Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
net/publication/322131774
CITATIONS READS
0 34
1 author:
SEE PROFILE
All content following this page was uploaded by Paulo Jorge de Sousa Pinto on 29 December 2017.
Percepções europeias
da China dos séculos XVI a XVIII
Ideias e imagens na origem da moderna Sinologia
Lisboa, 2017
Organizador
Francisco Roque de Oliveira
Autores
Francisco Roque de Oliveira, Miguel Rodrigues Lourenço, Jorge Santos Alves, Rui Manuel Loureiro,
Paulo Jorge de Sousa Pinto, Luís Saraiva, Maria Teresa Amaral e Mafalda Nobre
Editores
Centro de Estudos Geográficos, Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da
Universidade de Lisboa & Palácio Nacional de Mafra
Capa
João Rodrigues
Design
EuropressLab
Impressão e acabamento
Europress – Indústria Gráfica
ISBN
978-972-636-263-0
Depósito legal
425769/17
Tiragem
875 exemplares
Abril de 2017
Índice
Introdução
Os Judeus do Oriente
apenas aos chineses; como afirma, “os Thai nem sequer se assemelham aos chineses
como os europeus o são aos judeus”. Mais importante, porém, é que os tailandeses
têm tanto a temer dos chineses como as “raças brancas” (Landon, 1941: 34). O mani-
festo é, portanto, uma espécie de esclarecimento explicativo das razões porque os
tailandeses não só não são “amarelos” como partilham solidariamente com os euro-
peus um receio fundamentado dos perigos que os verdadeiros “amarelos” – isto é,
os chineses – constituem para o país. A utilização do paralelo com os judeus é, assim,
um recurso teórico para melhor explicar estes alegados perigos.
Devido ao profundo efeito causado por estes escritos na Tailândia, o termo
“judeus do oriente” conheceu alguma divulgação e a sua origem é-lhes vulgar-
mente atribuída nos dias de hoje. Porém, trata-se de uma noção muito anterior,
que remonta aos anos finais do século XVI e que decorreu do contacto – e dos
juízos pejorativos consequentes – dos viajantes europeus na Ásia com o poder
económico das comunidades chinesas nas cidades portuárias sueste-asiáticas, e
que se prolongou pelos séculos posteriores, já em pleno período “colonial”.
Contrastes ibéricos
Olhares norte-europeus
Figura 5. Massacre dos chineses em Batávia, 1740 («Tableau de la Partie de Batavia, ou s'est fait
proprement le terrible Massacre des Chinois, le 9 Octob. 1740», de Jacobus van der Schley).
Conclusão
Bibliografia
Arago, Jacques (1822) – Promenade Autour du Monde, pendant les années 1817, 1818,
1819 et 1820, sur les corvettes du Roi L’Uranie et La Physicienne, commandés par M.
Freycinet. Paris: Leblanc, I.
Azcarraga y Palmero, Manuel (1872) – La Libertad de Comercio en las Islas Filipinas. Madrid:
José Noguera.
Blussé, Leonard (1988) – Strange Company – Chinese settlers, mestizo women and the
Dutch in VOC Batavia. 2ª ed., Dordrecht: Foris Publications.
Callahan, W. A. (2003) – «Beyond cosmopolitanism and nationalism: diasporic Chinese
and neo-nationalism in China and Thailand», International Organization, 57, 3,
481-517.
Chansiri, Disaphol (2008) – The Chinese Emigrés of Thailand in the Twentieth Century. New
York: Cambria Press.
Chin, James (2009) – «The Portuguese on the Zhejiang and Fujian coast prior to 1550 as
seen from contemporary Chinese private records». In Luís Filipe Barreto, ed. – Macau
During the Ming Dynasty. Lisboa: Centro Científico e Cultural de Macau, I.P., 119-137.
Chirot, Daniel; Reid, Anthony, eds. (1997) – Essential Outsiders – Chinese and Jews in the
Modern Transformation of Southeast Asia and Central Europe. Seattle: University of
Washington Press.
Commelin, Isaac (1646) – Begin ende voortgangh van de Vereenighde Nederlantsche geoc-
troyeerde Oost-Indische compagnie. Vol. I. Amsterdam: J. Janssonius.
Cruz, Frei Gaspar da (1989) – «Tratado em que se contam muito por extenso as cousas
da China…». In Raffaella d’Intino, ed. – Enformação das Cousas da China – Textos do
Século XVI. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 147-254.
De Graaf, Nicholas (1709) – Voyage de Nicolas de Graaf aux Indes Orientales et en d’autres
lieux d’Asie. Amsterdam: Jean Frederic Bernard.
Diaz-Trechuelo, Lourdes (1966) – «The role of the Chinese in the Philippine domestic
economy». In Alfonso Felix, Jr., ed. – The Chinese in the Philippines, 1570-1770. Vol. I.
Manila: The Historical Conservation Society, 175-210.
Felix, Alfonso, Jr. (1966) – «How we stand». In Alfonso Felix, Jr., ed. – The Chinese in the
Philippines, 1570-1770. Vol. I. Manila: The Historical Conservation Society, 1-14.
Gil, Juan (2011) – Los Chinos en Manila – siglos XVI y XVII. Lisboa: Centro Científico e
Cultural de Macau, I.P.
Lach, Donald F.; Van Kley, Edwin J. (1993) – Asia in the Making of Europe, Vol. III, Book 4. A
Century of Advance. Chicago; London: The University of Chicago Press.
Landon, Kenneth P. (1941) – The Chinese in Thailand. New York: Institute of Pacific Rela-
tions.
Paulo Jorge de Sousa Pinto. Os Judeus do Oriente. Perceções europeias dos chineses ultramarinos... | 109
Laval, François Pyrard de (1998) – Voyage de... aux Indes Orientales (1601-1611). Vol. II.
Paris: Chandeigne.
Lobato, Manuel (2001) – «Os chineses nas Ilhas Molucas: da prioridade no comércio de
longa distância à fixação de uma comunidade residente». In Jorge dos Santos Alves,
ed. – Portugal e a China – Conferências nos Encontros de História Luso-Chinesa. Lisboa:
Fundação Oriente, 147-172.
Loureiro, Rui Manuel (2000) – Fidalgos, Missionários e Mandarins – Portugal e a China no
século XVI. Lisboa: Fundação Oriente.
Magalhães, Gabriel de (1997) – Nova Relação da China: contendo a descrição das particu-
laridades mais notáveis deste grande império. Macau: Fundação Macau.
Markley, Robert (2006) – The Far East and the English Imagination, 1600-1700. Cambridge:
Cambridge University Press.
Morga, Antonio de (1997) – Sucesos de las Islas Filipinas. Madrid: Polifemo.
Ollé, Manel (2002) – La Empresa de China. Barcelona: Acantilado.
Pih, Irene (1979) – Le Père Gabriel de Magalhães – Un Jesuite Portugais en Chine au XVIIe
siècle. Paris: Fundation Calouste Gulbenkian.
Pinto, Paulo Jorge de Sousa (2012) – «“Estes enemigos ladrones que tenemos contra
nuestra voluntad”. Notas e Observações acerca dos Sangleys de Manila». In Eva Maria
von Kemnitz, ed. – Estudos Orientais. Lisboa: Universidade Católica Editora, 93-104.
Pinto, Paulo Jorge de Sousa (2013) – «Malaca, Manila e Batávia. Os chineses ultramarinos
no contexto dos impérios europeus na Ásia do Sueste (séculos XVI-XVII)». In Manuel
Lobato e Maria de Deus Manso, eds. – Mestiçagens e Identidades Intercontinentais
nos Espaços Lusófonos. Braga: NICPRI, 91-108.
Pinto, Paulo Jorge de Sousa (2014) – «A China pelos olhos de Malaca: a Suma Oriental e
o conhecimento europeu do Extremo Oriente». In Roberto Carneiro e Guilherme
d’Oliveira Martins, eds. – China e Portugal – Cinco Centúrias de Relacionamento: uma
leitura académica. Lisboa: CEPCEP, 13-22.
Purchas, Samuel, ed. (1905) – Hakluytus Posthumus or Purchas His Pilgrimes. Glasgow:
James MacLehose & Sons, II.
Reid, Anthony (1993) – Southeast Asia in the Age of Commerce, 1450-1680. Vol. 2. Expan-
sion and Crisis. New Haven; London: Yale University Press.
Reid, Anthony (1996) – «Flows and Seepages in the Long-term Chinese Interaction with
Southeast Asia». In Anthony Reid, ed. – Sojourners and Settlers – Histories of South-
east Asia and the Chinese. 2ª ed. Honolulu: University of Hawai’i Press.
Reid, Anthony (1999) – «Economic and Social Change, c. 1400-1800» In Nicholas Tarling,
ed. – The Cambridge History of Southeast Asia. Vol. 1, Part 2. 2ª ed. Cambridge:
Cambridge University Press, 116-163.
110 | PERCEPÇÕES EUROPEIAS DA CHINA DOS SÉCULOS XVI A XVIII
Ricklefs, V. M. C. (1983) – «The Crisis in 1740-1 in Java: the Javanese, Chinese, Madurese
and Dutch, and the fall of the court of Kartasura», Bijdragen tot de Taal-, Land- en
Volkenkunde, 139, 2/3, 268-290.
Rodríguez-Rodríguez, Isacio, ed. (1978) – Historia de la Provincia Agustiniana… Vol. XIV.
Manila: Arnoldus Press.
Rouffaer, G. P.; Ijzerman, J. W., eds. (1925) – De Eerste Schipvaart der Nederlanders naar
Oost-Indië onder Cornelis de Houtman, 1595-1597. 3 Vol. ‘S-Gravenhage: Martinus
Nijhoff.
Skinner, G. William (2001) – «Creolized Chinese Societies in Southeast Asia». In Anthony
Reid (ed.), Sojourners and Settlers: Histories of Southeast Asia and the Chinese. Hono-
lulu: University of Hawai’i Press, 51- 93.
Stavorinus, John Splinter (1798) – Voyages to the East Indies by the late… Vol. I. London: G.
G. & J. Robinson.
Tong, Chee Kiong (2010) – Identity and Ethnic Relations in Southeast Asia – Racializing
Chineseness. New York: Springer.
Vines, Stephen (1998) – «Indonesia Crisis: Chinese suffer for their success as mobs target
the ‘Jews of the East’», The Independent, 16 de maio. Disponível em: <http://www.
independent.co.uk/news/indonesia-crisis-chinese-suffer-for-their-success-as-
mobs-target-the-jews-of-the-east-1159353.html> Data de consulta: 10 de julho de
2014.
Wang, Gungwu (1981) – «Southeast Asian Hua-Ch’iao in Chinese History-Writing»,
Journal of Southeast Asian Studies, 12, 1, 1-14.
Wang, Gungwu (1990) – «Merchants without empire: the Hokkien sojourning commu-
nity». In James D. Tracy, ed. – The Rise of Merchant Empires. Long-Distance Trade in the
Early Modern World, 1350-1750. Cambridge: Cambridge University Press, 400-421.
Wang, Gungwu (1998) – «Ming foreign relations: Southeast Asia». In Dennis Twitchett
and John K. Fairbank, eds. – The Cambridge History of China. Vol. 8, Part 2. Cambridge:
Cambridge University Press, 301-332.