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rN UNIVERSIDADE DE SAO PAULO i" ESCOLA DE ENGENHARIA DE SAO CARLOS Departamento de Engenharia de Estruturas comsemoomn> PFOTnGIdO Curso de Engenharia Civil eee : Sao Carlos, 2005 ~\ UNIVERSIDADE DE SAO PAULO LABORATORIO DE ESTRUTURAS ESCOLA DE ENGENHARIA DE SAO CARLOS Departamento de Engenharia de Estruturas E-Book de apoio para o Curso de Engenharia Civil Professor Titular Departamento de Engenharia de Estruturas Sao Carlos, 2005 Apresentacdo Apresentagao Mensagem ao Leitor 0 objetivo desta publicagao é dar suporte as disciplinas que tratam do Concreto Protendido junto aos cursos de Engenharia Civil Pretende-se que 0 aluno desenvolva a capacidade de entendimento do compor- tamento geral e dos mecanismos resistentes do concreto protendido, e que isto se torne a base conceitual para projeto, execugdo e manutengdo de obras. Nada mais natural e importante, porque a Tecnologia do Concreto Protendido foi elaborada e continua se desenvolvendo pela engenhosidade dos projetistas e construtores, e se consolida pelo incremento do conhecimento cientifico e pela experiéncia acumulada nas realizagées. Procura-se desmitificar o assunto, demonstrando-se que a concep¢ao basica 6, na verdade, muito simples e Idgica. A partir dela, desenvolve-se a metodologia de dimensionamento e verificagéo da seguranga de elementos estruturais de acordo com as normas brasileiras. © concreto protendido é tratado como uma das formas de concreto estrutural, que abrange 0 concreto simples, armado e 0 protendido, conforme a NBR 6118 Projeto de Estruturas de Concreto/2003, a NBR 14931 Exe- cugdo de Estruturas de Concreto/2004 e outras normas correlatas. Busca-se também oferecer informagées tecnolégicas sobre 0 campo de aplica- 0 do concreto protendido, descrevendo diversos exemplos e demonstrando as vantagens e inconvenientes de seu uso. Os Dez Mandamentos do Engenheiro de Concreto Protendido Esta segao 6 baseada em texto elaborado pelo Engenheiro Antonio Carlos Reis Laranjeiras, Professor Emérito da Universidade Federal da Bahia, que comenta a reedicao da primeira edi¢ao (1955) do livro do Prof. Fritz Leonhardt, "Spannbeton fuer die Praxis", a maior obra ja escrita sobre 0 Conereto Protendido e suas mais diversas aplicagdes. Nessa edigao, Leonhardt introduziu um sabio e desde entéo famoso decdlogo dirigido aos engenheiros (de estruturas) de concreto protendido. Segundo Laranjeiras, apesar de publicados pela primeira vez ha mais de 50 a- nos, os conselhos de Leonhardt permanecem atuais, merecendo dos que projetam e constroem obras de concreto protendido, néo apenas uma simples leitura, mas sim atenta andlise e nunca demais renovadas reflexdes, Segue 0 texto traduzido por Laranjeiras: ii- Fundamentos do Concreto Protendido — J.B de Hanai Ao projetar 1° - Protender significa comprimir 0 concreto. A compressao estabelece-se ape- nas onde o encurtamento é possivel. Cuide para que sua estrutura possa encurtar- se na diregao da protensao. 2° - Em cada mudanga de diregao do cabo de protensao, surgem forgas internas radiais ao aplicar a protensao, Mudangas de diregao do eixo das pegas geram, por sua vez, forgas intemas de desvio. Pense nisso ao proceder a andlise e o dimensi- onamento. 3° - As altas tensdes admissiveis a compressao do concreto nao devem ser in- condicionalmente utilizadas!_Escolha a seco transversal de concreto adequada a acomodar os cabos de protensdo, de modo a permitir sua boa concretagem, do contrario nao se consegue na obra executar 0 concreto de consisténcia seca a ser vibrado, necessario ao concreto protendido. 4° - Evite tens6es de tragdo sob peso proprio e desconfie da resisténcia a trago do conereto. 5° - Disponha armadura passiva de preferéncia na diregao transversal a da pro- tensdo e especialmente nas regides de introdugao das forcas de protensao. ‘Ao constr 6° - O ago de protensdo é mais resistente do que o comum e sensivel a corro- so, mossas, dobras e aquecimento. Manipule-o com cuidado. Assente os cabos de protensao com exatidao, impermedveis e indeslocaveis, para nao ser penalizado pelo atrito. 7° - Planeje seu programa de concretagem de modo que todo 0 concreto possa ser bem vibrado, e que as deformagées do escoramento nao provoquem fissuras no conereto ainda jovem. Execute a concretagem com o maior cuidado, sendo as falhas de concretagem se vingarao por ocasiéo da protensdo 8° - Teste a mobilidade da estrutura ao encurtamento na diregdo da protensao, antes de sua aplicagao. 9° - Aplique protensdo prematuramente em pegas longas, mas apenas parcial- mente, de modo a obter moderadas tensdes de compressdo, capazes de evitar fissuras de retragdo e temperatura. Sé aplique a forca total de protensdo quando 0 concreto apresentar resisténcia suficiente. As solicitagdes mais desfavoraveis no concreto tém lugar, geralmente, por ocasiéo da protensao. Execute a protensao sob controle continuo dos alongamentos e da forga aplicada. Preencha cuidado- samente 0 protocolo de protensao! 10° - Sé aplique a protensao apés controle de sua exeqiiibilidade e sob estrita observancia das Normas de Procedimento. Se 0 leitor ainda no estiver familiarizado com a Tecnologia do Concreto Pro- tendido, 0s dez mandamentos ndo seréo - compreensivelmente — entendidos por completo. Porém, se ao final do estudo dos Fundamentos do Concreto Protendido conseguir entender todo o significado deles, entéo estar preparado para cumpri- los. So Carlos, 15 de margo de 2005 Jodo Bento de Hanai Professor Titular da Escola de Engenharia de Sao Carlos da Universidade de Sao Paulo Contetido -iti Contetido Capitulo 1: Conceituagao inicial 11-0 que se entende por protenso?, p.1 1.2- A protensao aplicada ao concreto, p.3 1.3 llustragao numérica, p.11 1.4- Algumas definigdes basicas, p.17 1.5: Aspectos sobre as diferengas tecnolégicas entre concreto armado e protendido, p.19 1.6- Sugestdes de estudos, p.20 Capitulo 2: Materiais e sistemas de protens4o 2.4-Concreto, p.21 2.2- Agos para armaduras ativas, p.25 2.3- Alguns tipos de aco para armaduras ativas, p.27 2.4- Agos para armaduras passivas, p.30 2.5- Ancoragens, bainhas e outros elementos, p.30 2.6- Sistemas de protenso, p.31 2.7- Sugestées de estudos, p.34 Capitulo 3: Esforgos solicitantes e introdugao as perdas de protensao 3.1- Estruturas isostéticas versus hiperestaticas, p.35 3.2- Nogées sobre perdas de protensao, p.36 3.3- Valores representativos da forga de protensdo, p.41 3.4- Valores limites de tensées na armadura ativa, p.43 3.5- Determinagao dos valores representativos de P, p.44 3.6- Sugestées de estudos, p.54 iv - Fundamentos do Concreto Protendido — J.B de Hanai Capitulo 4: Critérios de projeto 4,1 Metodologia de verificagao da seguranga, p.55 4,2- Grau de protensao, p.60 4.3- Estimativa da forga de protensdo P.., p.65 4,4- Determinagao da forga P;, p.68 4,5- Determinagao dos valores representativos Pa, Po € Px p.69 4.6- Verificagao de tensdes normais no concreto, p.69 4.7- Documentacdo de projeto, p.79 4,8: Sugestées de estudos, p.80 Capitulo 5: Estado limite ultimo — solicitagé6es normais 5.1- Céilculo do pré-alongamento, p.81 5.2- Procedimentos de clculo, p.85 5.3- Célculo de verificagao por meio de tentativas, p.88 5.4- Calculo por meio de tabelas e abacos, p.90 5.5- Estado limite Ultimo de ruptura no ato da protensdo, p.92 5.6- Conceitos complementares sobre o comportamento resistente das vigas de concreto protendido na flexdo, p.92 5.7- Armadura minima, p.97 5.8- Sugestées de estudos, p.98 Capitulo 6: Estado li Ultimo — forga cortante 6.1- Efeito da forga de protenséo, p.99 6.2- Prescrigées iniciais da NBR 6118, p.103 6.3- Verificagao do estado limite ultimo, p.106 6.4- Forga cortante em lajes, p.111 6.5- Sugestées de estudos, p.112 Conceituagao inicial - 1 Capitulo 1 Conceituagao inicial 1.1 - O que se entende por protensa40? A palavra protensdo, pré-tenséo, prestressing (no Inglés), précontrainte (no Francés), e similares em outras linguas, jé transmite a idéia de se instalar um esta- do prévio de tensdes em algo, que na nossa area de interesse seriam materiais de construgdo ou estruturas. Antes de apresentar os primeiros comentarios sobre 0 concreto protendido, nosso tema principal, vejamos como se poderia ilustrar 0 conceito geral de proten- so, recorrendo-se a exemplos classicos da literatura, muito significativos. E interessante notar como alguns atos corriqueiros, que fazem parte do nosso cotidiano, podem ser analisados a luz de conceitos da Fisica e da Matematica e até mesmo aplicados na Engenharia, obviamente com as devidas transformagées tec- nolégicas. Veja s6 por exemplo quando se resolve carregar um conjunto de livros, nao na forma de uma pilha vertical como é usual, mas na forma de uma fila horizontal. Como os livros sao pegas soltas, para que se mantenham em equilibrio na posigao mostrada no desenho da Fig.1.1, é necessario que se aplique uma forga horizontal comprimindo os livros uns contra 0s outros, provocando assim a mobilizago de forgas de atrito, e ao mesmo tempo forgas verticais nas extremidades da fila para, afinal. poder levanta-la. Este € um problema simples de Mecnica dos ‘Slidos, que pode ser equacionado relacionando- se as acdes (no caso apenas 0 peso proprio dos livros) com os esforgos solicitantes: momento fletor, forga cortante e forga normal. Fig. 1.1- Uma fila horizontal de livros Observe que, para que a operagao de levantar a fila de livros possa ser cumpri: da, 6 imprescindivel que a forca normal seja aplicada antes da forca vertical, ou seja, a forga normal deve causar tensdes prévias de compressao na fila de livros, 2- Fundamentos do Concreto Protendido — J.B de Hanai que levantada sofreria tens6es de tragdo na parte inferior, como numa viga sim- plesmente apoiada. A aplicagao da forga normal pode ser entendida como uma forma de se proten- der 0 conjunto de componentes “estruturais", que no caso é uma simples fila de livros, com o objetivo de se criar tensdes prévias contrarias aquelas que podem vir a inviabilizar ou prejudicar 0 uso ou a operacao desejada. Deste exemplo € possivel extrair outros dados conceituais, 0 que ficard a cargo da curiosidade do leitor, como por exemplo: — 0 que acontece se a forga normal, em vez de ser aplicada ao longo da linha do centro de gravidade dos livros, for aplicada mais acima ou mais abaixo? Quais so as conseqiiéncias em termos de esforgos e tensdes? Outro exemplo classico de estrutura proten- azo ¢ aaios dida, hoje pouco empregada, é 0 da roda de vt carroga, antigamente construida em madeira, 'AD=IKA Essa roda de carroga tem suas partes de madeira devidamente preparadas e montadas, apenas por encaixes. Emprega-se também um aro de aco exterior, cuja fungao nao é unicamente proteger as par- tes de madeira do desgaste, mas tem também a fungao importante de solidarizar 0 conjunto. Como? 1.2 Uma roda de carroga aro de ago, aquecido de tal forma a ter seu didmetro aumentado pela dilata- 40 do ago, é entéo colocado em tomo da roda de madeira pré-montada. Com o resfriamento, 0 aro de aco tende a voltar a ter seu didmetro inicial, mas encontran- do oposigéo da roda de madeira, aplica esforgos sobre ela, protendendo-a, solidari- zando-a. Este exemplo indica mais uma caracteristica importante do potencial da proten- so, que é a possibilidade de se promover a solidarizagao de partes de uma estru- tura, como por exemplo nas estruturas de concreto pré-moldado. Mais um exemplo classico de protensao: o do barril de madeira. Como no caso da roda de madeira, o barril tem partes — gomos laterais, tampa e fundo de madeira — que devem ser encaixadas e solidarizadas. © liqilido_armazenado no interior do bari exerce pressdo hidrostatica na parede e assim provoca esforgos anulares de tracao, que ten- deriam a abrir as juntas entre gomos. Neste caso nao se utiliza 0 aquecimento das cintas metalicas, mas é executada uma opera- co mecénica em que elas sao forcadas a uma posigdo correspondente a um didmetro maior, ficando assim tracionadas e comprimindo trans- versalmente os gomos do barril. Deste modo, o conjunto fica solidarizado, e as juntas entre gomos do barril ficam pré- ‘comprimidas. Fig. 1.3- Um barril de madeira Conceituagao inicial - 3 Fica sempre um certo receio de estar apresentando fatos dbvios ao leitor, mas ao mesmo tempo manifesta-se uma forte impressao de que, afinal, as coisas tor- nam-se ébvias a partir do momento em que s4o plenamente compreendidas. © peso préprio dos livros atua no sentido de fazé-los escorregar, de tracionar a regido inferior de uma viga hipotética. A forca normal externa neste caso produz tensdes de compressao prévias e faz com que seja mobilizado 0 atrito entre os li- vros e sejam eliminadas as tensées normais de tracao. A roda de madeira poderia se desconjuntar apés curto periodo de uso, nao fos- se a forte pressao radial exercida pelo aro de ago, que pré-comprime todo 0 conjun- to. © liqiiido a ser colocado no barril exerce pressdes sobre a parede, tendendo a abrir frestas entre os gomos. As cintas metélicas exercem efeito contrario nos go- mos, que s40 pré-comprimidos, ou pelo menos melhor ajustados. Entao podemos dizer, de acordo com PFEIL, que: "protensao 6 um artificio que consiste em introduzir numa estrutura um estado prévio de tensées capaz de melhorar sua resisténcia ou seu comportamento, sob diversas condigées de carga". ‘Ampliando ainda mais 0 conceito, pode-se dizer que a protensdo pode ser enca- rada como uma forma artificial de se criar reagdes permanentes as agdes que se- Jam adversas ao uso de uma estrutura. 1.2- A protensao aplicada ao concreto Como a protenséo pode melhorar as condigées de utilizagao do concreto? Ora, sabe-se que o conereto tem resisténcia a tragao varias vezes inferior a re- sisténcia a compressao, € que é necessario que se tomem medidas para evitar ou controlar a fissuragao. Entao a protensao pode ser empregada como um meio de se criar tensdes de compressao prévias nas regides onde o concreto seria tracionado em conseqiiéncia das agées sobre a estrutura Além disso, a protensdo pode ser empregada como meio de solidarizacao de partes menores de concreto armado, para compor componentes ¢ sistemas estrutu- rais. Lembrando 0 exemplo da fila horizontal de livros, pode-se concluir pela viabili- dade de se compor uma viga de concreto protendido, a partir de “fatias” ou aduelas pré-moldadas de concreto armado. Para isso, deve-se recorrer a um sistema de protensdo que possibilite a introdu- 0 da armadura que vai produzir a forca normal necessaria, assim como a ancora~ gem dessa armadura nas extremidades da viga. Isto serd visto adiante, com mais detalhes. Por ora, imaginemos que se deixe, nos elementos pré-moldados de conereto, o- rificios tubulares que possam ser alinhados, e que por eles possa ser passada uma barra de ago com rosca nas extremidades. Por meio de porcas ¢ chapas de distri buigdo de esforgos nas extremidades da viga, e com o auxilio de um torquimetro, poderfamos aplicar a forga normal com a intensidade desejada. Além disso, se quiséssemos, poderiamos apés a aplicagdo da forga de proten- 840, injetar calda de cimento nos orificios de modo a se promover a aderéncia da barra de ago com o conereto, Teriamos entéo a armadura aderente ao concreto, com aderéncia posteriormen- te desenvolvida, o que traz vantagens que serao oportunamente discutidas, 4 - Fundamentos do Conereto Protendido — J.B de Hanai Fig, 1.4- Uma viga de elementos pré-moldados de concreto Este mesmo conceito permite a construgdo de grandes estruturas, como a de pontes de grande vo executadas por balangos progressivos, em que aduelas pré- moldadas so paulatinamente acrescentadas, como 0 préprio nome sugere, em balangos sucessivos. E claro que, embora o conceito seja simples, 0 projeto e a execugao de uma es- trutura como essa envolve conhecimentos, equipamentos, equipes treinadas, etc., enfim, recursos tecnolégicos avangados em razdo do tipo e do porte da obra x Balas romesySc= | beans popeatine | ae > Forgas e potensso atuam ne ‘etutra aca okra ‘ols om cade tap de conerugso \ pas, na ear do ‘uals pré-movades Protonsio o ajusto de fechas por etapas Fig. 1.5- Construgao de pontes por balangos sucessivos Conceituagao inicial - 5 Entretanto, ha aplicages no campo do concreto protendido que so reprodu- es praticamente idénticas aquelas utilizadas em pequenos artefatos. Por exemplo, podemos citar 0 reservatorio de agua com parede protendida de Buyer (da Alemanha), em que a protensao ¢ conhecida como “tipo barril”, nao sem razao. processo consiste em fazer com que os fios enrolados em torno da parede assumam diametros maiores, aplicando assim as forgas de protensdo (ver Fig. 1.6). ReseRyATORIO iNCALAENTE ConsrROTDO EM CONCRETE Fig. 1.6 - Protensao tipo "barril" em parede de reservatério Outro proceso empregado em reservatérios ¢ 0 desenvolvido pela PRELOAD Corporation, em 1948, que consiste no cintamento das paredes com fios tensiona- dos por meio de um sistema de freios (v. Fig. 1.7). Ja foram construidos no Brasil alguns reservatérios de 4gua por meio desse processo. Na década de 1960, a equipe de Laboratorio de Estruturas da EESC realizou a medigao de tensdes instaladas nos fios de protensdo, por intermédio de um equipamento especialmente desenvolvido, 0 qual foi chamado de "protenséme- tro”. Processos semelhantes de cintamento so empregados também na execugao de tubos pré-moldados, nos quais a tens4o nos fios ¢ controlada por freios ou sis- temas de contrapesos (ver Fig. 1.7). Fig. 1.7- Protensao por cintamento 6 - Fundamentos do Concreto Protendido — J.B de Hanai Melhor descrigao desses processos pode ser vista em referéncias bibliograficas soviéticas, italianas e outras, que tratam de conereto protendido e de técnicas de pré-moldagem. Um exemplo ilustrativo da aplicagao de protensao por meio de carregamentos externos na estrutura é 0 da cobertura pénsil circular protendida, que tem exempla- res construidos no Brasil com projeto de Martinelli & Barbato (ambos professores da EESC) e outros. A cobertura é constituida de um anel externo e um interno, que so ligados en- tre si por cabos de ago radiais; entre esses cabos, e neles apoiadas, sao dispostas placas trapezoidais de concreto armado pré-moldado, A cobertura, na fase de construgao em que esta com as placas assentadas e as juntas entre elas abertas, é carregada com grandes sacos de plastico com agua, até se atingir 0 carregamento determinado. Com isso, os cabos de ago da cobertu- ra pénsil sofrem uma deformagao adicional, além daquela correspondente ao peso proprio dos elementos. As juntas so entao concretadas, e apés o endurecimento do concreto, 0 carre- gamento ¢ retirado, simplesmente esvaziando-se os sacos de gua, que escoa pela tubulagao de aguas pluviais ja instalada. Com esse descarregamento, os cabos, tendendo a voltar & posicao anterior, a- plicam a protensdo ao conjunto de placas jd solidarizadas que formam uma casca de concreto. Desse modo, 0 conjunto composto por cabos e placas pré-moldadas trapezoi- dais de concreto armado torna-se monolitico, o problema da fissuragao ¢ evitado e as juntas ficam estanques, o que é requisito fundamental no caso de coberturas. EXEMPLD DE DE ESPORTES: MOLDADA, BPOTADA, SARE Om CABOS in * “ Weeant Teterttt Cans. EQUIVALENTE Na corOLs CoBERTURA PENSIL, ADTOPROTENDIDA Fig. 1.8- Cobertura em ctipula invertida Pode-se comentar outro exemplo de aulo-protensao (como se poderia chamar um processo de protensdo que empregasse carregamentos externos, do tipo que a estrutura sofreria, para aplicagao de forcas de protensao) em reservatérios de agua, como aqueles com parede ondulada projetados e construidos por Marcel e André

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