Resumo do trabalho com cerca de 6 linhas (tamanho 10, espaço simples, 2 centímetros de
indentação na margem esquerda, justificado). O resumo deve conter: apresentação do assunto, objetivos,
referenciais teórico-metodológicos e principais conclusões do trabalho. Xxxxxxxxxx xxxxx xxxxxxxxx
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1. O lied e Franz Peter Schubert

Franz Peter Schubert (Himmelpfortgrund, 31 de Janeiro de 1797 — Viena, 19 de


Novembro de 1828) foi um compositor austríaco do fim da era clássica, com um estilo marcante,
inovador e poético do Romantismo. Escreveu cerca de seiscentas canções, bem como óperas,
sinfonias, incluindo a "Sinfonia Incompleta", sonatas entre outros trabalhos. Viveu apenas trinta e
um anos e para além de um círculo restrito de conhecedores, não teve reconhecimento público.
Mas o interesse pela sua música aumentou significativamente nas décadas que se
seguiram à sua morte. O aporte para colocar Schubert no panteão dos grandes compositores da
história da música europeia foi dado por outros grandes compositores do século XIX que foram
seus admiradores, como Felix Mendelssohn, Robert Schumann, Franz Liszt e Johannes Brahms.
Hoje, o seu estilo considerado por muitos como imaginativo, lírico e melódico, fá-lo ser
considerado um dos maiores compositores do século XIX, marcando a passagem do estilo clássico
para o romântico.
A inovação trazida pelo Lied do século XIX é a independência que se tem
entre a parte do piano e a vocal, com as introduções, orquestrações, respostas e interlúdios. Isso é
muito claro em Erkoning (Fig.1)
Quando a parte de piano corresponde à linha vocal, o resultado faz parecer que o texto é amparado
por uma espécie de unânime empatia. [...] contradições entre a voz e o acompanhamento parecem
preconizar o conflito entre o protagonista e o mundo ao seu redor. (DITTRICH in PARSONS, 2004,
p. 88)

Fig. 1 Erkoning – Introdução, compassos 1 ao 15.

2.1 Analise do Lied Op. 7, nº 3 – D. 531 – Der Tod Und Das Mädchen

A peça se inicia com uma introdução em Ré menor e seus oito primeiros compassos são
em 2/2, com ambas as mãos tocando acordes. A seção toda é em pianíssimo e bem lenta,
apresentando o tema musical da Morte.
A Donzela aparece na anacruse pro nono compasso. Inicia-se uma seção mais agitada
que a primeira com indicações de ―piano‖ e de ―um pouco mais rápido‖. A melodia cresce
gradualmente, cromaticamente. O acompanhamento do piano é sincopado, tocando acordes de
quartas alternadamente nas mãos esquerda e direita. Um acorde diminuto no compasso 13 (Ich bin
noch jung) dá um ânimo misterioso à seção. No compasso 16 (rühre), as quartas no
acompanhamento são substituídas pelo ritmo já apresentado na introdução. Então, uma cadência
imperfeita conduz a um repouso com uma fermata.
A terceira e última seção é a parte da Morte. A música retorna ao tempo e dinâmicas da
introdução. A melodia da Morte tem uma tessitura estreita (com exceção da última nota). A
tonalidade modula para Fá maior – relativa maior de Ré menor. Na última sílaba cantada pela
Morte, a tonalidade muda pra Ré menor. A Coda é quase que uma repetição da introdução, exceto
por ser menor em um compasso e agora, na tonalidade maior.

2.2 O Motivo

É um conceito fundamentalmente derivado da Dança Macabra, motivo medieval, assim


como outros motivos representando a morte e a impotência humana, muito comum na arte
Renascentista, especialmente na pintura e na música. Foi revivido durante o período Romântico,
sendo um notável exemplo as composições do compositor alemão Franz Peter Schubert.

2.3 Tradução de Der Tod Und Das Mädchen

Original em Alemão

Das Mädchen:
Vorüber! Ach, vorüber!
Geh, wilder Knochenmann!
Ich bin noch jung! Geh, lieber,
Und rühre mich nicht an.
Und rühre mich nicht an.

Der Tod:
Gib deine Hand, du schön und zart Gebild!
Bin Freund, und komme nicht, zu strafen.
Sei gutes Muts! ich bin nicht wild,
Sollst sanft in meinen armen schlafen!

Tradução para o português

A Donzela:
Vá embora! Ah, vá embora!
Vá, feroz homem de ossos!
Eu ainda sou jovem! Vá, de preferência,
E não me toque.
E não me toque.

A Morte:
Dê-me sua mão, bela e delicada forma!
Sou amigo, e não venho para punir.
Tenha bom ânimo! Eu não sou feroz,
Tranquilamente você dormirá em meus braços!

3.1 Sobre a obra Opus 1 de Schubert: Erkoning (O rei dos Elfos), D. 328

"Erlkönig" é um poema de Johann Wolfgang von Goethe. Nele é contado a morte de


uma criança atacada por um ser sobrenatural, o Erlking ou "Erlkönig" (Rei dos Elfos). A falta de
especificação faz com que o leitor imagine de sua maneira todo o plano de fundo, criando assim sua
interpretação do que está acontecendo.
Centenas de canções foram escritas tanto por grandes compositores e também por
outros menos conhecidos em séculos anteriores, mas até o século XIX não houve um conjunto de
circunstâncias fortuitas que convergiu para produzir o único gênero que agora é chamado de art
song. Embora o Lied romântico não fosse ultrapassar o seu século, ele influenciou e mudou o
conceito da escrita da canção (songwriting) dos compositores em todo o mundo ocidental. Não só o
Lied alemão do século XIX estimulou o desenvolvimento de outros estilos de música nacional,
como a mélodie française e a canzone italiana, mas a canção é hoje considerada uma forma musical
significativa, atraindo o interesse de muitos compositores importantes. A ligação entre música e
poesia, que os compositores têmexplorado por centenas de anos, encontrou uma nova vitalidade e
vocabulário musical com o lied alemão. 14 (GORRELL, 1995, p. 13)1
Em 1815 a surge a obra musical, que foi publicada como Opus 1 de Schubert: Erkoning
(O rei dos Elfos), D. 328.usando o poema de Goethe, Shubert compôs seu Lied para voz solo e
piano em 1815. A primeira apresentação foi realizada em concerto no dia 1 de dezembro de 1820
em uma reunião privada em Viena e foi apresentada para o público em 7 de março de 1821 no
Teatro de Kärntnertor2
A história começa com um menino sendo levado pelo pai a cavalo. Ao longo do trajeto
a criança vê nevoeiros, salgueiros, vultos e escuta barulhos. O pai tenta acalmar a criança até a
chegada do local que não é especificado no poema, ao chegar, a criança morre nos braço do pai.
Na peça existem quatro personagens, o narrador, o pai, o filho, e o rei dos Elfos. Todos
são cantados por um único vocalista, entretanto o existem interpretações onde quatro vocalistas
interpretam a obra. Para diferenciar esses quatro personagens, quando feito por um único vocalista,
é notável uma distinção na voz para melhor interpretação desses personagens.

Fig 1. Compassos 1,2 e 3.

O piano começa com tercinas tocadas rapidamente simulando o galopar do cavalo, já no


compasso 2 a mão esquerda apresenta um tema que se repetirá por toda a peça. (Fig.1). Toda a
introdução está em Sol menor até que a intervenção do Reidos Elfos no compasso 59, em Si b maior
(relativa menor). No compasso 15 a história é narrada pelo primeiro personagem, em sol menor
alternando entre o i grau menor e o V grau. No compasso 35 o pai fala com seu filho,

1
Hundreds of songs had been written by both major and minor composers in previous centuries, but it was not until the
nineteenth-century that a fortuitous set of circumstances converged to produce the unique genre that is now called the
art song. Although the romantic lied was not to outlive its century, it influenced and changed composers‟ concept of
songwriting throughout the Western world. Not only did the nineteenth-century German lied stimulate the development
of other national styles of song, such as the French mélodie and the Italian lirica da camera, but song is now
considered a significant musical medium, attracting the interest of many serious composers. The link between music
and poetry, which composers have explored for hundreds of years, found a new vitality and musical vocabulary with the
German lied. (GORRELL, 1995, p. 13)
2
Theater am Kärntnertor ou Kärntnertortheater (Português: Teatro do Ducado da Caríntia) era um prestigiado teatro em
Viena durante os séculos XVIII e XIX. O seu título oficial era Kaiserliches und Königliches Hoftheater zu Wien, o
"Teatro da corte Imperial e Real de Viena".
harmonicamente também em modo menor e no compasso 40 a presença da criança é notável, nesse
trecho a tonalidade está em Do menor indicando uma mudança para se ter um contraste maior, mas
logo no compasso 50 existe uma modulação para Si b maior que acontece no compasso 45 para que
novamente a figura do pai, com voz firme acalme a criança. Continuando em Sib maior no
compasso 55 o Rei dos Elfos inicia sua fala, dando também a mesma sensação de segurança, existe
aí uma prolongação da harmonia que é intercalada no I e V7 graus até chegar no compasso 70 que
muda harmonicamente para sol menor mostrando o desespero da criança. No compasso 73 em sol
menor a criança não é convencida pelo rei dos Elfos, então para diferenciar e reforçar retoricamente
um Dó maior no compasso 87 aparece para enfatizar a proposta e convencer a criança. Mas com
muito medo, a criança reponde na relativa menor nos compassos 98 até 116. No compasso 75
iniciasse outra progressão de acordes em modo menor demonstrando assim o receio do pai com seu
filho desesperado. No compasso 84 o rei dos elfos aparece novamente, dessa vez em Dó maior até
que no compasso 95 o acorde de V79b aparece enfatizando o terror da criança. No fim da obra, no
compasso 114 a presença de acordes napolitanos3 representa a parte culminante da obra que será
apresentado novamente no compasso 140 para expressar o sentimento de terror ,quase que,
fantasmagórico que o compositor quis retratar.
A peça é considerada extremamente desafiadora para o caráter vocal do vocalista e para
o acompanhamento do acompanhamento vocal. A canção foi transcrita para piano solo também por
Franz Liszt, e o acompanhamento para piano foi orquestrado por Hector Berlioz. Hans Werner
Henze criou o Orchesterfantasie über Goethes Gedicht und Schuberts Opus 1 aus dem Ballett." Há
também uma transcrição para violino solo do virtuoso violinista Heinrich Wilhelm Ernst, de alto
nível de dificuldade técnica.
Um dos grandes estudiosos desse gênero foi Gorell (1995) que através dos seus estudos
nos diz que as cançoes – Lieder – desepenharam um papel muito importante e esperical para os
compositores do século XIX. Compositores como Schubert, Brahms e Wolf ouviam as canções
com os próprios autores executando ao piano e cantando seus próprios Lieder.

3.2 O poema e a tradução

Erlkönig

Johann Wolfgang von Goethe

3
O acorde Napolitano deriva seu nome de um importante grupo de compositores de opera do século XVIII associados
com a cidade de Nápoles. Embora os compositores da “escola Napolitana” usassem com freqüência este acorde em sua
música, eles não o criaram mas o herdaram de compositores mais antigos. Entretanto, o termo Napolitano sobrevive até
os dias atuais.
Wer reitet so spät durch Nacht und Wind?
Es ist der Vater mit seinem Kind.
Er hat den Knaben wohl in dem Arm,
Er faßt ihn sicher, er hält ihn warm.

"Mein Sohn, was birgst du so bang dein Gesicht?"


"Siehst, Vater, du den Erlkönig nicht?
Den Erlenkönig mit Kron' und Schweif?"
"Mein Sohn, es ist ein Nebelstreif."

"Du liebes Kind, komm, geh mit mir!


Gar schöne Spiele spiel ich mit dir;
Manch bunte Blumen sind an dem Strand,
Meine Mutter hat manch gülden Gewand."

"Mein Vater, mein Vater, und hörest du nicht,


Was Erlenkönig mir leise verspricht!?"
"Sei ruhig, bleibe ruhig, mein Kind;
In dürren Blättern säuselt der Wind."

"Willst, feiner Knabe, du mit mir gehn?


Meine Töchter sollen dich warten schön;
Meine Töchter führen den nächtlichen Reihn,
Und wiegen und tanzen und singen dich ein."

"Mein Vater, mein Vater, und siehst du nicht dort


Erlkönigs Töchter am düstern Ort?"
"Mein Sohn, mein Sohn, ich seh es genau:
Es scheinen die alten Weiden so grau."

"Ich liebe dich, mich reizt deine schöne Gestalt;


Und bist du nicht willig, so brauch ich Gewalt."
"Mein Vater, mein Vater, jetzt faßt er mich an!
Erlkönig hat mir ein Leids getan!"
Dem Vater grausets, er reitet geschwind,
Er hält in Armen das ächzende Kind,
Erreicht den Hof mit Mühe und Not —
In seinen Armen das Kind war tot.

(Fonte: REINERS, Ludwig: Der ewige Brunnen: ein Volksbuch deutscher


Dichtung, uma antologia de poemas coletados e publicados pelo compilador (1896-
1957), Verlag C.H. Beck, Munique, 1955, 946 p.)

Rei dos Elfos4

Johann Wolfgang von Goethe

Quem cavalga tão tarde pela noite e ao vento?


É o pai com o seu filho;
Ele segura a criança bem nos braços,
Segura-o com firmeza, mantém-no quente.

"Meu filho, por que escondes tão receoso teu rosto?"


"Pai, não vês o Rei dos Elfos?
O Rei dos Elfos com coroa e cauda?"
"Meu filho, é um fio de névoa."

"Tu, querida criança, vem comigo!


Maravilhosos jogos eu jogarei contigo,
Na praia há muitas flores coloridas,
A minha mãe tem várias túnicas douradas."

"Meu pai, meu pai, não ouves


O que o Rei dos Elfos baixinho me promete?"
"Calma! Sossega, meu filho,
O vento é que murmura nas folhas secas."
"Queres, belo garoto, vir comigo?
As minhas filhas te farão a corte;
Minhas filhas conduzem a dança noturna,
E embalarão, dançarão e cantarão para adormeceres.

"Meu pai, meu pai, não vês ali


As filhas do Rei dos Elfos no local sombrio?"
"Meu filho, meu filho, eu vejo perfeitamente:
São os velhos salgueiros de cor cinzenta."

―Eu amo-te; encanta-me a tua linda figura,


E se não vieres por bem, eu usarei da força."
"Meu pai, meu pai, ele agarra-me agora,
O Rei dos Elfos machucou-me!"

O pai estremece, ele cavalga rapidamente,


Ele segura nos braços a criança gemente,
Com muito custo à fazenda ele chega.
Nos seus braços a criança jazia morta.

5. Bibliografia

ANDERSON, Lisa Marie (2012). Hamann and the Tradition. Northwestern University Press. p. 38.

BERGER, Melvin (2001). Guide to Chamber Music. Dover Publications.

BROWN, Maurice J.E. (1982). The New Grove Schubert. MacMillan.

CLEMENTS, Andrew (2001). "Schubert: Death and the Maiden", The Guardian, June 15, 2001.

COBBETT, Walter Willson, editor (1929). Cobbett's Cyclopedic Survey of Chamber Music.
Oxford University Press.

COHEN, J. M. (1968). A History of Western Literature: From Medieval Epic to Modern Poetry.
Transaction Publishers. p. 229.

4
Tradução de Francisco José dos Santos Braga.
EINSTEIN, Alfred (1947). Music in the Romantic Era. W.W. Norton.

GRIFFITHS, Paul (1985). The String Quartet: a History. Thames and Hudson.

HEUSS, Alfred, (1919). "The music of Schubert", Chamber Music Evenings.

MACLEISH, Kenneth; MacLeish, Valerie (1993). Guia do Ouvinte de Música Clássica. Rio de
Janeiro: Zahar. p. 184.

ROWLAND, Herbert (1997). Matthias Claudius: Language as "infamous Funnel" and Its
Imperative. Fairleigh Dickinson Univ Press.

RUPPERT, Frank (2009). Franz Schubert and the Mysterium Magnum. Rosedog Press.

SADIE, Stanley, editor (1980). The New Grove Dictionary of Music & Musicians.

ULRICH, Homer (1966). Chamber Music. Columbia University Press.

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