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Integração de Sistema

de Gestão
Autor: Prof. José Humberto Ataulo Nunes
Colaboradores: Prof. Luiz Carlos Felix
Profa. Rachel Niza
Professor conteudista: José Humberto Ataulo Nunes

Jose Humberto Ataulo Nunes, nascido em São Paulo, é economista formado na PUC-SP e possui mestrado e
doutorado na Universidade de São Paulo (USP), na área de Relações Internacionais, com pesquisas em integração e
comércio internacional. É professor titular dos cursos de Direito, Administração de Empresas e Gestão Financeira da
Universidade Paulista (UNIP), lecionando disciplinas do núcleo de Economia, Finanças e Comércio Internacional. Foi
coordenador pedagógico do curso técnico de Logística do Pronatec-UNIP. Atuou profissionalmente, por 22 anos, na
área de administração industrial em grandes empresas do ramo, como Basf, Akzonobel e Cromos Tintas, exercendo
posições de liderança nas áreas de PCP, logística, produção e planejamento de materiais.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

N972i Nunes, José Humberto Ataulo.

Integração de Sistema de Gestão / José Humberto Ataulo Nunes.


– São Paulo: Editora Sol, 2018.
GSQ - Revisão: Elaine - Diagramação: Fabio - 18/12/2017

80 p., il.

Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e


Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXIV, n. 2-025/18, ISSN 1517-9230.

1. Integração de sistema. 2. Gestão organizacional. 3. Normas


integradas. I. Título.

CDU 658

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Material Didático – EaD

Comissão editorial:
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Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)

Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD

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Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos

Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto

Revisão:
Elaine Pires
Giovanna Oliveira
Sumário
Integração de Sistema de Gestão

APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................7

Unidade I
1 GESTÃO ORGANIZACIONAL ........................................................................................................................ 11
1.1 Fundamentos dos sistemas de gestão.......................................................................................... 11
2 REQUISITOS COMUNS DAS NORMAS INTEGRADAS ......................................................................... 18
2.1 Sistema de garantia da qualidade (SGQ)..................................................................................... 18
2.2 Sistema de gestão ambiental (SGA).............................................................................................. 20
2.3 Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho (SGSST).......................................... 21
2.4 Sistema de gestão de responsabilidade social (SGRS)........................................................... 22

Unidade II
3 SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO........................................................................................................ 28
4 A NORMA PAS 99:2006................................................................................................................................. 31
4.1 Requisitos gerais.................................................................................................................................... 33
4.1.1 Política do sistema de gestão............................................................................................................. 33
4.1.2 Planejamento............................................................................................................................................ 34
4.1.3 Implementação e operação................................................................................................................. 34
4.1.4 Avaliação de desempenho................................................................................................................... 35
4.1.5 Melhoria ..................................................................................................................................................... 36
4.2 Análise crítica.......................................................................................................................................... 36

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Unidade III
5 AVALIAÇÃO PARA INTEGRAÇÃO DOS SISTEMAS DE GESTÃO........................................................ 40
6 AUDITORIAS DE SISTEMAS DE GESTÃO................................................................................................... 43

Unidade IV
7 CERTIFICAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO............................................................................................... 53
8 SISTEMAS INTEGRADOS E O MODELO DE EXCELÊNCIA DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA
QUALIDADE (FNQ)................................................................................................................................................ 62
APRESENTAÇÃO

Caro aluno,

Apresentamos a disciplina Integração de Sistemas de Gestão, que tem o objetivo de fornecer


conhecimentos para o desenvolvimento do aluno por meio de competências pessoais, como senso crítico
e capacidade de contextualização, visão sistêmica dos processos organizacionais, orientação voltada a
atender às expectativas dos clientes, capacidade de identificação de problemas e soluções, orientação
focada nos resultados por meio da visão dos processos e também trabalho integrado e em equipe, com
desenvolvimento pessoal.

Visamos fornecer aos alunos os conceitos e as informações sobre o desempenho dos sistemas
integrados de gestão (SIG) nas organizações como forma de aumento da produtividade e da eficiência
das normas certificadas e implantadas com foco em quatro sistemas de gestão: Sistema de Garantia
da Qualidade (ISO 9000), Sistema de Gestão Ambiental (ISO 14001), Sistema de Saúde e Segurança no
Trabalho (OHSAS 18001) e Sistema de Responsabilidade Social (SA 8000/16001).

A necessidade de integração dos sistemas de gestão surge em função de as organizações terem


evoluído com a implantação desses sistemas de forma isolada e independente, sem uma gestão central
com controles paralelos e procedimentos em duplicidade. Estudaremos como a integração deve ser
realizada e quais os resultados para a sustentabilidade organizacional.

Bons estudos!!!

INTRODUÇÃO

Na década de 1990, o Brasil passou por um momento de intensa globalização após a abertura
comercial e a entrada de produtos importados. Entre as consequências, surgiu a necessidade de as
organizações desenvolverem novas práticas de gestão estratégica, com a adoção de políticas de aumento
da qualidade e da produtividade.

Como parte desses objetivos principais, as organizações incluíram em seus procedimentos e


normas os sistemas de gestão certificados, com destaque inicial para a implantação dos sistemas
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de gestão da qualidade.

Posteriormente, os sistemas de gestão ambiental, saúde e segurança no trabalho e responsabilidade


social, que foram sendo implantados de forma gradual e independente, visavam atingir a excelência na
gestão organizacional por meio da gestão de desempenho de cada processo.

A necessidade de obter uma vantagem competitiva por meio da utilização dos sistemas de gestão
aliados às pressões para aumentar a produtividade tem como consequência a necessidade de as
organizações integrarem os sistemas de gestão implantados. Nesse sentido, a implantação do sistema
integrado de gestão (SIG) fundamentado no ciclo PDCA (plan, do, check e action) promove a melhoria
do desempenho organizacional e permite às organizações uma gestão unificada e sistêmica.
7
Os sistemas são executados de forma a otimizar a sinergia operacional, aumentar a eficiência dos
processos, integrar o trabalho dos funcionários e elevar os resultados, reduzindo duplicidades nos
procedimentos e nos elementos comuns e reduzindo os custos administrativos.

A integração permite às organizações agir de forma holística entre as partes interessadas na


organização que vai além da visão focada nas necessidades dos clientes, unindo estas à gestão dos
impactos ambientais, à segurança, à saúde das pessoas nos locais de trabalho e ao controle dos impactos
sociais das organizações, além disso, permite cumprir os requisitos legais (RIBEIRO NETO; TAUARES;
HOFFMANN, 2012).

Conforme De Cicco (2000, p. 3), um sistema integrado de gestão pode ser definido como a
“combinação de processos, procedimentos e práticas utilizados em uma organização para implementar
suas políticas, que podem ser mais eficientes em relação a sistemas isolados”.

Figura 1
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A norma inglesa PAS 99, de 2006 (PAS significa Publicy Available Specification – Especificação Pública
Disponível), tem como objetivo orientar as organizações sobre a integração e apresenta os benefícios a
serem auferidos com base no ciclo PDCA de melhoria contínua, com os seguintes objetivos:

• Melhoria no desempenho organizacional com redução de custos.


• Gestão eficiente da liderança.
• Visão holística do negócio.
• Redução da duplicidade e burocracia.

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• Menor conflito entre os sistemas implantados.
• Motivação dos funcionários.
• Otimização das auditorias internas e externas.

Antes da integração, as organizações devem proceder ao levantamento prévio das condições


necessárias para o sucesso da ação e evitar efeitos indesejáveis por meio da análise detalhada do nível
atual de integração dos sistemas de gestão e das normas em vigor.

Estudaremos a integração dos sistemas de gestão certificados conforme as normas a seguir:

1) Sistema de gestão da qualidade (NBR ISO 9001:2008)

Melhoria contínua do GSQ

Responsabilidade de
Cliente administração Cliente

Gestão dos Medição, análise, Satisfação


Recursos melhoria

Entrada Realização
Requisitos Produto
do Produto Saída

Figura 2

2) Sistema de gestão ambiental (NBR ISO 14001:2004)

Ser apropriada à Determine o Inclui compromisso


natureza, escala e estabelecimento e com a melhoria

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impactos ambientais análise crítica de contínua e a prevenção
da organização objetivos e metas da poluição

Política ambiental
ISO 14001

Está documentada,
Está disponível Compromisso no implementada e
ao público cumprimento à legislação comunicada a todos
e regulamentos aplicáveis os funcionários

Figura 3 - Política ambiental

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3) Sistema de segurança e saúde ocupacional (OHSAS 18001:2007)

Melhoria contínua

Análise crítica pela Política de SSO


administração

Planejamento
Verificação e ação corretiva
• Planejamento para identificação
• Melhoramento e medição de perigos e avaliação e controle
de desempenho de riscos
• Acidentes, incidentes, não Implementação e operação • Requisitos legais e outros requisitos
conformidades e ações corretivas • Estrutura e responsabilidade
e preventivas • Objetivos
• Treinamento, conscientização • Programa(s) de gestão de SSO
• Registros e gestão de registros e competência
• Auditoria • Comunicação
• Documentação
• Controle da documentação e
de dados
• Controle operacional
• Preparação e atendimento
a emergências

Figura 4 – Estrutura OHSAS: sistema de gestão

4) Sistema de gestão da responsabilidade social (SA 8000:2008)

Além dos sistemas de gestão das normas mencionadas anteriormente, outras normas podem ser
integradas, como segurança da informação e sistemas de qualidade setoriais.

Quadro 1 – Sistemas de gestão que podem ser integrados

Norma Descrição Ano


NBR IEC 27001 Tecnologia da informação 2006
NBR 22000 Segurança de alimentos 2006
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NBR IEC 20000-1 Tecnologia da informação – gestão de serviços 2011


NBR 14919 Gestão da qualidade – setor farmacêutico 2002
ABNT TS 16949 Gestão da qualidade – setor automotivo 2010
NBR 15075 Gestão da qualidade – setor energia 2004
NBR 15100 Gestão da qualidade – setor aéreo e defesa 2010
NBR 13485 Produtos para saúde 2004
ABNT 29001 Gestão da qualidade – petróleo, gás e petroquímica 2010
NBR 15419 Gestão da qualidade – organizações educacionais 2006
NBR 50001 Gestão da energia – requisitos com orientações 2011

Fonte: Ribeiro Neto; Tauares; Hoffmann (2012, p. 295).

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INTEGRAÇÃO DE SISTEMA DE GESTÃO

Unidade I
1 GESTÃO ORGANIZACIONAL

As organizações desempenham um papel social ao fornecer produtos e serviços para satisfazer as


necessidades dos consumidores por meio de práticas e condutas éticas e responsáveis, além de atingir
os objetivos dos empreendedores e funcionários, que são atendidos pela execução de um grupo de
atividades e por processos que denominamos sistema de gestão empresarial (ARANTES, 1998).

A partir das expectativas externas e internas até a realização concreta dos resultados, as organizações
executam uma ampla gama de atividades, como:

• Atuação conforme a cultura social dos envolvidos.

• Alocação eficiente dos recursos empresariais.

• Criação e manutenção de oportunidades de desenvolvimento profissional.

• Processo de comunicação constante e de credibilidade.

• Promoção de ambiente de trabalho motivador e em grupo.

• Garantia de resultados financeiros sustentáveis de longo prazo.

Para o desenvolvimento dessas atividades, as organizações utilizam modernos sistemas de


gestão compostos por normas, técnicas e conceitos que dão suporte às questões institucionais,
gerenciais e operacionais e constituem um ferramental útil e necessário para a administração e,
assim, podemos compreender que a adoção de sistemas de gestão é uma ferramenta da gestão
eficiente e focada em metas.
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Os modelos de gestão com enfoque estratégico estão sendo adotados para suportar a evolução
do mercado competitivo e a gestão integrada dos sistemas de gestão surge como um dos aspectos
que devem ser avaliados em função das sinergias que criam e da redução de custos que podem gerar
para as organizações.

1.1 Fundamentos dos sistemas de gestão

As normas de sistemas de gestão são compostas de termos e expressões técnicas que nem sempre são de
fácil compreensão para os alunos, que podem enfrentar dificuldades para a correta compreensão do texto. A
seguir, vamos estudar conceitos e princípios de sistema de gestão, esclarecendo as seguintes indagações:
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Unidade I

• O que é sistema de gestão?


• O que é integração de sistema de gestão?
• O que são sistemas de gestão da qualidade, ambiental, saúde e segurança e responsabilidade social?
• Como a integração dos sistemas de gestão afeta o desempenho das organizações?

O conceito de sistema encontra ampla gama de definições entre os estudiosos e traz uma noção de
totalidade, interação e organização. Para a ISO 9001:2005, sistema é um conjunto de elementos inter-
relacionados ou interativos, e sistema de gestão é um sistema para estabelecer políticas e objetivos e
para atingir estes objetivos.

Para a Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), sistema é “um conjunto de elementos com finalidade
comum que se relacionam entre si formando um todo dinâmico” (RIBEIRO NETO; TAUARES; HOFFMANN,
2012, p. 30).

A partir desses conceitos, podemos inferir algumas características básicas, como os objetivos globais
do sistema, e identificar que os componentes são o ponto de partida para estudarmos sistemas de gestão.

Sistema de gestão (SG) é um conjunto de pessoal, recursos e procedimentos, dentro de qualquer


nível de complexidade, cujos componentes associados interagem de maneira organizada para realizar
uma tarefa específica e atingir um resultado (FROSINI, 1995).

As organizações são organismos vivos que possuem características próprias em função de aspectos
peculiares, como as características dos empreendedores, o histórico de atuação no mercado, a localização
física, o perfil dos consumidores, a evolução dos produtos e serviços oferecidos, a cultura gerencial,
entre outros. As características individuais somadas às qualificações gerais das organizações formam um
conjunto único de características que compõem a base do sistema de gestão empresarial.

O ponto de partida para entendermos o que é um sistema de gestão é realizar – a partir da análise
composicional dos seguintes aspectos principais – a identificação dos objetivos esperados de cada um
para a organização:
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• Perfil de direção e administração.


• Visão de processos.
• Atribuição de responsabilidades.
• Descrição de procedimentos e tarefas.
• Alocação de recursos humanos, materiais e financeiros.

Na composição dos sistemas de gestão, identificam-se componentes comuns e específicos, conforme


os objetivos, atribuições e resultados esperados. Entre os elementos comuns, existe o fato central de

12
INTEGRAÇÃO DE SISTEMA DE GESTÃO

serem sistemas de gestão certificáveis com normas internacionais conhecidas e padronizadas que
possuem como elemento comum a tomada de decisão com base em fatos e dados.

Entre os elementos comuns, ainda podemos destacar a gestão com base no ciclo PDCA, que permite
maior integração dos sistemas dentro do contexto maior de gestão empresarial por meio da busca de
melhorias contínuas para a evolução do desempenho.

• Ação corretiva • Localizar


no insucesso problemas
• Padronizar • Estabelecer
e treinar no planos de ação
sucesso Action Plan
Agir Planejar

Check Do
• Verificar Checar Fazer
atingimento de • Execução do
meta plano
• Acompanhar • Colocar o plano
indicadores em prática

Figura 5 - Ciclo PDCA

Além do ciclo PDCA, os sistemas de gestão possuem princípios fundamentais que norteiam a
implantação, a operação e o monitoramento de cada sistema:

• Foco no cliente: a principal razão de ser das organizações é atender às necessidades


dos clientes, isso faz parte do trabalho das empresas que desenvolvem sistemas e planos
para suprir as necessidades deles e, naturalmente, elas devem buscar não cometer erros. A
área de marketing deve identificar os clientes, classificá-los por meio de um trabalho de
segmentação em grupos, difundir o perfil deles dentro da empresa e avaliar com frequência
o nível de satisfação.
• Liderança: em um ambiente interno que permita envolvimento e participação por meio de uma
gestão compartilhada nas decisões e ações, líderes eficazes fazem a ligação entre o mercado e
os funcionários. A atuação dos líderes é considerada fundamental e é condição de sucesso na

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implantação de um sistema de gestão. Os líderes precisam atuar em três frentes:

— Deixar claro o que será feito e o que se espera de cada funcionário, bem como as
recompensas previstas.
— Ser fonte de motivação e modelo de conduta pessoal, encorajar a participação e a criatividade
sem limitar ideias e propostas.
— Manter uma política de remuneração e reconhecimento com base em meritocracia.

• Envolvimento de pessoas: as organizações não conseguirão resultados positivos


sem a colaboração das pessoas, que precisam compreender o seu papel, a relevância de
13
Unidade I

sua participação e compreender que têm responsabilidades na solução dos problemas.


As organizações devem realizar avaliações de desempenho, compartilhando experiências e
debatendo temas de forma aberta.

• Abordagem de processos: as organizações são feitas de vários processos que estão inter-
relacionados e precisam se desenvolver de forma interativa para que consigam resultados eficazes.
A abordagem de processos supõe derrubar barreiras entre unidades e mudar comportamentos; as
organizações devem identificar os processos-chave e os processos de apoio, mapear os processos
criando fluxogramas, descrevendo como são realizados, estabelecer a relação entre os clientes
internos e monitorar o desempenho por meio de indicadores de desempenho em ambiente de
melhoria contínua.

• Visão sistêmica: definida a abordagem por processos, as organizações devem gerenciar o todo
em busca dos objetivos do planejamento estratégico e operacional.

• Melhoria contínua: a busca de um desempenho cada vez melhor é a essência das melhorias,
que podem ser simples ou de reengenharia, apresentando mudanças radicais. Podem envolver
a necessidade de investimentos vultosos em produtos, processos, recursos humanos, redução de
custos e perdas.

• Abordagem factual na tomada de decisão: a tomada de decisão dentro das organizações


precisa ser baseada em dados, informações e avaliações reais, e não em suposições injustificadas
ou sem fundamentação técnica. Essa abordagem pressupõe criar uma estrutura de informações
com suporte em tecnologias de informação do tipo sistemas ERP e garantir a fidelidade dos dados
e informações como suporte para decisões.

• Benefícios nas relações com fornecedores: a cadeia de suprimentos é um elo importante na


gestão dos sistemas em função da relação de dependência que existe entre as organizações –
elas precisam criar uma relação de parceria mútua. As parcerias com os fornecedores devem ser
criteriosas, baseadas na seleção dos melhores e no crescimento integrado, com visão de longo
prazo e comunicação transparente.

• Responsabilidade social: neste critério, a responsabilidade social deve ser compreendida em suas
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principais dimensões (como ambiental, econômica e social), pois ela internaliza nas organizações a
visão da sociedade como parte integrante do macroambiente e que apresenta expectativas em termos
morais e éticos, cumprimento da legislação trabalhista e respeito às condições de saúde ocupacional.

Lembrete

O ciclo PDCA de gestão de melhorias deve ser utilizado de forma


contínua dentro das organizações que buscam a integração dos sistemas
de gestão certificados de forma a garantir maior integração operacional
e administrativa.
14
INTEGRAÇÃO DE SISTEMA DE GESTÃO

Apesar das características comuns, os sistemas de gestão possuem objetivos diferentes, conforme
podemos verificar no quadro a seguir:

Quadro 2 – Objetivos dos sistemas de gestão

Sistema Objetivos
Qualidade NBR ISO 9001 Atender os requisitos dos clientes
Ambiental NBR ISO 14001 Controlar impactos ambientais
Segurança e saúde OHSAS 18001 Controle de riscos de segurança e saúde
Responsabilidade social as 8000 Melhoria nas condições de trabalho
Impactos social, econômico, ambiental;
Responsabilidade social NBR 16001 promover a transparência e cidadania

Fonte: Ribeiro Neto; Tauares; Hoffmann (2012, p. 31).

A adoção do ciclo PDCA atua como facilitador para a integração dos sistemas de gestão das
organizações por meio do acoplamento do sistema de gestão ambiental (SGA), do sistema de gestão
de segurança e saúde no trabalho (SGSST) e do sistema de responsabilidade social (SRS) ao sistema de
garantia da qualidade (SGQ) na norma ISO 9001.

As organizações possuem muitos motivos para alocar recursos e tempo na implementação de


sistemas de gestão normalizados, a saber:

• Clientes: muitas organizações exigem que os fornecedores apresentem certificações –


notadamente, as normas 9001, 14001 e SA 8000 – como requisito de acesso às cotações de
compra ou participação em licitações públicas.

• Seguros: as empresas de seguro podem cobrar valores menores do que o padrão de organizações
que apresentem sistemas de gestão ambiental consolidados.

• Barreiras comerciais: a falta de certificações pode criar barreiras de entrada em mercados


externos que exigem essas normas como forma de proteção e favorecimento para empresas locais

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ou de outros países.

• Imagem: em certas ocasiões, as organizações podem ver uma oportunidade de reforço de


imagem com as certificações, como também de divulgação para acionistas, investidores e
sociedade em geral.

15
Unidade I

Saiba mais
Barreiras comerciais surgem por meio do uso de regulamentos pouco
transparentes, não embasados em normas internacionalmente aceitas
ou, ainda, decorrentes da adoção de procedimentos de avaliação da
conformidade não transparentes e/ou demasiadamente dispendiosos,
bem como de inspeções excessivamente rigorosas. Para saber mais sobre o
assunto, consulte:
INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA
(INMETRO). Barreiras técnicas às exportações: o que são e como superá-las.
2009. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas/pdf/
Manual_BarrTec2009.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2017.

Implantação dos sistemas de gestão

Implantar uma norma e um sistema de gestão costuma ser uma fase de mudanças nas organizações
em função das alterações realizadas nos procedimentos, nas máquinas, nos valores e comportamentos
de cada funcionário. Nesse sentido, a implantação da condução com resultados positivos torna-se um
desafio e precisa respeitar a maturidade de todos.

Tomada a decisão de implantar um sistema de gestão, as organizações têm de elaborar um roteiro


de implantação, que deve considerar alguns aspectos sociais capazes de comprometer o sucesso da
inciativa, principalmente em relação aos funcionários que vão se defrontar com uma nova realidade e
com questões sobre os impactos das mudanças nas atividades e no emprego.

Conforme Ribeiro Neto, Tauares e Hoffmann (2012), algumas ações podem reduzir os efeitos
dessas incertezas:

• Divulgar informações sobre mudanças e seus impactos.

• Divulgar as garantias que a organização concederá.


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• Promover uma visão de oportunidade e melhoria para todos.

Roteiro de implantação

A implantação de um sistema de gestão pode ser proposta a partir do seguinte roteiro elementar:

• Constituição da equipe de trabalho: formar uma equipe de qualidade e que esteja ciente dos
desafios é fundamental para um trabalho que será longo e que exige esforço, dedicação e tempo. As
normas costumam exigir como requisito a indicação de um representante da diretoria, que assumirá
a liderança do projeto e, na maior parte das vezes, vai se dedicar exclusivamente a essa tarefa.

16
INTEGRAÇÃO DE SISTEMA DE GESTÃO

• Elaboração do diagnóstico: avaliação inicial em que deve ser realizada uma confrontação
da aderência da organização aos requisitos da norma a ser implantada, com destaque para a
verificação das práticas de gestão, processos e capacitação.

• Cronograma: a partir do diagnóstico, a equipe do projeto deverá elaborar uma relação das ações
necessárias e um cronograma de execução com o detalhamento dos recursos imprescindíveis em
termos de pessoas, equipamentos e materiais.

Figura 6

• Desenvolvimento de competências: implantar um sistema de gestão com êxito significa


conquistar o apoio e o comprometimento dos funcionários ao projeto e exige que as organizações
aloquem tempo e recursos a treinamentos, divulgação e promoção com ações como palestras,
folhetos, cartazes e outros canais de comunicação corporativa.

• Concepção e documentação: a equipe de projeto precisa elaborar uma avaliação e análise dos
processos detalhada com os controles e os monitoramentos existentes, proceder a avaliação da
legislação envolvida em aderência da organização e redigir toda a documentação necessária para

GSQ - Revisão: Elaine - Diagramação: Fabio - 18/12/2017


atender as leis.

• Implantação: disseminar a documentação entre todos, atribuir as responsabilidades de cada um


e determinar a mudanças nos procedimentos em função das mudanças necessárias.

• Auditoria: conforme veremos a seguir, a equipe deverá prever a realização de auditorias internas
para avaliar a efetividade do projeto, bem como a necessidade de ajustes em função das não
conformidades apontadas. As auditorias são importantes na medida em que introduzem a
cultura de melhoria contínua e a elaboração de novos procedimentos que devem ser avaliados
pela direção da organização regularmente em um processo permanente, capaz de conduzir a
uma certificação externa.

17
Unidade I

• Auditoria de certificação: conduzida por organismos de certificação, a auditoria de certificação


não é uma condição obrigatória para a implantação do sistema de gestão e costuma ser requisitada
nas organizações. Nessa auditoria, são avaliadas a documentação, a consistência e a aderência
aos requisitos das normas. Além da eficiência das novas medidas, no caso de avaliação positiva,
será concedido um certificado de conformidade.

Observação

A certificação é um diferencial para as empresas que buscam atender os


consumidores com produtos e serviços em padrão de excelência.

2 REQUISITOS COMUNS DAS NORMAS INTEGRADAS

A integração dos sistemas de gestão começa com uma avaliação da convergência entre os
requisitos estipulados em cada norma e deve verificar a convergência possível em cada um dos
requisitos de cada norma. A seguir, vamos realizar uma descrição dos requisitos dos sistemas de
gestão em estudo.

2.1 Sistema de garantia da qualidade (SGQ)

Conforme a ISO 9001:2015, as organizações devem estabelecer, documentar, implementar e manter


um SGQ seguindo requisitos gerais – como identificação –, avaliar o desempenho dos processos
e estabelecer métodos e critérios para garantir o controle com eficácia. Além disso, devem estar
estruturadas em oito seções, das quais cinco (quatro a oito) contêm os requisitos do SGQ:

1) Escopo.

2) Referência normativa.

3) Termos e definições.

4) Sistema de gestão da qualidade.


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5) Responsabilidade da direção.

6) Gestão dos recursos.

7) Realização do produto.

8) Medição, análise e melhoria.

A seção 4 – sistema de gestão da qualidade – contém as especificações gerais desde a


identificação dos processos de produção, descreve os métodos para que os processos cumpram suas
18
INTEGRAÇÃO DE SISTEMA DE GESTÃO

funções e controla a documentação do sistema. Contém também os requisitos gerais e específicos,


estes últimos divididos em generalidades, manual da qualidade, controle de documentos e controle
de registros.

Quadro 3 – Resumo dos requisitos

Exigências Finalidade
Assegurar que a produção seja
Requisitos gerais Processos identificados, métodos de
operação e controle definidos controlada e gere resultados
satisfatórios
Política e objetivos da qualidade, Garantir a consistência das
Generalidades manual da qualidade, procedimentos, ações, treinamento adequado,
documentos operacionais e registros comprovação de repetibilidade

Manual da qualidade Escopo do SGQ, descrição da interação


dos processos, procedimentos

Documentos Definir responsáveis, aprovação e


atualização das versões

Registros Fornecer evidências de conformidade e


controle dos registros

Fonte: Ribeiro Neto; Tauares; Hoffmann (2012, p. 288).

A estrutura do SGQ é hierarquizada, nela o manual tem o nível mais alto e costuma estar dividido
em três níveis: manual do sistema de gestão, procedimentos e instruções de trabalho.

A seção 5 – responsabilidade da direção – tem a função de conter a comprovação do


comprometimento da direção da organização com o SGQ e atribuir as responsabilidades na
formulação e manutenção do sistema com a definição dos resultados pretendidos, busca definir
responsáveis, analisar resultados e agir com as seguintes medidas: comprometimento, foco no
cliente, política de qualidade, planejamento, responsabilidade, autoridade, comunicação e análise
crítica da direção. A direção deve assegurar que a política de qualidade seja apropriada ao propósito
da organização, deve criar uma estrutura para o estabelecimento com análise crítica, estabelecer
um canal de comunicação com os funcionários e também avaliar o desempenho operacional.

GSQ - Revisão: Elaine - Diagramação: Fabio - 18/12/2017


Já a seção 6 – gestão dos recursos – menciona a necessidade de as organizações identificarem
e disporem os recursos necessários para o funcionamento adequado do SGQ em termos de pessoas,
instalações, equipamentos, provisão de recursos, recursos humanos, infraestrutura e ambiente
de trabalho. A organização deve determinar, dispor e manter a infraestrutura necessária para
garantir a conformidade com os requisitos dos produtos e prover os edifícios, espaços de trabalho
e instalações, bem como os equipamentos, como softwares e hardwares, e apoio com transporte
e comunicação.

A seção 7 – realização do produto – descreve as etapas dos processos produtivos desde a


identificação dos requisitos do cliente até o embalamento e armazenagem; contempla as especificações
técnicas dos produtos, o planejamento da produção, a aquisição de matérias-primas e o processo de

19
Unidade I

produção, planejamento e realização do produto, processos dos clientes, projetos e desenvolvimento,


aquisição, produção e prestação de serviços, controle de equipamentos, monitoramento e medição.
As organizações, neste requisito, precisam ser capazes de realizar os produtos e planejar o processo,
estabelecendo os padrões técnicos de cada produto; também precisam elaborar os processos de
produção, monitorar e inspecionar a produção conforme os requisitos definidos.

A seção 8 – medição, análise e melhoria –, por sua vez, trata de mensurar o desempenho do
SGQ por meio da condução de auditorias internas periódicas, monitoração da avaliação dos clientes,
acompanhamento da evolução dos produtos fora da especificação e checagem dos dados. A seção
8 visa propor ações para prevenir os problemas, como generalidades, monitoramento, medição,
controle de produtos fora de especificação, análise de dados e melhorias. Neste último requisito, as
organizações devem realizar a medição da satisfação dos clientes por meio de dados e informações,
determinando como será a metodologia de avaliação dos resultados. As organizações devem realizar as
auditorias internas garantindo que os produtos sejam produzidos conforme os padrões estabelecidos
e com evidências.

Lembrete

A implantação da norma ISO 9000 em uma empresa tem como


resultado um aumento da sua produtividade, esta decorrente da redução
de desperdícios, produtos não conformes e de retrabalho na execução das
atividades.

2.2 Sistema de gestão ambiental (SGA)

A ISO 14001:2004 pode ser aplicada a qualquer tipo de organização, desde que a gestão ambiental
seja considerada um requisito essencial para o modelo de negócio em função dos impactos decorrentes
de sua atividade e dos interesses específicos. Está dividida em quatro seções, e apenas a seção quatro
faz parte do SGA, possuindo a seguinte estrutura:

1) Objetivos e campo de aplicação.


GSQ - Revisão: Elaine - Diagramação: Fabio - 18/12/2017

2) Referenciais normativos.

3) Termos e definições.

4) Requisitos do SGA.

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INTEGRAÇÃO DE SISTEMA DE GESTÃO

Melhoria Contínua
Novo ciclo PDCA

A Política
Análise pela ambiental
administração
P
Planejamento
C
Verificação e D
ação preventiva Implementação e
ou corretiva operação

Figura 7 – Sistema de gestão ambiental

A figura apresenta a estrutura do modelo do SGA com a interação de requisitos. Esses requisitos
permitem às organizações implementarem um sistema ambiental por meio de políticas. São também
implementados objetivos alinhados aos requisitos normativos legais, que estão de acordo com os
aspectos ambientais importantes e que se configuram dentro do ciclo PDCA, com foco em melhorias.

A seção 4 – requisitos do SGA – descreve as diretrizes para ter um SGA que opere dentro da norma.
As organizações que visam à certificação ambiental devem possuir requisitos gerais, política ambiental,
planejamento, implementação, operação, verificação e devem ser analisadas pela administração.

A política ambiental deve ser o centro para a implementação do SGA e precisa deixar claro o
compromisso da organização com o meio ambiente. Por conseguinte, deve respeitar os interesses de
todas as representações sociais, em termos de cumprimento às leis, deve ter um mapeamento completo
dos seus processos, considerando poluição, efluentes, contaminação do solo, uso de recursos naturais e
geração de resíduos líquidos, sólidos e gasosos.

2.3 Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho (SGSST)

A norma OHSA 18001:2007 foi criada para ser compatível com a norma de gestão da qualidade
e meio ambiente, de modo a facilitar a gestão integrada nas organizações que pretendem reduzir

GSQ - Revisão: Elaine - Diagramação: Fabio - 18/12/2017


riscos e perdas aos funcionários e aos demais interessados. Essa norma está dividida em quatro seções
apresentadas a seguir, sendo que os requisitos que fazem parte do SGSST estão na seção 4:

1) Objetivo e campo de aplicação.

2) Publicação de referenciais.

3) Termos e definições.

4) Requisitos do SGSST.

21
Unidade I

A seção 4 – requisitos do SGSST – descreve as diretrizes que as organizações precisam considerar


na implementação do SGSST e estabelece como regras gerais de aplicação: requisitos gerais, política do
SST, planejamento, implementação/operação, verificação e análise crítica.

Saiba mais

Para saber mais sobre o tema, recomendamos a seguinte leitura:

RIBEIRO NETO, J. B.; TAUARES, J. C.; HOFFMANN, S. C. Fundamentos dos


sistemas de gestão. In: ___. Sistemas de gestão integrados: qualidade, meio
ambiente, responsabilidade social, segurança e saúde de trabalho. 3. ed. São
Paulo: Senac, 2012.

Quadro 4 – Resumo dos requisitos

Exigências Finalidade
Estabelecer e documentar o SGSST, Garantir o cumprimento das
Requisitos gerais aplicar as normas e requerer a definição normas e o alinhamento da
do escopo do SGSST organização

Política do SGSST Comprometimento para evitar lesões e Clarificar o compromisso de


doenças ocupacionais todos

Planejamento Identificar perigos e avaliar riscos, usar Assegurar o alinhamento entre


EPI, sinalização e equipamentos riscos e leis

Implementação/operação Recursos, funções, treinamento, Assegurar os recursos para o


conscientização e autoridades SGSST
Ver desempenho, ações preventivas
Verificação Acompanhar a efetividade e o
e corretivas, investigar acidentes e desempenho do SGSST
auditorias

Análise crítica A direção deve avaliar e registrar as Garantir a continuidade do


decisões SGSST

Adaptado de: Ribeiro Neto; Tauares; Hoffmann (2012).

O SGSST não consiste somente em identificar perigos, avaliar e controlar riscos de acidentes
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para atender aos requisitos normativos, mas também é útil para qualificar a gestão em termos de
produtividade dos funcionários e a gestão de riscos para os negócios da organização. O SGSST deve ser
conduzido por rigoroso controle e atendimento aos aspectos legais e morais, envolvendo todo o corpo
gestor em sua formulação e cumprimento.

2.4 Sistema de gestão de responsabilidade social (SGRS)

Em termos de responsabilidade social corporativa, podemos citar o compromisso permanente com


a sociedade em relação a condutas e consequências. Do mesmo modo, podem ser mencionados os
aspectos positivos ou negativos que envolvem questões como ética e transparência, que devem ser
estabelecidas em uma visão sustentável de longo prazo com todos os públicos.
22
INTEGRAÇÃO DE SISTEMA DE GESTÃO

A norma SA 8000 (Social Accountability) foi criada em 1997 com base nos princípios fundamentais
da Organização da Nações Unidas (ONU) e visa aprimorar o bem-estar social nas relações de trabalho
e permitir que as organizações avancem nesses temas, tomando como base a estrutura das normas de
gestão da qualidade e ambiental e considerando alguns aspectos específicos das relações de trabalho,
como trabalho infantil, trabalho escravo e forçado, liberdade de associação, negociação coletiva, jornada
de trabalho e remuneração. Essa norma está estruturada em quatro seções, sendo que a seção quatro
trata dos requisitos para a responsabilidade social:

1) Objetivo e escopo.

2) Elementos normativos e sua interpretação.

3) Definições.

4) Requisitos de responsabilidade social.

Os requisitos normativos dessa norma se utilizam de alguns termos técnicos que precisam ser
definidos com clareza e precisão, veja a seguir:

• Trabalhador jovem: acima de 15 anos e até 18 anos.

• Trabalho infantil: trabalho executado por crianças, exceção feita ao disposto na recomendação
146 da Organização Internacional do Trabalho (OIT, 1973).

• Tráfico humano: recrutar, transferir, refugiar ou receptar pessoas por meio de ameaça, força ou
outras formas de coerção com o objetivo de exploração.

• Parte interessada: indivíduo ou grupo social com interesse no desempenho da organização.

• Criança: menor de 15 anos, a menos que a idade mínima para trabalho seja estipulada como mais
alta por lei local.

• Ação corretiva e preventiva: reparação de uma não conformidade em relação ao padrão SA 8000.
GSQ - Revisão: Elaine - Diagramação: Fabio - 18/12/2017
A seção 4 da norma SA 8000 – requisitos de responsabilidade social – traz os seguintes tópicos:
trabalho infantil, trabalho forçado e compulsório, saúde e segurança, liberdade de associação e direito à
negociação coletiva, discriminação, práticas disciplinares, horário de trabalho, remuneração e sistemas
de gestão.

Em termos de aplicação, a SA 8000 em sistemas de gestão exige que as organizações estejam


estruturadas em termos de saúde e segurança do trabalho e comporta mudanças culturais significativas.
O corpo de gestores deve estar comprometido, pois esses gestores precisarão criar uma Política de
Responsabilidade Social (PRS).

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Unidade I

A PRS deve ser documentada e divulgada a todos os funcionários, que precisam ser bem-treinados
de forma a garantir a aderência aos requisitos normativos. A PRS deve comportar os seguintes
temas: i) requisitos da SA 8000; ii) cumprimento da Legislação; iii) melhorias; iv) documentação;
v) acesso público.

Em termos de documentos e procedimentos, a SA 8000 determina que as organizações tenham


quatro procedimentos fundamentais, a saber:

• Procedimento para reparação de crianças enquadradas em trabalho infantil.

• Procedimento para que os funcionários tenham ciência das políticas de promoção da educação
para crianças e jovens, conforme recomendação 146 da OIT.

• Avaliação e qualificação de fornecedores com base na SA 8000.

• Avaliação e divulgação regular de informações e ações que atendam às regras da SA 8000.

Saiba mais

Para obter mais informações sobre o tema, sugerimos a seguinte leitura:

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA


(INMETRO). A norma nacional: ABNT NBR 16001. 2004. Disponível em:
<http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/norma_
nacional.asp>. Acesso em: 28 nov. 2017.

Resumo

As organizações convivem com problemas e desafios para atingir


os resultados requeridos em mercados cada vez mais competitivos e
GSQ - Revisão: Elaine - Diagramação: Fabio - 18/12/2017

buscam constantemente elevar a produtividade com redução de custos e


desperdícios operacionais.

Nesse cenário, cabe à diretoria das organizações a responsabilidade por


avaliar as ações possíveis de execução, como também definir e elaborar
estratégias para melhorar o desempenho.

A promoção da integração dos sistemas de gestão – isolados e


paralelos – surge com um diferencial que permite elevar o desempenho
dos processos de qualidade, ambiental, segurança, saúde ocupacional e de
responsabilidade social, visto que todos esses sistemas possuem requisitos
24
INTEGRAÇÃO DE SISTEMA DE GESTÃO

comuns e que podem ser compartilhados em um sentido único, com foco


no cliente, pois a sustentabilidade futura do negócio requer foco constante
para atender e superar as expectativas dele.

Tal decisão impõe a construção de um sistema de gestão organizado e


coerente, de forma a assegurar a previsibilidade em termos de cumprimento
dos requisitos comuns e específicos das diferentes partes interessadas.

As normas certificadas exigem que as organizações definam uma


política de gestão integrada por meio da formulação de objetivos e metas
comuns, que devem ser implementadas nos planos de ação com a definição
de procedimentos gerais e específicos. Esses processos são denominados
sistemas integrados de gestão.

Exercícios

Questão 1 (Enade, 2006). As novas políticas de pessoal, recentemente implantadas na Clínica MB,
trouxeram insatisfação, estresse e uma série de doenças ocupacionais. Essa situação foi detectada a
partir dos seguintes indicadores:

I – Custos associados a doenças ocupacionais.

II – Violência no trabalho.

III – Nível de responsabilidade atribuída ao cargo.

IV – Inclinações pessoais.

V – Absenteísmo e rotatividade.

Como fontes adequadas de investigação, estão corretas, somente:

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A) I, II e V.

B) I, III e V.

C) II, III e IV.

D) II, IV e V.

E) III, IV e V.

Resposta correta: alternativa A.


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Unidade I

Análise das afirmativas

I – Afirmativa correta.

Justificativa: segundo a OMS, as doenças ocupacionais, como LER (lesões por esforços repetitivos) e
Dort (distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho), são causadas por condições desfavoráveis
oferecidas para o desempenho do trabalho. O estresse relacionado a essas doenças gera alto custo para
as organizações.

II – Afirmativa correta.

Justificativa: algumas das mais importantes categorias de indicadores de desempenho de QVT


(qualidade de vida no trabalho) são as que medem o nível de relacionamento, a integração social, a
privacidade, a liberdade de expressão e o direito à proteção. Esses indicadores apontam a existência de
tipos diversos de práticas violentas no ambiente de trabalho. Estas resultam em estresse, em alto nível
de insatisfação entre os colaboradores de uma organização, em ausências e em baixa produtividade.

III – Afirmativa incorreta.

Justificativa: um indicador de responsabilidade atribuída ao cargo está relacionado à política de


cargos e salários. A indicação da responsabilidade atribuída ao cargo, por si só, não serve como parâmetro
para medir o nível de insatisfação e de estresse do colaborador empossado nele.

IV – Afirmativa incorreta.

Justificativa: as inclinações pessoais não podem ser consideradas indicadores de insatisfação e de


estresse para o caso em estudo.

V – Afirmativa correta.

Justificativa: o absenteísmo refere-se às ausências, aos atrasos e ao não cumprimento de obrigações


pelo trabalhador. Dentre suas causas, encontram-se as doenças ocupacionais, a alta rotatividade e
outras causas. Segundo Souto (1980), o absenteísmo afeta negativamente tanto o processo de trabalho
GSQ - Revisão: Elaine - Diagramação: Fabio - 18/12/2017

quanto a remuneração do trabalhador, com descontos no salário ou aumento do índice de rotatividade


de pessoal. O resultado é a baixa motivação no desempenho das funções e o aumento das despesas com
os processos demissionais e admissionais decorrentes.

Questão 2 (Enade, 2006). A diretoria dos Laboratórios Saúde Total, empresa com filiais em todo o
Brasil, preocupada com a guarda e segurança de seus arquivos de dados, das informações que envolvem
o processamento eletrônico e a perfeita reconstituição de relatórios e demonstrações contábeis, reúne-
se com a área responsável para estabelecer as normas e os procedimentos de segurança que deverão
ser adotados em relação ao assunto. Qual é o procedimento que a empresa deve adotar para assegurar
a recuperação de seus dados?

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INTEGRAÇÃO DE SISTEMA DE GESTÃO

A) Cuidar para que existam cópias de segurança e centros de contingências de processamento


de dados.

B) Determinar que os procedimentos sistêmicos e os controles do sistema sejam de conhecimento


restrito do departamento de informática da empresa.

C) Criar um setor de armazenamento, de modo que todos os arquivos de dados estejam na sede
da empresa.

D) Permitir que os funcionários tenham acesso ilimitado aos sistemas de dados da empresa.

E) Exigir que todos os documentos sejam guardados durante a existência da empresa.

Resolução desta questão na plataforma.

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