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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DIRETORIA ACADÊMICA DE RECURSOS NATURAIS


CURSO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
DISCIPLINA: PSICOLOGIA DO TRABALHO
PROFª: THELMA RABELO

ALCOOLISMO

ALUNOS: ALYXANDRA CARLA DE MEDEIROS BATISTA


ANDRÉ MACÊDO SARAIVA
CARLOS HENRIQUE TAVARES CUNHA
JEFFERSON FREIRE DE SOUZA CAVALCANTI

NATAL, MAIO DE 2018


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 3
2 ALCOOLISMO ........................................................................................................................................ 4
2.1 Fatores que podem levar ao Alcoolismo ....................................................................................... 5
2.2 Estágios do Alcoolismo .................................................................................................................. 5
2.3 Estatísticas sobre o uso de álcool no Brasil. .................................................................................. 6
2.4 Efeitos físicos e psicológicos do álcool no organismo. .................................................................. 6
2.5 Consequências do uso prolongado/crônico de bebidas alcoólicas............................................... 7
2.6 Prevenção ...................................................................................................................................... 8
2.7 Tratamento.................................................................................................................................... 9
3 DIVULGAÇÃO DO ÁLCOOL NA MÍDIA ................................................................................................. 13
4 ALCOOLISMO NO TRABALHO ............................................................................................................. 14
4.1 Sintomas que identificam o Alcoolismo no trabalho e prejuízos profissionais .......................... 14
5 O TRABALHO E O PAPEL DOS GRUPOS DE ALCOÓLICOS ANÔNIMOS (A.A) ....................................... 15
6 A SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA ALCOÓLICA ....................................................................................... 16
6.1 Causas.......................................................................................................................................... 16
6.2 Fatores de risco ........................................................................................................................... 17
7 ÁLCOOL E TRÂNSITO........................................................................................................................... 17
7.1 Legislação brasileira .................................................................................................................... 19
7.2 Países com tolerância zero .......................................................................................................... 20
8 O ALCOOLISMO FEMININO ................................................................................................................ 21
8.1 O consumo de álcool no passado e no presente ........................................................................ 21
8.2 Tempo de recuperação e taxa de mortalidade ........................................................................... 22
8.3 Efeitos para a saúde do excesso de álcool nos homens e nas mulheres .................................... 22
8.4 Vulnerabilidades Psicológicas e Psiquiátricas ............................................................................. 23
8.5 Vulnerabilidades Sociais e Culturais............................................................................................ 23
8.6 Vulnerabilidades durante a gestação .......................................................................................... 24
8.7 Aspectos Relacionados à Sexualidade......................................................................................... 24
8.8 Tolerância ao álcool .................................................................................................................... 25
9 CONDUTA DO TÉCNICO DE SEGURANÇA EM RELAÇÃO A EMPREGADOS ALCOÓLATRAS ................. 27
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................... 29
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 30
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1 INTRODUÇÃO

O uso de álcool pode ser consequência de uma vida estressante e cheia de


cobranças. Problemas no meio laboral, bem como no dia a dia, podem ser fatores
determinantes para desencadear o consumo exagerado de álcool, vindo a interferir
na vida pessoal e profissional.
Segundo Oliveira (2011), o alcoolismo é considerado doença crônica,
provocada pelo vício em ingerir excessivamente e constantemente bebidas
alcoólicas. Além de prejudicial à saúde, o alcoolismo pode prejudicar as
convivências sociais, familiares e causar problemas no ambiente de trabalho.
As empresas tem um papel muito importante diante dessa problemática,
podendo implantar programas preventivos ao uso de drogas e álcool, visando o bem
estar e a saúde do trabalhador, procurando valorizar ao máximo o ser humano e
acreditando no poder da recuperação do dependente, pois a demissão seria mais
um fator para a piora do quadro do mesmo.
Este trabalho tem como finalidade apresentar uma revisão bibliográfica sobre
o tema alcoolismo, incluindo além do conceito, os fatores que levam a dependência,
o papel da mídia, os sintomas, estágios da dependência, estatísticas, efeitos físicos
e psicológicos, consequências do uso do álcool, prevenção e tratamento. Por fim,
são apresentadas algumas sugestões para conduta do Técnico de Segurança em
relação a empregados alcoolistas.
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2 ALCOOLISMO

O alcoolismo, também conhecido como etilismo, é um termo usado para


descrever a dependência do álcool. Embora visto por muitos como um vicío, o
alcoolismo é uma doença, caracterizado pela vontade incontrolável de consumir
bebidas alcoólicas, dificuldade para encerrar o consumo, consequentemente, os
indivíduos desenvolvem tolerância aos efeitos da substância, ou seja, necessitam de
quantidades cada vez maiores para sentir os efeitos do álcool, gerando dependência
física, manifestando-se em sintomas físicos e psíquicos.
Para Cruz (2012), uma pessoa que bebe muito não deve ser considerada,
necessariamente, alcoólatra. Apesar de abusar do álcool, pode ser que essas
pessoas não desenvolvam uma dependência física. O alcoólatra é um doente
crônico. Ele sente a necessidade de beber como as outras pessoas sentem
necessidade de comer. Quando o alcoólatra diminui ou tenta parar de beber, sente
sintomas da abstinência: suores, náuseas, ansiedade, delírios, visões, tremores
intensos e confusão mental.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o alcoolismo como uma
doença com componentes físicos e mentais, por isso é classificada como uma
doença psiquiátrica. A dependência, muitas vezes, pode ser puramente psíquica,
porém envolvendo também fatores fisiológicos. Possuindo como base para esta
análise a parte da população consumidora de bebidas alcoólicas que não
desenvolve nenhum tipo de dependência.
O termo alcoólatra, utilizado para identificar aqueles que possuem
dependência química do álcool, é considerando inadequado por muitos estudiosos,
pois, pela analise etimológica da palavra, significa “adorador do álcool”, dando a
entender que o dependente ama e escolheu este estado de dependência, além de
ter se tornado um termo estigmatizante. O mais adequado é utilizar o termo
alcoolista, o qual deixa evidente que o estado de dependência é resulto do efeito do
álcool e não responsabilidade do indivíduo.
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2.1 Fatores que podem levar ao Alcoolismo

Identificar as causas que desencadeiam o alcoolismo é uma atividade


bastante complexa, pois elas são diferentes em cada caso, todavia, apresentam
fatores de riscos bem definidos.
Além da já reconhecida predisposição genética para a dependência, outros
fatores podem estar associados: histórico familiar relacionado ao alcoolismo,
distúrbios emocionais, ansiedade, angústia, insegurança, situações imprevisíveis de
rotura na vida quotidiana, fácil acesso ao álcool e condições culturais. Por ser muito
relacionado à socialização – os primeiros efeitos do álcool são euforia e desinibição -
é comum que o hábito se inicie na adolescência.
O ambiente social atrelado à facilidade de acesso são os principais potenciais
causadores do alcoolismo. Isso porque somos seres sociais e necessitamos
pertencer a grupos sociais com os quais temos algo em comum, ou seja, quanto
maior o número de pessoas quem consomem bebidas alcoólicas no seu grupo social
e quanto mais vezes o indivíduo frequentar ambientes como: festas, bares, baladas,
noites de diversão, entre outros, terão o fator de risco para o desenvolvimento da
doença potencializado.

2.2 Estágios do Alcoolismo

O alcoolismo apresenta quatro estágios:


 Estágio um: É o primeiro contato com o álcool. É a fase do conhecimento.
Começa a experimentar alguns drinks e bebidas socialmente em festas, final
de semana, encontro entre amigos, não tendo nenhuma dependência física
ou emocional. Caso a pessoa tenha uma pré-disposição para ao alcoolismo, é
a primeira manifestação de que outros estágios irão acontecer. Esta fase,
muitas vezes, acontece na infância ou adolescência.
 Estagio dois: a ingestão de bebidas alcoólicas aumenta e seu organismo
passa por modificações, ficando mais tolerante. A frequência com que se
consome o álcool também aumenta, ainda de forma social sem dependência
física, e apenas emocional.
 Estágio três: começam a aparecer maiores problemas, já possui dependência
emocional, o organismo fica bem mais tolerante ao álcool, o prazer é maior do
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que as consequências pós-bebedeiras (ressaca). O consumo passa a ser


exagerado, os problemas emocionais aparecem (depressão), a família
começa a ser afetada com as constantes brigas e problemas de
relacionamentos. Inicia-se a síndrome da abstinência e os tratamentos para
resolver o problema deve ser aplicados.
 Estagio quatro: é a fase mais problemática, a dependência física e química já
está evidente na pessoa, as consequências são visíveis, os problemas de
saúde já trazem problemas mentais e físicos e a morte pode ser precoce
devido a perca de algumas funções vitais.

2.3 Estatísticas sobre o uso de álcool no Brasil.

O alcoolismo é caracterizado pela ingestão de bebidas alcoólicas de modo


frequente e habitual. Aproximadamente 10% das pessoas que bebem álcool tornam-
se alcoólatras, o que pode ter ligações hereditárias (pessoas propensas a assumir o
histórico de alcoolismo dos pais).
A seguir alguns dados sobre o alcoolismo no Brasil:
 Cerca de 10% da população adulta possui problemas de alcoolismo;
 Ocupação de 32% dos leitos hospitalares;
 40% das consultas médicas;
 50% dos acidentes de transito e no trabalho;
 33% das separações conjugais;
 3ª maior causa de afastamento no trabalho.

2.4 Efeitos físicos e psicológicos do álcool no organismo.

O início do uso vem através de um termo usada na área da psicologia ligada


a saúde humana chamada de síndrome da dependência. O paciente, a partir desse
ponto, começa a enxergar o consumo do álcool como a sua prioridade e, desta
forma, atividades simples ligadas a rotina profissionais, pessoais e familiares são
prejudicadas ou ignoradas.
Já nesse estágio, a pessoa já sente sensação e reflexos físicos e psicológicos
ligados à necessidade de uso constante e exagerado de álcool, tornando-se assim
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um vício. Nessas condições, a pessoa já é considerada alcoólatra e tanto o


organismo, quanto o controle mental e psicológico já estão comprometidos, sendo
necessária a intervenção por meio de algum tipo de tratamento, vez que o
alcoolismo é uma doença que possui cura.
Na síndrome de dependência ocorre o uso exagerado e contínuo de álcool
por um longo período. Também há um desejo intenso de beber em quantidades
cada vez maiores para obter o mesmo efeito (tolerância). O organismo da pessoa
começa a demandar grandes quantidades de bebidas alcoólicas e há um nítido
prejuízo nas demais atividades e comportamentos, acarretando em surtos de
agressividade, queda do rendimento no ambiente de trabalho e até mesmo falta e,
principalmente, degradação do convívio social e familiar.
Há também uma perda de controle sobre o tempo e até sobre a própria
realidade devido à perda de controle das próprias ações, vez que o álcool age como
uma substância depressora do sistema nervoso central e afeta diversos
neurotransmissores no cérebro.
São consequências adversas: a falta de coordenação motora, confusão,
desatenção, euforia, falta de atenção, fala mole e lapsos de memória são apenas
algumas das consequências causadas pelo excesso de consumo de álcool no
sistema nervoso.

2.5 Consequências do uso prolongado/crônico de bebidas alcoólicas

Quem abusa do uso prologado de bebidas alcoólicas está sujeito a sequelas


ao longo do tempo. Confira algumas das consequências do uso crônico de álcool:
1. O excesso de álcool provoca diversos efeitos na região cerebral, como
alterações nas áreas responsáveis pela memória, déficit cognitivo,
neurodegeneração de algumas partes do cérebro, como o córtex pré-frontal, perda
de função e/ou estrutura dos neurônios e inibição de processos de neurogênese
(criação e desenvolvimento de novos neurônios).
2. Aumentam os riscos de câncer nas regiões que entram em contato com as
bebidas alcoólicas, como boca, laringe, faringe e esôfago.
3. O estômago pode sofrer erosões devido o álcool e, com isso, desenvolver
gastrites. Mas é o fígado um dos órgãos mais afetados pelas bebidas alcoólicas,
podendo acarretar inflamações, hemorragias, hepatite alcoólica e cirrose.
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4. A síndrome de Korskoff é uma doença relacionada à carência de vitamina


B1 (tiamina). Embora possa ter outras causas, o álcool é o motivo mais comum, pois
a droga dificulta a absorção da tiamina pelo organismo. Alguns sintomas comuns
são a paralisia de alguns músculos (dificultando o andar, por exemplo), problemas
oftalmológicos e distúrbios de consciência ou estado mental.
5. O uso de álcool em excesso e de forma contínua pode provocar inflamação
no pâncreas – órgão responsável pela produção da insulina. Essa inflamação,
chamada de pancreatite, destrói o tecido pancreático e, desta forma, também as
células que produzem insulina, levando ao Diabetes.
6. Dados da Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Outras Drogas
(ABEAD), por ano, 32 mil pessoas morrem em decorrência da bebida alcoólica,
sendo 11 mil por cirrose. O álcool também está por trás de 60% das mortes no
trânsito e 72% dos homicídios. Além de o álcool contribuir para casos de
afogamentos, quedas, suicídios, entre outros.

2.6 Prevenção

O início da dependência do álcool na idade adulta resulta já de uma


consequência de fatores de risco inerentes a esta pessoa, à sua educação e
estrutura emocional. Muitas vezes quando se fala em prevenção do alcoolismo em
adultos, pensa-se apenas nas pessoas que já estão em risco ou que já consomem
álcool como uma adição. A prevenção do alcoolismo é muito mais do que isso, é
uma consciencialização sobre as causas e riscos inerentes ao abuso e
dependências do álcool, essa tomada de consciência pode ser uma forma eficaz de
ajudar a preencher os vazios com um conteúdo que cura e evitar o consumo de
bebidas alcoólicas como uma forma de fuga aos problemas e como uma “ilusão” à
resolução das questões.
Algumas dicas de prevenção do alcoolismo ou cuidados a ter com a bebida:
 A única forma completamente infalível para prevenir o alcoolismo é
simplesmente não beber bebidas alcoólicas, caso deseje beber faça-o com
moderação.
 Quando se encontrar em eventos sociais beba sempre menos do que
considera razoável e evite fumar.
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 Analise o seu grupo de amigos. O excesso de consumo de álcool pode estar


a ser incentivado por terceiros.
 Praticar desporto, ler, meditar, ir ao teatro e cinema, podem ser boas
alternativas para ajudar o dependente a libertar do stress e prevenir a
necessidade de fuga, além de lhe garantirem um aumento de bem-estar.
 Quando beber tente não variar, beba sempre o mesmo tipo de bebida.
 Os químicos antirressaca não o protegem dos efeitos nocivos do álcool, além
disso, podem ser prejudiciais para o seu estômago.
Tal como na prevenção do alcoolismo em adolescentes, a prevenção do
alcoolismo em adultos encontra um problema de difícil resolução, e este reside no
fato de, quando se inicia o uso, há sempre uma sensação de imunidade e de
controle, dificultado a tomada de consciência sobre os limites da dependência. Neste
sentido não há nenhuma fórmula milagrosa para que a prevenção do alcoolismo em
adultos seja eficaz, porém uma forte estrutura familiar e relacionamentos saudáveis
e fortes podem ter uma resposta eficaz na prevenção e na cura do alcoolismo.

2.7 Tratamento

Mais do que o uso de medicamentos, o principal fator que impulsiona a


reabilitação da dependência do alcoolismo é a força de vontade de cada um.
Os medicamentos para o alcoolismo são apenas um complemento que ajudam a
libertar-se dessa dependência. Se o doente estiver a ser tratado contra a vontade,
sem apoio familiar ou sem o apoio das pessoas com que costuma
lidar diariamente de nada vai servir, pois, voltará de novo a cair na dependência do
álcool, entrando numa espiral de recaídas no alcoolismo e por vezes até em outro
tipo de dependências como as drogas.
Existem no mercado alguns tipos de medicamentos para o alcoolismo que
funcionam como um complemento à desintoxicação alcoólica, entre eles destacam-
se:
 Dissulfiram
Um medicamento que vai prevenir a eliminação de acetaldeído, um composto
químico produzido pelo corpo quando há falta de etanol. O acetaldeído é o composto
que leva à sensação de ressaca de álcool, quando este não é ingerido. Este
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medicamento causa desconforto quando é ingerido álcool, e faz criar uma ressaca
longa. O objetivo é que o doente não beba grandes quantidades de álcool, para
evitar este efeito. O medicamento, se ingerido com álcool, pode levar até à morte.
 Naltrexona
Este medicamento é usado para tratamentos de dependência de drogas e
álcool. O seu uso pode ser feito de duas formas: uma para reduzir o desejo de
ingerir álcool e a outra que consiste na combinação entre naltrexona e o hábito de
ingerir álcool. Pode tomar através de comprimidos ou através de uma injeção
mensal.
 Acomprosato
Este medicamento atua em prol da abstinência, faz reduzir o reforço negativo
deixado pelo álcool no organismo e impulsiona a vontade pessoal para que não se
deixe levar na tentação do álcool e interromper o tratamento. A sua ação faz revelar
alguns efeitos secundários, tais como confusão mental, dificuldade em concentrar-
se, falta de sensação dos membros inferiores, vertigens e dores musculares.
 Oxibato
Trata-se de sal de sódio do ácido gama-hidroxibutírico. Ajuda na abstinência
do álcool e na desintoxicação. Melhora a neuro-transmissãoe diminui os níveis de
glutamato.
 Baclofeno
Apesar de ainda se encontrar em estudo, já foi receitado para tratar alguns
pacientes em que outros tipos de tratamento não tiveram os resultados desejados ou
em que este era considerado o medicamento para o alcoolismo com melhores
resultados para o caso em questão. É usado principalmente da desintoxicação do
álcool.
O acompanhamento de um psicólogo ou psiquiatra, dependendo do caso, é
fundamental para ao bom desempenho do doente durante o tratamento. O apoio por
parte dos familiares, amigos ou grupos de apoio por vezes é ainda mais importante
do que o acompanhamento de um especialista. O uso destes medicamentos para o
alcoolismo não funcionam sem a total consciência do doente em que a cura é a
única solução para levar uma vida plena e livre. O passo mais importante, que deve
ser dado por ele, é a procura de ajuda. A partir do momento em que é o doente que
procura ajuda, já é um passo para a cura, pois este tomou consciência do problema
que atravessa e, mais do que isso, quer tratar dele.
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Clínicas
No tratamento do alcoolismo, existem diversos tipos de clínicas e cada clínica
de alcoolismo tem procedimentos próprios no tratamento do alcoolismo a fim de
responderem objetivamente a cada caso de dependentes alcoólicos.
No entanto existem pontos em comum em cada clínica de alcoolismo que
correspondem a padrões específicos de tratamento exigidos para uma elevada taxa
de sucesso.
Funcionamento de uma Clínica de alcoolismo
Depois de diagnosticado por um médico, com base nos efeitos do consumo
de álcool na vida do paciente, dá-se início a um processo de desintoxicação e
posteriormente de reintegração.
Uma Clínica de alcoolismo pode funcionar em regime de consultas externas,
agendadas de acordo com as necessidades do utente, havendo, também a
possibilidade de recorrer ao internamento, sempre que necessário.
Tratamentos em ambulatório
• Pode haver um trabalho com uma equipa técnica multidisciplinar, recorrendo
a técnicos, médicos e psicólogos.
• Combinações das mais variadas estratégicas terapêuticas.
• Aconselhamento individual e dos familiares do paciente. Grupos de
autoajuda tipo “os 12 passos” ou comunidade terapêutica.
• Pode aqui também fazer parte a desintoxicação física e um programa de
prevenção de uma potencial recaída.
• A recuperação pode ser depois um processo para toda a vida visto que o
alcoolismo é considerado uma doença crónica.
Funcionamento do internamento em uma Clínica de Alcoolismo
O internamento numa clínica de alcoolismo requer a abstinência total do
consumo de bebidas alcoólicas. E é organizada de acordo com três departamentos:
• Medico-psiquiátrica, que se ocupa da desintoxicação física do álcool.
• Enfermagem e cuidados continuados.
• Intervenção psicoterapêutica.
Estes são aspectos que são tidos em conta numa clínica de alcoolismo, no
entanto cada clínica tem as suas estratégias de abordagem ao tratamento do
alcoolismo, sempre com o objetivo de responder com grande eficiência às
exigências necessárias para a recuperação das drogas e álcool.
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No tratamento do alcoolismo é necessário ter em conta várias etapas e vários


tipos de tratamento, depois do processo de desintoxicação e reabilitação é preciso
ter em conta que o alcoolismo é considerado uma “doença” sem cura e grande parte
das vezes a doença pode ser progressiva mesmo em períodos de abstinência.
Assim, torna-se essencial haver a intervenção de vários tipos de tratamentos de
acompanhamento a fim de travar a tendência impulsiva ao consumo e abuso
de drogas e álcool.
Existem vários tipos de tratamento do alcoolismo que são adequados ao perfil
de cada paciente. Todos eles visam a diminuição do consumo e libertação da
dependência do álcool seguido de uma fase de adaptação e enquadramento social.
Durante estes processos de tratamento do alcoolismo é essencial haver um trabalho
de libertação emocional e psicoterapia a fim de trabalhar e resolver as reais causas
para a tendência ao abuso e dependência de álcool.
É muito frequente haver uma resistência por parte do paciente relativamente
em aceitar a sua adição como um caso de alcoolismo. Numa fase inicial o alcoólico,
não percebe a dimensão do problema e tende a fazer a negação do seu abuso e
dependência do álcool. Dai a grande importância da prevenção do alcoolismo, como
forma de antecipar este flagelo social.
Nos casos de negação por parte do paciente, o importante é ajudá-lo a fazer
um processo de reconhecimento do problema e da dimensão que está a tomar e as
suas consequências a médio-longo prazo.
O passo seguinte é a sugestão de internamento para se passar ao processo
de desintoxicação, um passo fundamental no tratamento do alcoolismo.
Desintoxicação no tratamento do alcoolismo
A desintoxicação é um processo de limpeza do organismo que visa
essencialmente ajudar o alcoólico a superar a dependência física de uma forma
segura e acompanhada por especialistas.
Reabilitação no tratamento do alcoolismo,
A reabilitação é o processo que se segue depois da desintoxicação e de
terem sido controlados os sintomas agudos da crise de abstinência do consumo
de álcool. Normalmente a reabilitação é feita em centros de ajuda, onde ensinam o
paciente a saber viver sem o consumo de álcool e a conseguir eliminar da sua vida
os focos desestabilizadores.
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Tratamento do alcoolismo, alcoólicos anónimos (AA)


Talvez o método de reabilitação mais conhecido é o programa dos “Doze
Passos”, criado pelos fundadores dos Alcoólicos Anónimos (AA). Os alcoólicos
anónimos (AA) são conhecidos como um eficiente programa de ajuda em grupo em
que os seus membros se ajudam mutuamente a permanecer “limpos” do álcool.
Para a recuperação e tratamento do alcoolismo é essencial uma cooperação
e apoio muito grandes por parte dos familiares e amigos do paciente para que seja
possível a cura do alcoolismo na sua totalidade.

3 DIVULGAÇÃO DO ÁLCOOL NA MÍDIA

O consumo do álcool sempre fez parte do cotidiano das pessoas, o problema


é o exagero e a apologia que hoje se faz as bebidas.
Atualmente se faz com as bebidas alcoólicas, principalmente cerveja, o que
se fazia, nos anos 80, para aumentar o consumo de cigarro, sempre associando a
imagens de liberdade e sucesso, fazendo com que ninguém pare para pensar nas
consequências do uso excessivo.
É de conhecimento comum o poder de influência que as mídias possuem. Na
TV é comum vermos propagandas atraentes, envolventes, mostrando homens, que
muitas vezes não correspondem aos padrões de beleza estabelecidos pela
sociedade, se “dando bem” com mulheres belíssimas, pelo simples fato de estarem
num bar, bebendo a cerveja da moda. Pior ainda, quando ídolos do esporte
incentivam o consumo de bebidas alcoólicas como se fosse algo compatível com a
prática desportiva.
Em contrapartida ao cenário atual, o projeto de lei 3.560/2012, que tramita na
Câmara dos Deputados, quer proibir a participação de atletas, integrantes de
comissões técnicas, celebridades e outras personalidades públicas em propagandas
de bebidas alcoólicas, alegando que crianças ou adolescentes podem ver seus
ídolos, sejam eles artistas ou atletas, protagonizar nesses comerciais a
personificação da pessoa bem sucedida, descolada e que pode ter tudo de bom da
vida só porque está bebendo, potencializando fatores de ricos para o
desencadeamento do alcoolismo.
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4 ALCOOLISMO NO TRABALHO

O uso de álcool de forma excessiva pelo trabalhador pode trazer problemas


no seu rendimento na empresa. Cabe ao empregador, juntamente com os
profissionais especializados em saúde e bem estar do trabalhador, identificar os
sintomas e procurar solucionar esses problemas.

4.1 Sintomas que identificam o Alcoolismo no trabalho e prejuízos


profissionais

Para Vaissman (2004), um trabalhador com problema de alcoolismo apresenta


os seguintes sintomas:
 Absenteísmo: representado pelas faltas não autorizadas, licenças por
doença, faltas de curta duração, com ou sem comprovação médica, faltas
frequentes nas segundas, sextas feiras e nos dias que antecedem ou
sucedem feriados, dias de trabalho extra para compensar faltas ou faltas por
doenças vagas como resfriados, gripes e enxaquecas;
 Ausências no período da jornada de trabalho: atrasos excessivos após o
almoço ou intervalo, saídas antecipadas, idas frequentes ao bebedouro,
estacionamento, banheiro ou sala de descanso, etc;
 Queda na produtividade e qualidade no trabalho: diminuição regular da
produtividade pela manhã ou pela tarde, faltas a compromissos, necessidade
de um tempo maior para realizar menos, desperdício de materiais,
dificuldades com tarefas complexas, etc;
 Mudança nos hábitos pessoais: vinda ao trabalho em condições anormais
(bêbado, com discurso vago ou confuso), comportamento diferente depois do
almoço, menos atenção à higiene e à aparência pessoal;
 Relacionamento ruim com os colegas: reação exagerada às críticas reais
ou não, ressentimentos irreais, conversar excessivamente com os colegas,
estados emocionais muito variados, endividamento, irritabilidade, explosões
de ira, choro ou riso.
Segundo pesquisas o alcoolismo no trabalho é um dos principais fatores pela
ausência do trabalhador (causa sérios problemas na parte operacional da empresa),
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baixo rendimento (redução na concentração, atenção e habilidades impossibilitando


manter a produção adequada), acidente de trabalho (o alcoolista reduz a noção de
espaço e a identificação de riscos) e o causador de doenças mentais e físicas. E em
muitos casos torna impossível a permanência no alcoolista no emprego.
De acordo com o Ministério da Saúde, o alcoolismo é o terceiro maior motivo
pelo qual os trabalhadores se afastam do trabalho. Segundo dados do Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS), o número de pessoas que precisaram parar de
trabalhar e pediram o auxílio-doença devido o álcool teve um aumento de 19% nos
últimos quatro anos, passando de 12.055, em 2009, para 14.420, em 2013.

5 O TRABALHO E O PAPEL DOS GRUPOS DE ALCOÓLICOS ANÔNIMOS (A.A)

O Programa de tratamento e recuperação mais conhecido é os Alcoólicos


Anónimos, com o núcleo do programa de recuperação individual dos 12 passos.
Os Alcoólicos anónimos são uma comunidade de tratamento de alcoolismo e
funcionam como uma comunidade terapêutica, onde pessoas com os mais variados
tipos de dependência e abuso do álcool partilham entre si as suas
experiências. Pessoas ligadas entre si com o mesmo objetivo, o de se ajudarem
mutuamente na recuperação da dependência do álcool e uma consequente
integração social.
O único pré-requisito para o tratamento do alcoolismo e para aderir a uma
comunidade de Alcoólicos anónimos (AA) é o desejo de recuperação, ou seja, parar
de beber.
Terapias complementares a um programa de desintoxicação e reintegração
de um alcoólico no tratamento do alcoolismo.
• Tratamentos Psicossociais – Identificação e Tratamento dos transtornos
causados pelo uso do álcool
• Terapias emocionais – Apuram as causas emocionais dos desequilíbrios e
trabalham as limitações do indivíduo que impulsionam ao consumo e abuso do
álcool
• Terapias comportamentais (Individual e conjugal) – Geralmente, este tipo de
terapia aborda a terapia conjunta. Foca-se também numa integração a nível do
trabalho começando pela procura de emprego, aconselhamento sobre atividades
sociais e recreativas que ajudam o equilíbrio emocional.
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• Terapias comportamentais Cognitivas – Focam e melhoram o autocontrole e


das habilidades sociais levam consistentemente à redução do alcoolismo
• Terapias Psicodinâmicas/interpessoais – experiências realizadas por Grupos
de Psicoterapia Psicodinâmica
• Terapia Conjugal e Familiar – Esta é uma abordagem do estado relacional
entre o paciente com o cônjuge e respectivos familiares. Fazer um enquadramento
emocional e terapêutico a fim de criar uma estrutura emocional consistente a fim de
ajudar o paciente a libertar as suas tendências ao abuso do álcool.
Cada paciente é um desafio para as comunidades terapêuticas, no
desenvolvimento do tratamento de cada paciente as dinâmicas terapêuticas vão
sendo direcionadas de acordo com as respostas efetivas na evolução do paciente.
As integrações em grupos e comunidades de tratamento são pontos fundamentais
na ajuda à libertação do alcoólico e no tratamento do alcoolismo. Para que o
tratamento do alcoolismo prolifere é essencial que ele aceite a sua condição e opte
por se integrar nos conteúdos programáticos direcionados para o efeito.

6 A SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA ALCOÓLICA

A síndrome da abstinência alcóolica é o conjunto de sintomas que surgem


quando uma pessoa que tem o costume de ingerir grandes quantidades de álcool
todos os dias para de repente de fazê-lo. Essa doença é comum em pessoas
com alcoolismo – a dependência física e psíquica do álcool – que começam o
processo de reabilitação.

6.1 Causas

A síndrome da abstinência alcoólica é uma consequência do alcoolismo. Uma


pessoa que decide tratar sua dependência física e psíquica do álcool é submetida a
um intenso processo de reabilitação, que inclui o corte definitivo de bebidas
alcoólicas de sua vida. Essa interrupção súbita no consumo de álcool pode causar
uma série de sintomas, que constituem a síndrome da abstinência alcoólica.
Esta síndrome é mediada por diferentes mecanismos. O equilíbrio
neuroquímico cerebral é mantido pelos neurotransmissores excitatórios e inibitórios.
O principal neurotransmissor inibitório é o GABA, que atua por meio do
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neuroreceptor GABA-A. Já o principal neurotransmissor excitatório é o glutamato,


que tem como neuroreceptor o N-metil-D-aspartato (NMDA).
O consumo de álcool leva ao aumento do efeito do GABA no neurorreceptor
GABA-A, ocasionando uma excitabilidade cerebral global diminuída. A constante
exposição ao álcool resulta em uma diminuição compensatória da resposta do
GABA no neurorreceptor GABA-A, percebida pelo aumento gradual da tolerância do
corpo aos efeitos do álcool.

6.2 Fatores de risco

A síndrome da abstinência alcoólica é bem mais comum em pessoas adultas,


mas pode surgir em adolescentes e até mesmo em crianças. Além disso, pacientes
com outras condições de saúde e que também sofrem com essa síndrome podem
apresentar sintomas mais graves e difíceis de tratar.
Os sinais e sintomas manifestados por pessoas com a síndrome da
abstinência alcoólica podem variar de intensidade a depender do paciente, da
quantidade de álcool ingerida ao longo da vida e de outros fatores como idade e
predisposição genética.
Os sintomas podem ser desde moderados até muito graves, com grande risco
de levar o paciente ao óbito, e costumam começar logo quando a pessoa desperta,
de manhã. Isso ocorre porque a concentração de álcool no sangue diminui durante o
sono.
Os principais sinais e sintomas desenvolvidos por uma pessoa com síndrome
de abstinência alcoólica: ansiedade, depressão, falta de clareza de raciocínio,
irritabilidade e nervosismo, fadiga, oscilações de humor, fadiga, anorexia e outros
distúrbios alimentares, pele viscosa, dor de cabeça, agitação, insônia, pupilas do
olho dilatadas, náuseas, vômito, taquicardia, sudorese, tremores, diarreia, confusão
mental, febre, convulsão, hipertensão, ataques de pânico e alucinações.

7 ÁLCOOL E TRÂNSITO

O uso nocivo de álcool é um dos fatores de risco de maior impacto para a


morbidade, mortalidade e incapacidades, estando relacionado a cerca de 3,3
milhões de mortes a cada ano em todo o mundo. Dentre os prejuízos sociais
18

associados, os acidentes de trânsito são um problema de preocupação mundial que


acarretam um número excessivo de mortes e prejuízos por ano. Ainda, a população
mais exposta ao risco de acidentes fatais no trânsito é paradoxalmente composta
por aqueles que representam em grande parte o futuro da nação: os jovens.
Nas primeiras doses, o álcool atua como estimulante e pode temporariamente
gerar a sensação de excitação. No entanto, como é um depressor do Sistema
Nervoso Central, as inibições e a capacidade de julgamento são rapidamente
afetadas, prejudicando o processo de tomada de decisões. Com o aumento do
consumo, as habilidades motoras e o tempo de reação também sofrem
consequências e o comportamento torna-se descontrolado, com tendência para
maior impulsividade e agressividade, comprometendo mais a aptidão para dirigir.
Ademais, a ingestão de altas doses de álcool pode causar sonolência ou até mesmo
desmaios ao volante.
De acordo com o Relatório Global sobre Álcool e Saúde da Organização
Mundial da Saúde (OMS), 15% das mortes decorrentes de acidentes de trânsito no
mundo foram atribuídas ao álcool em 2012. Ainda, conforme destacado na tabela 1,
estima-se que 18% e 5,2% dos acidentes de trânsito entre homens e mulheres,
respectivamente, no Brasil foram causados pelo uso de bebidas alcoólicas.

Tabela 1. Estimativas de mortes relacionadas a acidentes de trânsito e porcentagem das


frações atribuídas ao álcool em acidentes de trânsito (2012)*
Adaptado de OMS, 2014
19

7.1 Legislação brasileira

O Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503, de 1997) vem sofrendo mudanças


para adequar-se às tendências mundiais de controle de embriaguez no trânsito. Em
dezembro de 2017 foi sancionada a Lei nº 13.546, deixando a Lei nº 12.760, que
reforça a popularmente conhecida “Lei Seca” (nº 11.705/2008), mais rigorosa. Trata-
se de uma alteração no Código de Trânsito Brasileiro que torna a punição mais
severa para homicídio culposo (sem intenção de matar), em que a reclusão passa a
ser de cinco a oito anos (antes era de dois a quatro anos) e para lesão corporal
grave ou gravíssima, a pena passa a ser de dois a cinco anos (antes era de seis
meses a dois anos de detenção). A lei também passa a punir com prisão pessoas
que participem de campeonatos ilegais de manobras de veículos – antes apenas as
corridas eram passíveis de punição. A punição segue a mesma - de seis meses a 3
anos de prisão. A fiança, porém, continua existindo. O Código de Processo Penal
determina que acusados com possibilidades de pena maiores que quatro anos de
reclusão só possam ser liberados sob fiança com uma autorização de um juiz.
A infração administrativa ocorre no caso do condutor apresentar qualquer
concentração de álcool por litro de sangue, medição igual ou superior a 0,05 mg de
álcool por litro de ar alveolar expirado ou sinais de alteração da capacidade
psicomotora. A penalidade consiste em multa, suspensão do direito de dirigir por 12
meses, com recolhimento da carteira de motorista e retenção do veículo.
Configura-se crime o caso em que o motorista apresenta concentração igual
ou superior a 0,6 g de álcool por litro de sangue, medição igual ou superior a 0,34
mg de álcool por litro de ar alveolar expirado, ou sinais de acentuada alteração da
capacidade psicomotora. Nestes casos, o condutor fica sujeito à detenção de 6
meses a 3 anos, multa e suspensão ou proibição de obter novamente a carteira de
motorista.
Dados do II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD) mostram
uma mudança positiva no comportamento de dirigir sob influência do álcool após as
mudanças na legislação (citadas acima). Ao comparar dados obtidos em 2006 e
2012, houve uma queda de 21% dos indivíduos que relataram terem dirigido após o
consumo de álcool no último ano, confirme pode-se verificar na Figura 2.
20

Figura 2. Condução de veículo após consumo de álcool nos anos de 2006 e 2012*
Adaptado de LENAD, 2014

A região Nordeste foi a que apresentou maior queda no uso de álcool


associado a direção (-43%), seguida pela região Sudeste (-25%), Sul (-22%) e Norte
(-7%). Apenas a região Centro-Oeste demonstrou aumento de 8%.

7.2 Países com tolerância zero

Itália e Alemanha têm limite 0 para iniciantes, assim considerados até os 3 e 2


anos de habilitação, respectivamente.
Na América do Sul, Paraguai e Uruguai também têm tolerância 0 para o
consumo de álcool por motoristas, independente de tempo de habilitação, idade ou
qualquer outra variante.
Marrocos, Indonésia, Emirados Árabes Unidos, Nepal, Hungria e Eslováquia,
entre outros, são países em que não é permitido consumir bebidas alcoólicas antes
de dirigir.
Em alguns lugares, os limites variam de acordo com o tempo de habilitação,
seu tipo, a idade do motorista ou, no caso dos Estados Unidos, do estado em que a
infração ocorrer.
21

Na Grécia, por exemplo, motoristas não habilitados, os que possuem carteira


há menos de 2 anos, motociclistas e condutores profissionais devem estar no limite
de 0,02% de álcool no sangue. Os demais motoristas têm limite máximo de 0,05%.
Na Nova Zelândia, o limite é especificado por idade. Motoristas menores de
20 anos têm tolerância 0 para consumo de álcool. Para maiores de 20 anos, o limite
de concentração de álcool no sangue passa a ser 0,05%.
Alguns países, por proibirem o consumo, a venda e qualquer atividade
envolvendo bebidas alcoólicas, não registram legislações que limitem seu consumo
para motoristas. É o caso de 4 países asiáticos: Irã, Kuwait, Arábia Saudita e Brunei.
Por mais incrível que possa parecer, há países que não possuem legislação
que fixe um limite de consumo de álcool para condutores. Isso acontece também em
4 países, Gambia, Quênia, Níger e Togo, todos localizados no continente africano.
Embora haja uma série de contestações e questionamentos acerca do
art. 165-A do CTB, que torna uma infração gravíssima o ato de negar-se a realizar
exame ou teste que averigue presença de álcool ou substância psicoativa no corpo,
o Brasil não é o único país a adotar esse método.
No Canadá, essa recusa também é considerada uma infração e acarreta uma
multa mínima de 50 dólares canadenses.

8 O ALCOOLISMO FEMININO

As dependências que continuam a devastar a vida de muitos seres humanos


não se manifestam da mesma forma em toda a gente. Géneros à parte, cada um de
nós é diferente e tem a sua maneira de reagir às situações. Acontece com todos os
tipos de drogas. Isso depende não só da constituição de cada um, mas, também do
vício que o corpo e a mente já tem nessa determinada droga. No entanto, apesar de
todos nós sermos diferentes, há semelhanças em alguns tipos de manifestações que
o álcool provoca. E é aqui que podemos falar das diferenças no alcoolismo em
mulheres e homens.

8.1 O consumo de álcool no passado e no presente

Até à chegada do século XX que o álcool era maioritariamente consumido


pelos homens, apesar de ser livre. E principalmente as classes mais ricas tinham
22

uma especial interação com certos tipos de álcool que nem todos poderiam ter.
Apesar de ser uma droga, os níveis de dependência eram baixos, porque o preço do
álcool não era acessível a toda a população.
Hoje em dia, as coisas mudaram de figura e o acesso ao álcool está cada vez
mais facilitado. Com a viragem do século, a mulher tornou-se cada vez mais
independente e obteve parte dos direitos humanos por que lutou durante anos a fio.
Isso trouxe-lhe um nível de vida igual ao dos homens, tanto a nível de trabalho como
de lazer.
Para além disso, a revolução fez com que o trabalho fosse cada vez mais
competitivo, levando ao stress e à procura de refúgios, como é o caso do álcool.
Estas e muitas mais razões levaram ao consumo excessivo de álcool cada vez mais
cedo. E entrada cada vez mais frequente de jovens nas universidades, leva a que o
início da dependência surja muito mais cedo, tanto nos homens como nas mulheres
(hoje em superioridade nas universidades portuguesas).

8.2 Tempo de recuperação e taxa de mortalidade

As mulheres com uma dependência em bebidas alcoólicas, passam mais


tempo nos centros de recuperação do que os homens. Este fato deve-se
essencialmente à fisiologia da mulher, mais frágil do que a do homem, logo, leva
mais tempo a recuperar.
Além disso, as mulheres são mais afetadas na esperança média de vida do
que os homens. Dados revelam que a taxa de mortalidade anual é 4,6 vezes maior
para as mulheres com problemas de alcoolismo do que as mulheres no geral. No
caso dos homens, a taxa de mortalidade é apenas 1,9 vezes maior.

8.3 Efeitos para a saúde do excesso de álcool nos homens e nas mulheres

Em termos biológicos, a mesma quantidade de álcool ingerida pela mulher e


pelo homem do mesmo peso e estatura irá produzir mais concentração de álcool no
sangue da mulher. O excessivo consumo de álcool está associado ao aparecimento
de cerca de 60 tipos de doenças, sejam homens ou mulheres. No entanto, estudos
nos últimos anos revelam que pode haver uma ligação entre o alcoolismo nas
23

mulheres e os excessivos casos de cancro da mama. Estes estudos indicam que o


consumo de 10 g de álcool por dia aumenta o risco de cancro da mama.
Infelizmente, por razões de preconceito dentro da sociedade, ainda há
mulheres que escondem a dependência para não serem julgadas, enquanto que
esta situação num homem é encarada com naturalidade. Além disso, a dependência
alcoólica nas mulheres leva a distúrbios psicológicos, como a depressão, síndrome
de pânico e até distúrbios alimentares, o que nos homens é mais raro.

8.4 Vulnerabilidades Psicológicas e Psiquiátricas

Segundo Marques, et al. (2014), o início do uso entre mulheres tem sido
associado a um mecanismo de enfrentamento da timidez, da ansiedade, de baixa
autoestima. Meninas adolescentes estão sob a influência da mídia em relação ao
álcool, tabaco e anorexígenos, que associam o consumo à beleza, riqueza e
sucesso profissional.
Os transtornos psiquiátricos tendem a ser a morbidade primária e a
dependência, a secundária, ao contrário dos homens. O consumo de álcool e drogas
também se encontra mais associado à comorbidades psiquiátricas como os
transtornos do humor (mania e depressão), de ansiedade (pânico, fobias e
transtorno do estresse pós traumático) e transtorno de personalidade borderline,
um preditor de pior desfecho nos tratamentos.

8.5 Vulnerabilidades Sociais e Culturais

Apesar das conquistas das mulheres em relação à sua emancipação, ainda


sofrem com a desvantagem social devido a uma cultura ainda muito preconceituosa
e discriminatória: “a mulher não pode se embriagar”. A falta de apoio do
companheiro para o início de um tratamento e o sistema de saúde precário
favorecem esse cenário.
O I Levantamento Nacional do Consumo de Álcool na população Brasileira (I
LENAD, 2006) mostrou que os homens consumiam álcool em 38,1% dos casos de
violência entre parceiros íntimos (VPI) e as mulheres em 9,2%. Com relação à
percepção de consumo de álcool pelo companheiro/a, o homem informou consumo
24

de álcool pela parceira em 30,8% dos episódios de VPI, e a mulher informou que o
seu parceiro ingeriu álcool em 44,6% desses episódios (ZALESKI, 2009).

8.6 Vulnerabilidades durante a gestação

De acordo com Marques, et al. (2014), qualquer consumo de droga durante a


gestação, principalmente no primeiro trimestre, pode causar alguma alteração na
formação do feto, provocando diferentes graus de lesões, abortos espontâneos ou
mortalidade perinatal, pois tais substâncias atravessam todas as barreiras
biológicas, como a placenta (vulnerabilidade fetal). O álcool e o tabaco são as
drogas lícitas que mais estão associadas às malformações orgânicas,
principalmente, as neurológicas (cerebrais), como por exemplo, a Síndrome
Alcóolica Fetal (SAF). Segundo dados de estudos americanos e europeus, a
incidência de SAF varia entre 2 e 10 casos por 1.000 (mil) nascimentos vivos. A
situação no Brasil é preocupante, levando-se em conta que a cada ano surgem
cerca de 3 milhões de mulheres grávidas no país, e que pelo aumento constante do
número de consumidores de bebidas alcoólicas, e utilizando a incidência esperada,
surgem no Brasil a cada ano, cerca de 30 mil casos de SAF.

8.7 Aspectos Relacionados à Sexualidade

Marques, et al. (2014) afirma que na sexualidade da mulher usuária de álcool


e outras drogas há de se considerar ainda dois outros aspectos importantes: o
aumento do número de parcerias sexuais sem proteção, e consequentemente,
infecções pelo vírus HIV, gestação não desejada, principalmente entre adolescentes,
trazendo um imenso ônus psicossocial tanto para meninos quanto para meninas.
Gestantes usuárias de drogas têm prevalência de comportamentos de risco
específico e o risco adicional de transmissão perinatal do HIV.
A prevalência de 34.2% sintomas de disfunção sexual em uma amostra
nacional de mulheres com doença relacionada com a substância psicoativa foi
comum e comparável a outros estudos relatados em todo o mundo, que relataram
taxas de prevalência de sintomas de disfunção sexual feminina de 12-63%.. Apesar
de que a disfunção sexual feminina foi investigada em grupos de mulheres com
vários problemas de saúde (síndrome dos ovários policísticos, diabetes, HIV e
25

câncer de mama), as mulheres com transtorno por uso de substâncias representam


uma população única para fatores de vulnerabilidade e que continua a sofrer das
baixas taxas de detecção e acesso limitado ao tratamento para questões
relacionadas as disfunções sexuais. Com relação a orientação homoafetiva em
mulheres cabe mencionar que várias pesquisas têm mostrado que lésbicas estão
sob risco elevado para o beber nocivo ou perigoso, são menos prováveis de se
manterem abstinentes do álcool e entrar em processo de recuperação comparada às
mulheres heterossexuais, assim como, menos prováveis de diminuir o consumo de
álcool quando envelhecem e mais propensas a apresentarem problemas
relacionados ao consumo desta substância.

8.8 Tolerância ao álcool

O metabolismo do álcool nas mulheres não é igual ao dos homens. Se


administrarmos para dois indivíduos de sexos opostos a mesma dose ajustada de
acordo com o peso corpóreo, a mulher apresentará níveis alcoólicos mais
elevados no sangue.
A fragilidade aos efeitos embriagadores do álcool no sexo feminino é
explicada pela maior proporção de tecido gorduroso no corpo das mulheres, por
variações na absorção de álcool no decorrer do ciclo menstrual e por diferenças
entre os dois sexos na concentração gástrica de desidrogenase alcoólica (enzima
crucial para o metabolismo do álcool).
Por essas razões, as mulheres ficam embriagadas com doses mais baixas e
progridem mais rapidamente para o alcoolismo crônico e suas complicações
médicas.
Diversos estudos documentaram os benefícios do consumo moderado de
bebidas alcoólicas, tanto em homens como em mulheres. A margem de segurança
entre a quantidade de álcool benéfica e a que traz prejuízos à saúde das mulheres,
entretanto, é estreita e nem sempre fácil de delimitar:
 Doenças do fígado
Num dos estudos mais completos sobre o tema foram acompanhadas 13
mil pessoas durante mais de 12 anos. Nele foi possível demonstrar:
1) Para todos os níveis de consumo alcoólico, as mulheres correm mais risco
de desenvolver doenças hepáticas do que os homens;
26

2) Para os mesmos níveis de ingestão, o risco de cirrose nas mulheres é três


vezes maior;
3) Mulheres que tomam de 28 a 41 drinques por semana (1 drinque = 1 copo
de vinho = 1 lata de cerveja = 50 ml de bebida destilada) apresentam risco de cirrose
16 vezes maior do que o dos homens abstêmios.
 Doenças cardiovasculares
Mulheres que ingerem um drinque por dia apresentam menor
probabilidade de morte por doença cardiovascular. Esse benefício também é válido
para as mulheres diabéticas.
No entanto, a análise dos dados de dezenas de milhares de mulheres
acompanhadas no “Nurses’ Health Study” revelou que tomar dois ou três drinques
diários aumenta o risco de surgir hipertensão arterial em 40% e a probabilidade de
acontecer derrame cerebral hemorrágico. Nas mulheres que bebem mais do que
três drinques por dia o risco de hipertensão arterial duplica.
Mulheres que abusam de álcool desenvolvem também
miocardiopatias mesmo usando doses mais baixas do que os homens.
 Câncer de mama
A meta-análise de seis estudos importantes mostrou que mulheres habituadas
a ingerir de 2,5 a 5 drinques por dia, apresentam probabilidade 40% maior de
desenvolver câncer de mama. Esse risco aumenta 9% para cada 10 gramas de
álcool (cerca de 1 drinque) diárias.
 Osteoporose
O efeito inibidor da remodelação óssea do álcool é fenômeno bem conhecido
em ambos os sexos. Mulheres com menos de 60 anos que tomam de dois a seis
drinques por dia têm risco maior de fratura de colo de fêmur e de antebraço.
 Distúrbios psiquiátricos
Todos eles são mais prevalentes em mulheres que abusam de álcool do que
em homens que o fazem e do que em mulheres abstêmias. A única patologia mais
frequente no alcoolismo masculino é a personalidade antissocial.
A prevalência de depressão em mulheres que abusam de álcool é de 30% a
40%. Estudos demonstram que a maior parte dessas mulheres bebe como forma de
se livrar dos sintomas associados a quadros de depressão primária.
Anorexia e bulimia estão presentes em 15% a 32% das que abusam de
álcool.
27

Mulheres que abusam de álcool tentam o suicídio quatro vezes mais


frequentemente do que as abstêmias.
 Consequências para o feto
A ingestão de álcool durante a gravidez pode provocar distúrbios fetais que
vão do retardo de desenvolvimento à chamada síndrome alcoólica fetal,
caracterizada por anormalidades físicas comportamentais e cognitivas. Consumo de
álcool durante a gravidez é considerado a principal causa evitável dessas
anormalidades na infância.
 Consequências psicossociais
Problemas familiares são mais comuns entre mulheres que abusam de álcool
(entre os homens são os problemas legais e aqueles relacionados com o trabalho).
O alcoolismo torna as mulheres mais sujeitas a agressões físicas. Mulheres que
consomem quantidades exageradas de álcool geralmente vivem com parceiros que
também abusam da bebida.

9 CONDUTA DO TÉCNICO DE SEGURANÇA EM RELAÇÃO A EMPREGADOS


ALCOÓLATRAS

O Técnico de Segurança do Trabalho deve observar os possíveis


trabalhadores com problemas com álcool nos Diálogos Diário de Segurança – DDS,
e desenvolver o tema em palestras periódicas, bem como na Semana Interna de
Prevenção de Acidentes de Trabalho – SIPAT.
Segundo Oliveira (2011), a abordagem é uma das primeiras etapas de
contato realizado com o trabalhador alcoolista. Esta medida deve ser bem cautelosa
para que a vítima não entenda como preconceito ou discriminação, podendo vir a
complicar a aceitação da ajuda de tratamento. Nesta etapa devem-se tomar os
devidos cuidados para que o alcoolista não receba esta abordagem como forma de
intimidação ou ameaça, fazendo com que ele se sinta inseguro e tema uma possível
demissão. Essa situação pode facilitar na aceitação do tratamento, mas gera
desconfiança pelas pessoas que querem ajudá-lo, podendo, esta atitude, ser
entendida como represália o que não é viável para o tratamento psicológico. Porém,
também é importante que no processo de abordagem esteja clara a positiva
intenção por parte da empresa, com a participação do superior, psicólogo e se
possível algum membro da família para que ele se sinta mais motivado e confiante,
28

se conscientizando de que o tratamento não é de interesse somente da empresa,


mas também em benefício à sua própria vida, para recuperar a dignidade e o bom
relacionamento com a família e a confiança da sociedade como um todo.
A empresa que oferece assistência para prevenção e tratamento aos
colaboradores alcoolistas, precisa primeiramente de infraestrutura adequada para
este tipo de ação, composta de estrutura física e quadro de pessoal capacitado
contendo psicólogo, assistente social, médico do trabalho e técnico de segurança no
trabalho para abordagem do assunto com o doente e para ministrar as reuniões,
momento em que serão pautados os processos de prevenção e tratamento. É
importante e indispensável parcerias com instituições e órgãos públicos para
tratamento de alcoolistas que ofereçam apoio caso a equipe interna da empresa não
tenha conhecimento ou capacitação suficiente, muitas vezes sendo necessárias
parcerias com clínicas de tratamentos ambulatoriais, grupos de ajuda mútua ou
contratação de serviços terceirizados especializados para condução das partes
técnicas dos programas de prevenção e tratamento.
É necessário que todos os colaboradores, e, principalmente o superior
imediato, estejam totalmente informados do programa, pois eles serão o elemento
inicial para a abordagem com o colaborador, sendo primeiramente instruído pelos
profissionais especializados a ser o responsável pelo contato em relação ao caso,
respeitando o sistema de hierarquia onde ele, como superior, irá tomar as primeiras
decisões para possível solução do problema sem que seja necessário o
envolvimento dos demais membros do programa, como também dos demais
colaboradores, evitando como já foi mencionado anteriormente, a possibilidade de
aparecimento de preconceito e discriminação que podem dificultar o processo.
29

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao final deste trabalho é possível constatar que o alcoolismo não é apenas


uma dependência pelo álcool, pois envolve muitos outros fatores que influenciam na
vida de uma pessoa, bem como das pessoas que com ela convivem.
Os programas de prevenção ao uso de álcool são citados por diversos
autores, e são de grande valor no ambiente laboral tanto para o empregado, que tem
acesso à informações relativas ao uso do álcool, oportunizando mudanças nos
padrões de consumo e no estilo de vida, como para a empresa, que terá um maior
comprometimento dos trabalhadores, acarretando num aumento de produtividade e
reduzindo custos relacionados à saúde e à segurança.
Por fim, ressaltamos que a administração adequada dos casos de alcoolismo
em uma empresa, juntamente com equipes de saúde especializadas, família e
amigos do paciente, faz renascer excelentes profissionais, que deixaram essa
condição devido à doença.
30

REFERÊNCIAS

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<http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/dependencia-alcoolica> Acesso em: 19
mai. 2018.

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em: <https://www.blogsegurancadotrabalho.com.br/2017/01/alcoolismo-no-trabalho-
como-intervir.html> Acesso em: 19 mai. 2018.

CESAR, Beatriz Aceti Lenz. Alcoolismo feminino: um estudo de suas


peculiaridades. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jbpsiq/v55n3/v55n3a06>
Acesso em 19 mai. 2018.

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Direito, Universidade Salvador, n.149, nov. 2012. Disponível em:
< http://www.revistas.unifacs.br/index.php/redu/article/view/2376>. Acesso em: 19
mai. 2018.

CRUZ, Luiz Antonio da. Alcoolismo. Disponível em:


<http://www.alcoolismo.com.br>. Acesso em: 19. mai. 2018.

MARQUES, Ana Cecilia Petta Roselli, et al. Aspectos Gerais do Alcoolismo


Feminino. Disponível em: < http://emais.estadao.com.br/blogs/joel-renno/aspectos-
gerais-do-alcoolismo-feminino/>. Acesso em: 19 mai. 2018.

OLIVEIRA, Amanda Maria de. Alcoolismo no Ambiente Profissional. Fundação


Educacional do Município de Assis – FEMA – Assis, 2011.

Site AbcMed. Alcoolismo. O que é? Quais as causas e consequências? Como é


o tratamento? Disponível em:
<http://www.abc.med.br/p/psicologia..47.psiquiatria/236300/alcoolismo+o+que+e+qu
ais+as+causas+e+consequencias+como+e+o+tratamento.htm> Acesso em: 19 mai.
2018.

Site minuto saudável. Alcoolismo: o que é, sintomas, tratamento,


medicamentos, tem cura? Disponível em
<https://minutosaudavel.com.br/alcoolismo-o-que-e-sintomas-tratamento-
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31

VARELA, Drauzio. Alcoolismo em mulheres. Disponível em:


<https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/artigos/alcoolismo-em-mulheres/>. Acesso
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223p.

ZALESKI, Marcos José Barreto. 1º levantamento nacional sobre padrões de


consumo de álcool na população brasileira: metodologia, estudo da violência
entre parceiros íntimos e consumo de álcool durante o evento. São Paulo, 2009.
xviii, 284 folhas. Disponível em:
<https://www.uniad.org.br/images/stories/publicacoes/outros/MARCOS_ZALESKI_T
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