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Indústria 4.0:
os impactos da quarta
revolução industrial
Sumário
01
INTRODUÇÃO
O futuro das fábricas
09
CAPÍTULO 01
Novos paradigmas
15
CAPÍTULO 02
Ferramentas
19
CONCLUSÃO
Competitividade
Manufatura
introdução — O FUTURO DAS FÁBRICAS
A quarta
revolução
industrial
As revoluções industriais são caracterizadas por mu-
danças profundas nos paradigmas dos sistemas de
produção, que alteram toda a forma como fabricamos,
valoramos e consumimos os produtos. A primeira delas,
ocorrida entre os séculos 18 e 19, determinou o fim do
trabalho artesanal e o início de uma manufatura impul-
sionada pelas máquinas e motores a vapor. Os impac-
tos dessas modificações abalaram os pilares e as es-
truturas de poder de uma sociedade europeia que ainda
vivia majoritariamente em áreas rurais: a burguesia e
o capitalismo se fortaleceram; monarquias absolutis-
tas, como a do rei francês Luís XVI, foram derrubadas; o
êxodo rural aumentou e, junto com ele, a tensão e os
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Manufatura
introdução — O FUTURO DAS FÁBRICAS
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Manufatura
introdução — O FUTURO DAS FÁBRICAS
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Manufatura
introdução — O FUTURO DAS FÁBRICAS
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Manufatura
introdução — O FUTURO DAS FÁBRICAS
As revoluções industriais
1780
A primeira revolução industrial foi
impulsionada pela mecanização da
produção têxtil, proporcionada pela
invenção da máquina a vapor e a
1870
A segunda revolução industrial
consequente mobilidade na instalação introduziu novos tipos de produtos na
das manufaturas. As cidades sociedade, com o setor automobilístico
cresceram, assim como as ferrovias, como seu maior exponencial.
que se tornaram essenciais para o A utilização do aço, por exemplo,
transporte de pessoas e matérias- alavancou a indústria siderúrgica
-primas por longas distâncias. e metalúrgica. A eletricidade e o
petróleo, cujos derivados passaram
a ser utilizados em motores de
combustão interna, tornaram-se as
principais formas de energia para
a indústria. A organização do trabalho
também mudou significativamente,
com a criação da linha de montagem
criada por Henry Ford, separando
os operários responsáveis pela
execução de atividades produtivas
e os engenheiros, planejadores do
método de produção.
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Manufatura
introdução — O FUTURO DAS FÁBRICAS
1970
A informática e a microeletrônica
alavancam a terceira revolução
industrial. Com os sistemas
computadorizados e seus
microprocessadores, as indústrias
incorporaram robôs capazes de
executar as tarefas dos operários
nas linhas de produção com mais
velocidade e menos erros.
2011
A demanda por mão de obra
qualificada, destinada a corrigir
as falhas e buscar melhorias nos
processos, aumenta no período,
levando ao desenvolvimento técnico A quarta revolução industrial
dos trabalhadores. A produção representa uma nova ruptura
em massa do fordismo dá lugar na forma como os produtos
à flexibilidade e racionalização são fabricados. Conectadas
do Sistema Toyota de Produção, a à internet e equipadas com
base para o Lean Manufacturing. softwares capazes de coletar
e interpretar uma infinidade
de dados e informações.
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01
CAPíTUlO
Novos
paradigmas
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Manufatura
CAPíTULO 1 — Novos paradigmas
Os pilares da
Indústria 4.0
As fábricas inteligentes trabalharão de acordo com princípios
que as diferenciam profundamente do sistema produtivo atual
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Manufatura
CAPíTULO 1 — Novos paradigmas
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Manufatura
CAPíTULO 1 — Novos paradigmas
em nuvem
terminais informatizados (uma tela e um teclado) que
possibilitavam a inserção de dados para que mainfra-
mes os processassem e executassem operações. Pla-
nilhas de controle de finanças, quantidade de produtos
fabricados etc. eram armazenados nesses grandes
processadores e viabilizavam o trabalho nas indústrias.
Com a popularização dos PCs e o aumento da capaci-
dade de processamento dos computadores pessoais,
os mainframes perderam terreno.
A partir do crescimento da internet e do investimen-
to de gigantes da tecnologia, como a Amazon, em in-
fraestrutura de servidores disponíveis aos clientes, o
processamento local voltou a ser desafiado. Com essa
revolução tecnológica, qualquer empreendedor com
conhecimentos básicos de arquitetura em rede e ser-
vidores poderia criar um aplicativo sem ter de gastar
com hardwares e equipamentos caríssimos. Os servi-
dores foram virtualizados e se tornaram acessíveis.
A nuvem da computação é, na verdade, um grande
data center com milhares de computadores ligados
24 horas por dia para entregar a informação desejada.
Sem ela, Netflix, WhatsApp, Instagram e tantos outros
apps que fazem parte do nosso dia a dia não existiriam.
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Manufatura
CAPíTULO 1 — Novos paradigmas
das coisas nexão de objetos à rede mundial e permite que eles exe-
cutem ações com base em parâmetros e informações
externas. Segundo Reinaldo Normand, pesquisador bra-
sileiro radicado no Vale do Silício e autor do livro Innova-
tion, o desenvolvimento de novas tecnologias no campo
da IoT será exponencial.
No agronegócio, por exemplo, estudam-se tecnolo-
gias para borrifar água apenas sobre as mudas de plan-
tas de acordo com a temperatura ambiente e a umidade
do solo. A coloração das folhas, analisadas por senso-
res e softwares instalados na nuvem, é que determina o
local a ser regado, evitando o desperdício de água.
Em casa, a geladeira será capaz de escanear os itens
armazenados e fazer pedidos de compras automatica-
mente, como uma espécie de reposição de estoque. E,
nas indústrias, as máquinas e equipamentos serão ca-
pazes de se comunicar com os fornecedores, prestado-
res de serviços, operadores logísticos e outros agentes
da cadeia de valor para dinamizar o processo produtivo.
75
bilhões
É a estimativa de equipamentos que, até
2020, estarão conectados à internet e vão se
comunicar entre si sem interação humana
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Manufatura
CAPíTULO 1 — Novos paradigmas
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02
CAPíTULO
Ferramentas
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Manufatura
CAPíTULO 2 — Ferramentas
O papel da
tecnologia
No caminho para a Indústria 4.0, as ferramentas de au-
tomação e integração do processo produtivo são cada
vez mais necessárias em todas as etapas, desde o fe-
chamento do pedido até a entrega. Elas contribuem
para maximizar a qualidade e as margens em cada pro-
duto fabricado, com redução de desperdícios, otimiza-
ção da capacidade produtiva e agilidade na gestão.
Cada ferramenta desempenha um papel no ciclo
produtivo. Veja a seguir:
MRP e MRP II
O MRP (Materials Requirements Planning) permite a
gestão da produção com base em informações reais
e a projeção de demanda. Os cálculos são feitos so-
O MRP calcula bre quanto e quando deve-se dispor de matérias-pri-
quando e quanto mas, com minimização de estoques e de desperdícios.
por deve-se dispor O MRP II foi desenvolvido para agregar novas variáveis
de matÉrias-primas,
com minimizacão
a esses cálculos e otimizar a utilização de outros re-
de estoques e de cursos, como capacidade produtiva das máquinas, da
desperdícios mão de obra, despesas etc.
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Manufatura
CAPíTULO 2 — Ferramentas
ERP
O ERP (Enterprise Resources Planning) surgiu nos anos
1970 com os mainframes e ganhou força na década
seguinte, com a massificação dos PCs e a informatiza-
ção dos escritórios. Ele reúne funções como finanças,
contabilidade, RH, compras, ordens de produção e ven-
das, consolidando todas as informações em uma única
base de dados.
Nos anos 1990, a perspectiva do bug do milênio con-
tribuiu para que muitas empresas substituíssem siste-
mas desenvolvidos sob encomenda, normalmente em
mainframe, por pacotes de ERP. Com a globalização e
as novas exigências de sustentabilidade e governan-
ça, o ERP foi também um caminho de alinhamento aos
melhores padrões de gestão empresarial.
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Manufatura
CAPíTULO 2 — Ferramentas
MES e APS
O MES (Manufacturing Execution System) levou a in-
teligência de TI para o chão de fábrica, permitindo a
automatização das etapas de produção e o acompa-
nhamento do processo por meio de apontamentos
feitos em tempo real que ampliam a capacidade de
intervenção em tempo real. Com o MES integrado ao
ERP e as ferramentas de comunicação mobile, ações
como baixas de estoque, faturamento e ordens de
produção são desencadeadas automaticamente as-
sim que o vendedor fecha um novo pedido, com total
visibilidade dos impactos no processo produtivo.
Acoplado ao MES, o módulo APS (Advanced
Planning and Scheduling Systems) faz o sequencia-
mento com capacidade finita e gera programas de
produção realistas e confiáveis, porque respeitam
a disponibilidade efetiva de recursos produtivos,
a existência de restrições operacionais, as condi-
ções de demanda. Essas soluções têm a capaci-
dade de absorver e tratar a maioria das variáveis
envolvidas no processo de decisão sobre progra-
mação, deixando na mão do programador apenas
as decisões estratégicas de produção.
Na evolução dos processos produtivos, outras
ferramentas e tecnologias também serão incorpora-
das às fábricas inteligentes. Uma delas é o sistema
RFID, tecnologia de identificação por radiofrequência
que tem potencial para otimizar a rastreabilidade dos
itens em todo o processo. A massificação da impres-
são 3D, para além da prototipagem rápida, também
vai impactar a maneira como as indústrias desenvol-
vem e distribuem seus produtos.
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CONCLUSÃO
competitividade
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Manufatura
CONCLUSÃO – Competitividade
O cenário brasileiro
Em países como os Estados Unidos e a Alemanha, a in-
teligência de máquinas e equipamentos já transformou a
indústria, mas, no Brasil, as tecnologias ainda não estão
presentes de forma ampla. De acordo com pesquisa rea-
lizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em
maio de 2016, as tecnologias industriais estão concen-
tradas nos processos produtivos. A pesquisa é um indi-
cativo da fase inicial da Indústria 4.0 no Brasil: primeiro,
é preciso agilizar e otimizar processos de fábrica para só
depois agir em novos modelos de negócios.
70% 33%
das empresas só utilizam em das organizacões usam para
processos produtivos novos produtos e negócios
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Manufatura
CONCLUSÃO – Competitividade
3% 1%
nenhuma das Apenas CAD/CAM (licenças de
tecnologias listadas softwares utilizadas nas etapas de
desenvolvimento e de fabricação)
13% 58%
não sabe das empresas industriais
identificaram uma das dez
tecnologias digitais listadas pela
26% pesquisa como importante para
não respondeu a competitividade da indústria
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Manufatura
CONCLUSÃO – Competitividade
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