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p2empa Livros como o de Edward! W. Said prec: dos na esperanca de o nos daré wma chance melhor de sobrevivencia “mM que ara: The New York Times Book Review pres Os eseritos de Said sobre a tm um sabor completamen ualquer ouira coisa gue tema paixonaudos e biblicos em sua simp ov dae. Esta era sua caus, Tariq Ali (Edward Said) sempre osten ructetsticndistintiva de ler o mun acuradamente quanto los livros. Salman Rushdie Buysoled Ya ov. Sil WM Edward “Os pincipais aspects da vida pales tina contiauagasendoaexprepriagao, ‘o exo dispersto, a privagio dos rit evi (Sob a oeupacso militar israclense) e, no menos relevante, slisseminada ¢ obstinadn a essa afl ‘hen Se bem verdade que essa rea Tidade deserta por Edward W, Sa ‘em 1992 segue inalterads, A quesiae da Palestina wo se distingue apenas por sua aualidade, Neste estuda pro fundamente dacumentado, autor hos apresenta as raizes e os desdo- bramentos do até hoje inconeilivel tembuale entre esses dois povos. bem ‘como assinala a in luéncia determi ‘ante exercida pelo Ocidente para a continuidade dese confi Ssid descreve, com rigor académico va bistria do dio e intolerneia, assumindo como pano de fundo 4 ‘manifesta inquetsgdo de um intelee tual comprometido com una solugao hhumanista © com a cause palstina, Seu objetivo € “apresentar ao leitor ‘dental uma posigho amplamente reprosentativa dos palestinos? emt contrapanto 4 tend8neia de substi tuir a vor desse povo pela narativa ormulada pelo diseurso ocidental & sous pretensos especialstas “Este ‘uma atitude cult arraigada em relagio aos palestnos, derivada de amtigos preconecitos ocidentas eon o Iss, os sabes € 0 Oriente, Ess itd, da qual o sionismo, por sua vez, extra a visio que tem dos par A questéo da Palestina FUNoAGHO EBTORA DALNESP Edward W. Said A questdo da Palestina Tradugéo Sonia Midori g 199 yaar WS (S47 dove ontere Se oa es Gurion ane ‘ng tre do Un FE) Fecloat haan ri72 Meetirowmese Snot Neconel on Garr BL caiemoneas Sumério Preficio edict brasileira VI Prefico edicio de 1992 XVIt Ingeducio XLVI = Aquestio ba Passes. 3 I APaestna os palestinns 3 I APalestza eo Ocdente liberal 17 IIL A questio da representagio 43 IV Diteitospalestinos 53 2 © sontsio no noxro BEVIS DAS IAS 63 1 Ossinismo eas atiudes do colonialism europen 63 11 Povoamentosionisa,daspoweumeno plestino 94 3 RUMOA nuroDErERANAGKO PALESTIA 133, 1s remanescontes, os eilcs, cosrefins da ocupasio 133 L-O surgimento de ma conscigncn pasting 162 L-AOLP ganha importincia 180 1s palestnossinds em questio 193, 4A quisrio Mussina av0s Case Dano 207 Termos de referencias erica e poder 207 gio, Israel e Estados Unidos ‘que mals ota envolvia? 225 ~ Reads paestinase regionals. 244 WV Faturoincerto 268, Epiloge 273 Nous bibliogefieas 281 fice remissivo 299, Prefacio & edicdo brasileira Sal Nas! © pow palestino existe. £ esta verdade que a obra de Edward Sai ver reafrmar elembrr. Uma verde histrica ‘que devera ser evident, mas que vris esforgos comtbinados, voluntéria ou involuncariamente, itvem e enterram sob as ‘camadas de despossesso, de dstero, de ocupagio, de esque clmento ede negaeio. essa verdad decorre um imperatvo: aos palestnos, in- vidual ¢coletivamente, como sereshumanos © como povo, coespondem dzeits de que oesforgo de nec insiste emt espi-os, mas que ao palestnoscabe perseput aos demas reconhece,observareassegura A relidade da existéncia do pova paestina se consruiu istics e concrtamente sabre um ters ienttciele, tnda hoje, quando em grande parte essa exstncia foi empur. ‘ada para fora da teres, a ientidade dos palestinos se ama ‘se reconstul contimuamente em refrac 8 ligaco com o ‘exit da Palestina [A tragsin palestina 6 territorial na medida em que uma covtra pretense mais forte, mais estruturadae mais eevante ‘no ques poderia char de jogo das ages ~relamao dom io ndo prcihve da tera ‘Mas é também uma traghdia de negagsoe, em certo gra, de iaislidade: a arrtivapaestna€pradualmente apagad, ‘escondidaesuplantada pr outta que the faz concorréncia e 20, ‘mesmo tempo, a substitu por representagdes redulonistas caricaturis. Muitas vezes, no Ocidente © nos Estados Unidos como em nenhum outro lugar, os palesinos pareciam falar ‘oneraa vento, quer por sts propia falas, quer poe fata de ‘uvidos que os qusessem escuta Edward Sai, que conguistars am lugar no eoraeso do univers acadico incest norte-american, percebes a centrale do papel dos Estados Unidos na determing dos ‘estnos do Oriente Médoc, por conseguinte, no desentoat& no desfecho do drama palestno, Eleva na incapacidade pales ‘nade fazer avangar «sus narativa a lgitimidade da as de iandas, deinflueniar a orientaco da politica norte-americana para a regio ede sensbilizar a opiniao pablia desse pas uma Tiago potencialmente fal para sus revindiacbes. Escrito ente 1877 e 1978, A gusto ce Pisin, de modo Imediatoe em parce, foi uma tentaciva de escapar dos pontos ‘egos da diplomacia dos Estados Unidos © do vis ieolépco das Cltnclas Socais que the davam suport, Tale: sca possi- vol discerie um pequene otimismo no tom adetado por Sai cu uma vag esperanca de que a continua essténci plestina contra desaparecimento~2 nica vita relativadesse ovo — festavaprestes a aumentar o lcance de set atgiments dele tmidade e de sua narrativa. Os palestnos apareciamt enti, Finalmente repesentados por wma Organizacio ara a Libera: oda Palestina (OLP), que se mostrava apa a melhor advogar ‘causa. © otimismo ea esperanga prsstiram até anova eo ‘da obra publicada em 1982 com nova apeseatagao de Sai, as lesapareceram depos ds acowdos de Oslo quevieram a segue esses acordes, Said testemunhou aguilo que considera sera renncia de Arafat ede seu grupo is demands historias € leitimas do povo palestino, ama renncia confrmada mals tanle pela Autoridade Palestina, com o Fatah A frente. A pro- ‘ducio posterior de Said revela a dimensio de ses desconten tamento com o apeofondar da eagéa que ana acomete os pilestins. Apenas resist 0 otimismo decorrente da exenea ‘na igual umanidade de judease palestine, da gual poderia ser fovjada uma convivéncia conn. A.ltime grande cause do século XX Além do tom adotdo por Suid nesta obra, marcado po com texto em que se escrevia ive, vérns pops do moico spre- ‘sentado em A guest de tna precisa ser perceidas como Fotografias dos ftos tl coma estes se apresentavarn nage instante histeco. Todos 08 nimeros de anos de capac, de refugiades, de imigrancesjudeus, de desapopriacioe destcso de cases et 6 fizeram aunty e preci ser mentalmente stualizados. Feito ese exercclo, a estatara do lvro se revels por interoeganha magnitude quando vist através da lente dos nals de rina anos durante os quas aquela mesma questo da Palestina no apenas fico sem solu, mas parece afsear se consistentemente de qualquer destecho justo, ‘io ,noentano, apenas da permanincia da raga queo vo tra sua extraondindia eduradourafrca Esa decoere da combinacio peccsa de so menos trés esforgoe Said presenta 0 rama palestino como ums problema de profundas niplcacbe, «essencialmenteconectao com a aftmacio dos dls huma: ‘08 dos inviduos © do powo palestines caraeterza-o come ‘uma oposigio entre uma presenga e uma austncia dest povo lenca e dscute ax condicionantesfndamentais eduradouras deste drama ‘A durable, «permanéncia mesmo, dos tagos com que desenhava enti Said a qustio da Palestina € impressionante fe oferece testemanho da acuidae e da capacidade de pene teagio de seu olhae observa. Centais entre estes tragos, «especialmente ata, 30 tendencia do Ocdemte de Fazer uma associago de cunho orienalista entre palestinose a re- resentages negativas do drab, do Oriente ede Isla—aque se ‘onecta Sempre, & car, 0 terorismo ea substitulgo da vor pedpla dos paestinos pelo discurso ocidental, especialmente Slonistae pretensamenteespecaist, sobre os palestines. No deserho de Sad a ta pelaautoeteminao amibém subse, ‘mantésnseconstane tra sua fore vital do aprofundamento da conscitels eda identidade, [Naguilo que as citcunstancias madaram © naguilo que eventos subscquentes veram superar etansfomar, este veo ‘desvela momentos erase fomecechaves de feitora funds rentals de uma hisdla que precisava reconhecer a vor eas erspectivaspalestinas, ‘A quest da Plstinn meses, assim, uma pea indispe- ‘svl para a compreensio desta qu ere vista por Sa com a “ttm grande casa do século XX", eque obreviv intcira neste Iniio de novo stewo, por oereer uma lerua penetrance de Tamar fandamentas da hstra, as sobretudo por enquadara “questo numa moldura sempre ata constiuida, num extreme, pelos profundos efeitos da lon sbreo pave palestinge, no ‘outro, pla morc lent, gradual, hoje consumada do chamado roesio de pa, morte essa pes por Estados Unidos esl "A publcaga da livzo pela primeira vez no Brasil deve set festjad. A obra de Edward Said ndo é descoahecda entre ns, mas neses cempos em que o Brasil val adquirindo a estar que dee sera sa, e quando mo quer, nem deve querer, escaar essa quest central das rages internaionss, dos elorgos de manutencio da paz, da promo dos cieitoshumanos e da Aiseriboigio de poder no mundo, eifundir esta obra em ports fs uma noses nave, Depois de Oslo [No precio edici de 1992, Said arrolava alguns dos ven tos relevantes que se incrpuseram entre a redagdo do lvro & ‘© momento em que se preparava aula elico. O mundo que resulta daguoles eventos e fats ea um mutdo nove, mas 2 ‘questo palestina persist, marcada emt suas pales, pela “ex. ropriagioo exlio, a dspersio, a prvagsa dos dieitos cvs [Nao foram poucas os eventos, tam trasformadores © relevames para questo pletina,ocrridos na curso dos vnte anos que nos sepaam de 1992, Celebraran- 0 acondos de (Oslo em 1993, que “cediam”alguma autonoinia as palestinos fem trechos limitados do teria, camo cotrapatida a for ‘neciento de yarantias de segurangaa ste, mas postergavamn 2 eiscusio dos temas mais espinhosos, tak como os dritos dos refunds eostatas de Jerusalém. Segucam-saintlacSo ‘a Autridade Nocona Palestina (ANP),

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