O presente trabalho é uma proposta avaliativa da disciplina de “Ética,
Sociabilidade e Educação”, facilitada pela Profª Rosa Barros, nele apresentaremos um breve resumo sobre as principais discussões da disciplina. O trabalho está organizado em três parte: introdução, desenvolvimento e conclusão. Na Introdução, situaremos a proposta do trabalho produzido, descreveremos a organização do trabalho e por fim apresentaremos os autores. No desenvolvimento, resumiremos as principais contribuições dos autores apresentados na disciplina. Na conclusão, compartilharemos a nossa apreciação da disciplina como o todo. A disciplina além de conceituar termos como “ética” e “moral” para cada autor, também relaciona esses conceitos a ação educativa na contemporaneidade. Para tal a professora facilitou os encontros com exposições dialogada a partir dos textos, com respeito para com as diferentes opiniões. Acreditamos que a principal obra bibliográfica que fundamentou a disciplina foi o livro “Ética” de Vázquez, embora outros autores tenham contribuído nesse processo, dentre eles, Émile Durkheim, Yves de la Taille, Erich Fromm e Manfredo Araújo de Oliveira. Ao final da disciplina foram apresentados seminários sobre os livros: “Conquista da liberdade” de Viktor Frankl, “O Código da inteligência” de Augusto Cury e “Uma ética para o novo milênio” de Dalai Lama. Ambos seminários trouxeram contribuições significativas para nossa formação, pois saímos dos debates holísticos, para refletir sobre a ética no campo mais pessoal. Também recebemos a visita de duas estudantes do mestrado e doutorado da UFC para discutir preconceito e africanidade. DESENVOLVIMENTO
Vázquez, inicia seu livro apresentando os problemas de agir perante algumas
situações, exemplo, devo mentir para salvar uma vida? Como lidar com crimes de guerra e etc. Ele explica que o indivíduo necessita possuir normas que o auxiliem a pautar o seu comportamento, as normas nesse sentido justificarão o comportamento. Ele deixa claro que o comportamento “é o resultado de uma decisão refletida, e por isto, não puramente espontânea ou natural” (p. 16). Vázquez ainda demonstra que os comportamentos são baseados em um conceito de “bom” que na verdade é um conceito relativo, para alguns pode ser felicidade, para outros o prazer, o que é útil, o poder e etc. A partir do conceito de bom, a responsabilização do indivíduo virá quando este tiver a liberdade de optar entre duas alternativas. Para amadurecer a apresentação do tema, Vázquez começa a diferenciar “ética” de “moral”. Parafraseando-o, a ética é a teoria que explica, esclarece e investiga uma determinada realidade, elaborando os conceitos morais correspondentes, não cabendo portanto, formular juízos de valor sobre a prática moral. Ela apenas apresentará uma compreensão racional para um aspecto real, efetivo, do comportamento humano. A ética procura determinar a essência, a origem, as condições objetivas e subjetivas do ato moral. Logo a moral é o objeto de pesquisa da ética como ciência. A moral são os comportamentos, hábitos e costumes aprendidos por hábito ou cultura. Vázquez ainda relaciona a moral com outras ciências humanas como psicologia, sociologia, visão prático utilitarista, campo jurídico, religioso e estético, visto que o comportamento é aprendido em sociedade, e esta é carregada de valores e símbolos. Para falar de moral, historicamente analisando, a reflexão ética apontam três direções fundamentais: Deus como origem ou fonte moral, a natureza como como origem ou fonte moral e o homem como origem e fonte moral. Vázquez acredita que a moral surge com a “finalidade de assegurar a concordância do comportamento de cada um com os interesses coletivos” (p. 40). A partir disso Vázquez faz um resgate histórico dos modelos de sociedade e de seus valores para provar que as relações econômicas são a base da formação das normas de conduta, implicando diretamente na moral de uma sociedade, devendo ser analisado o motivo, ou seja, a consciência do fim visado, meios, resultados e consequências objetivas. Por fim ele define: “moral é um sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e a comunidade, de tal maneira que estas normas, dotadas de um caráter histórico e social, sejam acatadas livre e conscientemente, por uma convicção íntima, e não de uma maneira mecânica, externa ou impessoal”. (p. 84) Para Durkheim a moral é um sistema de mandamentos, pois o indivíduo é obrigado a submeter-se as regras preestabelecidas, não tendo liberdade, mas coagido pelas consequências que a autoridade imporá aos que não obedecerem. Nesse sentido os hábitos são regras internalizadas, o indivíduo foi condicionado a obedecer bem. A moralidade é submetida a um espírito de disciplina que tem por objetivo regular a conduta e forjar um caráter de autocontrole. No texto que estudamos sobre Yves de la Taille, ele primeiramente apresenta como Piaget pensou a moralidade, apresentando três conceitos: Anomia, heteronomia e autonomia. Anomia é a fase pré-moral onde a criança não tem consciência de seus atos. Heteronomia, é a fase onde a criança ou adolescentes já tem consciência moral, mas que é submetida as regras pré-estabelecida sem liberdade de questioná-las. Autonomia é a fase potencial de todo homem de questionar e optar por submeter-se ou não as regras mesmo sabendo das consequências. Logo, para o autor é necessário conhecer, entender para escolher submeter-se, ele diz que saber fazer não é suficiente, é necessário querer fazer. Erick Fromm acredita que o problema da moral na atualidade está na relação do homem com o poder, se este poder estiver externo a ele, há um efeito paralisante fundamentado em medo, mas se este poder estiver interno, ele só se paralisará se tiver problemas em compreender sua verdade, pois se fundamentará em falsas crenças. “Nosso problema moral é a indiferença do homem para consigo mesmo”. Ser eu mesmo para mim mesmo é o efeito libertador da servidão. Manfredo em seu texto os desafios da educação em uma sociedade planetária apresentam sinais característicos de uma civilização em mudança, como por exemplo a hegemonia do sistêmico que por déficit histórico encaramos autoridade como uma ordem a subserviência ao invés da submissão, por isso temos problemas em lutar por direitos. É um processo de coisificação que nos torna peças de uma grande máquina como se não tivéssemos anseios próprios. Uma sugestão do autor é a criação de organismos de representação não dependentes do Estado que lutem em defesa de necessidades específicas com ação política direta de cidadãos, ou seja, novas formas de organização pública. O autor ainda diz que a razão na pós modernidade tem sido um meio de poder manipulativo o que causa hegemonia cultural. Para superação dessa lógica o autor cita Paulo Freire que objetivava uma educação crítica, uma formação ética na construção de uma sociedade justa. CONCLUSÃO
A disciplina de Ética, Sociabilidade e Educação sem dúvidas contribuiu
significantemente com minha formação docente, pois através dos textos, diálogos e discussões em seminários pude ter convicção sobre a escolha do tema de minha monografia. Discutir ética na universidade é importante para formação pessoal e profissional de todos os estudantes e professores, faz-nos relembrar os limites pessoais que garantem o bem-estar coletivo. Se acredito na importância da disciplina a todos os cursos de formação, para mim é mais essencial ainda na formação docente. Gostaria que fosse uma disciplina obrigatória. Quero agradecer a condução docente na disciplina, em toda destreza, competência e sensibilidade. BIBLIOGRAFIA
DURKHEIM, Émile. A educação moral. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
FROMM, Erich. O medo à liberdade. 9ª ed. Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1974. OLIVEIRA, Manfredo A. de. Ética e racionalidade moderna. S. Paulo: Loyola, 1988. RIBEIRO, Rosa Maria Barros [ et al.]. Ética, sociabilidade e educação. Fortaleza: EdUECE, 2015. TAILLE, Yves de la. Moral e Ética. Porto Alegre: Artmed, 2006 VÁZQUEZ, Adolfo Sanchez. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980.