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Ano de 2018
“Estamos aqui contando sobre nossas culpas, uma a uma exatamente
na vez e momento em que aceitamos tais erros, tantos de nós certos de
que temos agora o que germinamos; e mesmo que ainda tão longe do
Natural a que somos destinados, ou do que seja preciso ao prevalecer
da realidade, dessa vez estamos muito mais esperançosos pela cura da
Luz. É tempo de agradecer tantas oportunidades, e que assim se torne
um hábito. Seguimos nessa espreita da Vida, rogamos ser nossa cerne
cada vez mais justa, lutando em prol do Amor e expansão dos desígnios
divinos.” (O autor, revisando em fevereiro de 2015)
“Beijo técnico”, representação de um colapso
Personagens. Em ordem de aparição ou oportunidade:
O pai
Ancião chateado ........ esbravejante
Magali ................. a do meio
Nana ................... 4 anos
Kia .................... primeira
Donatela ............... mãe
Grisalho com cara fofa
o Mediador ............. que os guiará de volta
Vozes do bar geral ... das bebidas que sobraram
Moborg ................. cidadão chato
Espelhada
Selena
Maitê ......... tal esvoaçante
A órfã ........ quita a imersão
Cuya .......... a bela
Jonh .......... enxotando Adorno
Lares
A diretora
Aflições ........ levanta o copo destilado!
“Sombra do Deserto” .... e seu extenso conselho
A senhora distinta
Um homem à irmã
Maldonado
A velha mãe .... avó de tantos ali
Marienete
A menina Pereira
Juliana
Ágata, Ária, Ama
Rouco
A baixinha divertida
Miado
Pío
Marlene ........... aquela fofoqueira desde o bairro
Ella
Gentil ............ um habitante local
A idosa angustiada
Saulo Viegas ....... e suas perguntas
Mofana
O Muca ............ o jardineiro, o Muca, poxa!
Marta
Koko
Gi, e mais pessoas aleatórias!
A voz de uma repórter é ouvida de alguma gravação: “A paralisação do
núcleo do planeta foi desastrosa porque ela proporciona a deterioração
do magnetismo terrestre e, consequentemente, da atmosfera. Devido a
essa parada de movimentação dos materiais presentes no interior do
núcleo da Terra, houve um enfraquecimento do campo magnético,
visto que ele depende da movimentação de suas cargas para existir.
Com isso, começaram a acontecer fenômenos como tempestades
magnéticas e auroras. Além disso, os equipamentos eletrônicos
pararam de funcionar, algumas pessoas suscetíveis a eles (com seus
marca-passos) morreram (...) até mesmo as aves começaram a cair!
Nosso ar já não seria o mesmo.”
I
Encontro Kia com um monte de jovens maiores poucos anos que ela.
Ela me vê, acena e vem visitar seu velho pai.
Procede, como sempre, falando e caminhando como se a situação fosse
fantasia, como um filme ou seriado da moda:
– (...) a gente só sacaneava tudo isso, da falta do computador, pai.
– Mas o tom da conversa era de tristeza ou quê!? – pergunto ansioso.
Ah Kia, justo você e suas qualidades que raramente usa; dessas
qualidades, incluo a força de vontade! Devia é estar contente de ter mais
tempo livre, sem escola ou obrigações; tranquila para ouvir os sons e
melodias do mundo com seus amigos, amplificando-os; mas estamos
aqui enfurnados, não é (...) E digo em voz alta: “Kia, moleca mocinha,
vai crescendo ágil. A interdependência foi teu vírus, pequenininha. Que
pense e seja uma maior fonte de rompimento de barreiras.”
– Ai, pai, deixa isso de ser filósofo, fala direito. O mais provável é que
vamos morrer.
– Quem disse?
– Quem nos garante?
– Você é a primeira pessoa que vejo falar desse jeito; morrer é natural
para todos mesmo.
– Sou tua cria, meu pai (...) Aprendi a ser realista.
– Então meu trabalho não foi em vão, e posso repetir esses versos:
“Tua beleza que não compete nem condiz com impaciências. Da
mesma forma, há tamanha vicissitude teimosa; sentir só te leva a mais
dores de cabeça. Deixa de lado o que no fundo resvala (...) Algo lhe diz,
te parece à toa, todas as tendências dramáticas.”
– Relaxa, pai, nem deve ser tão ruim.
– Tem certeza?
– Pai!!! Não me assusta mais...!
– Foi só para você ficar esperta.
– Eu sou mais esperta, mais rápida, essas coisas, sabe.
– A Filosofia idem.
– Nem é, pai.
– Então quer pronta uma definição (...) de morrer ou não?
– Quero.
– Eu não sei (...)
– Como não, logo você!?
– Quem dera eu tivesse! Melhor seria só viver existindo.
– Doido.
E riem. Seu diálogo é direto e enfático.
– Nada de lerdeza. Vê!? Heim, pai, se liga. Já eu, sou muito complexa,
penso rapidão e faço muito!!
– Isso aí, filha, eu respondo. Logo a seguir é Kia que questiona mais:
– Pai, falando sério (...)
– Eu falo sério! – ele interrompe, e minha filha explica, entre sorrisos:
– De que adiantou inventar tanto se ao primeiro “abalo mundial”, só
assim nas aspas, ficamos tão indefesos? Será mesmo que não pensaram?
Espertos foram os que se enterraram antes, como as tartarugas nos
cascos ou as formigas em colônias (...)
– Uma lambada, tipo churrasco de carne de segunda, nesse nível! A
Informação é da mesma premissa (...) No mundo havia tanta coisa
sendo dita, era fácil, mas ninguém se reforçou para um (...) “imprevisto”.
É como diziam, deveriam ter “visto os dois lados de algum troço”. São
retrocessos fáceis, e gesticula desbaratado o pai em crise.
“Nem bem digo”, pensa ele, “e me espanto. Olha só essa menina de 13
anos ditando o mundo com braveza. Você sim que existe.”
“Parece besteira”, Kia pensa alto, “parece meio idiota dizer isso após
tanto, mas (...) se ouvisse novamente falar de revoluções e instâncias do
tipo, melhor teria sido ter em conta que tudo opera-se dentro dos sisos;
nem tuuudo nas cabecinhas das pessoas por aí funciona na paz! Já era
a quietude, opa (...)” Ouço suas palavras, me impressiona. Ao que
completo a falação dela:
– Calma que logo passa. É igual a viciar-se em balas Juquinha! O que te
prende é o açúcar que dá crédito. Tem açúcar na frutose, mas não
enche. Enfim, só depois de gordos é que pensamos na frutose. Hunnf
(...) Então, filha, posso dizer ainda que você é o rebentar do grupo e
estalar de preconceitos cambiantes, como dedos, para que ouça tal som,
e saiba que não é uma lógica mercadológica. Deixa ver. Cansa se
delongar (...) quero um abraço da minha filhinha agora Isso sim
preenche minha alma.
– Ai, putz, meu pai é malucão! – ela sorri. Ele, vendo a descontração
da filha, se acalma um pouco. Depois dão um longo abraço.
Assim, meio tateante, ele segue sofrendo depois de largar a filha com
seus amigos. E se desafoga, vejamos:
– Disse tudo isso e me senti como que esvaziado, juro (...) com a
sensação de que todo meu eu, minha síntese, este melhor que posso
ofertar ficara naquelas palavras e ações. Só me sobrou uma face (...)
vaga, meio casca. Elas já se preparam. Glória às minhas filhas!
– Temos que ter paciência, pai. A calma portanto está valorizada, ela
grita enquanto ele sai. O pai vira o rosto. Eles riem um para o outro.
Os amigos de Kia acompanhavam tudo. Cantarola portanto este pai
uma melodia que fazia tempos não era executada, vinda de recordações
boas de antigamente. Recorda a infância das filhas. Derrama a música,
saindo dali para reencontrar a esposa; e sim, da mesma forma faz a água
saindo de um jarro, para todos os lados encharcando:
“Ria da vida, ela é bela, tua (...) tela moldável / Sua, ela é boa, e você a
conduz / Dita teus ânimos (...) o que cria, nunca se curva.”
IV
“Mas deixa eu te falar uma coisa. Nunca quis ser tão sincero na vida:
vamos papear sobre o que nos move; não é máquina ou química,
chama-se espiritualidade. Não em crenças em figuras ou lendas, mas do
que é luz, certeza, paz (...) e que basta, como uma força.”
Mas de repente um grisalho de cara fofa nos surpreende, vem ele sem
distinções, vem sorrindo e dizendo já com as maças do rosto rosadas:
– Sonhar não custa p***a nenhuma.
Rimos muito daquilo, e a paz deu um sinal de persistência. Ainda há
reciprocidade, é, eu vejo. Que alívio!
– Estava lá o encerramento do mundo: na desumanidade, digo a ele,
“declaro que sabemos”.
– Seja bem-vindo, irmão. Vamos ao bar, ele convida; o grisalho levanta
o braço direito melindrosamente. “Vamos ao bar, temos que descer um
pouco pela gruta”, ele enfatiza.
– Que bar, homem? – eu questiono aquela sugestão.
– É, sabe não!? Tá mó alegria lá, e o grisalho se babou de rir, que
otimista.
V
Nem teve como continuar o raciocínio o pai, foi logo paralisado porque
interromperam sua conversa com uma enxurrada de teores e asperezas
exaltadas. Dizem os denunciantes do bar geral:
– Pessoas que fazem questão, tchau para vocês; não são nem bem-
vindas nem toleráveis. Na boa, isso de fórmulas, essas besteiras re-
imitadas (...) Acabam não? – fala Adorno, meio exaltadinho. Ele quer
espaço empurrando outros para que o vejam.
– Porque vocês acham que pensam em apocalipse? A realidade do
momento é muito ofuscante. É daí que preferem repensar! Solicitam
uma hipótese a entender, tenta complementar Jonh, que trabalhara
com Adorno em uma loja, anteriormente.
– Meu pai sempre nos disse: o mundo acaba pra quem morre. Tua vida,
teu viver, é existindo. E já! – confessa Maitê, reaparecendo
repentinamente.
– É como andam dizendo: não tem como se esconder, está aí, assina
Adorno embaixo.
– Boa, já ajudou bastante, Adorno, se lasca. (...) Isso lá é uma terapia?
Ficou monótono, continua Jonh, que não ia muito com a cara do
Adorno.
– Prefere o quê, então: entrar na fila calmamente ou cair na disputa,
questiona Maitê mas não sabe para quem é a pergunta, então sua vista
fica perdida.
– Prefiro ser digna até o fim! – interrompe Lares, que não via a hora de
tantos bate-bocas terminarem.
– Que tal se observar um pouco mais e aprender a relaxar? – comenta
a dona que fora diretora de hospital.
– Ih, que valentia, Adorno volta às palavras irritantes.
Levanta Moborg, já observou muito! Este sim precisa de poucas
oportunidades para zombar. Sempre foi assim. Fala ele:
– Que se explodam e morram. No fundo, é o desejo de todos aqui
mesmo (...) Quem quer sair da gruta?
– Eles quem? Já me perdi, diz Lares, e busca outros com o olhar. Está
falando de quem?
– Quero vazar agoraaa! – avisa Mofana, que sorri se oferecendo para o
Moborg.
– Quem se ferra é quem tenta meter o bedelho onde não é chamada,
acaba é se sacaneando, aparecendo fazendo coisas ridículas e
impensadas, diz Moborg para a diretora e Lares, retribuindo as
insinuações de Mofana.
– Eu, ãhn? Acho que se referia a ela somente, não? – e a diretora aponta
o dedo para Lares.
– Gente, o que é isso??
– É com isso que consegue se defender, Lares, indaga a diretora.
– Precisa desse tipo da trairagem mesmo, não é, Lares rebate.
– Que espetáculo estar de pé com o vapor das bocas enchendo o
ambiente. Adoro nesse calor vivo energizado!!! – grita um bufão, e é
ovacionado com risadas. Isso mesmo (...)
– Vá se ferrar, vai, diz Lares, que fazia na mente seus projetos de escapar
sozinha. Está farta. A diretora se ajeita dentro dela mesma.
– Tão inesperado que foi ainda posso sentir o descontrole
desconfortável em seus rostinhos, completa o bufão, e se vangloria de
levantando um copo. Vai que isso para ele é felicidade (...)
– Isso sim foi fora do comum, mas até que soa bem, e ri a diretora, por
fim. Depois disso se dispersam. O que se vê ali é da mesma desvalia de
uma feira livre, isso pela mediocridade dos saltos e intuitos(!) de coração.
Que pena!
Isolada, Juliana reflete que: “Se pela existência o prazer induz, por que
não vivê-lo!?” Sim, ela como tantos ali sente saudade das facilidades de
suas vidas anteriores; acreditem ou não mas é do cotidiano que
gostavam!
Entrementes, Juliana observa a própria mão segurando uma taça de
vinho. Ao seu redor, o caos de vozes no bar geral das bebidas que
sobraram. Porém, ela se aquieta! Sair de lá para não ficar besta é só o
que quer. Reflexiona:
– Ou seria melhor ousar em sedativos voluntariamente do que se deixar
viciar por uma vidinha pouco funcional, de aparências e valores que
nem mesmo sabe o que quer dizer (...) Ahhh, é verdade que uma hora
ou outra um tanto disso vai importar, são as decisões! A minha é a
mudança.
Juliana sabe em seu íntimo que essa tolice de casinha foi bem inútil, e
que novas oportunidades podem aparecer, desde que a intuição flua.
Ela havia tentado. “Para aonde ir, para cima, baixo? Que dúvida!”
Passa abruptamente alguém à sua direita e esbarra nela. São duas jovens
batendo boca. Andam rápido:
– (...) frase imbecil e reacionária essa aí. Não tem o que discutir se há
ignorância. Que presteza!
– Tinha que ser um tipinho mesmo, você ouviu aquilo, se surpreende
uma delas. A jovem da frente é perseguida pela de trás, que vira o rosto
e diz:
– Pior que não é mentira, rola mesmo (...) as pessoas não sabem mais
quem são, buscam perfis, estereótipos. Tenho que admitir que sem
Internet e redes sociais fica mais fácil, mais (...) palpável!
– É só a gente, amiga. Tudo cara na cara.
– Está na hora de nos voltarmos para dentro.
– Pois é, e parar e se entender.
Juliana mal percebe quando as duas entram em uma fresta e saem de
cena. Todavia observava as duas figuras indo embora, na sua memória
ela escutava a canção que mais lhe tocou até hoje, era a mesma emoção
desde que se apaixonou pela primeira vez, e também a mesma desde
que soube rir com facilidade; que energia ela sentiu! Foi bom relembrar.
Como um beijo técnico!
Ela dança em seus pensamentos, vê-se envolta como que em nuvens e
odores dóceis! Se perde.
Esse ambiente é turvo, como uma manhã sem graça em começo de dia
ofuscado (...) como um fim de ciclo. Mesmo assim, aparecem as aliadas
Ágata, Ária e Ama, são lindas cada qual sua singularidade e marcas.
Estão concentradas. Não sabemos ao certo de onde vieram, mas o que
fazem é sentido em todos os cantos.
Cantam elas, em sentimental mas potente uníssono:
“Ahhhhhhh.... ÓÓÓÓÓÓóóó...”
Aparece Gi, até então estava ocultada por um boné e cabelo preso. Sua
finura chama atenção, e ela se gaba com os seus gestos. Veio aos poucos,
até comedida demais. Mas ela quer é justamente interceder com as
próprias palavras:
– Queridos, a inteligência é que resolve, não o desespero, ela expõe, e
tão logo observa mais gente se resvalando em conversinhas ásperas. Gi
não se contenta e fala mais:
– Saibam que vocês são um dos melhores expoentes de astúcia
moldados pela Vida ao longo das Eras, e têm sim sua relevância!
– Oi? Belas (...) palavras, de onde você veio? – Koko se interessa.
– Mas pagamos o pato por sermos, ‘por estarmos despreparados’,
Marta critica. Depois mais gente se debate tagarelando:
– É, e você acha que alguém entregou um manual para a gente?? Vai
nessa, amiga (...) Eu cresci em orfanato, sabia!? Fomos jogados nessa,
claro que era para errar; o erro faz parte do processo também. Sem essa
de juízes!!! – Marta diz, afinando o papo.
– Opaaa, se entusiasma Koko. E você, qual teu nome, ele quer saber,
olhando para Gi. Porém ela não faz caso.
– Voltaram nessa, ai, fala a baixinha, com o bom ouvido que tem.
– Crianças, não é hora para azarações, Marta tenta cortar os jovens.
– Agora então, dá mais vontade ainda de rir! (...) tão pequeninos,
jovenzinhos, impomos caprichos, passamos por cima do que viesse;
nem ligamos para o preparo, atenção, evolução e ordem pela qual
passou este planeta. Já era. Resta este sofrimento, fooooi, resta
remediar-se ainda mais, as incertezas só fizeram aumentar! – volta
Marta a falar.
– Volta para a escola, ô! Evolução não se vê, Koko gasta.
– Resumindo (...) posso continuar?
– Depois, Marta, não estava poupando fôlego? – Mofana diz.
– É, dona, se já opinou, deixa a palestra seguir, Maldonado interfere.
– Temo é que a nova era chegou de fato, mas e aí? Vejam o resultado:
quem odeia o amor vai continuar odiando e quem não odeia vai passar
a odiar por revolta (...) Talvez nesse ponto exista para todos uma certa
comunhão, e se cala o Gentil depois dessa.
– Na minha época, “nova era” significava paz; hoje sabemos quando
chegam com isso de “nova era” pelo estrondo das bombas caindo, dos
risos de satisfação. Ah quem dera um lugar sem brigas, só não sei se é
possível, explica a vivida Marta. Porém, sua voz é fraca.
– A ‘tal’ da “nova era” chegou para quem a delimitou. Para os outros,
se continuam na mesma, estão é cegos; não adianta mesmo, não
enxergam nem o que está na cara. Não sabem o que é futuro, morgam
no presente! – diz e em seguida dá uma golada em seu copo a baixinha,
está visivelmente abatida.
– Vocês sabiam que pôr à vista de todos faz parte da era de Aquário? –
Marlene se manifesta, mas outra vez fica no vácuo. Apenas Saulo
dialoga com ela, dizendo que “não é dessa era que nos referimos, essa
está muito distante ainda.” E ele continua, deixando Marlene para trás:
– “Nova era”, ah tá. A nossa então é diferente da do dilúvio? Pra gente
vieram os gases podres, não a água purificadora, Saulo expõe mais
lúcido e seu olhar se perde após o que diz.
– Essas discussões são muito saudáveis, deixam as pessoas em contato
umas com as outras, e favorecem inclusive soluções. Em uma coesão
deve haver unidade, pensamento. Se para cada reclamação de um de
nós também brotasse uma solução, estaríamos em um plano muito mais
bem distribuído, acalenta Gi.
– E descer, e descer, Marta gesticula.
– Maçante! – se irrita Koko, mais para fazer tipinho para cima da Gi.
– É nisso que vamos, não!? Lá embaixo tem água, diz Mofana, se
cansando. Até para ela as dificuldades são aparentes.
E Gi termina nivelando com bastante destreza, cercada de poesia,
concentrando sua educação em quem seu olhar pudesse se prolongar:
– Pelo passado revisitado nos sentimos mais tranquilas. Mas volta
aquela sensação (...) tantas horas, dias, semanas nas drogas exageradas
que comungamos (...) nas ficções e interações rítmicas divertidinhas,
nos corpos ocasionais (...) na sedação por fármacos ou se embebedando
e desconcentrando o prumo e nosso eixo; nas festas ou nas fases e
relacionamentos que nos bambearam, você, eu; (...) ficamos
emburrados ou desanimados, ou tudo isso e mais. Se amar sem igual
nos encarasse em todas ocasiões (...) muitos nunca sequer tiveram
contato (...) “Ah, apenas se teu hálito estivesse quente, riria muito mais
(...) Assim a coragem, assim estar.”
“Aipim frito, bãooo com carne seca / e caldo de cana, nana, nana / À
beira da estrada nana, cana / Qué jantar? Qué!? E Nana, nana, cama.”