I´d tell you, but I got to whisper it.

THE CHILDREN´S HOUR lillian hellman

1934
Martha: We´ve tried everything we can
think of. She´s had more attention than
any three kids put together. And we still
haven´t the faintest idea what goes inside
her head.
Karen: She´s a strange girl.
Martha: That´s putting it mildly.
Karen: It´s funny. We Always talk about the
child as if she were a grown up woman.
Martha: It´s not so funny. There´s
something the matter with the kid. She
causes trouble her; she´s bad for the other
girls. I don´t know what it is, it´s a feeling
I´ve got that it´s wrong somewhere.
Martha: Tentamos de tudo. Ela recebeu
mais atenção do que três crianças juntas. E
ainda não fazemos a menor ideia do que
se passa na cabeça dela.
Karen: Ela é uma menina esquisita.
Martha: Esquisita é pouco.
Karen: Que engraçado, sempre falamos
dela como se estivéssemos falando de uma
mulher adulta.
Martha: Não vejo graça, não. Tem algo de
errado com essa menina. Ela é
problemática e má influência para as
outras meninas. Não sei o que é direito,
mas tenho um mau pressentimento.
Mrs. Mortar: I should have known
by this time that the wise thing is
to stay out of your way when
he´s in the house.
Martha: What are you talking
about now?
Mrs. Mortar: Any day that´s he´s
in the house is a bad day.
Martha: When who´s in the
house?
Mrs. Mortar: Don´t think you´re
fooling me, young lady. I wasn´t
born yesterday. Every time that
man comes into this house, you
have a fit. It seems like you just
can´t stand the idea of them
being together.
Eu já deveria estar cansada de
saber que a melhor coisa a fazer
é ficar na minha quando ele
aparece por aqui.
Do que você está falando?
Sempre que ele vem, é a mesma
coisa.
Sempre que quem vem?
Não pense que me engana,
minha filha. Não nasci ontem.
Sempre que esse sujeito aparece
aqui, você dá um chilique. Parece
que não consegue suportar a
ideia deles dois juntos.
Mrs. Mortar: God knows what
you´ll do when they get married.
You´re jealous of him, that´s
what it is.
Martha: I´m very fond of Joe, and
you know it.
Mrs. Mortar: You´re fonder of
Karen, and I know that. And it´s
unnatural, just as unnatural as it
can be.
Sabe Deus como vai ficar quando
eles se casarem. Você tem
ciúmes dele, isso sim.
Gosto de Joe, e a senhora sabe
disso.
Mas gosta mais de Karen, e eu
sei disso também. E não é
natural, não é nem um pouco
natural.
Martha: Listen, listen. Try to
understand this: you´re not
playing with paper dolls. We´re
human beings, see? It´s our lives
you´re fooling with. Our lives.
That´s serious business for us.
Can you understand that?
Mrs. Tilford: I can understand
that, and I understand a lot
more. You´re playing with a lot
of children´s lives and that´s
why I stopped you.
Escuta aqui. Tenta entender isso:
a senhora não está brincando
com bonecas de papel. Somos de
carne de osso, sabe? São as
nossas vidas em jogo. Nossas
vidas. Isso é importante para
nós. Consegue entender isso?
Entendo isso e muito mais. Vocês
estão colocando a vida das
crianças em jogo e foi por isso
que coloquei um fim em tudo.
Martha: Because I love you.
Karen: Yes, of course.
Martha: I love you that way,
maybe, the way they said I love
you. I don´t know. Listen to me!
Karen: What?
Martha: I have loved you the way
they said.
Karen: You´re crazy.
Martha: There´s always been
something wrong. Always, as
long as I can remember. But I
never knew it until this
happened.
Porque eu amo você.
Eu sei.
Acho que amo você do jeito que
falaram que eu amo. Não sei.
Escuta!
O que?
Amei você do jeito que falaram.
Você está louca.
Sempre teve algo errado.
Sempre, desde que consigo me
lembrar. Mas eu nunca soube o
que era até isso acontecer.
Karen: Stop it!
Martha: You´re afraid of hearing it.
I´m more afraid than you.
Karen: I won´t listen to you.
Martha: You´ve got to know it. I
can´t keep it any longer. I´ve got to
tell you how guilty I am.
Karen: You are guilty of nothing.
Martha: I´ve been telling myself that
since the night we heard the child
say it; I´ve been praying I could
convince myself of it. I can´t, I can´t
any longer. It´s there. I don´t know
how, I don´t know why. But I did
love you. I do love you. I resented
your marriage, maybe because I
wanted you, maybe I wanted you all
along; maybe I couldn´t call it by a
name, maybe it´s been there ever
since I first knew you.
Para com isso!
Você está com medo de ouvir. Estou
com mais medo do que você.
Não vou nem ouvir.
Você precisa saber. Não posso me
conter mais. Tenho que te contar
que é minha culpa.
Você não tem culpa de nada.
Estou tentando me convencer disso
desde que a menina falou; rezando
para me convencer. Não dá, não
consigo mais. Aí está. Não sei como,
não sei porque, mas eu amei você.
Ainda amo. Fiquei ressentida com o
seu casamento, talvez por te
desejar, por te querer desde sempre;
talvez eu não soubesse dar um
nome, mas talvez tenha sido assim
desde que te conheci.
Vengeance is walking Salem
 arthur miller
THE CRUCIBLE 1953
 ARTHUR
MILLER
(1915 – 2005)

All My Sons (1947)

Death of a Salesman (1949)
The Crucible (1953)
A View from the Bridge (1955)
After the Fall (1964)
CONGREGATIONALISTS (PURITANS)

‘A PURITAN IS SOMEONE WHO HAS A SNEAKING SUSPICION THAT

SOMEONE, SOMEWHERE, IS HAVING A GOOD TIME’ (H.L. MENCKEN)
‘KILL JOY’ REPUTATION
MORAL PURPOSE; FOCUS ON LEADING SPIRITUAL LIVES
VOTE OR HOLD OFFICE: ONLY CHURCH MEMBERS
VISIBLE SAINT: CONVERSION EXPERIENCE; PUBLIC PROFESSION OF
FAITH
 PURITAN WAY OF LIFE

MUSIC
BIBLE READING
DANCING
BIBLE TEACHING
SINGING
FASTING
THEATRE
MEETINGS TWICE A WEEK (3
TOYS AND DOLLS HOUR SERMONS)
PLAYING CARDS AND GAMBLING THANKSGIVING (HARVEST
CHRISTMAS, EASTER, HOLY DAYS CELEBRATION)
Danforth: Mr. Proctor, have you seen
the Devil in your life? (Proctor´s jaws
lock). Come, man, there is light in
the sky; the town waits at the
scaffold; I would give out this news.
Did you see the Devil?
Proctor: I did.
Parris: Praise God!
Danforth: And when he come to you,
what were his demand? Proctor is
silent. Danforth helps. Did he bid
you to do his work upon the earth?
Proctor: He did.
DANFORTH –Senhor Proctor, já viu o
Diabo em sua vida? (Proctor cerra os
maxilares) Vamos lá, homem, o céu
está claro. A cidade espera no
cadafalso. Quero dar esta notícia. Já
viu o Diabo?
PROCTOR – Vi.
PARRIS – Louvado seja Deus!
DANFORTH – E quando ele veio a
você, o que exigiu? (Proctor silencia.
Danforth ajuda) Pediu que fizesse a
sua obra pela terra?
PROCTOR – Pediu.
Danforth: And you bound yourself to his
service? (Danforth turns, as Rebecca Nurse
enters, with Herrick helping to sup-port
her. She is barely able to walk). Come in,
come in, woman!
Rebecca, brightening as she sees Proctor:
Ah, John! You are well, then, eh?
Proctor turns his face to the wall.
Danforth: Courage, man, courage - let her
witness your good example that she may
come to God herself. Now hear it, Goody
Nurse! Say on, Mr, Proctor. Did you bind
yourself to the DevilNs service?
Rebecca, astonished: Why, John!
Proctor, through his teeth, his face turned
from Rebecca: I did.
DANFORTH – E o senhor se pôs a serviço
dele? (Danforth se vira quando Rebecca
Nurse entra, ajudada por Herrick. Ela mal
consegue andar) Entre, entre, mulher!
REBECCA – (ilumina–se ao ver Proctor) Ah,
John! Você está bem então?
Proctor vira o rosto para a parede.
DANFORTH – Coragem, homem, coragem.
Que ela assista o seu bom exemplo para
que também venha para Deus. Agora
escute, irmã Nurse! Continue, senhor
Proctor. O senhor se pôs a serviço do
Diabo?
REBECCA – (atônita) Ora, John!
PROCTOR – (entre dentes, rosto virado
para o lado oposto a Rebecca) Sim.
Danforth: Mr. Proctor. When the
Devil came to you did you see
Rebecca Nurse in his company?
Come, man, take courage - did you
ever see her with the Devil?
Proctor: No.
Danforth: Proctor, you mistake me. I
am not empowered to trade your life
for a lie. You have most certainly
seen some person with the Devil.
Mr. Proctor, a score of people have
already testified they saw this
woman with the Devil.
DANFORTH – Senhor Proctor.
Quando o Diabo veio até o senhor,
viu Rebecca Nurse na companhia
dele? (Proctor cala) Vamos, homem,
coragem: viu Rebecca Nurse com o
Diabo?
PROCTOR – (quase inaudível) Não.
DANFORTH – Proctor, você me
confunde. Não tenho poder para
trocar sua vida por uma mentira.
Você com toda certeza viu alguém
com o Diabo. (Proctor mantém
silêncio) Senhor Proctor, uma porção
de gente já testemunhou que viu
essa mulher com o Diabo.
Proctor: Then it is proved. Why
must I say it?
Danforth: Why “must” you say it!
Why, you should rejoice to say it
if your soul is truly purged of any
love for Hell!
Proctor: They think to go like
saints. I like not to spoil their
names . I speak my own sins;
cannot judge another. I have no
tongue for it.
PROCTOR – Então está provado.
Por que eu tenho de dizer isso?
DANFORTH – Por que “tem” de
dizer? Ora, devia se alegrar de
dizer isso se a sua alma está
realmente purgada de todo amor
ao Inferno!
PROCTOR – Elas querem morrer
como santas. Não posso sujar o
nome delas. Falo dos meus
pecados. Não posso julgar os
outros. (grita, com ódio) Não
tenho língua para isso.
Hale: Excellency, it is enough he
confess himself. Let him sign it, let
him sign it.
Danforth: Come, then, sign your
testimony. Come, man, sign it.
Proctor: You have all witnessed it - it
is enough.
Danforth: You will not sign it?
PROCTOR: You have all witnessed it;
what more is needed?
HALE – Excelência, basta que ele
confesse. Deixe que ele assine,
deixe que ele assine.
DANFORTH –Vamos lá, então assine
seu testemunho. Vamos, homem,
assine.
PROCTOR – Os senhores todos
viram. É o que basta.
DANFORTH – Não vai assinar?
PROCTOR – Os senhores todos
foram testemunhas. O que mais é
preciso?
Danforth: Do you sport with me? You
will sign your name or it is no
confession, Mister!
Proctor: No.
Danforth: Mr. Proctor, I must have -
Proctor: No, no. I have signed it, You
have seen me. It is done! You have no
need for this.
Parris: Proctor, the village must have
proof that -
DANFORTH – Está brincando comigo?
Vai assinar seu nome ou a confissão
não existe, senhor Proctor! (o peito
dele ofega numa respiração agoniada,
Proctor apóia o papel e assina)
PROCTOR – Não.
DANFORTH – (como se Proctor não
tivesse entendido) Senhor Proctor, eu
preciso...
PROCTOR – Não, não. Eu assinei. Os
senhores viram. Está feito! Não
precisam disto.
PARRIS – Proctor, a cidade precisa da
prova de que...
Proctor: Damn the village! I confess to God,
and God has seen my name on this! It is
enough!
Danforth: No, sir, it is -
Proctor: You came to save my soul, did you
not? Here! I have confessed myself; it is
enough!
Danforth: You have not con -
Proctor: I have confessed myself! Is there
no good penitence but it be public? God
does not need my name nailed upon the
church! God sees my name; God knows
how black my sins are! It is enough!
Danforth: Mr. Proctor -
PROCTOR – Dane–se a cidade! Eu confesso
a Deus e Deus viu meu nome nisto aqui! Já
basta!
DANFORTH – Não, senhor, é...
PROCTOR – O senhor veio salvar a minha
alma, não foi? Pronto! Eu confessei. É o que
basta!
DANFORTH – O senhor não conf...
PROCTOR – Eu confessei! Nenhuma
penitência vale se não for em público?
Deus não precisa de meu nome pregado
numa igreja! Deus vê o meu nome. Deus
sabe como são negros os meus pecados! É
o que basta!
DANFORTH – Senhor Proctor...
Proctor: I have three children - how
may I teach them to walk like men in
the world, and I sold my friends?
Danforth: You have not sold your
friends -
Proctor: Beguile me not! I blacken all
of them when this is nailed to the
church the very day they hang for
silence!
Danforth: Mr. Proctor, I must have
good and legal proof that you -
PROCTOR – Tenho três filhos. Como
posso ensinar para eles a andarem
como homens no mundo se entrego
meus amigos?
DANFORTH – O senhor não entregou
seus amigos...
PROCTOR – O senhor não me
engana! Vou denegrir todos eles
quando isto for pregado na igreja no
mesmo dia em que eles são
enforcados por seu silêncio!
DANFORTH – Senhor Proctor, eu
preciso de uma boa prova legal de
que o senhor...
Proctor: You are the high court, your
word is good enough! Tell them I
confessed myself; say Proctor broke
his knees and wept like a woman;
say what you will, but my name
cannot -
Danforth: It is the same, is it not? If I
report it or you sign to it?
Proctor: No, it is not the same! What
others say and what I sign to is not
the same!
PROCTOR – O senhor é a alta corte,
sua palavra é suficiente! Diga para
eles que eu confessei. Diga que
Proctor caiu de joelhos e chorou
como uma mulher. Diga o que
quiser, mas o meu nome não pode...
DANFORTH – (desconfiado) É a
mesma coisa, não é? Se eu digo para
eles ou se o senhor assina?
PROCTOR – (sabe que é uma
loucura) Não, não é a mesma coisa!
O que os outros dizem e o que eu
assino não é a mesma coisa!
Danforth: Why? Do you mean to deny
this confession when you are free?
Proctor: I mean to deny nothing!
Danforth: Then explain to me, Mr.
Proctor, why you will not let -
Proctor: Because it is my name!
Because I cannot have another in my
life! Because I lie and sign myself to
lies! Because I am not worth the dust
on the feet of them that hang! How
may I live without my name? I have
given you my soul; leave me my name!
DANFORTH – Por que? Pretende negar
essa confissão quando estiver livre?
PROCTOR – Não pretendo negar nada!
DANFORTH – Então me explique,
senhor Proctor, por que o senhor não
quer que...
PROCTOR – (com um grito de toda
alma) Porque é o meu nome! Porque
não posso ter outro em minha vida!
Porque eu minto e assino embaixo de
mentiras! Porque eu não sou digno do
pó dos pés dos enforcados! Como eu
posso viver sem o meu nome?
Entreguei a minha alma, me deixem
ficar com meu nome!