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PLATÃO E O ANEL DE GIGES1

 PLATÃO (384-322 a.C.): Suas obras principais são República, O Banquete, Fedro, Apologia, etc.; Conforme aponta
Reale2, o famoso Mito da Caverna sintetiza a essência da filosofia platônica que, de modo geral, “consiste na descoberta
de uma realidade superior ao mundo sensível, ou seja, uma dimensão suprafísica [suprassensível] (ou metafísica) do ser”
onde existe a ideia [eidos, forma] que determina a essência do mundo sensível. O Belo em Platão corresponde ao de
“harmonia, medida e proporção, ligando-se essencialmente à Ideia do Bem e à Verdade; O Bem em Platão é tratado de
forma ontológica e identifica-se com a ideia, a medida suprema de todas as coisas. O Bem moral se identifica com a
imitação do divino (medida, proporção) e o Belo é o modo em que o Bem se manifesta no mundo sensível. Para ir do
mundo sensível ao suprassensível é necessário o emprego da dialética, ou seja, do exame acurado das coisas (é a
segunda navegação).
 Resumo da República. Trata-se de uma obra composta por 10 livros, escrita em diálogos cujo tema central é a justiça
(República ou sobre a justiça). É também a principal obra de Platão, do período de sua maturidade filosófica, onde
aparecem suas principais ideias: da ética à política e à metafísica, tratando em seus diálogos sobre a justiça, o Bem, a
ideia, o mundo sensível e o suprassensível. É nesta obra que se encontra o famoso Mito da Caverna.
 O Anel de Giges3. É uma passagem que aparece no início do Livro II da República, em que Glauco dialoga com
Sócrates e o desafia a provar que a justiça é melhor que a injustiça. Glauco narra o mito do Anel de Giges, que possui
referência histórica já em Heródoto, apresentando a tese de que “os homens só são justos porque temem o castigo. Se
estivessem certos da impunidade, cometeriam todo tipo de atos condenáveis. Deem a um indivíduo o poder de fazer o
que quiser e ele não hesitará em agir de forma injusta e de acordo com seu interesse particular. [...] De fato esta será uma
das grandes questões discutidas na República, sendo até hoje um problema fundamental da ética: a conduta ética
depende apenas do medo da punição?”4 [Aqui, a ética hobbesiana da natureza humana homo lúpus homini ecoa como
reflexo milenar dessa discussão].
 Górgias de Platão5: Resumo da obra: é uma das principais obras de Platão em que os problemas da retórica aparecem
nos diálogos entre Sócrates e Górgias, o grande sofista. Neste ilustre diálogo aparecem importantes questões sobre o
Bem e o Mal, o Belo e o Feio, o Justo e o Injusto.
 Mote do trecho de Górgias: “ é pior cometer alguma injustiça do que ser vítima de injustiça” [talvez a ética dos deveres
de Kant, quase 2000 anos depois, possa ajudar a esclarecer melhor isso. Se a injustiça fosse um dever a ser seguido, a
humanidade não se sustentaria, portanto, o maior mal é cometer a injustiça pois ela causa um perigo não apenas ao
indivíduo mas à humanidade como um todo].

1
PLATÃO. Livro II (359b-360b). In.: República. Tradução de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2005, p.
2 REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. Capítulo 6 – Platão. In.: História da Filosofia. v.1. São Paulo: Paulus, 2007, p.137, 141, 151, 163.
3
A tradutora Maria Helena aponta em notas que Giges foi rei da Lídia em 687-651 a.C., depois de ter assassinado o monarca anterior, Candaules, e de ter desposado a
viúva deste. Heródoto, o “pai da história”, narrou em seu livro (I, 8-12) a história de Giges e serviram também de tema a uma tragédia, “de que se recuperou em um
papiro um fragmento de 16 versos, mas que se não sabe datas. A parte relativa ao anel é exclusiva de Platão.”
4
MARCONDES, Danilo. Platão. In.: Textos básicos de Ética. De Platão a Foucault. Rio de Janeiro: Zahar, 2014, p.29. Sobre este tema, conferir Otelo, Hamlet, Rei
Lear, Ricardo III e principalmente Macbeth de Shakespeare, onde o problema da consciência moral é explorado. Ver também Crime e Castigo de Dostoievski e o
conflito moral de Raskolnikóv, ou Os irmãos Karamázov em que é dito “se Deus está morto, tudo é possível”, ou seja, quando perdemos a referência dos mais altos
valores morais e tudo passa a ser relativo, o que acontece ao ser humano?
5
PLATÃO. Górgias. Tradução de Carlos Alberto Nunes. (469a-476a) p.22-37. Digitalizado por Acropolis, s/d, <http://br.egroups.com/group/acropolis/>.Disponível
em: < http://bocc.ubi.pt/~fidalgo/retorica/platao-gorgias.pdf > Acesso em: 10/02/2018.

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