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Antiga e Medieval.
INTRODUÇÃO
AS CRÍTICAS À METAFÍSICA
METAFISICA E ONTOLOGIA
CAPÍTULO I
1. A FILOSOFIA PRIMEIRA
Metà significa: após, depois de, além de, supra, independente de; tà:
aqueles, aquelas; e physik” física, natureza. A expressão grega metà tà
physikà significa aquelas coisas ou aqueles objetos que estão depois, que
vêm depois das coisas físicas ou estão para além da natureza física. Aqui,
indica os escritos de Aristóteles que tratam de coisas ou dos abjetos ou
assuntos que estão além da física, cuja natureza é transcendente. Portanto,
sem Aristóteles e seus escritos, talvez a metafísica não existiria enquanto
palavra, nem possuiria conteúdo.
4. O OBJETO DA METAFÍSICA
O termo “objeto” deriva da palavra latina objectu e significa aquilo que é
lançado ou colocado diante de, em frente de. Em sentido claro, é tudo
aquilo que se dirige ao ato consciente do sujeito.
2) O que existe;
3) O que é real.
3) O ente possível: são entes que estão na razão, mas que, por suas vez,
podem vir a se atualizar, é o que permite a invenção humana.
O termo “essência” deriva da palavra grega ousía e designa aquilo que faz
uma coisa ser tal qual é. Os entes são composto por dois princípios
constitutivos: o ser e a essência. Aparecem ao sujeito cognoscente com uma
determinação particular, por exemplo, como um homem, uma árvore, um
pássaro, uma pedra. O ser manifesta-se nos entes. É por isso que a
metafísica possui como ponto de partida o ente particular, pois o ser não se
manifesta por si só, mas somente no ente.
1) O ser é um ato, uma perfeição das coisas: ato é o estado do ser presente
no ente como perfeição.
3) O ser é um ato total: o ser não é uma perfeição parcial, mas abarca tudo
o que o ente é. O elefante em sua totalidade. O ser não é o mesmo que
existir, ambos não são sinônimos.
8. A QUESTÃO DO VOCABULÁRIO
O aluno que se põe a estudar metafísica vai se deparar com uma série de
termos e expressões nada comuns. Por toda a parte os termos vão surgindo
carregados de significado. Muitos filósofos empregam termos idênticos
encontrados em outros filósofos, mas com sentido muito diferente ou,
então, empregam palavras diferentes para dizer o mesmo que os outros já
disseram.
1. O NASCIMENTO DA METAFISICA
A filosofia teve sua origem na Grécia. Surgiu no final do século VII e início
do VI a. C., nas colônias gregas da Ásia Menor, especificamente, na cidade
de Mileto. A palavra “filosofia” e significa “amigo ou amante da sabedoria”.
O termo grego physis é o que nós entendemos por natureza o que se move
no espaço e no tempo, para os antigos, as ciências físicas.
3. O PRELÚDIO DO POEMA
4. A REVELAÇÃO DA DEUSA
Via de alétheia
Para Parmênides, a procura do quê das coisas, deve seguir dois caminhos,
o imutável e o perfeito (alétheia); e o dos sentidos, da opinião, do costume
(dóxa), que traduz a experiência confusa dos sentidos. Tais caminhos se
opõem: aceitando-se um, nega-se o outro. a alétheia está ao lado dos ser, é
o ser enquanto a doxa se identifica com o não ser, já que produz um
discurso que não leva em consideração a identidade e a permanência do
ser.
7. OS PREDICADOS DO SER
2) Todas as coisas são entes, isto é, são. Permanecem envoltas pelo ser.
Permanecem reunidas, unas.
8. AS CARACTERISTICAS DA DÓXA
2°) Mas a dóxa interpreta esse movimento, essa mudança, como um chegar
a ser.
Por isso, Parmênides interpreta o movimento como luz e trevas, como uma
iluminação e um obscurecimento. Uma vez que não existe o movimento, a
multiplicação é apenas um engano dos sentidos, uma ilusão.
CAPITULO III
1. A METAFISICA DE PLATÃO
Os eide são a causa dos aistheta e diz-se que estes últimos participam dos
eide. O aisteheton é explicado como uma cópia do seu modelo eterno, o
eídos. Eíkon, por sua vez, é imagem, reflexo. Assim, o universo visível, no
qual estamos é o eíkon, isto é, uma imagem ou reflexo do universo invisível
ou inteligível que abrangem os eide e o tempo é uma imagem da
eternidade. Esse ato de criação artística é obra de um artífice supremo.
Mas ele não é onipotente; faz o kosmos tão bom “quanto possível” e tem
que competir com os efeitos contrários da “necessidade”. Para Sócrates e
Platão, a verdadeira causalidade opera sem fim, enquanto as operações dos
elementos físicos são apenas condições ou “causas acessórias”.
O ser é o ser do ente, e, ao mesmo tempo, conhecer uma coisa é saber o que
essa coisa é: compreender o ser daquele ente. Sem ver a ideia do homem
não se pode ver um homem.
6. A ALEGORIA DA CAVERNA
A teoria das ideias foi reproduzida no livro VII da República, por meio de
um dialogo entre Sócrates e seu interlocutor, Gláucio, que enfatiza a
existência de uma realidade projetada para além da existência sensível.
7. ENTENDENDO O TEXTO
Platão fala da existência de dois mundos: o sensível, que corresponde ao
nosso mundo, e o inteligível, que corresponde ao verdadeiro, ao mundo
superurânico.
9. METAFISICA DA ALMA
A propósito do tema perene da “imortalidade da alma”, Platão aprofunda a
busca do sentido inteligível da forma no Fédon. Imortal, a alma é
preexistente e separada da condição corporal e sensível. Aqui, Platão
retoma as tradições pitagóricas do dualístico soma- sema = corpo- prisão.
Nos diálogos anteriores ao Timeu, Platão parecia propor que as almas não
nascem, assim como também não morrem. Para Platão, o problema da
imortalidade da alma se torna essencial.
CAPITULO IV
1. MATAFISICA DE ARISTÓTELES
Em vários de seus escritos, com muita frequência, Aristóteles polemiza
contra Platão combatendo o mundo das ideias, porém, mantém sempre o
máximo respeito para com aquele que chama de mestre ou amigo.
Aristóteles formula ainda uma quinta objeção: a doutrina das ideias não
explica a produção, isto é, a gênese das coisas. Por fim, a última objeção de
Aristóteles se refere à transcendência absoluta que põe uma cisão entre o
mundo das ideias e o mundo das coisas. Aristóteles não vê necessidade de
cindir e dividir as ideias e as coisas.
3. A SUBSTÂNCIA
Aristóteles deduz que as coisas eternas hão de ser boas: não pode haver
nelas defeito, nem maldade ou perversão. O que não tem matéria é pura
forma. Ato e enteléquia refere-se à realização, perfeição atuante e atuada. É
ato e enteléquia do corpo e Deus será enteléquia pura.
5. MATÉRIA E FORMA
Ao trazer as ideias para o mundo das coisas, Aristóteles queria lhes dar
força genética e geradora. Por isso estabeleceu em cada coisa uma
distinção fundamental. Distingue a forma e a matéria.
Matéria, para ele, é simplesmente aquilo com que alguma coisa é ou está
feita. Matéria é o principio constitutivo das realidades sensíveis, a madeira
é o substrato da forma do móvel, a argila o é do vaso.
6. AS QUATRO CAUSAS
A humanidade, por exemplo, não existe fora dos indivíduos que a realizam
ou do pensamento que a concebe. Aristóteles faz do individuo o tipo do ser
contrariamente a Platão.
7. O PRINCIPIO DE INDIVIDUAÇÃO
Por que não somos iguais, se somos todos iguais? A natureza especifica ou
essência do homem é a mesma, em Sócrates e em Aristóteles. Isso suposto,
a forma pode ser o principio de individualização nos objetos sensíveis.
Qual é, segundo Aristóteles, esse principio de individualização? A matéria.
Ora, o primeiro motor, que é imóvel, jamais passivo. Ele é sempre em ato.
Ele é o ato puro que exclui a potência e o movimento. O primeiro motor
imóvel move o mundo pela irresistível atração de sua beleza, de sua
perfeição, pelo desejo que lhe inspira como bem supremo.
Aristóteles não parece que se preocupara muito com o numero dos deuses,
porém, se temos de reter o Motor Imóvel como o principio absoluto, como
origem, e identifica-lo com Deus, temos que dizer, então, que Aristóteles é
monoteísta. É pessoal no sentido filosófico.
A concepção de Aristóteles acerca de Deus não é muito clara nem muito
satisfatória. O Deus aristotélico é Causa eficiente tão só por ser Causa
Final. Ele nem mesmo conhece este mundo, e não traçou nenhum plano
divino para o Universo.
CAPITULO V
2. UNO
5. A ORIGEM DA MATÉRIA
O último fruto que procede da Alma do mundo é a matéria. Ela sai da Alma
por uma emanação normal, natural e sem perversidade. "A matéria tem
como causa a razão" e "os princípios superiores que lhe deram ser fizeram-
no gratuitamente". Desse modo, casa ser é um "vestígio do Uno". Embora
de forma imperfeita, a matéria reflete a gloriosa unidade diversificada
existente sob uma conceituação superior no mundo de Formas espirituais
da inteligência.
6. A ANTROPOLOGIA PLOTINIANA
Sendo o Uno o Único que é o que é, está presente no mais íntimo de nós
mesmos. A percepção humana supõe uma síntese que "converge para
alguma coisa una". A alma não se recolhe no Uno, mas retorna ao Uno.
CAPITULO VI
O ser difere dos seres existentes finitos e múltiplos pela sua infinidade e
unidade: embora diferentes entre si pelas essências, todos os seres
participam no ser e nele se unificam. É por isso que o ser é caracterizado
muitas vezes como comum a tudo quanto existe.
"Em todos os efeitos, o que há de mais perfeito ser." O ser, concebido como
raiz de tudo, é o que põe em ato tudo aquilo que existe. Consequentemente,
o ser é a perfeição absoluta, plena.
3. O ENTE REAL
Esses dois conceitos tão frequentes de essência e ato de ser, são as duas
pilastras do ente real. A essência indica "o que" é uma coisa, ou seja, o
conjunto dos dados fundamentais pelos quais os entes - Deus, o homem, o
animal, a planta - se distinguem entre si.
O ser ato que realiza a essência, que em si mesma não passa de um poder-
ser. Não se trata, portanto, de uma filosofia das essências, mas do ser que
permite às essências realizarem-se e se transformarem em entes.
4. O ENTE LÓGICO
Tomás afirma que há o ente lógico e o ente real, é o conceito de ente. Ele
pode ser tanto lógico ou puramente conceitual, como real ou extramental.
O ente lógico e o ente real são duas vertentes distintas, e é preciso mantê-
las assim. O universo não é real, porque somente o individuo é real.
"Participação", não significa que o ente "recebe uma parte do ser", significa
que o ente possui de modo "particular", "limitado" e "imperfeito" aquela
perfeição, que, em Deus, Ser subsistente, encontra-se de modo total,
ilimitado, perfeito. Quando uma coisa recebe parcialmente aquilo que a
outro pertence de modo universal, diz que dele participa.
6. A ANALOGIA DO SER
O conceito ser é aplicado a tudo o que existe, porque tudo o que existe é,
mas obedecendo a certa proporcionalidade, porque nem todos são do
mesmo modo, nem todos têm a mesma substância e os mesmos acidentes.
Assim, há entre Deus e as criaturas uma relação de semelhança e de
dessemelhança ou, ainda, uma relação de analogia no sentido de que
aquilo que se fala das criaturas pode ser falar de Deus, não do mesmo
modo, nem com a mesma intensidade, mas guardando as devidas
proporções. O conceito de ser não é unívoco. Um termo é equivoco quando
uma mesma palavra indica coisas totalmente diferentes.
7. O DEUS CRIADOR
Nesse “depósito” está incluído tudo o que está nas Escrituras, nos
ensinamentos dos santos Pais e nos Concílios Ecumênicos. Segundo santo
Tomás, há duas ordens de conhecimento distintas, a da fé e a da razão. Não
há oposição entre filosofia e teologia. Contanto que a filosofia obedeça aos
parâmetros da fé, nunca será oposta à fé. Mas no âmbito do visível, do
experimentável, é justo que o homem confie na razão, que é também ela
um significativo dom divino.
A razão pode também ser se auxilio à fé, seja defendendo- a dos ataques
dos descrentes, seja ilustrando com semelhança conceitual as verdades de
fé, seja, enfim, demonstrando os preâmbulos da fé.
Nada pode ser levado ao ato senão por um ente em ato. É preciso que tudo
o que se move seja movido por outro. Ora, não se pode continuar até o
infinito, pois nesse caso não haveria um primeiro motor.
O que é um sumo grau verdadeiro, é ente em sumo grau. Assim o fogo, que
é quente no mais alto grau, é causa do calor de todo e qualquer corpo
aquecido, como é explicado no mesmo livro. Existe, então, algo que é, para
todos os outros entes, causa de ser, de bondade e de toda a perfeição: nós o
chamamos de Deus.
A quinta via é tomada do governo das coisas. Vemos que algumas coisas
que carecem de conhecimento, como os corpos físicos, agem em vista de
um fim, o que se manifesta pelo fato de que, sempre ou na maioria das
vezes, agem da mesma maneira, a fim de alcançarem o que é ótimo.
Existe algo inteligente pelo qual todas as coisas naturais são ordenadas ao
fim, e a isso nós chamamos Deus. as provas, ou “vias”, apresentadas por
Tomás e, em parte, adotadas e retomadas de precedentes tradições de
pensamentos são, resumidamente:
1. Via do movimento;
3. Via da contingência;
5. Via da finalidade.