Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
INTRODUÇÃO
A reflexão sobre a temática do envelhecimento humano é importante nos dias atuais,
levando em consideração principalmente o crescimento quantitativo da população
idosa e da necessidade inexorável de suscitar discussões e movimentos em prol da
qualidade de vida deste grupo de indivíduos.
No Brasil, segundo o Estatuto do Idoso (2003), o indivíduo com 60 anos é
considerado idoso. Mas isto se torna apenas um número quando se procura explicar
“quem é” a pessoa idosa. Entretanto ser idoso vai além da idade, e para definir a
velhice é necessário considerar os fatores biopsicossociais.
A divisão cronológica da vida humana, por idades, é um conceito relativamente
novo, que foi criado inicialmente ao perceber a infância como um período único e
singular da vida em que as demandas de cuidados e atenção eram diferenciadas.
Pode-se dizer que assim como a infância foi inventada, assim foi a velhice. O
envelhecimento humano é um processo complexo que pode ser explicado através
de alguns conceitos, os quais serão explicitados no decorrer deste trabalho.
Segundo dados do IBGE (1940), em 1940, apenas 4% da população tinha mais de
60 anos. Já na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD 2009, o País
contava com uma população de cerca de 21 milhões de pessoas de 60 anos ou
mais de idade. (IBGE, 2010). E este número só tende a crescer. A expectativa
(IBGE, 2008) é que o número de idosos seja de aproximadamente 65 milhões em
2050.
Tais modificações no padrão demográfico causam mudanças importantes no perfil
epidemiológico e nas características sociais e econômicas da população. A redução
da proporção de crianças faz com que aumente a proporção de adultos e
consequentemente de idosos (CHAIMOWICZ, 2013). Torna-se necessária uma
Tipo de trabalho: Resumo Expandido (máximo 5 páginas)
Área: Envelhecimento Humano
processo complexo que pode ser explicado através de alguns conceitos, sendo
alguns deles: idade cronológica, biológica, social e psicológica.
Existem diversas representações sociais sobre a velhice conforme o contexto sócio
histórico da época. Durante bom tempo, o imaginário social ligava o velho à
obsolescência, à estagnação e à doença. Essa representação universaliza aquilo
que é individual: o processo de envelhecimento. Porém, cada ser envelhece
conforme sua história pregressa, ou seja, suas escolhas, possíveis doenças,
contexto sócio histórico, questão financeira, genética, entre outros. Entretanto como
apresenta Beauvoir (1990, p. 32), nos dias atuais, a medicina não mais atribui uma
causa ao envelhecimento. “Ela o considera inerente ao processo da vida, do mesmo
modo que o nascimento, o crescimento, a reprodução, a morte”.
Sabendo que a relação idoso versus sociedade mudou drasticamente com o passar
dos anos, cabe ressaltar que algumas culturas no Brasil sempre cultivaram relações
saudáveis com seus velhos. Tais culturas devem ser estudadas e compreendidas a
fim de que se possam “reproduzir” tais comportamentos positivos em prol da
evolução.
Na cultura indígena Guarani, por exemplo, o idoso é essencial na preservação da
transmissão de conhecimentos como mitologia, rituais, medicina e costumes, pois
são depositários da memória do povo. Ele desempenha funções importantes dentro
da tribo, como aplicar as regras, definir punições, resolver conflitos e organizar a
caça. A importância da figura desses sábios está também na organização e
reorganização social fundamental para a sobrevivência do grupo (PASCHOAL, 2002;
SANTOS, 2007). Já na cultura capitalista, os países “levam em consideração quase
que exclusivamente o interesse da economia, isto é, do capital, e não o das
pessoas” (BEAUVOIR, 1990, p. 277).
Por fim, com o advento do envelhecimento populacional, fez-se imperioso buscar
formas de atendimento às demandas advindas desta camada. A sociedade passou a
refletir mais a respeito do conceito de envelhecimento. Para atender a tais
demandas, com o passar do tempo foram sendo criadas leis que abarcavam
diversos aspectos e necessidades do universo do idoso. No Brasil, através de
legislações específicas, é possível suprir, ainda que por vezes precariamente, essas
demandas.
A implantação da Política Nacional do Idoso é recente (Lei n. 8.842, de 4 de janeiro
de 1994), e a Política Nacional de Saúde do Idoso também (Portaria n.º 1395, de 10
de dezembro de 1999). Ambas têm como objetivo assegurar os direitos dos idosos,
criando um meio propício para a promoção de cidadania, integração e autonomia.
É importante mencionar a Lei Federal nº 8.842 da Política Nacional do Idoso que,
em seu Art. 3º, diz que “o processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em
geral, devendo ser objeto de conhecimento e informação para todos”. Isto é, todos
estão fadados a envelhecer, e é importante conhecer as consequências deste
processo para que ele seja o mais agradável possível.
Tipo de trabalho: Resumo Expandido (máximo 5 páginas)
Área: Envelhecimento Humano
REFERÊNCIAS
BEAUVOIR, Simone. A Velhice. Rio de Janeiro: Nova fronteira, 1990.
Tipo de trabalho: Resumo Expandido (máximo 5 páginas)
Área: Envelhecimento Humano