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OR ee SAT Ut enaraies COUT SP IICUUEALUIEURS Tata eta) Capitulo & (© CONSTRUTIVISMO © construtivismo surgiu pela primeira vex nos extudos das Relagées Internaconai em 1989, na ocasio da publicacio do livre de Nicholas Onufintiulado World of Our Making — Rates and Rule in Sota Theory and Intemational Relations, assitn como no artigo ppublicado em 1982 por Alexander Wend “Anarchy Is What States Make OF 1 na reise Inurnational Onmisation' O objetivo em trazet 6s tiulos desis dus contribueaes originals do construtivismo € Aestacar sua premissa basics: vivemos em umn mundo que cons ‘ruimos, no qlal somos os principals protagonists, e que e produto das nosis escolhas. Este mundo-em permanente construe coms. truldo pelo que os construtivsus chamam de agmte Vale dizer: nao se ata de um mundo que nos ¢mpost, que ¢predeteininado, ‘© que nto podemos motilicar. Podemes mud, trinstormivio, ainda que dentro de certo Limits. Em outraspalawras,o mundo & socialmente construido, De certa forma, constnutivismo acabou Tevando o debate académico nas RelagbesInternacionais de volta 20 que muitos consideram sua origem primeira: o chamado pri ineiro debate, que Edward Hallet Carr defini como entre ideale: tase reais. A natureza do dehate nio & mais sobre metodologi, assim sobre ontologi, isto sobre a natureza dauilo que deve FHamos estar estidando. © construvismo reflee o debate gentes/ ‘estrucura, préprio ndo somente is relagdesinternacionais, mas a utrasciéneias socais. Tanto na Sociologia quanto nas Relacies| Internacional, o debate agentes/extutara se tefere a quem cons trange¢ limita as opgées do outro, os agentes ou a esrutura Esa pergunta pode ser desmembrada em diss em um primeiro mo- ‘mento, € preciso saber quem veio antes —os genes Ou a estrutara =: para depois saber quem influencia, constrange ¢/ou limita as ‘opcbes ea exolugio do outro. Eo que se chama de antecedncia ‘omtol6giea quem veo antes e quem veio depos, quem determin, ‘ ontro, quicm tem precedéncia sobre o outro. ‘Nas RelagSes Internacionas, muita anslises si feitas com uma énfase nos agentes, nas suas escolhase na sua racionalidade, Muitos realists clsscos (ver Capitulo 2) possuem como premissa Mas Keohane defendew a necessidae de s¢ eatabelecer ome va ‘méiia isto €, um compromisso entre @ que chamou de racionse Ustase reflexistas. O constratvsmo tamlyem ni fol mencionets oartigo de Yosset Laid de 1989, no qual ele cnhou o terme pow Positivism no estudio das Relacdes Imernacionais No entanto, alguns dos temas ¢ dos desfios com os euais ‘uores consiutvstas da década seguinte acabara aide ron levantados por Lapid, em 1989, conn sendo os tems com ox sis © Péspositivismo deveria lidar para suprr as inaufieeneke da Posto na RelagesIncernaconaisO constatvsno seq foi mencionado no mimero especial de 1960 da evs Iuerot nat Suds Quarter cos edivores foram Rab}, Walkcr¢ Richard tehlen apesar de olivro de Onu ter sido mencioado por alguns autoney ‘agucle nimero especial, No enanto, em meadlos da decade 2900, nenhiuma revisio da bibliografi minimamente aceitéel na ‘rea de Relages Intemacionais,e nendusn curso de graduate ou psgraduacfo — sobre tora dat rele ineracinaisen- ‘qr nos pares nin de qaldace pone permit de ‘Erde forgo conve Novenconros da iSh ds ogund me fade da décda de 1000, 0 consrathixmo passouaocupar una Posicio de dese, com vrins mem vro tlinsendo Sesion os atetnind como constasan Toinexe entet, por exemplo, que tepen . Walt inca o contro lade do resin ed iteraisno, como uma ‘hay rs sbordagens teens dominants das Rea Tnternacio nais‘No mesmo, em um mero epi da esa Ileana! matin coserd seta a nsent de Regs ne ona oer Kae, Reber Keohane Steph emer pllicaramuanig na forts de un balango dae, mstande © pereun da dcipina se entoe deatendo sie principals teria” Ox rs ators diva a dpa ex dis grupo “hamados ractnaltis mina defn peo propre Keohane tm sev anteiomentemenconado discuoqucstrowarigo de Toke os contra, Sepindo Katzen, Reohane «Ker o contin quc haa consi, até entio se esabtecer omo um iterioctto do racionalismo rao constant tsa, cone em tus cena cn sa construe presenta defen por Wend Ou quetemos desta a oon ene ain de qualquer eco so consousie noem ation contib snes do final da dada de TD hu presen imponente enact de 190 ‘este repel, Kena Erik Jorgensen alia que o consul iso € mais tina metateoria do ue proprameste win earn, Segundo ee os conus no tse enohide cm deseo! verna ots ds Rela Intercom meno que, 8 ie Iberia contig eas expres’ Asn, Joge ten afin que oconsrtmo pode ser consderade un mea {sora medida em que conti langar o chamado debate ipsa a medida em uc tonne Rela Interna Conecis importante a Tots Soi ha medida em que ques Sono o pp concn de tera tre nas RlagSs cr tions No ent, o constr no nada sobre eventos 166 Tate ane emacs aswen ca, por iso, em se afirmar como uma teovia das RelagesInjer- hacionas, Jongensen afirma, por outro lado, que constrtivsma pode ser entendido como uma filsofia, «faz uma distingao entre ‘as posigdes construtiisas: 0 realsmo construtivo ¢o dealismo construtivo. Segundo 9 realismo consnatvo, o conhecimento que temosem relagio a0 mundo éscialmente construido, meso rnd existe independentemente desse conhecimento que formulazios em relagio a ele. Segundo idealism construtio, no apenas & conherimento que temos sobre o mundo ¢socalmente consruldo, como o prépsio mundo nso independe do nosso conhecimento, Jorgensen acrescenta que existe ut continuum de poses posses ‘entre eses dois limites Friedrich Von Kratochwil e Thomas RiseeKappen definers, separadamente,s peemissas centras do construtivismo,? Amos concordam que a premiss cental ecomum a todos os constrt- vista € que o mundo aio é predeterminadl, mas sim consrui ‘medida que os ores agem, ou sea, que o mundo & wna constr ‘ho socal. Ea interacio entre ot ates, isto &, on process de cor ‘munieacio entre ot agentes, qe const6i os interesese as prefe- rncias destes agents. Mas, ao pasw que Rise Kappen define quatto ‘outros pontos comune sos constrtiistas, Kratochwl define © que ‘chama ée corolirios dessa premisa e que representam até pote ciaispontos de dscordincia Vamos qh, ent, definir das outras remiss comunsa todos os constratists, tendo cm vst a diver éncias eas limitaces da diferentes vertentes do construtivsme, Asegunda premiss que definimos 6a negagio de qualquer anece- dencia ontologiea aos agentes e& estatura. No debate agentes: ‘strutura, os consitivstas negam imultaneamente que om agentes precedam a etrumura ea moldam para servi seus interes € ss Preferéncias,e que a estuturatenha a capacidade de constranger € limitar as opcBes e, portanto, at agdes dos agentes, Para eles, agentes ¢ estrutura sho co-consttativns uns dos out, € enka precede o outro nem no tempo, nem na capacidade de influenciar ‘Um exemplo iustraivo da premisa de ercomstitio & que Ino se pode falar em sociedade sem falar nos individaos que @ ‘compsem, nem se pode falar de individuos — no plural, ou sea, mais de um individuo — sem falar da soeiedade que eles const tier. Nese sentido, sociedad eindivdion io cocontiides ca mesma forma que agentes e estutura sia corconstituidos. Ater- ‘cia premise comum a todas os constrtiviatsrefereae a relagio ‘entre materialism e dealismo, Se, por uns lado, os construe ho descartam as causa maternis, por outro, consideram que 35 dias €or valores que informam a relacia do agente com o mundo mnaterial desempenham uma funcio central na formulacio do ‘eonherimento sobre este mesma mundo, tsa significa que os con tnutvsas mo igoram que exist "um mond ki for, as consid sam que ee s faz sentido a partir do momento que hos referimos dle, e mediante os meios que simos para nos referirmos a ele ‘ua outras premissas cio comuns a viriosconstrutivistas, em ‘bora ndo todos, A primeira éa negacio da anarquia como uma ‘esrutura que define a dsciplina de Relacdes Invermacionais. Para ‘esses consrutvsts, existe um conjunto de normas e regras que Drganizam ¢ norteiam as relacdes internacionais, commandos ‘objeto de uma discplina especifica. A outa premises, que decorre da anterior, € que & anarquia intemacional ¢ socalmente con truida. Iso significa que definiras relies internacionais como tum espago de confit © de competigio permanentes parcial mente coreto, jf que a maturers da anarquin nto & predeterm znada: sendo socialmente construido, sistema internacional pode ‘ariar entre o confit ea cooperacio, Os processos de construcio € reconstrugio sio permanentes ¢ abrem espaco para a continu possibile de mudanca Por fin, um dos concetos que mais chamam a atengio para o construtvimo ¢ 0 conecito de ilentidade, No entanto, nea todos ‘9s construtiitasconsideram o conceito importante ¢ iil de um ponto de vista analitco, Ou, por exemplo, sequer menciona 0 conceito em sas dicussdes, por considerar sa forea analitica ‘muito lmitada para lidar com eventos sociais em geval, € a relages intemacionaisem particu. Par cle, nce ganha nenbum poder explicaivo ao substiuir o conceito de interesee pelo conceito de idemtdare, Qvarvda Onuf ios com o conceto de identidade, no ‘sequiu uma definigio selacional das idensdades, e prefer uma detinicio eognitiva® No entanto,aincapacidade dos postvsas ar 1 Tone cea btenare cred licionais em lidar com o conceito de identidade de maneira ends. gona representa uma de suas prinepais acunas um des principals stratvos do constuthismo para eles E¢ exatamente so que Wendt providencia:insiramentos analiticos endogenos para explear a ‘construco das identidades, eno considersas mais como simples: mente predeterminadas. Wendt apresenta un conceito de ident dade preciso, mas exivelosuficiente para permits identidades se transformarem e se adaprarem aos processos eas necesidaden 4a politica internacional, Para ele, as dentdades precedem os in teresses ese formam em processs relaconais entre aidentade c a diferenga. Portanto, e mesmo nio sendo uma caracteistien cor ‘mum todos os construtisas, o conceit de idemidade mio pode ‘evar de fazer parte da contribuigio construtivit, Por sua parte, Kratochwilafrma que wm dos principais desa- Sos que se impem ao construsssmo ¢ de natureza metodolégien Segundo ele, a questo que se imypae acs construtiisas relation Acorrespondéncia entreo mundo que we obscrma ea conecimento ‘que se constsi em torno dele. Para Kratochwil esa questio nae Aleveriaimpedir a elaboracio de pesquicas empiricas, incuindo nso pesquisa hiseadas em progrannas de pesquisa nos pades ‘do poss logico. Kratos adaite a possibilidade dea meto- dologia para elaborar esse program poder fir em aber, com diferentes construivisias segindo caminhos diferentes Ine sight Fea que Kratochwil nto descarta a posibilidade de exsiencia de Pesquisas construivisus que sejam cientificas. Por out lado, ratochi alirma que todas os constrtivstas adit que inter subjetvidade da linguagem 6 conseqilente partithamento de Aiscursos, signficadose yalores€ uma premise comm a todos ‘onsirutvists, No entanto €exatamente neste nivel que 09 cons tmushvsas comecam a divergir quanto dimportinciaecentralidade ‘da viral ingistica, muito mais importante para um construtvta como Onul, Fierkee o prprio Kratocl qe para Wert & vio lingiica operada por alguns consrutivstas poe a anise do dis ‘so —e mais especifeamente das regras e norms que organ. 2am regem o discurso — como central na anise don eventos soviais em geral,e das Relaces Internacionas em particular. Des Ponto de vista, que interesa aos construtvistas que aderiram viradalingistica so as normase egras que consioem 0 discus {que acaba se referindo ao mund socal. € nese sentido ie ess Constwivsas considera qua realdae some const, Evoluso do construtiismo nas duas titimas décades ‘Trazer 0 debate sobre normas ao centro do esto das Rel ‘Bes Intemacionais nio foi uma inovacio do construtviino, Os acacémicos da autointtulada escola inglesa em geral, e Hedley Ball em particular, rejetavam as herangas de Hobbes © Maqui” ‘el, por am lado, ede Kant, por outro. Bull considerava que te dlicio grotiana, que pBe o dieito as normas internacionais no ‘centro da anise das Relates Internacionsix, respondia de manera ‘complet abrangente aos desafios que se colocam aoe anata ea politica internacional, Des ponto de vst, quando Bull discuti 4 ondem internacional e destacou as instinigdes que do stent 4 esta ordem internacional, ele nada mais fer que destacar a ‘mporncia das normas nas relagdes internacionas. Por so, vrios lists conterporineos entre os quai Tim Dunne ¢ Barry Buz, ‘onsiderain Bulle escola inglesa como precursores do consti visino nas RelagSes Internacional, ow até como tama forma de Essa afirmagio € apenas parcialmente corteta, dado que os ‘onsinutvsts que consideram 0 coneeito de notmas como central fas Relagdes Internacionaisfazem parce da chamada virada li ailtca, No caso de Bulan norma rela, da interac ene 1s Esadosmembros da sociedade internacional, mas a andlise do dliscurso nio tem 0 destague que tem em construtvistas como Kratochwile Onuf, Para os consiruistas, as norms informa 0 Aliscurso, eo diseurso nio ¢ apenas um intrumento para a acio politica, mas sim a propria acto polities. Quanto ao fto de as Re- lagGes Imernacionais serem uma constrcio saci que Feprese ‘aria um elemento comum & escola inglesa c a0 constrivsno, © ‘como deixamos laro na discustio da conusbuicio ce Ball no Ca pitulo 2 9 poder oenpa um gar cent na contac social prom posta pelos tatores da escola ingles, lugar que nao acupa no cone trutivsmo. A construco socal & qual a escola inglesa se refere & ‘xtadocentrada,eurocentraca —o que fica claro no pensamenta de ‘Adam Watton, por exemplo—e prvileyia a manuten¢io do status {qurem detrimento da mudanca:* Em todos eses pontos a escola Inglesadifere do constrwtnism. Tavera perspcsva de Ren Sit, ‘que encara o constriismo e escola inglesa como dias tradices separads,ricas ¢diversificadas, entre as quas se pode estabelecer lgumas pontes de didlogo, mas que nao podem ser nem conan ‘ae nem redusidas uma 3 outra, sea mais corre! Keatochwi Com a publicacio do loro Rules, Norms and Decisions, em 1980, Iviediich V, Kratochwil contribuiu ce mancira expressva para afr. ‘mar 0 construtvismo como uma das princpais adigies tedricas| das Relacoes Internacionais. Kracoche, que nao st identificow ‘om oconstrutvismo de maneira imedits, ove uma avaliagio er sca da evolucio do estudo das RelagSes Intemacionais e procurou, em outras disciplinas, vias para remedar o que considerava serem ts falas epistemoligicas © ontoldgicas da diseiplina. Foi noses tudos de lings eee direto, assim como na teoria eitiea — ‘mais precisamente em Habermas —, que ele buscou suas principals espostas. Kratocil encontrou, em Wiigenstein eno conceito de ‘at de ala, uma de suas principais Fontes de inspiracio, Fo sso que {fez dele um dos principais proponentes da cham vr linge tics mis Rekigdes Intemaciomais, Ele procurom ientiicar os dis ‘cursor —mats partcalarmente as regras que reyem e organiza estes discuss — as segras que nos pesmitem apreendes a reali- dade em que vivemos. argument de Kratochwilé que, a0 ente: ‘dermos as regs que rgem o dscurs, podemos entender a8 reg ‘que regem a prprta realidad, que o mundo an qual nas reformer 2 prod dos dias que nas peri nas refer a le Segundo esse argument, ndo importa como “a realidade li fora” é, ji que & Tingwagem que usamos para nos eferira ela que val moda nossos tentendimentos e nosss aces. so significa que a linguagem nao reflete apenas ago, mas €0 fundamento da acio e, portanto,é | propria ach. essa forma, Kratoehwilafiema que as normas sio fundae ‘meniais nos processos de tomada de decisio na medida exn que cexistem premissas comuns aos agentes tomacores de decsio que reduzem a complexidale das contexts dent ds qs eles fzeun suas ecolhas.E por iso que afirma que ot stores tendem sem arecorrer 3s normas, Para Kratochwil, as normias representa & principal inluéncia nas ages humanas, mesma que de forms Indeterminada: quando se trata de tos soins, no se pode esperar regularidades ¢ repeticfes, nem que da mesma norma rewlte Sempre o mesmo ato, Por ser im mundo socialmente construido, mio se pode wilzar, para entendé-lo, os mesmoe métodos ds cit ‘as exatas. Nese sentido, por resultar de um discuss, ele mesmo inersubjetivo, a a¢io humana ¢ moldadia e regia por regres. Por isso, aandlise das ages dow agentes deveria consist nao naandlise dlessas ages, mas sim na andlise das regrase normas que orient ram suas escolha. Para Kratochvil, os procesos de comunicacio social ede inersubjetiidade sio ceauas para oentendimento do processo por meio do qual as decisbes e's agbes dos atores si) Analisads. Decorre disso a necesidade de analisir ¢ entender a8 ‘normas que organizam o discuro da tomadia de deci Desse ponto de vist, normas nao sio apenas instruments de brganizagao resuicio. Nermas jutifcam, leita lornam crs ‘aos passe Ivo permite 2 Kratochwilafirmar que a funio des rnoras na vida socal é estabelecera ela entre linguagem que tsames para nos referir ao “mundo Is fora” e este mesma mnundo 1ifora". As nommas sio, preciamente, 0 que tora algumas agbes ce decisies possiveise “naturalmente”acctivels ou nao. Ou sea, info € possivel entender as decisGes tomadas pelos tores como fruto de algum tipo de racionalidade e, em conseqiéncia dist, redurir nos andl racionaldade. E necesirioanalisa as eg ‘que regem as discuss que tomaram alguma eseolhas impessiveis € algumas decises como se fssem a8 nicas poses. Kratochvil propde, entio, uma teoria da analise da tomada de decisio cen- trnda na andlse das regras que regem o discurso mediante o qual se woman esas decisdes. Essa teoria proposta por ele se afirma como diferente da abordagem da teotia liberal na anise da o- ‘mada de deeiso,

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