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ADMINISTRAÇÃO
ESTRATÉGICA DA PRODUÇÃO
2016
SUMÁRIO
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UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
6.4 – Principais Inter-relações entre os Produtos Físicos de Produção e os Custos de
Produção de uma Empresa Florestal
6.5 – A oferta de uma Empresa Florestal no Curto Prazo e Longo Prazo
6.6 - Exemplo de Análise de Custos de Produção de uma Empresa Florestal
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Capítulo 12 – Custo / Preço da Produção Florestal
12.1 – Procedimento de Cálculo
12.2 – Custos Conjuntos
12.3 – Custos Base Exaustão
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Capítulo 1 – Conceitos Básicos em Economia Florestal
1.1 – Aspectos Básicos em Economia Florestal
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a) As florestas geram produtos múltiplos, muitos dos quais não são facilmente
percebíveis pelo mercado. Além da receita total gerada pela venda da madeira e de
outros produtos florestais madeiráveis e não madeiráveis, as florestas também
geram externalidades positivas, que são valorizadas pela sociedade. Como exemplo
cita-se a beleza cênica de um bioma, os espaços florestais preservados (Reserva
Legal Florestal, Preservação Permanente e Unidades de Conservação), a
preservação de nascentes de rios e o controle das enchentes, entre outros. Olhando
desta forma, fica difícil visualizar efeitos análogos gerados por outros
empreendimentos como a agropecuária e a prestação de serviços;
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6
6
Compensado (1000 toneladas)
5
4
4
B
A
3
3
2
2
1
1
1 2 3 4 5 6 0 A B C D
Celulose (1000 toneladas) Celulose (1000 toneladas)
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igualmente eficientes na produção dos dois bens. Verifica-se, então, que a limitação
ou escassez de recursos econômicos implica na opção da produção entre bens
alternativos.
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Quantidade de produto (estéreos/ha)
300
Pinus
Melhorado
250
Pinus
200 Comum
150
100
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(US$ 191,1 bilhões), as exportações do agronegócio representaram 46,2% do total
(US$ 88,2 bilhões) e o setor dos produtos florestais foi responsável por 11,7% do
total das exportações. Assim, no ano de 2015 aproximadamente US$ 10,3 bilhões
foram exportados (crescimento de 3,8% em relação ao ano de 2014). As
importações foram da ordem de US$ 1,7 bilhão (queda de 28% em relação à 2014)
e saldo da balança comercial de US$ 8,6 bilhões (aumento de 15% em relação à
2014). Dos principais grupos de produtos que formam o setor, cita-se o do papel e
celulose como responsável por mais de 50% das exportações totais e o da madeira
e suas obras por outros 45%. Da balança comercial brasileira, que é composta por
2872 produtos, o setor florestal participa com 449 produtos (15,6%) sendo 7
produtos do setor de gomas e borracha naturais, 18 do setor de celulose, 167
produtos do setor de madeira e 257 produtos do setor de papel.
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de m3 anuais, onde o pinus responde por 71,4 milhões de m3 e o eucalipto por
outros 167 milhões de m3. A figura abaixo ilustra o agronegócio florestal no Brasil.
Fonte: IBGE
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1.5 – A Cobertura Florestal Brasileira e Paranaense
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Capítulo 2 – A Demanda de Produtos Florestais
2.1 – Introdução
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forma de cesta de bens (lista de produtos que deseja consumir). Após esta definição,
através do conhecimento da renda do consumidor, descreve-se a restrição de
orçamento. Combinando-se estes dois elementos, pode-se derivar a curva de
demanda individual para determinado produto ou serviço.
Cada consumidor possui uma curva de demanda única para bens e serviços
que deseja consumir no tempo, como pode ser visto na figura 3, nas curvas
hipotéticas para consumo de papel sulfite por Ricardo e João.
6
6
6
Preço (R$ por unidade)
4
4
Mercado de
Ricardo João dois consumidores
3
3
2
2
1
1
10 20 30 40 50 60 10 20 30 40 50 60 10 20 30 40 50 60 70
Papel sulfite (pacotes por ano) Papel sulfite (pacotes por ano) Papel sulfite (pacotes por ano)
Pela soma das quantidades individuais demandadas (q) por Ricardo e João
no mercado, nos podemos obter a curva de demanda de mercado (Q), como pode
ser observado no terceiro gráfico da figura 3. De maneira geral, a demanda de
mercado consiste na soma horizontal das demandas individuais dos consumidores
que estão atuando no mercado. Logicamente que esta não é a maneira pela qual a
curva de demanda é derivada empiricamente, mas, auxilia sobremaneira no
entendimento do conceito de demanda.
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2.4 – A Curva de Demanda de Mercado (Q)
Q f ( c , c ,..., c ) (1)
d 1 2 n
Q f (P) (2)
d
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que muda de posição ou se desloca em relação à demanda original, como
observado na figura 5
P1
Q0 Q1
Quantidade demandada do produto
D- D0 D+
P0
- +
Q Q0 Q
Quantidade demandada do produto
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2.5 – A Taxa de Crescimento e a Projeção da Demanda para Produtos
Florestais
A determinação do crescimento do consumo por produtos florestais depende
de um conjunto de fatores bastante diversos e muitas vezes difíceis de serem
estimados. Este aspecto é devido ao dinâmico processo de evolução dos mercados
consumidores, principalmente com a abertura da economia nacional e a globalização
das economias mundiais.
Nesta estimação, deveríamos considerar todas as variáveis fundamentais
para a demanda, mas, muitos destes fatores seriam difíceis de serem medidos de
maneira prática em um mercado consumidor. Por simplificação, considera-se que a
expansão da demanda por produtos florestais é fundamentalmente afetada pela taxa
de crescimento populacional e pela taxa de expansão do crescimento da renda real
―per capitã‖ ponderada pela elasticidade renda-consumo. A equação que busca
captar estas variações no mercado é a seguinte:
d p rc
r
onde:
Cf = Ca.(1+d)t
Onde:
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2.5.1 – Um exemplo de aplicação no setor florestal.
d p r rc
d 0 , 9 (1 , 0 x 0 , 42 )
d 1 , 32 % ao ano
b) Projeção da Demanda
Cf = Ca.(1+d)t
Cf = 12.106.(1+0,0132)7
Cf = 12.106.(1,0132) 7
Cf = 12.106.(1,0961)
Cf = 13,2. 106 de toneladas
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Capítulo 3 – Elasticidade: Medindo as Reações dos Produtos
Florestais no Mercado
3.1 – Introdução
De forma geral, a elasticidade () de uma função é uma relação que mede a
sensibilidade da variável dependente frente a alterações no valor de uma de suas
variáveis independentes. De outra forma, a elasticidade é uma medida de resposta,
que determina o impacto percentual em uma variável dependente devido a uma
variação percentual em uma variável independente, mantendo-se constantes todas
as demais variáveis que influenciariam o processo.
Y = f (X)
Variável Variável
dependente independente
Y /Y Y X Y X
Elasticidade () = . .
X / X Y X X Y
Note que Y/X vem a ser a inclinação da função analisada acima (ou, do
cálculo diferencial e integral, a derivada primeira da função). Em economia, o cálculo
da elasticidade apresenta uma gama enorme de utilizações na demanda, na oferta e
na análise de mercado.
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3.3 – A Elasticidade da Demanda
Q P Q ( P 0 P1 )
pd ponto . ou pd arco .
P Q P (Q 0 Q 1 )
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Valor da pd calculada Tipo de Demanda
=0 Perfeitamente inelástica
/>1/ Elástica
/=1/ Elasticidade Unitária
/<1/ Inelástica
Perfeitamente elástica
Qd = 6,0 – 2,0.P
P P P P P
6
6
6
5
5
4
4
3
2
2
1
1
1
As duas questões
importantes que a 10 20 30 40 50 60 Q 10 20 30 40 50 60 Q 10 20 30 40 50 60 Q 10 20 30 40 50 60 Q 10 20 30 40 50 60 Q
elasticidade responde
são: Demanda Perfeitamente Inelástica Demanda Inelástica Demanda Unitária Demanda Elástica Demanda Perfeitamente Elástica
A) Quão sensível a
quantidade demandada
é a preço?
Relativamente insensível Constante Relativamente sensível
B) O que acontece com Permaneçe
a receita total ? Move-se na mesma direção do preço constante Move-se na direção oposta ao preço
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A partir da figura 6, pode-se responder a questão realizada anteriormente: ―O que
acontece com a receita total de uma empresa florestal quando os preços variam no
mercado?‖.
Q ( P 0 P1 )
pd arco .
P (Q 0 Q 1 )
( 2 ,0 3,0 ) (5 ,0 8 ,0 )
pd arco . 0 , 86
(8 ,0 5 ,0 ) ( 3,0 2 ,0 )
Q x / Q Q PY Q PY
cd = X
X
.
X
.
PY / P Y Q X
PY PY Q X
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simétricos.
Matematicamente, tem-se:
C / C C R C R
rc = . .
R / R C R R C
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Capítulo 4 – A Oferta de Produtos Florestais
4.1 – Introdução
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Curva de
P0
Q0 Q1
Quantidade ofertada do produto
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4.4 – Fatores que Afetam a Elasticidade-preço da Oferta
Dentre os principais fatores que tem a capacidade de afetar a magnitude da
elasticidade da oferta citamos:
a) O formato da curva de custo marginal das empresas
De um modo geral, se as firmas existentes no mercado podem expandir a
produção com apenas pequenos aumentos no custo marginal, a curva de oferta de
mercado será mais elástica do que no caso onde o custo marginal aumenta
rapidamente com a expansão da produção.
b) Diferenças na estrutura de custos entre as empresas existentes e as
potenciais.
Se a diferença de custos unitários entre as empresas potenciais (que desejam
entrar no mercado) e as existentes for pequena, a curva de oferta de mercado será
mais elástica do que no caso onde as curvas de custos das firmas potenciais são
mais elevadas que as das existentes. Se todas as empresas potenciais têm curvas
de custo apenas levemente acima do nível de preço de mercado do produto,
pequenos aumentos no preço estimulam um grande número de novas empresas a
entrar no mercado, e, conseqüentemente, expandir a produção.
c) Período de tempo para ajustamentos na produção
Considerando-se que a oferta é definida como as quantidades que os
produtores estão dispostos a colocar no mercado, por unidade de tempo, o período
de duração de tempo implícito no conceito terá um impacto sobre a capacidade de
resposta dos produtores. Quanto maior o período de tempo, a curva de oferta tende
a ser mais elástica, porque haverá mais tempo para ajustamentos na produção.
4.5 – Fatores Deslocadores da Oferta
Conforme já referido, as relações de oferta de mercado para o setor florestal
ou outro setor são relações do tipo "ceteris paribus", isto é, as relações mostram as
quantidades que serão ofertadas (QS) aos vários níveis de preços (P), mantidos
constantes todos os outros fatores que também afetam a oferta, tais como: preços
dos insumos (Px), preços dos outros produtos que podem ser produzidos com os
mesmos recursos (Po), tecnologia (Te), número de produtores (N), expectativas
quanto ao futuro (E), clima (C), e número de hectares (Ta). Pode-se expressar esta
relação através da seguinte função:
Qs = f(P/ Px, Po, Te, N, E, C, Ta)
Portanto, além do preço do Produto (P), que já foi abordado detalhadamente,
far-se-ão agora algumas considerações sobre os outros fatores (P x, Po, Te, N, E, C,
Ta) que afetam a oferta de produtos florestais. Em termos didáticos, esses fatores
poderiam ser reagrupados em: econômicos, ecológicos, tecnológicos, institucionais e
de incertezas. Esses fatores podem atuar em conjunto ou isoladamente e,
dependendo das forças de cada um, eles podem deslocar a curva de oferta para a
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direita ou para a esquerda. É por esta razão que eles também são conhecidos como
fatores deslocadores da oferta.
4.5.1 – Preços dos Insumos
Mudanças nos preços dos insumos (Px) usados para produzir um determinado
produto têm um impacto direto sobre a oferta. O custo marginal (CMg) como o custo
variável médio (CVMe) e o custo total médio (CTMe) têm uma relação direta com os
preços dos insumos, de modo que um aumento no preço de um fator de produção
aumenta o custo marginal e o custo variável médio, ou seja, desloca para esquerda
a curva de CMg e para cima as curvas de CVMe e CTMe. (figura 7)
Custo e preço do produto (R$/unidade)
0 q1 q0 q 0 Q1 Q0 Q
Quantidade de produto da firma Quantidade de produto de mercado
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custo variável médio (CVMe) e também com o custo total médio, mostradas
anteriormente, a curva de CMg desloca-se para a direita (de CMg0 para CMg1) e a
de CVMe desloca-se para baixo (de CVMe0 para CVMe1) e, consequentemente a
curva de oferta de mercado se desloca para a direita (de S 0 para S1), conforme
evidenciado na Figura 8.
Custo e preço do produto (R$/unidade)
0 q0 q1 q 0 Q0 Q1 Q
Quantidade de produto da firma Quantidade de produto de mercado
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Capítulo 5 – A Teoria da Produção de Produtos Florestais
5.1 – Introdução
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5.3 – Os Períodos de Tempo na Produção Florestal
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Ao proceder desta forma estaremos pressupondo que a empresa conseguiu
equalizar problemas importantes como o de informação de mercado, de organização
e de engenharia, entre outros. Para melhor entender o que vem a ser uma função de
produção, iniciamos examinando dois tipos básicos: a) a função de proporções fixas
e b) a função de proporções variáveis.
y = f(X1/5, X2/3)
ou, simplesmente:
q = f (x1)
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Isto é o que freqüentemente acontece na experimentação florestal, quando
desejamos medir a influência de determinado fator variável (x1) sobre a produção
total (q). Como exemplo, citamos o efeito do espaçamento sobre a produção de
madeira serrada de pinus por hectare. Três importantes relações físicas de produção
podem ser extraídas da função de produção: o produto físico total (PFT), o produto
física marginal (PFMg) e o produto físico médio (PFMe).
q
PFMg =
X 1
q
PFMe =
X 1
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Quantidade de pr oduto (kg)
Y
Função de
Produção
y
x
PFMe
PFMg
(X1 /X2 ,X3 , ..., X
n
)
b Quantidade de Fator (kg)
Custo mar ginal e médio (R$/kg )
CMg
CVMe
Y
c Quantidade de Produto (kg)
q / q q X q X PFMg
1 1
Elasticidade (pf) = . .
X 1
/ X 1
q X 1
X 1
q PFMe
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5.4.1.2 – As Relações Monetárias na Produção Florestal
A receita total (RT) vem a ser o valor da produção, ou seja, o seu preço de
mercado (Pq) do produto multiplicado pela respectiva quantidade produzida (q).
Matematicamente temos:
RT = Pq . q
A receita marginal (RMg) pode ser definida como o valor que é adicionado a
receita total quando uma unidade adicional do produto florestal é vendida no
mercado. Como o produtor é um tomador de preço, ou seja, dado que a sua
produção individual é muito pequena em relação à produção total do mercado, as
suas decisões individuais não afetam o preço de mercado e, desta forma, pode se
admitir que o preço permaneça constante caso decida produzir ou não. Assim,
matematicamente temos:
RT Pq . q
RMg = Pq
q q
Lucro (L) = RT – CT
Por outro lado, não vale a pena produzir (ou deve-se reduzir a produção) caso
o valor do produto marginal for menor do que o custo para produzi-lo. Daí conclui-se
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que o ponto ideal (ponto que maximiza o lucro) é aquele em que o valor do produto
adicional é exatamente igual ao custo do recurso utilizado na sua produção.
Há duas maneiras pelas quais a empresa florestal pode decidir o nível ótimo
de produção: a) Pelo lado dos produtos físicos marginais de produção e, b) Pelo
lado dos custos de produção.
PX
PFMg =
Pq
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Vamos exemplificar a situação da análise do nível ótimo de produção para a
relação insumo produto de uma empresa florestal com a seguinte função de
produção q = f(X1), (representada na tabela abaixo):
900
800
700
produção (q)
600
500
400
300
200
100
0
0 20 40 60 80 100 120
insumo variável (x)
PX 4 , 30
PFMg = 4 , 30 critério de nível ótimo
Pq 1, 00
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como sendo de 753 unidades do produto, utilizando 70 unidades do fator variável de
produção. Qualquer alteração do preço do insumo ou do preço do produto altera as
relações econômicas e por conseqüência o nível ótimo de produção.
Para iniciar esta análise, considere uma função de produção do seguinte tipo:
q = f (x1, x2)
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observar a quantidade em que decresce a utilização de um fator X 1 (capital) quando
se aumenta unitariamente o emprego do fator X2 (trabalho), mantendo-se constante
a produção.
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Na figura 5.3, isoquanta I, movendo-se do ponto B para o C a empresa
florestal desiste de 3 unidade de capital por uma unidade adicional de trabalho.
Assim, a TMStc = 3. Similarmente, do ponto C para o ponto D sobre a isoquanta I, a
TMStc = 2. Como podemos observar, a TMStc diminui à medida que a empresa
florestal se move para baixo sobre a isoquanta I. Isto acontece porque quanto
menos capital e quanto mais trabalho a empresa está utilizando, maior a dificuldade
para substituir trabalho por capital na produção.
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unidades de trabalho e permanecer com $ 5,0 para a compra de 5 unidades de
capital.
a) O Problema
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empresa. Segundo: cada item produzido (mesa ou cadeira) precisa ser processado
em ambos os setores da empresa (montagem e finalização). Cada mesa necessita
de 6 horas no setor de montagem e de 2 horas no setor de finalização. No presente
momento, o setor de montagem dispõe de 60 horas de trabalho por dia, enquanto
que o setor de finalização tem 32 horas diárias.
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20X1 = margem bruta gerada por cada cadeira produzida.
24X2 = margem bruta gerada por cada mesa produzida.
Como não sabemos se o tempo disponível em cada setor será utilizado até o
seu limite, incorporamos o sinal ―menor e ou igual‖ as restrições, criando um
intervalo de uso e gerando as seguintes inequações:
X1 0 e X2 0
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g) A Estruturação do Modelo da Empresa Florestal
Note que cada variável em cada uma das inequações e na função objetiva é
uma polinomial de primeiro grau. Equações e inequações com esta característica
são chamadas de equações ou inequações lineares. Quando plotadas em um eixo
cartesiano formam um conjunto de retas, desta forma, a programação linear é uma
técnica de resolução de problemas baseada em um sistema de equações ou
inequações lineares.
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efetivos para o entendimento do procedimento envolvido na resolução de tais
problemas.
D (0,16)
3x1 + 6x 2 = 60 4x1 + 2x 2 = 32
Setor de Finalização
X 2 (me sas)
X 2 (mesa s)
Setor de Montagem
B (0,10)
A B
Figura 5.4 – Restrições de tempo impostas ao setor de montagem e finalização da
empresa florestal (a área sombreada representa as combinações que
podem ser realizadas em ambos os setores).
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disponível no setor de montagem é utilizado para a produção de mesas. Com isto
geramos uma coordenada cartesiana (X1 = 0, X2 = 10), representando a produção de
nenhuma cadeira e dez mesas, o nosso primeiro ponto da reta de restrição do
departamento de montagem, ponto B da figura 5.3-A.
A área das soluções possíveis dos dois setores da empresa florestal, plotados
conjuntamente, pode ser observada na figura 5.4. Até este momento, havíamos
considerado as combinações de cadeiras e mesas que poderiam ser processadas
em ambos os departamentos (montagem e finalização) da empresa florestal. Mas
de fato, tanto as cadeiras quanto as mesas devem ser processadas em ambos os
setores da empresa. Por isso, ambas as restrições devem ser satisfeitas
simultaneamente (combinadas) e plotadas em um mesmo eixo cartesiano como
mostrado na figura 5.4. Desta forma, torna-se necessário encontrar a combinação de
cadeiras e mesas que não excedam o tempo disponível em cada um dos setores.
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X2 (me sas)
D (0,16)
Restrição do Setor
de Montagem
B (0,10)
Restrição do Setor
Área das
de Finalização
soluções
possíveis
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freqüentemente referida como a área das soluções possíveis do modelo de
programação linear.
B (0,10)
F (4,8) Solução ótima do
problema
Linha de isorenda
P = $ 270
Área das
soluções
possíveis
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Fazendo X1 = 0 e resolvendo, temos: 20(0) + 24X2 = 120 X2 = 5, então o par
ordenado neste caso é (X1 = 0; X2 = 5).
Estas coordenadas, (0,5) e (6,0) quando plotadas na figura 5.5, vão originar a
linha de isorenda que gera a margem bruta de $ 120. Linhas similares podem ser
plotadas para refletir combinações de cadeiras e mesas que vão gerar margens
brutas de $ 100, $ 150, $ 200, ou valores maiores. Desta forma, obteremos um
conjunto de linhas paralelas (isorendas paralelas). Quanto maior for o valor da
margem bruta atribuída a função objetiva, mais distante da origem (mais alta) estará
a linha de isorenda.
(1) Ir testando valores para a função objetiva até que a isorenda tangencie um
ponto extremo da área das soluções possíveis (solução tangente), ponto F da figura
5.5, onde a margem bruta será $ 272 (ponto ótimo ou da maximização), ou;
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Capítulo 6 – A Teoria de Custos de Produtos Florestais
6.1 – Introdução
O custo fixo de produção (CF) pode ser classificado como o custo que não se
altera com a quantidade produzida, ou seja, é aquele custo que existe mesmo se
não houver produção. Geralmente representam o custo decorrente do uso de
capitais fixos da empresa florestal. No curto prazo ele não sofre alteração, mas, no
longo prazo vai sofrer alteração conforme a mudança na estrutura de produção.
Como exemplos, citamos os aluguéis e arrendamentos de terra, o capital investido
em terras, o juro sob capital fixo, a depreciação, o seguro, a mão-de-obra fixa, a
remuneração do produtor e os impostos fixos, entre outros.
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de todos os custos fixos e variáveis envolvidos no processo da produção florestal.
Matematicamente, o custo total pode ser representado como:
CT = CF + CV
CT
Custo (R$ por unidade)
5
CV
4
3
CF
2
1
10 20 30 40 50 60
Produção (unidade)
a) Custo Fixo Médio (CFMe) – representa o custo fixo (CF) ou custo fixo total
dividido pela quantidade produzida. Matematicamente: CFMe = CF ÷ Q.
_________________________________________________________________________________ 50
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b) Custo Variável Médio (CVMe) – representa o custo variável (CV) ou custo
variável total dividido pela quantidade produzida. Matematicamente: CVMe =
CV ÷ Q.
c) Custo Total Médio (CTMe) - representa o custo total (CT) ou custo total médio
dividido pela quantidade produzida. Matematicamente: CTMe = CT ÷ Q ou,
alternativamente: CTMe = (CF + CV) ÷ Q.
CMg
70
CTMe
Custo Unitário (R$/estéreos)
60
50 CVMe
40
30
20
10
CFMe
0 10 20 30 40 50 60 70
Quantidade Produzida (estéreos por hectare)
Pelo que foi analisado anteriormente, pode-se perceber que existe uma
estreita relação entre as funções de produção e os custos de produção. Isto decorre
do fato de que a produção de qualquer produto envolve um custo. A função de
produção, como já analisado, é uma relação técnica e física entre insumos e
produtos, enquanto as funções de custo resultam das quantidades dos fatores de
produção utilizados multiplicadas pelos seus respectivos preços (ou seja, é uma
_________________________________________________________________________________ 51
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relação monetária). Conhecendo-se os fatores fixos e variáveis, bem como os
preços desses fatores, torna-se possível determinar os custos para qualquer nível de
produção.
CV Px 1 . X Px X 1
1 1 1
CMg ,.....( pois ,..... )
Q q PFMg q PFMg
CV Px 1 . X Px X 1
1 1 1
CVMe ,.....( pois ,..... )
Q q PFMe q PFMe
_________________________________________________________________________________ 52
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econômico desta empresa, já que o preço (P = 60,00) cobre todos os custos de
produção (fixos e variáveis).
CMg
Preço e Custo Unitário (R$/estéreos)
70 B
CTMe
60 A
50
40
Lucro econômico CVMe
C
35
30
D Oferta no LP
20
E Oferta no CP
10
CFMe
0 10 20 3032 36 40 43 50 52 60 70
Quantidade Produzida (estéreos por hectare)
_________________________________________________________________________________ 53
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situação ele obtém prejuízo, pois, não consegue cobrir os custos fixos de produção.
Desta forma, deveria o empresário parar de produzir? Não, pois, a este nível de
preço ele cobre todos os custos variáveis de produção e, no curto prazo, ele ainda
pode continuar produzindo.
_________________________________________________________________________________ 54
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ferramentas auxiliares de tomada de decisão. Caso o empresário florestal deseje
produzir 3.000 unidades por mês ou 5.000 unidades por mês, estará apenas abrindo
mão do lucro máximo, o que não significa necessariamente prejuízo.
Para o nível ótimo encontrado (4.000 unidades/mês) temos custo total (CT) =
62.000, Custo Variável (CV) de 52.000 e receita total (RT) de 80.000. Utilizando a
fórmula acima, encontramos:
Para o nível ótimo encontrado (4.000 unidades/mês) temos custo total (CT) =
62.000, Custo Variável (CV) de 52.000, Preço (P) de 20,00 por unidade receita total
(RT) de 80.000. Utilizando a fórmula acima, encontramos:
_________________________________________________________________________________ 55
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Capítulo 7 – A Análise das Estruturas de Mercado de Produtos
Florestais
7.1 – Introdução
O livre mercado estabelece que cada uma das empresas atuantes em uma
certa economia opera livremente, ou seja, sem sofrer qualquer tipo de controle
externo ou interno na sua tomada de decisão. Logicamente, quando transportamos
esta teoria para a realidade brasileira, verificamos várias situações onde o controle
estatal foi bastante atuante, direcionando a produção através dos mecanismos
existentes. No setor florestal, após os anos 90, verificou-se uma abertura da
economia brasileira para o mercado mundial globalizado e, desta forma, acirrou-se a
concorrência reduzindo drasticamente as intervenções na economia.
_________________________________________________________________________________ 56
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incorporam a utilidade de lugar (por exemplo, o mercado do Paraná); b) os mercados
de um produto, que incorporam a utilidade de forma (por exemplo, o mercado de
madeira serrada); e c) os mercados temporais, que incorporam a utilidade de tempo
(por exemplo, o mercado futuro de carbono em outubro).
_________________________________________________________________________________ 57
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A tabela 1 demonstra todas as formas alternativas de estruturas de mercado,
considerando para tanto o número de empresas, o tipo de produto negociado e a
atividade da empresa.
_________________________________________________________________________________ 58
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
c) Ausência de restrições artificiais sobre a oferta e a demanda – isto indica que
não existe, a principio, qualquer tipo de intervenção governamental sobre o
mercado.
p p P p p
6
6
5
5
5
d1 d2 s1 s2
4
4
3
3
2
2
2
2
1
10 20 30 40 50 60 q 10 20 30 40 50 60 q 10 20 30 40 50 60 Q 10 20 30 40 50 60 q 10 20 30 40 50 60 q
_________________________________________________________________________________ 59
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compradores demandam maiores quantidades a preços mais baixos do que a preços
mais elevados, e os produtores oferecem mais a preços maiores do que a preços
menores, as curvas de demanda e de oferta de mercado interceptar-se-ão.
P
Excesso de oferta S
1,00
Preço
P0 = 0,70 Equilíbrio
0,40
Excesso de demanda
(escassez) D
_________________________________________________________________________________ 60
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fatores deslocadores da oferta (tecnologia, preço dos insumos, número de
produtores, entre outros) e da demanda (efeito população, efeito renda, preço de
produtos substitutos e complementares, efeito marketing e propaganda, entre
outros).
O exemplo desenvolvido a seguir servirá para ilustrar como fatores externos
afetam o equilíbrio do mercado, além de mostrar as principais conseqüências
observadas em curto prazo, de forma estática comparativa.
CMg0 S0
P
Preço e Custo (R$/unidade)
CTMe0 P
S1
CMg1
P0 A P0 A
CTMe1
P1 B P1 B
0 q0 q1 q 0 Q0 Q1 Q
Quantidade a nível de produtor Quantidade a nível de mercado
A B
Figura 14 – Efeito do incentivo fiscal sobre a oferta de madeira.
Como o custo marginal (CMg) e o custo total médio (CTMe) tem uma relação
direta com o preço dos insumos, uma redução da carga tributária e fiscal reduziu o
custo marginal (de CMg0 para CMg1) e o custo total médio (de CTMe0 para CTMe1),
ou seja, deslocou a curva de CMg para a direita e a curva de CTMe para baixo,
movendo a oferta futura de cada propriedade rural do ponto A para o B. Assim, com
_________________________________________________________________________________ 61
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o incentivo fiscal e redução dos custos de produção, mantido tudo o mais constante,
os produtores estavam dispostos a ofertar mais, deslocando então para a direita o
oferta futura de madeira no mercado, de S0 para S1.
7.3.2 – Oligopólio
_________________________________________________________________________________ 62
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da curva de demanda para preços acima de P 0 será elástica (o que significa um
decréscimo percentual maior na quantidade do que o aumento relativo em preço
e, portanto, uma redução na receita total.
P
CMg
d
RMg
Preço (R$/unidade)
P0
d'
RMg'
0 q0 q
Quantidade por unidade de tempo
7.3.3 – Monopólio
a) uma só empresa
b) não há produtos substitutos
c) não há concorrentes
d) a empresa tem considerável controle de preço
_________________________________________________________________________________ 63
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e) é praticamente impossível a entrada de uma outra empresa no mercado.
Erro!
Erro!
_________________________________________________________________________________ 64
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para cuja quantidade Q0 os consumidores estão dispostos a pagar o preço unitário
P0. Tendo em vista que para produzir a quantidade Q 0, o custo é C‘ (ponto sobre a
curva de custo total médio, CTMe) a empresa, que vende seu produto ao preço P0,
obtém lucro igual a (P0 — C) vezes Q0 (representado pela área CP0P‘C‘), cujo valor
é máximo.
P' CMg( = S)
P0
Valor (R$/unidade)
CTMe
B
C'
C
D( = RMe)
RMg
0 Q0 Q
Quantidade por Unidade de Tempo
_________________________________________________________________________________ 65
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
7.3.4 – Competição Monopolística
_________________________________________________________________________________ 66
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P
CMg
CTMe
Preço (R$/unidade) P0
RMg
0 q0 q
Quantidade por unidade de tempo
7.3.5 – Monopsônio
_________________________________________________________________________________ 67
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
monopsônio é mais comum, no setor de alimentos e fibras, numa pequena e
localizada área geográfica.
7.3.6 – Oligopsônio
_________________________________________________________________________________ 68
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Capítulo 8 - Grupo de Custos na Empresa Florestal
8.1 Considerações
Por outro lado existe uma outra função básica que é o controle. De um modo geral,
as pessoas que atuam em organizações, são bastante reticentes com respeito ao
controle. A primeira impressão que transmitem é que o controle é policiamento,
restrição à liberdade, falta de confiança. O gestor deve saber que controlar significa
saber o que está se passando, em comparação aos planos e padrões estabelecidos,
a fim de iniciar ações corretivas visando impedir resultados insatisfatórios. Assim, o
controle objetiva comparar:
Resultados Previstos
Resultados Obtidos
Recursos Necessários (Custos Planejados)
Recursos Utilizados (Custos Realizados)
Fica evidente que o gestor deve ter informações atualizadas sobre os produtos que
a organização está gerando. Mas somente isto não é necessário. É de fundamental
importância conhecer a quantidade de recursos utilizados. Assim, o controle de
custos necessita de informações referentes a recursos empregados e produtos
obtidos. Desta forma, será possível identificar os custos unitários da produção e
poder compará-los com o preço recebido pelo produto. Será possível ao gestor
avaliar onde e quanto de recurso está sendo gasto para obter uma unidade de
produto. Será possível identificar os desvios e proceder as alterações, visando
incrementar a competitividade da organização.
Coleta de dados
Processamento
Interpretação dos resultados
_________________________________________________________________________________ 69
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Sem que a organização esteja preparada, os dados para gerar os custos básicos
podem ficar difusos, desorganizados, não controlados, dispersos entre várias
pessoas e por ai a fora. Coletar informação é de fundamental importância, mas
precisa-se saber o que coletar, quando coletar, de que forma coletar, quem vai
coletar os dados necessários para formar os custos.
Quase todas as organizações possuem um plano de contas contábil. Este plano tem
grande utilidade para questões tributárias e legais. Raramente ele é construído
visando à questão de custos e receitas das organizações. Para atender a estes
objetivos, normalmente as empresas criam os seus planos de contas gerenciais.
Dentro dos mesmos, fica evidenciado os custos das organizações.
_________________________________________________________________________________ 70
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Tabela 2: Ilustração de Centros de Custos Produtivos
Estrutura Administrativa
Oficina Mecânica
Departamento de Pesquisa
De um modo geral, todos os custos das organizações são alocados nas atividades
produtivas. Alguns custos podem ser facilmente distribuídos nos centros de custos
produtivos. Isto ocorre quando os valores são alocados diretamente as atividades da
produção. Exemplo é o caso de compra de mudas de eucalipto. Esta despesa será
alocada no item 1.2.1.
Quando as despesas não são tão evidentes, deve-se proceder ao rateio, que é uma
distribuição proporcional (gastos diretos, mão de obra) das mesmas para as
atividades produtivas.
Custos de Salários:
_________________________________________________________________________________ 71
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Existem diversas formas de contrato e de relações formais da mão de obra com a
organização. As relações trabalhistas estão bastante consolidadas e não se deve
esquecer que existem padrões mínimos de salários e pagamentos (salário mínimo,
salário mínimo da categoria, mesmo rural).
Custos Sociais:
Os custos sociais sobre a mão de obra podem ser caracterizados como custos
sociais obrigatórios e custos sociais voluntários.
Os custos sociais obrigatórios, como o próprio nome indica, são estipulados por lei.
No caso da mão de obra podem atingir até mais de 120 % do valor do salário.
O gestor precisa avaliar bem estes encargos extras e voluntários, pois muitas vezes
os mesmos chegam a ultrapassar até o próprio salário do trabalhador. É importante
também que estas cifras sejam esclarecidas aos empregados da organização, pois
em alguns casos, os mesmos não sabem o peso que estes benefícios adicionais têm
sobre o salário base que recebem da empresa.
Custos de Depreciação:
Os custos de depreciação surgem pelo uso de bens que não são consumidos
durante um ano. Estes custos acontecem pelo uso do bem e conseqüente desgaste
do mesmo, pelo decorrer do tempo e por obsoletismo.
_________________________________________________________________________________ 72
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PA VR
D
VU
Onde:
D = Valor Depreciação
PA = Preço de Aquisição
VR = Valor Residual
O valor da depreciação poderá ser calculado com base em horas, dias, meses ou
anos, conforme deseje o analista e conforme a vida útil do bem. Os problemas
maiores para o calculo da depreciação estão atrelados à definição de um valor
residual e da vida útil. Variações nestes parâmetros poderão apresentar resultados
bastante distintos entre si.
Custos de Juros:
Este grupo de custo pode ser dividido em dois tipos de juro. Um deles causado por
juros reais e o outro por juros calculados ou como conhecido na economia como
custo de oportunidade pelo uso do capital.
Juros reais é o preço que a organização paga pela cessão do capital emprestado de
terceiros a exemplo, de um banco ou financeira ou de qualquer outra entidade. Os
juros neste caso representam uma saída efetiva de caixa.
O outro tipo de juro, dito calculado é o custo de oportunidade pelo uso do capital do
proprietário. É em última instância, a rentabilidade desejada pelo proprietário do
capital para colocar o mesmo em um determinado negócio. Este juro traduz o
retorno desejado com um determinado risco e uma liquidez. Para o cálculo dos juros
necessita-se do valor do bem e de uma taxa de juro. Esta taxa normalmente está
atrelada à rentabilidade da própria organização.
A- Duração Limitada:
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Bens com duração limitada, como o próprio nome se refere, são os que têm uma
vida finita. O valor destes bens decresce com o passar do tempo, pois os mesmos
estão sujeitos à depreciação. Assim para se proceder ao calculo do custo anual de
juro deveria-se estimar anualmente o valor residual do equipamento. Mas para
simplificação, usa-se a metade do valor para todo o período da vida. Como ocorre a
depreciação e esta é a recuperação do capital investido, o bem ao longo de sua vida
útil, valerá a metade do seu preço de aquisição. O calculo dos juros será:
B- Duração Ilimitada
São bens que por sua característica sofrem pouca ou nenhuma desvalorização com
o efeito do tempo. Nesta categoria incluem-se as terras florestais e agrícolas,
terrenos na área urbana e florestas de preservação (Reserva Legal e Preservação
Permanente). Nestes casos o calculo do juro se dá sobre o valor total do bem.
Custos de Risco:
Riscos na empresa florestal são, por exemplo, fogos florestais, pragas e doenças,
quebra de árvores e acidentes com máquinas. Todos estes prejuízos ou perdas
podem ser estimados de maneira histórica e incorporados em análises de custo.
Outra parte pode ser suplementada pelos prêmios de seguro.
Custos de Terceiros:
Dizem respeito aos serviços prestados por outras firmas ou pessoas que não são
empregadas na empresa. Este tipo de custo está aumentando significativamente
dentro das organizações sendo chamado de terceirização.
Esta forma de custo engloba não só o gasto com as empresas terceirizadas, mas
também os dispêndios para com a supervisão e coordenação dos trabalhos ― dos
terceiros ―.
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Serviços bancários, manutenção de máquinas e equipamentos, atividades de
exploração florestal, transporte de madeira, serviços de limpeza, serviços de
vigilância são alguns dos itens que podem compor os custos de terceiros dentro de
uma organização.
Custos de Materiais:
Custos de Impostos:
O gestor deve recorrer sempre que puder a um bom apoio jurídico tributário
procurando gerir estas despesas de forma eficiente. Existem várias alternativas de
redução de carga tributária, mas é importante conhecer profundamente a legislação
pertinente.
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Tabela 3: Estrutura para Cálculo de Custos e Receitas
ESPECIFICAÇÃO VALOR ( $ ) %
I – RECEITAS TOTAIS
Venda de Produtos Principais
Venda de Subprodutos
Outras Receitas
Operacionais
Subsídios
Empréstimos
II – CUSTOS TOTAIS
A) Fixos
Salários (mdo indireta)
Encargos Sociais
Honorários da Diretoria
Aluguéis
Seguros
Depreciação
Gastos com Manutenção
Juros sobre Empréstimos
Juros sobre Capital Próprio
Outros Itens
B) Variáveis
Salários (mdo direta)
Encargos Sociais
Matérias Primas
Materiais Secundários
Material de Embalagem
Impostos sobre Venda
Serviços Bancários
Juros sobre Empréstimos
Comissão sobre Venda
Propaganda
Energia Elétrica
Combustíveis e Lubrificantes
Transportes
Outros Itens
III - RESULTADOS
TOTAIS (I – II)
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Capítulo 9 – Matemática Financeira Básica
Uma das atividades produtivas que demanda maior tempo de produção é sem
dúvida alguma a atividade florestal. Qualquer um de seus produtos, só será obtido
após o passar de vários anos. Madeira, folhas, frutos, resinas, fixação de carbono,
manutenção do regime hídrico, abrigo e proteção à fauna e todos os produtos e
serviços da floresta, irão requerer alguns anos antes de tornarem-se efetivos para as
organizações produtivas e para a sociedade. Aparentemente, este aspecto está
claro para todos. No entanto, quando alguém se dedica à produção destes produtos,
imagina retornos de curto prazo. Governos e governantes, sociedade, empresas e
proprietários agrícolas, tem em comum esquecer rapidamente, esta característica
florestal e esperar retornos em algumas semanas, no máximo em meses. Parece
incrível, mas esta afirmação um tanto exagerada, tenta explicitar a visão do povo e
do empresário brasileiro, para com a produção florestal – obter resultados em curto
prazo. Talvez esta característica traduza certa culpa dos próprios técnicos do setor
florestal, que vivem propagando que o Brasil possui as melhores condições para
produzir as florestas de rápido crescimento. Falta a eles explicar que rápido
crescimento é pelo menos 10 anos! Quando se fala de longo período, tem-se em
mente as diferenças temporais do custo do capital ao longo do tempo. Daí a
importâncias para o gestor entender de alguns conceitos de matemática financeira.
Sem estes e sem saber utilizá-los o gestor jamais poderá conduzir um bom manejo
de suas florestas, a não ser que ele seja capaz de acabar com o sistema econômico
através do fim da taxa de juro.
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UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
Relação estoque/produto
Externalidades
Nos últimos anos a sociedade brasileira, em grande parte motivada por forças
internacionais, passou a valorizar os efeitos indiretos da floresta. Traduzida por uma
nova roupagem, estes benefícios indiretos, muitas vezes caracterizados como
extenalidades da produção florestal, tornaram-se tão importantes quanto a produção
de madeira. Estes novos produtos e serviços tais como ar limpo, água,
biodiversidade, proteção à fauna, fixação de carbono, e outros mais, envolvem a
manutenção da floresta. Demandam tempo para a sua obtenção, usam fatores de
produção e conseqüentemente tem custos de produção. Novamente, o gestor irá
necessitar da matemática financeira para avaliar o manejo destas florestas e destes
novos produtos e serviços.
Biologia da produção
Do exposto, nota-se que as florestas e as terras florestais não deixam de ser capitais
financeiros alocados para a produção de madeira e serviços. Tanto as florestas
nativas como as florestas plantadas, possuem esta característica e o gestor e as
sociedades devem ter consciência para este ponto. Assim sendo, quando se usa
dos produtos florestais é necessário pagar o seu valor ou o seu preço. Existe uma
grande diferença entre valor e preço. O valor pode estar associado às várias
utilidades que um determinado produto ou serviço possui para uma pessoa. Valor
estético, valor ético, valor moral, valor de uso. A transformação de valor para preço
acorre na maioria das vezes através da interação entre oferta e demanda. Para a
_________________________________________________________________________________ 78
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
análise de problemas econômicos do manejo e gestão das florestas é necessário um
entendimento do conceito de juro, pois as florestas e as terras florestais são um
capital empregado para produzir madeira e serviços florestais.
Nas sociedades atuais, o juro é algo bastante comum e óbvio. A todo instante pode-
se ver o conceito de juro sendo empregado. Compras a prazo, cartões de credito,
empréstimo bancário entre outros, são opções que as pessoas estão continuamente
realizando. Quando se usa o capital florestal (terra mais a floresta) tem-se também
que pagar o juro pelo emprego deste fator produtivo. Assim, de certa forma o juro
representa a rentabilidade do capital. Ao escolher uma taxa de desconto ou taxa de
juro para aplicar em um problema ou estudo de economia florestal, o gestor está ―a
priori― definindo o ganho ou a rentabilidade que ele espera obter do
empreendimento.
De forma genérica, pode-se dizer que o juro depende de três fatores básicos
conforme mostrado na figura 18.
R IS C O R E N T A B IL ID A D E
JU R O S
L IQ U ID E Z
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UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
Em sendo a remuneração pelo emprego do capital os juros dependem do risco, da
rentabilidade desejada e da liquidez.
Risco
Rentabilidade
Liquidez
_________________________________________________________________________________ 80
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um investimento de longo prazo. Na melhor das hipóteses, o retorno irá acontecer
após 5 a 7 anos. Produção de laranja, café, bovinocultura de corte, são
empreendimentos que demandam tempo. Assim, quando se fala de liquidez, deve-
se considerar a capacidade do ativo florestal ser transformado em moeda quando o
mesmo está maduro. Se a floresta atingiu uma idade adequada para uso e se tem
um mercado para tal, então o investimento tem boa liquidez. Dizer que uma floresta
plantada, com três anos de idade, não possui boa liquidez não é uma expressão
verdadeira. Aos três anos, ela está se formando e seus produtos ainda não estão
terminados. A produção de madeira no Brasil sempre apresentou uma boa liquidez,
quer de florestas plantadas, quer de florestas nativas.Casos isolados de má liquidez
só se evidenciaram em épocas de grande recessão econômica e para
empreendimentos mal localizados, sob o ponto de vista de mercado.
A partir destas considerações é fácil verificar que a taxa de desconto ou de juro a ser
empregada em empreendimentos florestais, não necessariamente deve ser a
mesma utilizada para remunerar títulos públicos. O gestor deve ter a capacidade de
entender que se o proprietário do capital quer correr mais risco e obter uma liquidez
mais imediata para seu dinheiro, talvez o investimento florestal não seja uma opção
mais adequada. O que não se pode esperar é que atividades tão distintas em prazo
e risco possam produzir idênticos retornos. Esta é uma das tarefas que o gestor
deverá conduzir ao administrar recursos financeiros – a escolha de uma correta taxa
de juro.
Basicamente existem dois tipos de capitalização – uma dita a base de juros simples
e a outra juros compostos. Antes, porém é interessante apresentar os seguintes
conceitos básicos:
Montante (Vn): Por definição é obtido pela adição do principal aos juros.
_________________________________________________________________________________ 81
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
Capitalização simples é aquela em que a taxa de juros, no final de cada um dos
períodos de capitalização incide somente sobre o principal. Para exemplificar tome-
se um investidor que possui $ 1.000,00 para aplicar pelo período de 4 meses em
uma aplicação que remunera a taxa de 10 % ao mês.( 0,10 % ao mês )
M o n ta n te ($ )
1500
1400 1400
1300 1300
1200 1200
11 0 0 1100
1000
0 1 2 3 4 5 6
Pe río d o (m e se s)
_________________________________________________________________________________ 82
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A representação é uma reta, conseqüência do crescimento em progressão aritmética
ao longo do tempo. Pode-se deduzir uma formula para facilitar os cálculos de
montantes.
V 1 V 0 (V 0 i )
V 2 V 1 (V 0 i ) V 0 (V 0 i ) (V 0 i ) V 0 2 (V 0 i )
V 3 V 2 (V 0 i ) V 0 2 (V 0 i ) (V 0 i ) V 0 3 (V 0 i )
Vn V0 V0 i n ou
V n V 0 (1 i n )
Uma pessoa aplica $ 1.000,00 a uma taxa de juros linear de 6% ao mês durante 4
meses. Qual é o montante ao final do período?
V 4 $ 1 . 000 , 00 (1 0 , 06 4 )
V 4 $ 1 . 240 , 00
_________________________________________________________________________________ 83
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
Tabela 5: Capitalização Composta – Um exemplo
Observa-se que a coluna do saldo final, que fornece o montante no final de cada um
dos períodos de capitalização, cresce de modo que cada valor é igual ao anterior
multiplicado por um valor constante e equivalente a (1 + i). Este aspecto é de
fundamental importância, pois é a própria definição de uma progressão geométrica
de razão (1 + i).
M o n ta n te ($ )
1464
1331
1210
11 0 0
1000
0 1 2 3 4
Pe río d o (m e se s)
_________________________________________________________________________________ 84
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A representação gráfica é uma curva exponencial, conseqüência do crescimento em
progressão geométrica ao longo do tempo. Pode-se deduzir uma fórmula para
calcular o montante no final de um período. Esta fórmula é básica para estudos de
problemas de economia florestal. No caso florestal as produções das árvores não
são retiradas anualmente. Levam anos para serem obtidas. Os custos de
implantação e manutenção vão ter que acompanhar o período de crescimento da
árvore. Assim para corrigir estes valores ao longo do tempo, tem-se que empregar o
conceito dos juros. A pergunta é determinar qual é o montante de um capital inicial
que ficou aplicado na produção florestal por vários anos. A seguir, apresentam-se
algumas fórmulas que serão básicas para o estudo de problemas de economia
florestal.
V 1 V 0 V 0 (i )
V 1 V 0 (1 i )
V 2 V1 V1 (i )
V 2 V 1 (1 i )
V 2 V 0 (1 i )( 1 i )
V 2 V 0 (1 i )
2
V n V 0 (1 i )
n
Exemplo:
Um pai coloca R$1.000,00 na poupança para o filho recém nascido. Aos 20 anos,
qual o valor disponível para o filho, se ele espera uma taxa de juros real para o
período de 6% a.a.?
_________________________________________________________________________________ 85
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V 20 $ 1000 (1 , 06 )
20
V 20 $ 1000 3 , 2071
V 20 $ 3 . 207 ,10
O fator (1+i)n é conhecido como fator de capitalização. A taxa de juros ‖i‖ deve ser
utilizada de acordo com a unidade de tempo em consideração: se base mês;
mensal, se base ano; anual.
No exemplo acima é interessante observar que a cada final de período o juro foi
incorporado ao capital inicial. Note a diferença, se calculado com base em juro
simples;
V n V 0 (1 i n )
V 20 $ 1 . 000 (1 0 , 06 20 )
V 20 $ 2 . 200 , 00
V n V 0 (1 r )
n
Vn
V0
1 r
n
Exemplo:
$ 10 . 000
V0 20
(1 , 06 )
$ 10 . 000
V0
3 , 2071
V 0 $ 3 . 118 , 05
_________________________________________________________________________________ 86
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C. Valor futuro de uma série anual de pagamentos
a a a a a a valor da anuidade
No final do quinto ano a soma dos valores ou das anuidades com seus respectivos
juros pode ser determinada como:
V 5 a a [1 i ] a [1 i ] a [1 i ] a [1 i ]
2 3 4
(A)
V 5 (1 i ) a [1 i ] a [1 i ] a [1 i ] a [1 i ] a [1 i ]
2 3 4 5
(B)
V 5 (1 i ) V 5 a a (1 1 )
5
V 5 [( 1 i ) 1 ] a [( 1 i ) 1]
5
a (1 i ) 1
5
V5
1 i1
Generalizando-se:
a (1 i )
n
1
Vn
i
Exemplo:
100 (1 , 05 )
5
1 100 (1 , 2763 1) 100 0 , 2763
V5
0 , 05 0 , 05 0 , 05
V 5 $ 552 , 60
_________________________________________________________________________________ 87
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Outra forma de mostrar este conceito de anuidade é com o auxilio da tabela abaixo:
Vn
a (1 i ) 1
n
V0 e Vn
1 i
n
i
a (1 i )
n
1 /i
V0
(1 i )
n
a (1 i ) 1
n
V0
i (1 i )
n
Exemplo:
100 (1, 06 ) 1
8
100 (1, 594 1 ) 59 , 38
V0
0 , 06 1, 594
8
0 , 06 (1, 06 ) 0 , 096
V 0 $ 618 , 54
Como a série tende para o infinito (n) o seu valor futuro também tende para o
infinito.
a (1 i )
1
Vn
i
_________________________________________________________________________________ 88
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Se n
Vn
O valor futuro da série anual é infinito, mas o valor presente é outra coisa:
a (1 i ) 1
n
V0
i (1 i )
n
se n→
a (1 i )
1
V0
i (1 i )
a (1 i )
a
1
V0 a
i (1 i ) (1 i )
a
a 1
V0
i
a
V0
i
Exemplo:
$ 150 , 00
V0
0 , 06
V 0 $ 2 . 500 , 00 por hectare
_________________________________________________________________________________ 89
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G. Valor futuro de uma série periódica e finita
a [( 1 i ) 1]
nt
V0
(1 i ) 1
t
a = valor da anuidade
n = número de pagamentos
t = intervalo de pagamentos
t t t t t
|
a a a a a a
Exemplo:
$ 1000 (1, 05 )
10 x 5
1
V 50
1
10
(1, 05 )
V 50 $ 1000 16 , 64
V 50 $ 16 . 640 , 00
Da mesma forma que para a série anual pode-se achar o valor presente usando
a expressão abaixo:
_________________________________________________________________________________ 90
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Vn
V0
1 i
nt
a (1 i )
nt
1 /( 1 i ) 1
t
V0
(1 i )
nt
a (1 i )
nt
1
V0
( 1 i ) t
1 (1 i )
nt
Exemplo:
1000 (1, 05 )
50
1 1000 11 , 47 1
V0
(1, 05 ) 10
1 (1, 05 )
50
1, 63 1 11 , 47
1000 10 , 47 10 , 47
V0 1000
0 , 63 11 , 47 7 , 2261
V 0 $ 1 . 451 , 40 /ha.
Note que os dados são do exemplo anterior. Somente que agora pede-se o valor
presente e não o valor futuro. Mas como se tem o valor futuro, o valor presente
pode ser calculado da seguinte forma:
$ 16 . 640
V 50 50
$ 1 . 451 , 40
( 1 , 05 )
Tal qual para a série anual, no caso da série periódica e valor infinito também
tende para o infinito.
Vn
_________________________________________________________________________________ 91
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J. Valor presente de uma série periódica e infinita
Da mesma forma que para o cálculo da série anual e infinita procede-se para o
calculo da série periódica e infinita. A expressão que mostra esta situação é a
seguinte:
a
V0
(1 i ) 1
t
Exemplo:
V 0 $ 1 . 590 , 08
9.7.1 – Inflação:
Significa o aumento constante dos preços dos produtos. A inflação não sobe na
mesma proporção para todos os preços na economia. Portanto, alguns fatores
poderão ter seus preços elevados em proporções maiores do que outros. Da mesma
forma pode e acontece com o preço dos produtos.
A. Inflação de demanda:
B. Inflação de custos:
_________________________________________________________________________________ 92
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9.7.3- Medidas da inflação:
_________________________________________________________________________________ 93
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A – Taxa de juro nominal:
Se a inflação é f = 4% a.a., qual a taxa nominal ―i‖?
Generalizando:
V n V 0 (1 r ) (1 f )
n n
V n V 0 (1 r f rf )
n
V n V 0 (1 i )
n
Onde
r f rf i
ou
Exemplo:
1 i (1 r )( 1 f )
(1 i )
r 1 Expressão para cálculo do juro real.
(1 f )
Exemplo:
_________________________________________________________________________________ 94
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1 ,195
Taxa real = 1
1 , 07
Taxa real = 12,5% aa.
Recomendações:
Se os valores futuros estão em preços constantes use a taxa real de juros;
Se os valores futuros estão em preços correntes (inflacionados) calcule o valor
presente com taxa nominal de juros.
_________________________________________________________________________________ 95
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Capítulo 10 – Análise de Benefício / Custo
Uma das grandes ferramentas para o gestor de recursos naturais, quer público ou
privado, é o emprego da análise benefício / custo.
10.1 Procedimento
_________________________________________________________________________________ 96
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B - Prognosticar os efeitos físicos da ação
_________________________________________________________________________________ 97
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explica-se o uso de uma taxa de juros real para corrigir os valores dos benefícios e
custos.
Realizar a poda até 4,0 de altura em 500 árvores por hectare, nos talhões 32 e 27,
da Fazenda Santa Rita.
_________________________________________________________________________________ 98
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D - Comparar os custos e benefícios
(Receita de $ 6.250,00 )
5º ano ↑
_______________________________________________|
| 15º ano
↓
(Custos de $ 1.350,00 )
_________________________________________________________________________________ 99
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Ou
n
Rj C
j
VLP
(1 r )
j
j0
Onde:
R j
Receitas ou Benefícios Financeiros que acontecem no ano ―j‖
C j
Custos ou Investimentos Financeiros que acontecem no ano ―j‖
O valor obtido pode ser interpretado como um guia para a aceitação ou não do
investimento. Se o VLP a uma determinada taxa de juro ou de desconto, propicia um
resultado maior do que zero, significa que a soma das receitas é maior do que a
soma dos custos, quando comparadas no ano zero ou ano de início do investimento.
Portanto, se o valor encontrado é maior do que zero tudo indica que a oportunidade
de investimento é viável, pois os custos são superiores as receitas. É interessante
observar que para o emprego deste critério é necessária a escolha de uma taxa de
desconto. Quanto maior for esta taxa tanto menor tende a ser o valor líquido
presente.
Esta nova medida guarda uma similaridade bastante grande com o Valor Liquido
Presente. Ela também represente a soma do fluxo líquido de caixa; no entanto; os
valores de receitas e custos são capitalizados até o final do período de análise. Para
esta correção temporal, uma taxa de juro ou de capitalização deve ser adotada para
a realização dos cálculos.
n j
VLF ( R j C j )( 1 r )
j0
Se o Valor Líquido Futuro for maior do que zero, significa que o fluxo das receitas é
superior ao fluxo dos custos. A decisão, portanto, é de aceitar o investimento
analise. Em outras palavras o investimento é atraente dada à taxa de capitalização
utilizada.
_________________________________________________________________________________ 100
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Outro critério bastante usado como medida de eficiência econômica de investimento
é a Taxa Interna de Retorno – TIR. Este parâmetro é expresso de forma percentual.
A TIR é uma taxa de juro que torna tanto o VLP quanto o VLF igual à zero. É a taxa
que traduz a rentabilidade propiciada pelo investimento, daí a razão de ser
considerada a taxa interna do empreendimento. Representa a média de ganho
(anual se o fluxo for base ano, mensal se o fluxo tiver sido calculado em meses ) que
o empreendedor vai obter em seu projeto. O critério decisório passa a necessitar de
uma taxa comparativa. Se a TIR do projeto é maior do que a taxa de juro que o
gestor pode aplicar o capital, então o projeto é mais interessante. A esta taxa
comparativa da-se o nome de Taxa Mínima de Atratividade – T.M.A.
Ou
n
n j
VLP (R j
C j )( 1 T . I . R .) =0
j0
Outro critério é conhecido como a razão benefício custo. Expressa o quociente entre
os benefícios descontados (ou capitalizados) e os custos também descontados (ou
capitalizados). Não se deve confundir esta medida de efetividade, com a análise
beneficio/custo. A razão B/C é somente um parâmetro ou critério eficiência
econômica.
Benefícios Descontados
B/C = ------------------------------------
Custos Descontados
Existem outras medidas econômicas tais como período de retorno do capital, renda
anual equivalente. No entanto, as quatro estatísticas acima descritas são as mais
tradicionais de uso em análise B/C.
_________________________________________________________________________________ 101
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
retorno ou razão B/C – irão propiciar um mesmo resultado. Em essência, ao aceitar-
se o projeto pelo fato de que o VLP é maior do que zero, o VLF também o será, a
TIR será superior a TMA e a razão B/C será também maior do que a unidade. Os
parâmetros geram resultados congruentes entre si.
10.3 Um Exemplo
Para tornar auxiliar a fixação dos critérios, tem-se o seguinte exemplo. Admita-se a
construção de uma ponte dentro de uma propriedade florestal. Com este
procedimento, será possível para a empresa reduzir a distância média de transporte
de madeira, entre a origem da mesma e o destino industrial. Como conseqüência
será possível obter ganhos nos custos de transporte. Estes valores estão
identificados na tabela 06 abaixo:
VLP $ 530 , 91
VLP 0
_________________________________________________________________________________ 102
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B-Valor Líquido Futuro:
n
n j
VLF ( R j C j )( 1 r )
j0
VLF 710 , 21
VLP 0
Aceita-se o investimento
VLP ( 6 %) ($ 530 , 91 )
TIR 7 , 93 %
_________________________________________________________________________________ 103
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+
A linha que une os dois pontos não é uma reta e sim uma curva, pois se tem os
valores elevados a uma potencia. Para efeitos de calculo é possível admitir que seja
uma reta, pois não se perde muito em precisão.
D -Razão Benefício/Custo
O valor da razão benefício custo com base nos valores presente, é então calculada
pelo seguinte quociente:
B 10 . 530
( 6 %)
C 10 . 000
B
( 6 %) 1, 05 1
C
_________________________________________________________________________________ 104
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Verifica-se a congruência das medidas. VLP maior do que zero, VLF maior do que
zero, TIR maior do que TMA e razão benefício custo maior do que a unidade.
_________________________________________________________________________________ 105
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ITENS Projeto A Projeto A‘
Valor Futuro dos Benefícios 168,00 167,00
Valor Futuro dos Custos a 5 % aa para 127,63 127,63
capitalização
Valor Líquido Futuro 40,37 39,37
Uma vez corrigido os dois investimentos, deixando-os na mesma base, tem-se agora
que o projeto A apresenta o melhor resultado. Desta forma pode-se enunciar que
alternativas de investimento devem ser sempre comparadas considerando-se o
mesmo período de tempo, mesmo que se tenha que assumir a possibilidade de
reinvestimento.
_________________________________________________________________________________ 106
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Capítulo 11 – Avaliação Florestal
11.1 Considerações
Os dados foram gerados de forma a criar situações específicas e que fogem muitas
vezes de uma realidade. No entanto, o objetivo foi de propiciar uma visão mais
abrangente das alternativas de soluções aos problemas propostos.
_________________________________________________________________________________ 107
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Tabela 7 – DADOS BÁSICOS DE UM POVOAMENTO FLORESTAL
Tabela 7 – (continuação)
_________________________________________________________________________________ 108
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C A R A C T E R IS T IC A S D A S IN F O R M A Ç Õ E S :
A - T a x a d e D e s c o n to U tiliz a d a = 6 % aa
B - V a lo r L íq u id o P r e s e n te d o s C u s to s = $ 1 .1 4 3 ,3 2 / h a
C - V a lo r L íq u id o F u tu r o d o s C u s to s = $ 2 .7 4 0 ,0 3 / h a
D - P r e ç o d a m a d e ir a d e c e lu lo s e = $ 5 ,0 0 / m 3 e m P é
E - P r e ç o d a m a d e ir a d e S e r r a r ia = $ 1 5 ,0 0 / m 3 e m P é
F - In d íc e d a s P r o d u ç õ e s D e s c o n ta d a s
F .1 - M a d e ir a d e C e lu lo s e d o D é c im o A n o = 2 7 ,9 2 m 3 / h a
F .2 - M a d e ir a d e C e lu lo s e d o D é c im o Q u in to a n o = 7 0 ,9 4 m 3 / h a
F .3 - M a d e ir a d e S e r r a r ia d o D é c im o A n o = 1 6 ,7 5 m 3 / h a
F .4 - M a d e ir a d e S e r r a r ia d o D é c im o Q u in to A n o = 1 5 4 ,3 9 m 3 / h a
G - V a lo r P r e s e n te d a s R e c e ita s B r u ta s = $ 1 .9 9 7 ,3 5 / h a
H - V a lo r F u tu r o d a R e c e ita s B r u ta s = $ 4 .7 8 6 ,7 6 / h a
I- V a lo r P r e s e n te d o F lu x o L íq u id o d e C a ix a = $ 8 5 4 ,0 3 / h a
J - V a lo r F u tu r o d o F lu x o L íq u id o d e C a ix a = $ 2 .0 4 6 ,7 3
O B S : O s d a d o s n ã o r e p r e s e n ta m p a d r õ e s d e u m p o v o a m e n to f lo r e s ta l típ ic o .
O s d a d o s f o r a m e la b o r a d o s p a r a p o d e r e m m o s tr a r s itu a ç õ e s e s p e c íf ic a s d e a n á lis e
d o s d if e r e n te s a s s u n to s tr a ta d o s .
Por outro lado, nos últimos anos, o que se observa é que os serviços da floresta
passaram a ser valorizados tanto ou mais, do que os bens tangíveis como a
madeira, alguns frutos e folhas. Pode-se citar a fixação de carbono, a manutenção
da biodiversidade, amenização de ruídos, produção de belezas cênicas e outros
serviços mais, que hoje têm importância ímpar na sociedade moderna.
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UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
Considerando-se o papel que as florestas exercem em termos ambientais e
econômicos, é de fundamental importância para a sociedade, que os processos de
avaliação de florestas devam precedidos de estudos e análises criteriosas, para que
se possa obter um valor justo e adequado do objeto em avaliação.
Nos dias atuais, tem sido uma praxe o uso das florestas como mecanismo de
preservação da biodiversidade, produção de água, manutenção da flora e da fauna,
muitas vezes impondo ao proprietário rural, o ônus da manutenção, porém sem o
bônus da recompensa pela produção de bens e serviços da floresta. Exemplos são
os da reserva legal, criação de parques e outras unidades de conservação.
Estes são itens que devem ser estudados e analisados e com certeza ao longo dos
próximos anos, decorrentes do desenvolvimento e consagração de metodologias
adequadas, os mesmos serão incorporados aos métodos de avaliação de florestas.
O método direto, nada mais é do que avaliar o patrimônio florestal com base na
situação atual, dos bens e serviços disponíveis na floresta. É como avaliar o bem,
com base em uma fotografia, que relate o momento presente da floresta.
O método indireto divide-se em método a base dos custos e método com base em
rendimento futuro.
O método com base em custos, como o próprio nome indica, tem a sua
fundamentação calcada no valor de custos ou o valor de reposição da floresta. Por
outro lado, o método com base em rendimento futuro centraliza a sua
fundamentação nas expectativas do retorno a ser obtido das produções e custos
futuros da produção florestal.
Como o próprio nome indica, este método consiste em avaliar a estimativa monetária
da floresta, com base no conjunto de produtos e serviços disponíveis pela mesma,
em um determinado período de tempo. Em outras palavras, a partir do que a floresta
_________________________________________________________________________________ 110
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
apresenta como benefícios e dos seus respectivos preços de mercado, pode-se
calcular o valor da floresta.
V .F . { Pi Q i }
i0
Onde :
Se por um lado a base física não apresenta a primeira vista um problema , deve-se
preocupar quando se fala de preços. No caso deve-se pensar no preço de
sustentação do produto ou serviço e não no preço corrente ou preço atual.
V . F . ( 50 50 ) ( 30 15 )
ou
V . F . $ 700 , 00 / ha.
_________________________________________________________________________________ 111
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
É importante observar o que se entende por preço de sustentação. Não se pode
tomar pura e simplesmente o preço atual e aplicar ao modelo. É necessário que se
observe qual a tendência da evolução real do preço da terra.
O preço pode estar sendo apreciado por decorrência de fatores externos, maior
demanda por terra a nível regional ou mesmo sofrendo um processo de redução de
seu preço real. Esta análise, tem que ser conduzida pelo gestor antes da inclusão de
suas estimativas dentro do modelo de avaliação.
V . F . ( 50 5 ) ( 21 20 ) ( 9 10 )
V . F . $ 760 , 00 /ha.
Outro ponto interessante está ligado ao preço da terra. Além das características da
definição do preço de sustentação, tem-se que considerar dois novos elementos : o
efeito grau de utilização físico da terra (GUT) e o grau de utilização florestal da terra.
(GUF). O grau físico diz respeito a existência de terras sem potencial de uso (
pedras, solos rasos, área de rios e infra estrutura – casas e estradas, por exemplo)
O GUF leva em consideração a necessidade de terras adicionais para cobrir as
áreas de preservação permanente e as áreas de reserva legal. Assim, ao se avaliar
uma área de terras e florestas deve-se considerar no mínimo a necessidade
adicional de terras para cobrir estes dois usos adicionais.
_________________________________________________________________________________ 112
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
Preservação Permanente 8%
Subtotal 28 %
10 %
Grau de Utilização Físico da Terra – G.U.T.
Total 38 %
Área Bruta por Área de Efetivo Uso 1,61 ha
O método direto apresenta aspectos que podem se inferir como sendo positivos e
negativos. A tabela abaixo ilustra esta colocação:
Como consideração final, pode-se sugerir que este método de avaliação de florestas
é o mais indicado para florestas nativas e floresta plantadas, já maduras. É claro que
a escolha final cai nos ombros do avaliador, que deverá estar conhecendo a fundo o
objeto de avaliação.
_________________________________________________________________________________ 113
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
O outro critério de avaliação é conhecido como método indireto. Na realidade este
método é composto de duas formas de avaliação florestal: o método a base de
custos e o método com base no rendimento futuro da floresta.
Este método tem por princípio avaliar a floresta com base nos custos ocorridos para
a implantação e formação da floresta ou dentro de um conceito de repor o valor do
investimento na atividade florestal.
n n
n1 ni
V .F . C i (1 j ) R i (1 j )
i0 i0
Onde :
É importante salientar que a expressão está sendo colocada de forma genérica pois
os valores podem ser calculados com base anual (o que é mais corriqueiro) ou
mesmo em termos mensais, se a floresta for bastante jovem. Desta forma, os
valores podem ser custos mensais e a taxa de juro ou capitalização também deverá
ser mensal. Não se deve esquecer que os custos deverão representar não somente
os variáveis, mas também os custos fixos.
Considerando os dados da tabela 07, uma idade de 8 anos e uma taxa de desconto
de 6 % aa , exemplifica-se como calcular o valor da floresta com base nos custos. A
tabela abaixo ilustra o procedimento.
_________________________________________________________________________________ 114
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
Ano Custos Anuais Fatores de Valor dos Fatores Custos Anuais
( $ / ha ) Capitalização de Capitalização Capitalizados
( $ / ha )
1 700 ( 1 + 0,06 )7 1,504 1.052,80
2 100 ( 1 + 0,06 )6 1,419 141,90
3 50 ( 1 + 0,06 )5 1,338 66,90
4 50 ( 1 + 0,06 )4 1,262 63,10
5 50 ( 1 + 0,06 )3 1,191 59,55
6 50 ( 1 + 0,06 )2 1,124 56,20
7 50 ( 1 + 0,06 )1 1,060 53,00
8 50 ( 1 + 0,06 )0 1,000 50,00
SOMA 1.100,00 - - 1.543,45
Observa-se, que somente a adição algébrica dos custos anuais levariam a um valor
da floresta de $ 1.100,00 / ha. O uso da taxa de capitalização para corrigir os efeitos
temporais do uso do capital no tempo, elevam as estimativas do valor da floresta
para $ 1.543,45 / ha, um incremento comparativo de $ 443,45 / ha. Este valor,
representa o custo de oportunidade dos investimentos feitos na implantação e
manutenção da floresta. Quanto maior for a taxa de capitalização, tanto maior será o
valor da floresta e tanto maior será o custo de oportunidade do capital. Deve-se ficar
atento, pois incrementos nas taxas de juros, proporcionam elevações mais do que
proporcionais no valor da floresta.
Um ponto de destaque nesta análise e que abre as portas para outro relevante
assunto na economia florestal é o custo da terra. Nos resultados acima, não foi
incluído o custo do capital terra. Deve-se observar, que os dados da tabela 07
incluem os custos fixos e variáveis, relativo somente às saídas de caixa.
Este método possui algumas características que são expressas tabela abaixo :
_________________________________________________________________________________ 115
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
Este método só é recomendado para florestas plantadas e com uma idade bastante
jovem, onde torna-se difícil fazer prognoses de produção de madeira e outros
serviços da floresta.
Em outras palavras, o usuário da terra deve pagar uma ―renda ou retorno pelo uso
da terra―, expresso como o custo de oportunidade pelo uso do capital. Esta renda
tem sido empregada como forma de avaliar o uso do capital terra de várias formas.
No Brasil existem exemplos fantásticos. As empresas florestais já usaram o
_________________________________________________________________________________ 116
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
pagamento de um equivalente ―leite― por hectare ao contratarem aluguéis de terra
para fins florestais (renda do solo ao proprietário rural).
Usaram o equivalente quilos de mamão por hectare, arrobas de peso de boi por
hectare, toneladas e milho, toneladas de soja, valores em dólar, valores em reais
corrigidos por algum índice de inflação (IGP, IPC, etc...), produção florestal.
Para fugir a estas diferentes formas alternativas, sugere-se o uso de uma taxa de
remuneração (juro) para este capital; a qual necessariamente, não deve ser igual ao
custo do capital monetário empregado na compra de insumos para a implantação e
manutenção da floresta.
Desta forma o C.O.T pode ser igual a renda pelo uso da terra expresso em termos
de preço de mercado;
Usando as fórmulas de valor presente de uma série anual e finita e o valor futuro de
uma série anual e finita, pode-se derivar o custo de oportunidade de terra, para
qualquer situação temporal.
PM {( 1 j ) 1}
n
COT
(1 j )
n
_________________________________________________________________________________ 117
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
PM {( 1 j ) 1}
n
COT
$ 500 , 00 {( 1 , 06 ) 1}
8
COT
Para efeitos de correção do Valor da Floresta, Base Custos, deve-se agregar o valor
do custo de oportunidade da terra:
V . F . & T . V . F . C .O .T .
Note-se que o COT entra na avaliação como fator de aditividade ao valor da floresta,
pois o princípio, é calcular a avaliação florestal com base em custo.
Este procedimento guarda uma certa analogia com o método direto. A diferença é
que em vez de se considerar os valores existentes, considera-se os custos e receita
futuras da produção e dos serviços da floresta. Este método é bastante conhecido e
aplicado não só na área florestal, mas em outras atividades. Os processos de fusão
e incorporação de empresas, que ocorreram e ainda ocorrem no Brasil, empregaram
este método para estimar o valor das mesmas, para efeitos de negociação.
Na área florestal, são bastantes expressivos os casos onde este método foi
empregado. Portanto a sua validade operacional está bastante evidenciada.
R i Ci
i 0 ri 0
V.F.
(1 j) (1 j )
i i
_________________________________________________________________________________ 118
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V .F . = Valor Monetário da Floresta
Com base no fluxo de caixa, pode-se afirmar que o valor da floresta com base em
rendimento futuro, seria de $ 3.077,70 por hectare. No entanto, neste valor não está
sendo incluído o custo da terra.
1
6
500 , 00 {( 1, 06 )
COT 6
(1, 06 )
_________________________________________________________________________________ 119
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500 , 00 0 , 419
COT
1 , 419
V . F . & T . V . F . C .O .T .
É interessante realçar que tanto no caso da avaliação base custos quanto na atual,
base de rendimentos futuros, o valor da terra não está sendo incluído na estimativa
do valor da floresta. Caso houvesse a necessidade de, por exemplo,
desapropriação, teria-se de incorporar o valor da terra.
_________________________________________________________________________________ 120
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
Como última consideração, é interessante observar que os dados de custos, preços
da madeira e preços da terra, são normalmente usados com base no momento atual.
Dados históricos incluem muitas vezes a inflação e as taxas de juro utilizadas
representam taxas reais, as quais não incorporam inflação, tributos, encargos
administrativos. Incorporam uma expectativa de risco e liquidez do investimento
florestal.
$ 1 . 348 , 45 / ha
V . P .( L . C .)
1
15
( 1 , 06 )
$ 1 . 348 , 45 / ha
V . P .( L . C .)
2 , 397 1
V . P .( L . C .) $ 965 , 25 / ha
_________________________________________________________________________________ 121
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V. F. (L.C.) = V.F (Ciclo atual) + V. F. (Rotações Infinitas)
_________________________________________________________________________________ 122
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12 – Custo / Preço da Madeira da Produção Florestal
Tanto no mercado de produtos quanto no mercado de fatores, a regra quase geral, é
dos agentes econômicos comercializarem seus produtos em termos unitários.
Por definição, o custo preço pode ser interpretado como o custo unitário ou o custo
médio de produção da madeira. Este critério também pode ser empregado para o
cálculo do custo unitário de outros produtos (folhas e frutos) ou serviços gerados
pela floresta, como por exemplo fixação de carbono, proteção do solo, abrigo a
fauna.
Rn = Vn .P
Onde :
_________________________________________________________________________________ 123
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Por outro lado, o valor futuro da receita líquida ou o lucro líquido da produção
florestal no ano ―n‖ pode ser representado pela diferença entre o receita bruta e os
custos anuais capitalizados a uma determinada taxa de juro ou de remuneração
desejada pelo proprietário
VLF = Rn – Cn
Onde
Ou:
VLF = Vn . P – Cn
Ou ainda, explicitando os custos anuais totais como o somatório dos custos anuais
com a devida capitalização,
( n 1)
VLF Vn . P Ci (1 j )
i0
(ni)
Ci (1 j )
i0
C /P
Vn
Ë importante salientar que o critério custo-preço pode ser usado para comparar a
eficiência econômica de diferentes alternativas de produção, a exemplo dos demais
critérios de análise custo benefício. A mesma metodologia pode também ser
expandida para incluir múltiplos produtos da floresta. ( custos conjuntos )
Outro ponto de destaque é o fato de que se pode calcular o custo-preço com base
no tempo zero. Na fórmula acima os custos foram capitalizados até o enésimo ano
tendo a produção já sido estabelecida no referido enésimo ano. A comparação de
_________________________________________________________________________________ 124
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
receitas e custos aconteceu no mesmo ano. Para se calcular no tempo zero, custos
e receitas ( produção ) devem ser descontados para o mesmo ano. Assim a nova
indicação matemática fica como a mostrada na fórmula ( 5 )
Ci /( 1 j )
i
i0
C /P
Vn /( 1 j )
n
A partir dos dados básicos iniciais ( tabela 07 ) é possível ilustrar o cálculo do custo
unitário. Considerando o fluxo de caixa total e assumindo que a produção de
madeira ocorrerá somente no décimo quinto ano, tem-se que o valor futuro dos
custos é igual a $2.740,03/ ha, enquanto a produção esperada será de 450 m3
também no decimo quinto ano sem a possibilidade de desbaste. O custo unitário, a
uma taxa de desconto a 6 % a.a. será igual a $ 6,09 / m3, com base em uma visão
de calculo no final da rotação.
$ 2.740,03 /ha
C/P = ----------------------
450 m3 /ha
C/P = $ 6,09 / m3
Resultado idêntico é obtido quando a análise é realizada com base em uma visão de
valores presentes:
$ 1 . 143 , 32 ha
C /P 3 15
450 m / ha /( 1 , 06 )
C / P $ 6 , 09 / m
3
_________________________________________________________________________________ 125
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
Em função dos dados utilizados, é interessante lembrar que o custo da terra não foi
incluído na análise acima.
Com os dados da tabela 07 pode-se observar que com o mesmo fluxo de custos é
possível se obter dois tipos de produtos: madeira para serraria e madeira para
celulose. A pergunta que fica é como distribuir estes custos entre os dois produtos.
Pergunta semelhante ocorre quando se tem três ou mais produtos; madeiras de
serraria, madeiras de laminação, madeiras para celulose e madeira para energia.
Outra situação poderia ser imposta ao se manejar uma área de reserva legal e obter-
se madeira industrial e frutas ou uma área de floresta tropical e obter três ou mais
tipos de madeira – angelim, cedro, tauari, cerejeira – sendo que estes produtos
ocorrem em períodos de tempo diferente entre si.
onde:
_________________________________________________________________________________ 126
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
Uma outra solução consiste em fazer o rateio dos custos com base nos preços
relativos dos produtos a serem obtidos, no caso madeira de serraria e madeira de
celulose.
Ps = 3 Pc
Com as duas equações, se obtém o rateio dos custos de tal forma que as
estimativas de custos de madeira são:
Outros critérios podem ser definidos para se encontrar novos valores, porém a
distribuição com base nos preços guarda uma simetria e uma racionalidade bastante
atraentes.
Partindo-se novamente dos dados básicos da tabela 01, pode-se verificar que até a
data da primeira colheita, qual seja o décimo ano, os custos acumulados sem o
efeito dos juros chegam a $ 1.200,00/ha. Por outro lado, tem-se que o número de
árvores plantadas era de 2000 / ha. Assumindo-se que ocorreu uma perda de 5 % o
remanescente no decimo ano é de 1900 arvores/ha.
_________________________________________________________________________________ 127
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
Baseando-se no número de árvores, pode-se dizer que haverá uma exaustão do
capital empregado na formação florestal na ordem de 53% (1000 / 1900 = 52,6%).
Assim, cerca de $636,00/ha serão objeto de exaustão sobre um total de 80 m 3/ha. O
remanescente do investimento, ($1.200,00 - $636,00) qual seja, os $564,00/ha
deverão ser mantidos junto com os custos de manutenção até a idade de corte ao
décimo quinto ano de rotação da floresta. Tem-se que no décimo quinto ano o valor
a ser exaurido será de $ 814,00/há para um total de 370 m3/ha.
Para os custos unitários da madeira de desbaste o calculo será com base nas
seguintes expressões:
Considerando-se a corte final o calculo será com base nas seguintes expressões:
_________________________________________________________________________________ 128
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Capítulo 13 – Preço de Terras Florestais
Um dos problemas clássicos da economia florestal, diz respeito ao preço das terras
para fins florestais. No Brasil, até alguns anos atrás, o custo da terra não era de
grande importância nas decisões de reflorestar, pois a mesma não chegava a ser
tão problemática. Seu preço não era tão elevado e os gestores olhavam como um
investimento fixo e até mesmo reserva de capital.
Nos últimos anos, notadamente após o término da lei dos incentivos fiscais para
reflorestamento, o capital terra começou a tomar uma importância bastante grande.
Além das restrições ambientais e das ameaças de desapropriações e invasões, os
gestores começaram a observar que a rentabilidade das atividades florestais e
mesmo dos empreendimentos floresta - indústria, ficava bastante condicionado a
quantidade de terra imobilizada no ativo das empresas. Aumentar a produção de
madeira implica em investir mais em terra ou partir para programas alternativos
como fomento e arrendamento de terra. De novo, o elemento chave; a terra aparece
como fator restritivo ao crescimento da produção de madeira.
Na prática, a teoria da renda do solo é utilizada somente na área florestal. Uma das
razões esta atrelada ao fato de que a produção de madeiras requer um longo tempo
e desta forma, fica evidente o efeito do custo do fator terra sobre a renda florestal.
O material ora apresentado tem como objetivo conceituar a renda do solo e como
este poderá auxiliar o gestor a responder questões como as seguintes:
O conceito da renda do solo ou Valor Esperado da Terra - V.E.T. tem como princípio
atribuir a terra, o excedente econômico da produção florestal. Este excedente
gerado no final da rotação é trazido para o inicio do investimento, considerando-se,
no entanto, a possibilidade da terra ser devotada de forma perpetua para a produção
de madeira.
_________________________________________________________________________________ 129
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
Para que ocorra a formação de um excedente econômico, a taxa de desconto do
proprietário deve ser menor do que a taxa interna de retorno do investimento
florestal. Assim, o proprietário e os fatores são remunerados a taxa desejada e o
excedente passa a ser o quanto pode ser gasto para adquirir a terra ou o valor
máximo que se pode gastar na terra e ainda permitir a remuneração dos fatores e do
proprietário.
[( R
ni
i
C i )( 1 j )]
i0
V . E .T .
(1 j ) 1
n
Onde:
13.2 Um Exemplo
Visando deixar claro o conceito e a forma de cálculo, utilizam-se dos dados da tabela
07, a qual contém o fluxo de caixa com custos, receitas e produções físicas da
floresta.
O valor futuro do fluxo de caixa já está calculado e é de $ 2.046,73 / há. Este valor
representa o numerador da expressão acima que mostra o cálculo do V.E.T. Assim
tem-se :
$ 2 . 046 , 73
V . E .T
1
15
(1 , 06 )
V . E .T $ 1 . 465 , 55 / ha
_________________________________________________________________________________ 130
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
Evidentemente, que o valor obtido está condicionado as premissas estabelecidas
pelos valores da tabela 07. Assim, não estão sendo considerados aspectos de
incremento nos preços do produto, possíveis alterações no mixed de produção de
madeira ( serraria & celulose ),alterações na taxa de atratividade do proprietário (
Risco e Liquidez do Negócio )
($ 1 . 465 , 55 )( 1 , 06 ) 15 1
Valor Presente $ 854 , 03 15
(1 , 06 )
$ 2 . 046 , 73
Valor Presente $ 854 , 03
2 , 397
A partir destas considerações e com o uso desta metodologia pode agora o gestor
planejar suas ações de médio e longo prazo no estabelecimento de florestas. Este
instrumental irá possibilitar o planejamento da compra de terras, análises de fomento
versus aquisição e compreender melhor, o papel que o capital terra desempenha no
processo de definição da rentabilidade econômica das florestas.
_________________________________________________________________________________ 131
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
Capítulo 14 – Investimento em Terras e a Rentabilidade Florestal
Um dos itens que tem desafiado os gestores florestais nos dias atuais, é o efeito da
aquisição de terras, fomento, extensão florestal e a rentabilidade das empresas e do
capital dos proprietários florestais.
Este assunto está estreitamente ligado a renda do solo, preço máximo de terras para
reflorestamento e mesmo nas questões de financiamento de florestas através de
bancos públicos e privados e também o papel que os acionistas desempenham
neste contexto.
Para deixar claro este ponto, elaborou-se a tabela abaixo a qual contém
informações simplificadas do que poderia ser um investimento florestal. Usa-se do
expediente de sintetizar o problema permitindo que o leitor / gestor possa entender
as bases e dai então, extrapolar a análise para seus problemas específicos.
Duas hipóteses são testadas neste exemplo, com o intuito de avaliar o efeito da terra
na rentabilidade e no custo de produção de madeira.
_________________________________________________________________________________ 132
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
A - Cálculo do Custo Preço da Madeira em Pé.
$1.040,56 + $223,55
C/P = ----------------------------------
188,22 m3
C / P = $ 6,72 / m3
O valor presente da terra quando considerada a sua aquisição representa uma saída
de caixa no ano zero, porém deve ser considerada como uma entrada de caixa,
quando do termino da rotação.
No exemplo, considerou-se que o aluguel/ arrendamento da terra será com base nos
preços de mercado da mesma, qual seja de $ 600,00 por hectare, só que o
pagamento anual será com base na taxa de juro, igual a usada para descontar o
fluxo de caixa ou seja 6 % a.a..
Assim sendo o VLP dos dois fluxos ficam iguais, tanto o caixa considerando o
investimento em terra, quanto o caixa sem investimento em terra.
Por outro lado o cálculo da taxa interna mostra resultados bastante diferentes:
_________________________________________________________________________________ 133
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
É bastante óbvia a análise dos resultados encontrados. Ao investir na terra o gestor
estará aumentando o seu capital imobilizado através da aquisição da terra. Por outro
lado se arrendar pagará somente o custo de oportunidade pelo uso do capital.
Os dados permitem agora que o gestor faça a sua escolha. Caso ele possa arrendar
a terra por um valor igual ou inferior a $ 36,00/ha/ano, será conveniente a ele
arrendar e não adquirir a terra ( ceteris paribus ) Mesmo um valor superior um pouco
a $36,00/há/ano ainda assim, poderá permitir a obtenção de uma TIR ligeiramente
superior aquela situação de ter investido na terra. Caso isto venha ocorrer o
custo/preço será superior ao encontrado ($ 6,72 / m 3). Desta forma, a decisão de
comprar terra pode ficar vinculada a uma situação de risco da produção e
disponibilidade de recursos financeiros para investimento.
_________________________________________________________________________________ 134
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Capítulo 15. Maturidade Financeira das Florestas
_________________________________________________________________________________ 135
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
financeiros - era pouco provável a existência de gestores públicos e privados
querendo ouvir falar na alocação de recursos e descobrir o melhor uso dos produtos
da floresta. O problema da maturidade financeira ficava, evidentemente, a margem
destas discussões.
Sem uma base inicial de quando interferir na floresta fica difícil, o emprego de
modelos de programação visando a regulagem das florestas.
No Brasil o estudo de maturidade das florestas foi analisado por vários estudiosos.
Entre eles podem ser citados os trabalho de HOFFMANN & THAME, HOFFMANN &
BERGER, BERGER, R., BERGER & GARLIPP, ANGELO, STRAVIZ RODRIGUES
entre outros.
1. Receita Líquida
2. Receita Líquida Descontada
3. Custo Médio
4. Critério de Duerr
5. Renda do Solo (VET )
6. Taxa Interna de Retorno
7. Critério Biológico.
_________________________________________________________________________________ 136
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
As tabelas 11 e 12 apresentam os resultados de um fluxo de produção de madeira,
os custos, as receitas e demais parâmetros utilizados para o cálculo da maturidade
financeira.
Faz-se necessário uma explicação dos dados encontrados:
IMA: Incremento Médio Anual expressa a produção anual dividida pela idade da
floresta ou povoamento florestal.
_________________________________________________________________________________ 137
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
TABELA 12. Planilha de Cálculo da Maturidade Financeira de Florestas
( cont. )
Custos Anuais: Valores relativos aos custos fixos e variáveis no ano ―t ― para
manter e/ ou implantar um hectare de floresta.
Custos Anuais Acumulados: Representam a soma dos custos totais até o ano ―t‖.
_________________________________________________________________________________ 138
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
Receita Total: É o valor da floresta no ano ―t ‗ gerada a partir de preço de
mercado da madeira em pé ( $ 5,00 / estéreo ) e do volume esperado no
respectivo ano.
Receita Líquida Descontada: Para corrigir o efeito temporal das receitas liquidas
e torna-las comparáveis, é necessário proceder-se a uma correção dos valores,
usando as formulas de desconto. No caso utilizou-se uma taxa de desconto de 6
% a.a.
VF n 1 VT n 1
VF n VT R n 1 C n 1
n
CVAF
VF n
VT n
_________________________________________________________________________________ 139
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
onde:
Com o propósito de apresentar aos leitores uma visão gráfica dos resultados, foram
elaboradas várias figuras ilustrando a produção, os incrementos de produção,
custos, receitas em função dos diferentes critérios empregados, bem como, a idade
de interferência na floresta.
1000
900
800
st/ha
700
600
500
400
300
200
100
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Anos
_________________________________________________________________________________ 140
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
Figura 22: Relação entre o Incremento Médio Anual – IMA e Incremento Corrente
Anual – ICA.
85
80
75
70
65
60
55
50
45
st/ha
40
35
30
25
20
15
10
5
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Anos
Anos
_________________________________________________________________________________ 141
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
Figura 24: Evolução dos custos acumulados e capitalizados (6 % aa. )
6000
5700
5400
5100
4800
4500
4200
3900
3600
3300
$/ha
3000
2700
2400
2100
1800
1500
1200
900
600
300
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Anos
2200
2000
1800
1600
1400
1200
1000
800
$/ha
600
400
200
0
-200 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
-400
-600
-800
-1000
Anos
Receita líquida
_________________________________________________________________________________ 142
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
Figura 26: Evolução da receita líquida descontada.
800
700
600
500
400
300
200
100
$/ha
0
-100 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
-200
-300
-400
-500
-600
-700
-800
Anos
70
65
60
55
50
45
40
$/st
35
30
25
20
15
10
5
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Anos
Custo médio
_________________________________________________________________________________ 143
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Figura 28: Critério de Duerr.
220
200
180
160
140
120
%
100
80
60
40
20
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Anos
Critério Duerr
1600
1200
800
400
0
-400
-800 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
-1200
-1600
-2000
-2400
-2800
-3200
-3600
-4000
$/ha
-4400
-4800
-5200
-5600
-6000
-6400
-6800
-7200
-7600
-8000
-8400
-8800
-9200
-9600
-10000
-10400
-10800
Anos
Renda do solo
_________________________________________________________________________________ 144
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Figura 30: Taxa Interna de Retorno
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
%
0
-10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
-20
-30
-40
-50
-60
-70
-80
-90
-100
Anos
T.I.R.
Observa-se que existe um elevado grau de variabilidade do valor das idades obtidas,
ocorrendo desde um mínimo de 12 até um máximo de 21 anos.
_________________________________________________________________________________ 145
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
Os diversos modelos aplicados levam a respostas diferentes e a dúvida que surge é
saber qual o critério a ser empregado.
Este assunto, de a muitos anos vem sendo debatido por numerosos economistas,
sem no entanto, haver um claro consenso entre eles. Sobre este ponto é bastante
interessante a posição de BENTLEY & TEEGUARDEN. Para os referidos autores, o
correto modelo a ser utilizado está em função da habilidade da firma ou proprietário
florestal em variar seus fatores de produção e da acessibilidade que os mesmos
possuem para com os fatores de mercado.
_________________________________________________________________________________ 146
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
Capítulo 16 – Transportabilidade de Produtos Florestais
No entanto, hoje em dia, por motivos ambientais, as pessoas estão desejando que
as florestas voltem a interagir com as cidades, propiciando a ―produção ―de alguns
serviços as comunidades, tais como ar limpo, silencio, possibilidade do homem
voltar a ter um contato mais intimo com a natureza, produção de água, lazer na
forma de parques, entre outros.
Nos últimos anos, devido a importância que o setor industrial florestal vem
adquirindo e também em função da redução da oferta de madeiras de
reflorestamento, aumento no preço das terras, redução da renda dos pequenos
proprietários agrícolas, a produção de madeira vem se constituindo em uma
alternativa promissora. É importante, que essas florestas apresentem uma
rentabilidade mínima de atratividade. Se situadas muito longe de centros de
consumo, ficarão inviabilizadas. O estudo da distância ou a transportabilidade passa
a ser ponto fundamental de análise.
_________________________________________________________________________________ 147
UFPR – Gestão Florestal mód. 2 Administração Estratégica da Produção
A metodologia ora abordada neste material, contempla não somente o transporte,
mas também a analise da produção da madeira, custos de exploração e a
rentabilidade do empreendimento.
n Vj
R ( j
)( P E )
j 10 (1, 0 i )
n
Cj
A (1, 0 i )
n
1
PMT (1, 0 i ) 1
n
C PLT ( n
) n
n
j0 (1, 0 i ) 0 , 0 i (1, 0 i ) (1, 0 i )
Onde :
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PMT = Preço de mercado da terra
i = Taxa de rentabilidade potencial.
n = Idade de rotação da floresta.
( R ) (C )
P E Tr .
Cj
Vj
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Dividindo-se Tr. pelo custo do transporte do metro cúbico de madeira por quilômetro,
determina-se o raio máximo do transporte admissível, para que seja alcançada a
rentabilidade efetiva do investimento florestal. Evidentemente, quando a
rentabilidade efetiva for igual a rentabilidade potencial, a importância disponível para
o transporte ( Tr. ) será igual a zero e não será econômico transportar a madeira.
16.2 Um Exemplo:
A partir dos dados da tabela 07 e das referências do capítulo sobre cálculo do custo
unitário da madeira, tem-se que:
$ 1 . 143 , 32 / ha
Tr . $ 15 , 00 $ 2 , 00 3 / ha
187 , 77 m
Tr . $ 13 , 00 / m $ 6 , 09 / m
3 3
Tr . $ 6 , 91 / m
3
Se o custo por m3 / km for igual a $ 0,07 / m3, tem-se que o raio econômico será de:
ico ($ 6 , 91 / m ) /($ 0 , 07 / m
3 3
RaioEconôm / Km )
R . E . 98 , 71 Km
Tal análise também poderia ser conduzida quando se tem dois ou mais produtos.
Nestes casos tem-se que ter os custos dos produtos posto na unidade consumidora
e os preços dos mesmos.
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decisório sobre compra de terra, arrendamento, fomento e também sobre melhores
localizações de plantios florestais.
Esta análise consiste em fazer variar o valor de algumas variáveis e medir o impacto
das mesmas sobre o resultado final, neste caso o raio de transporte.
Esta análise tenta mostrar que o gestor deve conhecer profundamente as variáveis
de seu negócio para poder gerir e negociar, visando a manutenção e o crescimento
da rentabilidade do seu negócio.
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