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ARBITRAGEM: UMA ALTERNATIVA NA SOLUÇÃO DE LITÍGIOS

INTRODUÇÃO A arbitragem, conquanto ainda rejeitada por alguns juristas e ponderável


parcela da população, talvez até por desconhecimento, constitui o meio mais rápido e fácil de
solução dos conflitos, graças à elevada especialização e aos conhecimentos dos julgadores. É uma
forma alternativa de composição entre as partes, por meio da intervenção de terceiro indicado por
elas e gozando da absoluta confiança de ambas. Com a assinatura da cláusula compromissória ou do
compromisso arbitral, a arbitragem assume o caráter obrigatório e a sentença tem força judicial.
Neste sentido, a jurisprudência e a doutrina.
No além mar, o juízo arbitral é fartamente adotado. Modernamente, quase todos os países
permitem que árbitros solucionem os mais diversos conflitos entre as partes, notadamente no
âmbito internacional.
O Brasil admite que também as entidades de Direito Público submetam os litígios, oriundos
da execução dos contratos, à arbitragem, ou busquem soluciona-los, por meio amigável, mercê da
legislação extravagante. Essa disposição deverá constar do contrato, entre as cláusulas essenciais,
necessárias.
Pela proposta de Emenda Constitucional da Reforma do Judiciário (PEC nº 29, de 2000),
também o Brasil estará institucionalizando este instituto, como Portugal o fez, o que, sob esse
aspecto, representa um grande avanço, acompanhando a tendência universal.

CONCEITO DE ARBITRAGEM
A arbitragem é um processo alternativo, extra-judicial e voluntário, entre pessoas físicas e
jurídicas capazes de contratar, no âmbito dos direitos patrimoniais disponíveis, sem a tutela do
Poder Judiciário. As partes litigantes elegem em compromisso arbitral, uma ou mais pessoas
denominadas árbitros ou juízes arbitrais, de confiança das partes, para o exercício neutro ou
imparcial do conflito de interesse, submetendo-se a decisão final dada pelo árbitro, em caráter
definitivo, uma vez que não cabe recurso neste novo sistema de resolução de controvérsias.
Na arbitragem, a função do árbitro nomeado será a de conduzir o processo arbitral, de forma
semelhante ao processo judicial, porém muito mais rápido, menos formal, de baixo custo onde a
decisão deverá ser dada por pessoas especialistas na matéria, que é objeto da controvérsia,
diferentemente do Poder Judiciário, onde o juiz, na maioria das vezes, para bem instruir seu
convencimento quanto à decisão final a ser prolatada, necessita do auxílio de peritos especialistas.
Na arbitragem, pode-se escolher livremente esses especialistas, que terão a função de
julgadores. Exemplo prático, pessoas capacitadas em direito sobre locação residencial ou comercial,
compra e venda de bens em geral, contratação de serviços, conflitos trabalhistas, seguros, acidente
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de automóvel sem vítima humana, conflitos agrários, condominial, indústria, portuário, navegação e
marítimo. Com a assinatura da cláusula compromissória ou do compromisso arbitral, a arbitragem
assume o caráter obrigatório e a sentença tem força judicial.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ARBITRAGEM


A arbitragem não é novidade, como instrumento de solução de conflitos. Na mais remota
antiguidade, a humanidade sempre buscou caminhos que não fossem morosos ou serpenteados de
fórmulas rebuscadas, visto que os negócios, sejam civis, sejam comerciais, exigem respostas
rápidas, sob pena de, quando solucionados, perderem o objeto e ficarem desprovidos de eficácia,
com prejuízos incalculáveis para as partes interessadas.
Atualmente, a realidade não é diferente. A sociedade transforma-se numa velocidade incrível.
As inovações e os novos tempos exigem a superação de arcaicas fórmulas, visto que, a partir do
último quartel do século XX, com as novas conquistas científicas e técnicas, o mundo apequenou-se
e o tempo e o espaço tornaram-se conceitos inexistentes e totalmente ultrapassados na era da
cibernética, dos transportes e das comunicações que podem exceder a velocidade do som.
As pendências exigem soluções, boas ou más, porém eficazes e sumamente velozes. Uma
grande nação é aquela que possui leis justas e uma justiça rápida e não onerosa. O jurista, Arnold
Wald, em entrevista a Márcio Chaer, mostra-se bastante otimista quanto ao desenvolvimento de
uma nova cultura, pois, afirma, com ênfase: “de certa forma, entramos com algum atraso nesse
movimento. A arbitragem passou a existir de fato no País há quatro ou cinco anos”. Assinala ainda
que, se a quantidade de arbitragens engrenadas é diminuta, a qualidade delas merece os maiores
encômios.
Antonio Carlos de Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover e Cândido Dinamarco prelecionam
que, na mais remota Antiguidade, com a ausência de um Estado forte que assumisse a prerrogativa
de dirimir os conflitos entre as pessoas, prevalecia a vingança privada, evoluindo para a justiça
privada.
Hammurabi sobressaiu pelo notável monumento jurídico- O Código de Hammurabi, e teve
como escopo maior fazer reinar a justiça em seu reino, podendo qualquer cidadão recorrer ao rei.
Entre os babilônios, livre era o homem que tinha todos os direitos de cidadão e era denominado
awilum.
Entre os povos antigos, a arbitragem e a mediação constituíam meio comum para sanar os
conflitos entre as pessoas.
Na Grécia antiga, as soluções amigáveis das contendas faziam-se com muita freqüência, por
meio da arbitragem, a qual poderia ser a compromissória e a obrigatória. Os compromissos
especificavam o objeto do litígio e os árbitros eram indicados pelas partes. O povo tomava
conhecimento do laudo arbitral gravado em plaquetas de mármore ou de metal e sua publicidade
dava-se pela afixação nos templos das cidades.
No Direito Romano, no primeiro período do processo, as legis acciones em muito se
assemelhavam às câmaras ou às Cortes Arbitrais.
Na Idade Média, também era comum a arbitragem, como meio de resolver os conflitos, entre
os nobres, cavaleiros, barões, proprietários feudais e, fundamentalmente, entre comerciantes.
O Direito Talmúdico também se aplica à arbitragem. Esta é composta por um rabino ou pelo
conselho de rabinos. Seguindo os costumes judaicos, os judeus submetiam à arbitragem todas as
disputas entre a comunidade e a pessoa ou entre as pessoas.
A Igreja Medieval valia-se da arbitragem. John Gilissen narra que o poder jurisdicional da
Igreja se fundava no poder arbitral e disciplinar.
O Alcorão não desconhece a arbitragem, assim que a 4ª Surata comanda que, se houver
disputa entre marido e mulher, estes devem-se valer de um árbitro da família dela ou dele. Samir
EL Hayek, comentando o versículo 35, diz que trata de um plano excelente para ajustar as
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dissidências familiares.
O julgamento, por equidade e imparcialidade, é uma vertente. O versículo 9 da 49ª Surata
prega que, se dois grupos de crentes combaterem entre si, devem eles se reconciliar.
No Brasil Colônia, as Ordenações Filipinas, que vigoraram, até após a proclamação da
República, disciplinava a arbitragem no Livro III, que tratava dos juízes árbitros e dos arbitradores.
A Constituição de 1824, no artigo 160, facultava às partes nomear juízes-árbitros, nas ações cíveis e
nas penas civilmente intentadas, cujas sentenças eram executadas, sem recusrso, desde que as
partes assim convencionassem. Também a Resolução de 26 de julho de 1831 e a Lei nº 108, de 11
de outubro de 1837 regulavam acerca da arbitragem. O Código Comercial, de 1850, prevê a
arbitragem para as questões sociais entre os sócios, durante a existência da sociedade, ou da
companhia, sua liquidação ou partilha (artigo 294) e, no artigo 245, todas as questões de contrato
de locação mercantil deviam ser resolvidas pela arbitragem. Da mesma forma o Código Civil de
1916 e o Código Processual de 1939 dispunham no seu artigo sobre a arbitragem.
Sendo assim, a arbitragem é um instrumento altamente salutar e afasta de pronto o
exagerado formalismo, processando-se, com a máxima celeridade, sem ferir obviamente os cânones
legais e a Constituição, tendo como uma de suas características a flexibilidade.
Qual é o conceito de arbitragem?

O conceito de arbitragem pode ser definido como uma modalidade extrajudicial de resolução
de um conflito, em que um árbitro, terceiro escolhido pelas partes, decide uma lide, que
necessariamente envolve discussão sobre direitos patrimoniais disponíveis.
A lei 9.307/96 rege todo o procedimento da arbitragem, que culmina numa sentença que possui a
mesma força de uma sentença judicial. O art. 1º da referida lei dispõe sobre a função e os limites da
arbitragem:
Art. 1° As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para
dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.
Neste dispositivo verificam-se alguns importantes conceitos. Primeiramente as partes devem
ser pessoas capazes (restrição subjetiva). O conceito de pessoa capaz está definido na lei civil, arts.
1º ao 10º do CC/02.
Além disso, a adoção desse procedimento é facultativa, ou seja, depende de livre escolha das
partes; e não pode ser instaurada quando se tratarem de direitos indisponíveis, como por exemplo,
os direitos da personalidade (restrição objetiva). Nesse aspecto cumpre ressaltar que os direitos
disponíveis são aqueles sobre os quais as partes podem transigir, e os direitos patrimoniais são
aqueles que podem ser avaliados pecuniariamente.
Destaca-se que o próprio CC/02 exclui da apreciação da lei arbitral alguns grupos de direitos,
no art. 852:
Art. 852. É vedado compromisso para solução de questões de estado, de
direito pessoal de família e de outras que não tenham caráter estritamente
patrimonial.

Quais são as características mais marcantes da arbitragem?

A arbitragem tem como traços marcantes a intervenção de um terceiro, fora do poder


judiciário para a resolução do conflito; o consenso entre as partes, pois a arbitragem somente será
aplicável quando houver livre escolha dos envolvidos; e a disponibilidade dos direitos envolvidos.
Além disso, tem o árbitro o poder de solucionar o conflito, aplicando o direito ao caso
concreto e sua decisão tem a mesma força de uma sentença judicial. O art. 31 dispõe acerca da
natureza de uma sentença arbitral:
Art. 31 A sentença arbitral produz, entre as partes e seus sucessores, os
mesmos efeitos da sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e,
CENTRO DEcondenatória,
sendo ENSINOconstituiSUPERIOR
título executivo.
A arbitragem, normalmente, constitui-se num procedimento mais rápido e econômico para as
partes, vez que não se prolonga no tempo, como acontece nos processos judiciais.
Os árbitros escolhidos normalmente se reputam especialistas nos assuntos pelos quais são
chamados a intervir, fazendo com que as suas decisões apresentem um alto grau de qualidade.
Além disso, o procedimento arbitral é confidencial, de forma que as questões relacionadas ao litígio
permaneçam, tão somente, entre os interessados.
Como a impera a liberdade das partes dentro do procedimento arbitral, todas as escolhas
efetuadas implicam conseqüências diretas, que vão desde a escolha do árbitro até a escolha das
regras a serem estabelecidas durante o procedimento. Dessa forma, o mais importante é saber
utilizar essa liberdade da forma mais eficiente possível, sob pena da arbitragem se tornar um
caminho muito mais penoso do que qualquer outra demanda judicial.
Assim, é de sua importância que os árbitros sejam devidamente qualificados; que as regras
procedimentais sejam claras e precisas e que as partes contem com advogados qualificados que
serão responsáveis pela defesa dos interesses das partes no litígio

O que é Arbitragem ?
1.O que é a Arbitragem?
É uma forma alternativa de resolução de conflitos (envolvendo direitos patrimoniais disponíveis)
na qual um ou mais árbitros (sempre em número impar) decidem com base numa convenção
privada, firmada entre as partes cujo conteúdo terá eficácia de sentença judicial.
2.Como foi instituído o processo de Arbitragem?
Através da lei 9307 de 23.09.96, conhecida como “Lei Marco Maciel” , que propicia às partes a
solução de seus conflitos por meio da justiça alternativa, sem a necessidade de utilizar os trâmites
da Justiça Estatal.
3.Quem conduz a Arbitragem?
A Arbitragem é conduzida por profissionais especializados, livremente escolhidos pelas partes,
geralmente credenciados por uma instituição, utilizando técnicas visando solucionar conflitos, cujos
poderes lhes são conferidos pelos litigantes.
4.Quem escolhe o Árbitro?
As partes escolhem o Árbitro para solucionar seus conflitos com base no princípio da autonomia da
vontade.
5.Quais são as principais características da Arbitragem?
A Arbitragem baseia-se na boa fé e na autonomia da vontade das partes;
Na Arbitragem, diferentemente da Justiça Estatal, em que as partes não têm qualquer ingerência, a
figura do Árbitro é de livre escolha das partes, entre profissionais de sua confiança.
A Arbitragem caracteriza-se por ser um processo célere, cujo prazo máximo para prolação da
Sentença Arbitral é de 6 meses, contado a partir da sua instituição.;
Por não tramitar na esfera estatal, os atos a ela relacionados são essencialmente sigilosos, não
estando sujeitos a qualquer publicidade;
A Arbitragem é conduzida por um terceiro imparcial que solucionará o conflito proferindo uma
Sentença Arbitral, e que terá efeito de uma Sentença Judicial;
6.Que qualidades deve ter o Árbitro?
O Árbitro deverá proceder sempre com imparcialidade, independência, competência, diligência e
discrição no exercício de sua atividade e é equiparado aos funcionários públicos para os efeitos da
legislação penal.
7.Como funciona a Arbitragem?
A Arbitragem é desenvolvida de acordo com o procedimento previsto na Lei 9307/96, bem como no
regulamento interno da instituição administradora da Arbitragem e no Código de Ética dos Árbitros.
A Lei de Arbitragem prevê, ainda, que cabe às partes escolher a legislação que regerá o processo
arbitral, podendo inclusive optar pela eqüidade.
8.Que disputas podem ser levadas à Arbitragem?
Em nosso país a Lei da Arbitragem estipula que todo e qualquer litígio, relativo a direitos
patrimoniais disponíveis e envolvendo pessoas capazes podem ser solucionados pela via
arbitral.
9.O que são direitos patrimoniais disponíveis?
O direito patrimonial é disponível quando ele pode ser livremente exercido pelo seu titular. Assim,
CENTRO
são disponíveis DEque
aqueles bens ENSINO
podem ser SUPERIOR
livremente alienados ou negociados por encontrarem-
se desembaraçados, envolvendo pessoas civilmente capazes.
10.Que custo tem a arbitragem para as partes?
No caso da arbitragem institucional, administrada por entidade de direito privado, serão cobradas
custas e honorários dos árbitros, de acordo com a tabela constante do regulamento da instituição
administradora da Arbitragem.
Na hipótese de Arbitragem ad hoc os custos serão negociados diretamente pelas partes com o
árbitro escolhido para o caso.
11.Qual é a validade legal de uma Sentença Arbitral?
A Sentença Arbitral equivale a uma Sentença Judicial, não ficando sujeita a qualquer recurso no
âmbito da Justiça Estatal. Os recursos possíveis permanecem na esfera arbitral, preservando, assim,
a celeridade do processo. Cabe, porém, ação anulatória, caso se verifique a ocorrência de alguma
nulidade.
12.Como uma Sentença Arbitral é executada?
À semelhança da Sentença Judicial, a Sentença Arbitral, na qualidade de título executivo, é
sumariamente executada através de processo executivo judicial.

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