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Difusão de Políticas Públicas

Book · August 2016

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3 authors, including:

Denilson Bandeira Coelho Sidney Jard


University of Brasília Universidade Federal do ABC (UFABC)
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DIFUSÃO DE
POLÍTICAS
PÚBLICAS
Universidade Federal do ABC

Prof. Dr. Klaus Werner Capelle - Reitor


Prof. Dr. Dácio Roberto Matheus - Vice-Reitor

Editora da UFABC
Profª. Drª. Adriana Capuano de Oliveira - Coordenação
Cleiton Fabiano Klechen
Natalia Gea
Carlos Aurélio Pimenta de Faria
Denilson Bandeira Coêlho
Sidney Jard da Silva
(Organizadores)

DIFUSÃO DE
POLÍTICAS
PÚBLICAS

São Bernardo do Campo - SP


2016
© Copyright by Editora da Universidade Federal do ABC (EdUFABC)

Todos os direitos reservados.

Revisão
Michela Silva Moreira

Projeto gráfico e diagramação


Rita Motta - Tribo da Ilha, sob coordenação da Gráfica e Editora Copiart.

Impressão
Gráfica e Editora Copiart

CATALOGAÇÃO NA FONTE
SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC
Responsável: Marciléia Aparecida de Paula CRB: 8/8530

Difusão de políticas públicas / Organizado por Carlos Aurélio Pimenta de Faria,


Denilson Bandeira Coêlho e Sidney Jard da Silva — São Bernardo do Campo, SP :
EdUFABC, 2016.

363 p. : il.

ISBN: 978-85-68576-50-2

1.Políticas Públicas - Difusão. 2. Ciências Sociais. I. Faria, Carlos Aurélio


Pimenta de, org. II. Coêlho, Denilson Bandeira, org. III. Silva, Sidney Jard da, org.

CDD 22 ed. – 320.6


prefácio

Difundindo a difusão

A difusão de políticas públicas converteu-se em tema funda-


mental na agenda da ciência política contemporânea. A renovação
metodológica ocorrida na pesquisa é um dos responsáveis pela cen-
tralidade que o tema vem alcançando. Como o presente conjunto de
contribuições neste livro mostra, o grau de sofisticação metodoló-
gica observado nos estudos em torno da questão é muito elevado.
Se antes muitos temas eram tratados de forma qualitativa, hoje já
se pode identificar uma proliferação de técnicas (as mais variadas)
para dar conta dos mecanismos complexos pelos quais as políticas se
difundem em várias escalas. No entanto, seria um equívoco concluir
que os estudos de difusão adquiriram grande saliência na agenda de
pesquisa exclusivamente em virtude das inovações de natureza me-
todológica. Embora o conjunto de trabalhos existentes sob a rubrica
de estudos de difusão configure uma subárea própria com forte iden-
tidade, é preciso não esquecer que a questão de fundo, os processos
de difusão de modelos, foi tratada nas mais diversas áreas e em estu-
dos clássicos da ciência política. Análises de autores como Rimlinger
ou Bendix sobre a evolução institucional dos Estados modernos e
sua diferenciação e incorporação de políticas de proteção social são
ilustrativas; afinal, tais autores se voltaram fundamentalmente para a
análise de como certos modelos – como o modelo bismarckiano, por
exemplo – foram emulados em outros países. E não somente emula-
dos: muitos casos são exemplos de adaptação, aprendizado e rejeição
às inovações institucionais.
A recepção de ideias – liberalismo, socialismo, corporativis-
mo – ou modelos constitucionais e desenhos institucionais constitui
tema clássico das ciências sociais. Mais especificamente no campo de
políticas públicas – o subcampo que interessa mais de perto a muitos
dos leitores deste trabalho – modelos de políticas macroeconômicas,
tais como o keynesianismo ou o neoliberalismo, já se converteram em
temas clássicos. Para radicalizar o argumento, aqui ousaria afirmar que
as questões fundadoras das ciências sociais eram de natureza compara-
tiva e fundamentalmente envolviam a consideração da maneira como
os modelos, as mentalidades e os arranjos institucionais divergiam.
A questão de fundo remetia à variação observada entre sociedades
– veja, por exemplo, o famoso livro Cartas Persas, de Montesquieu
(1721). Assim, pensar as diferenças não é senão outra forma de pensar
em similitudes e em convergências e, por conseguinte, em mecanis-
mos de difusão de normas, modelos, políticas e ideias.
Entre a nova safra de estudos de difusão, observa-se um enor-
me interesse por modelos de engenharia social voltados para o com-
bate à pobreza e por novos marcos regulatórios em vários setores da
economia. No plano nacional, os programas de transferência condi-
cionada de renda ou arranjos de orçamento participativo mereceram
muitos estudos sobre a compreensão dos fatores que influenciam sua
adoção. No plano internacional, a regulação transnacional de regras
de governança e do capitalismo, além de desenhos constitucionais e
de welfare state, são temas que adquiriram centralidade na literatura
especializada.
A investigação acadêmica sobre difusão também mantém for-
te afinidade eletiva com a nova agenda do neoinstitucionalismo na
disciplina. Deixei para o final este ponto, porque acredito seja o mais
importante na agenda atual sobre difusão de políticas. Como se sabe,
essa agenda se centrou fortemente no papel das instituições como
determinantes de processos políticos. Assim, nessa agenda, certos ar-
ranjos institucionais – por exemplo, as regras eleitorais, o sistema de
governo (parlamentar ou presidencialista), ou a natureza do Estado
(se federal ou unitário) – são estudados como variáveis independen-
tes que podem ter influência decisiva sobre fenômenos ou resultados
de interesse analítico, como a governabilidade, a redistribuição de
renda em uma sociedade ou a responsabilização de governantes. Na
última década, a grande novidade se constitui no reconhecimento
de que as instituições políticas não são exatamente exógenas como
pensávamos. As instituições são endógenas: ou seja, elas próprias são
objeto de escolha pelos efeitos que os atores esperam que elas pro-
duzam. E esse reconhecimento gerou uma revolução na agenda de
pesquisas da disciplina, expressa na endogeneização das instituições.
Mas isso não é exatamente o que o subcampo de análises de difusão
em larga medida faz já há algum tempo? Ou seja, o processo por meio
do qual certas instituições são adotadas já não é o objeto de estudo há
muito tempo? Ora, a resposta a essa pergunta é um qualificado “sim”.
A qualificação resulta do fato de que os estudos de difusão historica-
mente têm assumido o modelo de estudos de contágio ou dissemina-
ção. Não é a toa que os modelos estatísticos amplamente utilizados
tenham sido originalmente produzidos na área da epidemiologia.
O suposto por trás desses modelos, contudo, pode ser pobre, na me-
dida em que eles não incorporam a ação racional dos atores na busca
de certos resultados de política. Os modelos de contágio assumem
certo automatismo na difusão e, frequentemente, pensam em difusão
como disseminação de novas tecnologias ou emulação facilitada por
normas culturais compartilhadas. Logo, a incorporação de modelos
de ação instrumental pode ser a saída para uma nova agenda em que
a difusão de políticas seja combinada ou articulada com modelos de
funcionamento de instituições com base na ação racional.
Como livro pioneiro na comunidade brasileira de ciência políti-
ca sobre um tema de grande e crescente influência na disciplina, o pre-
sente volume representa uma grande contribuição. Decerto influencia-
rá a nova geração de cientistas políticos e se constituirá em referência
obrigatória na literatura que será produzida em torno da questão.

Marcus André Melo


UFPE
SUMÁRIO

Apresentação dos Organizadores..............................................................11

Parte I
Difusão de políticas públicas:
abordagens, processos e atores

Mecanismos políticos e institucionais da difusão de políticas..............35


Denilson Bandeira Coêlho

Mecanismos y actores en los procesos de difusión: discusión


a partir de los casos de los Programas de Transferencia Condicionada
en América Latina.......................................................................................65
Cecilia Osorio Gonnet

Parte II
A difusão de políticas
na federação brasileira

Cooperação interestadual: o papel do Consad e do Consed na


disseminação de reformas e políticas públicas......................................103
Fernando Luiz Abrucio, Hironobu Sano e Catarina Ianni Segatto

A adoção da carreira de “gestor governamental” no Brasil: há um


processo de difusão em andamento?......................................................133
Pedro Lucas de Moura Palotti, Celina Pereira e
Marizaura Reis de Souza Camões
The spread and impact of Participatory Budgeting: Brazil, Peru,
China, South Korea, and the Philippines...............................................157
Brian Wampler

Parte III
O Brasil nos fluxos internacionais
de difusão de políticas

What do Constitution-Makers Say about Foreign Ideas? Lessons


from Brazil..................................................................................................187
Zachary Elkins

A difusão das agências reguladoras na América Latina: uma


perspectiva institucional...........................................................................211
Jacint Jordana

O Brasil como exportador de políticas públicas: o caso da difusão


internacional do Orçamento Participativo............................................237
Osmany Porto de Oliveira

Difusão da previdência complementar no Estado brasileiro: dos


Fundos de Empresa Pública à criação da FUNPRESP.........................281
Maria Chaves Jardim e Sidney Jard da Silva

A difusão de políticas sociais como estratégia de inserção


internacional: Brasil e Venezuela comparados......................................315
Carlos Aurélio Pimenta de Faria

Sobre os autores.........................................................................................361
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