CURSO: ENGENHARIA CIVIL físicos, os fluxos, os acessos e a assepsia funcionem adequadamente.
Por abrigar pessoas
DISCIPLINA: ARQUITETURA E URBANISMO / 2017
PROF.ª ALINE RIBEIRO
EXERCÍCIO Estratégias de sustentabilidade
Tomando como base os conceitos apresentados em aula, no vídeo e no texto abaixo discuta
as seguintes questões com o grupo:
1. Citar edifícios conhecidos que utilizam estratégias de sustentabilidade e quais são
estas estratégias utilizadas
2. Quais estratégias de sustentabilidade apresentadas em aula, no vídeo, no texto e nos
casos conhecidos poderiam ser incorporadas ao projeto desenvolvido no Trabalho em
Grupo 2? Incorpore a resposta desta questão na justificativa de projeto solicitada no
TG2
Abaixo seguem trechos do texto: LUKIANTICHUKI, M. A.; CARAM, R. M.; LABAKI, L. C. A
ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA E A OBRA DE JOÃO FILGUEIRAS LIMA. KOWALTOWSKI, D.;
MOREIRA, D.; PETRECHE, J.; FABRÍCIO, M. O processo de projeto na arquitetura. São Paulo:
Oficina de Textos, 2011. Pág. 323-348 (disponível em: Biblioteca Virtual Universitária)
A fase de concepção de um projeto é o momento ideal para definir as estratégias de
conforto, a fim de alcançar como resultado edifícios mais econômicos, confortáveis e
agradáveis, pois as soluções incorporadas posteriormente são mais caras e não são
eficientes.
No caso dos edifícios de saúde, cuja concepção é complexa por englobar funções como
tratamento, reabilitação, cura, ensino e pesquisa, a preocupação com o conforto e o bem-
estar dos pacientes é primordial, e uma das funções dos arquitetos é criar projetos mais
eficientes, que proporcionem conforto aos usuários e o uso racional da energia elétrica. No
entanto, devido à complexidade dos hospitais, a maioria dos profissionais não se preocupa
com o conforto na fase de concepção, e utiliza iluminação artificial e sistemas mecânicos
de climatização. Essas soluções implicam um consumo excessivo de energia elétrica e toma
os ambientes herméticos e desagradáveis. O projeto do edifício de saúde deve se basear
em diversas normas do Ministério da Saúde e da vigilância sanitária, para que os espaços
doentes, com um estado emocional abalado, e importante considerar a qualidade dos
espaços, o conforto ambiental e a humanização.
No caso dos hospitais da rede Sarah Kubitschek, projetados pelo arquiteto João Filgueiras
Lima (Lelé), essa preocupação é intensificada, por serem edifícios para pacientes com
doenças do aparelho locomotor, o que implica maior permanência no hospital e uma boa
qualidade do espaço hospitalar. As soluções arquitetônicas nos Hospitais Sarah garantem
melhores condições de conforto e são incorporadas desde os primeiros estágios do projeto,
com base em metodologias simples e em princípios básicos de conforto ambiental. (...)
16.1. METODOLOGIAS DE PROJETO
O trabalho em equipe
A concepção dos hospitais da Rede Sarah Kubitschek acontece de forma multidisciplinar,
com a participação de profissionais de diversas áreas, como arquitetos, paisagistas,
engenheiros, técnicos, entre outros. Lelé contava com a colaboração do artista plástico
Athos Bulcão, falecido em 2008, que era responsável pela integração da arquitetura com as
obras de arte. O trabalho do artista plástico, pelo uso de formas geométricas e cores,
potencializa a arquitetura e torna os espaços humanizados e com melhor conforto visual.
Para Lelé, o trabalho em equipe é fundamental, por auxiliar tanto na concepção do projeto
arquitetônico quanto no bom funcionamento do edifício. (...)
Clima e microclima locais
No processo de projeto, Lelê identifica o clima da cidade onde a edificação será implantada
e estuda suas características, que não determinantes nas decisões de projeto. A partir daí
vêm as soluções no edifício para que os usuários se sintam confortáveis. Grande parte dos
hospitais da Rede Sarah localiza-se em regiões de clima quente e úmido, com exceção de
Brasília, de clima quente e seco, o que requer características de projeto bem diferentes.
Posteriormente, o arquiteto tem um cuidado especial com a escolha do terreno e, depois
analisa todas as condicionantes, como: topografia, trajetória solar, incidência dos ventos
dominantes, vegetação, obstáculos naturais, edificações do entorno e proximidade com
lagos, através de croquis e esboços. (...)
Lelé destaca a importância das visitas ao local, para uma melhor com preensão das
condições geográficas e climáticas. (...)
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Paisagismo
O projeto paisagístico nos Hospitais Sarah ganha destaque pela parceria com a arquiteta
paisagista Beatriz Secco. O ponto de partida é preservar a vegetação existente no terreno,
tanto por questões climáticas como pelo bem-estar que proporciona aos pacientes. (...)
Ainda na fase de concepção do edifício, a paisagista conversa com Lelé sobre as
características do projeto, para começar o projeto paisagístico. Consideram-se no
paisagismo: a insolação, a necessidade de sombreamento, a umidade, o conforto visual, a
iluminação natural e a sensação agradável dos pacientes.
Iluminação natural e controle da radiação solar
Para analisar a insolação nos edifícios, Lelé usa a carta solar, para conhecer a trajetória do
sol e sua posição aparente (azimute e altura), de acordo com cada latitude. Assim, sabe o
período de insolação em todas as fachadas, a penetração do sol pelas aberturas e pelas
superfícies transparentes, para dimensionar os beirais e brises e colocar os edifícios e a
vegetação em um sombreamento desejável. (...)
Conforto térmico
O conforto térmico é essencial em todos os Hospitais Sarah. O arquiteto define as soluções
de ventilação natural com base nos conhecimentos de princípios físicos básicos de
diferença de pressão, efeito chaminé, ventilação cruzada e resfriamento evaporativo, e
pelo conhecimento adquirido nas experiências anteriores. (...)
16.2 AS ESTRATÉGIAS UTILIZADAS
As estratégias de projeto visam a um melhor conforto térmico e visual dos edifícios, e o
arquiteto Lelê, com os hospitais da Rede Sarah, mostra que as soluções adotadas não são
complexas, e que as decisões de projeto foram bem pensadas e cuidadosamente
elaboradas.
Ventilação natural
O Brasil tem grandes extensões de clima tropical, e a maioria dos hospitais dessa rede
localiza-se em regiões de clima quente e úmido; portanto, o uso da ventilação natural para
o conforto térmico é essencial e simples quando a temperatura interna se torna elevada.
Diante disso, no projeto e na implantação desses hospitais, Lele sempre aproveita os ventos
dominantes. No projeto da maior parte dos hospitais Sarah, o arquiteto utiliza a ventilação
vertical, que evita a disseminação dos vírus por todos os ambientes do hospital, e consiste
na entrada do ar pelas galerias subterrâneas. Em seguida, o ar é insuflado pela parte inferior
das paredes, e por fim, é extraído pelos sheds. (...)
Conforto térmico e controle da radiação solar
O controle da radiação solar nos edifícios em países tropicais é importante para o conforto
térmico dos usuários. O arquiteto Lelé alcança esse controle por meio de muitas maneiras,
como a escolha dos materiais e a forma de serem trabalhados, o uso de protetores solares
externos - como brises -, de vegetação e massas de água, entre outros, para integrar a
iluminação e a ventilação naturais. (...)
Ao redor dos hospitais Sarah, o arquiteto projetou calçadas em varandas, passarelas e nas
áreas de tratamento e lazer. Os espaços restantes são gramados resistentes ao pisoteio,
arbustos, árvores, entre outros elementos paisagísticos. O estacionamento é constituído
por concregrama, que ajuda na drenagem pluvial. O uso de grama nas áreas externas evita
a re-emissão da radiação em forma de calor para o edifício e para as pessoas, pois os jardins
têm um albedo baixo. Além disso, a vegetação usa parte da radiação solar no processo da
fotossíntese, que auxilia na umidificação do ar por meio do vapor d'água liberado pelas
plantas, e o equilíbrio da temperatura e a estabilidade do clima são alcançados. (...)
O uso do teto-jardim é uma estratégia muito interessante, pois, por meio da fotossíntese,
a vegetação transforma parte da energia da radiação solar incidente em energia
bioquímica, e produz um resfriamento adicional com a evapotranspiração. (...)
Conforto visual: iluminação e cores
A luz natural traz benefícios à saúde humana, é mais econômica, ajuda no combate à
infecção hospitalar e é mais agradável para os pacientes, ao contrário da monótona luz
artificial. A radiação ultravioleta entre 180 e 320 nm possui efeito bactericida e germicida,
capaz de matar muitas espécies de bactérias, fungos, mofos e germes. (...)
Athos Bulcão e as cores
As obras do artista encontram lugar no espaço desenhado pelo arquiteto e fica difícil
imagina-las dissociadas do edifício. O trabalho com as cores e as possibilidades oferecidas
pelo espaço oferecem conforto visual aos pacientes, um espaço humanizado, com um
pouco mais de alegria e vida. (...)
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DIRETRIZES DE SUSTENTABILIDADE PARA A EDIFICAÇÃO1 . Orientação solar
. Implantação do edifício
O LUGAR . Minimização dos desconfortos causados pela nova
. É desejável o adensamento urbano em lugares com infraestrutura consolidada sempre construção
que possível para aproveitamento de . Maximizar a drenagem e permeabilidade do solo
. Serviços; Equipamentos urbanos; Transporte público . Minimização de operação de terraplanagem e/ou
. Mas é necessário atentar para as seguintes condições: reaproveitamento do solo retirado sempre que possível

. Insolação e ventilação suficientes; Manutenção de vegetação nativa sempre que . Facilidade de acesso ao edifício e organização das
possível; Não contribuir para a presença de poluição do ar e sonora sempre que possível circulações e acessos (pedestres, carros, bicicletas, etc)

OS USOS O EDIFÍCIO

É desejável o adensamento urbano e a diversificação de usos para o atendimento de uma Os primeiros estudos já devem trazer decisões estratégicas para que o edifício tenha boas
contribuição social da construção. É importante atentar para: condições de conforto, como por exemplo:

. O impacto social causado pela nova população . Boa iluminação e ventilação natural

. O impacto do edifício sobre o entorno imediato . Proteção térmica adequada ao ambiente (utilização
de materiais de construção e absorvam ou barrem o
+ Proporcionar a diversidade de usos
calor conforme a necessidade)
+ Flexibilidade da construção para eventuais mudanças
. Preservação da privacidade dos habitantes
de uso
. Relação entre superfícies opacas e transparentes
. Possibilidade de compartilhamento de espaços
(estacionamentos, parques, praças,etc) . Utilização da cobertura das edificações com diversos
usos (uso comum do edifício, jardins, etc)
. Considerar um possível potencial de ampliação da
O EDIFÍCIO E O ENTORNO
construção
Os primeiros estudos já devem trazer decisões estratégicas em relação a volumetria da
. Racionalização da construção
construção para que o edifício interfira o mínimo possível no microclima do entorno. Deve-
se estudar e planejar: . Facilidade de manutenção do edifício

. Altura e largura do edifício

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As diretrizes de sustentabilidade presentes neste texto, bem como as ilustrações foram retiradas de JOURDA,
Françoise-Helene. Pequeno manual do projeto sustentável. Tradução de Cristina Reis. São Paulo: Gustavo Gili
Brasil, 2012
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