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A disputa pela guarda e as

consequências psicológicas sobre


os filhos
Resumo

O presente trabalho tem como objetivo estudar o fim do


relacionamento conjugal, a situação dos filhos no divórcio dos
pais, a disputa pela guarda, bem como suas conseqüências
psicológicas sobre os filhos. Analisa-se a Síndrome da
Alienação Parental, a forma com que esta se instaura nas
disputas de guarda. Propõe-se analisar o contexto da sua
ocorrência, o papel de cada um dos envolvidos. Neste
trabalho, é dada maior ênfase à situação dos filhos, uma vez
que estes são considerados a parte mais frágil dessa relação,
tendo em vista a sua qualidade de pessoa em
desenvolvimento, cujos interesses devem ser priorizados. Visa
demonstrar que os filhos, como sujeitos de direito, não podem
ser tidos como um objeto de disputa, como se fossem um
simples bem móvel a ser disputado com o avento do divórcio
do casal.

Palavras chave: filiação; conjugalidade; parentalidade; guarda;


disputa de guarda; Dano psicológico; melhor interesse do
menor; alienação parental.

Introdução

A abordagem do tema a disputa pela guarda e as


consequências psicológicas sobre os filhos, se deu ao
observar o crescente número de divórcios, bem como as suas
implicações.

Na maioria dos casos de divórcio, os ex casais se encontram


frustrados, magoados e não conseguem entrar em um acordo
com relação à guarda dos filhos, indo para as vias judiciais,
disputando o direito de manter os filhos sob sua guarda.
O presente trabalho tem como objetivo estudar os litígios da
guarda, a disputa que ocorre nos divórcios litigiosos, onde os
cônjuges, mesmo que inconscientes, colocam os filhos no
centro do conflito, fazendo destes, objetos de disputa. Serão
estudados os danos que esta disputa pela guarda pode causar
aos filhos, danos estes que podem refletir por toda a vida,
inclusive na fase adulta.

Dentre as conseqüências da disputa pela guarda, o


presente trabalho estuda a Síndrome da Alienação Parental.
Esta é uma grave conseqüência que gera outras
conseqüências psicológicas nos filhos.

Em via de considerações finais, serão apresentados alguns


meios de se evitar, ou amenizar as conseqüências
psicológicas decorrentes da disputa pela guarda.

O número de divórcios vem crescendo muito na atualidade.


Isso se deve ao fato de que houve uma facilitação no processo
de divórcios, além disso, percebe-se que atualmente, não há
mais uma preocupação em manter o casamento, já que as
pessoas se tornaram mais individualistas, com preocupações
profissionais, egocêntricas, e dessa forma, qualquer obstáculo
é motivo para o rompimento da sociedade conjugal. Como se
sabe, o divórcio pode gerar grandes conseqüências,
principalmente para os filhos, já que são seres em
desenvolvimento, e podem ter a sua formação prejudicada.

As maiores conseqüências do divórcio, na maioria das vezes


são sofridas pelos filhos, que quase sempre são deixados de
lado, se tornando meramente objetos de disputa entre os pais
que, mesmo de forma inconsciente, acabam envolvendo as
crianças na relação do casal.

Como se sabe, o processo de separação é uma fase delicada,


mas é importante que os pais tenham a consciência de que se
desfaz o vinculo conjugal, e não a relação parental com os
filhos, assim, os efeitos sofridos pelos filhos são diminuídos.

Os Juízes de Direito e Promotores de Justiça precisam estar


sempre atentos, pois ao se verificar qual dos genitores
oferece melhores condições para ter a guarda dos filhos,
torna-se necessária uma análise de se um dos genitores não
está manipulando ou, até mesmo, fazendo uma chantagem
emocional com a prole a fim de obter judicialmente a guarda

O Direito de Família vem tentando se adequar à realidade,


buscando levar em consideração o estado emocional da
criança como um aspecto relevante nas decisões judiciais, no
que concerne à guarda. A modalidade da guarda
compartilhada é uma forma de se minimizar os danos
emocionais que a falta da convivência diária com um dos pais
pode provocar na criança.

A discussão sobre guarda de filhos possui um aspecto amplo e


complexo, não deve ser limitada apenas aos aspectos
jurídicos. É necessário que haja uma interdisciplinaridade, ou
seja, uma cooperação do direito com outras disciplinas, como
a sociologia, o serviço social, a psicologia, dentre outras.

O fato de terem os filhos como objeto de disputa, causa


apenas prejuízos, visto que apenas dificulta a relação dos pais
com seus filhos. A tendência é que se construa uma relação
de conflitos, que resultará, para a criança envolvida, em
sentimentos confusos, traumas, inseguranças que a
acompanhará até a fase adulta, prejudicando seu
desenvolvimento sócio-afetivo.

A criança necessita da presença de ambos os pais na sua


formação. Não existe um que seja mais importante que o
outro.

Danos da disputa pela guarda

Durante os anos iniciais do desenvolvimento da pessoa


humana, é preciso conviver com pessoas saudáveis,
emocionalmente estáveis, equilibradas. No entanto a família
muitas vezes também é geradora de inseguranças,
desequilíbrios e desvios de comportamentos, sobretudo
quando vivencia situações conflituosas, como a disputa de
guarda. Sendo essa, em alguns casos, um estressor severo,
agudo e gerador de vários sintomas dos filhos.
Em situações em que ocorrem a disputa pela guarda, os filhos
podem apresentar vários sintomas, tais como: sentimentos de
solidão, carência, insegurança, rejeição.Ocorrem várias
alterações no comportamento dos filhos vítimas de disputa de
guarda, como por exemplo, apresentam queixa hipocondríaca,
ou seja, doenças psicológicas (passa a acreditar que padece
de doenças graves) passa a apresentar acessos de angústia,
episódio de anorexia ou de insônia, distúrbios de
comportamento, fracasso ou desinteresse escolar, isolamento,
estado depressivo e sintoma neurótico.

Outro dano psicológico que pode resultar da disputa de


guarda é o sentimento constante de insegurança, se os pais
não conseguirem ser continentes as angústias e as dúvidas
das crianças, explicando as mudanças que irão ocorrer, essas
poderão sentir-se inseguras e com medo do abandono. Esse
sentimento de insegurança fará com que a criança não
consiga estabelecer vínculos afetivos sólidos com outras
pessoas dificultando a convivência em sociedade, produzindo
uma tendência ao isolamento, o que implicará em
consequências psicológicas. Além disso, os vínculos entre
pais e filhos poderão ficar enfraquecidos, podendo gerar
desconforto e prejuízos psicológicos para todos

Para fazer o diagnóstico de dano psicológico é necessário


caracterizar comprometimentos psicológicos ou prejuízos no
desempenho de funções e/ou comportamentos que não
apresentavam alterações antes do evento desencadeador e
passaram a alterar comportamentos interferindo
negativamente na qualidade de vida da pessoa que sofreu o
dano. Nos casos de disputa de guarda, é necessário maior
cuidado, visto que por se tratar de crianças essas não têm
domínio sobre sua integridade física e mental, o que exige
maior cautela nas decisões do magistrado nesses casos. Isso
ocorre, pois os danos psíquicos podem não ser aparentes,
imediatos, reversíveis, além de que podem se tornarem
crônicos.

Alienação Parental
A Síndrome da Alienação é, pode se dizer, a maior das
conseqüências da disputa pela guarda dos filhos .

A alienação parental foi definida pela primeira vez nos


Estados Unidos em 1985, pelo professor de psiquiatria infantil
na Universidade de Columbia, Richard Gardner. Este tema
despertou o interesse tanto no campo da psicologia, quanto
no do direito, já ambas são áreas do conhecimento
intimamente ligadas no trato dessa questão, cuja união se deu
a chamada Psicologia Jurídica;

Nos termos da Lei n. 12.318, de 26 de agosto de 2010, em seu


§ 2º, “Considera-se ato de alienação parental a interferência
na formação psicológica da criança ou do adolescente
promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou
pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua
autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou
que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de
vínculos com este.”

O parágrafo único do mesmo artigo exemplifica os casos de


alienação parental, que são entre outros: realizar campanha
de desqualificação da conduta do genitor no exercício da
paternidade ou maternidade; dificultar o exercício da
autoridade parental; dificultar contato de criança ou
adolescente com genitor; dificultar o exercício do direito
regulamentado de convivência familiar; omitir
deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes
sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas
e alterações de endereço; apresentar falsa denúncia contra
genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou
dificultar a convivência deles com a criança ou
adolescente; mudar o domicílio para local distante, sem
justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou
adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com
avós.

Trata-se da programação da criança para que esta odeie ou


rejeite o outro genitor, sem que haja justificativa, de modo que
a própria criança passa a desmoralizar o mesmo genitor.
No processo da alienação, o filho se submete às
determinações do alienador, criando uma situação de
dependência e submissão. Nesta situação, a criança sente
necessidade de demonstrar provas de lealdade ao alienador,
ficando com medo de ser abandonada do amor dos pais. A
criança se sente constrangida ao ter que “escolher entre o pai
e a mãe”, porém, aquele com o qual passa a maioria do tempo,
acaba quase sempre levando vantagens

O genitor alienador divide com o filho seus sentimentos


negativos, magoas e tudo de ruim que o ex cônjuge lhe
causou. O filho então passa a enxergar o outro genitor como
uma pessoa má, da qual precisa se afastar, com a intenção de
proteger o alienados, que aos seus olhos, é vítima do alienado.

O objetivo do genitor alienante é destruir a relação emocional


da criança com o outro e, passa a adotar comportamentos
específicos para que possa afastar de vez o outro genitor da
vida da criança.

Isto pode se dar , por exemplo, no momento em que o


alienante desvaloriza e insulta o ex cônjuge na presença dos
filhos, organiza atividades no período em que o outro
normalmente exerce o seu direito de visitas. Outras vezes
intercepta ligações telefônicas, cartas e presentes; proíbe os
filhos de usarem objetos recebidos do outro genitor; apresenta
o novo cônjuge como sua nova mãe ou pai; recusar
informações sobre as atividades escolares, a saúde e os
esportes dos filhos; criticar o novo cônjuge do outro genitor;
impedir a visita do outro genitor; ameaçar e punir os filhos de
se comunicarem com o outro genitor; culpar o outro genitor
pelo mau comportamento do filho.

Acontece também de o alienador oferecer falsas denúncias


de maus tratos, e até mesmo de abuso sexual. Neste caso, em
específico causa um grande prejuízo, pois, o juiz suspende o
direito de visitas, e até que se consiga provar que se trata de
fato inverídico, já pode ter causado um afastamento entre
filho e genitor.
Na ocorrência freqüente de algum dos comportamentos
exemplificados acima, constituem-se em evidências na
identificação do genitor alienador, caracterizando, assim, a
presença da Alienação Parental.

A alienação parental acontece muitas vezes,


aparentemente sem nenhuma interferência externa, ou seja, a
criança começa a se desinteressar pelo outro genitor,
passando a externar a impressão que tem do outro genitor,
alguém que tem suas próprias convicções, as quais procura
externar, demonstrando publicamente a impressão que tem do
outro genitor. No entanto, não apresenta razões convincentes
para tal comportamento.

Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer


conduta que dificulte a convivência de criança ou adolescente
com genitor, em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá,
cumulativamente ou não, sem prejuízo da decorrente
responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de
instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus
efeitos, segundo a gravidade do caso, declarar a ocorrência de
alienação parental e advertir o alienador; ampliar o regime de
convivência familiar em favor do genitor alienado; estipular
multa ao alienador; determinar acompanhamento psicológico
e/ou biopsicossocial; determinar a alteração da guarda para
guarda compartilhada ou sua inversão; determinar a fixação
cautelar do domicílio da criança ou adolescente; declarar a
suspensão da autoridade parental (Lei Nº 12.318, artigo 6º, I –
VII).

Danos causados pela alienação parental

A criança se fecha dentro dela mesma, se isolando de tudo o


que está a sua volta, evitando se comunicar com as pessoas,
preferindo se trancar em seu quarto a fazer amizades. Isso
porque passa a sentir a falta do genitor alienado, vivendo
apenas com o guardião alienador, e dessa forma, sente-se
sozinha e abandonada.

A queda do rendimento escolar também é comumente


associada à alienação parental. A criança deseja não
freqüentar a escola, e quando vai, não presta atenção às
aulas, demonstrando clara apatia a tudo o que não o agrada.

Quadros de depressão, melancolia e angustia, estão entre as


piores conseqüências da alienação parental. Cada criança
apresenta intensidade diferente, mas em praticamente na
totalidade dos casos de alienação, a depressão melancolia e
angústia estão presentes.

Em alguns casos, na intenção de amenizar os seus conflitos


interiores, a criança passa a apresentar comportamentos
rebeldes, podendo até, em alguns casos, fugir de casa,
tentando se encontrar com o genitor afastado pela alienação

Existem também na relação das conseqüências causadas pela


alienação parental as chamadas regressões. Fenômeno este
pelo qual a criança possui comportamento característico de
quem possui uma idade mental inferior à sua. Nestes casos, a
criança procura chamar a atenção, perdendo os limites, se
tornando indisciplinada. “Trata-se de uma defesa psicológica
em que a criança trata de ‘retornar’ a uma época em que não
existia o conflito atual, e que recorda como feliz.

É muito comum as crianças atribuírem a elas mesmas a culpa,


tanto pelo divórcio dos pais, como pelo distanciamento do
alienado. Ela pensa que todos esses acontecimentos
ocorreram por sua causa, devido ao seu mau comportamento,
pelo seu baixo rendimento escolar, ou qualquer outro algo
cometido.

Outra conseqüência que a alienação parental traz, é que com


o amadurecimento, a medida em que a criança vai ficando
mais velha, geralmente no inicio da adolescência, a alienação
começa a apresentar efeito contrário. A criança passa a ter
noção da injustiça causada, e então se rebela contra o
alienador, ou seja, o genitor guardião que promoveu o seu
afastamento do outro genitor. Dessa forma, a alienação
parental passa a apresentar efeito contrário.

Outros danos da Síndrome da Alienação Parental são


observados na fase adulta:
- 70% dos delinqüentes adolescentes e pré-adolescentes
problemáticos cresceram distantes de um genitor;

- A taxa de suicídio (ou tentativa, para chamar a atenção ou


suprir a carência paternal e tentativa de reaproximar os pais
ou simplesmente vê-lo ‘fora dos dias de visitação’ e se sentir
verdadeiramente amada) entre 16 e 19 anos de idade triplicou
nos últimos 5 anos, sendo que de um em cada quatro suicídios
ou tentativas de auto-extermínio, três ocorreram em lares de
pais ausentes ou distantes;

- Crianças na ausência do pai estão mais propensas a doenças


sexualmente transmissíveis

- Crianças na ausência do modelo do pai estão mais


propensas ao uso de álcool e tabagismo e outras drogas;

- A ausência do amor fraterno está associada à falta de auto-


estima, instabilidade emocional, irregularidades hormonais,
introspecção, depressão, ansiedade, rejeição, negação,
vivendo um mundo irreal num ‘universo paralelo’, fantasiando
um ‘pai’ e desencadeando outras inverdades e surtos.

O mesmo estudo aponta ainda para um dado não


diversamente alarmante do que os supra arrolados, mas que
carece de ênfase devido à larga escala de porcentagem:
Dados estatísticos mostram que 90% de filhos de pais
divorciados sofrem ou sofreram algum tipo de alienação
parental e que, no Brasil, esta porcentagem se apresenta
como a maior do mundo, proporcionalmente.

As conseqüências da Síndrome da Alienação parental não são


sofridas apenas pelos filhos. Ainda que os estudos sobre o
tema enfatizem os danos causados nos filhos, tendo em vista
a maior fragilidade das crianças, e a proteção do melhor
interesse dos filhos menores

Gardner conclui que a perda de uma criança nesta situação


pode ser mais dolorosa e psicologicamente devastadora para
o Pai-Vítima do que a própria morte da criança, pois a morte é
um fim, sem esperança ou possibilidade para reconciliação,
mas os filhos da Alienação Parental estão vivos, e,
conseqüentemente, a aceitação e renúncia à perda são
infinitamente mais dolorosa e difícil, praticamente impossível,
e, para alguns pais, afirma o ilustre psiquiatra, a dor contínua
no coração é semelhante à morte viva.
Nota-se que o alienador faz duas vítimas, pois, de um lado se
encontra o filho, que é programado para odiar seu outro
genitor, sendo que sofre amargamente durante este processo,
sentindo a angustiante falta do outro, do alienado.

Do outro lado se encontra o alienado, que sente o desprezo do


filho, e como disse Gardner, citado por pinho, a dor de sofrer
uma alienação é pior até mesmo que a morte do filho.
Percebe-se daí a gravidade da Síndrome ora em estudo.

Considerações finais

Verifica-se que são graves as conseqüências da


disputa pela guarda, vez que esta pode trazer danos
gravíssimos ao saudável desenvolvimento dos filhos. Quase
sempre, os litígios da guarda possuem uma única causa: um
divórcio mal resolvido. Surge daí, na tentativa de amenizar os
impactos da ruptura do enlace conjugal sobre os filhos, a
necessidade de buscar mecanismos para fazer com que os
divorciandos encarem de forma mais natural o processo do
divórcio.

É de grande relevância o trabalho do psicólogo, uma vez que o


processo de divórcio mexe muito com as questões
emocionais, e este pode auxiliar as crianças que sofreram os
danos psicológicos, pois proporcionará um espaço de escuta,
onde possam falar e demonstrar seus sentimentos. Este
acompanhamento psicológico permite que se amenizem as
conseqüências do divórcio sobre os filhos.

A Psicologia pode auxiliar os filhos a compreenderem as


mudanças que estão ocorrendo, e da mesma forma, ajudar o
casal a resolver os conflitos do divórcio, favorecendo as
relações dos mesmos com os filhos

A guarda compartilhada seria a modalidade de guarda ideal, já


que essa, por exemplo, inviabiliza a efetivação da síndrome da
alienação parental. Isso se deve ao fato de que a criança, ao
conviver com ambos os pais conhece cada um, e a partir
desta convivência e forma seus vínculos a partir de então.
Dessa forma, torna-se impossível para o genitor guardião fazer
o filho odiar o outro genitor, ao incutir na criança a imagem
que ele tem sobre o ex cônjuge.

No entanto, na maioria das vezes, os conflitos são tão


intensos, que se torna impossível a aplicação da guarda
compartilhada. Isso porque a falta de diálogo impossibilita
qualquer acordo, e o rancor, o ódio e o ressentimento são
postos em prática na disputa pela guarda.

Um dos meios mais eficazes na para alcançar este objetivo é


a mediação. Trata-se de uma forma extrajudicial de solução de
conflitos, pois se configura na tentativa de diálogo entre as
partes, com o auxílio de um mediador. Este se mantém neutro
frente às partes envolvidas, de forma que os litigantes
percebam o quanto a importância de se chegar ao acordo. As
sessões são direcionadas ao melhor entendimento do litígio
pelas próprias partes, respeitando o espaço reservado a cada
um e visando a busca da solução por elas próprias.

Percebe-se que o mediador não interfere no cerne da questão,


mas apenas procura mostrar as partes o caminho para o
acordo, ou seja, o mediador conduz, viabiliza o diálogo. É uma
forma de auto composição.

A Mediação Familiar é considerada um instrumento de suma


importância para a aplicação da modalidade de Guarda
Compartilhada, ao proporcionar o diálogo, facilita a
comunicação entre os pais acerca de tudo o que diz respeito
aos filhos, como a educação, as necessidades materiais,
psicológicas, o futuro, etc., dirimindo os ressentimentos, os
conflitos.

Com a mediação, os filhos são beneficiados, já que, torna-se


desnecessário que se tome partido de um dos pais em
detrimento do outro, e por isso, não há culpas conscientes ou
inconscientes, uma vez que os mesmos perceberão que,
embora os pais não vivam mais juntos, que não há mais
casamento entre os mesmos, existe o diálogo, e eles tem a
convivência saudável com ambos. Os filhos têm direito de
viver em harmonia com seus pais, mesmo que estes estejam
separados. Dessa maneira, os menores têm seu “melhor
interesse” preservado.

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