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FACULDADE TEOLÓGICA

CURSO DE TEOLOGIA

MARCELO DE PAULA

DESAFIOS DA IGREJA PARA O NOVO MILÊNIO

NOVA IGUAÇU

2018
FACULDADE TEOLÓGICA

DESAFIOS DA IGREJA PARA O NOVO MILÊNIO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade Iguaçuana de Teologia - FAIT, como
exigência parcial para bacharelado do curso de
Teologia.

NOVA IGUAÇU

2018
AGRADECIMENTOS

Agradeço sinceramente ao meu salvador e adorado Senhor Jesus Cristo, e a


minha doce, amada e querida esposa Janete Dognini de Barros, e também aos
meus dois filhos amados, a saber: Rubiane Xalise e Milton Luiz, que muito me tem
tornado motivo de expressas benção de motivações e das mais excelentes, para que
eu pudesse prosseguir e continuar o ideal dessa graduação, que a muito tem sido
uma das maiores vontade do meu querer, para num futuro promissor, servir ao
evangelho da graça salvadora de Deus aos homens. Por conseguinte, a diretoria, ao
secretariado e aos professores do curso pelo empenho indispensável para a
completa realização deste.
RESUMO

Entendemos que profundos anseios de esperança nos move, no momento, em


busca de um futuro melhor para a igreja. Ela na sua experiência secular, tem
condições e recursos para sonhar com um despertar novo e eficiente de ser no
mundo o sacramento de salvação para toda a humanidade. Este trabalho enfatiza a
necessidade da igreja de resgatar no presente século, proposta e valores, já
conhecidos, porém adormecidos, que podem oferecer luz e disposição no caminho
da ética cristã, moral, evangelização, pregação da palavra de Deus, dentre outros,
que queremos trilhar hoje.

Palavras chave: Igreja, Ética, Moral


ABSTRACT

We undestand that deep longing of hope moves us at the moment, in search of


a better future for the church. She has worked her in the secular, and resources are
able to dream of a new awakening and efficient in the world to be the sacrament of
salvation for all humanity. This work emphasizes the need to rescue the church in this
century, and proposed values already known but dormant, which can provide light
and available in the way of christian ethics, moral, evangelism, preaching the word of
God, among others, that we walk today.

Key words: Church; Christian ethics; Moral


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Igrejas Evangélicas no Brasil .....................................................................


13
Figura 2 – Diferença básica entre Igreja Universal e Local ...................................... 16
Figura 3 - Pirâmide de Maslow, extraída de (Piletti, 1987). ..................................... 30
Figura 4 - Distribuição percentual da população por religião - Brasil 1991/2000 .......
38
Figura 5 - Proclamação do evangelho as nações ......................................................
45
Figura 6 - Postulado que influência a sociedade .......................................................
47
SUMÁRIO

RESUMO...........................................................................................................................6

ABSTRACT.......................................................................................................................7

LISTA DE FIGURAS..........................................................................................................8

SUMÁRIO..........................................................................................................................9

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................11

1.1 Objetivos...................................................................................................................11

1.2 Metodologia..............................................................................................................12

2. CONSIDERAÇÕES SOBRE A IGREJA NO BRASIL..................................................13

2.1 A igreja.......................................................................................................................13

2.2 Definição Etimológica................................................................................................14

2.3 Organismo e a organização......................................................................................14

2.3.1 Igreja como organização........................................................................................15

2.3.2 Igreja como organismo...........................................................................................15

2.4 Local e universal.......................................................................................................15

2.5 Fundação da igreja....................................................................................................17

2.5.1 Quando nasceu a igreja.........................................................................................17

2.6 O Dia de pentecoste..................................................................................................18

2.6.1 O aspecto histórico.................................................................................................18

2.6.2 O aspecto profético................................................................................................19

2.6.3 O aspecto pessoal..................................................................................................20

2.6.4 O que significa para igreja.....................................................................................22

2.7 Consideração profética.............................................................................................22


2.8 Consideração histórica..............................................................................................22

2.9 Teorias acerca da igreja............................................................................................23

2.9.1 Teorias erronias......................................................................................................23

2.9.2 Teorias corretas......................................................................................................23

3. DESAFIOS DA IGREJA NO NOVO MILÊNIO............................................................25

3.1 Crises éticas..............................................................................................................25

3.2 Novas filosofias.........................................................................................................26

3.3 Materialismo..............................................................................................................27

3.3.1. Materialismo na igreja...........................................................................................29

3.4. Humanismo..............................................................................................................30

3.4.1 Humanismo secular................................................................................................31

3.4.2 Influência do humanismo na igreja........................................................................34

3.5 Relativismo moral......................................................................................................35

3.6 O problema do relativismo na igreja.........................................................................36

3.7 A secularização da igreja...........................................................................................36

3.7.1. A perda da identidade............................................................................................39

3.7.2 Valorização da forma ao invés do conteúdo..........................................................40

3.7.3 Inexistência de compromisso bíblico.....................................................................41

4. A RESPOSTA DA IGREJA PARA OS DESAFIOS DO NOVO MILÊNIO....................43

4.1 Evangelização e ação social.....................................................................................43

4.2 Compromisso com a Pregação da Palavra de Deus................................................44

4.3 Sustentar uma norma de conduta moral...................................................................46

5. CONCLUSÃO..............................................................................................................49

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................51
1. INTRODUÇÃO

Neste novo milênio, que teve início em 2001, a situação da igreja evangélica
brasileira tem sido considerada a melhor de sua história. Com a garantia
constitucional de liberdade de culto, os cristãos, não mais vistos como fanáticos, se
expressam livremente e conquistam espaços importantes. Esse progresso causa
inveja às religiões instaladas no País, e alguns líderes mais entusiásticos
proclamam: “Ainda no início deste milênio, o Brasil será predominantemente
evangélico”. Na contra-mão dessa euforia, percebemos algumas inovações que
estão se estalando no meio da igreja, merecendo uma análise cuidadosa. Veja essa
notícia, há mais de dez anos1:

“Está surgindo no país uma versão moderna, mais liberal e classe


média do crente tradicional (...); esse novo evangélico é da pesada (...);
prefere louvar a Deus em ritmo de rock ou jazz (...). De jeans e camiseta,
seus pastores comandam shows de rock religioso ao estilo Chacrinha...”
(Veja, 21/4/93).

Infelizmente, o modelo revolucionário deste novo milênio (que imita padrões


mundanos) incorporou-se de tal modo a tantas igrejas tradicionais. Contudo, não
observamos apoio para esse modelo nas páginas sagradas (Gálatas 5:22; Mateus
5:1-11).

Entendemos que profundos anseios de esperança nos movem, no momento,


em busca de um futuro melhor para a igreja. Ela na sua experiência secular tem
condições e recursos para sonhar com um despertar novo e eficiente de ser no
mundo o sacramento de salvação para toda a humanidade. Este trabalho enfatiza a
necessidade de resgatar proposta e valores, já conhecidos, porém adormecidos, que
podem oferecer luz e disposição no caminho da evangelização, pregação da palavra
de Deus, ação social, comunhão, dentre outros, que queremos trilhar hoje.

1 Revista Veja, a indústria da miséria, edição – 21/04/1993.


1.1 Objetivos

Este trabalho tem como objetivo geral, estudar os desafios da igreja cristã
evangélica para o novo milênio.

Tendo em vista o alto índice de padrões distorcidos da palavra de Deus nas


denominações evangélicas no Brasil, o presente estudo, tem como objetivo
especifico, resgatar a ética, a moral, o compromisso com a palavra de Deus e a sua
verdadeira identidade. Sempre avançando, mas sem perder as suas origens.

1.2 Metodologia

Para realização deste trabalho, foi feito um levantamento bibliográfico: através


de livros, revistas, publicações especializadas, artigos, dados oficiais publicados na
internet, dentre outros. De posse dessas informações procurou-se dar um
tratamento especifico para o assunto, separando-os de acordo com tema do
trabalho. A partir desse retrato, passamos para a digitalização, procurando sempre
enfatizar os desafios futuros da igreja evangélica no Brasil.

2. CONSIDERAÇÕES SOBRE A IGREJA NO BRASIL

A igreja é um aspecto da doutrina cristã sobre a qual praticamente todos,

crentes e descrentes, têm uma opinião (Erickson, 1997). Podemos também


identificá-la como a comunidade de todos os verdadeiros crentes em todas as
épocas. Nossa compreensão, a igreja é composta de todos os que são
verdadeiramente salvos. Paulo diz que “Cristo amou a igreja e entregou-se por ela”
(Ef 5.25). Aqui a palavra “igreja” aplica-se a todos aqueles por quem Cristo morreu a
fim de redimi-los, todos os que são salvos pela morte de Cristo. Mas ela deve incluir
todos os verdadeiros crentes de todas as épocas, tanto do período do NT como do
período do AT. É tão grande o plano de Deus para a igreja que ele exaltou Cristo a
uma posição elevada de autoridade por amor à sua igreja: “Deus colocou todas as
coisas debaixo de seus pés e o designou cabeça de todas as coisas para a igreja,
que é o seu corpo, a plenitude daquele que enche todas as coisas, em toda e
qualquer circunstância” (Ef 1.22,23).

No Brasil, segundo Freston, as igrejas evangélicas vigentes podem ser


classificadas, da seguinte forma:

Categorias das Denominações Protestantes no Brasil

Categoria Igreja
Batista, Congregacional, Episcopal,
Protestantismo de Missão
Metodista, Presbiteriana.
Protestantismo de Migração Aglicana, Luterana, Reformada;
Assembléia de Deus, Congregação
Pentecostais
Cristã do Brasil, Igreja de Deus;
Casa da Benção, Deus é Amor,
Evangelho Quadrangular,
Pentecostais Autônomos
Maranata, Nova Vida, O Brasil para
Cristo, Universal do Reino de Deus;
Batista de Renovação, Cristão
Carismáticas Presbiteriana, Metodista
Wesleyanos, além de outras;
Adventistas, Mórmons (Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias),
Pseudo-Protestantes Testemunhas de Jeová, dentre outras.
Figura 1 - Igrejas Evangélicas no Brasil
Fonte: Freston (apud Oliveira, 2004, p 25)

2.1 A igreja

“Igreja” segundo o dicionário Houaiss “é uma comunidade composta por

cristãos, que forma um corpo social organizado, instituído por Jesus Cristo”. Este
talvez seja o sentido usual da palavra na atualidade, mas não é o seu significado
bíblico. Para Kessler e Nemuel, 1987, a palavra igreja é:

“Também é aplicada ao edifício em que se realiza culto cristão, ou


seja, o templo; a uma congregação de adoradores crentes; a um
estabelecimento religioso; a determinado tipo de ordem eclesiástica; ao
conjunto de todos os crentes em Cristo e a um grupo local de discípulos
cristãos associados num pacto com propósitos religiosos (Kessler e Nemuel,
1987). No Novo Testamento o termo igreja, é um grupo de pessoas
chamadas e separadas da multidão comum, em virtude de uma vocação
divina, escolhidas para serem santas investidas nos privilégios e incumbidas
dos deveres de cidadania no reino de Cristo” (Kessler e Nemuel, 1987).

2.2 Definição Etimológica

Wayne Grudem (1999) diz que, etimologicamente, “igreja” deriva do

grego “ekklesia”, que se traduz como “um chamado para fora”. “Ekklesia” era o nome
que se dava na Grécia antiga para um grupo de cidadãos que reuniam para tratar
dos assuntos do Estado: eles saíam do meio do povo para se reunir numa
assembléia (Atos 19:39). Por extensão, a palavra grega “ekklesia” é usada também
no Novo Testamento para o que era chamada a “assembléia dos justos”, ou
“congregação” no Velho Testamento (Salmo 111:1), tendo dois aspectos: a) o
conjunto de todos os redimidos através da era cristã, que é o sentido em que Cristo
disse “edificarei a minha igreja” (Mateus 16:18), mais tarde descrita como “a igreja
que é o Seu Corpo” (Efésios 1:22,
5:23); b) no singular, um grupo local de pessoas que declaram ser crentes em Cristo
(Mateus 18:17, Atos 20:28; 1 Coríntios 1:2; Gálatas 1:13); c) no plural (igrejas), mais
de uma igreja local (Atos 9:31, Romanos 16:4, 6, 1 Coríntios 14:33).

2.3 Organismo e a organização

A igreja é ao mesmo tempo organização e organismo. É estrutura


material ao mesmo tempo em que é organismo vivo. Trata de questões materiais,
mas também de questões “espirituais”. A igreja tem, portanto, duas dimensões. A
dimensão organismo diz respeito à sua razão de ser, enquanto a organizacional diz
respeito à estrutura que permita que ela seja o que deve ser. Para Myer Pearlman,
1970:

O Senhor Jesus não moldou nenhuma organização nem plano de


governo; não estabeleceu nenhuma regra detalhada de fé e prática.
Entretanto, ele ordenou os dois ritos simples do batismo e da comunhão. Ao
mesmo tempo, ele não desprezou a organização, pois sua promessa
concernente ao Conselheiro que enviaria deu a entender que os apóstolos
seriam guiados em toda a verdade em relação a esses assuntos. O que ele
fez para a igreja foi algo mais elevado que organização – ele concedeu-lhe
sua própria vida, transformando-a em um organismo vivo.

2.3.1 Igreja como organização

A igreja como organização se refere a como ela está constituída para

poder cumprir o seu propósito aqui na terra. A organização da igreja tem um impacto
significativo sobre o seu trabalho e suas atividades. Por isto mesmo ela tem
estrutura, governo, disciplina, local de reunião, programa que devem ser adequados
à condição de cada igreja. Mas é preciso cuidar para que os aspectos
organizacionais, estruturais e formais não venham substituir as pessoas, cujas vidas
espirituais devem ser preponderantes na visão de igreja.
A primeira vez que a Bíblia fala de Deus, já o demonstra trazendo ordem
ao caos. É o relato da criação. A contar pelo que se vê em muitas igrejas, há crentes
que acreditam que o Espírito Santo é avesso à ordem, à organização, ao
planejamento. Gente que crê que organização não é espiritual. Ordem de culto,
esboço de sermão, orçamento: “Para que isto?” perguntam. Temos que deixar o
Espírito Santo livre para atuar, dizem eles. Nós, porém, cremos que orçamento,
planejamento estratégico, capacitação de líderes são atividades que devem fazer
parte do dia a dia de uma igreja. A Bíblia de fato diz que “Deus não é Deus de
confusão” (I Co 14.33). A organização glorifica a Deus.

2.3.2 Igreja como organismo

A Igreja foi projetada e criada por Deus. É a Sua maneira de prover alimento

espiritual para o crente e oferecer uma comunidade de fé através da qual o


Evangelho é proclamado e a sua vontade progrida a cada geração. A Igreja existe
como a concretização do Reino de Deus e não pode existir desvinculada deste
reino. É na igreja que este reino tem o seu começo e sua concretização primária. A
Igreja não é o reino, mas ela é criatura ou veículo para a extensão do reinar de
Deus.

2.4 Local e universal

Uma igreja local consiste de cristãos que se reúnem num corpo local. Eles
podem ser identificados e contados (Rm 16:14, 15; 1 Co 16:19; Cl 4:15). A igreja
universal consiste de todos os discípulos de Cristo em todo o mundo. Nenhum
homem é capaz de identificar e contar todos os membros deste corpo universal.
Tentativas de contar todos os verdadeiros cristãos em uma nação ou no mundo
ilustram a ignorância e a vaidade dos homens. Somente Deus pode contar e
identificar seus primogênitos "arrolados nos céus" (Hb 12:23). Kessler e Nemuel
define igreja universal da seguinte forma:

A igreja universal é o conjunto de todos os salvos em todas as


épocas e lugares, quer os que já estão na glória quer os que estão sobre a
terra. A igreja de Cristo independente de denominação. Já a igreja local
representa uma parte pequena da Igreja Universal. É formada pelo conjunto
de salvos por Cristos de um determinado local, cidade, distrito ou município.
(Kessler e Nemuel, 1987)

Algumas vezes a Bíblia usa a palavra "igreja" no sentido universal, isto é,

para falar de todo o povo que pertence a Cristo, não importa de onde ele possa ser.
Jesus falou da igreja deste modo: "Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta
pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela"
(Mateus 16:18). Ele não está falando apenas de uma congregação local, nem está
falando de uma organização ou instituição mundial. Ele está falando de pessoas,
pedras vivas, construídas sobre Jesus Cristo, a fundação sólida. “Paulo falou da
igreja, neste mesmo sentido universal, quando escreveu: “Cristo é o cabeça da
Igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo" (Efésios 5:23). Jesus é cabeça sobre
todos aqueles que o servem, todos aqueles lavados e purificados de seus pecados
(Efésios 5:26).
A palavra "igreja" é também usada freqüentemente para descrever uma
congregação local ou assembléia de santos. Aqui uns poucos exemplos: "...à igreja
de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para
serem santos..." (1 Coríntios 1:2); " E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se
recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano" (Mateus 18:17);
"saudai igualmente a igreja que se reúne na casa deles" (Romanos 16:5).

Diferença básica entre os dois conceitos:

Igreja Universal Igreja Local

1. É invisível - um organismo vivo e 1. É visível - composta do povo de Deus


espiritual, formado pelos salvos de de uma localidade, que se reúne
todos os lugares e épocas da história sistematicamente para adorá-lo.
da salvação. 2. É a forma organizacional onde as
2. Não tem limitações geográficas, não pessoas congregam, e pertencem
está sujeita a dias, meses e ano, a um rol de membros.
nação, clero. 3. Não podemos afirmar que todos seus
3. É a Igreja do arrebatamento, aquela membros são verdadeiramente salvos,
que vai subir com o Senhor. que vão subir no arrebatamento.

2.5 FUNDAÇÃO DA IGREJA

Em Mateus 16.18, Jesus Cristo declara que vai edificar a sua igreja: “Pois
também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja”.
Quem ou o que é a pedra sobre a qual Cristo promete edificar a sua igreja? A Igreja
Católica Romana e alguns teólogos protestantes afirmam que Pedro é a pedra a que
Jesus se referiu nesta passagem. Mas esta interpretação traz algumas dificuldades.
Para Pié-Ninot o tema da formação da Igreja e de sua relação com Jesus é
fundamental para a fé cristã.
O lugar de tal desenvolvimento se encontra no acontecimento de
Pentecostes, como também na função de protagonista dos Apóstolos,
especialmente de Pedro, como pioneiro da primeira comunidade cristã, que
juntamente com Paulo, missionário dos gentios, se revela os grandes
portadores do desenvolvimento e da formação da Igreja. (Pié-Ninot, 1998).

Figura 2 – Diferença básica entre Igreja Universal e Local

2.5.1 Quando nasceu a igreja

A igreja emergiu do solo do judaísmo do primeiro século e foi

considerada simplesmente uma seita judaica. Mas seu alcance e importância


impactaram o mundo. Fundada por Cristo, edificada na pregação e na doutrina dos
apóstolos e espalhada pelo mundo através do esforço missionário e perseguição, o
cristianismo alcançou quase todos os cantos do mundo habitado. A Igreja é única e
distinta de qualquer coisa conhecida anteriormente. Os primeiros cristãos
entenderam que Deus estava em Cristo reconciliando o mundo e que eram
embaixadores de Cristo. Homens e mulheres tomados de zelo por causa da
ressurreição de Cristo. Inicialmente, os crentes eram os seguidores do “Caminho”, e
depois, cristãos. Ser chamado de cristão era problema. Eles não se reuniam em
prédios, mas eram devotados a Deus e se reuniam regularmente. Os fatos
mencionados indicam uma evidência única da obra de Cristo. Myer Pearlman (1970)
comentando W.H. Dunphy, afirma:

Ele – e unicamente ele, dentre os fundadores de religião – produziu


um organismo permanente, uma união permanente de mentes e almas,
concentradas em torno de sua pessoa. Os cristãos não são meramente
seguidores de Cristo, senão membros de Cristo e uns dos outros. Buda
reuniu sua sociedade de “iluminados”, mas a relação entre eles não passa
de relação externa, do mestre com o aluno. O que os une é sua doutrina, e
não sua vida. O mesmo pode se dizer Zaroastro, de Sócrates, de Maomé e
dos outros gênios religiosos da humanidade. Mas Cristo não é apenas
Mestre, ele é a vida dos cristãos. O que ele fundou não foi uma sociedade
que estudasse e propagasse suas idéias, mas um organismo que vive por
sua vida, um corpo habitado e guiado pelo Espírito Santo. (Myer Pearlman,
1970, p. 345).

A sua expansão ocorreu quando se manifestou publicamente,

testemunhando a reconciliação pela fé de Cristo Jesus (At 1.8). Isso aconteceu


quando os primeiros cristãos estavam reunidos no domingo, em Jerusalém como
Jesus ordenara. Como prometido o Espírito Santo capacitou os discípulos a
testemunhar Jesus Ressurreto como Salvador e Senhor até mesmo junto ao templo
judeu, “E, cumprindo-se o dia de Pentecostes... todos foram cheios do Espírito
Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes
concedia que falassem” ( At.2. 1,4).

2.6 O DIA DE PENTECOSTE

Pentecoste é uma palavra de origem grega que literalmente significa "dia

da cinquentena", ou seja, o qüinquagésimo o dia após a Páscoa. Essa celebração


religiosa tem suas raízes no Antigo Testamento, quando o Senhor Deus decretou ao
povo de Israel (Ex 23.14-17), a celebração de três festas fixas anuais: a dos Pães
Asmos (relacionada com a festa da Páscoa); a das Primícias (Primeiros Frutos) para
comemorar o início da colheita do trigo (Ex 34.22), que representava a provisão do
Altíssimo. Esta celebração também ficou conhecida como Festa das Semanas, por
ser realizada 7 semanas depois da Páscoa; e a terceira, a Festa da Colheita,
também conhecida como Festa dos Tabernáculos (Ex 34.22; II Cr 8.13), que era
comemorada ao término da colheita, praticamente no final do ano hebraico. Campos
Jr (1995) diz, que o dia de pentecoste é marcado pela efusão do Espírito Santo nos
discípulos de Jesus, cinqüenta dias após a ascensão de Cristo.

“Ao cumprir-se o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos no


mesmo lugar, de repende, veio do céu um som, como de um evento
impetuoso, e encheu toda casa onde estavam assentados. E apareceram
distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um
deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras
línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem”. (ATOS 2. 1-4).

2.6.1 O aspecto histórico

O aspecto histórico da Festa de Pentecostes é digno de menção. Havia três


ocasiões principais em que os israelitas deviam apresentar-se diante do Senhor (Ex
23. 14-17). A primeira delas era a Páscoa, os Pães Asmos e as Primícias, que se
realizavam consecutivamente num período de 8 dias a 2 semanas. A segunda
ocasião era para celebrar a Festa de Pentecostes (também chamada de Festa da
Colheita). Isto acontecia 50 dias após a apresentação por “oscilação” do primeiro
feixe das primícias no final dos Paes Asmos. A terceira grande concentração era
chamada de Festas dos Tabernáculos (Colheita) no final do ano, quando os
israelitas colhiam seus frutos do campo. Este era um período do ano que começava
no primeiro dia do sétimo mês, o qual incluía a Festas das Trombetas, o Dia da
Expiação e a Festa dos Tabernáculos. Isto acontecia em Setembro / Outubro,
conforme a ordenança Divina:

“Depois, para vós contareis desde o dia seguinte ao sábado, desde


o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras
serão. Até ao dia seguinte ao sétimo sábado, contareis cinqüenta dias;
então, oferecereis nova oferta de manjares ao Senhor” (Lv 23. 15,16).
(Bíblia de Estudo de Genebra, 1999).

O livro de Deuteronômio (16. 9-12) descreve a Festa de Pentecoste da


seguinte maneira: “...desde que a foice começar na seara começarás a contar as
sete semanas. Depois celebrarás a Festa das semanas ao Senhor teu Deus; o que
deres será tributo voluntário da tua mão, segundo o que o Senhor teu Deus te tiver
abençoado. E te alegrarás perante o Senhor teu Deus, tu, e teu filho, e tua filha, e o
teu servo, e a tua serva, e o levita que está dentro das tuas portas, e o estrangeiro, e
o órfão, e a viúva, que estão no meio de ti, no lugar que escolher o Senhor teu Deus
para ali fazer habitar o Seu nome.”

2.6.2 O aspecto profético

O aspecto profético da Festa de Pentecostes é cumprido muito claramente em


Atos 2: “E, cumprindo-se o dia de Pentecostes... todos foram cheios do Espírito
Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes
concedia que falassem” ( At. 2. 1, 4). Este é um exemplo bem claro de como Deus
usa as Festas como um “horário” para a história da humanidade.
O que aconteceu em Atos 2 demonstra novamente como os símbolos
proféticos da Festa de Pentecostes foram cumpridos. A oferta dos primeiros frutos
retrata o pequeno grupo de pessoas que se reuniram naquele cenáculo – os 120
devotos que estavam esperando pela promessa do Pai, sobre a qual Jesus havia
falado. Eram consagrados a Jesus e estavam esperando pelo que Ele disse que
aconteceria, isto é, que eles seriam batizados com o Espírito Santo (At. 1. 4, 5, 14).
Eram os poucos devotos que se haviam realmente consagrado a Jesus Cristo como
seu Senhor, e que vivia sacrificado suas próprias ambições a fim de fazerem parte
dos propósitos de Cristo. Eram como a oferta voluntária dos primeiros frutos –
reunidos livremente e de comum acordo, apresentando-se voluntariamente ao
Senhor, preparados para pagarem o preço da identificação com Jesus. É
significativo que os dois pães oferecidos nesta Festa sejam preparados com
fermento. Isto retrata o caráter dos que experimentaram o pentecostes. Deus não
exigiu qualificações morais antes de batizar os 120 com o Espírito Santo. O Batismo
do Espírito Santo é descrito como o dom prometido pelo Pai (At. 1.4). Os dons de
Deus são possíveis devido a bondade de Sua natureza, e não por causa de nossos
merecimentos. O poder do Pentecostes foi o dom de Deus a uma comunidade que
não era perfeita. A trágica historia de Ananias e Safira em Atos 5 nos ensina que
desejarmos o poder ou o prestigio sem a pureza do Espírito Santo significa não
compreendermos uma função importante do mesmo. Ele entra em nós não porque
sejamos perfeitos, mas porque precisamos ser perfeitos.

2.6.3 O aspecto pessoal

O aspecto pessoal desta Festa ainda é poderosamente relevante hoje. Ainda


há a necessidade da oferta voluntária de nós mesmos a Deus. Muitos na Igreja
Cristã desejam o poder do Pentecostes, mas não da mesma maneira como
aconteceu lá em Atos 2. Muitos cristãos acham que é um tanto desnecessário ou
embaraçoso o falar em línguas. Algumas teologias são elaboradas para tentarem
uma explicação eliminatória deste claro ensinamento bíblico, mais Deus sempre se
move de uma maneira nova, Ele sempre coloca uma pedra de tropeço, ou uma
rocha de ofensa naquilo que faz!
A nova era que veio através da Pessoa de Jesus Cristo tinha uma pedra de
tropeço. Os líderes religiosos não podiam compreender a Encarnação de Cristo e
iravam-se muito quando Jesus falava sobre a Sua divindade. Jesus era a pedra que
os edificadores rejeitaram (At. 4. 11). Paulo ensina que o Messias crucificado era
uma outra grande pedra de tropeço para os Judeus (I Co. 1. 23). Não podiam
aceitar o fato de que o Messias precisava morrer. Isto não se encaixava com a
maneira pela qual compreendiam as coisas – não havia nenhuma glória na Cruz.
Pelo contrário, a Cruz fala sobre vergonha e ofensa. É preciso uma revelação para
ver as profundas verdades sobre o Messias crucificado. A mente natural não poderia
aceitá-las.
Na Festa de Pentecostes, o falar em línguas é uma pedra de tropeço
semelhante. Há um problema psicológico semelhante para este conceito incomum
ser aceito. O messias crucificado era algo irracional para os judeus. Falar numa
língua desconhecida parece irracional a muitos cristãos. Porém, não foi nenhuma
denominação que colocou esta pedra de tropeço na Festa de Pentecostes. Foi
Deus que a colocou lá – uma pedra sobre a qual precisamos cair com mansidão e
submissão, para que ela não caia sobre nós. No aspecto pessoal do Pentecostes há
um novo fruto, uma oferta voluntária de nós mesmos, como um sacrifício vivo,
preparados para qualquer coisa que Deus queira fazer em nós. Um novo fruto tem
uma lição simbólica de ser plantada na morte – a morte do auto sacrifício e da
submissão. Desta mansidão e entrega, surge uma colheita de vida.
O Pentecostes era uma ocasião em que toda a nação de Israel comparecia
diante do Senhor, para que Ele pudesse fazer uma obra em seus corações,
colocando um pouco do Seu próprio caráter neles. Isto aconteceu poderosamente
durante o Pentecostes para os 120. O poder do Pentecostes nos transforma. Não
devemos abordá-lo meramente por curiosidade da mesma maneira que
abordaríamos qualquer outra coisa que chame a nossa atenção. Muito
freqüentemente, as preciosas e tremendas coisas de Deus são pregadas tão
despreocupadamente, que os ouvintes ficam sem nenhuma sensação da espantosa
presença de Deus, diante do qual estão. Muitas vezes, o Evangelho é pregado com
toda a ênfase sobre as bênçãos disponíveis, e sem nenhuma menção do
arrependimento necessário. Freqüentemente, o Pentecostes é apresentado como
uma emocionante fonte de poder, sem o fator de equilíbrio que o Espírito de Deus é,
sobretudo, o Espírito Santo de Deus. O Pentecostes é um encontro com Deus.
Todos os encontros com Deus nos transformam. Para nós pentecostais cultuar a
Deus é mais que um reconhecimento de amor e gratidão, é o ato de adoração
produzindo pela admiração do servo pelo seu Senhor. Rolim cita,

Os cultos começam com todos cantando. “Aos domingos se reveste


de maior solenidade, uma banda de música, os músicos todos crentes
enchem o templo com melodias populares, dando aos cânticos calor e
entusiasmo”. (ROLIM,1980).

O encontro com o Senhor produz transformação e liberdade, isto lembra 2


Coríntios 3. 17,18. “Ora o Senhor é aquele Espírito; e onde está o Espírito do Senhor
aí há liberdade. Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo como um espelho a
glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como
pelo Espírito do Senhor”. Vemos aqui a obra do Espírito, removendo o véu de nossos
corações, para que possamos ver a glória do senhor. O resultado de vermos a Sua
glória é que somos transformados – transformados a Sua semelhança com uma
glória cada vez maior. O Pentecostes é o poder de Deus que nos transforma a Sua
semelhança. Esta transformação não é um acontecimento instantâneo, imediato.
Ela ocorre na medida em que continuamos a exercitar o que recebemos no encontro
de Pentecostes – a oferta voluntária de nós mesmos ao Espírito de Deus. Desta
maneira, somos transformados de um nível de glória para o seguinte, passo a passo,
dia após dia, a medida que colocamos em prática o nosso Pentecostes.

2.6.4 O que significa para igreja

A descida do Espírito Santo no dia de pentecoste foi a evidência da glorificação


de Cristo. Myer Pearlman diz, “a descida do Espírito era como um "telegrama"
sobrenatural, informando a chegada de Cristo à mão direita de Deus. Também
testemunhava que o sacrifício de Cristo fora aceito no Céu”. Havia chegado a hora
de proclamar sua obra consumada. O Pentecoste era a habilitação do Espírito no
meio da Igreja. Após a organização de Israel, no Sinai, o Senhor veio morar no seu
meio, sendo sua presença localizada no Tabernáculo. No dia de Pentecoste, o
Espírito Santo veio habitar na Igreja, a fim de administrar, dali, os assuntos de Cristo.

2.7 CONSIDERAÇÃO PROFÉTICA

Segundo Pyer Pearman (1970), “Israel é descrito como uma igreja no sentido
de ser uma nação chamada dentre as outras nações a ser um povo de servos de
Deus”, (Atos 7.38). Quando o Antigo Testamento foi traduzido para o grego, a
palavra “congregação” (de Israel) foi traduzida “ekklesia” ou “igreja”. Israel, pois, era
a congregação ou a igreja de Jeová. Depois de a igreja judaica o ter rejeitado, Cristo
predisse a fundação duma nova congregação ou igreja, uma instituição divina que
continuaria sua obra na terra (Mat. 16.18). Essa é a igreja de Cristo, que veio a ter
existência no dia de Pentecoste.

2.8 CONSIDERAÇÃO HISTÓRICA

Para Myer Pearman (1970), a igreja de Cristo veio a existir como igreja, no dia
de Pentecoste, quando foi consagrada pela unção do Espírito. Assim como o
Tabernáculo foi construído e depois consagrado pela descida da glória divina (Êx.
40.34), assim os primeiros membros da igreja foram congregados no cenáculo e
consagrados como igreja pela descida do Espírito Santo. É muito provável que os
cristãos primitivos vissem nesse evento o retorno da “Shekinah” (a glória manifesta
no Tabernáculo e no templo) que, havia muito, partira do templo, e cuja ausência era
lamentada por alguns dos rabinos. Davi juntou os materiais para a construção do
templo, mas a construção foi feita por seu sucessor, Salomão. Da mesma maneira,
Jesus, durante seu ministério terreno, havia juntado os materiais da sua igreja, por
assim dizer, mas o edifício foi erigido por seu sucessor, o Espírito Santo. Realmente,
essa obra foi feita pelo Espírito, operando mediante os apóstolos que lançaram os
fundamentos e edificaram a igreja por sua pregação, ensino e organização.
Portanto, a igreja é descrita como sendo “edificados sobre o fundamento dos
apóstolos…” (Efésio 2:20).

2.9 TEORIAS ACERCA DA IGREJA

Várias teorias, verdadeiras ou falsas, estão relacionados com o tempo da


igreja, desde a sua criação. Algumas diz respeito a criação, outras com sua missão,
doutrinas, eleição, predestinação, entre outras. Campos Jr (1995) diz, que a partir do
avivamento ocorrido em 1860, nos EUA, geraram-se doutrinas perfeccionistas entre
seus fiés, tendo a idéia central de que era possível a todo homem atingir seus
objetivos por meio da graça de Deus.

2.9.1 Teorias erronias

Com o objetivo de criar dúvidas quanto a legalidade da tarefa primordial da


igreja, muitas teorias vem surgindo ao longo de sua história. Elas apresentam
finalidades até louváveis para a igreja, todavia, não bíblicas, como relata Kessler:

Algumas visam esvaziar a Igreja da sua missão principal ou até


mesmo bani-la do cenário mundial, com os argumentos: a) O Deus dos
evangélicos não cabe mais no mundo de hoje; b) Embora Deus tenha
operado no passado através de vários movimentos para o bem da
humanidade. (Bem, aqui, é revolução, libertação); c) A Igreja já cumpriu sua
missão, nada mais tem a oferecer; É necessário reestruturar a sociedade e
não só procurar converter o indivíduo. A Igreja deve trabalhar para criar uma
sociedade onde não existam pobres, trabalhadores explorados, racismo ou
favela (Kessler e Nemuel, 1987).

2.9.2 Teorias corretas

O problema do mundo de reconhecer o valor da igreja está em parte na falha das


igrejas que dizem representar a Igreja de Cristo. A verdadeira Igreja de Cristo aqui
na terra jamais foi invalidada por Deus, as suas verdades são encontradas na Bíblia,
a Palavra de Deus dirigida aos homens para servir de prática, de regra e de fé, como
afirma Kelssler:
Ela vive e está vencendo (Mt.16.18): a) pois não há outro poder fora
do Evangelho que transforme um ser humano. Não há esperança de um
mundo melhor, a menos que se transformem os que o formam (Rm 1.16); b)
A tarefa da Igreja continuará até o retorno de Cristo, ocasião em que Ele
vencerá por nós se com Ele houvermos vencido (1 Co 15.50-58; Mt 13.33;
Ap 19.6-9; 20.6; Lc 19.17); c) A Igreja verdadeira há de persistir no tempo,
visto que tem um ministério singular e insubstituível para o mundo de hoje;
d) A fundação de Igreja é o cumprimento do mandado divino e todos os que
com motivos puros e evangélicos se dão a esse trabalho, colaboram com o
dono da obra (Mt 16.8) e têm a presença dele garantida (Mt 28.18). (Kessler
e Nemuel, 1987).

A dificuldade das pessoas de reconhecer o valor da igreja cristã está em parte


na falha das próprias igrejas, haja vista a facilidade que existe de se abrir templos
com movimento que não tem nada de Deus. Cada igreja local deve ser uma parte
viva do Corpo de Cristo, trazendo em si o poder transformador de Deus. A
verdadeira igreja de Cristo jamais foi invalidade por Deus e não será pela vontade de
quem quer que seja, porque Ele vive. (Mt 16.18).

3. DESAFIOS DA IGREJA NO NOVO MILÊNIO

É bem certo que vivemos numa época chamada por muitos de “pós-moderna”,
caracterizada por forte desconfiança da razão, muitas e novas “verdades”,
individualismo e consumismo. Há uma semelhança muito grande entre o nosso
tempo e a época em que o cristianismo surgiu. O que temos visto é o ressurgimento
de uma cultura pagã, muito parecida com a cultura do tempo de Jesus e dos
apóstolos. A Igreja Cristã hoje é ignorada pelo mundo, tendo que lutar por sua
sobrevivência ao lado de muitos outros movimentos religiosos. Estas mudanças, que
estão ocorrendo no mundo, tem tido poderosa influência sobre nossa doutrina,
nossa pregação e nosso modelo de ser igreja.

Nesse sentido, igrejas oferecem a chance ao individuo de se libertar do


comodismo, que o faz estagnar e até mesmo regredir economicamente e
espiritualmente. A teologia da prosperidade estabelece essa relação, mas utilizando
o discurso religioso com fundamento da atividade econômica. Assim prosperar é
estar com Deus. Gomes (1994) comenta:

Constantemente, os pastores asseguram aos seus fiéis que


deixariam de ser pastores ou rasgariam a Bíblia, se Deus não lhes
devolvesse com a prosperidade, as suas ofertas. (Gomes, 1994, p. 239).
3.1 Crises éticas

Segundo o dicionário de teologia, Editora Vida, ética é a área de investigação


filosófica e teológica, que busca identificar o certo e o errado, isto é, os padrões
morais, bem como o que é bom e o que significa viver bem. “Em fim, é o estudo do
certo e do errado. O termo ética se deriva do vocábulo grego ethos. A palavra
“maneiras” é usada para denotar conduta ou prática; esse uso correspondente ao
significado do termo grego em 1 Co 15.33, “bons costumes” (ethe chresta). No Novo
Testamento o termo usado para denotar a maneira de vida. A ética bíblica diz
respeito à maneira de vida que a Bíblia prescreve e aprova. De conformidade com
as Escrituras.

Estudiosos do assunto, o Pastor e escritor Lourenço Stélio Rega, também


diretor da Faculdade Teológica de São Paulo, faz sua avaliação e diz que a crise
ética é reflexo da visão incorreta do que seja a missão da igreja e do cristianismo.
Ele faz uma comparação para exemplificar. Observe que o relacionamento do
homem com Deus é igual ao relacionamento do homem com uma máquina de
refrigerante. “Mediante um valor, se obtém uma mercadoria. Deus deixa de ser
Senhor para ser mordomo. A ética fica de fora, pois a relação é meramente
comercial”. Um dos fatores que alimentam essa visão equivocada é a Teologia da
Prosperidade. Arioldo Ramos, pastor e escritor diz: “Há um equívoco em entender
que o altar purifica a oferta, de modo que tudo é interpretado como oportunidades
oferecidas pelo alto. Muitos entendem que tudo é oferecido por Deus,
independentemente de ser correto ou não. Isso é uma clara ação não ética e
ilegal”. , Ramos concorda que priorizar o enriquecimento, os pastores são antiético.
Por conseguinte, o pastor da Igreja Batista Shalon de Brasília - Élcio Lourenço diz:
“os pastores são, antes de tudo, pessoas, e somente alguém efetivamente nascido
de novo e chamado para um mistério pode agir dentro de uma ética eterna”.
Na verdade, existem muitas éticas hoje, muitos conceitos de certo e errado,
porém só a revelação do Deus Santo e Justo possui princípios absolutos do certo e
do errado, por isso devemos vencer a pressão da sociedade, não separar vida
secular de vida cristã, pois tudo em nossa vida devemos buscar na palavra de Deus
a direção para nossas decisões, “sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te
pedirá contas” (Ec 11.9). Sobre os primórdios da igreja Martin N. Dreher relata:
O principal conceito do protestantismo no princípio do século XVI,
que era defendido por uma minoria, era a questão de fé, de respeito a Deus.
Segundo esse conceito, cada pessoa deve se responsabilizar por si diante
de Deus e prestar contas, não podendo, portanto, ninguém tirar culpa da
ação ou decisão de uma minoria ou de uma maioria (Dreher, 2003, p.40).

3.2 Novas filosofias

Não é fácil, mesmo para os próprios filósofos, encontrar uma definição para a
filosofia. Há mesmo quem defenda que a definição da filosofia constitui o primeiro
grande problema para a própria filosofia. Tal não significa, contudo, que não exista
uma resposta para a questão "o que é a filosofia?". O problema é que existe muitas
respostas e nenhuma delas é unânime: qualquer tentativa de definição enfatiza
determinados pontos e desvaloriza outros considerados importantes por outros
filósofos. Este fato está intimamente relacionado com o objeto da própria filosofia,
isto é, com a realidade que a filosofia procura apreender e que se pode dizer
infinitamente variada.

No decorrer da história o conceito de filosofia sofreu várias


alterações e restrições em sua abrangência. As concepções do que seja a
filosofia e quais são seus objetos de estudos também se alteram conforme a
escola ou movimento filosófico. Definir filosofia é realizar uma tarefa
metafilosófica. Em outras palavras é fazer uma filosofia da filosofia. O
sociólogo e filósofo alemão Georg Simmel ressaltou esse ponto ao dizer que
um dos primeiros problemas da filosofia é o de investigar e estabelecer a
sua própria natureza. (WIKIPÉDIA, 2011).

Face às dificuldades de identificação do objeto da filosofia, uma das formas


possíveis de compreendê-la, é analisar o que é feito pelos filósofos ao longo da
história e que pode ser sintetizado como uma atividade de reflexão sobre:

a) Questões metafísicas: problemas do ser e da realidade - o Homem como


fundamento e suporte de tudo o que existe;

b) Questões lógicas: problemas do pensar;

c) Questões da teoria do conhecimento: problemas do conhecimento em geral;

d) Questões epistemológicas, de teoria e filosofia da ciência: problemas do


conhecimento científico e da ciência - enquanto as outras ciências conhecem, a
filosofia estuda a possibilidade do próprio conhecimento, os seus pressupostos e
os limites do conhecimento possível;

e) Questões de filosofia da linguagem: problemas da linguagem - a filosofia estuda a


linguagem das outras ciências na perspectiva da sua estrutura;

f) Questões de ética, filosofia política, estética, materialismo, humanismo,


relativismo dentre outras.: problemas dos valores e da ação humana - ao contrário
das outras ciências que estudam o que é, a filosofia estuda o que deve ser.

3.3 Materialismo

Os dicionários definem o materialismo como a “doutrina que identifica, na


matéria e em seu movimento, a realidade fundamental do universo, com a
capacidade de explicação para todos os fenômenos naturais do universo, com a
capacidade de explicação para todos os fenômenos naturais, sociais e mentais”. Os
adeptos do materialismo rejeitam a existência de um princípio espiritual e relacionam
toda a existência à matéria e a suas modificações.

Na teoria marxista, o materialismo histórico pretende a explicação da

história das sociedades humanas, em todas as épocas, através dos fatos materiais,
essencialmente econômicos e técnicos. A sociedade é comparada a um edifício no
qual as fundações, a infra-estrutura, seriam representadas pelas forças econômicas,
enquanto o edifício em si, a superestrutura, representaria as idéias, costumes,
instituições (políticas, religiosas, jurídicas). A propósito, Marx escreveu, na obra A
miséria da filosofia (1847) as relações sociais são inteiramente interligadas às forças
produtivas. Adquirindo novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo
de produção, a maneira de ganhar a vida, modificam todas as relações sociais. Ele
enfatiza:

“Qualquer que seja a forma social do processo de produção, tem


este de ser contínuo ou de percorrer, periódica e ininterruptamente, as
mesmas fases. Uma sociedade não pode parar de consumir nem de
produzir. Por isso, todo processo social de produção, encarado em suas
conexões constantes e no fluxo contínuo de sua renovação, é, ao mesmo
tempo, processo de reprodução”. Ou seja, “as condições da produção são
simultaneamente as de reprodução. Nenhuma sociedade pode produzir
continuamente, isto é, reproduzir, sem reconverter, de maneira constante,
parte de seus produtos em meios de produção ou lamentos de produção
nova”. (MARX, 2006).
Com isso, o rigoroso determinismo econômico em todas as sociedades
humanas, foi estabelecido por Marx e Engels dentro do permanente clima de
polêmica que mantiveram com seus opositores, e atenuada com a afirmativa de que
existe constante interação e interdependência entre os dois níveis que compõe a
estrutura social, da mesma maneira pela qual a infra-estrutura atua sobre a
superestrutura, sobre os reflexos desta, embora, em última instância, sejam os
fatores econômicos as condições finalmente determinantes. Nesse sentido, Marx e
Engels entende que:
O primeiro pressuposto de toda a existência humana é a que todos
os seres humanos tenham condições objetivas para a satisfação das suas
necessidades, pela produção da sua vida material. É tão-somente na
efetivação desse pressuposto que os seres humanos podem viver para
“poder fazer história”, ou seja, produzir e transformar as múltiplas e
complexas determinações presentes na realidade. Deste modo, é através
do processo de trabalho, entendido como o intercâmbio ineliminável dos
seres humanos com a natureza, mediante um ato teológico advindo de uma
posição consciente, o meio para a consecução da satisfação das
necessidades humanas. (Marx e Engels, 2007).

De acordo com Heller (1986), os objetos da produção da vida material


fundamentam a existência das necessidades, bem como estas justificam o
surgimento dos objetos. Com efeito, a necessidade do ser humano e o objeto da
necessidade, que pode ser um produto material e imaterial ou uma atividade
concreta, estão numa estreita correlação. Enquanto a “questão social” parte
constituinte do modo de produção e reprodução da vida social sob a proteção do
capital é imprescindível não dissimular o antagonismo fundamental operado pela
separação entre o homem, que possui tão somente a sua força, do capitalista que
detém os meios de produção e de subsistência. Ou seja, “[...] é necessário haver
antes, de um lado, possuidor de valor ou de dinheiro e, do outro, possuidor da
substância criadora de valor”.

3.3.1 Materialismo na igreja

Como princípio filosófico-religioso, o materialismo ensina que a única realidade


existente é a matéria, e nada mais. Ele nega a existência da alma do homem e, de
igual modo, a existência de Deus. Ele ensina que o homem e a mulher são apenas
animais de uma escala superior e nada mais. Ora, isso exime o homem de qualquer
responsabilidade moral em relação aos seus atos, e é isso o que eles querem: viver
exclusivamente para os prazeres da carne, praticar o nudismo livremente, eliminar
de vez o casamento. O materialismo ensina que os processos e fenômenos físicos e
mentais do organismo humano são apenas movimentos e funções da matéria. Estas
mudanças, que estão ocorrendo no mundo, tem tido poderosa influência sobre
nossa doutrina, nossa pregação e nossa maneira de ser igreja. Por exemplo, o
pensamento é apenas secreção da matéria, assim como a bílis é secreção do
fígado. Noutras palavras, o materialismo é a deificação da matéria. Como filosofia de
vida, o princípio do materialismo está adentrando camufladamente nas igrejas com o
esplêndido título de “evangelho da saúde e prosperidade”. A igreja, durante a sua
história, envolveu-se com as riquezas deste mundo de tal forma que tem impedido o
verdadeiro estabelecimento do Reino de Deus. O que geralmente ocorre é que em
alguns grupos a grande quantidade de riquezas ocupa o tempo e o coração de seus
líderes, ao mesmo tempo em outros a falta de dinheiro gera intranqüilidade a ponto
de levar seus obreiros a se envolverem no serviço secular.

Paulo diz que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males (1Tm 6.10) e

acrescenta: estes estão sujeitos a caírem em laços e ciladas. A vontade de Deus é


que tenhamos o necessário para viver, e que estejamos tranqüilos e confiantes nele
para o nosso sustento (Mt 6.33). Outro fator que contribui para o materialismo na
igreja é a globalização. Sousa (2007) relata que, esse processo provocou mudanças
no universo religioso, exigindo que as igrejas adaptassem suas maneiras de
funcionar. Devido ao aumento de evangélicos no mundo, as igrejas vêem a
necessidade de se enquadrarem nesse contexto. Segundo a revista veja (2009), o
consumo de mercadorias voltadas para o público evangélico é o que mais cresce em
relação ao mercado religioso em geral.

3.4 HUMANISMO

O humanismo pode ser definido como um conjunto de idéias e princípios que


valorizam as ações humanas e valores morais (respeito, Justiça, amor,
solidariedade). Para os humanistas, os seres humanos são os responsáveis pela
criação e desenvolvimento destes valores. Desta forma, o pensamento humanista
difere do pensamento religioso que afirma que Deus é o criador destes valores. Para
Maslow (1964), o homem tem várias necessidades a serem satisfeita, porém há uma
certa prioridade na satisfação dessa necessidade, que alguns autores com Lannoy
Dorin (1980) chamou de motivos.

Maslow propôs uma hierarquia entre as necessidades dos seres humanos e as


organizou em forma de pirâmide, na qual aquelas colocadas num determinado nível
só poderiam ser satisfeitas quando ocorresse o mesmo com as que estivessem nos
níveis anteriores. Ou seja, as necessidades seriam satisfeita da base para o topo
seguindo uma hierarquia.

Figura 3 - Pirâmide de Maslow, extraída de (Piletti, 1987).

Em primeiro lugar estariam as necessidades fisiológicas (Fome, Sede, Sono);


necessidades de seguranças (garantia, ausência de perigo); necessidade de amor e
participação (afiliação, aceitação, pertinência a grupos); necessidade de estima
(valorização e reconhecimento); necessidade de conhecimento e compreensão
(curiosidade, exploração, desejo de conhecer coisas novas, compreender as coisas);
necessidade de estética (busca da beleza, da perfeição). (Apud Dorin, 1980).
3.4.1 Humanismo secular

O humanismo se desenvolveu e se manifestou em vários momentos da história


e em vários campos do conhecimento e das artes. Humanismo na antiguidade
clássica (Grécia e Roma): manifestou-se principalmente na filosofia e nas artes
plásticas. As obras de arte, por exemplo, valorizavam muito o corpo humano e os
sentimentos. Humanismo no Renascimento: nos séculos XV e XVI, os escritores e
artistas plásticos renascentistas resgataram os valores humanistas da cultura
gregoromana. O antropocentrismo (homem é o centro de tudo) norteou o
desenvolvimento intelectual e artístico deste tempo. Positivismo: desenvolveu-se na
segunda metade do século XIX. Valorizava o pensamento científico, destacando-o
como única forma de progresso. Teve em Auguste Comte seu principal idealizador.

O Humanismo Secular também conhecido por Humanismo Laico é um termo


que tem sido usado nos últimos trinta anos para descrever uma visão de mundo com
os seguintes elementos e princípios (WILKIPÉDIA, 2011) 2:

• Uso da razão, do método cientifico e da evidência factual em lugar de fé ou de


misticismo, na busca de soluções e respostas para as questões humanas mais
importantes.

• Certeza de que dogmas, ideologia e tradições religiosas, políticas ou sociais


devem ser avaliados e testados, em vez de simplesmente aceitos por uma questão
de fé.

• Busca da satisfação, do desenvolvimento e da criatividade, para o indivíduo e


para a humanidade em geral.

• Preocupação com a vida presente e compromisso de dotá-la de sentido


através de um melhor conhecimento de nós mesmos, de nossa história, das nossas
conquistas intelectuais e artísticas e das perspectivas daqueles que diferem de nós.

• Busca por princípios viáveis de conduta ética (tanto individuais quanto sociais
e políticos), julgando-os por sua capacidade de melhorar o bem-estar humano e a
responsabilidade individual.

2 WIKIPÉDIA. A enciclopédia livre: Humanismo Secular. Disponível em


http://pt.wikipedia.org/wiki/Humanismo_secular. Acesso 2011
• Busca constante pela verdade objetiva, levando em consideração que nossa
percepção dessa verdade nunca é preenchida, pois ela pode ser ampliada por novos
conhecimentos e experiências.

• Certeza de que com razão, boa vontade e tolerância, pode-se progredir na


construção de um mundo melhor para todos nós.

Apesar das profundas raízes bíblicas do humanismo, a partir do século XIX. Os


filósofos e ideológicos do marxismo deturparam o termo “humanismo” ao reservá-lo
para expressar uma perspectiva do valor humano independente de Deus e de fato
hostil a toda consideração teológica. Com isto se preparou o caminho para o que
hoje se denomina “Humanismo Secular”. O que caracteriza o humanismo secular é a
adesão do ponto de vista filosófico conhecido como materialismo ou naturalismo.
Portanto, o humanismo secular é uma vertente do naturalismo, enraizado nos
pressuposto básicos deste, que pode enunciar como se segue 3:

1. Deus não existe, somente o universo material que, de uma ou outra forma, é
eterno, não criado, já que não há tal Criador. A realidade final é a matéria e a
energia.

2. O universo é um sistema fechado, no qual tudo ocorre segundo


determinadas leis naturais. Isto exclui a possibilidade de influências externas, como
o são os milagres. Tudo quanto pode ocorrer é o resultado da operação de princípios
próprios do universo material.

3. A vida existe como resultado da combinação ao azar de um conjunto de


fatores que possibilitaram a sua aparição a partir da matéria inerte. Todas as formas
de vida se originaram de uma célula primordial, a partir da qual evoluíram ao longo
de milhões de anos, todas as demais formas, incluindo evidentemente o homem.

4. Os seres humanos são o resultado eventual da evolução natural. Em última


análise apenas são organismos mais complexos, cujos aspectos únicos (como
inteligência, personalidade e vontade) se podem explicar, ao menos em princípio,
pelo conjunto de leis físicas e químicas que regem os sistemas biológicos. Todas as

3 Estas informações foram adquiridas em: http://pt.scribd.com/doc/30775658/O-Humanismo-Secular-


Asua-influencia-na-sociedade-e-na-igreja. Acesso em 2011.
ações e pensamentos dos homens devem-se a causas naturais, sejam estas
genéticas ou ambientais.

5. A morte é o fim da existência individual. Já que a existência humana é


exclusivamente o resultado de processos naturais, a personalidade individual
desaparece com a morte do corpo. O destino inexorável de todo homem é o
desaparecimento pessoal, e o retorno dos seus componentes moleculares ao
cosmo.

6. A história humana é uma sucessão de acontecimentos vinculados por


relações entre causas e efeitos, porém carente de qualquer propósito global. Não há
um objetivo da história, nem que a guie; esta simplesmente ocorre, a partir das
ações humanas. Se não ocorrer uma catástrofe cósmica, a história está
completamente nas mãos dos homens, para o bem ou para o mal.

7. A moral é um assunto exclusivamente humano. Em termos práticos, isto


significa que são os seres humanos por si mesmo, ou cada sociedade no seu
conjunto, quem deve estabelecer que princípios e práticas consideram adequadas.
Evidentemente, podem modificar tais práticas e princípios segundo as necessidades,
conveniências ou preferências individuais e sociais, sem nenhum guia superior ao
homem nem tribunal supremo ao qual prestar-lhe contas.

Por conseguinte, as crenças fundamentais do naturalismo se opõem

diariamente às da fé bíblica, que estabelece a existência de um Criador pessoal,


sustentador do universo e ativo nele, originador da vida por um ato especial e
deliberado; a criação do homem à imagem e semelhança de Deus como origem da
personalidade e da liberdade; a subsistência depois da morte física; a História como
o campo no qual se cumpre o plano divino; e a moral baseada no que Deus
estabeleceu como bom para o comportamento humano.

3.4.2 Influência do humanismo na igreja

Como a igreja está inserida na sociedade, é real a influência do


humanismo secular no contexto religioso. A proliferação de livros e seminários,
baseados em duvidosas teorias psicológicas, para melhorar a auto-estima e
promover o bem-estar por meio principal ou exclusivamente psicológicos. Estas
atrativas propostas para o “desenvolvimento pessoal” para serem analisadas
seriamente à luz das escrituras como faziam os cristãos de Bereia com os
ensinamentos dos apóstolos (At 17.11). Em vez disso, se aceita com entusiasmo e
se as segue por um tempo, até que aparecem outras mais novas que por sua vez se
põem de moda. Em contraste com estas técnicas que vão e vem, a palavra de Deus
permanece para sempre.

A seguir, podemos destacar a subestimação do pecado. Nós, cristãos,


servimos a um Deus três vezes santo, que aborrece o pecado. Jesus morreu para
que pudéssemos ser salvos dos nossos pecados. Contudo, não é raro ver que, o
que a Bíblia chama pecado, se interpreta como problemas psicológicos sem ver a
sua verdadeira e fundamental raiz espiritual. É claro que a psicologia tem um lugar
na igreja, mas sempre subordinada aos claros ensinamentos Bíblicos.

Uma via de penetração do humanismo secular na igreja é através do que


se deu em chamar o “Evangelho da Prosperidade”. Pode apresentar-se de maneira
muito espiritual, mas no fundo da idéia de que todo cristão tem direito a grandes
posses materiais se acha um raciocínio meramente humano. Para Bittencourt:

O princípio básico da prosperidade é a doação financeira, entendida


não como um ato de gratidão ou devolução a Deus (como na Teologia
radicional), mas como um investimento. Devemos dar a Deus para que ele
nos devolva com lucro. (BITTENCOURT, 1994).

A teologia da prosperidade é uma sistematização de crenças próprias das


camadas média da população. Essa teologia ensina que a pobreza é demoníaca e
que Deus, por ser um pai amoroso e rico, quer ver seus filhos sadios, prósperos e
ricos. Quem “vive fora dessa dimensão, está fora do propósito divino e necessita
descobri-lo urgentemente” (Macedo, 1993).

Nesse caso, a Igreja corre o risco de sucumbir à tentação de confiar mais


em planos, técnicas e esquemas humanos que em apegar-se fielmente à Palavra de
Deus. Uma delas é confiar que a organização pode fazer o que corresponde ao
organismo, ao corpo de Cristo. Uma boa organização sem dúvida pode ajudar á
sábia administração dos recursos para o progresso do reino, mas de modo algum
pode

substituir a fé, a devoção ou a santidade.

Um perigo grave é a manipulação psicológica dos membros, ou daqueles


a quem se prega o evangelho. As emoções são parte da nossa natureza e é normal
e lícito que tenham um papel importante no que Paulo chama “Culto Racional” (Rm
12. 1,2). Porém, alguns pregadores muito populares parecem recorrer mais às
técnicas de manipulação de massas do que ao poder do Espírito Santo, que é quem
convence o homem do pecado, da justiça e do juízo. A nossa sociedade é uma fonte
de constante confusão de “Filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos
homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Col. 2.8).
Contudo, também é o campo o qual o Senhor nos mandou anunciar a sua palavra.

3.5 RELATIVISMO MORAL

Relativismo é um pensamento filosófico que afirma não existir verdade


absoluta. Tudo se torna relativo mediante as circunstâncias, os tempos, os lugares.

O relativismo é uma doutrina que prega que algo é relativo,


contrário de uma idéia absoluta, categórica. Atitude ou doutrina que afirma
que as verdades (morais, religiosas, políticas, científicas, entre outros)
variam conforme a época, o lugar, o grupo social e os indivíduos de cada
lugar. (WIKIPÉDIA, 2011).

A verdade não é transcendente aos tempos e lugares, e, sim, mutável. “Assim


podemos concluir que o Relativismo é um termo filosófico que se baseia na
relatividade do conhecimento e repudia qualquer verdade ou valor absoluto. Todo
ponto de vista é válido”, (WIKIPÉDIA, 2011). Nota-se, de forma clara, como esse
pensamento é contraditório, pois afirmar que tudo é relativo é o mesmo que alegar
que essa afirmativa também é relativa. Nagel menciona isso em uma de suas obras
de defesa da razão, apesar de alguns pontos duvidosos em seus pensamentos.

Para dizê-lo esquematicamente, a reinvidicação tudo é subjetivo, só


pode ser um disparate, pois ela própria precisaria ser ou subjetiva ou
objetiva. Mas ela não pode ser objetiva, já que, neste caso, se verdadeira,
seria falsa; e não pode ser subjetiva, porque então não poderia promover
nenhuma reinvidicação de que ela é objetivamente falsa. ( NAGEL, 1998).
É evidente, que ao afirmar tal proposição, estaria mencionando uma verdade,
então a verdade existe e não é relativa como dizem.

Na filosofia aristotética são relativas as coisas cujo ser depende de outras.


Nesse contexto, o relativo é oposto ao absoluto, isto é, que existe por si mesmo.
Absoluto, portanto, é a causa sem causa, enquanto o relativo é uma conseqüência
proveniente de uma causa e que depende dela para ser explicada. O absoluto é
autosuficiente, enquanto o relativo, não. O absoluto corresponde à existência de
Deus e o relativo aos seres criados. Modernamente, no entanto, o relativismo é a
teoria que nega a existência de qualquer teoria, regra, moral, ética ou qualquer outro
tipo de verdade que assuma para si o postulado de absoluto, inequívoco ou
transcendente.

3.6 O PROBLEMA DO RELATIVISMO NA IGREJA

A década de 60 ficou conhecida com um período de muito sexo, rock in

roll e grandes revoluções como a chamada revolução sexual, o conceito de verdade


absoluto passou a ser rejeitado por grande parte da sociedade para ceder lugar ao
relativismo. Daquela época até os dias atuais essa idéia que afirma que as verdades
morais, políticas, religiosas, dentre outras, variam conforme a época, cultura de cada
indivíduo ou grupo social vem se fortalecendo e ganhando espaço nas discussões
nos bancos de escolas, faculdades, universidades e igrejas. Essa filosofia repudia
qualquer valor absoluto. Todo ponto de vista é válido até porque o que é bom para
um, não pode ser para outro. A massificação dessa idéia tem conseguido adeptos
em muitas comunidades e, até mesmo, na igreja cristã evangélica, o que acaba
trazendo consequências sérias, inclusive, de desobediência a Palavra de Deus.

O homem pós-moderno e secularizado não busca a coerência da verdade.


Para ele o certo é aquilo que satisfaz as suas necessidades imediatas ou não. A
igreja cristã pós-moderna, no entanto, precisa saber lidar com a realidade vigente
sem refutar os princípios divinos. Pois, a igreja é lavada e remida pelo sangue do
Cordeiro. Por isso, precisa se despojar do velho homem e de conceitos não
expressados na Bíblia, daquilo que não vem de Deus (Gl 1.8); Necessário se faz
renovar no espírito (Ef 4.21-24) e dispor o coração para andar na verdade. (Sl
86.11;Cl2.8).
A SECULARIZAÇÃO DA IGREJA

Vivemos em uma época sem precedentes na história da raça humana. A


tecnologia, crescente desde o pós-guerra, tem modificado radicalmente os métodos
de produção industrial, forma de comprar e vender produtos, formas de lazer,
hábitos e costumes, sem falar da disponibilidade da informação à velocidade da luz.
Estima-se que hoje, a cada cinco anos, é dobrado todo o conhecimento humano,
provocando profundas e irreversíveis mudanças na sociedade. Neste meio, temos
uma igreja com crise de identidade que não sabe tratar o novo sem violentar os
princípios de Deus. Embora não seja uma unanimidade entre os que tentam definir o
período em que estamos vivendo, termos como pós-modernidade ou pós-cristã
estão sendo largamente aceitos, tendo seu início nos anos cinqüenta. As alterações
em todas as áreas da sociedade têm sido movidas por um profundo desejo de
liberdade, igualdade e paz baseadas na informação e sua materialização, gerando
um conjunto de fatores que oferecem grandes riscos à Igreja de Cristo, dos quais
gostaríamos de enfatizar a secularização.

O termo secularismo procede do latim "saeculum" e significa


"pertencente a uma época". Em sentido religioso, o vocábulo é empregado
para designar o comportamento e o pensamento do mundo de nosso tempo,
que são inversos ao sagrado ou espiritual. Portanto, "secular" representa o
modo de viver deste mundo, aquilo que se opõe ou que não comunga com
os interesses espirituais do Reino de Deus. (Lições Bíblicas – 4º Trimestre,
2005).

Na prática secularismo é:

a) a aceitação, acomodação dos padrões do mundo dentro da Igreja;

b) a vulgarização da santidade, fidelidade e o profanar das coisas sagradas


como: família, Igreja, escola, obediência e a busca desequilibrada e pelo
prazer;

c) a valorização do ter e não do ser;

d) a valorização da forma ao invés do conteúdo;

e) a exclusão do compromisso, responsabilidade, buscando uma liberdade


sem fronteira;
f) a perda da identidade, eu sou crente, não parece, ah Deus só quer saber do
coração;

g) a busca do prazer a qualquer custo, preço, na hora que assim desejam;

h) os pais que obedecem e os filhos que mandam., ordenam;

O aumento da secularização na igreja pode ser vistos com as grandes

mudanças por que vem passando, na sociedade brasileira, o universo das crenças e
das práticas religiosas. Tais mudanças, cujos aspectos quantitativos podem ser
avaliados através dos Censos Demográficos do IBGE, a partir de 1970, aceleraram-
se dramaticamente na década de 1991/2000. Analisando-se o quadro abaixo,
constatam-se claramente três tendências principais: 1) a significativa diminuição
percentual da população que se declara adepta da religião, majoritária, o catolicismo
(de 83 para 73,6%); 2) o grande salto dos evangélicos (de 9 para 15,4%) e a
surpreendente expansão do segmento que se auto define “sem religião” (de 4,7 para
7,4%).

Distribuição percentual da população residente, por religião – Brasil –


1991/2000
Religiões 1991 (%) 2000 (%)

Católica Apostólica Romana 83,0 73,6

Evangélicas 9,0 15,4

Espíritas 1,1 1,3

Umbanda e Candomblé 0,4 0,3

Outras religiosidades 1,4 1,8

Sem religião 4,7 7,4


Figura 4 - Distribuição percentual da população por religião - Brasil 1991/2000

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 1991/2000.

De acordo com Peter Berger (1985),


A secularização seria um processo no qual setores da sociedade e
da cultura são retirados da dominação das instituições religiosas e de seus
símbolos, afetando tanto a sociedade e a cultura como as consciências
individuais (Berger, 1985).

Ao se referir à cultura e aos símbolos, Berger quer enfatizar que a

secularização não se restringe à esfera sócio estrutural, mas engloba a totalidade da


vida cultural e pode ser percebida “no declínio dos conteúdos religiosos, na filosofia,
na literatura e, sobretudo, na ascensão da ciência, como uma perspectiva autônoma
e inteiramente secular, do mundo”.

O grande desafio da Igreja é enfrentar nestes dias que precedem a volta

de Cristo, a pressão e o engodo do secularismo sobre ela. A influência do


mundanismo que se manifesta em forma de apelo, fascínio, mistura prazer e
imitação, resulta em perda dos valores e virtudes cristãs, no enfraquecimento e
estagnação da Igreja. Nesse estado, a igreja torna-se uma mera organização
eclesiástica, sem vida e sem o poder do Espírito Santo. Os fundamentos da fé se
abalam e por fim desabam. Nos mais diferentes lugares percebem-se a sutil e
crescente infiltração do mundanismo na Igreja sob a forma de conceitos,
comportamentos e práticas anticristãs.

3.7.1 A perda da identidade

Segundo o IBGE já somos mais de 55 milhões de evangélicos no Brasil. O


gráfico do crescimento das igrejas nas duas últimas décadas impressiona, e caso
esse crescimento permaneça no mesmo ritmo, em 2025 os evangélicos
representarão 50% da população brasileira. Possuímos grandes templos, estamos
em todos os tipos de mídias, temos engajamento político, realmente as igrejas
evangélicas alcançaram grandes conquistas. Entretanto, no meio de tantos números
otimistas, existe um fenômeno nocivo cada vez mais presente em nosso meio: A
perda da identidade!

Essa é a primeira conseqüência da secularização da igreja, a perda


de identidade do crente, uma vez que a Igreja somos nós, resgatados por
Cristo para sermos um povo peculiar. (Lições Bíblicas – 4º trimestre de
2005).

Neste contexto, encontramos uma forte tendência para a teologia de pós-


modernismo. Um vilão bastante conhecido das igrejas, responsável pelas mudanças
dos paradigmas, perda de identidade e valores cristãos. O resultado é: uma fé
palpável, onde a comercialização de ícones, relíquias, além da compra do favor de
Deus, lenços ungidos, sal grosso, fogueira santa, venda de produtos,
comercialização da Palavra de Deus, dentre outros.

Estes conceitos refletem a ética do Reino. É possível encontrar um ponto

de equilíbrio, que mantenha a igreja ativa e relevante no cenário, pós-modernidade,


e ao mesmo tempo retenha sua pureza e sua identidade, como destaca o Pr. André
Maurício, 2004:

“Uma das facetas que caracteriza a crise de identidade da Igreja é o


não saber tratar com o novo, não saber contextualizar a mensagem sem
violentá-la, sem deturpá-la, sem ferir os princípios de Deus. Há grupos
evangélicos que têm tanto medo do novo que agem semelhante (sic) aos
essênios, encavernando-se na religiosidade, vivendo no mais extremo
ostracismo, chegando até mesmo às raias do ridículo (...). Desconsideram o
fato de que há um hoje para ser trabalhado, um agora para ser tratado por
nós que fazemos parte desta geração. É na geração que vivemos que
temos um compromisso com Deus de implantar o Seu reino.” (ANDRÉ, M.
1995. p. 40).

Neste cenário a igreja do Senhor Jesus deve viver e atuar como representante
do Reino de Deus, até que Ele nos resgate para a morada eterna. O objetivo do
Evangelho não é construirmos o nosso próprio reino. Mas sim, para desenvolvermos
o Reino de Deus que já está entre nós (e em nós) e ainda está por vir a sua
completa glória e revelação.

3.7.2 Valorização da forma ao invés do conteúdo

Nossas igrejas estão cheias de homens trocando o conteúdo pela forma, frases
e discursos de efeito que emocionam, mas que nem chegam perto de atingir a razão
de seus ouvintes, desta maneira se autodenominam pregadores avivados, mas
avivamento nada tem a ver com emocionalismo, avivamento se dá no coração e é
refletido em adoração sincera e em fervorosa devoção a Deus, assim como era o
apóstolo Paulo, um homem tão apaixonado pelo evangelho, que nem cadeias, nem
açoites nem fome ou nudez o impediram de transmitir o verdadeiro evangelho de
Cristo, através do qual vidas eram verdadeiramente transformadas, enfermos eram
curados, e o Espírito Santo se fazia notório nas reuniões em que Paulo participava e
pregava, avivamento este onde a palavra de Deus era apregoada sem maquiagem e
nem era suavizada para agradar a ninguém, fossem gregos, romanos ou judeus. Se
Paulo estivesse vivendo em nosso tempo condenaria o ecumenismo que pouco a
pouco vem tentando instalar-se nas igrejas, ecumenismo em alguns casos até se
chega ao sectarismo. Que não é outra coisa, senão aberta a corrupção dos
preceitos sagrados do evangelho de Cristo.

Temos como exemplo a “festa junina”, hoje, há igrejas que no período junino,
faz a festa “sem João, mas com Jesus”, isto é a mistura de costumes religiosos,
impróprios a luz da Bíblia Sagrada, adotada por alguns lideres evangélicos. Na
verdade, estas festividades são adoração a ídolos e desagradam a Deus. Como
crentes, devemos cultuar somente a Deus e só a Ele servir (Mt 4.10).

Alegando “atividade cultural” e “folclórica”, há templos evangélicos


em cujos pátios vêem-se roda de capoeira e ensaio de bloco carnavalesco,
enquanto no santuário, no chamado “louvorzão”, entram em cena os
“trenzinhos” e outras abominações. A linguagem mântrica “animadores de
culto” e até elementos do judaísmo aparecem em conjunto com a liturgia
cristã. (Lições Bíblicas – 4º trimestre de 2005).

Devemos evitar estas festas. Não podemos pensar que somos crentes
superpoderosos. A própria Bíblia nos diz que somos homens fracos e que temos de
nos abster daquilo que não honra ao Senhor Nosso Deus. O que temos visto é o
mundo convertendo a igreja santa de Deus, pois tem faltado sabedoria e
conhecimento para fazer a diferença. Simplesmente os costumes pagãos se infiltram
na vida dos “desapercebidos”.

3.7.3 Inexistência de compromisso bíblico

Diante dos números, cada vez mais animadores para os evangélicos,

comprovam o crescimento fantástico dos evangélicos nesta última década. Temos


um templo em quase cada esquina das grandes cidades. Os espaços onde
funcionavam bares, cinemas, oficinas mecânicas, mercados e outros comércios,
tornaram-se lugares de culto ao Senhor Jesus. No Brasil, o número de evangélicos
dobrou em 20 anos. A Revista Veja de 03 de Julho de 2.002 escreveu: “O maior país
católico do mundo está ficando cada vez mais evangélico. Veja os números 4:

“O resultado do censo demográfico no quesito religião, divulgado


neste ano, mostra que mais de 15% dos brasileiros – um rebanho de 26
milhões de pessoas – são protestantes. É um percentual cinco vezes maior
que em 1940 e o dobro do de 1980. Em estados como Rio de Janeiro e
Goiás, o índice supera 20% dos habitantes. No Espírito Santo e em
Rondônia, os evangélicos passam de um quarto da população. Esse ritmo

4 Revista Veja, A nação evangélica, Edição 03/07/2002


indica que metade dos brasileiros poderiam estar convertidos em cinco
décadas – um tempo mínimo quando se fala em avanço religioso.” (Veja,
03/07/2002)

Na contra mão desse cenário, observamos na Igreja do Senhor Jesus uma


superficialidade da doutrina Cristã. Nas últimas décadas, muitos evangélicos se
distanciaram dos fundamentos da eclesiologia bíblica ou dos princípios da reforma
protestante. A credibilidade da igreja tornou-se enfraquecida por aceitar o
crescimento e os frutos do liberalismo teológico. Estes adotam métodos históricos
críticos de interpretação da Bíblia. Em virtude dessa realidade a Palavra de Deus e
sua relevância são questionadas. O Pr. John MacArhtur diz,

Sempre existiu e existirá uma incompatibilidade fundamental entre a


igreja e o mundo. O pensamento cristão não se harmoniza com todas as
filosofias do mundo. A fé genuína em Cristo envolve uma negação de todos
os valores mundanos. A verdade bíblica contradiz todas as religiões do
mundo. O cristianismo é, por essa razão, oposto a quase tudo que este
mundo admira. (MACARHTUR, J 2003).

Em consequência dessa postura doutrinária, os valores morais bíblicos são


enfraquecidos. A ética é governada pelo conceito de que o amor e a graça de Deus
nos permitem viver como bem entendermos. Não há nada de errado, defendem o
sexo antes do casamento. Por conseguinte, temos ainda o movimento
neopentecostal, adeptos da teologia da prosperidade, da batalha espiritual com forte
ênfase a demonisação, crédito às novas revelações, modelo eclesiástico episcopal
centrado nos auto-intitulados bispos e apóstolos. Como os liberais e “libertinos”, os
neopentecostais relegam a autoridade da Bíblia a plano secundário.

A igreja evangélica no Brasil vive uma crise em que, em sua maioria,

pouca ou nenhuma importância é dada às Escrituras. Com isso, multiplica as falsas


doutrinas pela ausência da prática da hermenêutica e exegese bíblica. Manipulação
das massas, e ainda um testemunho que perdeu seu poder de influenciar. Diante
deste contexto, temos a confiança nas palavras do Senhor Jesus, “...As portas do
inferno não prevalecerão contra a igreja...” (Mt 16.18).

4. A RESPOSTA DA IGREJA PARA OS DESAFIOS DO NOVO MILÊNIO

Não podemos entender a Missão da Igreja independentemente da missão de


Jesus, a Cabeça da Igreja. Portanto, se Jesus veio inaugurar o Reino, a missão da
igreja não pode ser outra senão a manifestação, ainda que não plena, do Reino de
Deus, em palavras e obras, no poder do Espírito Santo. Dentro desta visão, a igreja
tem um chamado duplo: O primeiro é como agente do Reino, a igreja é chamada a
proclamar o Senhor Jesus como único Senhor e Salvador. O cerne da sua
proclamação é o anúncio de que, por meio da cruz, há possibilidade de reconciliação
com Deus, consigo mesmo e com o próximo. No segundo, a igreja é chamada
também para realizar as “boas obras que Deus preparou de antemão para que as
realize” (Ef. 2:10), pois para isso foi criada. Fomos salvos para as boas obras. Por
meio delas, o Reino se torna historicamente visível como uma realidade presente.
Neste contexto, René Padilha (2005), destaca:

Por meio da Igreja e de suas boas obras o Reino de Deus se torna


historicamente visível como uma realidade presente. As boas obras,
portanto, não são um mero apêndice da missão, mas uma parte integral da
manifestação presente do Reino: elas apontam para o Reino que já veio e
para o Reino que está por vir (PADILHA, R 2005).

Assim sendo, podemos entender que as igrejas evangélicas não estão

somente direcionadas para a salvação da alma, oferecendo a reconciliação com


Deus por meio de Jesus Cristo, mas também as necessidades do corpo e a
reconciliação do ser humano e seu próximo. Pois, devem proclamar a justificação
pela fé e ao mesmo tempo a realização do serviço social que esta enraizada no
amor de Deus pelos pobres. Jesus nos oferece o modelo perfeito de serviço e envia
sua igreja para ser uma igreja serva, sendo a missão de Cristo a missão da igreja,
de se entregar pelo próximo por amor.
“Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu vos enviei ao mundo”. (João
17.18).

4.1 Evangelização e ação social

Uma das prioridades na missão da igreja é a evangelização e a ação social.


Estes são instrumentos que a igreja de Cristo dispõe para influenciar a sociedade.
Eles são aceitos universalmente como dever cristão. Da mesma forma que somos
convocados a evangelizar toda criatura, igualmente somos chamados a exercer o
serviço social. A vida de Jesus retrata essa dupla função da igreja. Jesus peregrinou
de cidade em cidade “pregando e ensinando o evangelho do Reino de Deus” e
“andou fazendo o bem” (At 10.38). A evangelização e o serviço social estão
necessariamente ligados não podendo desvincular-se um do outro sem que haja
sérios prejuízos para o cumprimento da missão. Para Yamamori, (1998):
Um ministério integral verdadeiro define a evangelização e a ação
social como funcionalmente separadas, mas relacionalmente inseparáveis e
necessárias para um ministério integral da igreja (YAMAMORI, 1998, p. 14).

A discussão pouco louvável no meio cristão sobre a missão prioritária da Igreja


no mundo também levou o comitê de Lausanne a elaborar uma declaração sóbria e
amadurecida. Diz assim, em seus artigos, o chamado Pacto de Lausanne: "Os
resultados da evangelização incluem a obediência a Cristo, o ingresso em sua igreja
e um serviço responsável no mundo" (O PACTO DE LAUSANNE, 1983, IV).
O relatório da Consulta Internacional realizada em Grand Rapids (EUA),
presidida por John Stott em 1982, concluiu que na questão da primazia entre
evangelização e ação social:
A evangelização tem uma certa prioridade. Não estamos falando em
prioridade temporal, mas em prioridade lógica, pois há situações em que o
ministério social precisa vir primeiro" (STOTT, 1982, p. 23).

Não são poucos e nem pequenos os desafios sociais brasileiros. A igreja


evangélica brasileira tem uma responsabilidade enorme nesta área. Porém, de início
é preciso que encaremos com seriedade e maturidade o dilema de até onde
podemos e devemos nos envolver nestes desafios.

4.2 Compromisso com a Pregação da Palavra de Deus

A suprema tarefa da igreja do Senhor Jesus é a pregação do evangelho. Após


morte e ressurreição de Jesus, e notadamente a partir do pentecoste, os seus
discípulos deram prosseguimento ao ministério da pregação da Palavra de Deus,
primeiro entre os judeus, e, por fim, a todas as nações. Eles não faziam a pregação
simplesmente como um dever e nem consistia meramente em proferir uma
mensagem formal. Tal atitude emanada de fé e faziam com o desejo de honrar a
Deus e a amorosa esperança de levar salvação aos outros, “...porque é poder de
Deus para a Salvação de todos os que crêem...” (Rm 1.16).
Nesse sentido, Porfírio (2009) cita Lima (2007):

[...] a Palavra de Deus é infalível e absolutamente suficiente para


nos ensinar tudo o que precisamos saber sobre a Salvação e sobre o
próprio Deus. Além disso, ela é a única fonte suprema desse conhecimento.
Ela é o único lugar aonde devemos ir para ter conhecimento pleno a
respeito dos fatos da salvação. Nenhuma outra fonte deve ser aceita ou
tentada. (PORFÍRIO, 2009, p. 108).
Em todo o tempo a pregação da Palavra de Deus fortalece a compreensão das
pessoas as quais são objetos da preocupação do Senhor em alcançá-las com as
mensagens das Sagradas Escrituras, que são além de ensinos em muitas ocasiões
ordenanças para os seus servos. A verdade é que todas as coisas que estão
registradas nas Escrituras Sagradas são suficientes para crermos no poder do Pai e
do Filho, que agem hoje através do Espírito Santo, dando-nos ciência das
revelações bíblicas que devem ser a única regra de fé e pratica do crente.

A enciclopédia livre (WIKIPÉDIA, 2011) diz:

No cristianismo, pregação é como é conhecida a divulgação da


Palavra de Deus, do Evangelho de Cristo. Ela vem desde o tempo
de
Jesus e chega até aos dias de hoje. Este anúncio veio a partir da
“ordem” dada por Jesus aos seus discípulos: “Ide por todo mundo, e pregai
o Evangelho a toda criatura (Mc 16.15). (WIKIPÉDIA, 2011).

Figura 5 - Proclamação do evangelho as nações


Fonte: Autor do trabalho

Paulo em sua 2ª carta a Timóteo (4.1-5) enfatiza a importância da

pregação da sã doutrina:
. "Prega a palavra" (2ª Tm 4:2): deve-se pregar a palavra de Deus, e não as
idéias dos homens. Somente a palavra de Deus é suficiente para corrigir,
repreender, e exortar pessoas para salvação (2ª Timóteo 3:16-17);

. "Quer seja oportuno, quer não" (2ª Tm 4:2): por causa da certeza do
julgamento de

Deus, ser pregador do evangelho da salvação é um trabalho de urgência (Atos


17:30-

31). Portanto, o enviado deve pregar a palavra em todo lugar e sob todas as
condições;

. "Pois não suportarão a sã doutrina" (2ª Tm 4:3-5): é necessário sempre pregar


a verdade do evangelho justamente porque muitos não a pregam. Alguns procuram
atualizar o evangelho para que este seja mais agradável aos ouvintes. A Bíblia,
porém, ensina que a palavra de Cristo julgará a todos no último dia (João 12:48), e
que qualquer mudança trará somente a condenação (2 João 8-11).

A pregação da Palavra de Deus é uma das maiores necessidades da presente


hora, no seio da igreja, ela sempre será necessária para a formação do caráter
cristão. Crenças firmes produzem caráter firme; crenças bem definidas também
produzem convicções bem-definidas. A pregação da Palavra de Deus é 5:

i) Vida (Dt 32.2); ii) Santificação (Jo 17.7); iii) Sólido Mantimento (Hb 5.14); iv)
Um escudo contra as sutilezas de Satanás (Mt 7.15);
v) Liberdade em Cristo Jesus (Mt 22.33; Mc 1.27);

4.3 Sustentar uma norma de conduta moral.

Um dos mais importantes desafios da igreja do século XXI é a manutenção de


um postulado absoluto que prescreva uma conduta moral adequada ao texto
Sagrado, por parte da igreja evangélica, pois muitos evangélicos não têm conduta
própria, visto que apenas reagem às pressões e às influências da sociedade,
tentando impor para a igreja os seus padrões distorcidos, porém, absolutizados.

Nesse sentido, Porfírio (2009) cita Lima (2007):

5 In: BÍBLIA de estudo de Genebra. São Paulo: Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
Embora Deus tenha dado todas as coisas ao homem, “não implica
que a humanidade, como imagem de Deus na terra, possa viver como
melhor lhe aprouver”. O bom uso envolve um uso equilibrado das coisas de
Deus. (Porfírio, 2009, p.108).

Uma abordagem da conduta moral visa determinar um conceito equilibrado de


certo e de errado, a partir da compreensão e da interpretação da mensagem cristã e
da fé. Essa deve ser total e abrangente em sua observação e em sua ação, pois
toda a demanda humana envolve intenção, que é a motivação, volição, que é a
decisão de vontade, e ação, que são os meios práticos de conduta. Pelo fato de a
Bíblia considerar o homem um ser integral, a ética evangélica não pode se deter
apenas ao estudo da ação certa e positiva. Antes, deve alargar seus horizontes,
refletindo sobre o comportamento humano em sua inteireza e confrontando o
indivíduo com os objetivos espirituais e sociais prescritos na Palavra de Deus,
visando aperfeiçoar as expressões comportamentais do cristão em todos os níveis
de relacionamento.

O professor Norman Geisler alista seis questões básicas na conduta moral


normativa, que de certo pressionam a consciência do cristão que vivência a sua fé
nestes tempos de relativização moral, ver tabela 6:

Postulado moral que influência a sociedade


Literalmente "contra a lei". Afirma que não há nenhum princípio moral
Antinomismo que aplicado às circunstâncias da vida, nos permita estabelecer em
referencial de certo ou errado. Em síntese, admite que não há normas.
Sustenta que uma ação pode ser errada, geralmente, mas nem sempre
Generalismo o será, estabelecendo um padrão moral circunstancial por admitir que
não há normas universais.
Admite que há uma norma universal, mas admite também que as
circunstâncias são tão radicalmente diferentes para que exista uma
única regra universal para ser observada. Para os situacionistas,
Situacionismo
somente o amor permanece como norma universal capaz de se adaptar
a todas as situações. O amor pode tornar um ato moralmente correto e
só a falta de amor faz um ato amoral.
Admite que há muitas normas universais válidas sem conflito entre si,
Absolutismo não-
admitindo, porém, dualidades de idéias, desde que se preserve o ideal
conflitante
comum no cumprimento do dever.
Admite que há muitas normas universais que as vezes são conflitantes
entre si, mas que violar uma dessas normas é moralmente errado, não
Absolutismo ideal existindo precedentes. O problema aqui é o abismo entre o ideal e o real,
pois vivemos, acertamos e erramos, no mundo real e não no universo
ideal. No mundo ideal ninguém infringe normas.

6 Dados Adqueridos em http://www2.uol.com.br/bibliaworld/igreja/estudos/etica005.htm - Acesso


2011
Admite que há muitas normas éticas universais hierarquicamente
ordenadas que diferem entre si em grau de importância, de modo que,
Hierarquismo
diante de um conflito ético, o homem se obriga a obedecer a norma mais
elevada nesta estrutura.
Figura 6 - Postulado que influência a sociedade

Esses postulados exercem certa influência sobre a igreja evangélica. O que é


lamentável perceber que alguns segmentos cristão-evangélicos anunciam um
avivamento de poder sem precedentes na história do cristianismo, mas não
demonstram nenhuma preocupação com o comprometimento moral e ético de seus
pastores, líderes e membros.
Contudo, sabemos que a igreja como instituição humana, tem falhas, mas
nenhuma delas pode anular seu valor. As falhas de alguns não justificam as falhas
dos outros. Precisamos resgatar o prazer de estarmos juntos, tornando visível a
unidade da fé em unidade de relacionamentos, aconselhando-nos, perdoando-nos,
servindo-nos e assim, congregados como igreja institucional, anunciando com
testemunho à sociedade a Verdade que liberta! Este é mais um dos desafios que
temos em nosso tempo.
Jesus em um dos seus sermões enfatiza que a Igreja é “Luz do Mundo” (Mt 5.
14a). Portanto, ela recebeu de Deus a norma de pureza e da santidade, por isso
deve ensinar aos homens um viver honesto e puro, em todas as áreas da vida. Ela é
também o “Sal da Terra” (Mat. 5. 13a), que preserva este Mundo da completa
podridão e corrupção moral e espiritual, e tal como sal, dá sabor à vida humana.

5. CONCLUSÃO

A igreja evangélica no Brasil vive uma crise em que, em sua maioria, pouca ou
nenhuma importância é dada às Escrituras. Com isso, multiplica as falsas doutrinas
pela ausência da prática da hermenêutica e exegese bíblica. Manipulação das
massas, e ainda um testemunho que perdeu seu poder de influenciar. No entanto,
temos a confiança nas palavras do Senhor Jesus, “...As portas do inferno não
prevalecerão contra a igreja...” (Mt 16.18).

Percebemos também, que muitos líderes evangélicos têm pregado que


devemos nos contextualizar a situação do momento, pois “o mundo mudou”, dizem:
“Devemos adaptar a mensagem do evangelho à presente realidade; “Temos de ser
parecidos com as pessoas do mundo, se quisermos alcançá-las para Cristo”. Este
discurso tirado na interpretação forçada de (I Co 9.22) tem se propagado nos
púlpitos de nossas igrejas, sendo que para evoluir em algumas áreas, não
necessitamos buscar “aberturas” doutrinárias, (Mt 7.13-14). Na verdade, quanto
mais os cristãos se igualam as pessoas do mundo, mais difícil será a sua
conversão. Não havendo identidade, o cristão se torna imperceptível (Mt 5. 13-16;
Fp 2.5), passando de influente para influenciado. Pregar a Palavra de Deus como as
pessoas desejam ouvi-las não resultará em nada. Contudo anunciar o evangelho da
maneira como elas precisam ouvi-las as levará à salvação.

Não obstante, muitos membros de igrejas cristãs dizem seguir o Senhor Jesus.
Mas seguir a Jesus não é só deter o nome de crente (Lc 9.23). Ser cristão é ser um
praticante dos ensinamentos de Cristo. Achá-lo “o maior barato”, pôr adesivos nos
carros do tipo “Propriedade Exclusiva do Senhor Jesus” ou usar camisetas com
mensagens que trazem o seu nome, sem, no entanto, praticar integralmente os seus
ensinamentos, é apenas ser um fã. Aliás, o nome de Jesus se tornou um grande
negócio e vem sendo banalizado (Ex. 20.7), aparecendo em anéis, presilhas,
prendedores de gravata, bonés, chaveiros, dentre outros. Quando Jesus chamou
seus discípulos, disse: “Segue-me” (Mt 8.22; Lc5. 27; Jo 1.43), pois Ele não queria
ter admiradores. Mesmo assim, muitos o seguiam por admiração ou interesse.
Sabiam que ele podia transformar água em vinho (Jo 2.1-12), fazer paralítico andar
(Jo 5. 1-15) e multiplicar pães (Jo 6.115). Mas depois de ouvirem o seu “duro
discurso”, descobriram o que significava seguilo e o abandonaram (Jo 6. 22-71).
Será que nós não estamos seguindo Jesus como fã e, ou admiradores?

Estamos cientes de que os fatos ocorrem com a permissão de líderes que se


esqueceram que o púlpito é um lugar sagrado e deve ser ocupado por pessoas
consagradas. Unamo-nos, pois, em prol de uma igreja cheia do Espírito Santo,
avivada, perseverante na doutrina e mantenedora dos princípios verdadeiramente
cristãos.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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