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BASA

Técnico Bancário

Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como segurança, transportes, política, economia,
sociedade, educação, saúde, arte e cultura, tecnologia, energia, conjuntura geopolítica, desenvolvimento
sustentável e ecologia, nos contextos nacional e internacional, suas inter-relações e suas vinculações
históricas .................................................................................................................................................. 1
Questões – Prova anterior ............................................................................................................... 104

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Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como segurança, transportes,
política, economia, sociedade, educação, saúde, arte e cultura, tecnologia,
energia, conjuntura geopolítica, desenvolvimento sustentável e ecologia, nos
contextos nacional e internacional, suas inter-relações e suas vinculações
históricas

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Segurança
saúde
Senado aprova intervenção federal na segurança pública do Rio1

Decreto já está em vigor desde a semana passada, mas governo precisava do aval do Congresso para
medida continuar valendo. Com aprovação, texto será publicado no 'Diário Oficial'.
Senado aprovou no fim da noite desta terça-feira (20/02), por 55 votos a 13 (1 abstenção), o decreto
que autoriza intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro. O decreto vai a
publicação no "Diário Oficial da União".
A intervenção federal foi assinada pelo presidente Michel Temer na última sexta-feira (16/02). A medida
passou a vigorar imediatamente, mas, para continuar valendo, precisava do aval da Câmara e do Senado.
O tema foi aprovado pela Câmara na madrugada desta terça-feira (20/02), por 340 votos a 72.
O decreto estabelece que a intervenção durará até 31 de dezembro deste ano.
Enquanto vigorar a medida, o general de Exército Walter Souza Braga Netto, do Comando Militar do
Leste, será o interventor no estado e terá o comando da Secretaria de Segurança Pública, Polícias Civil
e Militar, Corpo de Bombeiros e do sistema carcerário fluminense.
Segundo o decreto, o objetivo da intervenção é tratar do "grave comprometimento da ordem pública"
no Rio. A medida foi tomada após o feriado de carnaval, período em que a capital do estado
registrou vários episódios de violência.
Pelo texto, o interventor está subordinado ao presidente da República e não está sujeito a regras
estaduais que entrem em conflito com o objetivo da intervenção.
O general Braga Netto pode, se necessário, solicitar recursos financeiros, tecnológicos, estruturais e
humanos do Rio para restabelecer a ordem pública.
Ele também poderá, segundo o decreto, requisitar a órgãos civis e militares da administração pública
federal meios necessários ao sucesso da intervenção.
O decreto preserva, sob a responsabilidade do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), as
atribuições sem relação com a área de segurança pública.

A sessão

Por se tratar de uma medida de urgência, o decreto seguiu da Câmara direto para o plenário do
Senado, sem passar pelas comissões da Casa. O tema foi analisado em sessão extraordinária que
começou por volta das 20h30 desta terça.
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), designou como relator o senador Eduardo
Lopes (PRB-RJ), que votou favoravelmente à intervenção. Segundo Eunício, 11 parlamentares o
procuraram para assumir a função.
Durante a apresentação do relatório, Eduardo Lopes afirmou que a situação do Rio é "grave",
acrescentando que a população do estado está com "medo de sair de casa.
"Sabemos que a situação não é exclusiva do Rio de Janeiro, sabemos que existe violência e altos
índices de violência em outros estados, mas, sem dúvida, o Rio de Janeiro repercute muito mais, tanto
internamente, como internacionalmente", disse.
"No momento que nós vimos ladrões assaltando carrinho de cachorro-quente com fuzil, isso mostra
que a situação realmente é grave. Arrastões por toda cidade, um medo imperando, pessoas com medo
1
GARCIA, GUSTAVO. NETTO, C. JOÃO. Senado aprova intervenção federal na segurança pública do Rio. G1. Política. Disponível em:
<https://g1.globo.com/politica/noticia/senado-aprova-intervencao-federal-na-seguranca-publica-do-rio.ghtml> Acesso em 21 de fevereiro de 2018.

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de sair, cancelando compromissos, não participando de eventos sociais, com medo da violência",
completou o relator.
Eduardo Lopes é suplente de Marcelo Crivella (PRB-RJ), que deixou o Senado em 2017 para assumir
a Prefeitura do Rio de Janeiro.

Argumentos pró e contra o decreto

Durante a sessão, parlamentares favoráveis e contrários ao decreto se revezaram na tribuna do


Senado.
Gleisi Hoffmann (PR), por exemplo, presidente do PT, foi a primeira a falar contra a intervenção federal.
A senadora disse que outros estados – como Sergipe, Alagoas, Ceará e Rio Grande do Norte –
apresentam índices de violência mais altos e questionou o critério do governo ao decidir pela intervenção
no Rio.
"O Ceará é um estado hoje que também tem um índice de violência muito maior que o do Rio de
Janeiro. O que vão fazer lá? Vão fazer intervenção também? Ou será que o estado do Ceará tem que se
contentar com os 36 homens da Força Nacional que o Temer mandou para lá?".
Já o senador Lasier Martins (PSD-RS) defendeu a intervenção no Rio de Janeiro. Para o parlamentar,
é "quase inacreditável insinuar" que não se deve mexer no que o Rio de Janeiro se tornou.
"Estamos em uma situação de exceção porque, neste momento, o Rio de Janeiro está entregue à
bandidagem, onde as crianças não podem ir a escolas porque estão sujeitas às balas perdidas".
Lasier também defendeu que o governo edite um segundo decreto, estabelecendo "orçamento
continuado" para a intervenção.
Líder da minoria, Humberto Costa (PT-PE) seguiu a linha do discurso de Gleisi Hoffmann e criticou o
decreto presidencial, chamando a medida de Temer de "intervenção Tabajara" de um governo
"paspalhão".
"Uma intervenção que não tem qualquer planejamento, não diz sequer de onde virão os recursos. [...]
Se der errado, nós vamos recorrer a quem? Ao Vaticano?".
Vice-presidente do Senado, o tucano Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) declarou voto a favor da
intervenção federal.
Ele disse que a crise na segurança do Rio “está diretamente vinculada ao desmonte que foi feito no
estado por práticas de corrupção, crime organizado e formação de quadrilha não só de traficantes, mas
de governantes” do estado.
"Não há o que se fazer hoje no Senado a não ser aprovar o decreto presidencial. Não há alternativa.
Qualquer posição contrária é, naturalmente, um embate político. Não é defesa efetiva da população do
Rio de Janeiro".
Depois que cinco senadores favoráveis e cinco contrários se manifestaram sobre o assunto, líderes
partidários encaminharam suas bancadas e a votação foi iniciada, com os votos registrados em painel.

Número de policiais civis presos em SP aumenta 35%, diz levantamento2

Foram 68 prisões de policias em 2016 e 92 prisões em 2017.


Um levantamento feito pela GloboNews por meio da Lei de Acesso à Informação mostra que o número
de policiais civis presos em São Paulo aumentou 35% no ano passado. Foram 68 prisões de policias em
2016 e 92 prisões em 2017. Esses policiais cometeram crimes graves, como associação ao tráfico de
drogas (31), corrupção (11) e organização criminosa (8).
Imagens cedidas pelo Ministério Público de São Paulo mostram uma viatura descaracterizada da
Polícia Civil de São Paulo. O veículo é dirigido pelo delegado Alexandre Ianovalli. No elevador de um flat
na região central de São Paulo, Ianovalli está com outro policial. Minutos antes, outros dois policiais
sobem no mesmo elevador.
As cenas foram gravadas no dia 12 de agosto de 2017, um sábado pela manhã. Cinco policiais civis
foram ao apartamento 1112 do flat e, segundo o Ministério Público, usaram armas de fogo, algemas e
violência para extorquir R$ 180 mil em dinheiro de um homem. Dois desses policiais eram delegados da
Polícia Civil.
O delegado deixa o prédio uma hora depois no banco do passageiro de uma viatura levando uma bolsa
com dinheiro. Alexandre Ianovalli e outros três policiais estão presos.

2
FERREIRA, V. ARCOVERDE, L. Número de policiais civis presos em SP aumenta 35%, diz levantamento. G1 São Paulo. Disponível em:
<https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/numero-de-policiais-civis-presos-em-sp-aumenta-35-diz-levantamento.ghtml> Acesso em 06 de fevereiro de 2018.

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O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves, chefe das polícias civil e militar, disse
que é natural que imaginar que a facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios paulista tenha
gente infiltrada na polícia.
"O crime organizado procura permear vários setores da sociedade, então é natural que a gente imagine
que tenha alguém infiltrado", disse Mágino Alves.
Em novembro de 2017, 30 policiais civis foram presos acusados de se associar ao crime organizado
em São José dos Campos, interior de São Paulo. Entre as provas: um caderno de contabilidade dos
traficantes, com valores pagos à polícia, e escutas telefônicas em que os criminosos reclamam da
extorsão feita pelo Garra, grupo da polícia civil paulista.
O Ministério Público de São Paulo também atua no combate aos criminosos dentro da polícia.
"A ideia é sufocar o tráfico e o crime organizado de uma maneira geral e também quando há uma
interferência do crime organizado com os agentes públicos”, disse o procurador-geral de Justiça de São
Paulo, Gianpaolo Smani. "Pode ser que a Corregedoria tenha uma notícia e precise do trabalho dos
promotores, pode ser que os promotores tenham uma notícia e precisem do trabalho da Corregedoria,
pode ser que a notícia venha de forma até anônima."
No caso da extorsão feita no flat, os policiais civis forjaram um boletim de ocorrência, como se
estivessem investigando a vítima por venda ilegal de pedras preciosas. Além de cometerem um crime
grave, eles usaram o aparato policial do estado para isso.
"O policial que se desvia da sua conduta, ele é pior até do que o bandido comum, então ele vai
encontrar numa ação forte do estado, a repressão ao delito que ele cometeu", disse o secretário Mágino
Alves.
O secretário estadual de Segurança Pública de São Paulo disse que, entre 2014 e 2017, 235 policiais
civis foram demitidos em todo o Estado. Só em 2017, houve 78 demissões, número bem maior do que as
27 demissões registradas em 2016.
Os advogados de 2 dos 4 policiais presos após a extorsão no flat no centro de SP falaram comigo por
telefone.
O advogado do policial civil Eduardo Pereira Bueno afirmou seu cliente não participou dos crimes
descritos na denúncia e que a acusação do Ministério Público não aponta qual foi efetivamente a sua
participação no caso. Ele nega qualquer ilegalidade.
A defesa do policial civil Fernando de Oliveira declarou que a denúncia do Ministério Público é genérica
e não traz nenhum indício da participação de seu cliente no crime de extorsão alegado pela Promotoria.
Não atenderam o telefone nem retornaram as ligações feitas pela reportagem os advogados do
delegado Alexandre Ianovalli e Márcio Luiz Marques de Souza.
O advogado de 10 dos 30 PMs envolvidos no caso de associação ao tráfico em São José dos Campos
diz que as gravações telefônicas que fundamentam parte da denúncia não comprovam, só pela citação
aos policiais, que eles estejam envolvidos com o crime. Ele diz que seus clientes negam participação no
crime.

No aniversário da crise dos presídios, nove mortos em rebelião em Goiás3

Confronto entre grupos rivais deixou ainda 14 feridos no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia
Pelo menos nove pessoas morreram e 14 ficaram feridas durante um motim em uma prisão na região
metropolitana de Goiânia, informaram fontes oficiais. A rebelião ocorre exatamente um ano após o início
de uma série de revoltas em presídios no país — a primeira delas, em Manaus, levou à morte de mais de
50 pessoas.
Nesta segunda-feira, um grupo de prisioneiros em regime semiaberto invadiu um pavilhão do
Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia onde estavam os presos de um grupo rival e incendiaram
algumas instalações, de acordo com a Superintendência Executiva da Administração Penitenciária
(SEAP).
Os presos atearam fogo em algumas instalações, por isso foi necessária a presença de bombeiros
para apagar o incêndio. Um total de 34 presos conseguiu fugir durante o motim que, de acordo com as
primeiras informações, já foi controlado pelas autoridades penitenciárias.
Parentes dos presos se juntaram na porta da prisão para tentar obter informações sobre o ocorrido e
alguns deles chegaram a ser avisados sobre o massacre pelos próprios detentos através de aplicações
de mensagens instantâneas, de acordo com a imprensa local.

3
EL PAÍS. No aniversário da crise dos presídios, nove mortos em rebelião em Goiás. El País. Disponível em:
<https://brasil.elpais.com/brasil/2018/01/02/politica/1514848126_015384.html?id_externo_rsoc=TW_BR_CM> Acesso em 02 de janeiro de 2017.

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O Brasil viveu em janeiro do ano passado um dos episódios mais trágicos de sua história carcerária
com mortes nas prisões nos estados do Amazonas, Roraima e Rio Grande do Norte, que causaram mais
de 130 mortes.
O pior massacre ocorreu há exatamente um ano, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj)
na cidade amazônica de Manaus, onde 56 presos morreram em um confronto entre facções rivais, o que
mostrou a grande influência delas dentro das prisões e deixou evidente a insegurança, a superlotação e
as más condições do sistema penitenciário brasileiro.

Sistema penitenciário: Prender menos ou construir mais prisões?4

Em janeiro de 2017, o Brasil assistiu a chacinas que aconteceram dentro de presídios. No Rio Grande
do Norte, 26 presos foram mortos na Penitenciária de Alcaçuz. Segundo o governo, trata-se de uma
disputa entre as facções Primeiro Comando da Capital (PCC) e Sindicato do Crime RN. Em Manaus, um
guerra de facções (Família do Norte e PCC) causou a morte de 60 presos no Complexo Penitenciário
Anísio Jobim (Compaj). Além desses fatos, foram registrados confrontos, fugas e rebeliões nos estados
da Bahia, Santa Catarina e Rondônia, no mesmo período.
Essa crise no sistema penitenciário revelou um fenômeno no Brasil: o fortalecimento das organizações
e facções criminosas nos presídios brasileiros. Grupos como PCC, CV e FDN comandam a venda de
drogas no Brasil e disputam entre si as principais rotas do tráfico. Segundo a polícia, 25 organizações
batalham pelo controle de regiões, formando parcerias com grupos locais.
Nos presídios, as facções brigam para ter o maior número de membros possível. Depois de entrar para
um grupo, o preso tem que prestar serviços à fação dentro da cadeia e fora dela. Em troca, ganha
proteção. O PCC é a principal facção criminosa brasileira e conta com 30 mil membros espalhados pelo
país.
Outro problema é a falta de controle interno nos presídios. Em Manaus, por exemplo, erros básicos
foram cometidos pela gestão do Compaj. Não havia divisão entre celas, revistas e monitoramento dos
presos. A organização do presídio era controlada internamente pelos próprios detentos, que podiam
circular livremente. Uma revista realizada lá dentro resultou na apreensão de um rifle, facas, celulares e
um roteador de internet.

A superlotação dos presídios


O Brasil possui a quarta maior população carcerária do mundo (perdendo apenas para os EUA, China
e Rússia). O número de presos no país aumentou de 233 mil em 2000, para 654 mil em 2017. Esses
dados refletem o aumento da criminalidade, especialmente de delitos relacionados ao tráfico de drogas e
roubo, que representam juntos, mais da metade dos presos.
O problema é que o nosso sistema penitenciário comporta aproximadamente 370 mil vagas. Há um
déficit muito alto para equilibrar o sistema. A superlotação pressiona todas as esferas e dificulta o controle
das prisões e a prevenção a rebeliões.
No estado de São Paulo, que concentra a maior parte dos presos no Brasil, dos 22 presídios
construídos nos últimos sete anos, 19 já estão lotados. Hoje as instalações operam 51% acima da sua
capacidade.
A superlotação compromete a saúde física e mental do preso e exacerba os níveis de estresse dos
detidos, forçando-os a competir por espaço e recursos limitados. Ela também dificulta a separação entre
presos provisórios e definitivos ou entre réus primários e reincidentes, como estabelece o Código de
Processo Penal.
Em teoria, um presídio deve oferecer condições dignas para o preso se recuperar e voltar à sociedade
reabilitado. O ambiente que oferece e infraestrutura precária aumenta a dificuldade de dar assistência ao
preso e se torna um terreno fértil para rebeliões e a proliferação de facções, que ocupam o vácuo deixado
pelo Estado na gestão do local.
O Supremo Tribunal Federal avançou no tema e deve pressionar mudanças na política penitenciária.
No início do ano, a Corte decidiu que cabe indenização para o preso que foi submetido a condições
carcerárias degradantes, como celas superlotadas, falta de assistência à saúde dos presos, a falta de
alimentação e as péssimas condições de higiene.
No entender do STF, é dever do Estado garantir a integridade física e psicológica dos presos e reparar
os danos sofridos pela inobservância desse dever. A decisão fixou indenização de R$ 2 mil por danos
morais a um condenado que cumpriu pena no presídio de Corumbá/MS. Essa decisão vale para todos os
presos que entrarem na justiça pedindo esse direito.

4
27/02/2017. Fonte: https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/sistema-penitenciario--prender-menos-ou-construir-mais-prisoes.htm

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Novos presídios
A situação crítica das penitenciárias exige a construção de mais vagas e uma gestão melhor. Projeções
feitas pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) mostram que seriam necessários R$ 11 bilhões
para suprir o déficit de 250 mil vagas no sistema prisional e teriam que ser gastos R$ 7 bilhões por ano
para manter o serviço. O cálculo levou em conta o custo médio de manter um preso no Brasil, de R$ 2,4
mil por mês.
Em resposta ao massacre que levou à morte mais de 100 presos no Brasil em janeiro, o presidente
Temer anunciou a construção de cinco presídios federais para resolver a urgência da superlotação. A
previsão é que sejam abertas 30 mil vagas. Além disso, anunciou que vai investir na compra de novos
materiais para reforçar a segurança. Entre os equipamentos a serem comprados estão o uso de
tornozeleira, scanner de corpo e bloqueador de celular.
Este ano, o governo federal deve destinar R$ 2,2 bilhões para o sistema penitenciário e para os estados
construírem presídios. No ano passado, ele liberou R$ 1,2 bilhão para esta finalidade. Se o número de
presos continuar a crescer no ritmo atual será necessário um investimento ainda maior no futuro.

A lentidão da justiça
A superlotação das prisões também é estimulada pela lentidão em julgar o réu. O mais recente
levantamento do Conselho Nacional da Justiça revela que dos 654 mil presos brasileiros, 221 mil são
provisórios (34%) e foram presos de forma preventiva. Ou seja, um a cada três presos no Brasil ainda
aguarda julgamento.
Em Pernambuco, um preso espera em média 974 dias para ser julgado. A justiça mais ágil é a de
Rondônia, na qual o preso espera 172 dias (média 6 meses) para o julgamento de sua sentença.
De acordo com o levantamento da CNJ, o crime com base no qual há um maior porcentual de presos
provisórios é o de tráfico de drogas: 29%. Roubo aparece em seguida, com 26%.
Após a crise penitenciária do início do ano, o Ministério da Justiça propôs medidas de curto prazo para
desafogar os presídios superlotados. Entre as principais ações estão a realização de mutirões de
audiências criminais para analisar e julgar os processos de presos provisórios. A expectativa é que desta
forma, o governo reduza a superlotação em 15% até 2018.
Outra tendência é o aumento das penas alternativas em detrimento da prisão. Ou seja, permitir aos
condenados cumprirem suas penas em regime aberto, sob algumas condições. Entre elas, estão o
comparecimento uma vez por mês diante do juiz e o uso de tornozeleiras eletrônicas. A ideia é possibilitar
a ressocialização para aqueles que têm condições.
Em 2015, nos estados de Minas Gerais, Acre, Amapá, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará,
Paraná, Piauí e Roraima, foram concedidas mais penas alternativas à prisão que penas privativas de
liberdade. Nesse caso, os juízes avaliam se o réu foi condenado por crime que tenha sido cometido sem
violência ou grave ameaça à pessoa, com pena menor que quatro anos. A decisão final leva em conta
ainda “a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado” assim como
os motivos e as circunstâncias da eventual substituição da pena.

A política de combate às drogas


Alguns analistas avaliam que a política de combate às drogas no Brasil se relaciona diretamente com
o aumento expressivo da população carcerária.
Em 2006, a Lei de Drogas (Lei 11.343) aumentou as penas para o tráfico e define como crime a porte
de drogas para uso pessoal. Como reflexo, aumentaram as prisões para esse tipo de crime. Em 2006,
quando a Lei 11.343 começou a valer, eram 31.520 presos por tráfico nos presídios brasileiros. Em 2013,
esse número passou para 138.366, um aumento de 339%. Presos por tráfico de drogas representam hoje
a maior parcela dos prisioneiros.
Segundo a Organização Human Rights Watch, a aplicação da lei é falha e teve efeito perverso sobre
usuários. Muitas pessoas são presas por portar quantidades pequenas de drogas e acabam sendo
tratadas como traficantes e encarceradas ao lado de condenados por crimes graves, como latrocínio,
homicídio, entre outros.

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Questões

01. (UEPB – Auxiliar Administrativo – CPCON) A violência tem atingido os mais diversos municípios,
dos mais aos menos populosos. O texto abaixo sinaliza esse aspecto.
O ranking dos municípios mais violentos do Brasil de 2015, divulgado pelo Instituto de Pesquisas
Econômicas Aplicadas (IPEA) em 2017, aponta o município de Santa Rita como o mais violento da
Paraíba e o 22º do país. Com uma população de 134.940 habitantes o município registrou 100 homicídios
no ano de 2015, o que dá uma taxa de 74,1 homicídios por 100 mil habitantes. Na outra ponta do estudo,
o município de Botucatu foi o segundo menos violento de São Paulo e o 6º do país. Com uma população
de 139.483 habitantes, o município registrou 6 homicídios no ano de 2015, o que dá uma taxa de 4,3
homicídios por 100 mil habitantes.
Como dois municípios com tamanhos populacionais semelhantes podem ter taxas de homicídios tão
diferentes? Marque a alternativa que apresenta fatores CORRETOS para essa diferença.
(A) Em São Paulo é permitido o porte de armas pelo cidadão de bem, o que comprovadamente intimida
a ação dos criminosos.
(B) Melhor distribuição de renda e maiores investimentos sociais em saúde, educação, lazer e cultura.
(C) A presença ostensiva da polícia nas ruas de Botucatu garante a paz no município. O município
possui o maior efetivo de policiais do país.
(D) A ausência de leis específicas sobre homicídios no Estado da Paraíba contribui para as altas taxas
de homicídio de Santa Rita.
(E) A reforma do sistema educacional de Botucatu em 2000, que incluiu técnicas de defesa pessoal e
artes maciais no currículo básico, preparou melhor a população para enfrentar a violência.

02. (TER-AP – Analista Judiciário – CESPE) A segurança é um item de crescente preocupação da


população brasileira. Esta preocupação é resultante
(A) da descoberta, apenas recentemente, da existência de grupos econômicos e sociais envolvidos no
comércio ilícito das drogas.
(B) de uma onda episódica de acasos policiais que envolvem personalidades políticas nacionais.
(C) da percepção da sociedade brasileira da urgência do tema bem como de suas causas profundas
e imediatas, como a crise no próprio sistema de segurança do Estado.
(D) de uma visão passional e imediatista da população brasileira em relação a problema global que
atinge todo o mundo.
(E) de uma visão limitada do país e manipulada pelos grandes conglomerados da comunicação
nacional.

Respostas

01. Resposta: B
Questões sociais são normalmente relacionadas a problemas com segurança e violência. Os
investimentos (ou ausência deles) estão entre algumas das explicações para as diferenças entre regiões
mais ou menos seguras.

02. Resposta: C
A percepção da sociedade da ausência do Estado em determinadas regiões já ultrapassa apenas as
grandes cidades. A percepção do fracasso das instituições oficiais só é aumentada pelas notícias
recorrentes a respeito dos problemas de segurança enfrentados no país, vide o exemplo: <
https://oglobo.globo.com/rio/crise-da-seguranca-no-estado-tambem-marcada-por-falhas-na-comunicacao-21849743>

Transportes
saúde
Contra poluição, Alemanha cogita transporte público gratuito5

Sob pressão da União Europeia (UE) para combater a poluição no ar das grandes cidades, o governo
da Alemanha afirmou estar considerando um projeto para tornar gratuito o transporte público nas cidades
mais poluídas do país, segundo uma carta enviada a Bruxelas e divulgada nesta terça-feira (13/02) pela
imprensa alemã.

5
DEUTSCHE WELLE. Contra poluição, Alemanha cogita transporte público gratuito. G1 Natureza. Disponível em: <https://g1.globo.com/natureza/noticia/contra-
poluicao-alemanha-cogita-transporte-publico-gratuito.ghtml> Acesso em 14 de fevereiro de 2018

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A intenção da oferta de transporte público gratuito é encorajar as pessoas a deixar seus carros em
casa, o que reduz as emissões de dióxido de nitrogênio e outros poluentes.
Cinco cidades foram relacionadas para testar a eficácia do projeto: Bonn, Essen, Reutlingen,
Mannheim e Herrenberg, ao sul de Stuttgart, que é uma das cidades mais poluídas do país.
Outras propostas listadas na carta são a criação de "áreas de baixas emissões" para veículos pesados,
o aumento do número de táxis movidos a eletricidade e a ampliação dos incentivos aos carros elétricos
de um modo geral.
A carta pegou de surpresas as administrações municipais, inclusive as das cidades selecionadas. A
Prefeitura de Bonn declarou à DW que o projeto não está nem sequer na fase de planejamento.
A carta não esclarece quem pagaria a bilionária conta do transporte público gratuito para os
passageiros. A associação de municípios já deixou claro para o governo que "quem teve a ideia, que
pague".
Não está claro, também, se a ideia é de fato viável, pois o sistema público já opera no limite da
capacidade em muitas cidades. Há décadas que o uso de transporte público cresce na Alemanha. Em
2017, bateu um novo recorde, com 10,3 bilhões de bilhetes.
O projeto exigiria um plano de logística para elevar o número de bondes e ônibus nas ruas e assim
diminuir os intervalos das viagens. Os veículos do transporte público também teriam que ser
modernizados em muitas cidades.
As passagens municipais variam de preço de uma cidade para a outra na Alemanha, e o valor costuma
depender do trajeto. Em Colônia pode-se atravessar a cidade por 2,40 euros, em Berlim por 2,80 euros.
Em Bonn, um tíquete mensal para trabalhadores custa em torno de 65 euros e vale para toda a região.
A Comissão Europeia está cobrando da Alemanha e demais oito países-membros que apresentem
propostas para reduzir as emissões de poluentes por veículos e, dessa maneira, atender às normas
europeias de qualidade do ar. Se a Comissão não se mostrar satisfeita com os planos apresentados por
Berlim, poderá levar o caso à Corte de Justiça da União Europeia.

Dados indicam 2017 como o ano mais seguro da história da aviação6

No ano passado houve 36,8 milhões de voos no mundo todo, o que significa um acidente a cada 7,36
milhões de voos
O ano de 2017 foi o mais seguro para a Aviação civil desde que as estatísticas sobre acidentes de
avião começaram a ser registradas em 1946 - informou o site especializado Aviation Safety Network
(ASN), na segunda-feira (1º).
No ano passado, dez aviões com passageiros sofreram acidentes que deixaram 144 mortos no total.
"É o ano mais seguro de todos os tempos, tanto pelo número de acidentes quanto pela quantidade de
vítimas", afirmou a ASN.
Em 2016, foram 16 acidentes e 303 mortos, lembrou a rede.
Os números publicados se referem apenas aos aparelhos comerciais civis de transporte de
passageiros e aos voos fretados para levar pelo menos 14 passageiros. A estatística não inclui, portanto,
o acidente de uma aeronave militar birmanesa em 7 de junho, que causou 122 mortes.
O pior acidente foi o que deixou 12 mortos no sábado (30), na Costa Rica, último dia considerado nas
estatísticas.
Em 2017, houve 36,8 milhões de voos no mundo todo, o que significa um acidente a cada 7,36 milhões
de voos.

Governo amplia para até 70 anos prazo para concessão de terminais portuários7

Decreto foi assinado nesta quarta (10/05) pelo presidente Michel Temer. Limite atual é de 50 anos.
O presidente Michel Temer assinou nesta quarta-feira (10/05) um decreto que amplia de 50 para 70
anos o prazo de concessão de terminais de movimentação de carga dentro dos portos públicos.
Segundo o governo, o decreto vai dar às empresas privadas que administram esses terminais mais
segurança para investir. O Ministério dos Transportes calcula que a medida estimule R$ 25 bilhões de
investimentos no setor.
O prazo de até 70 anos de concessão vai valer tanto para as futuras licitações feitas pelo governo
quanto para contratos de concessão já em vigor, assinados a partir de 1993.

6
AFP. Dados indicam 2017 como o ano mais seguro da história da aviação. O Tempo. Disponível em: <http://www.otempo.com.br/interessa/dados-indicam-2017-
como-o-ano-mais-seguro-da-hist%C3%B3ria-da-avia%C3%A7%C3%A3o-1.1558522> Acesso em 03 de janeiro de 2018.
7
GUSTAVO AGUIAR. Governo amplia para até 70 anos prazo para concessão de terminais portuários. G1 Economia. Disponível em:
<https://g1.globo.com/economia/noticia/governo-amplia-para-ate-70-anos-prazo-para-concessao-de-terminais-portuarios.ghtml> Acesso em 11 de maio de 2017.

. 7
1433378 E-book gerado especialmente para WILLIAM NASCIMENTO
Esses contratos têm prazo inicial de 25 anos e começam a vencer em 2018. Com a nova regra, a
renovação pode ser antecipada para este ano e, neste caso, os contratos seriam ampliados em até 46
anos – o tempo restante para completar o prazo limite de 70 anos.
Para se manter à frente do terminal, as concessionárias deverão aceitar algumas exigências do
governo como a realização de investimentos. Um plano deverá ser apresentado num prazo de 70 dias a
contar da data de publicação do decreto. Os critérios de aprovação desses investimentos ainda serão
definidos em um novo texto normativo.

Contratos anteriores a 1993


O decreto, porém, não vai valer para os contratos assinados antes de 1993, que nunca foram licitados
e já venceram. O entendimento da Casa Civil é de que não há base jurídica para ampliar o prazo desses
contratos. Nesses casos, haverá relicitação desses terminais.
Há mudanças também nas regras de autorização de novos Terminais de Uso Privado (TUPs). Antes,
a tramitação dos pedidos poderia levar um ano. Agora, a proposta do governo é de reduzir esse tempo
para 3 meses.
Como antes, TUPs localizadas dentro de portos públicos continuam impedidos de ampliar terminais.
Na regra anterior, os de fora dessas áreas deviam ser submetidos à consulta pública para ampliações
que se restringiam a 25% da área original. Agora, essa limitação foi extinta.
Apesar do anúncio nesta quarta, o teor completo do decreto ainda não foi divulgado pelo governo. A
previsão é de que o texto, com todas as mudanças, seja publicado só na quinta-feira (11/05) no Diário
Oficial da União.

Movimentação de cargas nos portos brasileiros cai 1% em 20168

A movimentação de cargas nos portos brasileiros em 2016 atingiu 998 milhões de toneladas, número
que representa queda de 1% ante o desempenho do setor em 2015.
O dado foi apresentado há pouco por diretores da Agência Nacional de Transportes Aquaviários
(Antaq) que participam de evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
A balança comercial brasileira foi superavitária em US$ 47,7 bilhões no ano passado, valor recorde,
mas o desempenho das exportações e importações via portos foi marcado por forte retração na
comparação com 2015. As exportações caíram 3,2%, enquanto as importações recuaram 19,8%.
Entre as principais mercadorias transportadas no modal aquaviário, foi registrada alta de 3,1% do
minério de ferro e queda de 3,8% de combustíveis.
Na abertura do evento, o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, destacou que a pasta tem um
orçamento maior para investimentos em infraestrutura em todos os modais e que o setor portuário deve
se aproveitar da recuperação econômica, "embora o crescimento do PIB para este ano deve ser muito
tímido."

Questões

01. (Petrobras – Técnico de logística de transporte júnior – CESGRANRIO) O órgão diretamente


responsável pela fiscalização e elaboração de normas e padrões técnicos relacionados ao transporte de
produtos perigosos é o(a)
(A) Ministério da Justiça
(B) Ministério dos Transportes Terrestres
(C) ministério do Trabalho e Emprego
(D) Agência Nacional de Transportes Terrestres
(E) Agência Nacional de Planejamento de Transportes

Respostas

01. Resposta: D
A Lei 10.233, de 5 de junho de 2001, ao promover uma reestruturação no setor federal de transporte,
estabeleceu, em seu artigo 22, inciso VII, que compete à ANTT (Agência Nacional de Transportes
Terrestres) regulamentar o transporte de cargas e produtos perigosos em rodovias e ferrovias.
O transporte rodoviário, por via pública, de produtos que sejam perigosos, por representarem risco
para a saúde de pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente, é submetido às regras e
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VALOR ONLINE. Movimentação de cargas nos portos brasileiros cai 1% em 2016. G1 Economia. Disponível em:
<https://g1.globo.com/economia/noticia/movimentacao-de-cargas-nos-portos-brasileiros-cai-1-em-2016.ghtml> Acesso em 16 de fevereiro de 2017.

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aos procedimentos estabelecidos pelo Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos
Perigosos, Resolução ANTT nº. 3665/11 e alterações, complementado pelas Instruções aprovadas pela
Resolução ANTT nº. 420/04 e suas alterações.
Fonte: http://www.antt.gov.br/index.php/content/view/4961/Produtos_Perigosos.html

Política
saúde
Governo criará nesta segunda novo Ministério da Segurança Pública9

Pasta terá função de integrar e coordenar ações de segurança entre União e estados; PF e PRF
responderão ao novo ministro. Criação do ministério terá de ser aprovada pelo Congresso.
Integrantes do governo anunciaram na noite deste domingo (25/02) que o Ministério da Segurança
Pública, anunciado nos últimos dias pelo presidente Michel Temer, será criado nesta segunda (26/02)
Os detalhes sobre a criação da nova pasta foram discutidos por Temer em uma reunião no Palácio do
Jaburu.
Participaram do encontro os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral),
Torquato Jardim (Justiça), Raul Jungmann (Defesa), Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança
Institucional) e Gustavo Rocha (interino dos Direitos Humanos), além do deputado Darcísio Perondi
(PMDB-RS), um dos vice-líderes do governo na Câmara.
Segundo o deputado, a nova estrutura será criada por meio de uma medida provisória, que deve ser
publicada no "Diário Oficial da União" de terça-feira. Será o 29º ministério do governo Temer.
Por se tratar de uma MP, a criação do novo ministério passará a valer a partir do momento de sua
publicação, mas terá de ser aprovada pelo Congresso em até 60 dias, que podem ser prorrogáveis por
mais 60.
Perondi afirmou ainda que o anúncio do nome do novo ministro poderá ser feito ainda nesta segunda.
Ele disse, porém, que ainda não há definição sobre o nome a ser escolhido.
"Tem 10 nomes, mas não tem o nome [do novo ministro]. Poderá ser amanhã, mas nós não discutimos
o nome [na reunião deste domingo]. Tem 10 nomes", disse.
Segundo o ministro da Justiça, Torquato Jardim, que também falou com a imprensa após a reunião,
Temer busca um perfil de "repercussão nacional" para ocupar o comando da pasta, com capacidade de
diálogo com parlamentares e governadores, já que o ministério não pretende invadir a atribuição dos
estados sobre a segurança pública.

Estrutura da nova pasta

Ao conversar com os jornalistas, Torquato deu mais detalhes sobre a estrutura do novo ministério.
Torquato explicou Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Departamento Penitenciário Nacional
(Depen) e Secretaria Nacional de Segurança (que inclui a Força Nacional) ficarão com o novo ministério,
saindo da alçada do Ministério da Justiça.
Ele ainda informou que a pasta terá, além do ministro, um secretário-executivo e outros nove
assessores.
"Você terá um ministro de estado, um secretário-executivo e nove cargos de assessoria. Os demais é
a mera transposição da Justiça para a Segurança Pública, os departamentos que saem de um ministério
para outro já têm seu quadro de servidores, seu orçamento, seu programa de trabalho", informou o
ministro.
Torquato também explicou que a opção por criar a nova pasta por meio de medida provisória se justifica
pela crise na segurança pública dos estados. Pela lei, o governo só pode editar uma medida provisória
em casos de relevância e urgência.

Governo desiste da votação da Previdência e anuncia nova pauta prioritária no Congresso10

Após suspensão da tramitação da reforma da Previdência, governo vai investir em outros projetos
como a privatização da Eletrobras e a autonomia do Banco Central.

9
MAZUI. GUILHERME. Governo criará nesta segunda novo Ministério da Segurança Pública. G1 Política. Disponível em:
<https://g1.globo.com/politica/noticia/amanha-sai-a-criacao-do-ministerio-diz-perondi-sobre-pasta-da-seguranca-publica.ghtml> Acesso em 26 de fevereiro de 2018.
10
MAZUI, G. CASTILHOS, R. Governo desiste da votação da Previdência e anuncia nova pauta prioritária no Congresso. G1 Política. Disponível em:
<https://g1.globo.com/politica/noticia/governo-desiste-da-votacao-da-previdencia-e-anuncia-nova-pauta-prioritaria-no-
congresso.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 20 de fevereiro de 2018.

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O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, anunciou nesta segunda-feira (19/02) uma lista de 15 projetos
na área econômica que o governo tentará aprovar no Congresso Nacional, já que a tramitação da reforma
da Previdência foi suspensa em razão de decreto de intervenção federal no Rio de Janeiro.
A legislação proíbe, durante vigência de intervenção federal, a aprovação de emendas à Constituição.
A reforma da Previdência foi apresentada como uma PEC e a intervenção no Rio, na área de segurança
pública, tem previsão de durar até 31 de dezembro deste ano.
O anúncio foi feito em entrevista concedida no Palácio do Planalto. Entre os projetos, constam a
regulamentação do teto remuneratório, a privatização da Eletrobras e a autonomia do Banco Central.
Pauta prioritária do governo:

- Reforma do PIS/Cofins e a simplificação tributária


- Autonomia do Banco Central
- Marco legal de licitações e contratos
- Nova lei de finanças públicas
- Regulamentação do teto remuneratório
- Privatização da Eletrobras
- Reforço das agências reguladoras
- Depósitos voluntários no Banco Central
- Redução da desoneração da folha
- Programa de recuperação e melhoria empresarial das estatais
- Cadastro positivo
- Duplicata eletrônica
- Distrato
- Atualização da Lei Geral de Telecomunicações
- Extinção do Fundo Soberano

Segundo Padilha, o governo definiu a nova pauta a partir das falas dos presidentes da Câmara, Rodrigo
Maia, e do Senado, Eunício Oliveira, sobre a suspensão da tramitação da reforma da Previdência.
“Tivemos que concluir que efetivamente não se poderia iniciar a discussão que nós tínhamos
programada para dia (19/02), a discussão da reforma da Previdência e nem poderíamos encaminhar
votação”, disse Padilha.
Temer decretou na sexta-feira (16/02) a intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de
Janeiro. Apesar de já estar em vigor desde sexta, a intervenção precisa ser aprovada pelo Congresso
Nacional. A votação na Câmara está prevista para a noite desta segunda.
O decreto assinado por Temer nomeou o general Walter Braga Nettocomo interventor, responsável
pela estrutura de segurança do Rio, o que incluí as polícias Civil e Militar, o Corpo de Bombeiros e o
sistema carcerário do estado.

Reforma adiada

O ministro Carlos Marun reconheceu a possibilidade de votação da reforma da Previdência depois da


eleição de outubro.
"A eleição de outubro pode oferecer as condições políticas para que venhamos a votar a reforma da
Previdência", afirmou Marun.
O ministro Eliseu Padilha negou troca de interesses e disse que o governo não está fugindo da reforma
da Previdência.
"Não está vinculada a questão da intervenção com a votação. Não houve troca de interesses. Não
houve uma fuga do enfrentamento da votação da reforma", disse Padilha.
De acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a pauta da Previdência continua "prioritária"
e "fundamental".
"A ideia é que a previdência continua como uma agenda de reforma para o pais e ela é a mais
importante para o setor fiscal", afirmou Meirelles.

Um dia depois da condenação, PT lança pré-candidatura de Lula à Presidência11

Mesmo com possibilidade de ter candidatura barrada pela Lei da Ficha Limpa, ex-presidente afirmou
que recorrerá 'até o final'. 'Não temos plano B', disse presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
11
STOCHERO, TAHIANE. Um dia depois da condenação, PT lança pré-candidatura de Lula à Presidência. G1, Eleições 2018. Disponível em:
<https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/um-dia-depois-de-condenacao-pt-lanca-pre-candidatura-de-lula-a-presidencia.ghtml> Acesso em 26 de janeiro de 2018.

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Um dia depois da condenação a 12 anos e 1 mês de prisão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
foi lançado nesta quinta-feira (25/01) como pré-candidato do PT à Presidência da República durante
reunião da Comissão Executiva Nacional do partido, em São Paulo. Além de Lula, outros 13 políticos já
se declararam pré-candidatos.
Lula foi condenado pelos três desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª
Região (TRF-4). Por unanimidade, eles rejeitaram o recurso do ex-presidente contra a condenação a 9
anos e 6 meses de prisão aplicada pelo juiz federal Sérgio Moro e ampliaram a pena para 12 anos e 1
mês.
Com a condenação, o ex-presidente poderá se tornar inelegível com base na Lei da Ficha Limpa. A lei
prevê que candidatos com condenação criminal a partir da segunda instância da Justiça – caso do
Tribunal Regional Federal – ficam inelegíveis e não podem obter registro. Antes, a legislação só previa
esse impedimento para condenações definitivas, na última instância. A decisão sobre o registro da
candidatura será do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O ex-presidente foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acusado de receber um
apartamento triplex em Guarujá (SP) da empreiteira OAS em troca de favorecimento à empresa em
contratos da Petrobras. A defesa nega as acusações, diz que não há provas e que Lula é alvo de
perseguição política. O ex-presidente afirmou após o julgamento que a acusação é mentirosa.
Durante a reunião da executiva, da qual participaram governadores, senadores e deputados do partido,
a presidente do PT, Gleisi Hoffman, colocou a proposta de pré-candidatura em votação. “Foi aprovada
por unanimidade a pré-candidatura dele. Não temos plano B”, disse Gleisi.
Lula participou da reunião, discursou, disse que recorrerá às instâncias em que for necessário recorrer.
"Vamos batalhar até o final", declarou. O ex-presidente se disse ainda alvo de um "cartel" com o objetivo
de impedir que dispute a eleição.
"Eles formaram um cartel para tomar uma decisão, para evitar o Lula ser candidato. Se eles tivessem
encontrado um crime que eu cometi eu estaria aqui pedido desculpas", declarou.
Ele criticou o que chamou de "corporação da Polícia Federal", que, segundo afirmou, faz "qualquer
processo", com perguntas "sem nexo", sem importar "a quantidade de mentiras".
Na esfera eleitoral, a situação de Lula só será definida no segundo semestre deste ano, quando o
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisar o registro de candidatura. O PT tem até o dia 15 de agosto para
protocolar o pedido e a Corte tem até o dia 17 de setembro para aceitar ou rejeitar a candidatura.
A defesa do ex-presidente Lula anunciou que irá recorrer da decisão do Tribunal Regional Federal.
"Não houve qualquer demonstração de elementos concretos que pudessem configurar a prática de um
crime", disse o advogado Cristiano Zanin. Como a condenação foi unânime, a possibilidade de recursos
do ex-presidente ficou reduzida.

Cármen Lúcia suspende temporariamente posse de Cristiane Brasil no Ministério do


Trabalho12

BRASÍLIA (Reuters) - A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia,
suspendeu temporariamente a posse da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) como ministra do Trabalho,
prevista para esta segunda-feira, revertendo decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Em despacho com data de domingo, disponibilizado no sistema do Supremo na madrugada desta
segunda-feira, a presidente do STF determinou a suspensão do ato de posse até que seja possível a
análise dos pedidos formulados em reclamação que busca impedir os efeitos da nomeação e posse de
Cristiane Brasil como ministra do Trabalho.
Segundo Cármen Lúcia, seria “temerário” dar posse a Cristiane Brasil porque não se conhece a íntegra
da decisão do STJ que havia autorizado a nomeação da deputada, a fim de verificar se houve usurpação
de competência do STF no caso.
Cristiane Brasil foi nomeada para o cargo pelo presidente Michel Temer no dia 3 de janeiro, mas teve
a posse suspensa por um juiz federal de Niterói, após a revelação de que foi condenada pela Justiça do
Trabalho a pagar indenizações a dois ex-motoristas a quem nunca tinha assinado as carteiras de trabalho.
Desde então o governo vem impetrando recursos para tentar garantir sua posse.
Em sua decisão de suspender a posse, a presidente do Supremo não entrou na discussão do mérito,
se é legal ou não a posse da Cristiane Brasil diante da circunstância das condenações na Justiça do
Trabalho.

12
PARAGUASSU, LISANDRA. BRITO, RICARDO. Cármen Lúcia suspende temporariamente posse de Cristiane Brasil no Ministério do trabalho. Extra. Disponível
em: < https://extra.globo.com/noticias/brasil/carmen-lucia-suspende-temporariamente-posse-de-cristiane-brasil-no-ministerio-do-trabalho-22313601.html> Acesso
em 22 de janeiro de 2017.

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A ministra proferiu a decisão em resposta a um recurso impetrado por um grupo de advogados contra
a decisão do STJ que havia permitido a posse de Cristiane Brasil.

Quase 350 mil cadastros do Bolsa Família foram fraudados, diz auditoria13

Segundo relatório da Controladoria-geral da União (CGU), foram identificadas no cadastro do benefício


famílias com casa própria e carro de luxo, além de funcionários públicos.
De acordo com o ministério do Desenvolvimento Social, o programa beneficiou, em dezembro de 2017,
mais de 13 milhões de famílias, que receberam benefícios com valor médio de R$ 179. O valor total
transferido pelo governo federal às famílias foi de R$ 2,4 milhões em dezembro.
Segundo o relatório da CGU, o governo pagou indevidamente R$ 1,4 bilhão a pessoas que não tinham
direito ao benefício. A CGU afirma que quem recebeu o dinheiro indevidamente está sendo localizado.
"Não é aquele indivíduo que aumentou a renda, conseguiu emprego, melhorou que a gente vai atrás.
O que nos preocupa é aquele caso da pessoa que já entrou errada, tem um padrão de vida excelente,
que está fraudando o programa de fato", afirma Antônio Carlos Leonel, secretário federal de controle
interno da CGU.
Segundo a auditoria da CGU, famílias com casa própria e carro de luxo foram identificadas no cadastro,
além de funcionários públicos. O levantamento foi feito entre 2016 e 2017.
O Bolsa Família foi criado em 2003 para atender famílias em condições de extrema pobreza.
Tem direito ao benefício a família que tem renda de R$ 170 por pessoa. Algumas famílias apontadas
na fiscalização da CGU tinham renda de mais de R$ 1.900 por pessoa.
Na cidade de Piancó, no sertão da Paraíba, quase 54% dos moradores tinham cobertura do Bolsa
Família. Depois do pente-fino, quase metade perdeu o benefício. A cidade tinha servidores da prefeitura
e da câmara de vereadores cadastrados no programa.

Benefícios cancelados

O ministério do Desenvolvimento Social disse que recebeu agora as informações da CGU e que vai
conferir com a checagem que já estava fazendo. O ministério disse, ainda, que está corrigindo falhas e
que os cadastros passaram a ser revistos todos meses.
O governo disse que de outubro de 2016 até a semana passada, cancelou 4,7 milhões de pagamentos.
Disse também que já começou a cobrar os casos mais absurdos identificados pelo próprio ministério -
são três mil e 200 famílias.
"Nós já temos cartas enviadas para as famílias. E até este momento, espontaneamente, 23 famílias
devolveram. Ainda é um universo muito pequeno, mas eu acredito que, no andamento desse processo,
nós obteremos a devolução dos R$ 12 milhões que foram recebidos indevidamente por essas famílias",
afirmou Alberto Beltrame, secretário-executivo do MDS.

Entenda o novo fundo público para campanhas eleitorais aprovado na Câmara14

Correndo contra o relógio para garantir verbas para o financiamento de campanhas eleitorais ainda
em 2018, a Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta quarta-feira, projeto originado no Senado que
cria o Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC). Estima-se que, no ano que vem, o fundo
chegue ao valor de R$ 1,7 bilhão.
O texto deve ser sancionado pelo presidente Michel Temer, uma vez que foi objeto de articulações
entre o Congresso e o governo. Mas, nos próximos passos da tramitação, a proposta deve ser mais
detalhada, ganhando especificações e regulamentações. A aprovação foi por votação simbólica (em que
não há registro individual de votos) - o que gerou protestos de deputados no plenário.
Ainda que diversas propostas de reforma política não tenham avançado no Congresso, outras foram
definidas nesta semana. Na terça-feira, o Senado aprovou a instituição da cláusula de barreira para 2018
e a proibição das coligações partidárias a partir de 2020. Nesta quarta-feira, antes de aprovar o fundo, a
Câmara aprovou um projeto, do deputado Vicente Candido, que regulamenta pontos como a propaganda
na internet e o limite de gastos para campanhas por cargo.

13
BOM DIA BRASIL. Quase 350 mil cadastros do Bolsa Família foram fraudados, diz auditoria. G1 Política. Disponível em: <
https://g1.globo.com/politica/noticia/quase-350-mil-cadastros-do-bolsa-familia-foram-fraudados-diz-auditoria.ghtml> Acesso em 05 de janeiro de 2017.
14
BBC BRASIL. Entenda o novo fundo público para campanhas eleitorais aprovado na Câmara. BBC Brasil. Disponível em: <
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-41507850?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 05 de outubro de 2017.

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Em meio a tantas propostas, porém, o fundo ganhou especial atenção da classe política e da opinião
pública nos últimos meses. Entenda o que esteve em jogo até aqui e o que muda para a democracia
brasileira.

Como chegamos aqui?

Nos últimos 20 anos, o país assistiu ao encarecimento contínuo das campanhas eleitorais.
O maior abastecedor dos partidos e seus candidatos eram empresas privadas brasileiras, donas de
interesses e negócios dentro do Estado.
Nos últimos anos, a Operação Lava-Jato acabou demonstrando a promiscuidade da relação entre
empresas e políticos. Grosso modo, dinheiro público acabava desviado para irrigar campanhas.
A repercussão das investigações desaguou na proibição de doação de empresas, determinada pelo
Supremo Tribunal Federal, em setembro de 2015.
Desde então, só a eleição municipal de 2016 foi realizada sem doação empresarial.
O impacto foi enorme: a arrecadação caiu pela metade em relação às eleições municipais de 2012,
segundo o Tribunal Superior Eleitoral. E os partidos acharam que era necessário voltar a encher o caixa
eleitoral.

De onde virá e para onde vai esse dinheiro?

Na prática, a proposta aprovada no Congresso faz com que o Estado brasileiro cubra boa parte do
vácuo deixado pela proibição de doações de empresas nas campanhas. Nas eleições de 2014, por
exemplo, elas doaram R$ 3 bilhões (considerando a inflação, o correspondente a R$ 3,6 bilhões em
valores atuais aproximados).
A proposta recém-aprovada no Congresso prevê a transferência para o fundo de 30% das emendas
de bancadas de deputados e senadores (propostas de investimentos que os parlamentares fazem no
orçamento público) - no ano eleitoral. Contribuirá para o fundo também a compensação fiscal que antes
era paga às emissoras de rádio e TV pela propaganda partidária (fora do período eleitoral) - que será
extinta.
Segundo o projeto aprovado pelos deputados, o fundo será distribuído da seguinte forma: 2% divididos
igualitariamente entre todos os partidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE); 49% divididos
entre os partidos de acordo com a proporção de votos obtidos na última eleição para a Câmara; 34%
divididos entre os partidos na proporção de representantes na Câmara; e 15% divididos entre os partidos
na proporção de representantes no Senado.

Como funciona o financiamento em outros países?

Em alguns países europeus, o financiamento público é responsável por mais de 70% do custeio dos
partidos. É o caso da Finlândia, Itália, Portugal, Espanha, de acordo com o relatório "Financing
Democracy", da OCDE, de 2016.
Já no Reino Unido e na Holanda, dinheiro público financia 35% dos gastos políticos.
O volume de recursos, porém, é mais baixo do que os do novo fundo brasileiro.
Na França, por exemplo, o financiamento eleitoral foi de cerca de R$ 314 milhões na disputa de 2012
- bem menor do que o montante previsto para o Brasil.
O financiamento francês também é concedido de forma diferente. Os candidatos não recebem o
dinheiro de antemão. Podem solicitar reembolso apenas de parte dos gastos de campanha - até 47% -
se obtiverem pelo menos 5% dos votos.

Ex-ministro Geddel Vieira Lima é preso após apreensão de R$ 51 milhões15

Ex-ministro já cumpria prisão domiciliar em Salvador. PF e MPF pediram nova preventiva para evitar
destruição de provas.
O ex-ministro Geddel Vieira Lima, do PMDB, foi preso preventivamente (sem prazo determinado) na
manhã desta sexta-feira (08/09), em Salvador, três dias após a Polícia Federal (PF) apreender R$ 51
milhões em um imóvel supostamente utilizado pelo peemedebista.
A prisão foi determinada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, em
uma nova fase da Operação Cui Bono, que investiga fraudes na Caixa Econômica Federal. Além de
15
BOMFIM, CAMILA. Ex-ministro Geddel Vieira Lima é preso após apreensão de R$ 51 milhões. G1 Bahia. Disponível em: < http://g1.globo.com/bahia/noticia/mpf-
pede-prisao-preventiva-de-geddel-vieira-lima.ghtml> Acesso em 08 de setembro de 2017.

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Geddel, a PF cumpre mandado de prisão preventiva contra Gustavo Ferraz – que, segundo as
investigações, é ligado ao ex-ministro – e outros três mandados de busca e apreensão, todos na capital
baiana.
Geddel deixou o prédio pouco depois das 7h, no banco de trás de uma viatura da PF, e chegou ao
aeroporto Luiz Eduardo Magalhães cerca de meia hora depois. Ele será levado para Brasília).
O ex-ministro já tinha sido preso preventivamente na operação, em julho, mas recebeu autorização do
desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, para cumprir prisão domiciliar.
Embora a decisão judicial determine que ele seja monitorado por tornozeleira eletrônica, isso não vinha
acontecendo pois o governo da Bahia não tem o equipamento.
Sete agentes e dois carros da PF entraram no condomínio de Geddel às 6h. Segundo a TV Bahia
(afiliada da Rede Globo), um vendedor ambulante, que estava na região, foi levado para dentro do
condomínio, possivelmente para servir de testemunha.
Segundo o MPF, a nova fase da operação busca apreender provas de crimes como corrupção passiva,
lavagem de dinheiro e organização criminosa, e que as medidas são necessárias para evitar a destruição
de provas.
O G1 tentou contato com a defesa de Geddel, mas não obteve resposta até a última atualização desta
reportagem.

Fortuna em outro imóvel

Na terça-feira (05/09), a PF apreendeu R$ 51 milhões em um apartamento que seria utilizado por


Geddel em Salvador. O dono do imóvel afirmou à PF que havia emprestado o imóvel ao ex-ministro para
que ele guardasse pertences do pai, que morreu no ano passado.
Segundo o jornal "O Globo", a PF reuniu 4 provas que reforçam a ligação Geddel com o dinheiro. As
impressões digitais do ex-ministro foram encontradas no próprio dinheiro, uma outra testemunha
confirmou que o espaço tinha sido cedido a ele, e uma segunda pessoa é suspeita de ajudar Geddel na
destinação das caixas e das malas de dinheiro. Além disso, a PF identificou risco de fuga, depois da
divulgação da apreensão do dinheiro.
A apreensão do dinheiro é um desdobramento da Operação Cui Bono, que investiga fraudes na
liberação de créditos da Caixa Econômica Federal. De acordo com o MPF, entre 2011 e 2013, Geddel
agia para beneficiar empresas com liberações de créditos e fornecia informações privilegiadas para os
outros membros da quadrilha que integrava.
O ex-ministro virou réu em agosto em uma ação na Justiça Federal em Brasília por obstrução de
justiça. Ele é acusado de tentar atrapalhar as investigações. Em nota divulgada após a decisão da Justiça,
a defesa de Geddel rechaçou as acusações, a a que chamou de "fruto de verdadeiro devaneio e excesso
acusatório".
A defesa do ex-ministro não se manifestou sobre os R$ 51 milhões.

Comissão da Câmara aprova texto-base da reforma política; saiba o que está previsto16

A comissão da Câmara destinada à análise de uma das propostas que estabelecem a reforma política
aprovou nesta quarta-feira (09/08), por 25 votos a 8, o texto-base do relatório apresentado pelo deputado
Vicente Cândido (PT-SP) – saiba mais abaixo o que está previsto.
O parecer de Vicente Cândido sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi aprovado após
9 horas de sessão. Os deputados, contudo, não haviam concluído a análise do projeto até a última
atualização desta reportagem, isso porque, após o texto-base, eles passaram a analisar os destaques,
ou seja, sugestões que podem mudar a redação.
Após passar na comissão, a PEC seguirá para o plenário da Câmara, onde deverá ser aprovada em
dois turnos antes de seguir para o Senado. A proposta precisa do apoio mínimo de 308 deputados.
Como a sessão se estendia sem previsão de encerramento, a deputada Laura Carneiro (PMDB-RJ)
distribuiu sanduíches a alguns parlamentares.
Entre outros pontos, o projeto cria um fundo para financiar campanhas eleitorais com recursos públicos
e faz mudanças no sistema eleitoral.
Durante a sessão desta quarta, o relator esclareceu que o parecer dele não prevê o chamado
"distritão", modelo que ganhou força entre parlamentares e lideranças partidárias nos últimos dias,
embora o modelo possa ser incluído por meio de uma emenda apresentada por outro parlamentar.

16
CARAM, B. CALGARO, F. Comissão da Câmara aprova texto-base da reforma política; saiba o que está previsto. G1 Política. Disponível em:
<http://g1.globo.com/politica/noticia/comissao-da-camara-aprova-texto-base-da-reforma-politica-saiba-o-que-esta-previsto.ghtml> Acesso em 11 de agosto de 2017.

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No "distritão", acaba o quociente eleitoral e os mais votados são eleitos, ou seja, seria uma eleição
majoritária, como para presidente. Cada estado vira um distrito eleitoral. No caso de vereador, seria o
município. O eleitor vota em um nome no distrito. Os mais votados são eleitos.

Sistema eleitoral

A proposta aprovada pela comissão estabelece o sistema distrital misto a partir de 2022 nas eleições
para deputado federal, deputado estadual e vereador nos municípios com mais de 200 mil eleitores. O
modelo é uma mistura dos sistemas proporcional e majoritário.
Pelo texto, para escolher deputados federais, por exemplo, o eleitor votará duas vezes. Uma nos
candidatos do distrito e outra nas listas fechadas pelos partidos. A metade das vagas, portanto, iria para
os candidatos eleitos por maioria simples. A outra metade, preenchida conforme o quociente eleitoral
pelos candidatos da lista partidária.
No caso de municípios de até 200 mil eleitores, será adotado o sistema eleitoral de lista preordenada
nas eleições para vereador.

Eleições de 2018 e de 2020

Pela proposta elaborada pelo deputado Vicente Cândido, o sistema eleitoral será mantido como é hoje
em 2018 e em 2020, no modelo proporcional com lista aberta.
Nele, é possível votar tanto no candidato quanto na legenda, e um quociente eleitoral é formado,
definindo quais partidos ou coligações têm direito de ocupar as vagas em disputa. A partir desse cálculo,
são preenchidas as cadeiras disponíveis, proporcionalmente.
O sistema sofre críticas por permitir que candidatos com pouquíssimos votos sejam eleitos, "puxados"
por aqueles com mais votos do mesmo partido.
Na proposta de Cândido, a mudança está na limitação no número de candidatos. A depender do
número de vagas a serem preenchidas, cada partido terá um limite específico de candidatos que poderá
lançar.

Fundo de campanha

Ao apresentar o parecer, o relator Vicente Cândido (PT-SP) dobrou o valor previsto de recursos
públicos que serão usados para financiar campanhas eleitorais.
O projeto institui o Fundo Especial de Financiamento da Democracia, que será mantido com recursos
públicos, previstos no orçamento. Na versão anterior do relatório, Cândido havia estabelecido que 0,25%
da receita corrente líquida do governo em 12 meses seria destinada a financiar campanhas.
Havia uma exceção somente para as eleições de 2018, com o valor do fundo em 0,5% da Receita
Corrente Líquida, o que corresponderá a cerca de R$ 3,6 bilhões.
No novo parecer, Vicente Cândido tornou a exceção uma regra. Pelo texto reformulado, o valor do
fundo será de 0,5% da receita corrente líquida em 12 meses, de maneira permanente.

Extinção do cargo de vice

O relatório aprovado nesta quarta extingue da política brasileira as figuras de vice-presidente da


República, vice-governador e vice-prefeito.

Vacância da presidência

No caso de vacância do cargo de presidente da República, será feita eleição 90 dias após a vaga
aberta. Se a vacância ocorrer no último ano do mandato presidencial, será feita eleição indireta, pelo
Congresso, até 30 dias após a abertura da vaga.
A regra também valerá para governadores e prefeitos.

Mandato nos tribunais

O texto define que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), do Tribunal de Contas da União
(TCU) e de tribunais superiores serão nomeados para mandatos de dez anos.
A mesma regra valerá para os membros de tribunais de contas dos estados e dos municípios, tribunais
regionais federais e dos estados. Os juízes dos tribunais eleitorais terão mandato de quatro anos.

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Posse

As datas das posses dos eleitos passarão a ser as seguintes:


6 de janeiro: governadores e prefeitos;
7 de janeiro: presidente da República;
1º de fevereiro: deputados e vereadores.

Suplente de senador

A proposta reduz o número de suplentes de senadores, de dois suplentes para um. Em caso de morte
ou renúncia do titular, será feita nova eleição para o cargo, na eleição subsequente. Esse substituto terá
mandato somente até o término do mandato do antecessor.
O texto define, ainda, que o suplente de senador será o candidato a deputado federal que ocupar o
primeiro lugar na lista preordenada do partido do titular do mandato.

Imunidade do presidente da República

Inicialmente, Vicente Cândido chegou a propor estender aos presidentes da Câmara, do Senado e do
Supremo Tribunal Federal (STF) a imunidade garantida ao presidente da República.
Pela Constituição, o presidente não pode ser investigado por crime cometido fora do mandato. Diante
da reação negativa de diversos integrantes da comissão, o relator informou que retiraria a proposta do
parecer.

Tentativa de adiamento

O PSOL tentou adiar a votação do parecer, sob a justificativa de que seria preciso ouvir antes a
sociedade sobre o texto final, mas não conseguiu.
"Não querer ouvir a sociedade é novamente virar de costas para a opinião popular. Há uma sofreguidão
de preservação de mandatos para o sistema continuar o mesmo", afirmou o deputado Chico Alencar
(PSOL-RJ).

Emendas, promessas de cargos e pacote de bondades: veja as estratégias de Temer para


barrar denúncia na Câmara17

Denúncia por corrupção passiva contra presidente foi rejeitada nesta quarta-feira (02/08) em votação
no plenário e não será analisada pelo STF enquanto Temer estiver no cargo.
Bilhões liberados em emendas parlamentares, promessa de cargos a partidos, pacote de bondade
para a bancada ruralista e ministros em ação no plenário foram algumas das estratégias usadas pelo
governo Michel Temer para conseguir barrar na Câmara denúncia contra ele apresentada pela
Procuradoria Geral da República (PGR).
Era necessário o aval da Câmara para que a denúncia por corrupção passiva continuasse o trâmite no
Supremo Tribunal Federal (STF), e foi rejeitada nesta quarta-feira (02/08) por 263 votos, contra 227 pela
continuidade do processo.
No pronunciamento que fez após o resultado, Temer afirmou que a rejeição não foi uma vitória pessoal.
"A decisão soberana do parlamento não é uma vitória pessoal de quem quer que seja, mas é uma
conquista do estado democrático, da força das instituições e da própria Constituição", disse.

Emendas parlamentares

Nas três primeiras semanas de julho, mês que antecedeu à votação da denúncia contra Temer no
plenário da Câmara, o governo liberou R$ 2,11 bilhões em emendas parlamentares – valor equivalente
ao total de todo o primeiro semestre.
De janeiro a junho deste ano, o Planalto destinou R$ 2,12 bilhões para emendas, sendo R$ 2,02 bilhões
só no mês de junho, quando foi apresentada a denúncia contra Temer pela PGR e começou o processo
de análise na Câmara. Para efeito de comparação, nos cinco primeiros meses do ano, o governo liberou
R$ 102 milhões ao todo, mostra levantamento da ONG Contas Abertas.

17
G1. Emendas, promessas de cargo e pacote de bondades: veja as estratégias de Temer para barrar a denúncia na Câmara. G1 Política. Disponível em:
<http://g1.globo.com/politica/noticia/emendas-promessas-de-cargos-e-pacote-de-bondades-veja-as-estrategias-de-temer-para-barrar-denuncia-na-camara.ghtml>
Acesso em 03 de agosto de 2017.

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O Planalto afirma que a liberação de emendas são uma imposição legal e que só está cumprindo a lei.

Liberação de emendas parlamentares segundo a ONG Contas Abertas (Foto: Arte/G1)

Emendas são recursos previstos no Orçamento com aplicação indicada pelo parlamentar. Esse
dinheiro tem de ser obrigatoriamente empregado em projetos e obras nos estados e municípios. A
liberação dos recursos é obrigatória, e o governo tem todo o ano para fazer os repasses.
A primeira etapa da análise da denúncia na Câmara foi a votação de parecer na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ). Dos 40 deputados que votaram a favor de Temer, 36 receberam R$ 134
milhões em emendas em junho. A votação na comissão ocorreu em 13 de julho e rejeitou o parecer pela
continuidade da denúncia. Os deputados que votaram contra Temer receberam, no mesmo período,
metade do valor em emendas: R$ 66 milhões.
A CCJ aprovou por 41 a 24 o relatório alternativo do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) pela
rejeição da denúncia. Entre os parlamentares favoráveis a Temer, Abi-Ackel foi o que recebeu o maior
valor em emendas: R$ 5,1 milhões.
A oposição acusa Temer de comprar votos. A Rede e o PSOL pediram à PGR que investigue a
liberação de emendas pelo governo durante a tramitação da denúncia na Câmara.

Promessas de cargos

Na véspera da votação no plenário, Temer autorizou interlocutores a sinalizar a deputados com cargos
de 2º e 3º escalões para que eles votassem contra a denúncia da PGR, informou a colunista
do G1 Andréia Sadi.
Com a vitória na Câmara, Temer se prepara para enfrentar a demanda dos deputados do centrão por
mais espaço ministerial. Eles cobram do Planalto os cargos ocupados pelo PSDB no governo, informa
Sadi. O partido liberou a bancada, mas o líder tucano, Ricardo Trípoli, orientou voto contra Temer.
Segundo a colunista Cristiana Lôbo, partidos que fecharam questão a favor de Temer, em particular o
PP, PR e o próprio PMDB, cobraram do presidente mais espaço no governo em troca de apoio.
O Podemos e uma ala mais insatisfeita do PMDB pediram vagas no Incra, Funasa e Caixa Econômica
Federal.

Pacote de bondade para ruralistas

Para conquistar votos da bancada ruralista, que tem 231 deputados, Temer decidiu atender
importantes demandas do grupo.
Na véspera da votação no plenário, o governo publicou no "Diário Oficial da União" uma medida
provisória (MP) que permite aos produtores e empresários do agronegócio pagar dívidas previdenciárias
com desconto e mais prazo. O texto também reduz a alíquota paga pelos produtores ao Fundo de
Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural).

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As condições de pagamento das dívidas com contribuições previdenciárias permitem redução de 25%
no valor das multas, pagamento sem juros e em até 176 prestações. No mesmo dia em que publicou a
medida, Temer almoçou com membros da bancada ruralista.
Os agrados aos ruralistas, porém, começaram ainda na fase de análise da denúncia na CCJ. Na época,
Temer anunciou R$ 103 bilhões do Banco do Brasil para a próxima safra e sancionou a lei criada a partir
da MP 759, chamada pelos ambientalistas de "MP da grilagem", informou "O Globo". Segundo o jornal, a
MP muda regras da reforma agrária e regula a compra de terras em áreas de proteção ambiental para
produção agrícola.

Ministros em ação

Além da atuação dos aliados na Câmara, Temer mobilizou sua tropa de choque no primeiro escalão
para garantir votos que barrassem a denúncia. Nos dias que antecederam à votação em plenário, os
ministros foram convocados a ficar em Brasília de "plantão" para atender às demandas dos deputados,
informou o colunista do G1 Gerson Camarotti.
Os ministros também atuaram diretamente no plenário – dez deles reassumiram os mandatos de
deputado para votar a favor de Temer e também articular apoios durante a votação.

Trocas na CCJ

Para derrotar na CCJ o parecer de Jorge Zveiter que recomendava a continuidade da denúncia, o
governo promoveu uma dança das cadeiras entre os membros da comissão. Os partidos aliados
fizeram 26 remanejamentos entre os integrantes do colegiado, substituindo deputados que haviam
indicado voto contra Temer.
O troca-troca causou protestos e críticas por parte da oposição e de parlamentares dissidentes da
base, que chegaram a recorrer ao STF na tentativa de anular as mudanças de membros da CCJ.

Municípios e estados

Na véspera da votação do parecer sobre a denúncia na CCJ, Temer anunciou um programa de apoio
a concessões nos municípios e estados, que prevê a destinação de R$ 5,7 bilhões para investimentos de
mobilidade urbana e saneamento, e um crédito de R$ 2 bilhões via Banco do Brasil para financiamento
de projetos de saúde, educação, eficiência energética, modernização da gestão e infraestrutura viária

Temer sanciona texto da reforma trabalhista em cerimônia no Planalto18

Modificações na CLT foram aprovadas pelo Senado na última terça (11/07) em uma sessão
tumultuada. Governo prometeu alterar pontos da reforma por meio de medida provisória.
O presidente Michel Temer sancionou nesta quinta-feira (13/07) o projeto de reforma trabalhista
aprovado pelo Congresso Nacional.
A nova legislação altera regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e prevê pontos que
poderão ser negociados entre empregadores e empregados e, em caso de acordo coletivo, passarão a
ter força de lei. As novas regras entrarão em vigor daqui a quatro meses, conforme previsto na nova
legislação.
Ao discursar na solenidade de sanção da reforma trabalhista, o peemedebista também criticou o que
chama de “passionalização” na Justiça que, na opinião dele, gera instabilidade ao país.
Temer argumentou que se "passionalizou" praticamente todas as questões que vão ao Judiciário.
Segundo ele, em vez de aplicar "rigidamente" a lei "sem qualquer emoção", há pessoas que usam
"ideologia" e "sentimentos psicológicos e sociológicos".
Temer também enalteceu a atuação do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, e do relator da
proposta na Câmara, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), na articulação política do projeto. Na
avaliação do presidente, foi "árduo o percurso" para aprovar a reforma das leis trabalhistas.
Aprovado pela Câmara em abril, o projeto da reforma trabalhista foi aprovado pelo Senado na última
terça-feira (11/07) em uma sessão tumultuada.

18
LIS, LAÍS. Temer sanciona texto da reforma trabalhista em cerimônia no Planalto. G1 Política. Disponível em: < http://g1.globo.com/politica/noticia/temer-
sanciona-texto-da-reforma-trabalhista-em-solenidade-no-planalto.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 14 de julho de
2017.

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Com a reforma trabalhista, a negociação entre empresas e trabalhadores prevalecerá sobre a lei em
pontos como parcelamento das férias, flexibilização da jornada, participação nos lucros e resultados,
intervalo de almoço, plano de cargos e salários e banco de horas.
Outros pontos, como FGTS, salário mínimo, 13º salário, seguro-desemprego, benefícios
previdenciários, licença-maternidade, porém, não poderão ser negociados.

'Suposta crise'

Em meio ao discurso sobre a reforma trabalhista, Temer afirmou que o país vive uma ‘suposta crise’,
mas que há um “entusiasmo extraordinário” em relação às políticas públicas.
“Eu faço um registro curioso: nessas últimas semanas, certa e precisamente, em função de uma
suposta crise, o que tem acontecido é um entusiasmo extraordinário”, enfatizou.
O presidente também fez um balanço das medidas aprovadas, citando, além da reforma trabalhista,
as mudanças no ensino médio e a PEC do teto de gastos.
“Poderia elencar tudo que nós fizemos ao longo desses 14 meses e olhe: não são 4 anos, não são oito
anos, são 14 meses. E, toda a modéstia de lado, estamos revolucionando o país. Fizemos a reforma
trabalhista, a do ensino médio”, destacou.

Medida provisória

Diante da polêmica gerada em torno das modificações prometidas pelo Palácio do Planalto na
legislação aprovada nesta semana, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), voltou a
afirmar nesta quinta que o Executivo federal vai editar uma medida provisória para alterar os pontos
negociados com os congressistas.
O peemedebista afiançou durante a tramitação do projeto no Senado as mudanças exigidas, inclusive
por integrantes da base aliada, como o dispositivo que permite que gestantes trabalhem em ambientes
insalubres.
O acordo foi costurado com os senadores governistas para que o texto que chegou da Câmara não
fosse alterado no Senado. Se o texto retornasse para nova análise dos deputados, iria atrasar a sanção
das novas regras.
Segundo Jucá, o governo tem 119 dias para editar a MP que modificará a recém-aprovada reforma
trabalhista.
Antes da solenidade de sanção da reforma, o líder do governo no Senado divulgou o texto-prévio da
medida provisória que Michel Temer deve enviar ao Congresso com mudanças em nove pontos da
proposta.

Justiça do Trabalho

Convidado a participar da cerimônia de sanção da reforma trabalhista, o presidente do Tribunal


Superior do Trabalho (TST), ministro Ives Gandra Filho, cumprimentou Michel Temer, em meio ao seu
discurso, pelo que classificou de “coragem, perseverança e visão de futuro" do chefe do Executivo federal
ao "abraçar" as mudanças na legislação trabalhista, o ajuste fiscal e a reforma previdenciária.
Gandra Filho afirmou ainda que a negociação coletiva, que é a espinha dorsal da reforma, é importante
porque, na avaliação dele, quem trabalha em cada segmento é que sabe as reais necessidades daqueles
trabalhadores.
“Aquilo que é próprio de cada categoria você estabelece por negociação coletiva, quem melhor
conhece as necessidades de cada ramo é quem trabalha naquele ramo”, disse.
Veja abaixo alguns pontos que a MP deve modificar:

Gestantes e lactantes

Um dos pontos que a proposta de MP deve alterar é a possibilidade de que gestantes trabalhem em
locais insalubres. O texto original previa que gestantes deveriam apresentar atestado para que fossem
afastadas de atividades insalubres de grau médio ou mínimo.
A proposta de MP divulgada por Jucá determina que “o exercício de atividades insalubres em grau
médio ou mínimo, pela gestante, somente será permitido quando ela, voluntariamente, apresentar
atestado de saúde”.

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Jornada 12x36

Outra ponto que o texto-prévio da MP pretende alterar é o que permitia que acordo individual entre
patrão e empregado pudesse estabelecer jornada de 12 horas de trabalho por 36 horas ininterruptas de
descanso. A minuta divulgada por Jucá quer viabilizar essa jornada após acordo coletivo, ou convenção
coletiva.

Trabalhador autônomo

O texto aprovado prevê que as empresas poderão contratar autônomos e, ainda que haja relação de
exclusividade e continuidade, o projeto prevê que isso não será considerado vínculo empregatício.
A proposta de medida provisória quer alterar esse trecho para vedar a celebração de cláusula de
exclusividade no contrato com trabalhadores autônomos. Além disso, prevê que não será admitida a
restrição da prestação de serviço pelo autônomo a uma única empresa, sob pena de caracterização de
vínculo empregatício.

Prorrogação de jornada e insalubridade

O texto-prévio da MP também tem a intenção de modificar a lei sancionada no trecho que sobre a
negociação coletiva para estabelecimento de enquadramento do grau de insalubridade e prorrogação de
jornada em ambientes insalubres.
Pela minuta, isso será permitido por negociação coletiva, mas desde que sejam respeitadas normas
de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério
do Trabalho.

Outros pontos

A minuta também promete alterar outros pontos da proposta relativos à contribuição previdenciária e
ao pagamento de indenizações por danos morais no ambiente do trabalho.
Além disso, o texto-prévio da MP que deverá ser enviada ao Congresso prevê mudanças para
salvaguardar a participação de sindicatos em negociações de trabalho.
Pela proposta, comissão de representantes dos empregados não substituirá a função do sindicato de
defender os direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou
administrativas, sendo obrigatória a participação dos sindicatos em negociações coletivas.

Contribuição sindical

Durante a tramitação da proposta no Senado, chegou-se a postular, por senadores governistas, uma
sugestão de que a Casa Civil elaborasse uma proposta de eliminação gradual da obrigatoriedade da
contribuição sindical.
O objetivo era conquistar apoio de parlamentares ligados a sindicatos de trabalhadores.
A proposta aprovada pelo Congresso retira a obrigatoriedade dessa contribuição, o que foi alvo de
críticas de movimentos sindicais.
A proposta de medida provisória apresentada nesta quinta, no entanto, não trata do assunto.

Lula é condenado na Lava Jato a 9 anos e 6 meses de prisão no caso do triplex19

Na sentença, juiz Sergio Moro cita documentos e depoimentos que comprovam que apartamento no
litoral de SP era destinado ao ex-presidente, diz que há 'provas documentais' e que Lula 'faltou com a
verdade'.
O juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância,
condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de
corrupção passiva e de lavagem de dinheiro.
A acusação é pela ocultação da propriedade de uma cobertura triplex em Guarujá, no litoral paulista,
recebida como propina da empreiteira OAS, em troca de favores na Petrobras.
Outros dois réus no mesmo processo também foram condenados, e quatro, absolvidos.

19
FONSECA, A. GIMENES, E. KANIAK, T. DIONÍSIO, B. Lula é condenado na Lava Jato a 9 anos e 6 meses de prisão no caso do tríplex. G1, Paraná. Disponível
em: <http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/lula-e-condenado-na-lava-jato-no-caso-do-triplex.ghtml> Acesso em 13 de julho de 2017.

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É a primeira vez, na história, que um ocupante da Presidência é condenado por um crime comum no
Brasil. A sentença foi publicada nesta quarta-feira (12/07) e permite que o petista recorra em liberdade.
Na sentença, de 218 páginas, o juiz Moro resume as acusações que pesam contra Lula, relata os
argumentos da defesa e analisa as provas documentais, periciais e testemunhais. O magistrado afirma
que houve condutas inapropriadas por parte da defesa de Lula que revelam tentativa de intimidação da
Justiça e, por isso, até caberia decretar a prisão preventiva do ex-presidente. Porém, decidiu não mandar
prendê-lo por "prudência".
"[...] Considerando que a prisão cautelar de um ex-Presidente da República não deixa de envolver
certos traumas, a prudência recomenda que se aguarde o julgamento pela Corte de Apelação antes de
se extrair as consequências próprias da condenação. Assim, poderá o ex-Presidente apresentar a sua
apelação em liberdade", diz a decisão.
Por "falta de prova suficiente da materialidade", o juiz absolveu Lula das acusações de corrupção e
lavagem de dinheiro envolvendo o armazenamento do acervo presidencial numa transportadora, que teria
sido pago pela empresa OAS.
Moro determinou ainda que Lula não pode exercer cargo ou função pública pelo dobro do tempo da
pena, ou seja, a 19 anos. A decisão, no entanto, só passa a valer após ser referendada por colegiado --
no caso, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
A defesa de Lula diz que o ex-presidente é "inocente". Os advogados declararam que a condenação
foi "politicamente motivada", que o julgamento "ataca o Estado de Direito no Brasil" e que Moro deveria
"se afastar de todas as suas funções". Durante o decorrer do processo, os advogados negaram que Lula
fosse dono do triplex.
Moro diz "que a presente condenação não traz a este julgador qualquer satisfação pessoal, pelo
contrário". "É de todo lamentável que um ex-Presidente da República seja condenado criminalmente, mas
a causa disso são os crimes por ele praticados e a culpa não é da regular aplicação da lei. Prevalece,
enfim, o ditado 'não importa o quão alto você esteja, a lei ainda está acima de você' (uma adaptação livre
de 'be you never so high the law is above you')", escreveu Moro na sentença.

TSE absolve a chapa Dilma-Temer por abuso de poder econômico e político nas Eleições
201420

Coube ao presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes, desempatar o placar do julgamento


Por 4 votos a 3, os ministros que compõem o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) absolveram nesta sexta-
feira (09/06) a chapa Dilma-Temer por abuso de poder econômico e político nas Eleições 2014. Votaram
pela absolvição os ministros Gilmar Mendes, que foi o voto de desempate, Napoleão Maia Nunes e os
recém indicados por Temer Admar Gonzaga e Tarcísio Vieira. Votaram pela condenação os ministros
Rosa Weber, Luiz Fux e o relator Herman Benjamin.
Coube ao presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes, desempatar o placar do julgamento. Por recair
sobre ele o peso da absolvição, o ministro fez um voto extenso. Justificou o motivo de ter votado pelo
prosseguimento da ação contra a chapa que agora absolve em 2015. Voto que foi citado pelo relator
Herman Benjamin várias vezes ao longo do julgamento.
— Havia sinais de que havia abusos, como na questão das gráficas. Mas aqui é como se fosse, no
máximo, o recebimento de uma denúncia. Quantas vezes recebemos denúncia que são depois excluídas.
Primeiro é preciso julgar para depois condenar. E é assim que se faz. O objeto dessa questão é sensível
e não se compara a qualquer outro porque trata da soberania popular.
O relator, ainda na quinta (08/06), ao finalizar o seu voto, já com a sinalização de que seria derrotado
pelo plenário, defendeu o uso das provas coletadas e das delações da Odebrecht, alvo de grande
discussão ao longo de todo o julgamento.

— Recuso papel de coveiro de prova viva. Posso participar do velório, mas não carrego caixão.
Dilma e Temer eram acusados de usar recursos de propina de contratos superfaturados da Petrobras
na campanha eleitoral que saiu vitoriosa por uma margem pequena da chapa de Aécio Neves, autor da
ação. O PSDB e o Ministério Público Eleitoral podem recorrer ao próprio TSE por meio de embargos de
declaração, assim como aconteceu no julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), mas
ainda não declararam se irão recorrer da decisão. Os embargos só podem ser apresentados após a
publicação do acórdão do julgamento, que deve demorar cerca de dez dias.

20
LONDRES, MARIANA. TSE absolve a chapa Dilma-Temer por abuso de poder econômico e político nas eleições de 2014. R7, Brasil. Disponível em: <
http://noticias.r7.com/brasil/tse-absolve-a-chapa-dilma-temer-por-abuso-de-poder-economico-e-politico-nas-eleicoes-2014-10062017> Acesso em 12 de junho de
2017.

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As sessões começaram na noite de terça-feira (06/06) e se estenderam até esta sexta (09/06).
Somado, o julgamento durou cerca de 30 horas, descontados os intervalos. A maior parte do tempo foi
gasta na discussão das preliminares (questões colocadas pela defesa sobre o processo, e não sobre o
mérito) e no voto do relator.
A única das sete preliminares apresentadas pela defesa aceita pela maioria dos ministros foi a de
descartar as delações da Odebrecht da ação de cassação, por terem sido reveladas depois do início da
ação (inicial).
Apesar da maioria dos ministros entenderem que as delações da Odebrecht deveriam ser descartadas,
o relator Herman Benjamin centrou o seu voto pela condenação nas informações prestadas pelos
marqueteiros João Santana e Mônica Moura.
Para o relator, as investigações da Lava Jato revelaram o esquema de distribuição de propina e os
políticos tinham conhecimento de que recebiam dinheiro ilícito nas campanhas. Benjamin usou os
depoimentos dos marqueteiros para comprovar o uso de caixa 2.
Ele chegou a dividir a propina em caixa 2, propina-gordura, ou propina-poupança (dinheiro reservado
para ser usado depois) e caixa 3 (operações de empresas que serviram como "barriga de aluguel" para
que outras doassem mais dinheiro e seus nomes não aparecessem nas contabilidades das campanhas).
— A Odebrecht está na petição inicial, queria dizer que temos Petrobras, temos uma contratante da
Petrobras, temos pagamento tirado de um crédito rotativo de uma conta poupança para o partido do
governo e esses recursos foram utilizados para os marqueteiros dessa campanha de 2014. E que sejam
relacionados a débitos de 2010, 2012 é irrelevante, pois sem esses pagamentos, eles disseram em
depoimentos, não fariam a campanha. Por isso reconheço o abuso de poder político com altos impactos
nas eleições.
Em abril, quando o julgamento começou, o tribunal aceitou pedido da defesa de incluir novas
testemunhas no processo, o ex-ministro Guido Mantega e os delatores João Santana, Mônica Moura e
André Santana, estes três últimos presos na Operação Acarajé após a descoberta do departamento de
operações estruturadas (propina) da Odebrecht.
— A Odebrecht até merecia uma fase própria. Não é um capítulo, é um título inteiro. Uma empresa
que liderou o ataque à Petrobras e que está desde o início. A Odebrecht era a matriarca da manada de
elefantes que transformou a Petrobras numa savana africana para a reprodução da rapinagem.
O julgamento foi marcado pelo embate entre os ministros Herman Benjamin, relator, e Gilmar Mendes,
presidente da Corte, que tinham visões divergentes. Apesar das discussões dentro do plenário, Benjamin
e Mendes são amigos há mais de trinta anos.
Para tentar convencer os seus colegas tanto na preliminar quanto no mérito, Benjamin chegou a usar
um voto anterior de Gilmar Mendes no próprio processo, quando ele defendeu dar seguimento a ação.
Mendes acusou Benjamin de distorcer a sua visão e chegou a chamar o relator de 'falacioso' em um de
seus argumentos.
O relator focou o seu voto quanto ao mérito no uso de caixa 2 nas eleições. Também foi discutida a
importância da reforma eleitoral para acabar com arrecadações ilegais em eleições no Brasil, como disse
o relator.

Último dia de julgamento

O último dia do julgamento, esta sexta (09/06), foi marcado pela finalização do voto do relator, que ao
todo levou nove horas em dois dias, e pelos votos dos demais ministros. Por um acordo entre os ministros,
cada um, tirando o relator, tinha vinte minutos para falar.
Além das leituras dos votos, o vice-procurador eleitoral Nicolao Dino pediu o impedimento do ministro
Admar Gonzaga, por ele ter sido, nas Eleições 2010, advogado da ex-presidente Dilma Rousseff. O
pedido foi negado pela corte e o presidente Gilmar Mendes chegou a suspender a sessão por cinco
minutos em função do pedido, seguido por uma manifestação acalorada do ministro Napoleão Maia
Nunes.

Temer sanciona Lei da Migração com diversos vetos21

Houve redução dos direitos que haviam sido estabelecidos pelos congressistas; imigrante não poderá
exercer cargo público no País
O presidente Michel Temer sancionou ontem (23/05) com 30 vetos em 21 artigos o projeto da nova Lei
da Migração. Segundo o texto obtido pelo Estado, que será publicado nesta quinta-feira, 25, no Diário
21
ARAÚJO, C. MONTEIRO, T. Temer sanciona Lei a Imigração com diversos vetos. Estadão Brasil. Disponível em: <
http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,temer-sanciona-lei-da-migracao-com-diversos-vetos,70001812512> Acesso em 25 de maio de 2017.

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Oficial da União, os cortes atingem do acesso de estrangeiros a cargos públicos ao livre trânsito de
indígenas pelas fronteiras e revogação de expulsões sumárias. Na prática, há redução dos direitos
originalmente estabelecidos pelos congressistas.
Entre os vetos está o parágrafo 2.º do Artigo 1 da lei que previa que seriam “plenamente garantidos os
direitos originários dos povos indígenas e das populações tradicionais, em especial o direito à livre
circulação em terras tradicionalmente ocupadas”. Segundo pessoas envolvidas no debate, os Ministérios
da Defesa, da Justiça e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência lutaram para barrar esse
ponto, argumentando que haveria um livre trânsito pelas fronteiras e eventuais transgressores da lei, por
serem indígenas, não poderiam ser autuados pelas autoridades.
Na mesma linha, há um amplo corte do artigo 118, que concedia “autorização de residência aos
imigrantes que, tendo ingressado no território nacional até 6 de julho de 2016, assim o requeiram no prazo
de 1 (um) ano após a entrada em vigor desta lei, independentemente de sua situação migratória prévia”.
O benefício ainda seria concedido sem nenhuma taxa ou emolumento.
O presidente excluiu ainda do texto o artigo que permitia ao imigrante “exercer cargo, emprego e função
pública, conforme definido em edital, excetuados aqueles reservados para brasileiro nato, nos termos da
Constituição”. Temer também vetou o trecho que previa que não seria exigido do migrante “prova
documental impossível ou descabida que dificulte ou impeça o exercício de seus direitos, inclusive o
acesso a cargo, emprego ou função pública”. Da mesma forma, a naturalização por acesso a cargo
público não existirá.
Fontes do Planalto já destacavam que Temer usaria todo o tempo de que dispunha para tomar uma
decisão. No período, grupos antimigração fizeram protestos contra a sanção da legislação como havia
sido aprovada pelo Congresso, enquanto movimentos sociais defendiam que não houvesse vetos.
Pressões. Temer estava sendo pressionado por diversas categorias para vetar trechos do projeto da
lei, de autoria do atual ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB), sob a alegação de que
ampliava em demasiado os direitos a estrangeiros, em detrimento dos brasileiros. Até no Itamaraty havia
pressões para cortes quase integrais. Na análise final, ficou de fora uma série de facilitações de visto.
Também retirou-se o mecanismo que previa que “a concessão de visto ou de autorização de residência
para fins de reunião familiar poderá ser estendida, por meio de ato fundamentado, a outras hipóteses de
parentesco, dependência afetiva e fatores de sociabilidade”.
A nova lei – que revoga o Estatuto do Estrangeiro de 1980, que data período da ditadura militar –
regula a permanência de estrangeiros no Brasil, que somam 1 milhão de residentes, conforme o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística.

Questões

01. (TJM/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP) De saída do governo, o ex-ministro da


Cultura, Marcelo Calero, acusa o ministro Geddel Vieira Lima (Governo) de tê-lo pressionado para
favorecer seus interesses pessoais. Calero diz que o articulador político do governo Temer o procurou
pelo menos cinco vezes, por telefone e pessoalmente.
(Folha, 19.11.2016. Disponível em:<https://goo.gl/YjmzVm> . Adaptado)
Marcelo Calero acusa Geddel Vieira Lima de pressionar o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional), órgão subordinado à Cultura, a
(A) aprovar projeto imobiliário de interesse particular de Geddel localizado nas cercanias de bens
históricos tombados pelo patrimônio.
(B) financiar projetos de restauro de prédios históricos que pertencem a empresários próximos a
Geddel que pretendem explorá-los economicamente.
(C) rejeitar o tombamento de uma nova área que está em discussão no órgão para favorecer
empreendimentos que interessam a Geddel.
(D) direcionar projetos, investimentos e recursos voltados à preservação do patrimônio histórico na
região da base eleitoral de Geddel.
(E) nomear aliados e políticos próximos a Geddel para funções estratégicas e cargos de confiança do
órgão, favorecendo o loteamento de cargos.

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02. (CRBio-1ª Região – Auxiliar Administrativo – Vunesp) O ministro (...) foi escolhido para ser o
novo relator dos processos da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), em sorteio
realizado nesta quinta-feira (02.02) por determinação da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia.
O ministro vai herdar os processos ligados à operação que estavam com o ministro Teori Zavaski,
morto num acidente aéreo em janeiro. Estavam sob a relatoria de Teori 16 denúncias e outros 58
inquéritos relacionados à Lava Jato.
(Uol, https://goo.gl/NANZYF, 02.02.2017. Adaptado)
O novo relator escolhido por sorteio é o ministro
(A) Alexandre de Moraes
(B) Dias Toffoli
(C) Edson Fachin
(D) Gilmar Mendes
(E) Luiz Fux

03. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Vunesp) O governo endureceu as negociações com
os parlamentares e deu um basta a novas concessões na reforma da Previdência, rejeitando assim
o lobby pesado de algumas categorias do serviço público, sobretudo com altos salários.
(O Globo, 23.04.17. Disponível em: <https://goo.gl/E79kQQ>. Adaptado)

(A) a aplicação do fator previdenciário para servidores públicos e o direito à aposentadoria com menos
anos de contribuição do que os trabalhadores privados.
(B) a integralidade, que garante a aposentadoria com o último salário da carreira, e a paridade, que
garante ao servidor aposentado reajustes salarias iguais ao do pessoal da ativa.
(C) o período mínimo de 25 anos de contribuição, que passaria para 35 com a reforma, e o mínimo de
50 anos de idade para aposentar-se, que poderia aumentar para 60 anos.
(D) a estabilidade após dez anos de serviço e o pagamento, aos filhos, de pensão integral vitalícia no
caso de servidores públicos que venham a falecer.
(E) a não contribuição dos servidores com o INSS, destinado apenas à aposentadoria na iniciativa
privada, e o direito ao aumento real anual no valor da aposentadoria.

04. (TJ-MG – Titular de Serviços de Notas e de Registros – Remoção – CONSUPLAN) A


denominada “Operação Lava Jato” trata, segundo o Ministério Público Federal, do maior caso de
corrupção e lavagem de dinheiro já apurado no Brasil, envolvendo um grande número de políticos,
empreiteiros e empresas, como a Petrobras, a Odebrecht, entre outras. O nome do magistrado
encarregado do julgamento em primeira instância, dos crimes apurados na mencionada operação é
(A) Sérgio Moro
(B) Rodrigo Janot
(C) Odilon de Oliveira
(D) Gilmar Mendes

05. (PC-AP – Agente de Polícia – FCC) O presidente Michel Temer sancionou em 24 de maio o
projeto da nova Lei da Migração. O texto será publicado no dia 25, no Diário Oficial da União.
(Adaptado de: http://brasil.estadao.com.br)
Sobre a lei da Migração são feitas as seguintes afirmações:
I. À semelhança do Estatuto do Estrangeiro, da década de 1980, a nova lei está voltada para a
segurança nacional.
II. A nova lei determina a existência de um visto temporário para pessoas que precisam fugir dos países
de origem, mas que não se enquadram na lei do refúgio.
III. A lei acaba com a proibição e garante o direito do imigrante de se associar a reuniões políticas e
sindicatos.
IV. Para especialistas, a legislação endurece o tratamento para os imigrantes, o que fere os direitos
humanos e incentiva a xenofobia.
Está correto somente o que se afirma APENAS em
(A) II e III
(B) I e II
(C) I e IV
(D) II e IV
(E) III e IV

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Respostas

01. Resposta: A.
Segundo Calero, Geddel o procurou, em ao menos cinco ocasiões, em busca de conseguir, junto ao
Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) a liberação de um projeto imobiliário em área
tombada de Salvador, na Bahia. Vieira Lima afirmou para Calero ser dono de um apartamento no prédio,
que dependia de aprovação federal, após ter sido liberado pelo Iphan da Bahia, comandado por seus
aliados.

02. Resposta: C
Como tem sido recorrente em notícias que envolvem política, é sabido que o ministro Edson Fachin foi
sorteado para a função de relator da Operação Lava Jato no lugar do ministro Teori Zavaski. Segue o link
com uma notícia do dia do sorteio <http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,edson-fachin-sera-o-relator-da-lava-jato-no-stf,70001650453>

03. Resposta: B
Próximo a data da notícia, Temer já havia feito reuniões para manter a reforma sem alteração, mesmo
com as reivindicações de vários setores. <https://oglobo.globo.com/economia/temer-reune-lideres-determina-que-texto-da-reforma-da-
previdencia-sera-votado-como-esta-21246160> . Após suas recentes vitórias é provável que a base governista tenha força
para aprovar a reforma da maneira que está.

04. Resposta: A
Desde março de 2014 Moro julga em primeira instancia os crimes cometidos na Operação Lava-Jato,
maior caso de corrupção e lavagem de dinheiro já apurado no Brasil, segundo o MPF. Sérgio Moro é Juiz
Federal da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba.

05. Resposta: A
O Estatuto do Estrangeiro proibia imigrantes de participarem de qualquer atividade de natureza
política. A nova lei acaba com a proibição e garante o direito do imigrante de se associar a reuniões
políticas e sindicatos.
A nova lei determina a existência de um visto temporário específico para o migrante em situação de
acolhida humanitária, para pessoas que precisam fugir dos países de origem, mas que não se enquadram
na lei do refúgio. A legislação também contempla migrantes que vêm ao Brasil para tratamentos de saúde
e menores desacompanhados.
Segue o link de uma notícia vinculada à questão: <http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,temer-sanciona-lei-da-migracao-com-
diversos-vetos,70001812512>

Economia

1% mais ricos concentra 28% de toda a renda no Brasil, diz estudo22

A população 1% mais rica detinha, em 2015, 28% de toda a riqueza obtida no país, mostrou um
relatório sobre a desigualdade no mundo divulgado nesta quinta-feira (14/12/17). Em 2001, essa
participação era de 25%.
O documento é assinado por um time de pesquisadores, entre eles o aclamado autor do livro "O Capital
no Século XXI", Thomas Piketty, especialista em estudos sobre desigualdade de renda.
Enquanto os 50% mais pobres do Brasil eram mais de 71 milhões de pessoas em 2015, os 1% mais
favorecidos somavam 1,4 milhão de pessoas.
O estudo também aponta que os 10% mais ricos elevaram sua riqueza de 54% para 55% neste mesmo
período.

Extremos

Os 50% mais pobres também tiveram um aumento da renda, passando de 11% para 12%, um
crescimento mais rápido que os 10% mais ricos, segundo o relatório, mas com impacto bem menos
relevante devido a sua baixa renda.

22
G1. 1% mais ricos concentram 28% de toda a renda no Brasil, diz estudo. G1 Economia. Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/noticia/1-mais-ricos-
concentram-28-de-toda-a-renda-no-brasil-diz-estudo.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 15 de dezembro de 2017.

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A participação da classe média, por sua vez, caiu entre 2001 e 2015 de 34% para 32%. Segundo o
estudo, esse estreitamento da camada do meio é resultado da baixa participação da renda e baixa
performance de crescimento desta população.
"Enquanto a desigualdade de renda salarial declinou de acordo com nossas observações, essa queda
foi insuficiente para mitigar a concentração de capital e reverter a crescente concentração de renda entre
os mais favorecidos", diz o estudo.

Brasil gasta mal e de forma injusta, diz Banco Mundial23

Brasil gasta mais do que arrecada e, além disso, de forma ineficaz, já que as despesas não cumprem
plenamente seus objetivos, e muitas vezes é injusta, porque beneficiam os ricos em detrimentos dos mais
pobres. A conclusão é de um relatório do Banco Mundial divulgado nesta terça-feira (21/11/17).
O estudo, intitulado "Um ajuste justo: uma análise da eficiência da equidade do gasto público no Brasil",
foi encomendado pelo ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy.
Ele analisa as raízes dos problemas fiscais brasileiros, os programas sociais existentes e as alocações
das despesas, centrando-se em oito setores dos gastos públicos, com diagnóstico detalhado de cada um.
Também aponta possíveis reformas para promover uma gestão de recursos mais eficaz e justa.
O Banco Mundial afirma que o governo brasileiro terá que enfrentar "escolhas difíceis" para ajustar
suas contas, com o perigo de "mergulhar novamente na espiral da inflação e do baixo crescimento".
No entanto, após a análise de uma série de dados, o órgão concluiu que "é possível economizar parte
do orçamento sem prejudicar o acesso e a qualidade dos serviços públicos, beneficiando os estratos mais
pobres da população".
O relatório alerta, por exemplo, que os gastos públicos brasileiros aumentaram de forma consistente
nas últimas décadas, colocando em risco a sustentabilidade fiscal do país - o déficit fiscal já atinge 8% do
PIB, e a dívida subiu de 51,5%, em 2012, para 73% neste ano.
Nesse sentido, ressalta que será necessário reduzir as despesas em 0,6% em proporção ao PIB do
país a cada ano, bem como reduzir as despesas dos estados e municípios em 1,29%.

Previdência

Um dos problemas apontados pelo banco é referente aos gastos com previdência, descrita como o
"motor do desequilíbrio fiscal" do país. Segundo o estudo, sua reforma seria a medida com maior impacto
para a economia brasileira.
Se a situação atual for mantida, em treze anos, o gasto com previdência esgotará o limite do teto de
gastos do governo federal e não haverá dinheiro para salários, manutenção de escolas e hospitais ou
investimentos. Em 2080, essas despesas corresponderiam a 150% do PIB nacional.
Além disso, a previdência brasileira é "altamente injusta", aponta o Banco Mundial. Isso porque 35%
dos subsídios beneficiam aqueles que estão entre os 20% mais ricos, enquanto penas 18% dos subsídios
vão para os 40% mais pobres.

Serviço público

Na esfera do serviço público, aposentadoria e salários registram uma injustiça ainda maior. Segundo
o relatório, os servidores públicos federais ganham, em média, 67% a mais do que os trabalhadores da
iniciativa privada. Já os servidores estaduais recebem salários 30% maiores.
A remuneração acima da média, afirma o estudo, é o que leva os gastos com funcionalismo no Brasil
serem tão altos, ultrapassando as despesas de países como Estados Unidos, França e Portugal.
O Banco Mundial revela que os gastos com servidores, em todas as esferas do governo, chegaram a
13,1% do PIB em 2015, em comparação com os 11,6% registrados há dez anos. Em outros países
desenvolvidos, esse percentual é de cerca de 9% do PIB.

Ensino superior gratuito

Em relação à educação, o estudo aponta injustiça também no ensino superior gratuito, onde 65% dos
estudantes estão entre os 40% mais ricos do país. O governo gasta 0,7% do PIB com as universidades
federais.

23
DW. Brasil gasta mal e de forma injusta, diz Banco Mundial. Terra. Disponível em: <https://www.terra.com.br/noticias/brasil/brasil-gasta-mal-e-de-forma-injusta-
diz-banco-mundial,6cbd6958c84c97d4cd77ec17cfef71bb0drvk8o8.html> Acesso em 22 de novembro de 2017.

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A fim de cortar gastos sem prejudicar os mais pobres, a sugestão do Banco Mundial é o fim da
gratuidade na universidade pública, com a criação de bolsas para aqueles que não podem pagar. Já os
alunos de renda média e alta, que tendem a ter um aumento de renda depois de formados, poderiam
pagar pelo curso após a graduação.
Outro alerta do relatório é referente às políticas públicas de incentivo ao setor privado. Segundo o
banco, elas estão presentes em gastos tributários, créditos subsidiados e gastos diretos com empresas.
Os gastos nessa área correspondem a duas vezes o custo de todos os programas de assistência social
e apoio ao mercado de trabalho e mais de dez vezes o custo do programa Bolsa Família, por exemplo.

Desemprego entre jovens no Brasil tem maior taxa em 27 anos, diz OIT24

O desemprego entre os jovens no Brasil atinge sua maior taxa em 27 anos. Dados apresentados pela
Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que, ao final de 2017, praticamente 30% dos
jovens brasileiros estariam sem trabalho. "Trata-se da maior taxa desde 1991", aponta a entidade, com
sede em Genebra.
A estimativa sobre o índice brasileiro é mais de duas vezes superior à média internacional. Segundo a
OIT, o desemprego entre jovens no mundo é de cerca de 13,1%. A situação brasileira só é equivalente
às taxas registradas nos países árabes, que viram o desemprego desencadear uma importante crise
política e social a partir de 2011.
Hoje, entre as mais de 190 economias avaliadas pela OIT, apenas 36 delas tem uma situação pior que
a do Brasil para os jovens. Na Síria, por exemplo, a taxa de desemprego entre os jovens é de 30,6%,
contra 34% no Haiti.
A queda do crescimento da economia brasileira, informalidade e as incertezas de investimentos teriam
gerado o salto no desemprego dessa camada nos últimos anos, ainda que o pico possa já ter sido
atingido. "Houve uma enorme desaceleração de alguns países, entre eles o Brasil", disse a diretora de
Política de Desenvolvimento e Emprego da OIT, Azita Awad.
Em 1991, a taxa brasileira de desemprego entre os jovens era de 14,3% e, em 1995, chegou a cair
para 11,4%. Mas a segunda metade da década de 90 registrou um aumento, com um pico em 2003.
Naquele ano, o desemprego de jovens era de 26,1%. Entre 2004 e 2014, a taxa sofreu uma queda
substancial, chegando a 16,1%.
A situação brasileira acabou afetando as médias de toda a região latino-americana, que teve o maior
salto de desemprego no mundo entre essa camada da população. O continente terminará 2017 com seu
nível de desemprego mais alto desde 2004. A taxa entre os jovens chegará a 19,6%, contra um índice de
apenas 14,3% em 2013. Apenas neste ano, 500 mil jovens extras ficarão desempregados e a região deve
somar 10,7 milhões de pessoas nessa situação.
Os números latino-americanos se contrastam com os dados da América do Norte ou Europa. Nos EUA
e Canadá, a taxa deve ser a menor desde 2000, com 10,4% dos jovens desempregados. Na Europa, a
crise de 2009 ainda é sentida. Mas os números de desemprego começam a perder força. Para 2017, o
ano deve fechar com uma taxa de 18,2%, o quarto ano consecutivo de queda. Em 2013, essa taxa
chegava a ser de 23,3%.
No mundo, um total de 70,9 milhões de pessoas com até 24 anos estão sem trabalho. Esse número
deve piorar em 2018, com 71,1 milhões de jovens desempregados.
Os dados ainda revelam que os jovens, hoje, tem três vezes mais chances de estar desempregado
que um adulto. Mas os dados também revelam que uma parte substancial dessa camada da população
deixou de procurar emprego.
Em 1997, 55% dos jovens com até 24 anos estavam no mercado de trabalho. Hoje, essa taxa é de
45%. Para a OIT, essa queda não significa apenas que eles estão permanecendo nas escolas e
universidades por mais tempo. 21,8% dos jovens em 2017 nem trabalhavam e nem estudavam.
Outro destaque da OIT se refere ao número de jovens que, mesmo trabalhando, não conseguem sair
da pobreza. No mundo, esse total chega a 160 milhões de pessoas, que ganham menos de US$ 3,1 por
dia. "Eles representam 39% de todos os jovens que trabalham", destaca a diretora da entidade. Na
América Latina, a taxa é de 9,1%, com 4 milhões de pessoas vivendo nessa situação.
O cenário para os próximos anos não é dos melhores. A média geral de desemprego para os jovens
deve aumentar em 2018. Para a OIT, essa geração enfrentará um "futuro incerto", com salários sendo
pagos em setores temporários.

24
CHADE, JAMIL. Desemprego entre jovens no Brasil tem maior taxa em 27 anos, diz OIT. Estadão, Economia & Negócios. Disponível em:
<http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,desemprego-entre-jovens-no-brasil-tem-maior-taxa-em-27-anos-diz-oit,70002091029> Acesso em 21 de novembro
de 2017.

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Uma das constatações, porém, é de que aqueles com maior nível de escolaridade terão uma transição
mais curta entre a escola e o mundo do trabalho. No Brasil, os índices mostram que aqueles apenas com
escolaridade primária podem levar um tempo cinco vezes maior para encontrar um emprego que
universitários.

Entenda o que é a meta fiscal e por que o governo revisou o número25

O governo anunciou nesta terça-feira (15/09/17) a revisão da meta fiscal para 2017 e 2018. Na prática,
o governo admitiu que não conseguirá fechar as contas públicas dentro da previsão orçamentária neste
ano e no ano que vem.
A nova meta prevê um rombo de R$ 159 bilhões nas contas públicas em 2017 e 2018. É um rombo
maior do que o previsto anteriormente, de R$ 139 bilhões para 2017 e R$ 129 bilhões em 2018.
Essa mudança poderá trazer consequências para a dívida pública, a nota de crédito do Brasil e a
própria credibilidade do governo.

O que é a meta fiscal?

É uma estimativa feita pelo governo da diferença entre a sua expectativa de receitas e de gastos em
um ano. Se essa diferença for positiva (ou seja, receitas maiores que gastos), a meta prevê um superávit
primário. Se for negativa (com gastos maiores que receitas), será um déficit primário.
Ao estabelecer um valor, o governo assume um compromisso público de como vai equilibrar as contas
públicas e manter a dívida pública sob controle.

Quem define a meta?

O próprio governo através da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que precisa ser aprovada pelo
Congresso.

Por que o governo teve que reajustar a meta?

O governo enfrenta dificuldades em cumprir a meta fiscal porque a recuperação da economia brasileira
está mais lenta que o previsto e, com isso, a arrecadação com impostos e contribuições está ficando
abaixo do esperado. Na prática, a arrecadação cresceu menos de 1% no primeiro semestre. Como os
gastos públicos continuam a crescer, há um desequilíbrio financeiro.

Quais são as consequências do reajuste?

O governo terá que cobrir um déficit fiscal maior (despesas maiores que as receitas). Para isso, ele
precisa captar recursos com a emissão de títulos públicos. Assim, ele consegue financiar os gastos que
foram liberados. Mas, como efeito, sua dívida pública fica maior em relação ao tamanho da economia,
assim como os juros a serem pagos.
"Estamos falando de um acréscimo que não é nada desprezível, R$ 20 bilhões que o governo vai ter
que tirar de algum lugar. Vai ter um aumento da dívida pública, então o ano que vem deve ter taxas de
juros mais altas. O investimento se torna mais caro, então deve ser menor em 2018", diz Inhasz.

Como o reajuste afeta a vida das pessoas?

O crescimento da dívida pública tem efeitos negativos na economia. Segundo a professora da Fecap,
a população deve sentir pouco o reajuste de maneira imediata, mas os efeitos terão mais força no ano
que vem. "Deve ter um aumento na inflação, que não deve ser um baita aumento, mas a população deve
sentir".

Como a meta fiscal é calculada?

O governo faz o planejamento do valor que vai gastar em determinado ano (despesas) e o total de
recursos esperados (receitas).

25
VELASCO, CLARA. Entenda o que é a meta fiscal e por que o governo revisou o número. G1 Economia. Disponível em:
<http://g1.globo.com/economia/noticia/entenda-o-que-e-a-meta-fiscal-e-por-que-o-governo-revisou-o-numero.ghtml> Acesso em 16 de agosto de 2017.

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Os gastos são todas as despesas da máquina pública, exceto o pagamento de juros. "É tudo aquilo
que o governo gasta para colocar serviços à disposição das pessoas: educação, saúde, pagamento de
funcionários públicos, emissão de passaportes", diz Juliana Inhasz, professora de economia da Fundação
Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap).
Já as receitas vêm da tributação – impostos diretos cobrados sobre o patrimônio e renda e tributos
indiretos sobre o preço de bens e serviços – e refinanciamentos, como o Refis.

O que acontece se o governo não cumprir a meta?

Ele desrespeita a Lei de Responsabilidade Fiscal e perde credibilidade internacional. Para evitar isso,
o governo tem a possibilidade de reajustar a meta fiscal. As revisões na meta tornaram-se comuns durante
o governo de Dilma Rousseff e acabaram vistas pelo mercado como sinônimo da falta de compromisso
com o orçamento público e com a retomada da economia.
"(O governo) sinaliza para o mercado que não tem dispositivo econômico suficiente para fazer ajustes
necessários para colocar as contas em ordem. As pessoas enxergam que, se hoje o governo não ficou
dentro da meta, ele pode fazer isso de novo, de dizer uma coisa e fazer outra, já que no início do ano, ele
se comprometeu com uma meta fiscal que depois teve que reajustar", diz Inhasz.
Segundo especialistas ouvidos pelo G1, porém, no contexto atual, o anúncio não compromete a
credibilidade da equipe econômica diante dos investidores.

O que o governo fez para tentar cumprir a meta?

Para tentar cumprir a meta deste ano, o governo já bloqueou gastos e aumentou tributos sobre os
combustíveis, por exemplo. Além disso, o governo já anunciou a adoção de um programa de incentivo
para demissão de servidores e planeja adiar o reajuste programado para o início do ano que vem.

Bitcoin deve entrar na declaração do Imposto de Renda 201726

Embora não tenham regulamentação própria, investimentos em moedas digitais como o Bitcoin
precisam ser relacionados na declaração do Imposto de Renda
“Tenho investimentos em bitcoin. Devem ser declarados à Receita Federal?”
A dúvida do militar Romildo Alves, 24 anos, é a mesma de um número crescente de pessoas que
costuma investir nas chamadas moedas digitais. Morador da cidade goiana de Jataí, de passagem por
Brasília pela comemoração ao Dia do Exército, na semana passada, ele diz ter conhecido esse mercado
há dois meses por indicação dos vários amigos de quartel que fazem esse tipo de aplicação. “Será que o
governo tributa moeda virtual?”
O Fisco diz que sim.
Esses investimentos têm tratamento fiscal semelhante ao de outros bens, como carros, joias e obras
de arte. “A obrigatoriedade de declarar bens móveis (exceto automóveis) se dá quando esses bens
ultrapassam R$ 5 mil”, informa a Receita Federal. “O contribuinte pode declarar suas moedas virtuais
pelos valores históricos de aquisição.” O imposto só será cobrado quando a moeda for vendida com lucro.
“Os ganhos obtidos com a alienação (de bitcoins, por exemplo) cujo total no mês seja superior a R$ 35
mil são tributados, a título de ganho de capital, à alíquota de 15%”, esclarece o órgão.
Bitcoin é uma das moedas criptográficas que, desde 2009, vêm despertando a atenção e até gerando
fortunas. As chamadas “moedas do futuro” têm circulação restrita à internet, em compras digitais. Elas
não têm regulação específica de autoridades monetárias, nem reconhecimento dos governos em geral e
não oferecem garantias. Mas já movimentam cerca de US$ 21 bilhões no mundo inteiro, segundo dados
do mercado.

Regra legal

A cotação do bitcoin numa casa de câmbio, na quinta-feira, era de US$ 1,3 mil, e as apostas são de
que, em dezembro, o valor chegará a US$ 2 mil. O designer gráfico Cássio Barbosa comprou US$ 240
em agosto de 2015, também tinha dúvidas sobre a necessidade de incluir a moeda virtual na declaração
do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) 2017, cujo prazo termina à meia noite da próxima sexta-

26
AZELMA RODRIGUES. Bitcoin deve entrar na declaração do Imposto de Renda 2017. Correio Braziliense, Economia. Disponível em: <
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2017/04/22/internas_economia,590302/bitcoin-deve-entrar-na-declaracao-do-imposto-de-renda-
2017.shtml> Acesso em 11 de agosto de 2017.

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1433378 E-book gerado especialmente para WILLIAM NASCIMENTO
feira, dia 28/06. Ele disse que tem três bitcoins, adquiridos pelo equivalente a R$ 890, cujo valor convertido
oscila, agora, ao redor de R$ 4 mil.
O Fisco reconhece que, “como esse tipo de ‘moeda’ não possui cotação oficial, uma vez que não há
um órgão responsável pelo controle de sua emissão, não há uma regra legal de conversão dos valores
para fins tributários. Entretanto, essas operações deverão estar comprovadas com documentação hábil
e idônea para fins de tributação”, afirma a Receita.

Terceirização: como fica a partir de agora?27

A sanção da lei que permite a terceirização de trabalhadores de forma irrestrita provocou muita
controvérsia recentemente na sociedade. Diante do novo cenário, é preciso as enxergar as novas
implicações no mercado de trabalho com essa nova lei.
O projeto aprovado pela Câmara e transformado em lei pelo presidente é de 1998 e libera a
terceirização de todos os setores das empresas, seja atividade fim ou atividade meio, e também no serviço
público, com exceção de carreiras de Estado, como auditor e juiz.
A maior crítica da oposição, é que o projeto não tem dispositivos para impedir a chamada "pejotização"
- demissão de trabalhadores no regime de CLT para contratação deles como pessoas jurídicas (PJ) - e
assim restringir direitos trabalhistas. Porém essa conduta continua sendo ilegal. Explicando um pouco
melhor esse termo, a PJ tem vínculos que caracterizam uma relação de funcionário com aquela empresa,
mas não tem sua carteira assinada e, em geral, não tem todos os direitos trabalhistas garantidos
justamente por não trabalhar em regime CLT. Já na terceirização, uma empresa tem empregados com
carteira assinada vinculados a ela, e aloca esses funcionários para prestar serviços na empresa cliente.
Em relação às leis trabalhistas, por enquanto nada mudou. Porém, a expectativa fica sobre como será
votada a lei de flexibilização do regime trabalhista. Caso aprovada, reforma trabalhista irá permitir que o
acordado entre patrões e empregados tenha poder de se sobrepor à normas trabalhistas – o chamado
“combinado sobre o legislado”.
Já o lado que apoia o projeto afirma que ele irá reduzir o alto número de desempregados atualmente
no Brasil. Para se ter ideia, segundo dados do IBGE, no trimestre encerrado em fevereiro o número de
desempregados no Brasil atingiu a marca de 13,5 milhões de brasileiros, o maior índice da série histórica
que se iniciou em 2012. O número de pessoas sem trabalho cresceu 36% em relação ao mesmo período
do ano anterior.
Eles ainda dizem que, na medida em que as empresas passam a se focar em partes específicas do
trabalho, tornam-se mais especializadas e produtivas, elevando assim os ganhos em toda sua cadeia de
produção. Por exemplo, quando uma empresa contrata uma terceirizada para cuidar da limpeza de suas
instalações, essa empresa reduz a quantidade de procedimentos que tem que lidar e acaba prestando
um melhor serviço do seu “core business”. Menos recursos indo para a burocracia resultariam em maior
produtividade. E maior produtividade significa melhores condições e mais ganhos reais ao trabalhador.
Agora, vamos aos pontos mais parciais que foram vetados na proposta. O primeiro deles é da
possibilidade de prorrogação do prazo de até 270 dias do contrato temporário de trabalho por acordo ou
convenção coletiva. O segundo assegura ao trabalhador temporário, salário, jornada de trabalho e
proteção previdenciária e contra acidentes equivalentes aos trabalhadores fixos da mesma função. Por
fim, o terceiro e último, prevê o benefício do pagamento direto do FGTS, férias e décimo terceiro
proporcionais a empregados temporários contratados até trinta dias.
Além disso, um assunto que foi muito questionado com essa lei, foi a maneira em que os concursos
públicos ficariam pós a lei entrar em vigor. A realidade é que o projeto não tem nenhum ponto específico
que fala sobre o serviço público, pois é considerado muito amplo e com poucos itens pontuais que
explicam determinada área em específico.
Segundo o juiz federal William Douglas, a abolição de concursos seria considerada inconstitucional.
Ademais, enquanto algumas pessoas interpretam que o projeto é só para o setor privado, outras acham,
por exemplo, que empresas como o Banco do Brasil, que tem “economia mista”, são afetadas pelo projeto.
Com a terceirização em vigor, as empresas tendem a se tornar mais produtivas e isso se refletirá em
melhores serviços e produtos com preços mais competitivos. Até serviços melhores poderão vir até
mesmo do governo, uma vez que produzindo mais, aumenta-se a arrecadação de impostos e com isso
orçamento público também se eleva.

27
DANA, Samy. Terceirização: Como fica a partir de agora? Portal G1. Disponível em: < http://g1.globo.com/economia/blog/samy-dana/post/terceirizacao-como-
fica-partir-de-agora.html>. Acesso em 10 de abril de 2017.

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1433378 E-book gerado especialmente para WILLIAM NASCIMENTO
Qual é o impacto do escândalo das carnes na economia brasileira?28

Terceiro maior produto de exportação do Brasil, atrás da soja e do minério de ferro, as carnes
brasileiras conquistaram o mundo, tornando-se sinônimo de qualidade em mais de 150 países.
Mas esse selo de garantia está sob risco desde a última sexta-feira (17/03), quando a Polícia Federal
revelou um esquema de adulteração envolvendo pelo menos 30 frigoríficos.
Por si só, pela natureza das descobertas, a operação Carne Fraca já teria o potencial de causar
estragos significativos no mercado interno. Afinal, qual brasileiro vai querer comprar - e consumir -
possível carne adulterada?
Mas o problema se torna ainda pior porque essa mesma pergunta está sendo feita pelos compradores
internacionais - nesta segunda-feira (20/03), países como China, Chile e Coreia do Sul, além da União
Europeia, suspenderam temporariamente as importações de empresas citadas na fraude.
Por causa disso, segundo economistas ouvidos pela BBC Brasil, o impacto na economia brasileira
pode ser "maior do que se imaginava".
Eles ressalvam, contudo, que tudo "dependerá de quanto vão durar os embargos e se mais países vão
aderir a ele".

'Péssimo momento'

Mas existe um consenso: a operação da PF veio em um "péssimo momento" para o agronegócio, um


dos pilares da economia brasileira, que vinha esboçando sinais de recuperação.
Em outras palavras: isso pode acarretar um prolongamento da recessão, afetando a vida de todos os
brasileiros.
Já segundo estimativa da consultoria LCA consultores, no pior dos cenários - se todos os países
fecharem as portas às importações de carne brasileira - o impacto no PIB pode ser de até 1 ponto
porcentual. A previsão oficial do governo, que deve ser revisada para baixo nos próximos dias, é de
crescimento de 1%.

Desemprego e inflação

A revelação do esquema de carne adulterada terá consequências para a economia brasileira, explicam
os especialistas, pela "importância do setor de carnes".
Atualmente, de toda a carne produzida no Brasil, 80% é consumida pelo mercado interno. O restante
vai para fora.
No ano passado, as exportações brasileiras do produto somaram mais de US$ 14 bilhões (R$ 43
bilhões), ou 7,5% do total exportado, atrás apenas do minério de ferro e da soja.
Além disso, o setor de carnes possui uma cadeia produtiva "muito extensa", com "efeitos indiretos",
lembra Gesner Oliveira, sócio da consultoria GO Associados.
Oliveira estima que uma redução de 10% nas exportações brasileiras de carne pode custar 420 mil
postos de trabalho e R$ 1,1 bilhão a menos em impostos - notícia nada positiva em um momento de crise
fiscal.
Já a inflação também deve subir por causa do escândalo, "devido a algum tipo de recall das carnes já
distribuídas ao comércio", diz à BBC Brasil André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.
Apesar disso, ressalva ele, o impacto na subida dos preços deve ser residual, já que o peso total das
carnes no índice oficial (IPCA) é de apenas 3,69%.
"Nesse sentido, uma alta adicional de 2% nesses produtos iria criar um impacto de 7 pontos base (ou
0,07%) na inflação plena: neste caso, se o IPCA fosse de 4,50%, ele ficaria em 4,57%", afirma.
"Mas será preciso saber mais detalhes sobre como isso vai ocorrer, pois não há notícias de
desabastecimento e não se trata da totalidade de toda a cadeia da carne", acrescenta.

Concorrência e protecionismo

Os especialistas também apontaram que, por causa do escândalo, o Brasil poderia perder espaço para
outros competidores no mercado global de carnes.
Nesse sentido, segundo eles, seria um "grande retrocesso" para um setor que se tornou prioridade
durante os mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016).

28
21/03/2017 – Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/qual-e-o-impacto-do-escandalo-das-carnes-na-economia-brasileira.ghtml

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Nesse período, recursos públicos foram direcionados (via BNDES, a agência nacional de fomento)
para a criação dos chamados "campeões nacionais" - com o apoio irrestrito do governo, empresas como
a JBS e a BRF formaram monopólios e se projetaram internacionalmente.
"Hoje em dia, o mercado é altamente competitivo. Qualquer deslize pode ser fatal", diz Oliveira, da GO
Associados.
Hausknecht, da MB Agro, concorda que o escândalo acaba gerando uma oportunidade para potenciais
concorrentes, mas avalia que, atualmente, pelas condições do mercado, não há competidores à altura do
Brasil.
"A Austrália, por exemplo, que poderia ser uma alternativa ao Brasil para a oferta de carnes à China,
ainda estão recompondo o rebanho", diz, em alusão à forte seca que forçou produtores australianos a
elevarem o escoamento de animais para o abate.
"Já os Estados Unidos, o segundo maior produtor mundial de carne bovina, tampouco tem muita
entrada no mercado chinês por causa da escalada da tensão entre Washington e Pequim."
"Por fim, a Índia também é outro grande exportador de carne bovina, mas ela é de pior qualidade",
completa.
Para Campos, da LCA Consultores, a maior consequência do escândalo é dar munição a governos
para impor mais tarifas alfandegárias ao Brasil, em um contexto de maior protecionismo no mundo.
"Trump (Donald Trump, presidente dos Estados Unidos) já deu sinais de que pretende lançar mão de
medidas protecionistas. Nesse caso, isso (escândalo das carnes adulteradas) pode ser usado como
desculpa", conclui.

Questões

01. (TJ-SP – Assistente Social Jurídico – Vunesp) O presidente Michel Temer sancionou na noite
desta sexta-feira o projeto de lei que regulamenta a terceirização no país.
A iniciativa foi publicada em edição extra do “Diário Oficial da União” e inclui vetos parciais a três pontos
da proposta.
(Folha de S.Paulo, 31.03.2017)
O projeto de lei sancionado
(A) Isenta as empresas contratantes e contratadas dos serviços terceirizados de qualquer ação no
âmbito da Justiça do Trabalho e determina que todos os trabalhadores terceirizados devem se constituir
em microempresários, dessa forma responsáveis pelos tributos relacionados ao trabalho.
(B) Determina que todas as empresas privadas podem terceirizar qualquer atividade profissional,
desde que todos os direitos trabalhistas sejam respeitados, e veta a utilização de trabalho terceirizado
para as empresas de economia mista e a administração pública, com exceção para a área de saúde.
(C) Limita a terceirização do trabalhador à denominada atividade-meio e, em caso de litígio trabalhista,
as empresas contratadas e contratantes devem ser acionadas conjuntamente na Justiça do Trabalho e
dividirão os custos das indenizações relacionadas a tais processos.
(D) Impede que a empresa de terceirização subcontrate outras empresas, prática denominada de
quarteirização, e amplia os direitos trabalhistas dos funcionários das empresas de terceirização, por
exemplo o aumento da multa sobre o valor dos depósitos do FGTS em caso de demissão sem justa
causa.
(E) Permite a terceirização de todas as atividades e autoriza a empresa de terceirização a subcontratar
outras empresas para realizar serviços de contratação, remuneração e direção do trabalho e atribui à
empresa terceirizada, em casos de ações trabalhistas, o pagamento dos direitos questionados na Justiça,
se houver condenação.

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02. (PC-AP – Agente de Polícia – FCC) A Lei da Terceirização, foi sancionada pelo presidente Michel
Temer, em 31 de março. Essa lei dispõe que:

I. A terceirização poderá ser aplicada a qualquer atividade da empresa, tanto atividade-meio como
atividade-fim.
II. O tempo de duração do trabalho temporário não deve ultrapassar três meses ou 90 dias.
III. Após o término do contrato, o trabalhador temporário só poderá prestar novamente o mesmo tipo
de serviço à empresa após esperar três meses.

Está correto somente o que se afirma APENAS em


(A) I e III
(B) I
(C) I e II
(D) II e III
(E) III.

03. (BRDE – Analista de Projetos-Área Econômico-financeiro – FUNDATEC) O Banco Central do


Brasil está entre as principais autoridades monetárias do país e é integrante do Sistema Financeiro
Nacional. Quem é seu atual presidente?
(A) Alexandre Tombini.
(B) Armínio Fraga.
(C) Henrique Meirelles.
(D) Ilan Goldfajn.
(E) Michel Temer.

04. (PC-AP – Agente de Polícia – FCC) A economia brasileira voltou a crescer após oito trimestres
seguidos de queda. Nos três primeiros meses de 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 1,0% em
relação ao 4° trimestre do ano passado, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (1° ) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
(Adaptado de: http://g1.globo.com)

Um dos fatores que contribuiu para o crescimento do PIB foi a


(A) expansão dos setores do comércio e de serviços.
(B) redução do desemprego e do trabalho informal.
(C) manutenção das taxas básicas de juros.
(D) expressiva expansão do agronegócio.
(E) ampliação dos gastos do governo.

05. (Câmara de Maria Helena – Advogado – FAUL) Votada recentemente pelo Senado Federal, a
chamada PEC 55 gerou uma série de protestos por todo o país. Assinale a alternativa que melhor define
essa PEC:
(A) Medida provisória que promove alterações na estrutura do Ensino Médio, última etapa da educação
básica nacional.
(B) Processo instaurado com base em denúncia de crime de responsabilidade contra alta autoridade
do poder executivo.
(C) Proposta que altera a Constituição Federal e institui um novo regime fiscal no país, estabelecendo
um limite para os gastos do governo.
(D) Trata-se da maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já conheceu,
centralizada em recursos desviados da Petrobras.

Respostas

01. Resposta: E
Seria algo como uma “quarteirização”. As novas regras permitem que uma empresa terceirizada
terceirize o serviço para o qual ela foi contratada ou para que essas empresas encontrem outras para
executar esse serviço. Segue o link explicativo < http://g1.globo.com/politica/noticia/temer-sanciona-com-3-vetos-projeto-da-camara-sobre-
terceirizacao.ghtml>

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02. Resposta: A
A alternativa II está incorreta. “O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo
empregador, NÃO poderá exceder ao prazo de CENTO E OITENTA dias, consecutivos ou não.”.
Conforme Artigo 10 da mesma lei.

03. Resposta: D
Ilan Goldfajn (Haifa, 12 de março de 1966) é um professor e economista israelo-brasileiro. É o atual
presidente do Banco Central do Brasil.
De origem judaica, nasceu em Haifa, Israel. Parte de sua criação deu-se no Rio de Janeiro, onde
estudou no Colégio Israelita Brasileiro A. Liessin.
Em 17 de maio de 2016, foi indicado ao cargo de presidente do Banco Central pelo ministro da Fazenda
Henrique Meirelles. Seu nome foi submetido à aprovação no Senado Federal, contando com 53 votos
favoráveis e 13 contrários. Foi empossado no cargo em 9 de junho.

04. Resposta: D
PIB do Brasil cresce 1% no 1º trimestre de 2017, após 8 quedas seguidas.
Agropecuária foi o destaque na primeira alta da economia em 2 anos. Tecnicamente, resultado positivo
tira o país de sua pior recessão. (https://g1.globo.com/economia/noticia/pib-do-brasil-cresce-10-no-1-trimestre-de-2017.ghtml)

05. Resposta: C
A PEC 55 “institui o Novo Regime Fiscal no âmbito dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da
União, que vigorará por 20 exercícios financeiros, existindo limites individualizados para as despesas
primárias de cada um dos três Poderes, do Ministério Público da União e da Defensoria Pública da União”
(fonte: https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/127337)

Sociedade
saúde
50 milhões de brasileiros vivem na linha da pobreza, aponta IBGE29

Cerca de 25% da população possui renda familiar equivalente a R$ 387. Número de jovens que não
trabalham nem estudam cresce.
Cerca 50 milhões de brasileiros, o equivalente a 25,4% da população, vivem na linha de pobreza e
possuem renda familiar equivalente a R$ 387, ou US$ 5,5 por dia, valor adotado pelo Banco Mundial para
definir se uma pessoa é pobre.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (15/12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística) e fazem parte da pesquisa SIS 2017 (Síntese de Indicadores Sociais 2017). Ela indica, ainda,
que o maior índice de pobreza se dá na região Nordeste do país, onde 43,5% da população se enquadram
nessa situação e, a menor, no Sul, com 12,3%.
A situação é ainda mais grave se levadas em conta os números envolvendo crianças de 0 a 14 anos
de idade. No país, 42% dos cidadãos nesta faixa etária se enquadram nestas condições e sobrevivem
com apenas US$ 5,5 por dia.
A pesquisa de indicadores sociais revela uma realidade: o Brasil é um país profundamente desigual e
a desigualdade gritante se dá em todos os níveis.
Seja por diferentes regiões do país, por gênero - as mulheres ganham, em geral, bem menos que os
homens mesmo exercendo as mesmas funções, por raça e cor: os trabalhadores pretos ou pardos
respondem pelo maior número de desempregados, têm menor escolaridade, ganham menos, moram mal
e começam a trabalhar bem mais cedo exatamente por ter menor nível de escolaridade.
Um país onde a renda per capita dos 20% que ganham mais, cerca de R$ 4,5 mil, chega a ser mais
de 18 vezes que o rendimento médio dos que ganham menos e com menores rendimentos por pessoa,
cerca de R$ 243.
No país, em 2016, a renda total apropriada pelos 10% com mais rendimentos (R$ 6.551) era 3,4 vezes
maior que o total de renda apropriado pelos 40% (R$ 401) com menos rendimentos, embora a relação
variasse dependendo do estado.

29
DIÁRIO DE S. PAULO. 50 milhões de brasileiros vivem na linha da pobreza, aponta IBGE. Diário de S. Paulo. Disponível em:
<http://www.diariosp.com.br/_conteudo/2017/12/dia_a_dia/24209-50-milhoes-de-brasileiros-vivem-na-linha-da-pobreza-aponta-ibge.html> Acesso em 18 de
dezembro de 2017.

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Entre as pessoas com os 10% menores rendimentos do país, a parcela da população de pretos ou
pardos chega a 78,5%, contra 20,8% de brancos. No outro extremo, dos 10% com maiores rendimentos,
pretos ou pardos respondiam por apenas 24,8%.
A maior diferença estava no Sudeste, onde os pretos ou pardos representavam 46,4% da população
com rendimentos, mas sua participação entre os 10% com mais rendimentos era de 16,4%, uma diferença
de 30 pontos percentuais.

Desigualdade acentuada entre brancos e negros


No que diz respeito à distribuição de renda no país, a Síntese dos Indicadores Sociais 2017 comprovou,
mais uma vez, que o Brasil continua um país de alta desigualdade de renda, inclusive, quando comparado
a outras nações da América Latina, região onde a desigualdade é mais acentuada.
Segundo o estudo, em 2017 as taxas de desocupação da população preta ou parda foram superiores
às da população branca em todos os níveis de instrução. Na categoria ensino fundamental completo ou
médio incompleto, por exemplo, a taxa de desocupação dos trabalhadores pretos ou pardos era de 18,1%,
bem superior que o percentual dos brancos: 12,1%.
"A distribuição dos rendimentos médios por atividade mostra a heterogeneidade estrutural da
economia brasileira. Embora tenha apresentado o segundo maior crescimento em termos reais nos cinco
anos disponíveis (10,9%), os serviços domésticos registraram os rendimentos médios mais baixos em
toda a série. Já a Administração Pública acusou o maior crescimento (14,1%) e os rendimentos médios
mais elevados", diz o IBGE.

Comissão dá aval à PEC que proíbe aborto30

Em sessão tumultuada, vence proposta que pode restringir até interrupções legais da gravidez
A Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, (08/11), um texto que, na
prática, pode levar à proibição de todas as formas de aborto no País, incluindo as hipóteses que
atualmente são autorizadas na legislação e livres de punição.
Em uma sessão tumultuada, venceu a proposta de alterar a Constituição para que o princípio da
dignidade da pessoa humana e a garantia de inviolabilidade do direito à vida passem a ser respeitados
desde a concepção e não, como é hoje, após o nascimento. A PEC havia sido apresentada originalmente
para se discutir a ampliação da licença-maternidade em caso de bebês prematuros de 120 para 240 dias.
O relator da proposta, Jorge Tadeu Mudalem (DEM-SP), no entanto, sob influência da bancada
evangélica, alterou o texto para incluir também as mudanças relacionadas à interrupção da gravidez.
A mudança foi uma resposta à 1.ª Turma do Supremo Tribunal Federal que, em 2016, havia decidido
não considerar crime a prática do aborto durante o primeiro trimestre de gestação, independentemente
da motivação da mulher.
A comissão foi instalada em dezembro. Entre os 35 membros titulares do colegiado, só seis são
mulheres. Dos parlamentares integrantes, quase um terço tem iniciativas para restringir o direito ao aborto
legal.
O presidente da comissão especial, deputado Evandro Gussi (PV-SP), negou que o texto aprovado
nesta quarta coloque em risco as garantias hoje existentes. Atualmente, o aborto não é punido nos casos
em que a gravidez é resultante do estupro ou quando represente ameaça à vida da gestante. “Hoje essas
duas formas não são punidas e assim vai permanecer. O maior impacto do texto é impedir que o aborto
seja descriminalizado”, disse Gussi.
A deputada Érika Kokay (PT-DF), no entanto, tem avaliação diferente. “Impede a discussão da
interrupção da gravidez e traz, no mínimo, insegurança jurídica para os casos já permitidos no Código
Penal”, afirmou.
Foi aprovado apenas o texto principal. Na próxima semana, será a vez de a comissão especial votar
os destaques. Dentre as propostas que deverão ser avaliadas está a de suprimir justamente o trecho que
determina o respeito à vida desde a concepção. Uma vez avaliados os destaques, o texto fica disponível
para o plenário da Casa, onde precisará de 308 votos para ser aprovado, em dois turnos.

30
CARDOSO, D. FORMENTI, L. Comissão dá aval à PEC que proíbe aborto. Estadão Brasil. Disponível em: <http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,comissao-
aprova-pec-que-impossibilita-aborto-destaques-ainda-precisam-ser-votados,70002077147> Acesso em 09 de novembro de 2017.

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Brasil elimina disparidades entre homens e mulheres na educação e na saúde, mas política e
economia derrubam país em ranking global31

O Brasil é um dos países mais igualitários do mundo quando o assunto é o acesso de homens e
mulheres à educação e saúde, mas figura entre aqueles onde mais imperam disparidades de gênero nos
campos político e econômico.
A conclusão faz parte do "The Global Gender Gap Report 2017", um estudo divulgado pelo Fórum
Econômico Mundial nesta quinta-feira, que revela o tamanho da desigualdade em 144 países e aponta
quais seriam os ganhos com a reversão desse quadro.
Os dados mostram que desde o início da série histórica, em 2006, é a primeira vez que a igualdade
de gênero retrocede globalmente. No Brasil, porém, o nível de desigualdade é o maior desde 2011 - o
país caiu 23 posições no ranking, figurando em 90º lugar na lista global e com o terceiro pior desempenho
na região que engloba América Latina e Caribe, depois apenas de Paraguai e Guatemala.
A igualdade é medida no levantamento em uma escala de 0 a 1 - quanto mais próximo a 1, maior a
igualdade entre homens e mulheres. Para o Brasil, a nota registrada em 2017 ficou em 0,684, a menor
desde 2011, quando estava em 0,668.
"A posição atual do Brasil no relatório se deve a duas disparidades de gênero em particular - a política
e a econômica", disse por email à BBC Brasil Vesselina Stefanova Ratcheva, economista e coautora do
relatório.
Segundo ela, o país pouco progrediu ao longo dos últimos dez anos no sentido de resolver o problema
no campo econômico. Nessa área, perdeu 20 posições de 2006 para cá, passando do 63º para o 83º
lugar - os principais gargalos são as disparidades de salários em funções semelhantes e de renda obtida
por meio do trabalho.

Política

A desigualdade na política é outro gargalo, observa a economista.


"Nosso índice constata que 2017 tem a menor igualdade de gênero em cargos políticos no Brasil desde
que começamos a calculá-lo, em 2006. Isso contrasta com uma região que, na média, se atua fortemente
para a inclusão das mulheres no campo político."
A participação feminina é medida pelo chamado "empoderamento político", e é considerada um dos
principais problemas para o país em relação à desigualdade. O Brasil foi da 86ª para a 110ª posição no
período de 11 anos englobado no relatório - embora sua nota tenha subido de 0.061 para 0.101, o que
indica um ambiente mais igualitário.
O estudo coloca o país entre os piores em dois aspectos: mulheres no parlamento e em posições
ministeriais, rankings em que ocupa, respectivamente, a 121ª e a 134ª posições.
Segundo o Fórum Econômico Mundial, a maior igualdade nesse âmbito foi registrada entre 2011 e
2015, período que engloba a governo Dilma Rousseff. Seu sucessor, Michel Temer, foi duramente
criticado ao assumir o governo nomeando apenas ministros homens - após as críticas, ele nomeou
mulheres para posições de destaque.

Avanços

Nos campos da educação e da saúde, o Brasil se mantém em posição estável e de liderança nos
últimos anos, dividindo o topo do ranking com pouco mais de 30 países. Mesmo assim, ainda enfrenta
desafios, diz a coautora do relatório.
"Hoje, o Brasil acabou com a desigualdade de gênero em nível educacional, mas, como em muitas
outras economias em todo o mundo, desequilibra na contratação, retenção e remuneração, entre vários
fatores analisados no relatório, que impedem uma maior integração das mulheres no mercado de trabalho
- e de forma igualitária em todos os setores", observa Ratcheva.
Nesse campo, o relatório também leva em consideração o nível educacional de homens e mulheres
que chegam ao mercado de trabalho.
O Brasil foi o único país da América Latina e um dos seis, em meio às 144 nações, a eliminar a
desigualdade entre homens e mulheres na área de educação. Em saúde e sobrevivência, a diferença
também está próxima do fim. Tais resultados são semelhantes aos registrados nos últimos anos.
Neste ano, somente outros cinco países conseguiram resolver as disparidades nas duas áreas:
República Checa, Letônia, Lituânia, Eslováquia e Eslovênia.
31
Moura. R. Brasil elimina disparidades entre homens e mulheres na educação e na saúde, mas política e economia derrubam país em ranking global. BBC Brasil.
Disponível em: < http://www.bbc.com/portuguese/brasil-41853171?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 03 de novembro de 2017.

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No que diz respeito à educação, são consideradas a taxa de alfabetização e de matrículas nos ensinos
primário e secundário. Na saúde, a análise se dá sobre a razão entre os sexos no nascimento e a
expectativa de vida saudável entre eles.

Ganhos com a igualdade

Globalmente, o estudo observa que apenas 58% da desigualdade de gênero foi resolvida pelos países,
o pior índice desde 2008.

Segundo o estudo, a igualdade deve resultar em ganhos econômicos expressivos, que variam de
acordo com o contexto de cada país.
O texto não traz estimativas específicas para o Brasil, mas no caso do Reino Unido, por exemplo,
mostra que avançar nessa área significaria um reforço adicional de US$ 250 bilhões no Produto Interno
Bruto (PIB).

Nos Estados Unidos, o valor projetado é de US$ 1,7 trilhão.

Há um longo caminho, no entanto, até que as disparidades registradas no estudo sejam eliminadas.
No atual estágio, estima-se que a Europa Ocidental será a região a resolver o problema mais rápido, mas
ainda assim daqui a 61 anos. Na área que englobe a América Latina e o Caribe - e que inclui o Brasil -
serão necessários 79 anos. Para a América do Norte, o tempo previsto chega a 168 anos.
Outro ponto destacado pelo estudo é a fraca presença feminina em áreas como engenharia, indústria
e construção, bem como nos segmentos de comunicação e tecnologia. Áreas que, afirma o relatório,
estão abrindo mão dos os benefícios da diversidade.

Juiz federal do DF libera tratamento de homossexualidade como doença32

Ação popular questionava resolução do Conselho Federal de Psicologia que proibia tratamentos de
reorientação sexual. Desde 1990, OMS deixou de considerar homossexualidade doença.
Justiça Federal do Distrito Federal liberou psicólogos a tratarem gays e lésbicas como doentes,
podendo fazer terapias de “reversão sexual”, sem sofrerem qualquer tipo de censura por parte dos
conselhos de classe. A decisão, do juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, é liminar e acata parcialmente o
pedido de uma ação popular. Esse tipo de tratamento é proibido desde 1999 por uma resolução do
Conselho Federal de Psicologia. O órgão disse que vai recorrer.
A ação popular foi assinada por um grupo de psicólogos defensores das terapias de reversão sexual.
A decisão é de sexta-feira (15/09). Nela, Carvalho mantém a integralidade da resolução, mas determina
que o conselho não proíba os profissionais de fazerem atendimento de reorientação sexual. Além disso,
diz que os atendimentos têm caráter reservado.
Na resolução 01/1999, o conselho estabelece as normas de condutas dos psicólogos no tratamento
de questões envolvendo orientação sexual. De acordo com a organização, ela trouxe impactos positivos
no enfrentamento a preconceitos e proteção de direitos da população homossexual no país, “que
apresenta altos índices de violência e mortes por LGBTfobia”.
Para o Conselho Federal de Psicologia, terapias de reversão sexual representam “uma violação dos
direitos humanos e não têm qualquer embasamento científico”. Desde 1990, a homossexualidade deixou
de ser considerada doença pela Organização Mundial da Saúde.
Ainda de acordo com o conselho, a resolução não cerceia a liberdade dos profissionais nem de
pesquisas na área de sexualidade. O juiz mantém a resolução, mas determina que o Conselho Federal
de Psicologia não impeça os psicólogos de promoverem estudos ou atendimento profissional, de forma
reservada, e veta qualquer possibilidade de censura ou necessidade de licença prévia.
“O que está em jogo é o enfraquecimento da Resolução 01/99 pela disputa de sua interpretação, já
que até agora outras tentativas de sustar a norma, inclusive por meio de lei federal, não obtiveram
sucesso", afirma o conselho.
"O Judiciário se equivoca, neste caso, ao desconsiderar a diretriz ética que embasa a resolução, que
é reconhecer como legítimas as orientações sexuais não heteronormativas, sem as criminalizar ou
patologizar. A decisão do juiz, valendo-se dos manuais psiquiátricos, reintroduz a perspectiva
patologizante, ferindo o cerne da Resolução 01/99.”

32
MORAIS, RAQUEL. Juiz Federal do DF libera tratamento de homossexualidade como doença. G1 Distrito Federal. Disponível em: <https://g1.globo.com/distrito-
federal/noticia/juiz-federal-do-df-libera-tratamento-de-homossexualidade-como-doenca.ghtml> Acesso em 19 de setembro de 2017.

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Ação popular

Uma das autoras da ação popular que questionava a resolução é a psicóloga Rozângela Alves Justino,
que oferecia terapia para que gays e lésbicas deixassem de ser homossexuais. Ela foi punida em 2009
pela prática.
Na época, Rozângela disse ao G1 que considera a homossexualidade um distúrbio, provocado
principalmente por abusos e traumas sofridos durante a infância. Ela afirmou ter "aliviado o sofrimento"
de vários homossexuais.
“Estou me sentindo amordaçada e impedida de ajudar as pessoas que, voluntariamente, desejam
largar a atração por pessoas do mesmo sexo", disse Rozângela na ocasião.

Refugiado sírio é atacado em Copacabana: 'Saia do meu país!'33

Um refugiado sírio foi vítima de um ataque em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Mohamed Ali, de 33
anos, que vende esfirras e outros quitutes árabes, e foi agredido verbalmente por um homem por causa
do ponto de venda. Um vídeo da discussão foi publicado nas redes sociais e viralizou.
Nas imagens é possível ver um homem com dois pedaços de madeira nas mãos gritando: "saia do
meu país! Eu sou brasileiro e estou vendo meu país ser invadido por esses homens-bombas que
mataram, esquartejaram crianças, adolescentes. São miseráveis". Adiante no vídeo, ele ainda fala: "Essa
terra aqui é nossa. Não vai tomar nosso lugar não".
Os comerciantes chegam a derrubar a mercadoria de Mohamed no chão, que pergunta o motivo da
agressão. Os homens, então, falam novamente para ele sair do Brasil. Mohamed está no Brasil há três
anos e estava trabalhando na esquina da Avenida Nossa Senhora de Copacabana com a Rua Santa
Clara na sexta-feira, quando tudo aconteceu.
— Eu não entendi muito bem porque ele veio brigar comigo. De repente ele começou a gritar e me
pedir para sair. Ele falava muito rápido e não consegui compreender algumas coisas. Outras pessoas que
estavam traduzindo para mim. Sei que ele falou que os muçulmanos estavam invadindo o país e falando
de homens-bomba. Não esperava que isso pudesse acontecer comigo. Vim para o Brasil porque a guerra
me fez vir para cá. Vim com amor, porque os amigos sempre diziam que o Brasil aceita muito outras
culturas e religiões, e as pessoas são amáveis e todos os refugiados procuram paz. Não sou terrorista,
se eu fosse, eu não estaria aqui, estaria lá — disse.
No vídeo, ainda é possível ouvir algumas pessoas defendendo Mohamed. Uma mulher ainda o orientou
a deixar o local diante da confusão. Ele, então, retira os pertences.
— Chegaram carros da polícia, da Guarda Municipal. Me falaram para registrar na polícia, mas não
quis. Não quero confusão. Quero apenas trabalhar em paz – disse.
No Facebook, diversos internautas pediram desculpas a Mohamed em nome dos brasileiros pelo
ocorrido:
"Olá, Mohamed Ali, boa noite. Em nome de todos os brasileiros e trabalhadores, peço desculpas pelo
que você passou enquanto trabalhava", escreveu uma internauta.
"Você é bem-vindo no Brasil. Perdoe este sujeito que te atacou, ele não sabe o que faz", disse outro.
Apesar do ocorrido e de ter medo de encontrar o homem que o ofendeu, Mohamed não tem intenção
de sair do Rio ou deixar de trabalhar em Copacabana.
– Passei a trabalhar em outro ponto para não encontrá-lo novamente, mas não vou sair daqui. Mudar,
trocar de casa, é difícil. Espero apenas que não aconteça novamente. Foi muito triste. Não quero outra
briga. Fico com medo. Trabalho sozinho – falou.
O titular da 12ª DP (Copacabana), Gabriel Ferrando, disse ter conhecimento das imagens, mas em
casos como o de Mohamed, a atuação da polícia depende de uma manifestação da vítima.
– O ofendido não compareceu para registrar e denunciar o feito. Ameaça e injúria dependem de
manifestação de vontade da vítima. Independente disso estamos analisando as imagens para tentar
localizar os envolvidos. Estamos diligenciando – disse.
Em nota, a Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos (SEDHMI)
afirma que acompanha o caso do refugiado agredido. O órgão repudia o ataque de xenofobia, e afirma
que já está em contato com a família do sírio, que participou do curso de português oferecido pela
secretaria no ano passado, para prestar a assistência necessária.
"É inaceitável casos de xenofobia e intolerância religiosa ainda aconteçam no Rio de Janeiro. Essas
pessoas saíram dos seus países por serem vítimas de algum tipo de perseguição e viram no Brasil uma

33
VIANA GABRIELA. Refugiado Sírio é atacado em Copacabana: ‘Saia do meu país!’. O Globo. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/rio/refugiado-sirio-
atacado-em-copacabana-saia-do-meu-pais-21665327?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=OGlobo> Acesso em 04 de agosto de 2017.

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oportunidade de recomeço. Eles trazem uma grande contribuição para a economia do estado, além da
rica troca cultural com os fluminenses.", afirma, em nota, o secretário Átila A. Nunes.

Governo Temer empurra Brasil de volta ao mapa mundial da fome34

Jornal GGN - A crise econômica aumentou o desemprego no Brasil e ações deflagrados no governo
Temer, sob o guarda-chuva do ajuste fiscal, empurra o País de volta ao mapa mundial da fome da ONU.
Entre elas, a exclusão de pessoas do programa Bolsa Família e o corte no programa de agricultura
familiar, que tem impedido centenas de milhares de pessoas de terem renda suficiente para comprar
alimentos. É o que aponta reportagem publicada pelo jornal O Globo neste domingo (09/07).
Segundo o veículo, "três anos depois de o Brasil sair do mapa mundial da fome da ONU — o que
significa ter menos de 5% da população sem se alimentar o suficiente —, o velho fantasma volta a
assombrar famílias" no Brasil.
O alerta conta em relatório que será apresentado às Nações Unidas na próxima semana, sobre o
"cumprimento de um plano de ação com objetivos de desenvolvimento sustentável acordado entre os
Estados-membros da ONU, a chamada Agenda 2030".
O Globo ouviu de Francisco Menezes, coordenador do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Soicias
e Econômicas) e consultor do ActionAid, que "o país atingiu um índice de pleno emprego, na primeira
metade desta década, mesmo os que estavam em situação de pobreza passaram a dispor de empregos
formais ou informais, o que melhorou a capacidade de acesso aos alimentos".
Mas a mudança na base de dados do Bolsa Família com o intuito de esvaziar o programa, realizada
no final do ano passado, além da "redução do valor investido no Programa de Aquisição de Alimentos da
Agricultura Familiar (PAA), que compra do pequeno agricultor e distribui a hospitais, escolas públicas e
presídios, são uma vergonha para um país que trilhava avanços que o colocava como referência em todo
o mundo".
O jornal lembrou que, ano passado, Temer promoveu um "pente-fino" no Bolsa Família com a desculpa
de que o programa estava cheio de beneficiários que adulteravam os dados para continuar recebendo a
ajuda de custo do governo sem ter necessidade. Com esse valor "economizado", Temer pretendia fazer
um reajuste no programa.
Porém, segundo O Globo, o pente-fino do governo só mostrou que a pobreza no Brasil avança a
passos largos, em meio à crise econômica.
"O resultado [do pente-fino], porém, foi a confirmação de um fenômeno de empobrecimento. Ao cruzar
bases de dados, a fiscalização encontrou mais de 1,5 milhão de famílias que tinham renda menor que a
declarada — haviam perdido o emprego, mas não atualizaram o cadastro — e, por isso, teriam direito a
benefícios maiores do que recebiam. Isso corresponde a 46% dos 2,2 milhões de famílias que caíram na
malha fina por inconsistência nos dados. E o prometido reajuste no benefício, que seria de 4,6%, foi
suspenso no fim do mês passado pelo governo, por falta de recursos."
No Facebook, a assessoria de Lula comentou a reportagem. "O Brasil estava no caminho da inclusão
social e da redução da fome e da miséria, com programas sociais que são referência em todo mundo.
Com a sabotagem promovida pelos golpistas e o golpe, o Brasil saiu desse caminho."

34% dizem ter vergonha de ser brasileiros, segundo Datafolha35

Ainda segundo o levantamento, publicado pelo jornal 'Folha de S.Paulo', 63% se sentem mais
orgulhosos do que envergonhados.
Pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta terça-feira (02/05) pelo jornal "Folha de S.Paulo"
apontou que 34% têm vergonha de ser brasileiros. O índice daqueles que têm mais orgulho do que
vergonha de ser brasileiros é de 63%, o menor valor para a série histórica, segundo o Datafolha.
O Datafolha questiona a população sobre o orgulho de ser brasileiro desde 2000. O menor resultado
havia sido em julho de 2016, quando 67% diziam se sentir orgulhosos. Já o menor índice dos
envergonhados havia sido em 2000, quando era de 9%.
A atual pesquisa ouviu 2.781 pessoas em 172 municípios na semana passada. A margem de erro de
2 pontos percentuais para mais ou para menos.

34
NASSIF, LUIS. Governo Temer empurra Brasil de volta ao mapa mundial da fome. GGN. Disponível em: <http://jornalggn.com.br/noticia/governo-temer-empurra-
brasil-de-volta-ao-mapa-mundial-da-fome> Acesso em 11 de julho de 2017.
35
G1, BRASÍLIA. 34% dizem ter vergonha de ser brasileiros, segundo Datafolha. G1, Política. Disponível em: < http://g1.globo.com/politica/noticia/34-dizem-ter-
vergonha-de-ser-brasileiros-segundo-datafolha.ghtml> Acesso em 02 de maio de 2017.

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O Datafolha também ouviu as pessoas sobre a avaliação do Brasil como lugar para viver. Para 54%,
o Brasil é um país ótimo ou bom para morar, uma queda de sete pontos percentuais desde o final do ano
passado. Para 26% é regular e para 20% é ruim ou péssimo.
Segundo o instituto, as duas avaliações, apesar de estar em queda, ainda mostram otimismo com o
país, já que a maioria sente orgulho de ser brasileiro e considera o Brasil um bom lugar para morar.

Brasil tem greve e protestos em 25 estados contra as reformas de Temer36

Paralisação de 24 horas convocada por centrais sindicais e movimentos sociais acontece em todo o
país. Serviços de transporte coletivo, aeroportos e escolas são os principais afetados.
Diversas cidades em todo o país amanheceram com vias bloqueadas nesta sexta-feira (28/04), devido
à greve geral contra as reformas trabalhista e da Previdência, ainda em tramitação, e a Lei da
Terceirização.
A greve, que pretende ser maior em mais de 20 anos, foi convocada após a Câmara dos Deputados
aprovar a reforma trabalhista na quarta-feira. Convocada por centrais sindicais e movimentos sociais, a
paralisação foi acordada nos últimos dias em vários estados por meio de assembleias. Com adesão em
25 estados e no Distrito Federal, a greve e as manifestações afetaram, sobretudo, os serviços de
transporte coletivo, aeroportos e escolas.

Brasília

Rodoviários, metroviários, bancários, professores da rede pública e privada, servidores administrativos


do governo do DF e do Departamento de Trânsito (Detran), além de técnicos e professores da
Universidade de Brasília (UnB) prometeram parar suas atividades por 24 horas, informa a Central Única
dos Trabalhadores (CUT).
Também devem aderir vigilantes, trabalhadores do setor de hotéis, bares e restaurantes, servidores
da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), da Companhia Energética de Brasília (CEB) e
do Ministério Público da União, além dos trabalhadores do ramo financeiro, como os de transporte de
valores.

São Paulo

Pelo menos 15 categorias afirmaram que participarão da greve. Entre elas, estão professores da rede
pública estadual, municipal e particular, bancários, servidores municipais, trabalhadores da Saúde e
Previdência do estado e metalúrgicos do ABC.
Metroviários (com exceção da Linha Amarela), ferroviários (Linhas 7, 10, 11 e 12 da CPTM não
funcionarão) e rodoviários também cruzarão os braços por um dia, Já os funcionários dos Correios
decretaram greve nacional por tempo indeterminado.

Rio de Janeiro

A greve geral tem a adesão de funcionários do metrô, motoristas e cobradores de ônibus, policiais
civis, militares, federais; servidores da Justiça Federal e da Trabalhista; radialistas; petroleiros; carteiros
e aeroviários.
A Secretaria Estadual de Transportes, contudo, informou que os sistemas de metrô, trens, barcas e
ônibus intermunicipais funcionarão normalmente, ainda que com planos de contingência.
Professores das escolas públicas e particulares também prometeram aderir, mas as secretarias
estadual e municipal de Educação avisaram que as escolas abrirão normalmente e que os profissionais
que faltarem terão o ponto cortado.

Belo Horizonte

36
DW. Brasil tem greve e protestos em 25 estados contra as reformas de Temer. DW Brasil. Disponível em: < http://www.dw.com/pt-br/brasil-tem-greve-e-
protestos-em-25-estados-contra-as-reformas-de-temer/a-38630159> Acesso em 28 de abril de 2017.

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Rodoviários, metroviários, professores das redes pública e privada, servidores públicos, profissionais
da saúde, trabalhadores dos Correios, eletricitários, bancários, psicólogos, economistas, jornalistas,
radialistas, petroleiros e aeroportuários, entre outros, prometeram aderir à greve.
No caso dos professores das escolas municipais, foi aprovada uma greve de dois dias, que teve início
já na véspera. Professores e servidores da Universidade Federal de Minas Gerais também decidiram
parar. Algumas unidades do setor de saúde devem funcionar com escala reduzida, a exemplo do Hospital
de Pronto-Socorro João XXIII e dos hospitais Júlia Kubistchek e Odete Valadares.
O TRT-MG declarou feriado no órgão, suspendendo as audiências e os prazos que venceriam na data.
A BH Airport, concessionária do Aeroporto Internacional de Confins, afirmou que os serviços serão
oferecidos normalmente, mas pede que os passageiros se informem diretamente com as companhias
aéreas sobre a situação de seus voos.

Salvador

Rodoviários, bancários, professores das redes estadual e municipal, petroleiros, além de servidores
municipais, da Justiça e do Ministério Público Estadual afirmaram que irão parar as atividades. Os
médicos estaduais também informaram que vão suspender os atendimentos eletivos (como consultas),
mas que os serviços de urgência e de emergência serão mantidos.
No Aeroporto Internacional de Salvador, aeronautas anunciaram adesão ao movimento, e voos
poderão ser cancelados ou remarcados. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas orienta os
passageiros com viagem marcada para que entrem em contato com a empresa aérea e se informem
sobre possíveis cancelamentos e remarcações.

Recife

Policiais civis, federais, rodoviários federais, agentes penitenciários e guardas municipais do Recife
devem aderir à greve geral. Também prometeram parar servidores da Assembleia Legislativa e do
Ministério Público de Pernambuco, professores e servidores das redes estadual, municipal e privada de
educação e auditores fiscais da Secretaria da Fazenda do estado. Houve adesão ainda de metalúrgicos,
petroleiros, químicos, indústria naval, construção pesada, bancários e comerciários.
Uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT) determinou que os serviços de
ônibus e metrô funcionem com 50% da frota nos horários de pico e 30% nos demais períodos e
estabeleceu uma multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento. O Sindicato dos Rodoviários de
Pernambuco, porém, informou que a paralisação está mantida.

Porto Alegre

Rodoviários, metroviários, aeroviários e bancários prometeram aderir à greve. Professores das redes
municipal, estadual, tanto do setor público quanto privado, também aprovaram a adesão.

Curitiba

Motoristas e cobradores de ônibus, professores e servidores das escolas municipais e estaduais,


servidores estaduais da saúde, aeroviários e trabalhadores da limpeza urbana decidiram paralisar nesta
sexta-feira.

Brasil tem 2,6 milhões de crianças em situação de trabalho infantil, diz estudo37

O Brasil tem 2,6 milhões de crianças e adolescentes (entre 5 e 17 anos) em situação de trabalho
infantil, segundo levantamento feito pela Fundação Abrinq. O panorama nacional da infância e
adolescência é lançado nesta terça-feira (21/03) pela organização sem fins lucrativos que promove a
defesa dos direitos de crianças e adolescentes.
A pesquisa ainda aponta um aumento de 8,5 mil crianças de 5 a 9 anos em situação de trabalho infantil,
e redução de 659 mil crianças e adolescentes na faixa de 10 a 17 anos na comparação entre os anos de
2014 e 2015 – segundo dados da Pnad 2015.
A maior parte delas encontra-se nas regiões Nordeste e Sudeste, sendo que, proporcionalmente, a
Região Sul lidera a concentração desse público nessa condição.

37
21/03/2017 – Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/brasil-tem-26-milhoes-de-criancas-em-situacao-de-trabalho-infantil-diz-estudo.ghtml

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A compilação reúne os dados mais recentes no tema, disponibilizados em órgãos como IBGE,
Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Disque Denúncia, entre outros.

Pobreza

O “Cenário da Infância e Adolescência – 2017” também revela que 17,3 milhões de crianças de 0 a 14
anos, equivalente a 40,2% da população brasileira nessa faixa etária, vivem em domicílios de baixa renda,
segundo dados do IBGE (2015).
Entre as regiões que apresentam a maior concentração de pobreza (pessoas que vivem com renda
domiciliar per capita mensal igual ou inferior a meio salário mínimo), o Nordeste e o Norte do País
continuam apresentando os piores cenários, com 60% e 54% das crianças, respectivamente, vivendo
nessa condição.
O guia também traz números sobre o que é considerado como “extrema pobreza”, isto é, crianças cuja
família tem renda per capita é inferior a ¼ de salário mínimo: 5,8 milhões de habitantes (13,5% da
população) de 0 a 14 anos de idade.
A publicação chama a atenção sobre o fato de as regiões que mais concentram crianças e
adolescentes no Brasil apresentarem, justamente, os piores indicadores sociais. No Norte do país, 25,5%
dos bebês dos nascidos são de mães com menos de 19 anos.

Violência

De acordo com o estudo, quase 18,4% dos homicídios no país são praticados contra crianças e
adolescentes. Pouco mais de 80% deles com armas de fogo.
A região Nordeste concentra a maior proporção de homicídios de crianças e jovens por armas de fogo
e supera a proporção nacional em 5,4 pontos percentuais.

Questões

01. (CRQ – 5ª Região (RS) – Auxiliar Administrativo – FUNDATEC) A Declaração Universal dos
Direitos Humanos (DUDH) foi aprovada em 10 de dezembro de 1948 na Assembleia-Geral da
Organização das Nações Unidas (ONU). O documento é a base de uma luta universal que visa a
igualdade e a dignidade de todas as pessoas e o combate à opressão e à discriminação. Os direitos
humanos são essenciais a todos os seres humanos e garantem as liberdades fundamentais que devem
ser aplicadas a cada cidadão do planeta. Dentre as alternativas abaixo, qual NÃO consta como um direito
proclamado no documento assinado pela maioria dos países do mundo?
(A) Direito à propriedade.
(B) Direito de tomar parte na direção dos negócios públicos do seu país; diretamente ou por intermédio
de representantes livremente escolhidos.
(C) Pagamento de salário igual por trabalho igual sem discriminação alguma.
(D) Direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu.
(E) Direito à legítima defesa.

02. (ESAF – Planejamento e Orçamento – ESAF) No Século XXI, o Trabalho Forçado, Trabalho
análogo ao Escravo e o Trabalho Infantil ainda são uma realidade no mundo e o Brasil não é uma exceção.
Existem inúmeras razões para a persistência do Trabalho Forçado e Trabalho análogo ao Escravo no
Brasil.
Não é uma das razões para persistência do Trabalho Forçado no Brasil.
(A) Sentimento de Impunidade para os promotores do Trabalho Forçado ou Trabalho análogo ao
Escravo, na maioria dos casos praticado em áreas distantes e/ ou desconhecidas dos trabalhadores
recrutados.
(B) São raros os casos de condenação criminal por Trabalho Forçado no Brasil. A lei tem dificuldade
em atingir o promotor do trabalho escravo, devido a existência de intermediários (“os gatos”)
encarregados da contratação.
(C) No Brasil, a lei penal é inadequada para a responsabilização dos infratores. Falta clareza ao
qualificar como crime de condição análoga à escravidão a submissão do empregado a uma jornada
exaustiva ou em situação degradante.
(D) A legislação penal brasileira está em descompasso com o conceito universal de trabalho escravo
em razão da não adesão pelo Brasil as Convenções Internacionais que tratam do tema.
(E) Dificuldade de fiscalizar um país com as dimensões territoriais do Brasil.

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Respostas

01. Resposta: E
De acordo com a Declaração Universal dos Diretos Humanos:
Artigo 13°
1.Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no interior de um
Estado.
2.Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de
regressar ao seu país.
Artigo 17°
1.Toda a pessoa, individual ou coletiva, tem direito à propriedade.
2.Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.
Artigo 21°
1.Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direção dos negócios, públicos do seu país, quer
diretamente, quer por intermédio de representantes livremente escolhidos.
Artigo 23°
1.Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e
satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2.Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual38.

02. Resposta: D
O Brasil trata o conceito de trabalho escravo com parâmetros próprios e seguindo as instituições
internacionais. Mas que fique claro, apesar de seguir alguns aspectos, a legislação brasileira referente ao
tema ainda é própria. Segue o link exemplificando que é usado ambos as situações <
http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-12/governo-publica-nova-portaria-sobre-trabalho-escravo>

Educação

Ensino médio em tempo integral alcança 7,9% dos alunos no Brasil, aponta Censo Escolar
201739

Censo Escolar 2017 mostra aumento de 1,5 ponto percentual no total de adolescentes que têm jornada
de sete horas nas escolas.
O total de alunos do ensino médio matriculados em escolas de tempo integral aumentou 1,5 ponto
percentual entre 2016 e o ano passado, de acordo com o Censo Escolar 2017. Ao todo, são 7,9% de
alunos nessa modalidade de ensino. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (31/01) pelo Ministério
da Educação (MEC).
O número ainda está abaixo da meta do governo, que pretende aumentar a porcentagem de vagas em
tempo integral para 13% até 2018, investindo R$ 1,5 bilhão até o fim da gestão. É considerada escola em
tempo integral aquela na qual o estudante passa uma média de sete horas diárias em aulas ou atividades.
Aumentar o tempo de permanência dos jovens na escola é um dos objetivos da reforma do ensino
médio, instituída por meio de medida provisória e sancionada pelo presidente Michel Temer em fevereiro
de 2017.
“O ensino integral reflete a prioridade do MEC. Claro que a escola nunca será integral para todo mundo,
tem aluno que precisa trabalhar. Mas é um papel importante oferecer alternativas para que eles não
abandonem a escola no primeiro ano, que cheguem até o final", afirma Maria Helena Guimarães de
Castro, secretária-executiva do MEC e ministra interina da Educação.

38
https://www.qconcursos.com/questoes-de-
concursos/questoes/search?utf8=%E2%9C%93&todas=on&q=trabalho&instituto=&organizadora=&prova=&ano_publicacao=2017&cargo=&escolaridade=&modalid
ade=&disciplina=56&assunto=&esfera=&area=&nivel_dificuldade=&periodo_de=&periodo_ate=&possui_gabarito_comentado_texto_e_video=&possui_comentarios
_gerais=true&possui_comentarios=&possui_anotacoes=&sem_dos_meus_cadernos=&sem_anuladas=&sem_desatualizadas=&sem_anuladas_impressao=&sem_d
esatualizadas_impressao=&caderno_id=&migalha=&data_comentario_texto=&data=&minissimulado_id=&resolvidas=&resolvidas_certas=&resolvidas_erradas=&na
o_resolvidas=
39
LARISSA BATISTA. Ensino Médio em Tempo Integral alcança 7,9% dos alunos no Brasil, aponta censo escolar 2017. Disponível em:
<https://g1.globo.com/educacao/noticia/ensino-medio-em-tempo-integral-alcanca-79-dos-alunos-no-brasil-aponta-censo-escolar-2017.ghtml> Acesso em 01 de
fevereiro de 2018.

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Ensino médio em tempo integral

Veja a expansão entre 2011 e 2017 da taxa de matrículas no ensino médio de pelo menos sete horas
diárias

No ensino fundamental, a porcentagem de alunos matriculados no ensino integral subiu para 13,9%.
Em 2016, ano que houve uma queda nesse indicador, o percentual era de 9,1%.

Queda nas matrículas do ensino médio

De acordo com o Censo, em 2017, havia 48,6 milhões de matrículas nas 184,1 mil escolas de
educação básica no Brasil. Dentro desse grupo, são 7,9 milhões de matrículas no ensino médio.
O levantamento aponta que o total de matrículas nessa etapa de ensino segue a tendência de queda
observada nos últimos anos, que se deve a duas questões: menos alunos entraram no ensino
fundamental (a matrícula do 9º ano teve queda de 14,2% de 2013 a 2017) e menos estudantes foram
reprovados. Esse último fato faz com que haja uma melhoria no fluxo no ensino médio - a taxa de
aprovação subiu 2,8 pontos percentuais de 2013 a 2017.
"Um número muito elevado de alunos que concluem o nono ano nem se matriculam no ensino médio.
Então essa etapa continua sendo o gargalo." - Maria Helena
"Por isso, a prioridade da agenda do governo foi uma série de ações, como a base comum curricular,
que vai melhorar esse quadro. Essas políticas apresentarão resultado mais para frente, mas são
fundamentais para que o aluno não desista do ensino médio", diz a secretária-executiva do MEC.
Apesar da queda no ensino médio geral, as matrículas nos cursos técnicos de nível médio da rede
pública apresentaram um crescimento de 2,2% no último ano.

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Censo 2017 - matrículas no ensino médio

Luta contra o abandono

A manutenção dos alunos nesta etapa do ensino é um dos desafios para o país, que enfrenta nesta
década taxas de evasão acima de 12%, conforme estudo revelado no ano passado.
O Censo Escolar 2017 mostra que a taxa de distorção idade-série do ensino médio é de 28,2%,
permanecendo em patamar elevado – em 2016, o percentual era de 28,0%. A chamada distorção ocorre
quando jovens que já deveriam ter concluído a etapa ainda permanecem em busca do diploma.
A secretária-executiva do MEC criticou o alto índice de reprovação dos alunos brasileiros. "As crianças
que serão reprovadas terão uma enorme dificuldade de continuar na escola e ter prazer em aprender, ter
curiosidade, porque a escola continuará usando o mesmo livro", disse. "Então é inútil reprovar se a
dinâmica da escola vai se manter a mesma. Isso é um fracasso da escola."
De acordo com dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 53%
dos jovens brasileiros estavam matriculados no ensino médio em 2015, enquanto a média dos países da
OCDE é de 95%.
A estimativa é que mais de 1,5 milhão de jovens de 15 a 17 anos estejam fora da escola. Ao todo, o
Brasil tem cerca de 2,5 milhão de crianças fora das salas de aula.

Cai total de docentes no ensino médio

Um número maior de adolescentes matriculados no ensino médio de tempo integral não significa que
eles passarão mais tempo dentro das salas de aula. As atividades previstas para a “jornada estendida”
também não necessariamente serão orientadas por professores.
Entre 2016 e 2017, o ensino médio brasileiro viu, na prática, que houve redução de 1,9% no número
de docentes. Atualmente, esse grupo tem 509,8 mil professores, sendo que 77,7% atuam na rede
estadual de educação e 20,2% dão aulas em escolas particulares.
A maioria, nessa etapa de ensino, é formada por mulheres (59,6%) e 52,9% têm mais de 40 anos de
idade. Mas 6,5% dos professores do ensino médio ainda não têm o nível superior completo e 13,2% não
possuem licenciatura. De acordo com os dados do Censo Escolar 2017, 3,9% dos professores no ensino
médio estão, atualmente, cursando o nível superior.

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Formação de professores do ensino médio em 2017

As parcelas de docentes do ensino médio que são formados na disciplina que lecionam são menores
em sociologia (27,1%), artes (41,1%), física (42,6%) e filosofia (44,22%). Nesses quatro componentes
curriculares, os professores estudaram outro campo do conhecimento, e não o que ensinam aos alunos.
Para reverter o quadro, a aposta do ministério é a oferta de cursos a distância ou semi presenciais. "O
MEC está ampliando a oferta de matrículas na Universidade Aberta do Brasil, para que os professores
tenham a chance de fazer ou a distância ou em curso semi presencial os cursos de formação superior
assim eles complementem a formação de casos de professores que não atuam na área pela qual foram
formados", afirma Maria Helena.

Escolas particulares x escolas públicas

O Censo Escolar 2017 mostra que os municípios são responsáveis por 61,3% das escolas brasileiras
– o equivalente a 112,9 mil instituições de ensino. As estaduais representam 16,6% e as federais, 0,4%.
A porcentagem de colégios privados apresentou um pequeno aumento entre 2016 e 2017: foi de 21,5%
para 21,7% das escolas de educação básica.
Considerando as etapas de ensino oferecidas pelas instituições, percebe-se que a maior parte delas
tem vagas nos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano). O ensino médio, por outro lado, só está
disponível em 28.558 escolas – 15,5% do total:

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Número de escolas que oferecem cada etapa de ensino (2017)

Sobre as matrículas, 0,8% dos alunos estão em escolas federais, 33,4% em estaduais, 47,5% em
municipais e 18,3% em particulares.

Professores na educação infantil e no fundamental

Analisando a formação dos professores na educação infantil, 6,2% deles estudaram até o ensino
fundamental e 18,1% não terminaram nem o ensino médio. Apenas 65,9% fizeram a licenciatura e 1,2%,
o bacharelado. Outros 8,5% estão na universidade, segundo o Censo.

Formação de professores da educação infantil em 2017

No ensino fundamental, 3,7% dos docentes não terminaram o ensino médio e 5% estudaram só até
essa etapa. Existem ainda 6% que estão na faculdade e 85,3% formados na universidade.

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Sobre as disciplinas, o Censo aponta que língua estrangeira têm apenas 42% dos professores com
formação adequada na área. Em 23,7% dos casos, os docentes desse componente curricular não
possuem sequer ensino superior completo.

Inclusão escolar

Entre 2013 e 2017, o número de matrículas de alunos com deficiência nas escolas cresceu 22,7%:
saltou de 639.888 para 827.243 crianças e adolescentes de 4 a 17 anos. A pesquisa inclui também
estudantes com transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades.
Em 2013, 14,5% deles estavam em salas especiais, reservadas apenas para pessoas com deficiência.
No ano passado, o índice caiu para 9,1% - ou seja, 90,9% desses alunos estão estudando em classes
comuns, em que há, juntas, crianças com e sem necessidades educativas especiais.
É importante ressaltar, no entanto, que a inclusão escolar abrange mais do que a presença desses
estudantes na escola: é necessário que haja uma política de atendimento a elas, com materiais didáticos
adaptados, professores com formação adequada e acessibilidade na infraestrutura dos prédios.
Cresceu também a parcela de alunos com deficiência que usufruem do chamado atendimento
educacional especializado – um direito deles, reservado por lei, de ir à escola no contraturno para receber
um atendimento específico.
Uma criança que estude na turma comum pela manhã, por exemplo, pode ir à tarde para a escola e
ter um tempo reservado para desenvolver trabalhos relacionados à deficiência, como melhoria da
coordenação motora, socialização, etc. Em 2013, 35,2% dos alunos com necessidades educativas
especiais estavam em classes comuns e frequentavam a sala de atendimento especializado. No ano
passado, o índice subiu para 40,1%.
É interessante notar que os municípios com menores porcentagens de matrículas de crianças com
deficiência estão no Sul e no Sudeste. No Paraná, por exemplo, 16,5% das cidades possuem menos da
metade dos alunos de 4 a 17 anos desse grupo em classes comuns.
Analisando a porcentagem das crianças e adolescentes com deficiência nas salas comuns, por etapa
de ensino, temos os seguintes resultados, de acordo com o Censo:

Porcentagem de alunos com deficiência matriculados em salas comuns

Sisu cresce quatro vezes em sete anos e concentra quase metade das vagas públicas em
universidades40

Levantamento do G1 mostra a expansão de vagas do sistema do MEC, que desde 2010 usa a nota do
Enem para selecionar candidatos para cada vez mais vagas no ensino superior público.

40
MORENO, ANA CAROLINA. Sisu cresce quatro vezes em sete anos e concentra quase metade das vagas públicas em universidades. G1 Educação. Disponível
em: <https://g1.globo.com/educacao/noticia/sisu-cresce-quatro-vezes-em-sete-anos-e-concentra-quase-metade-das-vagas-publicas-em-universidades.ghtml>
Acesso em 23 de janeiro de 2018.

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Criado depois da reformulação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2009, o Sistema de
Seleção Unificada (Sisu) ganhou, em menos de uma década, o status de maior aglutinador de vagas em
graduação nas instituições públicas do país. Entre 2010 e 2016, o número de vagas que as universidades,
institutos e faculdades federais e estaduais decidiram destinar ao sistema cresceu mais de quatro vezes,
e a concentração do total de vagas ofertadas no ensino superior público do Brasil no Sisu saltou de 10,7%
para 43%.
Nesta terça, o Sisu 2018 do primeiro semestre abriu as inscrições para 239.601 vagas em 130
instituições.
O levantamento foi feito pelo G1 a partir de dados divulgados ano a ano pelo Ministério da Educação
e informações das edições do Censo da Educação Superior de 2010 e 2016, ano dos dados mais recentes
disponíveis.

A evolução do Sisu

Em 2010, as 47.913 vagas oferecidas por meio do Sisu representaram 10,7% do total de 445.337
vagas oferecidas por vestibular ou outros processos seletivos de todos os cursos presenciais em
universidades públicas, segundo os dados do Censo da Educação Superior.
Entre 2010 e 2016, as instituições públicas haviam expandido seu número total de vagas oferecidas
para 529.239, um aumento de 18,8%. Mas, nesse mesmo período, a expansão de vagas do Sisu foi de
376%. Na edição do primeiro semestre de 2016, o Sisu reuniu 228.071 vagas, ou seja, 43,1% do total de
novas vagas oferecidas no ensino superior público em todo o país.

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Histórico do Sisu

Fonte: <https://g1.globo.com/educacao/noticia/sisu-cresce-quatro-vezes-em-sete-anos-e-concentra-quase-metade-das-vagas-publicas-em-
universidades.ghtml>

Distribuição de vagas

Nesta edição, são 100 instituições federais participantes, e 30 estaduais. De acordo com o MEC, as
instituições aumentaram o número de vagas oferecidas, mas reduziram o número de cursos com os quais
aderiram ao sistema. O estado com o maior número de vagas oferecidas é Minas Gerais, que responde
por 30.381 vagas, ou 12,7% do total do Sisu. Rondônia, com 328, e Roraima, com 886 vagas, são os
estados com a menor oferta neste semestre.
Atualmente, segundo dados do MEC, só duas universidades federais não participam do Sisu: a
Universidade Federal de Rondônia (Unir) e a Universidade Federal do Oeste do Pará. "Ele é por adesão
e não é obrigatório. Das nossas 63 universidades federais, por exemplo, atualmente 61 já ofertam vagas",
explicou Fernando Bueno, coordenador-geral de Programas de Ensino Superior do MEC, em dezembro,
quando a nova edição foi anunciada.
"Cada instituição tinha o seu vestibular, em uma data diferente. (...) Às vezes havia coincidência de
datas e o candidato tinha que optar por um ou por outro. O Sisu veio para unificar."

Cotas raciais e sociais

Das 239 mil vagas oferecidas pelo Sisu 2018, 121.266 (ou 50,6%) estão reservadas para alguma
modalidade de cota social ou racial. São 103.897 vagas que seguirão a Lei Federal de Cotas, obrigatória
apenas para as instituições federais, e 17.369 vagas de outras políticas de ação afirmativa que tanto as
instituições federais quanto as estaduais têm liberdade para criar.
A USP, por exemplo, vai oferecer 2.745 vagas em 102 cursos pelo Sisu; dessas, 2.322 são destinadas
a ações afirmativas, o que representa 84,5% do total.
O estado com o maior número de vagas reservadas para algum tipo de cota é Santa Catarina, com
60,8% do total. O Piauí, com 41,9% das vagas destinadas às ações afirmativas, é o estado com a menor
porcentagem. As instituições federais são obrigadas por lei a destinar pelo menos 50% de suas vagas a
cotistas, somando todas as vagas oferecidas, incluindo as do Sisu e as do vestibular tradicional.

Analfabetismo entre pessoas pretas e pardas é mais que o dobro do que entre as brancas, diz
IBGE41

41
G1. Analfabetismo entre pessoas pretas e pardas é mais que o dobro do que entre as brancas, diz IBGE. G1 Educação. Disponível em:
<https://g1.globo.com/educacao/noticia/analfabetismo-entre-pessoas-pretas-e-pardas-e-mais-que-o-dobro-do-que-entre-as-brancas-diz-ibge.ghtml> Acesso em 21
de dezembro de 2017.

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Taxa geral de analfabetismo no país caiu para 7,2%. Entre as pessoas autodeclarados pretas ou
pardas, índice é de 9,9%, e de 4,2% entre as brancas.
Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) aponta que, em 2016, a taxa de analfabetismo no país caiu para 7,2%. Em 2015, 8% dos
brasileiros com 15 anos ou mais não sabiam ler ou escrever no país.
O levantamento foi feito ao longo de 2016 por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (PNAD). Naquele ano, o total de analfabetos foi estimado em 11,8 milhões de pessoas e
"apresentou relação direta com a idade, aumentando à medida que a idade avançava até atingir 20,4%
entre as pessoas de 60 anos ou mais".
O total de analfabetos mostra que o país ainda está distante de cumprir a Meta 9 do Plano Nacional
de Educação (PNE), instituído pela Lei n. 13.005. O PNE estipulava a redução da taxa de analfabetismo
para 6,5%, em 2015.

Taxa entre pretos ou pardos

Além de notar que a taxa é maior entre os mais idosos, a pesquisa também aponta que o número é
superior entre as pessoas pretas ou pardas. Se considerados apenas os autodeclarados brancos, a taxa
total de analfabetismo é de 4,2%, enquanto entre as que se declaravam pretas ou pardas o índice foi de
9,9%. Em um recorte que considera as pessoas com 60 anos ou mais, o percentual entre os dois grupos
é de, respectivamente, 11,7% e 30,7%.
"Essa relação foi constatada em todas as Grandes Regiões", analisa o relatório do IBGE.
No país, a taxa de analfabetismo para os homens de 15 anos ou mais de idade foi 7,4% e para as
mulheres, 7,0%.

Analfabetismo nas regiões

De acordo com o estudo, a região Nordeste apresentou a maior taxa de analfabetismo (14,8%), o que
representa "em torno de quatro vezes mais do que as taxas estimadas para as regiões Sudeste (3,8%) e
Sul (3,6%). Na Região Norte essa taxa foi 8,5% e no Centro-Oeste, 5,7%. Logo, a Meta 9 do PNE para
2015 só foi alcançada nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste".

Nível de instrução e anos de estudo

De acordo com o IBGE, no Brasil, 51% da população de 25 anos ou mais de idade estavam
concentradas nos níveis de instrução até o ensino fundamental completo ou equivalente; 26,3% tinham o
ensino médio completo ou equivalente; e 15,3%, o superior completo.
"Considerando a cor ou raça, as diferenças no nível de instrução se mostraram ainda maiores:
enquanto 7,3% das pessoas brancas não tinham instrução, 14,7% das pessoas pretas ou pardas estavam
nesse grupo. Situação inversa ocorreu no nível superior completo: 22,2% das pessoas brancas o
possuíam, ao passo que entre as pretas ou pardas a proporção era de 8,8%", aponta o relatório do IBGE.

Taxa de escolarização

A pesquisa também verificou o percentual das pessoas que frequentavam a escola, um contingente
que somava 56,5 milhões de pessoas. "Entre as crianças de 0 a 3 anos a taxa de escolarização foi 30,4%,
o equivalente a 3,1 milhões de estudantes, e entre as crianças de 4 e 5 anos, faixa correspondente à pré-
escola, a taxa foi de 90,2%, totalizando 4,8 milhões de estudantes".
A meta 1 do PNE estabelecia a universalização, até o ano de 2016, da educação infantil na pré-escola.
Entretanto a PNAD constatou, em 2016, taxa de 90,2%.
Apesar de a meta não ter sido atingida, houve um aumento significativo da presença de crianças de 4
a 5 anos na escola. Em 4 anos, o índice subiu de 78,1% para 90,2%.
A PNAD também constatou que 5% dos estudantes de 6 a 10 anos e 15,6% de 11 a 14 anos de idade
estavam atrasados em relação à etapa de ensino que deveriam estar frequentando, seja por reprovação,
seja por evasão.
A meta 2 prevê a universalização, até 2024, do ensino fundamental de nove anos para as pessoas de
6 a 14 anos.

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Rede de ensino

Do total de estudantes, 73,5% frequentavam escola pública, enquanto 26,5%, escola privada.
"Enquanto nos cursos até o ensino médio a rede pública corresponde a mais de 70% dos estudantes, no
ensino superior de graduação essa participação se reduz a 25,7%, e na especialização, mestrado e
doutorado equivale a 32,9%", aponta o relatório.
A pesquisa estimou que 24,8 milhões das pessoas de 14 a 29 anos de idade não frequentavam escola,
cursos pré-vestibular, técnico de nível médio ou de qualificação profissional, e, no caso dos mais velhos,
não haviam concluído uma graduação.

Ocupação e condição de estudo

O IBGE também analisou a situação na ocupação e condição de estudo para pessoas de 14 a 29 anos.
"No que diz respeito à cor ou raça, a maior diferença entre os grupos foi estimada para as pessoas que
estavam não ocupadas e não estudavam: 16,6% para as pessoas brancas e 23,3% para as pretas ou
pardas", aponta o relatório do IBGE.

Universidades federais terão metade da verba de investimentos controlada pelo MEC em


201842

Antes, as próprias instituições de ensino administravam 100% da verba. Objetivo da medida é


'melhorar eficiência das obras'.
Em 2018, o Ministério da Educação (MEC) controlará 50% dos valores de investimento liberados para
as universidades federais. A outra metade continuará sendo administrada pelas próprias instituições de
ensino. Segundo a pasta, a medida “vai melhorar a eficiência na gestão das obras”.
De acordo com o ministério, a mudança não afeta a autonomia das universidades. “A matriz do MEC
priorizará, por exemplo, obras de salas de aula e de laboratórios, (...) com melhores indicadores de
desempenho físico e financeiro”, afirma o MEC, em comunicado. O objetivo é evitar que obras sejam
descontinuadas, já que a parte do governo só seria aplicada após a análise de todos os riscos e impactos
que um projeto poderia causar.
A metade que será administrada pelas instituições de ensino federais será gasta da forma que elas
decidirem – seja com contratações, licitações ou compra de materiais. Segundo o MEC, essa nova
sistemática está prevista na Constituição Federal.
O G1 entrou em contato com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino
Superior no Brasil (Andifes), mas ainda não obteve resposta.
Em nota, a Reitoria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) manifestou preocupação quanto
à decisão do Ministério da Educação.
"No caso da Unifesp, a decisão coloca em risco as obras que estão em andamento (campus de
Diadema e de Osasco), o que se soma ao contingenciamento dos recursos nos últimos anos. Dos R$ 34
milhões em investimento previstos em 2017, somente 70% foram liberados pelo MEC (cerca de R$ 23,1
milhões) até o momento. Nesse novo formato, só estão garantidos R$ 3,5 milhões para o próximo ano.
Destaca-se que estes são fundamentais para consolidar o processo de expansão", informou a entidade.

Crise nas federais

Durante o ano, as universidades federais demonstraram preocupação com a falta de recursos


financeiros que deveriam receber do MEC. Representantes das instituições disseram, por exemplo, que
estavam reduzindo cardápios dos restaurantes universitários, atrasando contas e tentando renegociar
contratos.
No meio do ano, o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de
Ensino Superior (Andifes), Emmanuel Tourinho, alegou inclusive que, com os recursos que haviam sido
liberados até agosto, as universidades só conseguiriam funcionar até setembro. Despesas com energia,
vigilância, limpeza e bolsas para alunos de baixa renda estavam comprometidas.
Diante da crise nas federais, o MEC afirmou que estava trabalhando para diminuir a porcentagem do
orçamento que estava congelada. Em outubro, 15% dos gastos de custeio (como gastos com luz, água,

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G1. Universidades Federais terão metade da verba de investimentos controlada pelo MEC em 2018. G1 Educação. Disponível em:
<https://g1.globo.com/educacao/noticia/universidades-federais-terao-metade-da-verba-de-investimentos-controlada-pelo-mec-em-2018.ghtml> Acesso em
20.12.2017.

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manutenção e serviços terceirizados) e 40% dos gastos de capital (obras e reestruturação de prédios)
estavam contingenciados.

Verba de custeio

No fim de novembro, o MEC afirmou que liberou R$ 1,023 bilhão para as universidades federais. Com
essa parcela, a pasta afirma ter alcançado toda a verba (R$ 7 bilhões) que deveria ser destinada, em
2017, para "custeio" das instituições federais.
O "custeio" representa os gastos como contas de luz, água, manutenção e pagamento de funcionários
terceirizados. Por lei, não são despesas obrigatórias para o governo e, por isso, estão sujeitas a cortes,
caso haja contingenciamento.

Cortes e orçamento menor em 2017

As universidades e institutos federais estão entre as diversas áreas do governo afetadas pelo
contingenciamento anunciado pelo governo federal em março. Apenas no MEC, o corte atingiu R$ 3,6
bilhões de despesas diretas (além de R$ 700 milhões em emendas parlamentares para a área de
educação).
A situação fez com que as universidades e institutos apertassem ainda mais os gastos, já que o
orçamento para essas duas despesas em 2017 já era entre 8,1% e 31,1% menor do que o de 2016.

Governo decide reincorporar ensino religioso na Base Nacional Curricular43

MEC e CNE discutem mudanças no documento voltado à educação infantil e ensino fundamental
BRASÍLIA - Depois de retirar o ensino religioso da última versão da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) referente à educação infantil e ao ensino fundamental, o Ministério da Educação (MEC)
recuou da decisão e resolveu reincorporar o tema ao documento. A decisão recente do Supremo Tribunal
Federal, que considerou constitucional a oferta da disciplina nas escolas, mantendo a matrícula
facultativa, ampliou as pressões de grupos religiosos em favor da volta do assunto para a BNCC.
A volta do ensino religioso está dentro de um pacote de últimas sugestões levantadas pelo Conselho
Nacional de Educação (CNE), a partir de audiências públicas realizadas pelo país neste ano, que estão
sendo debatidas com o MEC nesta quinta-feira. O CNE fará então a versão final do texto para encaminhá-
lo ao ministro da Educação, a quem cabe homologar a BNCC. O documento irá definir o que deve ser
aprendido pelos alunos em cada etapa escolar. A previsão é que esteja pronto até o fim deste ano.
Segundo o secretário de Educação Básica do MEC, Rossieli Silva, a decisão de recolocar o ensino
religioso na BNCC vem de uma “sensibilidade” em torno do tema a partir das manifestações colhidas nas
últimas audiências:
— O que há é uma sensibilidade clara de que o ensino religioso deve ser tratado na Base Nacional
Comum. Existe uma comissão do CNE específica para tratar de ensino religioso e esta comissão está
debruçada e trará uma proposta.
O presidente do CNE, Eduardo Deschamps, afirmou que a própria decisão do Supremo deixou
registrada a necessidade de haver uma regulamentação sobre a oferta do ensino religioso, embora os
alunos não sejam obrigados a se matricular:
— A lei fala da oferta, que é obrigatória com matrícula facultativa, mas não diz como deve ser. Temos
vários documentos que podem tratar disso. Um deles é a Base.
Deschamps minimiza as pressões sofridas pelo CNE desde que a terceira versão da BNCC foi
entregue pelo MEC, em abril deste ano, para análise, modificações e aprovação.
— Não são pressões, mas manifestações da sociedade de maneira em geral. Essa é uma Casa para
receber esse tipo de manifestação.

Indígenas e Quilombolas

Além da volta do ensino religioso, outras mudanças serão feitas, como a incorporação de um
detalhamento mais apurado em língua portuguesa e na educação indígena e quilombola. A antecipação
do fim do ciclo de alfabetização para o 2º ano, em vez do 3º ano, é outra mudança feita pelo MEC na
última versão da BNCC, mas sobre a qual não se sabe o que o CNE fará.

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MARIZ, RENATA. Governo decide reincorporar ensino religiosa na Base Nacional Curricular. O Globo Sociedade. Disponível em: <
https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/governo-decide-reincorporar-ensino-religioso-na-base-nacional-curricular-
22050225?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo> Acesso em 10 de novembro de 2017.

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— Existem posicionamentos individuais de conselheiros acerca da alfabetização que podem ser
divergentes da posição do MEC. Mas a manifestação do CNE só se dará no momento em que aprovar o
parecer e a devolução final do documento.
Tanto Deschamps quanto Rossieli disseram que não haverá uma quarta versão da BNCC e que o
cronograma está mantido, para que o documento seja entregue ainda neste ano ao MEC. Após
homologação do ministro, o texto se torna uma norma nacional. Eles minimizaram o número de críticas e
sugestões colhidas nas audiências públicas feitas pelo CNE e que agora serão debatidas:
— Foram 234 postagens e contribuições. Muitas delas se repetem. E obviamente agora haverá uma
análise — disse Deschamps.
Ele lembrou que a primeira versão da BNCC recebeu 12 milhões de intervenções e a segunda contou
com 9 mil participantes em discussões regionais. Agora, segundo Deschamps, são apenas “centenas de
contribuições, apenas ajustes”.

Plenário do Senado aprova MP da reforma do Fies44

O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (08/11) a medida provisória (MP 785/2017) que
reformula o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Aprovada na forma de um projeto de lei de
conversão (PLV 34/2017), a MP segue agora para sanção presidencial.
Entre as principais mudanças, está a exigência, já para 2018, de adesão das faculdades interessadas
a um fundo de garantia, além do pagamento das parcelas do financiamento pelo estudante logo após o
término do curso. Antes da MP, os alunos tinham uma carência de 18 meses para começar a pagar, após
o término da faculdade. Apesar de retirar a carência, o texto prevê juro zero para beneficiários nos
contratos assinados a partir de 2018. Alterações dos juros não incidirão sobre contratos firmados antes
da mudança.
A MP também destina recursos de vários fundos regionais para o Fies: Fundos de Desenvolvimento
do Centro-Oeste (FDCO), do Nordeste (FDNE) e da Amazônia (FDA); Fundos Constitucionais de
Financiamento do Norte (FNO), do Nordeste (FNE) e do Centro-Oeste (FCO). Há ainda a previsão de
recursos por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A revisora da matéria, senadora Lúcia Vânia (PSB-GO), afirmou que a MP é uma forma de salvar o
Fies. Segundo a senadora, “da forma como está hoje, o Fies é um programa totalmente inviável”. Lúcia
Vânia disse que o país ainda tem a necessidade do apoio do governo no financiamento da educação
superior. Ela apontou, porém, que uma série de decisões equivocadas, tanto do ponto de vista de gestão
quanto do econômico, comprometeu o programa. Assim, argumentou, o governo acertou com a edição
da medida.
- A MP é muito bem-vinda. Haverá avanços na gestão, nos modelos de financiamento e na
diversificação das fontes – declarou.

Debate

A aprovação da MP, no entanto, não veio sem polêmica. Para a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), a
MP pode inviabilizar o Fies. O fim da carência de 18 meses para o estudante começar a pagar o
financiamento, após o fim da faculdade, foi um dos pontos criticados. Fátima chegou a apresentar um
destaque para resgatar esse item, por meio de uma emenda do senador José Pimentel (PT-CE), mas não
houve apoio suficiente para a emenda ser aprovada. Ela disse ainda que o Brasil registra um baixo
número de jovens com acesso a curso superior, de apenas 18%, e que as alterações promovidas pela
MP poderão piorar esse índice.
Ao anunciar posição contrária à matéria, o líder do PT, senador Lindbergh Farias (RJ), disse que o
governo Michel Temer tem tomado seguidas medidas de ataque à educação – e a MP do Fies seria mais
um exemplo. Segundo Lindbergh, dos 700 mil beneficiários em 2014, o Fies pode ser reduzido a apenas
100 mil com as alterações.
O senador também reclamou do que chamou de “truculência” do presidente do Senado, Eunício
Oliveira – que não teria dado tempo para o debate. Na visão de Lindbergh, a “cabeça de empresário de
Eunício” estaria distorcendo sua relação com o Plenário.
- Vossa Excelência precisa respeitar os senadores. Aqui não é sua empresa – criticou.
- Nem é sua casa. Eleja-se presidente do Senado – rebateu Eunício, antes de conceder a palavra a
Lindbergh.

44
AGÊNCIA SENADO. Plenário do Senado aprova MO da reforma do FIES. Senado Notícias. Disponível em:
<https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2017/11/08/plenario-do-senado-aprova-mp-da-reforma-do-fies?utm_source=midias-sociais&utm_medium=midias-
sociais&utm_campaign=midias-sociais> Acesso em 10 de novembro de 2017.

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1433378 E-book gerado especialmente para WILLIAM NASCIMENTO
O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) defendeu a MP, apontando que haverá 300 mil vagas para o Fies
no próximo ano. Marta Suplicy (PMDB-SP) classificou o Fies como um dos programas mais importantes
para a educação nacional. Ela criticou vários desvios de finalidades do programa e apontou que a MP é
uma forma de acertar os rumos do Fies. Wilder Morais (PP-GO) também defendeu a matéria e disse que
é “pelo estudo” que é possível vencer na vida.

Fundos

Para a senadora Simone Tebet (PMDB-MS), a MP é uma forma de democratizar o acesso dos jovens
ao ensino superior. Ela criticou, porém, a possibilidade de uso de recursos dos fundos constitucionais
para o Fies, pois seria “dar com uma mão para tirar com a outra”, e pediu que o governo vete esse item.
O senador José Medeiros (Pode-MT) também manifestou preocupação com os recursos dos fundos
constitucionais.
Na opinião de Renan Calheiros (PMDB-AL), o uso dos fundos é um equívoco da MP, que ainda pode
reduzir o Fies a apenas um “plano piloto”. Segundo a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), o modelo
atual do Fies é “cruel”, enquanto a MP apresenta várias conquistas. Ela se disse favorável à proposição,
mas manifestou preocupação com os fundos constitucionais.
De acordo com o senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB-PE), o Fies vai continuar robusto e
atendendo à parte mais necessitada da população. Bezerra acrescentou que o programa terá condições
de atender 300 mil estudantes ao ano, o que corresponde à série histórica do Fies. Ele reconheceu, ainda,
que é preciso refletir sobre o uso dos fundos, mas ressaltou que seu uso não é “impositivo, mas pode ser
demandado”. Na visão do senador Telmário Mota (PTB-RR), a medida traz vários pontos positivos. Ele
defendeu o uso de recursos dos fundos – que podem “financiar empresas e também poderiam financiar
pessoas”.
- Essa MP traz amplos benefícios para o país, principalmente em um momento de grande
inadimplência – argumentou Telmário.

Câmara arquiva PEC que permitiria cobrança por cursos em universidades públicas45

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 395/14, que permitiria às universidades cobrarem por
cursos de pós-graduação lato sensu (especialização), de extensão e de mestrado profissional foi
arquivada. Eram necessários 308 votos para a aprovação da matéria em segundo turno na Câmara dos
Deputados, mas 304 parlamentares se posicionaram a favor e 139, contra.
O texto já havia passado pela Câmara em primeiro turno e alterava o Artigo 206 da Constituição
Federal, que determina a gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais. Na ocasião, os
parlamentares aprovaram um substitutivo do deputado Cléber Verde (PRB-MA), que alterou a proposta
inicial para incluir o mestrado profissional como passível de cobrança. O tema foi o principal ponto de
polêmica entre os deputados. Parte da base aliada defendeu a medida, e a oposição contestou os
argumentos dos governistas, alegando que a proposta poderia levar à privatização do ensino público.
Antes da rejeição da PEC, Celso Pansera (PMDB-RJ) negou a intenção de privatizar o ensino público.
Para o deputado, a iniciativa iria suprir uma demanda do mercado por cursos de especialização. “A
modernização do sistema produtivo cria demandas pontuais por cursos de pós-graduação lato sensu (em
sentido amplo). As universidades públicas têm quadros preparados para prestar esse serviço ao futuro
do país e não conseguem porque a legislação não permite”, sustentou.
O líder do PSOL, Glauber Braga (RJ), disse que a cobrança de mensalidades flexibiliza o direito à
educação assegurado na Constituição e que a medida poderia acabar sendo estendida para outras
etapas de ensino. “Onde a gente vai parar? Primeiro é a vírgula da pós-graduação, depois a graduação
e depois a educação básica”, afirmou.

Questões

01. (UFFS – Farmacêutico – FAFIPA)46 Os estudantes brasileiros de nível superior podem contar
com o financiamento das anuidades como forma de estimular a permanência e a conclusão de curso

45
29/03/2017 – Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2017-03/camara-arquiva-pec-que-permitira-cobranca-por-cursos-em-universidades
46
https://www.qconcursos.com/questoes-de-
concursos/questoes/search?utf8=%E2%9C%93&todas=on&q=fies&instituto=&organizadora=&prova=&ano_publicacao=&cargo=&escolaridade=&modalidade=&disc
iplina=56&assunto=1327&esfera=&area=&nivel_dificuldade=&periodo_de=&periodo_ate=&possui_gabarito_comentado_texto_e_video=&possui_comentarios_gerai
s=true&possui_comentarios=&possui_anotacoes=&sem_dos_meus_cadernos=&sem_anuladas=&sem_desatualizadas=&sem_anuladas_impressao=&sem_desatu
alizadas_impressao=&caderno_id=&migalha=&data_comentario_texto=&data=&minissimulado_id=&resolvidas=&resolvidas_certas=&resolvidas_erradas=&nao_res
olvidas=

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de graduação em instituições não gratuitas. O programa do Ministério da Educação (MEC) destinado
à concessão deste financiamento chama-se:
(A) FIES
(B) FNDE
(C) ENADE
(D) PROUNI
(E) ENEM

02. (PROAMUSEP – Enfermeiro – FAUEL) Em 2016, ocorreu um relevante movimento de


ocupação em escolas, institutos e universidades federais por todo o país. Segundo dados divulgad os
pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, mais de mil estabelecimentos estavam ocupados
no mês de outubro. Assinale a alternativa que melhor explica esse movimento de ocupações: Em
2016, ocorreu um relevante movimento de ocupação em escolas, institutos e universidades federais
por todo o país. Segundo dados divulgados pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, mais
de mil estabelecimentos estavam ocupados no mês de outubro. Assinale a alternativa que melhor
explica esse movimento de ocupações:
(A) As ocupações estiveram focadas nos graves problemas enfrentados pelo Exame Nacional do
Ensino Médio (ENEM) nos últimos anos.
(B) Estudantes e professores uniram-se contra as propostas do Governo Federal para realizar
operações de varredura em penitenciárias do país.
(C) Foi um movimento estudantil organizado pela oposição peemedebista a favor do afastamento da
então presidente Dilma Rousseff.
(D) Tratou-se de uma forma de protestos contra a chamada “PEC do Teto” e outras medidas que
afetariam o Ensino Médio.

03. (CRBio – 1ª Região – Auxiliar Administrativo – VUNESP) Alvo de protestos de estudantes em


todo o país, a lei da reforma do ensino médio foi promulgada nesta quinta- -feira (16.02) pelo presidente
da República, Michel Temer, em cerimônia no Palácio do Planalto. A proposta, feita por meio de uma
Medida Provisória, foi aprovada na semana passada pelo Senado.
(Valor, https://goo.gl/Y3J7PW, 16.02.2017. Adaptado)
Essa reforma
(A) cria a base nacional curricular comum e proíbe a participação de não docentes na sala de aula.
(B) estabelece a segmentação de disciplinas por áreas de conhecimento e amplia a carga horária.
(C) transforma Artes e Educação Física em disciplinas facultativas e organiza o ensino em módulos.
(D) extingue o turno integral nas escolas públicas e favorece a formação profissional dos jovens.
(E) universaliza os cursos à distância e permite ao aluno a escolha de somente uma área de estudo.

Respostas

01. Resposta: A
O FIES é um programa do Governo criado em 1999 para substituir o Programa de Crédito Educativo
– PCE/CREDUC. Destina-se a financiar a graduação no Ensino Superior de estudantes que não possuem
condições de arcar com os custos de sua formação47.

02. Resposta: D
Uma das principais medidas anunciadas até agora pelo governo de Michel Temer é a PEC 241,
que estabelece um teto para o crescimento dos gastos públicos. No Senado, a proposta tramitou
como PEC 55. A mudança de número seria por conta da organização das proposições no Senado.
No dia 13 de dezembro, o Senado aprovou em segundo turno a proposta do governo, com 53 votos
a favor e 16 contrários.
Com a aprovação do teto de gastos, a tendência é que dentro de alguns anos os gastos públicos
tenham uma participação menor na economia e que os recursos que financiam servi ços públicos
sejam limitados, tais como educação e saúde 48.

03. Resposta: B
Alvo de protestos de estudantes em todo o país, a lei da reforma do ensino médio foi promulgada
nesta quinta-feira (16) pelo presidente da República, Michel Temer, em cerimônia no Palácio do

47
https://guiadoestudante.abril.com.br/fies-prouni/o-que-e-e-como-funciona-o-fies-financiamento-estudantil/
48
http://www.politize.com.br/teto-de-gastos-publicos-infografico/

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Planalto. A proposta, feita por meio de uma Medida Provisória, foi aprovada na semana passada pelo
Senado, no dia 08. A reforma flexibiliza o conteúdo que será ensinado aos alunos, muda a distribuição
do conteúdo das 13 disciplinas tradicionais ao longo dos três anos do ciclo, possibilita a oferta do
ensino técnico na grade curricular e incentiva a ampliação de escolas de tempo integral. O ensino
médio terá cinco tipos, que são chamados de itinerários formativos, que são: linguagens e suas
tecnologias; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; ciências
humanas e sociais aplicadas e formação técnica e profissional 49.

Saúde
saúde
OMS vê risco de intensificação do surto de febre amarela50

A Organização Mundial de Saúde passou a considerar o estado de São Paulo como área de risco para
a febre amarela e recomendou a vacinação para todos os viajantes internacionais que passarem pelo
estado, inclusive regiões costeiras e metropolitana.
A representação da Organização Pan-americana de Saúde (Opas) no Brasil afirmou à BBC Brasil que
a OMS tomou essa decisão por conta da gravidade da doença e do aumento na ocorrência de casos. A
Opas vê as epizootias (mortes de macacos) na região de São Paulo como um sinal de intensificação de
risco e por esse motivo emitiu o alerta.
A organização também considera estender o alerta a outras regiões do Brasil, se novos casos
aparecerem, e está monitorando a situação com interesse.
"A determinação de novas áreas consideradas de risco de transmissão de febre amarela e com
recomendação de vacina é um processo contínuo", afirmou em comunicado. A última mudança no status
do Brasil foi registrada em abril de 2017.
A recomendação de vacinação já é válida para viajantes internacionais que visitem estados das regiões
Centro-Oeste e Norte do Brasil, Minas Gerais e Maranhão, além de partes dos estados da região Sul,
Bahia e Piauí.
"A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS) avalia que a
medida mais importante para prevenir a febre amarela é a imunização. Quem vive ou se desloca para as
áreas de risco deve estar com as vacinas em dia e se proteger de picadas de mosquitos", recomenda.

Ministério da Saúde

Consultado pela BBC Brasil, o Ministério da Saúde afirmou que "mantém a estratégia definida pelo
estado de São Paulo para vacinação da população contra a febre amarela". Segundo a pasta, as áreas
de vacinação foram determinadas "de acordo o acompanhamento da circulação do vírus, baseada no
mapeamento epidemiológico das regiões. A vacinação está sendo intensificada nas áreas com risco de
infecção pela doença."
"A Organização Mundial de Saúde (OMS) ampliou, nesta terça-feira (16), a orientação aos viajantes
internacionais que vêm ao estado de São Paulo. Como não há possibilidade de prever os deslocamentos
internos desses viajantes, trata-se de uma medida ampliada de cautela", diz a nota.
"O Ministério da Saúde reforça que as áreas determinadas para vacinação no país permanecem as
mesmas e que as medidas de prevenção, como intensificação da vacinação e fracionamento de doses,
também continuarão sendo realizadas e atualizadas conforme as necessidades."
Atualmente, toda a região Sul e quase todo o Sudeste têm recomendação permanente de vacinação
por parte do Ministério, além de partes dos Estados da Bahia e do Piauí. Desde o último surto, em 2017,
o Espírito Santo tornou-se área de recomendação temporária.
Atualmente, a vacinação para febre amarela é recomendada e oferecida em 21 Estados: Acre,
Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul,
Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Piauí, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná,
Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
O país recomenda, mas não exige a vacina para viajantes estrangeiros. A OMS também diz que a
vacina é uma recomendação.

49
http://www.valor.com.br/politica/4871882/alvo-de-protesto-de-estudantes-lei-do-novo-ensino-medio-e-sancionada
50
MARINA WENTZEL. OMS vê risco de intensificação do surto de febre amarela. BBC Brasil. Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/brasil-
42685293?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 17 de janeiro de 2018.

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Risco endêmico

O vírus da febre amarela é considerado endêmico em áreas tropicais do continente africano e nas
Américas Central e do Sul. A OMS recomenda que seja tomada uma dose padrão da vacina, o que é
suficiente para garantir imunidade e proteção para toda a vida.
O Brasil terá, entre fevereiro e março, uma campanha de vacinação, porém com doses fracionadas. O
objetivo do fracionamento é conseguir atender a um número maior de pessoas.
O efeito da dose menor, entretanto, é mais efêmero e tem um período de eficácia variável. Ainda faltam
estudos que possam precisar em definitivo o tempo da proteção garantida, se cinco, oito, dez ou mais
anos. De acordo com o Instituto Bio-Manguinhos, da Fiocruz, que produz a vacina no Brasil, a dose
fracionada pode proteger as pessoas por até oito anos.
A vacina de dose padrão confere imunidade eficaz dentro de 30 dias para 99% das pessoas
imunizadas.
"Não sabemos a extensão do que vai acontecer com a febre amarela neste ano e, por precaução,
estamos regulando nosso estoque para eventual necessidade. Se surgirem outros focos em outros
Estados, teremos condições de cobrir", afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros a jornalistas na
semana passada.
Até o momento o Brasil viveu o seu pior surto de febre amarela silvestre de dezembro de 2016 a julho
de 2017. Foi o mais severo registrado desde 1980, mas a situação atual mostra-se preocupante - tanto
que 75 municípios em São Paulo, Rio e Bahia estão dentro da nova campanha de imunização.
"Grandes epidemias de febre amarela ocorrem quando pessoas infectadas introduzem o vírus em
áreas densamente povoadas com alta densidade de mosquitos e onde a maioria das pessoas tem pouca
ou nenhuma imunidade devido à falta de vacinação", explicou o comunicado da organização.
"É nessas condições que mosquitos infectados transmitem com sucesso o vírus de pessoa para
pessoa e agora o Brasil corre para impedir que um cenário potencialmente desolador se desenvolva."
A estratégia de compartilhamento das doses, apesar de não ser ideal, é recomendada pela Opas/OMS
como uma "solução às necessidades eventuais de campanhas de larga escala".
Quando há um surto que ameaça a capacidade de abastecimento, por exemplo, e a doença pode se
espalhar para áreas densamente povoadas rapidamente e isso deve tentar ser evitado a todo custo. "O
fracionamento não tem a intenção de servir como estratégia de longo prazo nem de substituir as rotinas
estabelecidas nas práticas de imunização" ressaltou a organização.

Febre Amarela

O nome "febre amarela" se refere ao sintoma da icterícia, quando a pele adquire coloração amarelada,
apresentada por alguns pacientes da doença.
O vírus é transmitido por mosquitos infectados e causa febre hemorrágica. Os sintomas incluem dor
de cabeça, dores musculares, náusea, vômitos e fadiga.
Uma pequena parte das vítimas chega a desenvolver sintomas graves, com insuficiência hepática e
renal, que podem levar à morte. Entre os casos severos, aproximadamente metade deles resulta em
morte num período de sete a 10 dias.
Os viajantes com contraindicações para a vacina contra a febre amarela (gestantes, crianças abaixo
de 9 meses ou lactentes, pessoas com hipersensibilidade grave à proteína do ovo e imunodeficiência
grave) ou com mais de 60 anos devem consultar um médico para avaliar cuidadosamente a relação risco-
benefício.

Pesquisa da Unicamp vê no vírus da zika possível tratamento contra câncer51

Vírus da zika mata células do cérebro em fetos porque elas têm alta taxa de proliferação; isso poderia
acontecer com células cancerosas, diz estudo.
Pesquisadores da Unicamp descobriram no vírus da zika uma esperança de tratamento contra o câncer.
Os pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unicamp partiram de uma certeza: o vírus da

51
JORNAL NACIONAL. Pesquisa da Unicamp vê no vírus da zika possível tratamento contra o câncer. G1 Jornal Nacional. Disponível em:
<http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/01/pesquisa-da-unicamp-ve-no-virus-da-zika-possivel-tratamento-contra-
cancer.html?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=jn> Acesso em 12 de janeiro de 2018.

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zika mata células do cérebro em fetos porque elas têm uma alta taxa de proliferação. E concluíram que o
mesmo poderia acontecer com células cancerosas, que também se multiplicam rapidamente.
A equipe decidiu fazer um teste: infectar com o vírus da zika, em laboratório, células com glioblastoma, o
tumor maligno de cérebro mais comum que existe. “É um tumor extremamente agressivo. E, dos tumores
malignos do cérebro, é o tumor mais comum”, explica o neurologista Luís Eduardo Belini.
A ação foi rápida. Em 24 horas metade das células tumorais tinha morrido. Já as células saudáveis não são
afetadas pelo vírus. “Então, ele protegeria as células normais do adulto, mas eliminaria apenas as células do
câncer, tornando assim mais específico do que um tratamento comum como quimioterapia”, explica a
pesquisadora Estela de Oliveira Lima.
O trabalho foi publicado em uma revista científica americana e mostrou que o encontro do vírus da zika com
a célula de câncer estimula a produção de uma substância chamada digoxina. A digoxina abre ou fecha portas
na entrada de substâncias dentro das nossas células. Os pesquisadores perceberam que quando houve a
infecção do vírus da zika nas células do câncer, a quantidade de digoxina aumentou bastante. Isso foi resultado
do nosso sistema de defesa trabalhando.
O desequilíbrio na quantidade de digoxina acaba levando a célula à morte. “É possível desde uma terapia
com o vírus até mesmo uma vacina para tratamento então do câncer no cérebro”, diz o professor de ciências
farmacêuticas da Unicamp Rodrigo Ramos Catharino.
O chefe do setor de neuro-oncologia da Unifesp lembra que ainda faltam muitos testes para o
desenvolvimento de um tratamento baseado nesse estudo. Mas acredita que a pesquisa da Unicamp deu um
passo importante.
“Os pesquisadores conseguiram resultados, de fato, muito bons. Ainda que seja um modelo experimental
em cultura de célula, o resultado é bem surpreendente. Então, ele pode apontar para alguns caminhos a serem
seguidos”, conta Adrialdo José Santos, chefe neuro-oncologia da Unifesp.

STF julga doação de sangue por homossexuais nesta quinta; entenda52

Hemocentros têm permissão legal para rejeitar doação de 'homens que transaram com homens'. Ação
do PSB diz que regra é 'preconceituosa' e reforça estigmas.
Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar nesta quinta-feira (19/10) normas da Anvisa e do
Ministério da Saúde que autorizam hemocentros de todo o país a rejeitar doações de homens gays
sexualmente ativos. Pelas regras vigentes, eles só podem doar sangue se ficarem 12 meses sem relações
sexuais.
As normas consideram que a população gay é "grupo de risco" para a transmissão de vírus como o
HIV, e doenças como as hepatites B e C. Até a publicação desta reportagem, o tema era o segundo item
previsto na pauta do Supremo.
A ação direta de inconstitucionalidade que pede a suspensão imediata dessas regras foi apresentada
em 2016 pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB). No texto, quatro advogados da legenda argumentam
que as normas “escancaram absurdo tratamento discriminatório” em razão da orientação sexual dos
candidatos.
“Ofendem a dignidade dos envolvidos e retiram-lhes a possibilidade de exercer a solidariedade
humana.”

'Ranço discriminatório'

O advogado Rafael Carneiro, que fará a sustentação oral no STF, conversou com o G1 e explicou que
a anulação das normas não vai prejudicar a qualidade do sangue coletado nos hemocentros, mas garantir
que o controle seja feito com base no comportamento sexual e não na orientação.
“A norma já proíbe a doação de pessoas ‘promíscuas’, que têm mais de um parceiro, que não usam
preservativo ou que usam drogas." Segundo ele, o objetivo é acabar com os “os ranços discriminatórios”
que ainda existem no ordenamento jurídico brasileiro e que perpetuam estigmas e a exclusão social dos
homossexuais.

“Orientação sexual não transmite doença.”

O Ministério da Saúde informou ao G1 que os critérios de aptidão para doação de sangue baseiam-se
na “proteção dos receptores” e “no perfil epidemiológico dos grupos e situações”.

52
GARONCE, LUIZA. STF Julga doação de sangue por homossexuais nesta quinta; entenda. G1 Distrito Federal. Disponível em: <https://g1.globo.com/distrito-
federal/noticia/stf-julga-doacao-de-sangue-por-homossexuais-nesta-quinta-entenda.ghtml> Acesso em 19 de outubro de 2017.

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Segundo a pasta, a norma atende recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e
fundamenta-se em dados epidemiológicos “presentes na literatura médica e científica nacional e
internacional, não tendo relação com preconceito do Poder Público ou que leve em consideração a
orientação sexual do candidato”.
O G1 aguardava posicionamento da Anvisa até a publicação desta reportagem.
O diretor executivo da Fundação Hemocentro de Brasília e hematologista, Jorge Pinto Neto, disse que
a entrevista dos candidatos à doação de sangue é feita com base em recomendações das normativas,
mas não abordam preferências sexuais.
“Em momento algum é feita pergunta direcionada à escolha [sexual] ou como a pessoa conduz a vida.
A pergunta busca identificar comportamentos para os quais é atribuído maior risco de contaminação,
especialmente por HIV e hepatites B e C", afirmou.

Doença de gay?

A primeira norma brasileira que proibiu a doação de sangue por homens gays foi publicada em 1993,
quando ainda pairava sob o imaginário coletivo a falsa relação causal da Aids com a homossexualidade.
A doença, transmitida pelo vírus HIV, foi descoberta no final da década de 1970 e, por desconhecimento
científico, batizada de “Imunodeficiência Gay”.
O advogado Rafael Carneiro afirma que as normas da Anvisa e do Ministério da Saúde contribuem
para reforçar esse estigma e ainda prejudicam o debate e o aperfeiçoamento de políticas públicas que
deveriam ser destinadas a todos – sem distinção.
“O poder público, que deveria evitar preconceitos, cria a ilusão nas demais pessoas de que elas estão
blindadas ou protegidas [das doenças].”
De acordo com o Ministério da Saúde, dados nacionais apontam que a Aids – doença provocada pela
manifestação do vírus HIV – tem “maior prevalência de infecção” em populações de maior vulnerabilidade,
como "homens que fazem sexo com homens", na terminologia da pasta.
O Boletim Epidemiológico de 2016 mostra que, de janeiro de 2007 a junho do ano passado, foram
registrados 36,6 mil casos de homossexuais soropositivos para o HIV. Os heterossexuais contaminados
pelo vírus correspondem a 29,8 mil.
Contrário à visão apresentada pelo ministério, que correlaciona a contaminação e transmissão do HIV
com a homossexualidade, Carneiro afirma que os direitos fundamentais não podem ser limitados apenas
por números que indicam falsa causalidade.
“Se os números apontam que em certa região do país uma doença é mais prevalente, então vamos
excluir as pessoas deste estado? Por essa lógica, a restrição passa a não ter fim”, disse ao G1.
“Causalidade significa que determinada causa leva a um efeito. Ser homossexual não tem como efeito
contrair uma doença sexualmente transmissível.”
“As normas criam essa correlação que não é real.”

Baixa nos estoques

Na ação, os advogados também apontam que a proibição de doação de sangue por homens gays
sexualmente ativos gera um impacto negativo de 19 milhões de litros anuais, que poderiam abastecer os
estoques em “enorme carência” em todo o país.
“(Isso) corresponde a um número assombroso de vidas que poderiam ser salvas, mas que acabam
desassistidas”, argumentam na ação. Segundo dados do Hemocentro de Brasília, somente na capital
federal, desde 2014 a média de doações recusadas a homossexuais foi de 108 por ano.
Considerando que uma única bolsa de sangue pode ser utilizada por até quatro pacientes, de acordo
com a fundação, este número representa cerca de 1.290 pessoas que podem ter ficado desassistidas nos
últimos três anos quando precisaram de uma transfusão.

Janela imunológica

Segundo os advogados, uma das explicações para adoção da política de restrição à doação de sangue
por homossexuais na década de 1990 era a “janela imunológica” – período imediatamente posterior à
infecção, quando os exames ainda não conseguem detectar os anticorpos contra o HIV. Na época, esta
“janela” era de 6 a 8 semanas.

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Hoje, no entanto, os anticorpos conseguem ser identificados cerca de 15 dias após a contaminação,
segundo Manual Técnico para o Diagnóstico da Infecção pelo HIV de 2013, elaborado pelo próprio
Ministério da Saúde.
A Fundação Hemocentro de Brasília disse ao G1 diz que conta com tecnologias de identificação do
vírus capazes de obter resultados confiáveis em prazo ainda menor – dentro de dez dias.
Diante da evolução científica na prevenção e no tratamento das doenças sexualmente transmissíveis,
os advogados afirmam que “a legislação brasileira continua impregnada de visões ultrapassadas, lógicas
irracionais e fundamentos discriminatórios”.
O Ministério da Saúde informou que, embora a janela imunológica “esteja atualmente reduzida”, o
período de 12 meses foi estabelecido por “precaução”, assim como para outros grupos considerados de
risco, como pessoas que fizeram tatuagens ou passaram por cirurgias.
“Sob o pretexto de privilegiar a segurança no controle de saúde do sangue, o Estado brasileiro admite
que determinado grupo de pessoas, por mera questão ontológica – e não em razão de comportamentos
adotados –, seja barrado dos hemocentros e taxado de ‘impuro’, de ‘aidético’, frente às pessoas
supostamente “normais” e possuidoras de sangue hipoteticamente ‘saudável’. A estigmatização é
flagrante e absurda!", diz a ação.

Contradição

A portaria do Ministério da Saúde é uma contradição em si mesma, apontam os advogados. Ao mesmo


tempo em que permite restrição ao público gay sexualmente ativo à doação de sangue valendo-se de
texto idêntico ao da resolução da Anvisa, a norma também proíbe a discriminação por orientação sexual.
Segundo o documento, os hemocentros devem fazer a triagem clínica do sangue coletado para garantir
a segurança do receptor, “porém com isenção de manifestações de juízo de valor, preconceito e
discriminação por orientação sexual, identidade de gênero”.
“Este é, portanto, o quadro da legislação brasileira sobre o tema: aparentemente progressista, mas
notoriamente contraditória e impregnada de preconceito”, concluem os advogados na ação.

Brasil vive o pior surto da história de febre amarela silvestre; vacina é a melhor prevenção53

Brasil vive o pior surto da doença que mata uma em cada cinco pessoas. No Bem Estar desta quinta-
feira (02/02), o infectologista e consultor do programa, Dr. Caio Rosenthal explica que a vacina é a melhor
forma de proteção. Mas será que todo mundo tem que ir correndo se vacinar?
Se você mora em área de risco ou pretende viajar nos próximos dias, faça a vacinação o quanto antes.
Não há motivo para correria e antes de se vacinar, alguns pontos devem ser observados, como mostra
o quadro abaixo:

53
02/02/2017 – Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/brasil-vive-o-pior-surto-de-febre-amarela-silvestre-vacina-e-a-melhor-forma-de-prevencao.ghtml

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Idosos, gestantes e lactantes têm de falar com o médico antes de tomar a vacina. Portadores de
doenças autoimunes ou com histórico de doença do timo também.
Não devem tomar a vacina menores de 6 meses e pessoas que estejam com doença febril aguda,
tenham histórico de reações anafiláticas ao ovo de galinha e à gelatina e pessoas em tratamento com
imunossupressores.
Os macacos devem ser protegidos e suas mortes comunicadas às autoridades de Saúde. Eles também
são vítimas da doença e ao mesmo tempo sentinelas, cujas mortes alertam que um inimigo está próximo.

Questões

01. O Ministério da Saúde confirmou recentemente a relação entre o vírus Zika e _______________.
As investigações sobre o tema devem continuar para esclarecer questões como a transmissão desse
agente, a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para
a gestante. Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez.
Preenche adequadamente a lacuna no fragmento acima:
(A) O surto de microcefalia na região Nordeste.
(B) O surto de encefalopatia na região Sul.
(C) A febre chikungunya na região Sudeste.
(D) A dengue hemorrágica na região Norte.
(E) A macrocefalia na região Sul.

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02. (CRBio – Auxiliar Administrativo – VUNESP) O surto de febre amarela do início de 2017 é o
maior desde 1980, quando o Ministério da Saúde passou a disponibilizar dados da série histórica.
Todos os casos no país são de febre amarela silvestre, transmitida por um ciclo que envolve macacos
e mosquitos presentes em áreas rurais – não há registro da versão urbana da doença no Brasil desde
1942.
(Folha de S.Paulo, https://goo.gl/2mp0DS, 26.01.2017. Adaptado)
Até o final de fevereiro de 2017, o estado mais atingido por esse surto era
(A) Bahia
(B) Espírito Santo
(C) Goiás
(D) Minas Gerais
(E) Mato Grosso

Respostas

01. Resposta: A
Mesmo sendo em menor número do que o surto em 2016, o nordeste ainda é a região que mais sofre
com casos de microcefalia no Brasil (Referência: <http://g1.globo.com/bemestar/noticia/brasil-confirmou-165-casos-de-bebes-com-microcefalia-
e-outras-alteracoes-ligadas-a-zika-em-2017.ghtml>

02. Resposta: D
A catástrofe ambiental ocorrida por causa de irresponsabilidade da Samarco, em Minas Gerais,
acarretou na eliminação diversas espécies animais e vegetais. Como consequência, temos o desequilíbrio
ambiental se apresentando de diversas maneiras, entre elas a proliferação de doenças, uma vez faltam
os predadores naturais dos mosquitos transmissores da febre amarela, por exemplo. Ao números são
confirmados abaixo:
(http://g1.globo.com/bemestar/febre-amarela/noticia/ministerio-da-saude-confirma-574-casos-de-febre-amarela-no-brasil.ghtml)

Arte e Cultura

Olá candidato(a). No conteúdo a respeito de Cultura dentro dos tópicos de atualidades, teremos
uma ordem um pouco diferente. Antes dos textos noticiados no período estipulado pelo edital,
traremos uma pequena introdução falando a respeito da cultura brasileira e sua diversidade. Caso
tenha alguma dúvida, por favor entre em contato conosco.

A cultura no Brasil é um reflexo da formação do país já no período colonial, quando começam a surgir
as primeiras relações entre portugueses e indígenas, nos primeiros anos do contato. Ao longo de mais
de cinco séculos de transformação, ela incorpora elementos de todos aqueles que ajudaram a criar o país
ou que vieram para o Brasil em buscas de vida nova. Do churrasco ao acarajé, catolicismo a umbanda,
norte ao sul, o Brasil é um país de contrastes, definidos por seus habitantes que convergem seus
costumes, crenças e práticas em território nacional.
Mesmo admitindo a existência de diversos estudos e discussões antropológicas sobre o conceito de
cultura, podemos considerá-la a grosso modo da seguinte forma: cultura diz respeito a um conjunto de
hábitos, comportamentos, valores morais, crenças e símbolos, dentre outros aspectos mais gerais, como
forma de organização social, política e econômica que caracterizam uma sociedade.
Dessa forma, podemos pensar na seguinte questão: o que caracteriza a cultura brasileira?
Certamente, ela possui suas particularidades quando comparada ao restante do mundo,
principalmente quando nos debruçamos sobre um passado marcado pela miscigenação racial entre
índios, europeus e africanos e que sofreu ainda a influência de povos do Oriente Médio e da Ásia. Na
prática isso reflete em aspectos religiosos, musicais, gastronômicos (...) em que apesar de serem
brasileiros, sofrem fortes influências europeias, indígenas e africanas.
A diversidade cultural reflete os diferentes costumes e práticas que compõem a sociedade brasileira.
O Brasil é um país de dimensões continentais, que passou por diversos processos de ocupação,
migração, imigração e emigração, incorporando os traços de diversos povos e sociedades para compor
uma cultura única e diversificada. Além disso, por conter um extenso território, apresenta diferenças
climáticas, econômicas, sociais e culturais entre as suas regiões.

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Textos noticiados:

Com exposição sobre sexualidade, Masp veta pela primeira vez entrada de menores de 18
anos54

'História da sexualidade' tem obras de artistas consagrados como Pablo Picasso e será inaugurada
nesta sexta (20/10) com classificação etária.
Segundo o Museu, é a primeira vez em 70 anos que a presença de menores, mesmo que
acompanhados dos pais ou responsáveis, será vetada em uma exposição.
A medida ocorre menos de um mês após o Museu de Arte Moderna (MAM) e seus funcionários serem
alvo de ataques por conta de um vídeo divulgado nas redes sociais em que uma criança aparece
interagindo com a performance de um artista nu. O caso rendeu investigação do Ministério Público.
Em nota, o Masp afirma que buscou orientação jurídica que "confirmou a autoclassificação, houve a
análise das obras integrantes da exposição Histórias da sexualidade, à luz dos critérios contidos no Guia
Prático de Classificação Indicativa do Ministério da Justiça, tendo-se concluído que tal exposição deveria
ser classificada como não permitida para menores de 18 anos".
"Observando a regulamentação vigente e orientação jurídica sobre o tema, o MASP estabeleceu a
autoclassificação de 18 anos, restringindo o acesso à referida exposição para menores de idade, mesmo
que acompanhados de seus responsáveis. Tal classificação será restrita às galerias da exposição
Histórias da sexualidade no 1º andar, 1º subsolo e sala de vídeo. As exposições Guerrilla Girls: gráfica,
1985-2017, Pedro Correia de Araújo: Erótica e Acervo em Transformação, nas galerias do 1º subsolo, 2º
subsolo e 2º andar, respectivamente, continuarão abertas ao público em geral, com classificação livre",
diz a nota.
Com mais de 300 obras de diversos artistas, a exposição, concebida em 2015, se insere na
programação anual do museu, dedicada às histórias da sexualidade.
Algumas obras de artistas centrais do acervo do Masp, como Edgard Degas, Maria Auxiliadora da
Silva, Pablo Picasso, Paul Gauguin, Suzanne Valadon e Victor Meirelles, estarão expostas em novos
contextos, oferecendo outras possibilidades de compreensão e leitura.
O material estará reunido em nove núcleos temáticos e não cronológicos: Corpos nus, Totemismos,
Religiosidades, Performatividades de gênero, Jogos sexuais, Mercados sexuais, Linguagens e
Voyeurismos, na galeria do primeiro andar, e Políticas do corpo e Ativismos, na galeria do primeiro
subsolo. A mostra inclui também a sala de vídeo no terceiro subsolo, como parte do núcleo Voyeurismos.

Nomeação de Sérgio Sá Leitão para Cultura é publicada55

Sérgio Sá Leitão assume o comando do Ministério da Cultura no lugar do ministro interino João Batista
de Andrade, que estava no cargo desde maio, após o deputado Roberto Freire (PPS-PE) ter deixado a
pasta
A nomeação de Sérgio Sá Leitão para o comando do Ministério da Cultura está publicada na edição
desta terça-feira (25/07) do Diário Oficial da União. A cerimônia de posse do novo ministro ocorre às 11h,
no Palácio do Planalto.
Além da passagem pela direção da Agência Nacional de Cinema, para onde teve a indicação aprovada
em abril pelo Senado, Leitão ocupou a chefia de gabinete do Ministério da Cultura durante a gestão do
ex-ministro Gilberto Gil e foi secretário municipal de Cultura do Rio de Janeiro.
Sérgio Sá Leitão assume o comando do Ministério da Cultura no lugar do ministro interino João Batista
de Andrade, que estava no cargo desde maio, após o deputado Roberto Freire (PPS-PE) ter deixado a
pasta.

Ministério da Cultura cria teto para Lei Rouanet e promete maior controle56

O ministério da Cultura anunciou nesta terça-feira (21/03) a criação de um teto para liberação de
recursos pela Lei Rouanet. A legislação permite a captação de verbas para projetos culturais por meio de
incentivos fiscais para empresas e pessoas físicas. Pelas novas regras, o limite será de R$ 700 mil para

54
G1 SP. Com exposição sobre sexualidade, Masp veta pela primeira vez entrada de menores de 18 anos. G1 São Paulo. Disponível em:
<https://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/com-exposicao-sobre-sexualidade-masp-veta-pela-primeira-vez-entrada-de-menores-de-18-
anos.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 20 de outubro de 2017.
55
AGÊNCIA BRASIL. Nomeação de Sérgio Sá Leitão para cultura é publicada. O Tempo. Política. Disponível em:
<http://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%ADtica/nomea%C3%A7%C3%A3o-de-s%C3%A9rgio-s%C3%A1-leit%C3%A3o-para-cultura-%C3%A9-publicada-
1.1501297> Acesso em 26 de julho de 2017.
56
21/03/2017 – Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/ministerio-da-cultura-cria-teto-para-lei-rouanet-e-promete-maior-controle.ghtml

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pessoas físicas e microempreendedores. Grandes empresas podem captar até R$ 40 milhões para até
10 projetos, sendo que um único projeto não pode receber mais de R$ 10 milhões.
Os cachês individuais também não poderão ultrapassar R$ 30 mil por artista. Todas as despesas dos
produtores serão pagas a partir de uma conta única do Banco do Brasil, e o ministério receberá os dados
sobre cada transferência em até 24 horas. Em 30 dias, o governo promete divulgar essas informações no
Portal da Transparência.
Os produtos gerados a partir da Lei Rouanet também vão sofrer mudança. Livros e ingressos deverão
ter valor médio de R$ 150. Antes o valor limite era de R$ 200. Na prática, uma peça de teatro pode custar
bem mais caro do que R$ 150, mas se o valor médio (considerando também o número de meias em
relação ao total de ingressos comprados) ficar até este limite, está autorizado.
Por exemplo, uma peça de teatro pode custar R$ 300, mas fazendo a média com número de cadeiras
de estudantes, o valor médio abaixa para R$ 150.
As regras ainda estabelecem que o valor total da receita bruta da produtora não pode ser superior ao
valor previsto no projeto. Estão isentos dos limites de captação projetos que trabalhem com área de
patrimônio e museologia.
Segundo o Ministério da Cultura, o objetivo é trazer maior controle sobre a gestão e aproveitamento
dos recursos destinados para incentivar a cultura.
De acordo com a nova resolução, que substitui as regras aprovadas em 2013, o ministério vai priorizar
projetos que já tenham captado 10% dos recursos do orçamento aprovado. Na opinião do governo, essas
são propostas com maior chance de serem executadas. Atualmente, um a cada quatro projetos consegue
patrocínio suficiente para começar a fase preparatória e ser considerado executável pelos pareceristas
do ministério.
Os repasses da pasta foram alvos de uma operação da Polícia Federal deflagrada em junho de 2016,
a Operação Boca Livre, que segue investigando a liberação de R$ 180 milhões em projetos fraudulentos
com recursos da lei. Em 2016, a Lei Rouanet aprovou projetos no valor total de R$ 1,142 bilhão.

Descentralizar
Outro ponto da resolução desta terça (21/03) é o incentivo para projetos que forem realizados nas
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. Em 2016, o ministério informou que 91,1% das
liberações de recursos pela Lei Rouanet foram para projetos no Sul e Sudeste. A mesma concentração
foi registrada nos dois anos anteriores.
Para reduzir esse índice de desigualdade, o limite de orçamento poderá ser 50% maior caso o produtor
cultural apresente algum projeto a ser realizado nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país.
Atualmente, os números do ministério mostram que enquanto 62% dos projetos beneficiados se
concentram na região Sudeste; o Nordeste conta com 8,13% dos favorecidos e Centro-Oeste e Norte
com 3,5% e 1,2% respectivamente.

Questões

01. (Prefeitura de Cipotânea – MG – Enfermeiro - REIS & REIS) “Apontada como um mecanismo
importante de financiamento cultural no Brasil, a ________________ é constantemente alvo de críticas e
voltou ao debate nacional por causa da extinção – agora revertida – do Ministério da Cultura na gestão
interina de Michel Temer. Esta Lei foi criada em 1991, durante o governo Collor, e permite que produtores
e instituições captem, junto a pessoas físicas e jurídicas, recursos para financiar projetos culturais. O valor
destinado a esses projetos pode ser deduzido integralmente do Imposto de Renda a pagar.”
Marque a alternativa que completa corretamente o enunciado acima:
(A) Lei Collor.
(B) Lei Rouanet.
(C) Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
(D) Lei Echer.

Respostas

01. Resposta: B Segue na íntegra a notícia onde ainda há debates a respeito da lei Rouanet (Referência: <
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-36364789>

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Tecnologia

Drone salva banhistas em 1ª operação de resgate no mar, na Austrália57

Um drone resgatou banhistas em uma praia da Austrália, nesta quinta-feira (18/01), em uma operação
considerada pioneira no desenvolvimento da tecnologia para salvamentos no mar. Dois jovens se viram
em apuros diante de ondas de três metros, em Lennox Head, no sul da cidade de Brisbane, enquanto
salva-vidas se preparavam para testar o equipamento, cujas funções haviam sido adaptadas para evitar
afogamentos.
A ideia era praticar a retirada de banhistas de situações de perigo até a areia. Mas o treino se tornou
um real resgate quando um espectador notou que dois homens nadavam fora da área demarcada como
segura, segundo um comunicado divulgado pelas autoridades locais. Eles tentavam manter a cabeça fora
d'água em meio a fortes ondas.
Os salva-vidas então lançaram o drone, o posicionaram perto dos banhistas e jogaram sobre eles um
bote inflável. A estrutura se expandiu e permitiu que a dupla nadasse até a costa.
O resgate durou pouco mais de um minuto. Apesar de desgastados, os dois banhistas não estavam
feridos quando chegaram à areia. Caso um salva-vidas nadasse até eles, o salvamento seria bem mais
demorado.
O governo do estado investiu US$ 343 mil (o equivalente a R$ 1,3 milhão) em testes na tecnologia
drone, em dezembro. A Austrália, com quase 24 milhões de residentes na costa, registrou 40 afogamentos
no último verão contra 69, no anterior.
Há estudos ainda que colocam os drones como ferramenta para identificar tubarões em praias do país.

Descoberta brasileira aumenta a discussão: quando a Humanidade chegou às Américas?58

Ferramentas de pedra, fogueiras e adornos recém-encontrados no Mato Grosso e datados de quase


30 mil anos têm dado combustível a uma discussão histórica na arqueologia moderna: a data de chegada
dos seres humanos às Américas.
Há diferentes teorias, desde as que afirmam que o evento ocorreu há cerca de 12 mil anos até as que
apostam em 100 mil anos ou mais.
A descoberta recente foi feita no sítio arqueológico de Santa Elina, a 80km de Cuiabá. Os arqueólogos
responsáveis pelas escavações, Denis Vialou e Águeda Vilhena Vialou, do Museu Nacional de História
Natural da França, afirmam que essa região brasileira já era habitada há pelo menos 27 mil anos.
“Uma prova é a presença de mais de 300 objetos de pedra lascada, com serrilhados e retoques, que
só poderiam ter sido feitos pela mão do homem”, afirma Águeda, que realiza escavações na região da
Serra das Araras desde 1995. Outra prova da presença humana, segundo ela, são restos de fogueiras.

'Tripla raridade'

O material encontrado foi datado por três métodos diferentes, envolvendo desde radiocarbono 14 até
luminescência ótica.
Segundo Águeda, o sítio de Santa Elina traz uma tripla raridade: “A primeira é que ocupações humanas
pleistocênicas (entre 2,588 milhões e 11,7 mil anos atrás) são raras e por enquanto lá é o único local
descoberto no centro do continente sul-americano.”
A segunda e a terceira raridades dizem respeito aos adornos encontrados: alguns foram feitos com
ossos de preguiças-gigantes do gênero Glossotherium, já extinto.
“É o primeiro caso no Brasil de uma perfeita associação do homem com a megafauna extinta”, explica
ela. “Há a confecção de objetos simbólicos com ossos da megafauna, transformando-os em adornos.”

Outras Teorias

A teoria mais antiga e resistente é o modelo conhecido em inglês como Clovis-first (Clóvis-primeiro).
Deve seu nome a um sítio arqueológico assim denominado, descoberto em 1939, no Novo México,
Estados Unidos.
57
EXTRA. Drone salva banhistas em primeira operação de resgate no mar, na Austrália. Extra. Disponível em: < https://extra.globo.com/noticias/mundo/drone-
salva-banhistas-em-1-operacao-de-resgate-no-mar-na-australia-video-22300635.html> Disponível em: < https://extra.globo.com/noticias/mundo/drone-salva-
banhistas-em-1-operacao-de-resgate-no-mar-na-australia-video-22300635.html> Acesso em 19 de janeiro de 2018.
58
SILVEIRA. Evanildo. Descoberta brasileira aumenta a discussão: quando a humanidade chegou às Américas? BBC Brasil. Disponível em:
<http://www.bbc.com/portuguese/geral-42103358?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 27 de novembro de 2017.

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No local, foram encontrados artefatos de pedra lascada, datados de 11,4 mil anos. Segundo essa
teoria, defendida principalmente pela comunidade arqueológica americana, a chegada teria ocorrido há
cerca de 12 mil anos.
Já o chamado “modelo das três migrações”, sugerido em 1983 por Christy Turner, se baseia num
amplo levantamento de diversidade dentária, que concluiu ter havido três levas migratórias da Sibéria
para a América.
A primeira, há 11 mil anos, teria dado origem a todos os índios das Américas Central e do Sul e à
maioria dos povos nativos norte-americanos. A segunda teria chegado há 9 mil anos e originou os índios
ancestrais dos Apaches e Navajos, sobretudo na costa pacífica do Estados Unidos e Canadá. A última
seria bem mais recente, há 4 mil anos, e composta pelos ancestrais dos esquimós e povos aleutas (no
Círculo Polar Ártico).

Cientistas brasileiros também têm suas teorias da ocupação das Américas.

Uma delas foi desenvolvida pelo biólogo e antropólogo Walter Alves Neves e pelo geógrafo Luís
Beethoven Piló, ambos da Universidade de São Paulo (USP). Eles propõem que os primeiros americanos
chegaram ao continente em duas levas migratórias, a primeira há 14 mil anos e a segunda há 11 mil,
vindas da Ásia pelo estreito de Bering.
De acordo com eles, a primeira leva seria composta por uma população com traços semelhante aos
dos africanos e aborígines australianos. A segunda era de mongoloides, semelhantes aos asiáticos e
índios americanos atuais.
Uma segunda teoria foi proposta por três geneticistas brasileiros e um antropólogo argentino,
defendendo que houve apenas uma leva migratória, há 18 mil anos.
Antes disso, os ancestrais dos migrantes haviam ficado “presos” na Beríngia, região que unia o Alasca
ao nordeste da Sibéria e que naquela época não estava submersa (era o ápice do último período glacial
e o mar estava 120 metros abaixo do nível atual).
“Essa população abrigava desde tipos semelhantes aos africanos até os parecidos com os índios
atuais”, explica Maria Cátira Bortolini, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, uma integrante do
grupo.
Há ainda uma terceira teoria sobre a ocupação da América. Bem mais polêmica, ela foi proposta pela
arqueóloga Niéde Guidon, com base em suas descobertas em vários sítios arqueológicos no sul do Piauí.
Para ela, o homem chegou à região há nada menos que 100 mil anos, vindo diretamente da África,
cruzando o Atlântico, numa época em que o planeta também estava num período glacial, com o mar 120
metros abaixo de seu nível atual.
“Com o isso, o número de ilhas entre a costa euro-africana e a costa sul-americana era bem maior”,
diz. “Além disso, as correntes marítimas favoreciam a passagem para leste, para o Caribe e para o litoral
norte do Brasil.”

Ataque de hackers 'sem precedentes' provoca alerta no mundo59

Ataque exigirá 'investigação internacional para identificar os culpados', diz Europol (Polícia Europeia).
Empresas e órgãos públicos de 14 estados mais o DF foram afetados no Brasil.
Dezenas de milhares de computadores de uma centena de países, entre eles Rússia, Espanha, México
e Itália, foram infectados na sexta por um vírus “ransonware”, explorando uma falha nos sistemas
Windows, exposta em documentos vazados da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos
(NSA).
Os ataques usam vírus de resgate, que inutilizam o sistema ou seus dados até que seja paga uma
quantia em dinheiro - entre US$ 300 e US$ 600 em Bitcoins, segundo o grupo russo de segurança
Kaspersky Lab. Ou seja, eles “sequestram” o acesso aos dados e pedem uma recompensa.

Empresas afetadas em todo o mundo

No Brasil, os ciberataques levaram várias empresas e órgãos públicos a tirarem sites do ar e


desligarem seus computadores:

59
FRANCE PRESSE. Ataque de hackers ‘sem precedentes’ provoca alerta no mundo. G1 Tecnologia e Games. Disponível em:
<http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/ataque-de-hackers-sem-precedentes-provoca-alerta-no-
mundo.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 15 de maio de 2017.

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- Petrobras;
- Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em todo o Brasil;
- Tribunais da Justiça de São Paulo, Sergipe, Roraima, Amapá, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do
Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Piauí, Bahia e Santa Catarina;
- Ministério Público de São Paulo;
- Itamaraty;
- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da presidência, as invasões ocorreram


em grande quantidade no país por meio de e-mails com arquivos infectados. Segundo o GSI, “não há
registros e evidências de que a estrutura de arquivos dos órgãos da Administração Pública Federal (APF)
tenha sido afetada”.
O Serviço Público de Saúde britânico (NHS), quinto empregador do mundo, com 1,7 milhão de
trabalhadores, foi a principal vítima no Reino Unido. O gigante americano do correio privado FedEx, o
ministério do Interior russo e o construtor de automóveis francês Renault - que suspendeu sua produção
em várias fábricas da França “para evitar a propagação do vírus” - indicaram neste sábado (22/04/2017)
à AFP que também foram hackeados.
A companhia ferroviária pública alemã também está envolvida. Embora os painéis das estações
tenham sido hackeados, a Deutsche Bahn certificou que o ataque não teve nenhum impacto no tráfego.
Segundo a Kaspersky, a Rússia foi o país mais atingido pelos ataques. Os meios de comunicação
russos afirmam que vários ministérios, assim como o banco Sberbank, também foram atacados.
O centro de monitoramento do Banco Central russo IT “detectou uma distribuição em massa do
software daninho do primeiro e segundo tipo”, revela um comunicado do Banco Central citado pelas
agências de notícias russas.
As autoridades americanas e britânicas aconselharam os particulares, as empresas e organizações
afetadas a não pagarem os hackers, que exigem um resgate para desbloquear os computadores
infectados.

Como é o ataque

Os vírus de resgate são pragas digitais que embaralham os arquivos no computador usando uma
chave de criptografia. Os criminosos exigem que a vítima pague um determinado valor para receber a
chave capaz de retornar os arquivos ao seu estado original.
Quem não possui cópias de segurança dos dados e precisa recuperar a informação se vê obrigado a
pagar o resgate, incentivando a continuação do golpe.
O jornal “The New York Times” diz que os ataques podem ter usado uma ferramenta que foi roubada
da NSA, a agência de segurança nacional dos EUA. O vírus que se espalhou é o Wanna Decryptor,
variante do ransomware WannaCry, diz o jornal.
Segundo a Kaspersky, o vírus se espalha por meio de uma brecha no Windows, que a Microsoft diz
ter corrigido em 14 de março. Mas usuários que não atualizaram os sistemas podem ter ficado
vulneráveis.
A falha afeta as versões Vista, Server 2008, 7, Server 2008 R2, 8.1, Server 2012, Server 2012 R2, RT
8.1, 10 e Server 2016 do Windows.

Cientistas desenvolvem útero artificial para ajudar bebês prematuros60

Em estudos pré-clínicos com cordeiros, os pesquisadores conseguiram simular o ambiente do útero e


as funções da placenta.
Cientistas nos Estados Unidos desenvolveram um útero artificial a partir de uma bolsa preenchida por
fluido, conhecida como um suporte extrauterino que pode transformar o tratamento de bebês que nascem
extremamente prematuros, aumentando significativamente as chances de sobrevivência.
Aproximadamente 30 mil bebês, somente nos Estados Unidos, nascem prematuros em estado crítico,
entre 23 e 26 semanas de gestação, disseram os pesquisadores às repórteres por telefone.
Nesse período, um bebê pesa um pouco mais do que 500 gramas, seus pulmões ainda não conseguem
lidar com o ar e suas chances de sobrevivência são mínimas. A taxa de morte é de até 70%, e aqueles
que sobrevivem enfrentam deficiências por toda a vida.

60
REUTERS. Cientistas desenvolvem útero artificial para ajudar bebês prematuros. Portal G1. Disponível em: < http://g1.globo.com/bemestar/noticia/cientistas-
desenvolvem-utero-artificial-para-ajudar-bebes-prematuros.ghtml> Acesso em 26 de abril de 2017.

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“Esses bebês têm uma necessidade urgente de uma ponte entre o útero da mãe e o mundo exterior”,
disse Alan Flake, um cirurgião especializado no Hospital de Crianças da Filadélfia que liderou o
desenvolvimento do novo dispositivo.
O objetivo da equipe, disse Flake, era desenvolver um sistema extrauterino pelo qual bebês
extremamente prematuros poderiam ficar suspensos em câmaras preenchidas por fluido por algumas
semanas vitais até chegarem a idade de 28 semanas, quando suas chances de sobrevivência aumentam
drasticamente.
Pode demorar mais 10 anos, mas até lá Flake espera ter um dispositivo licenciado no qual bebês que
nascem muito prematuramente têm a chance de se desenvolver em câmaras preenchidas por fluido, em
vez de incubadoras com ventilação mecânica.

Questões

01. (Câmara Municipal de São José dos Campos – Programador – FIP) As empresas internacionais
de segurança operam hoje um dos mais importantes e inovadores programas dos EUA de combate ao
terrorismo. Esse programa prevê o uso de drones para eliminar as lideranças da Al-Qaeda na fronteira
entre Paquistão e Afeganistão. Ao falar em drones, estamos nos referindo:
(A) a tanques de guerra, com modelos semelhantes aos Urutus, comandados a distância.
(B) a submarinos sem tripulação e com comando por sistema operacional informatizado.
(C) a sistemas avançados de operação de guerra.
(D) ao que há de mais moderno em aeronaves não tripuladas de finalidade estratégica militar.
(E) aos também chamados de monomotores, que servem para várias tarefas de segurança
internacional.

02. (TRE/PR – Técnico Judiciário – FCC) Um ataque massivo de hackers afetou empresas de
diversos países do mundo. Até o momento, companhias de várias áreas de atuação, como comunicação,
saúde e finanças foram prejudicadas. De acordo com informações da BBC, Estados Unidos, China,
Rússia, Itália e Vietnã têm problemas similares com computadores ‘sequestrados’ por um tipo de vírus.
Há ainda relatos de problemas na Espanha e Portugal.
Além de companhias como Vodafone, KPMG e Telefônica, o serviço de saúde britânico NHS também
foi atingido por criminosos virtuais, de acordo com informações da agência Reuters. Ainda segundo a
agência, o sistema de saúde do Reino Unido está respondendo aos ataques e, por conta dessa situação,
diversos hospitais ao redor do país cancelaram consultas e atendimentos.
Os criminosos infectam as máquinas e demandam um resgate para ‘liberar’ os dados bloqueados.
Alguns relatos informam que os malwares estão cobrando US$ 300 para liberar cada um dos
computadores sequestrados e pedem o pagamento em bitcoins. Na rede social Twitter, vários usuários
compartilharam imagens de suas telas de computadores após o sequestro. De acordo com relatos,
o malware chega por e-mail e afeta, até então, apenas computadores com o sistema operacional
Windows.
(Adaptado de: http://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/internet-sob-alerta-ataque-hacker-derruba-sistemas-de-empresas-em-todo-o-mundo-12052017)
Esse tipo de ataque é chamado
(A) ransomware.
(B) spoofing.
(C) sniffing.
(D) defacement.
(E) DoS.

03. (TRT - 7ª Região – CESPE) Um dos efeitos adversos da popularização da Internet e das redes
sociais virtuais é a superexposição da vida pessoal de usuários, a qual pode levar a situações de
constrangimento e de risco à segurança individual. Com isso, tem-se tornado cada dia mais premente
a necessidade de se criarem estratégias pessoais e ferramentas jurídicas que garantam o
(A) acesso irrestrito às ferramentas digitais.
(B) direito à intimidade e à vida privada.
(C) exercício pleno da liberdade de expressão.
(D) anonimato de todos os usuários.

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Respostas

01. Resposta: D
Drone é uma palavra inglesa que significa “zangão”, na tradução literal para a língua portuguesa. No
entanto, este termo ficou mundialmente popular para designar todo e qualquer tipo de aeronave que não
seja tripulada, mas comandada por seres humanos a distância61. Atualmente o uso de drones atinge
finalidades de segurança, logística, estudos e militares, tendo uma enorme área para exploração.

02. Resposta: A
Ransomware é um tipo de software malicioso (malware) criado com o intuito de bloquear o acesso a
arquivos ou sistemas para só liberá-los após o pagamento de um valor especificado. É como se fosse um
sequestro, mas virtual62.

03. Resposta: B
O exemplo para esse caso foi o vazamento das fotos da atriz Carolina Dieckman: o Projeto de Lei que
resultou na “Lei Carolina Dieckmann” foi proposto em referência e diante de situação específica
experimentada pela atriz, em maio de 2012, que supostamente teve copiadas de seu computador pessoal,
36 (trinta e seis) fotos em situação íntima e conversas, que acabaram divulgadas na Internet sem
autorização63.

A Lei Carolina Dieckmann foi como ficou conhecida a Lei Brasileira 12.737/2012, tipificando os
chamados delitos ou crimes informáticos.
Os delitos previstos na Lei Carolina Dieckmann são:
1) Art. 154-A - Invasão de dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores,
mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados
ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades
para obter vantagem ilícita. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
2) Art. 266 - Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informático, telemático ou de
informação de utilidade pública - Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
3) Art. 298 - Falsificação de documento particular/cartão - Pena - reclusão, de um a cinco anos e multa.

Energia

Maior torre de energia solar do mundo é construída em deserto de Israel64

Na paisagem das areias do deserto do Negev, no sul de Israel, uma torre de 250 metros de altura - o
equivalente a um prédio de 50 andares - se destaca. Trata-se da torre da usina solar de Ashalim, parte
do esforço das autoridades israelenses para produzir, até 2020, 10% de sua energia através de fontes
renováveis; hoje, este porcentual é de 2,5%.
A mais alta do mundo em um projeto de energia solar térmica concentrada (Concentrating Solar Power
- CSP, em inglês), a torre de Ashalim é circundada por 50.600 espelhos controlados por computador
(heliostatos), distribuídos por uma área de 3 km². Esses espelhos acompanharão a movimentação do sol
de modo a refletir luz sobre uma caldeira localizada no alto da torre, durante o maior tempo possível ao
longo do dia.
A radiação solar infravermelha capturada pelos espelhos e refletida sobre a caldeira criará um
processo térmico de vapor que moverá enormes turbinas, gerando energia elétrica "limpa". Quando
pronta, no primeiro trimestre de 2018, a usina de Ashalim produzirá 121 megawatts de energia solar,
suficientes para iluminar 125 mil casas, evitando a emissão anual de 110 mil toneladas de dióxido de
carbono.

Conexão 24h
Os espelhos serão controlados remotamente até mesmo por telefones celulares dos engenheiros e
diretores. Diariamente, a areia do deserto acumulada sobre eles terá de ser retirada.

61
https://www.significados.com.br/drone/
62
https://www.infowester.com/ransomware.php
63
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/disciplinas/historia-atualidades/atualidades-do-ano-de-2017
64
KRESCH, DANIELA. Maior torre de energia solar do mundo é construída em deserto de Israel. BBC Brasil. Disponível em:
<http://www.bbc.com/portuguese/geral-41118402?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 08 de setembro de 2017.

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"Os heliostatos vão estar inclinados, levando os raios de sol e o calor até a caldeira para levar a água
a um vapor de 600 graus. Cada heliostato tem seu comando individual e remoto. Entre os espelhos há
torres de wi-fi para assegurar que estejam conectados 24h por dia", explica o engenheiro argentino
Claudio Nutkiewicz, outro latino-americano envolvido no projeto.
No mundo, existem atualmente apenas 10 usinas heliotérmicas com capacidade superior a 121 MW.
A maior é a de Ivanpah, no deserto do Mojave (EUA), inaugurada em 2014, com capacidade projetada
de 392 MW. Mas ela conta com três torres de 190 metros de altura cada uma (40 andares), que recebem
luz de 173.500 heliostatos.
O projeto de Israel é mais humilde no número de espelhos (um terço), mas inova ao contar com apenas
uma torre dez andares mais alta - que teria potencial maior na produção energética com custo menor do
que o de erguer diversas torres. Novos megaprojetos com torres altíssimas (ao invés de várias mais
baixas) estão em andamento. Uma delas, na Austrália, chegará perto da de Ashalim. A Aurora Solar
Energy terá uma torre de 227 metros de altura (48 andares).
A usina solar (ou heliotérmica) de Ashalim tem custo estimado de US$ 570 milhões e, faz parte de um
projeto mais amplo, o Megalim, uma joint-venture entre a General Electric (GE), a BrightSource (empresa
americana de energia solar que também construiu a usina de Ivanpah) e o fundo israelense Noy (que
investe em infraestrutura, com participação do Banco Hapoalim, o maior do país).
No total, o projeto é estimado, em US$ 820 milhões, incluindo mais duas obras complementares: uma
para armazenamento de energia solar de noite e outra de uma usina com tecnologia fotovoltaica para
produzir ainda mais energia. Juntos, os três projetos solares gerarão cerca de 310 MW - cerca de 2% das
necessidades de Israel.
Mas as usinas heliotérmicas também têm críticos. Nos Estados Unidos, ambientalistas apontam para
o fenômeno de aves mortas encontradas nas proximidades dessas centrais elétricas. Eles afirmam os
pássaros são incinerados pela luz refletida pelos espelhos, que pode alcançar 600° centígrados.

Gelo combustível, a promissora fonte de energia que a China extraiu do fundo do mar65

A China anunciou ter extraído do fundo do Mar da China Meridional uma quantidade considerável de
hidrato de metano, também conhecido como gelo combustível, que é tido por muitos como o futuro do
abastecimento de energia.
Num comunicado emitido na semana passada, autoridades do país asiático comemoraram o feito. Isso
porque a tarefa é considerada altamente complexa, e já tinha sido alvo de tentativas pelo Japão e pelos
Estados Unidos, sem muito sucesso.
Mas o que é exatamente esse composto e por que ele é considerado como uma promissora fonte de
energia no mundo?

Reservas imensas
O gelo combustível ou gelo inflamável é uma mistura gelada de água e gás.
"Parecem cristais de gelo, mas quando se olha mais de perto, a nível molecular, veem-se as moléculas
de metano dentro das moléculas de água", explica à BBC Praven Linga, professor do Departamento de
Engenharia Química e Biomolecular da Universidade Nacional de Cingapura.
Conhecidos como hidratos de metano, formam-se a temperaturas muito baixas, em condições de
pressão elevada. São encontrados em sedimentos do fundo do mar e ou abaixo do permafrost, a camada
de solo congelada dos polos.
O gás encapsulado dentro do gelo torna os hidratos inflamáveis, mesmo a baixíssimas temperaturas.
Essa combinação rendeu-lhe o apelido de "gelo de fogo".
Quando se reduz a pressão ou se eleva a temperatura, os hidratos se decompõem em água e metano.
Um metro cúbico dessa substância libera cerca de 160 metros cúbicos de gás - ou seja, trata-se de um
combustível de grande potencial energético.
O problema, no entanto, é que extrair esse gás é um processo que, por si só, consome muita energia.

Países pioneiros
Os hidratos de metano foram descobertos no norte da Rússia nos anos 1960, mas foi há apenas dez
ou 15 anos que começou a pesquisa sobre como extrai-lo dos sedimentos marinhos.

65
BBC. Gelo combustível, a promissora fonte de energia que a China extraiu do fundo do mar. BBC Brasil. Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/geral-
40029080?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 29 de maio de 2017.

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O Japão foi pioneiro na exploração devido à sua carência de fontes de energia natural. Outros países
líderes na prospecção de gelo combustível são Índia e Coreia do Sul, que tampouco têm reservas próprias
de petróleo.
Americanos e canadenses também são bastante atuantes neste sentido - o foco de suas explorações
tem sido nos hidratos de metano abaixo do permafrost do norte do Alasca e Canadá.

Por que importa?


Pesquisadores acreditam que os hidratos de metano têm o potencial de se tornar uma fonte de energia
revolucionária que poderia ser fundamental para suprir necessidades energéticas no futuro.
Existem grandes depósitos abaixo dos oceanos do globo, sobretudo nas extremidades dos
continentes. Atualmente, vários países estão buscando maneiras de extraí-lo de forma segura e rentável.
A China descreveu a extração feita na semana passada como "um feito importante".
Praven Linga compartilha dessa visão: "Em comparação com os resultados que temos visto na
pesquisa japonesa, os cientistas chineses conseguiram extrair uma quantidade muito maior de gás".
Estima-se que sejam encontradas dez vezes mais gás nos hidratos de metano do que no xisto, do qual
pode ser extraído gás natural e óleo e também tem servido como alternativa energética.
A China descobriu o gelo combustível no Mar da China Meridional em 2007 - uma área cuja soberania
tem sido disputada entre o país, o Vietnã e as Filipinas.
Pequim reclama domínio sobre a área, alegando ter o direito de exploração de todas as potenciais
reservas naturais escondidas abaixo da superfície.

Futuro
Embora o êxito da China seja um avanço importante, esse é apenas um passo de um longo caminho.
"É a primeira vez que os índices de produção são realmente promissores", disse Linga. "Mas
acreditamos que só em 2025, na melhor das hipóteses, poderemos considerar realistas as opções
comerciais", acrescenta.
Segundo a imprensa chinesa, eles conseguiram extrair, da região de Shenhu, uma média de 16 mil
metros cúbicos de gás de elevada pureza por dia.
Linga ainda ressalta que as empresas que potencialmente operem na exploração do material devem
seguir condutas bastante rígidas de controle para se evitar danos ambientais.
O perigo é que o metano escape, e isso teria consequências graves para o aquecimento global, já que
se trata de um gás com um potencial de impacto sobre as mudanças climáticas muito maior do que o
dióxido de carbono.

Setor energético poderia reduzir emissões em 70% até 205066

As emissões mundiais de dióxido de carbono (CO2) relacionadas ao setor de energia poderiam ser
reduzidas em 70% até 2050, e completamente eliminadas até 2060.
É o que aponta o novo relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em
inglês) divulgado nesta semana durante a reunião do G20 em Berlim.
Para que uma transição dessa magnitude ocorra, a participação das energias renováveis no
fornecimento de energia primária teria de aumentar para 65% em 2050, ante os 15% de 2015, diz o
relatório.
Um adicional de US$ 29 trilhões de investimento em fontes renováveis seria necessário até meados
do século, o que equivale a 0,4% do produto interno bruto (PIB) global.
Conforme o estudo, tais investimentos devem proporcionar um estímulo que, associado a outras
políticas de apoio ao crescimento, impulsionaria o PIB global em 0,8% em 2050.
Globalmente, o setor energético emitiu 32 giga toneladas de CO2 relacionados em 2015. Para limitar
o aquecimento do Planeta em não mais do que 2 graus Celsius acima das temperaturas pré-industriais
até o final deste século, as emissões de gases efeito estufa precisam cair para 9,5 giga toneladas em
2050, segundo a Agência.
Tecnicamente, esta é uma transformação possível, mas exigirá reformas políticas significativas, custos
e inovação tecnológica adicionais, para garantir que cerca de 70% do mix global de fornecimento de
energia em 2050 seja de baixo carbono.
O estudo destaca que a maior parte do potencial de redução de emissões para os próximos anos
provém das energias renováveis e eficiência energética, mas todas as tecnologias de baixo carbono
(incluindo captura e armazenamento e fontes nucleares) desempenham um papel.

66
21/03/2017 – Fonte: http://exame.abril.com.br/economia/setor-energetico-poderia-reduzir-emissoes-em-70-ate-2050/

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Atualmente as energias renováveis representam 24% da produção mundial de energia e 16% da oferta
de energia primária. Para alcançar a descarbonização, o relatório afirma que elas deverão representar a
maior parte da geração de energia em 2050, com base no crescimento rápido e contínuo, especialmente
para a solar e eólica.

Mundo tem queda drástica de novas usinas a carvão (o que é ótimo)67

O boom das fontes de energia renovável nos últimos anos tem transformado o setor elétrico mundial
radicalmente. Mas os investimentos verdes não são os únicos responsáveis por esse processo. Um forte
movimento de “desinvestimento” nas fontes poluidoras mais tradicionais também contribui para a
transição energética.
Só no ano passado, o número total de centrais de energia a carvão em desenvolvimento despencou
em todo o mundo, com um declínio de 48% na atividade de pré-construção e um declínio de 62% em
novos projetos.
Os dados são de um relatório lançado nesta semana pela Ong ambientalista Greenpeace, Sierra Club
e CoalSwarm. Segundo o estudo, a queda drástica em 2016 está associada às mudanças nas políticas
energéticas em países como China e Índia, altamente dependentes dessa fonte poluente.
Houve uma dramática restrição a novos projetos de usinas de carvão pelas autoridades centrais
chinesas e uma redução financeira por parte de apoiadores de usinas a carvão na Índia. Só nos dois
países, mais de 100 projetos estão congelados.
Além do declínio no desenvolvimento de novos projetos, a pesquisa também aponta que um recorde
de 64 giga watts de usinas de carvão foram desativados nos últimos dois anos, principalmente na União
Europeia e nos EUA, o equivalente a quase 120 grandes unidades geradoras.
De acordo com o relatório, a combinação da desaceleração no planejamento e construção de novas
usinas e o aumento expressivo no número de fechamentos de unidades obsoletas traz uma esperança:
de que seria possível manter o aumento da temperatura global abaixo de 2°C em relação aos níveis pré-
industriais, e evitar os piores efeitos das mudanças climáticas, desde que os países continuem a acelerar
a ação.
Alguns países, no entanto, não conseguiram desenvolver seus setores de energia renovável em
sintonia com a tendência mundial e continuam a construir e planejar novas usinas de carvão altamente
poluentes. É o caso do Japão, Coréia do Sul, Indonésia, Vietnã e Turquia.

Questões

01. (IF/PA – Zootecnista – IF/PA) Leia o fragmento da notícia abaixo.

O Ministério Público Federal iniciou processo judicial na Justiça Federal em Altamira em que busca o
reconhecimento de que a implantação de Belo Monte constitui uma ação etnocida do Estado brasileiro e
da concessionária Norte Energia, “evidenciada pela destruição da organização social, costumes, línguas
e tradições dos grupos indígenas impactados”.
(Fonte: ASCOM MPF do Pará.)
A notícia acima expõe:
(A) a predominância de geração de energia livre de impactos.
(B) os impactos da geração de energia elétrica de origem hídrica.
(C) a luta política bem-sucedida dos indígenas ao manter sua cultura.
(D) o processo de expansão das usinas hidrelétricas em áreas com alta densidade populacional.
(E) o respeito às diversas etnias que compõe o Brasil.

02. (CELESC – Assistente Administrativo – FEPESE) A maior parte da energia elétrica consumida
no Brasil é produzida em usinas:
(A) Eólicas
(B) Hidrelétricas
(C) Termonucleares
(D) Nucleares
(E) Solares

67
25/03/2017 – Fonte: http://exame.abril.com.br/economia/mundo-tem-queda-drastica-de-novas-usinas-a-carvao-o-que-e-otimo/

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Respostas

01. Resposta: B
Questão que cobra muito da interpretação (além do conhecimento de atualidades em si). A polêmica
em torno da construção da Usina de Belo Monte gira em volta de medidas pouco claras à população.
Segue texto na íntegra a respeito da construção e críticas sobre o projeto.
(http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/usina-belo-monte.htm)

02. Resposta: B
O Brasil ainda conta como principal fonte de energia a energia hidráulica. Termoelétricas e nucleares
ocupam apenas 10% da produção nacional (http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agua/recursos_hidricos/hidreletricas_no_brasil.html)

Desenvolvimento Sustentável e Ecologia

Olá candidato(a). No conteúdo a respeito de Meio Ambiente dentro dos tópicos de atualidades,
teremos uma ordem um pouco diferente. Antes dos textos noticiados no período estipulado, traremos
alguns conceitos e explicações que normalmente são cobrados independente de ser um conteúdo
veiculado através de meios de comunicação ou não. Envolvem definições de desenvolvimento
sustentável e créditos de carbono por exemplo. Caso tenha alguma dúvida, por favor entre em contato
conosco.

Desenvolvimento sustentável68: é o modelo que prevê a integração entre economia, sociedade e


meio ambiente.

Responsabilidade Socioambiental69: Está ligada a ações que respeitam o meio ambiente e a


políticas que tenham como um dos principais objetivos a sustentabilidade. Todos são responsáveis pela
preservação ambiental: governos, empresas e cada cidadão.

Gestão do Lixo
O lixo ainda é um dos principais desafios dos governos na área de gestão sustentável. No entanto, na
última década, o Brasil deu um salto importante no avanço para a gestão correta dos resíduos sólidos.
Para regulamentar a coleta e tratamento de resíduos urbanos, perigosos e industriais, além de
determinar o destino final correto do lixo, o Governo brasileiro criou a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (Lei n° 12.305/10), aprovada em agosto de 2010.

Créditos de Carbono
No mercado de carbono, cada tonelada de carbono que deixa de ser emitida é transformada em
crédito, que pode ser negociado livremente entre países ou empresas.
O sistema funciona como um mercado, só que ao invés das ações de compra e venda serem
mensuradas em dinheiro, elas valem créditos de carbono.
Para isso é usado o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que prevê a redução certificada
das emissões de gases de efeito estufa. Uma vez conquistada essa certificação, quem promove a redução
dos gases poluentes tem direito a comercializar os créditos.
Por exemplo, um país que reduziu suas emissões e acumulou muitos créditos pode vender este
excedente para outro que esteja emitindo muitos poluentes e precise compensar suas emissões.
O Brasil ocupa a terceira posição mundial entre os países que participam desse mercado, com cerca
de 5% do total mundial e 268 projetos.

Consumo racional70
É um modo de consumir capaz de garantir não só a satisfação das necessidades das gerações atuais,
como também das futuras gerações. Isso significa optar pelo consumo de bens produzidos com tecnologia
e materiais menos ofensivos ao meio ambiente, utilização racional dos bens de consumo, evitando-se o
desperdício e o excesso e ainda, após o consumo, cuidar para que os eventuais resíduos não provoquem

68
Fonte: http://www.rio20.gov.br/sobre_a_rio_mais_20/desenvolvimento-sustentavel.html
69
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental.
70
Texto adaptado de http://www.wwf.org.br/natureza_
brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/

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degradação ao meio ambiente. Principalmente: ações no sentido de rever padrões insustentáveis de
consumo e diminuir as desigualdades sociais.
Adotar a prática dos três 'erres':
Redução, que recomenda evitar o consumo de produtos desnecessários;
Reutilização, que sugere que se reaproveite diversos materiais; e
Reciclagem, que orienta reaproveitar materiais, transformando-os e lhes dando nova utilidade.

Aquecimento Global
É uma consequência das alterações climáticas ocorridas no planeta. Diversas pesquisas confirmam o
aumento da temperatura média global. Conforme cientistas do Painel Intergovernamental em Mudança
do Clima (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU), o século XX foi o mais quente dos últimos
cinco, com aumento de temperatura média entre 0,3°C e 0,6°C. Esse aumento pode parecer
insignificante, mas é suficiente para modificar todo clima de uma região e afetar profundamente a
biodiversidade, desencadeando vários desastres ambientais.
As causas do aquecimento global são muito pesquisadas. Existe uma parcela da comunidade científica
que atribui esse fenômeno como um processo natural, afirmando que o planeta Terra está numa fase de
transição natural, um processo longo e dinâmico, saindo da era glacial para a interglacial, sendo o
aumento da temperatura consequência desse fenômeno.
No entanto, as principais atribuições para o aquecimento global são relacionadas às atividades
humanas, que intensificam o efeito de estufa através do aumento na queima de gases de combustíveis
fósseis, como petróleo, carvão mineral e gás natural. A queima dessas substâncias produz gases como
o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), que retêm o calor proveniente das
radiações solares, como se funcionassem como o vidro de uma estufa de plantas, esse processo causa
o aumento da temperatura. Outros fatores que contribuem de forma significativa para as alterações
climáticas são os desmatamentos e a constante impermeabilização do solo.
Atualmente os principais emissores dos gases do efeito de estufa são respectivamente: China, Estados
Unidos, Rússia, Índia, Brasil, Japão, Alemanha, Canadá, Reino Unido e Coreia do Sul. Em busca de
alternativas para minimizar o aquecimento global, 162 países assinaram o Protocolo de Kyoto em 1997.
Conforme o documento, as nações desenvolvidas comprometem-se a reduzir sua emissão de gases que
provocam o efeito de estufa, em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990. Essa meta teve que ser
cumprida entre os anos de 2008 e 2012. Porém, vários países não fizeram nenhum esforço para que a
meta fosse atingida, o principal é os Estados Unidos.

Lixo Eletrônico
Um estudo da Organização Internacional do Trabalho, OIT, destaca que 40 milhões de toneladas de
lixo eletrônico são produzidas todos os anos. O descarte envolve vários tipos de equipamentos, como
geladeiras, máquinas de lavar roupa, televisões, celulares e computadores. Países desenvolvidos enviam
80% do seu lixo eletrônico para ser reciclado em nações em desenvolvimento, como China, Índia, Gana
e Nigéria. Segundo a OIT, muitas vezes, as remessas são ilegais e acabam sendo recicladas por
trabalhadores informais.
Saúde - O estudo Impacto Global do Lixo Eletrônico, publicado em dezembro, destaca a importância
do manejo seguro do material, devido à exposição dos trabalhadores a substâncias tóxicas como chumbo,
mercúrio e cianeto. A OIT cita vários riscos para a saúde, como dificuldades para respirar, asfixia
pneumonia, problemas neurológicos, convulsões, coma e até a morte.
Orientações - Segundo agência, simplesmente banir as remessas de lixo eletrônico enviadas à países
em desenvolvimento não é solução, já que a reciclagem desse material promove emprego para milhares
de pessoas que vivem na pobreza. A OIT sugere integrar sistemas informais de reciclagem ao setor formal
e melhorar métodos e condições de trabalho. Outro passo indicado no estudo é a criação de leis e
associações ou cooperativas de reciclagem.

Textos Noticiados:

STF decide se anistia do novo Código Florestal a quem desmatou é válida71

Supremo Tribunal Federal (STF) deve concluir nesta quarta-feira um julgamento que tem dividido os
membros da corte e terá repercussões para os agricultores e as regras de proteção ambiental no Brasil.

71
BBC. STF decide se Anistia do Novo Código Florestal a quem desmatou é válida. G1 Natureza. Disponível em: <https://g1.globo.com/natureza/noticia/stf-decide-
se-anistia-do-novo-codigo-florestal-a-quem-desmatou-e-valida.ghtml> Acesso em 28 de fevereiro de 2018.

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1433378 E-book gerado especialmente para WILLIAM NASCIMENTO
Os ministros terminarão de analisar as quatro ações que questionam a constitucionalidade da Lei
12.651, também conhecida como o novo Código Florestal, sancionada em 2012 pela então presidente
Dilma Rousseff.
Entre os pontos questionados está o perdão a multas e sanções a agricultores que desmataram
ilegalmente até 2008, um dos dispositivos mais polêmicos do novo código.
Dez dos onze ministros já votaram, e por enquanto há empate em relação a vários pontos, incluindo a
anistia.
O desempate caberá ao ministro Celso de Mello, membro mais antigo da corte e último a votar.

Preservação em áreas privadas

A legislação brasileira determina que todo agricultor deve manter parte de sua propriedade preservada.
No bioma amazônico, o índice de proteção exigido é de 80%, no Cerrado, 35%, e nos demais biomas,
20%. Essa porção do território é conhecida como Reserva Legal.
Também devem ser preservadas todas as áreas ecologicamente sensíveis das propriedades, como
nascentes e matas à beira de rios. Esses trechos são chamados de Áreas de Preservação Permanente
(APP), considerados essenciais para a proteção de recursos hídricos e para a manutenção da
biodiversidade.
O novo Código Florestal criou um banco de dados para controlar o cumprimento dessas regras: o
Cadastro Ambiental Rural (CAR), hoje com 4,7 milhões de imóveis rurais registrados e informações
detalhadas sobre a ocupação do solo em cada propriedade.
Segundo a nova regra, proprietários que até 2008 desmataram áreas que deveriam ter sido
preservadas ficariam livres de multas e outras sanções, desde que se registrassem no CAR e se
comprometessem a se adequar à legislação.
Se o STF julgar que essa anistia é inconstitucional, o governo federal poderá multar os proprietários
rurais pelas infrações cometidas antes de 2008.

O que pensam agronegócio e ambientalistas

Entidades ligadas ao agronegócio criticam a possível anulação do perdão.


Para Rodrigo Lima, diretor geral da consultoria Agroicone, a mudança da regra "criaria um cenário de
insegurança muito grande" para os agricultores.
Ele afirma que a anistia é justa porque, até a aprovação do novo código, as regras sobre o
desmatamento em propriedades privadas passaram por muitas mudanças, o que dificultava seu
cumprimento.
Segundo Lima, se a anistia for revogada, "teremos uma situação paradoxal, na qual quem fez o CAR
pode ter criado provas contra ele mesmo".
Já organizações ambientalistas defendem a revisão da anistia. Para a bióloga Nurit Bensusan, do
Instituto Socioambiental (ISA), o perdão "premia os proprietários que infringiram a lei".
"Aquele que seguiu as regras, fez tudo direitinho, vai se sentir um trouxa completo (se a anistia for
mantida)", afirma.
Ela diz ainda que a manutenção da regra estimularia novos desmatamentos ilegais, pois criaria a
expectativa de outros perdões no futuro.

Regras de compensação

Outro ponto polêmico cuja votação no STF está empatada trata da compensação de áreas de Reserva
Legal desmatadas além dos percentuais mínimos por meio de pagamentos para a preservação da
vegetação excedente em outras propriedades.
Antes do novo código, a legislação definia que compensação deveria ocorrer na mesma microbacia
hidrográfica da propriedade que havia desmatado além da conta. Após o novo código, passou-se a aceitar
que a compensação ocorresse no mesmo bioma.
Para Nurit Bensusan, do ISA, a possibilidade de compensação no mesmo bioma "pode gerar bacias
completamente desmatadas". Ela defende o retorno à regra anterior.
Já Rodrigo Lima, da Agroicone, afirma que a limitação ao mesmo bioma não necessariamente fará
com que os produtores recorram a áreas distantes para a compensação. Ele diz que os governos
estaduais poderão definir que a compensação ocorra no próprio Estado, pois teriam interesse em impedir
a saída dos recursos movimentados por esse mercado.

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Outros temas pendentes

Alguns outros pontos analisados pelo STF cuja votação está empatada são:
- A possibilidade de redução da Reserva Legal - de 80% para 50% - em municípios na Amazônia que
tenham mais da metade de seu território ocupado por Terras Indígenas e/ou Unidades de Conservação,
ou nos Estados com mais de 65% do território ocupado por Terras Indígenas e/ou Unidades de
Conservação que tenham planos de Zoneamento Ecológico-Econômico (instrumento que busca conciliar
desenvolvimento econômico e conservação ambiental);

- A permissão para realizar atividades agropecuárias em APPs nos topos dos morros;

- A possibilidade de novas autorizações para o corte de vegetação a quem desmatou ilegalmente;

Decisões já tomadas

Em decisões festejadas por ambientalistas, a maioria dos juízes do STF já decidiu no julgamento que:
- Não se pode desmatar APPs para implantar depósitos de lixo ou instalações esportivas;

- Todas as nascentes e olhos d'água, sejam intermitentes ou perenes, devem ter APPs preservadas;

- APPs só podem ser desmatadas por "interesse social" ou "utilidade pública" quando não houver
alternativas.

Outras decisões tomadas no julgamento agradaram o agronegócio, entre as quais a manutenção dos
seguintes pontos do novo código:
- As APPs em beira de rios devem ser medidas conforme sua variação média anual, e não conforme
o nível medido na cheia;

- Pequenas propriedades podem seguir critérios menos rigorosos para recuperar APPs na beira de
rios;

- Pequenos imóveis rurais podem plantar em regiões de várzea;

- Propriedades que desmataram além dos percentuais mínimos atuais ficam dispensadas de recompor
as áreas caso tenham seguido as regras vigentes no momento em que desmataram;

- Propriedades podem contabilizar APPs no percentual de Reserva Legal;

- Possibilidade de empregar espécies exóticas em até 50% da Reserva Legal desmatada.

Duas agências da ONU montam plano para reduzir riscos ambientais à saúde72

OMS e ONU Meio Ambiente ressaltam que 12,6 milhões de pessoas morrem por ano devido aos
impactos da poluição do ar, da má qualidade da água e de riscos químicos; agências querem acelerar
ações para reverter situação.
Essas pessoas são vítimas dos impactos da poluição do ar, da má qualidade da água, de perigos
químicos e de resistência antimicrobiana. Nesta quarta-feira, em Nairobi, capital do Quênia, o chefe da
ONU Meio Ambiente, Erik Solheim, assinou a parceria com o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom
Ghebreyesus.

Importância

O plano busca combater "a poluição do ar, a mudança climática e a resistência antimicrobiana, além
de melhorar a coordenação sobre manejo de químicos, qualidade da água, alimentação e nutrição".
Segundo as agências da ONU, este é o acordo "mais significativo sobre ações conjuntas ligadas ao
ambiente e questões de saúde dos últimos 15 anos".

72
LEDA LETRA. Duas agências da ONU montam plano para reduzir riscos ambientais à saúde. Rádio ONU. Disponível em:
<http://www.unmultimedia.org/radio/portuguese/2018/01/duas-agencias-da-onu-montam-plano-para-reduzir-riscos-ambientais-a-saude/#.WnBEoa6nHIV> Acesso
em 30 de janeiro de 2018.

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O chefe da ONU Meio Ambiente, Erik Solheim, declarou ser urgente o trabalho em conjunto para tratar
das "ameaças à sustentabilidade do ambiente e do clima, que são as bases para a vida no planeta".

Campanhas

Já o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, explicou que a maioria das 12,6 milhões
de mortes acontecem na Ásia, na África e na América Latina, "onde a poluição ambiental tem o maior
peso na saúde" das pessoas.
A nova colaboração foca em pesquisa conjunta, desenvolvimento de orientações, monitoramento dos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, parcerias globais e regionais.
Entre as principais áreas de colaboração estão: monitoramento da qualidade do ar e campanhas para
reduzir a poluição; garantir que os países compartilhem dados sobre qualidade da água e promover
melhor manejo de químicos, principalmente de pesticidas, fertilizantes e antimicrobianos.

Medição de satélite constata que veto ao CFC está de fato ajudando a proteger a camada de
ozônio73

Ozônio protege contra ação dos raios ultravioleta e vinha sendo destruído pela ação humana. Nos
anos 1980, comunidade internacional adotou medidas para reduzir cloro que aumenta buraco na
estratosfera.
A agência espacial americana NASA anunciou que, pela primeira vez, cientistas demonstraram através
de observações diretas por satélite que a destruição da camada de ozônio está diminuindo devido à
redução dos níveis de cloro que a provocam.
As medições mostram que a queda dos índices de cloro, resultante de uma proibição internacional de
produtos químicos com base em clorofluorocarbonetos (CFCs), causou uma diminuição de cerca de 20%
da destruição de ozônio durante o último inverno antártico em comparação com o ano de 2005 -- o
primeiro em que os níveis de cloro e ozônio foram medidos pelo satélite Aura, da NASA.

Estratosfera

Os CFCs são compostos químicos de longa duração que sobem para a estratosfera, onde são
quebrados pela radiação ultravioleta do sol, liberando átomos de cloro que destroem as moléculas de
ozônio.
O ozônio estratosférico protege a vida no planeta através da absorção de radiação ultravioleta
potencialmente nociva que pode causar câncer de pele e cataratas, prejudicar o sistema imunológico e
danificar as plantas.
Dois anos após a descoberta do buraco antártico na camada de ozônio, em 1985, os países assinaram
o Protocolo de Montreal, que regulava os compostos que a destroem. Emendas posteriores ao protocolo
eliminaram completamente a produção de CFCs.
Estudos anteriores usaram análises estatísticas de mudanças no tamanho do buraco do ozônio para
demonstrar que a destruição da camada de ozônio está diminuindo, mas a pesquisa publicada agora na
“Geophysical Research Letters” é a primeira a usar medidas da composição química dentro do buraco da
camada de ozônio para confirmar não apenas que a decomposição do ozônio diminuiu, mas que isso é
causado pela eliminação dos CFCs.

Renca

A polêmica decisão de Temer de abrir uma área gigante da Amazônia à mineração74

Em meados de 1980, uma região da floresta amazônica entre o Pará e Amapá comparada à Serra dos
Carajás por seu potencial mineral despertava o interesse de investidores brasileiros e estrangeiros.
Para salvaguardar sua exploração, o então governo militar decretou em 1984 que grupos privados
estavam proibidos de explorar a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), uma área de quase
47 mil km quadrados - maior que o território da Dinamarca. A ideia era que a administração federal
pesquisasse e explorasse suas jazidas.
73
G1. Medicação de satélite constata que o veto ao CFC está de fato ajudando a proteger a camada de ozônio. G1 Natureza. Disponível:
<https://g1.globo.com/natureza/noticia/medicao-de-satelite-constata-que-veto-ao-cfc-esta-de-fato-ajudando-a-proteger-a-camada-de-ozonio.ghtml> Acesso em 08
de janeiro de 2018.
74
MILHORANCE, FLÁVIA. A polêmica decisão de Temer de abrir uma área gigante da Amazônia à mineração. BBC Brasil. Disponível em: <
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-41043853?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 25 de agosto de 2017.

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Nos anos seguintes, no entanto, o projeto avançou pouco, e a riqueza natural da área levou à criação
de nove zonas de proteção dentro da Renca, entre elas reservas indígenas. A possibilidade de mineração
foi, então, banida.
Mais de três décadas depois do decreto, nesta quarta-feira, o governo federal reabriu a área para a
exploração mineral, numa iniciativa que gera expectativa de empresas e preocupação de pesquisadores
e ambientalistas.
Assinado pelo presidente Michel Temer, o decreto nº 9.142 extingue a Renca e libera a região para a
exploração privada de minérios como ouro, manganês, cobre, ferro e outros.
Em meio à crise econômica, o Ministério de Minas e Energia argumenta que a medida vai revitalizar a
mineração brasileira, que representa 4% do PIB e produziu o equivalente a US$ 25 bilhões (R$ 78 bilhões)
em 2016, mas que vinha sofrendo com a redução das taxas de crescimento global e com as mudanças
na matriz de consumo, voltadas hoje para a China.

Críticas
O ministério garante que o decreto cumprirá legislações específicas sobre a preservação da área. Ou
seja, áreas de proteção integral (onde não é permitida a habitação humana) e terras indígenas serão
mantidas.
No entanto, a iniciativa foi bombardeada por especialistas brasileiros e estrangeiros, que acreditam
que os prejuízos da mineração serão sentidos amplamente.
A Amazônia brasileira chegou a ter recorde de 80% na queda do desmatamento entre 2004 e 2012,
segundo dados do Ministério do Meio Ambiente. Mas voltou a crescer nos últimos cinco anos - embora
uma tendência comece a indicar novamente uma redução. Além disso, 2015 e 2016 foram anos recordes
de queimadas na região, segundo dados do Inpe.
Áreas de proteção são essenciais para conter o desmatamento, ressalta Erika Berenguer,
pesquisadora-sênior do Instituto de Mudança Ambiental da Universidade de Oxford.
"O maior impacto não será na área de mineração, mas indireto. Haverá um influxo de pessoas que
levará a mais desmatamento, mais retirada de madeira e mais incêndios", explica. "É uma visão muito
simplista do governo de dizer que só uma área será afetada."
"Fora que a mineração é altamente poluidora e tem poucos benefícios para a população local, vide a
situação socioeconômica de Carajás", acrescenta Berenguer.

'Mudará para sempre'

Os pesquisadores também lembraram o evento de Mariana, o pior acidente da mineração brasileira,


em 2015, quando uma barragem rompeu no município de Minas Gerais, destruindo vilarejos no entorno
do Rio Doce.
"O desastre aconteceu em plena Minas Gerais, totalmente urbanizada, imagine o controle que se tem
em lugares ermos como a Amazônia", afirma Bereguer.
Jos Barlow também critica a iniciativa de Temer: "Isso mudará a área inteira para sempre".
Ele alertou para problemas sociais na região, semelhantes aos que ocorreram em Belo Monte e
Altamira, e a previsão de mudanças climáticas.
"Qualquer perda de floresta e entrada de agricultura e estradas vai baixar a resiliência das florestas
para secas severas, aumentando incêndios florestais", afirma.
Em entrevista à BBC, Ghillean Prance, da organização Trustee Eden Project, da Inglaterra, considerou
a quarta-feira(32/08) do decreto "um dia triste para o meio ambiente da Amazônia".

Processo de dois anos

A extinção do Renca é aventada desde 2015, quando começava-se a debater o marco regulatório para
a mineração. Em novembro passado, representantes do CPRM (Companhia de Pesquisas de Recursos
Minerais), o serviço geológico brasileiro, testaram a popularidade da área com investidores numa
conferência do setor em Londres.
E em abril de 2017, o Ministério de Ministério de Minas e Energia publicou uma portaria balizando os
trâmites para a extinção da reserva - o decreto confirmou a mudança.
Antes mesmo da criação da Renca, na década de 1980, houve 160 requerimentos de mineração na
área, segundo levantamento da WWF. A maior parte deles foi retirada, mas os que restaram, em torno
de dez, terão prioridade na análise do governo de concessões.
Esses pedidos que deverão prosseguir compreendem uma área de 15 mil quilômetros quadrados, em
torno de 30% do total da Renca. Para o restante da área, devem ser abertas licitações.

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Temer recua e vai revogar decreto que extinguiu reserva de cobre na Amazônia75

Governo confirmou a decisão sobre a polêmica Renca (Reserva Nacional de Cobre e Associados),
que será publicada no Diário Oficial (26/09). Segundo auxiliares, a decisão levou em conta a polêmica
em torno do decreto e, diante de novas pressões, o presidente decidiu deixar que o tema seja mais
debatido. Segundo fontes do Planalto, Temer vai assinar a revogação na tarde desta segunda-feira,
25/09, e um novo decreto será publicado no Diário Oficial da União de terça. Ao revogar o decreto, o
governo restabelece as condições originais da área, criada em 1984.
Em nota, o MME (Ministério de Minas e Energia) destacou que as razões que levaram o órgão a propor
a extinção da Renca permanecem as mesmas. “O País necessita crescer e gerar empregos, atrair
investimentos para o setor mineral, inclusive para explorar o potencial econômico da região”, diz o
comunicado.
O debate sobre o tema será retomado “mais à frente”, esclareceu o órgão. “O MME reafirma o seu
compromisso e de todo o governo com a preservação do meio ambiente e com as salvaguardas previstas
na legislação de proteção e preservação ambiental. O debate em torno do assunto deve ser retomado
em outra oportunidade mais à frente e deve ser ampliado para um número maior de pessoas, da forma
mais democrática possível.”
No dia 14/09, a Comissão de Meio Ambiente da Câmara já havia pedido a revogação definitiva do
decreto. "A maneira agressiva que foi feito (o decreto) não só causou constrangimento da sociedade
brasileira, mas do parlamento como um todo, atingiu a Câmara e o Senado", afirmou o presidente da
comissão, Ricardo Trípoli (PSDB-SP), na ocasião. "Estamos aguardando que o governo revogue por
definitivo e diga quais são os propósitos de exploração na área."
O decreto de extinção da reserva foi assinado pelo presidente Michel Temer no dia 23 de agosto de
2017. Diante da repercussão negativa, o governo fez outro decreto, o que não aplacou as críticas. O
Ministério de Minas e Energia, depois, publicou portaria para congelar por 120 dias a proposta. O decreto
também era questionado no Senado.
O decreto original provocou uma onda de protestos de ambientalistas e artistas, como a modelo Gisele
Bündchen, que acusaram o presidente de estar "vendendo" uma parte da Amazônia para interesses de
mineradoras estrangeiras. As críticas chegaram até ao Rock in Rio, novamente pela voz de Gisele e da
líder indígena Sônia Guajajara, que fez um protesto durante a apresentação de Alicia Keys.
O temor de ambientalistas era que, com a extinção da Renca, haveria um novo interesse de empresas
de mineração pela região. Até mesmo o Ministério do Meio Ambiente tinha se mostrado contrário a essa
medida, e o ministro Sarney Filho disse, em entrevista ao jornal Valor Econômico, que foi pego de
surpresa com a decisão de Temer de extinguir a Renca.

Desastre ambiental de Mariana

A barragem se rompeu no dia 5 de novembro de 2015, destruindo o distrito de Bento Rodrigues, em


Mariana, e atingindo várias outras localidades. Os rejeitos também atingiram mais de 40 cidades do Leste
de Minas Gerais e do Espírito Santo. O desastre ambiental, considerado o maior e sem precedentes no
Brasil, deixou 19 mortos. Um corpo nunca foi encontrado.
No dia 18 de novembro de 2016, a Justiça Federal aceitou denúncia oferecida pelo Ministério Público
Federal (MPF) contra 22 pessoas e as empresas Samarco, Vale, BHP Billiton e VogBR pelo rompimento
da barragem e eles se tornam réus por crimes ambientais e por homicídios.
Dentre as denúncias, 21 pessoas são acusadas de homicídio qualificado com dolo eventual - quando
se assume o risco de matar. Eles ainda respondem por crimes de inundação, desabamento, lesão
corporal e crimes ambientais. A Samarco, a Vale e a BHP são acusadas de nove crimes ambientais. A
VogBR e um engenheiro respondem pelo crime de apresentação de laudo ambiental falso.
Segundo o MPF (Ministério Público Federal), os acusados podem ir a júri popular e, se condenados,
terem penas de prisão de até 54 anos, além de pagamento de multa, de reparação dos danos ao meio
ambiente e daqueles causados às vítimas.
A procuradoria pediu a qualificação do homicídio por motivo torpe, justificando ganância da empresa
e impossibilidade de defesa por parte das vítimas. "Em relação ao motivo torpe, o MPF trouxe indícios de
que a obtenção de rápidos lucros, sem que se atentasse devidamente para as condições da barragem,
pode ter contribuído para o ocorrido", descreveu o juiz Jacques de Queiroz Ferreira na decisão.

75
ARAÚJO, C. MONTEIRO, T. WARTH, A. Temer recua e vai revogar decreto que extinguiu reserva de cobra na Amazônia. Estadão Sustentabilidade. Disponível
em: < http://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,temer-recua-e-vai-revogar-decreto-que-extinguir-reserva-nacional-de-cobre,70002015457> Acesso em
26 de setembro de 2017.

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Em março de 2017, a 12ª Vara da Justiça Federal de Minas Gerais homologou em parte o acordo
preliminar firmado entre Ministério Público Federal (MPF) e as mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton,
permitindo que instituições independentes façam um diagnóstico dos danos socioambientais causados
pelo rompimento da barragem de Fundão.
Em julho de 2017, a Justiça Federal suspendeu o processo ambiental por causa da prorrogação, para
30 de outubro, do prazo para que a Samarco e suas donas, a Vale e a BHP Billiton, cheguem a um acordo
com a União e o MPF em relação às medidas que serão tomadas como indenização pelo desastre
ambiental.

Justiça Federal suspende ação criminal que tornou acusados réus por homicídio no desastre
de Mariana76

A Justiça Federal em Ponte Nova, na Zona da Mata de Minas Gerais, suspendeu o processo criminal
que tornou rés 22 pessoas e as empresas Samarco, Vale, BHP Billiton e VogBR por causa do desastre
com a barragem de Fundão, em Mariana, em novembro de 2015. A reportagem teve acesso à decisão,
que data de 4 de julho de 2017. A defesa do diretor-presidente licenciado da Samarco, Ricardo Vescovi,
e do diretor-geral de operações, Kleber Terra, alegou que escutas telefônicas usadas no processo foram
feitas de forma ilícita.
O despacho é assinado pelo juiz Jacques de Queiroz Ferreira. Os advogados de Ricardo Vescovi e
Kleber Terra pediram a anulação do processo, alegando que a quebra de sigilo telefônico ultrapassou
período judicialmente autorizado e que as conversas foram analisadas pela Polícia Federal e usadas pelo
Ministério Público Federal (MPF) na denúncia.
A pedido do MPF, companhias telefônicas foram oficiadas pela Justiça sobre o esclarecimento das
informações e o processo fica suspenso até que elas entreguem os dados solicitados. No pedido, o MPF
também se manifestou pela não interrupção do processo, o que não foi atendido pelo juiz.
“Acresceram que outra nulidade ocorreu quando da determinação dirigida à Samarco para que
apresentasse cópias das mensagens instantâneas (chats) e dos e-mails enviados e recebidos entre
01/10/2015 e 30/11/2015, visto que a empresa forneceu dados não requisitados, relativos aos anos de
2011, 2012, 2013 e 2014, que, da mesma forma, foram objeto de análise policial e consideradas na
denúncia, desrespeitando a privacidade dos acusados”, explica trecho da decisão.
O magistrado afirmou que a defesa dos réus levantou “duas graves questões que podem implicar na
anulação do processo desde o início” e determinou a suspensão do processo até a decisão sobre as duas
alegações.
Procurado pelo G1, o MPF contestou as alegações da defesa dos dois réus, afirmando que as
interceptações usadas na denúncia estão dentro do prazo legal.
“As interceptações indicadas pela defesa como supostamente ilegais sequer foram utilizadas na
denúncia, por isso, não teriam a condição de causar nulidade no processo penal”, informou o órgão em
nota.
Por telefone, o advogado Paulo Freitas, que representa Vescovi e Terra, reforçou que considera as
interceptações telefônicas ilegais.
O G1 entrou em contato com a Polícia Federal para saber sobre o período da quebra de sigilo
telefônico, mas a corporação respondeu apenas que ainda não foi informada oficialmente da suspensão
pela Justiça.
A Samarco, a Vale, a BHP e a VogBR disseram que não vão se pronunciar.

Trump anuncia saída dos EUA do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas77

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (01/06/17) a saída de
seu país do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, mas prometeu negociar um retorno ou um novo
acordo climático em termos que considere mais justos para os americanos. Ele disse que o atual
documento traz desvantagens para os EUA para beneficiar outros países, e prometeu interromper a
implementação de tudo que for legalmente possível imediatamente.
"Para cumprir o meu dever solene de proteger os Estados Unidos e os seus cidadãos, os Estados
Unidos vão se retirar do acordo climático de Paris, mas iniciam as negociações para voltar a entrar no

76
ZUBA, F. CRISTINI, F. ÂNGELO, P. Justiça Federal suspende ação criminal que tornou acusados réus por homicídio no desastre de Mariana. G1 Minas Gerais.
Disponível em: < http://g1.globo.com/minas-gerais/desastre-ambiental-em-mariana/noticia/justica-federal-suspende-acao-criminal-que-tornou-acusados-reus-por-
homicidio-no-desastre-de-mariana.ghtml> Acesso em 08 de agosto de 2017.
77
G1. Trump anuncia saída dos EUA do acordo de Paris sobre mudanças climáticas. G1 Natureza. Disponível em: <http://g1.globo.com/natureza/noticia/trump-
anuncia-saida-dos-eua-do-acordo-de-paris-sobre-mudancas-climaticas.ghtml> Acesso em 02 de junho de 2017.

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acordo de Paris ou em uma transação inteiramente nova em termos justos para os Estados Unidos, suas
empresas, seus trabalhadores, suas pessoas, seus contribuintes ", disse Trump.
Logo após o anúncio, no entanto, o prefeito de Pittsburgh, Bill Peduto, disse que irá "garantir que
seguiremos as diretrizes do Acordo de Paris para nosso povo, nossa economia e futuro."
O acordo, assinado em dezembro de 2015 durante a cúpula da ONU sobre mudanças climáticas, COP
21, prevê que os países devem trabalhar para que o aquecimento fique muito abaixo de 2ºC, buscando
limitá-lo a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais.
A saída dos EUA, segundo maior produtor mundial de gás de efeito estufa, pode minar o acordo
internacional, o primeiro da história em que os 195 países da ONU se comprometem a reduzir suas
emissões.

Medida anunciada

Antes de ser eleito, Trump descreveu em várias ocasiões o aquecimento global como uma enganação
criada pela China para prejudicar as empresas americanas, e anunciou que iria “cancelar” o Acordo de
Paris nos primeiros 100 dias após sua posse.
Uma decisão necessária, segundo ele, para favorecer as empresas petrolíferas e produtores de carvão
dos EUA, e dessa forma garantir mais crescimento econômico e a criação de novos empregos. Depois
de tomar posse, Trump anunciou que teria estudado o acordo antes de tomar uma decisão sobre o
assunto.
O presidente norte-americano tem poderes suficientes para retirar os EUA do tratado. Isso porque o
texto foi denominado “acordo” para permitir que Barack Obama pudesse utilizar seus poderes
presidenciais para ratificá-lo sem pedir a permissão do Congresso, então controlado pelo Partido
Republicano, hostil a qualquer redução das emissões de poluentes. Por esse motivo, a delegação dos
EUA foi obrigada a negociar por muitas horas sobre essa complexa linguagem jurídica no dia da
assinatura do documento.

Veja os principais pontos do Acordo do Clima

- Países devem trabalhar para que o aquecimento fique muito abaixo de 2ºC, buscando limitá-lo a
1,5ºC
- Países ricos devem garantir financiamento de US$ 100 bilhões por ano
- Não há menção à porcentagem de corte de emissão de gases-estufa necessária
- Texto não determina quando emissões precisam parar de subir
- Acordo deve ser revisto a cada 5 anos
A decisão de Trump pode ter sérias consequências para o cumprimento das obrigações previstas pelo
tratado por parte de outros países e, mais em geral, sobre a condição climática do planeta, considerando
que o aquecimento global é um fenômeno que já está ocorrendo e que todos os anos perdidos na luta
contra esse fenômeno aumentam o risco de provocar efeitos irreversíveis sobre o clima.
Segundo levantamentos realizados por várias universidades e centros de pesquisa de diferentes
países do mundo, a saída dos EUA do Acordo de Paris acrescentaria 3 bilhões de toneladas de dióxido
de carbono (CO2) emitido por ano na atmosfera, aumentando a temperatura da Terra entre 0,1º e 0,3º C
até o final do século.

Apoio dividido

A decisão de Trump foi influenciada por uma carta assinada por 22 senadores republicanos, incluindo
o líder da bancada Mitch McConnell, que defendia a retirada dos EUA do tratado. Trump preferiu ignorar
a opinião de alguns dos seus assessores mais influentes, como a filha, Ivanka, o Secretário de Defesa,
James Mattis, e o Secretário de Estado Rex Tillerson, os quais defendiam que ele mantivesse os Estados
Unidos no acordo. Mattis em particular salientou como o Pentágono, o Ministério da Defesa dos EUA, já
está produzindo uma grande quantidade de pesquisas sobre o aumento do nível dos mares, a mudança
nas rotas marinhas para os navios de guerra por causa do derretimento das geleiras do Ártico e os efeitos
de secas ou de inundações sobre a segurança nacional americana.

ONU

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu oficialmente aos EUA para que não saíssem do
Acordo de Paris, sem obter nenhum resultado. Outros países, como Alemanha e França, expressaram

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suas preocupações com a posição de Trump sobre o meio ambiente e mudanças climáticas. Até o Papa
Francisco tentou persuadir o presidente norte-americano em permanecer no acordo durante sua recente
visita no Vaticano, entregando-lhe uma cópia da encíclica “Laudato si'” que o Pontífice escreveu em 2015
sobre as complexas questões das mudanças climáticas. Os líderes do G7 criticaram a decisão de Trump
de deixar o tratado e os governos do Canadá, da China e a União Europeia já informaram que continuarão
a honrar seus compromissos com o Acordo de Paris mesmo se os EUA se retirarão.
A preocupação em nível global com a saída dos Estados Unidos é o efeito de emulação: outros países
poderiam ser influenciados a reduzir ou atenuar seus compromissos internacionais sobre a questão
climática ou até abandonar completamente o acordo.
A decisão de se retirar do acordo poderia sinalizar a intenção de Trump de cortar outras leis que limitam
a produção de gases poluentes nos EUA assinadas pelo seu antecessor Obama. Entretanto, a saída dos
EUA do Acordo de Paris não seria imediata. O processo poderá demorar até três anos, assim como
estabelecido no próprio acordo, com diversas batalhas jurídicas e diplomáticas muito intensas, além do
grave desgaste de imagem internacional dos Estados Unidos.

O que é o Acordo de Paris

O Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas impõe aos países signatários conter o aquecimento
global em até 2º C em relação aos níveis pré-industriais, com o objetivo de não superar o 1,5º de aumento
da temperatura mundial até 2100.
Já hoje as temperaturas médias são de 1º acima dos níveis pré-industriais, uma mudança climática
ocorrida em larga parte nas últimas décadas. Com o acordo assinado em 2015 no final da Cúpula do
Clima de Paris (COP 21), 195 países signatários se comprometeram a reduzir suas emissões de gases
de efeito estufa. Entretanto, segundo muitos cientistas essas medidas seriam insuficientes para garantir
o respeito dos objetivos fixados e deveriam ser rapidamente atualizadas.
O Acordo de Paris foi assinado na cúpula anual da ONU sobre o clima COP 21, a vigésima-primeira
cúpula das Nações Unidas sobre o tema.
Segundo o próprio acordo, os países signatários não podem abandoná-lo antes de três anos, além de
um quarto ano para que o procedimento seja completado. Ou seja, Trump não poderia se livrar dos
vínculos legais do texto antes de 2020, sem cometer uma violação do direito internacional.
Uma alternativa para os EUA poderia ser aquela de abandonar completamente a Convenção-Quadro
das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) (a que organiza as cúpulas da COP), que
Trump criticou fortemente em diversas ocasiões no passado. Uma última opção poderia ser uma
renegociação dos objetivos de corte das emissões, obrigando todavia Washington a uma longa e difícil
negociação com os outros países.

Fenômenos climáticos extremos prosseguirão em 2017, diz ONU78

Após um ano de 2016 com temperaturas em nível recorde no qual a banquisa (água do mar congelada)
no Ártico seguiu minguando e o nível do mar subindo, as Nações Unidas advertiram nesta terça-feira
(21/03) que os fenômenos climáticos extremos prosseguirão em 2017.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência especializada da ONU, publicou seu
relatório anual sobre o estado mundial do clima coincidindo com a jornada meteorológica mundial, que
será realizada em 23 de março de 2017.
"O relatório confirma que 2016 foi o ano mais quente já registrado. O aumento da temperatura em
relação à era pré-industrial alcançou 1,1ºC, ou seja, 0,06ºC mais que o recorde anterior de 2015", disse
o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, em um comunicado.
Segundo a OMM, os fenômenos chamados extremos não apenas seguirão em 2017, mas os estudos
recentes "dão a entender que o aquecimento dos oceanos pode ser mais pronunciado do que se
acreditava".
Os dados provisórios dos quais a ONU dispõe revelam que o ritmo de crescimento da concentração
de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera não foi freado.
"Depois que o potente (fenômeno climático) El Niño de 2016 se dissipou, hoje assistimos a outras
alterações no mundo que não conseguimos elucidar, estamos ao limite de nossos conhecimentos
científicos sobre o clima", disse por sua vez o diretor do programa mundial de investigação sobre o clima,
David Carlson.

78
21/03/2017 – Fonte: http://g1.globo.com/natureza/noticia/fenomenos-climaticos-extremos-prosseguirao-em-2017-diz-onu.ghtml

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O fenômeno El Niño, que ocorre a cada quatro ou cinco anos com intensidade variável, provocou um
aumento da temperatura do Pacífico, desencadeando, por sua vez, secas e precipitações superiores à
média.
Por sua vez, o Ártico viveu ao menos três vezes neste inverno o equivalente polar de uma onda de
calor, segundo a OMM, que ressalta que em alguns dias a temperatura era próxima ao degelo.
Segundo as conclusões dos pesquisadores, as mudanças no Ártico e o degelo da banquisa provocam
uma modificação geral da circulação oceânica e atmosférica que afeta, por sua vez, as condições
meteorológicas de outras regiões do mundo.
É o caso do Canadá e de grande parte dos Estados Unidos, que tiveram um clima suave pouco
habitual, enquanto na península arábica e no norte da África foram registradas no início de 2017
temperaturas anormalmente baixas.
Além disso, as temperaturas na superfície do mar foram em 2016 as mais altas já registradas e o
aumento do nível médio do mar prosseguiu, enquanto a superfície da banquisa no Ártico foi inferior à
normal durante grande parte do ano.

Questões

01. (CRB – 6ª Região – Auxiliar Administrativo – QUADRIX) “O comitê gestor do Fundo Nacional
sobre Mudança do Clima (Fundo Clima) estabeleceu novas regras para o financiamento de projetos para
os anos de 2017 e 2018. Em reunião realizada nesta quarta-feira (30), o comitê definiu questões como
tecnologia e adaptação para orientar os programas que serão contemplados nos próximos dois anos.
Temas ligados a monitoramento e transparência também estão na lista. A iniciativa busca manter a
atuação do Fundo de acordo com os compromissos assumidos pelo Brasil, no contexto do Acordo de
Paris.”
http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2016/12/fundo-clima-definenovas-regras-para-os-proximos-dois-anos
A respeito do Acordo de Paris, assinale a alternativa correta.
(A) Assinado em 2002, dez anos após a Rio-92, tem como objetivo a redução na emissão de gases
que contribuem para o aquecimento global.
(B) O acordo insere-se na mesma política do Protocolo de Kyoto, porém, diferentemente deste, não foi
assinado pelos Estados Unidos.
(C) O principal objetivo do acordo diz respeito a limitar o aumento da temperatura global a no máximo
2°C em relação aos níveis pré-industriais.
(D) Grande parte dos países industrializados ainda não aceitaram o acordo, o que dificulta sua
implementação.
(E) O acordo tem por base a ideia de que a temperatura média global não sofre influência da ação
antrópica.

02. (Pref. de Lauro Muller/SC – Auxiliar Administrativo – Instituto Excelência) Ártico tem ano
recorde de calor e derretimento maciço de gelo. Avaliação foi publicada no Arctic Report Card 2016,
relatório revisado por pares de 61 cientistas de todo o mundo.
Disponível< http://g1.globo.com/natureza/noticia/artico-temano-recorde-de-calor-e-derretimento-macico-de-gelo.ghtml>
Sobre essa notícia é INCORRETO afirmar:
(A) O Ártico quebrou recordes de calor no ano passado, quando um ar excepcionalmente quente
provocou o derretimento maciço de gelo e de neve e um congelamento tardio no outono.
(B) Os cientistas do clima dizem que as razões para o aumento do calor incluem a queima de
combustíveis fósseis que emitem gases causadores do efeito estufa, que prendem o calor na atmosfera,
bem como a tendência de aquecimento do oceano El Niño, que terminou no meio do ano.
(C) Essa tendência de aquecimento também levou a uma cobertura de gelo adulta e grossa que derrete
facilmente.
(D) Nenhuma das alternativas.

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03. (TRF-5ª Região – Analista Judiciário – FCC) Desenvolvimento Sustentável
(A) envolve iniciativas que concebem o meio ambiente de modo articulado com as questões sociais,
tais como: saúde, habitação e educação, e que estimulem uma visão acrítica da população acerca das
questões ambientais.
(B) e crescimento econômico são sinônimos, significando atividades de incentivo ao desenvolvimento
do país, seguindo modelos de avanço tecnológico e científico.
(C) significa crescimento da economia, demonstrado pelo aumento anual do Produto Nacional Bruto
(PNB) combinado com melhorias tecnológicas e ganhos sociais relevantes.
(D) pode ser alcançado somente através de políticas e diretrizes governamentais de estímulo à
redução do crescimento populacional do país, tendo em vista que a dinâmica demográfica exerce forte
impacto sobre o meio ambiente em geral e os recursos naturais em particular.
(E) significa crescimento econômico com utilização dos recursos naturais, porém com respeito ao meio
ambiente, à preservação das espécies e à dignidade humana, de modo a garantir a satisfação das
necessidades das presentes e futuras gerações.

Respostas

01. Resposta: C.
Na 21ª Conferência das Partes (COP21) da UNFCCC, em Paris, foi adotado um novo acordo com o
objetivo central de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e de reforçar a capacidade
dos países para lidar com os impactos decorrentes dessas mudanças.
O Acordo de Paris foi aprovado pelos 195 países Parte da UNFCCC para reduzir emissões de gases
de efeito estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. O compromisso ocorre no sentido de
manter o aumento da temperatura média global em bem menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais
e de envidar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
Para que comece a vigorar, necessita da ratificação de pelo menos 55 países responsáveis por 55%
das emissões de GEE. O secretário-geral da ONU, numa cerimônia em Nova York, no dia 22 de abril de
2016, abriu o período para assinatura oficial do acordo, pelos países signatários. Este período se estende
até 21 de abril de 2017.
Para o alcance do objetivo final do Acordo, os governos se envolveram na construção de seus próprios
compromissos, a partir das chamadas Pretendidas Contribuições Nacionalmente Determinadas (iNDC,
na sigla em inglês). Por meio das iNDCs, cada nação apresentou sua contribuição de redução de
emissões dos gases de efeito estufa, seguindo o que cada governo considera viável a partir do cenário
social e econômico local.
(Continua em: http://www.mma.gov.br/clima/convencao-das-nacoes-unidas/acordo-de-paris)

02. Resposta: C.
No ártico existe uma camada de gelo adulta e grossa que demora para derreter, mas o aquecimento
global tem acelerado o derretimento dessa camada durante o verão. No inverno o mar recongela mas
formando uma camada de gelo jovem e fina que no próximo verão vai derreter muito mais rápido.

03. Resposta: E
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as
necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras
gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa definição surgiu na
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e
propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.
Fonte: <http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/>

Relações Internacionais

Presidente da Nigéria admite que garotas desaparecidas em Dapchi foram sequestradas79

Até então, autoridades falavam em 'desaparecimento' ao se referir ao caso. Grupo extremista Boko
Haram atacou escola há uma semana.

79
FRANCE PRESSE. Presidente da Nigéria admite que garotas desaparecidas em Dapchi foram sequestradas. G1 Mundo. Disponível em:
<https://g1.globo.com/mundo/noticia/presidente-da-nigeria-admite-que-garotas-desaparecidas-em-dapchi-foram-sequestradas.ghtml> Acesso em 27 de fevereiro de
2018.

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Uma semana após o desaparecimento de mais de 100 alunas de uma escola no nordeste na Nigéria
após um ataque do grupo extremista Boko Haram, o presidente nigeriano Muhammadu Buhari admitiu
nesta segunda-feira (26/02) que elas foram sequestradas.
"O governo está ao lado das estudantes de Dapchi que foram sequestradas", declarou Buhari durante
a visita à presidência de uma delegações de ex-reféns do Boko Haram libertados no ínicio do mês.
É a primeira vez que este termo é utilizado de maneira oficial. Até então, as autoridades se referiam a
"desaparecimento" - e não "sequestro" -, e os pais não tinham claro se elas tinham sido raptadas ou se
tinham fugido para a selva.
"Ordenei todas as agências de segurança do país de garantir a segurança em nossas escolas e de
trazer nossas filhas sequestradas de volta às suas famílias", ressaltou o chefe de Estado.
O ataque aconteceu há uma semana. De acordo com moradores ouvidos pela AFP, em 19 de fevereiro,
milicianos do grupo extremista nigeriano, fortemente armados, atacaram a cidade de Dapchi. Eles
atiraram para o alto e detonaram granadas.
Muitas estudantes e professoras fugiram pelo medo de sequestro, mas 110 outras não tiveram a
mesma sorte. Na última sexta, os pais das meninas afirmaram que 105 continuavam sumidas.

Sequestro em Chibok
A admissão acontece por ocasião do quarto ano de outro sequestro em massa das alunas, 276 no
total, em Chibok, em abril de 2014.
Há quatro anos, 276 estudantes foram sequestradas em Chibok, no estado de Borno (nordeste), reduto
do grupo extremista Boko Haram que conduz desde 2009 uma insurreição que já fez mais de 20.000
mortos e 2,6 milhões de deslocados.
Na noite de 14 de abril de 2014, homens armados invadiram o internato de meninas de Chibok,
forçando as estudantes, de 12 a 17 anos, a entrar em caminhões.
Dezenas de meninas foram libertadas desde então, mas outras permanecem nas mãos do Boko
Haram. No início de janeiro, várias delas apareceram em um vídeo transmitido pelo grupo, dizendo que
não iriam voltar e não queriam deixar o "califado".
É impossível contar com precisão as meninas ainda detidas pelo grupo extremista, cujo nome significa
"a educação ocidental é um pecado", porque algumas podem ter sido assassinadas ou morreram em
cativeiro.

Jacob Zuma renuncia à presidência da África do Sul80

Presidente desde 2009, Zuma é alvo de mais de 800 acusações por corrupção e é investigado por
supostamente favorecer empresários com concessões públicas milionárias.
Jacob Zuma renunciou nesta quarta-feira (14/02) à presidência da África do Sul em um
pronunciamento na TV estatal, acatando o ultimato de seu próprio partido, o Congresso Nacional Africano
(ANC, na sigla em inglês).
Em um discurso de despedida à nação que durou 30 minutos, Zuma, de 75 anos, afirmou que não
concordou com a forma como o ANC o forçou a renunciar depois da eleição de Cyril Ramaphosa como
presidente do partido em dezembro. Mas afirmou que tem que "aceitar que se meu partido e meus
compatriotas desejam que eu saia, eles têm que exercer esse direito e fazer isso da maneira prescrita na
Constituição". Também disse que não tinha medo de uma moção de censura ou de um processo de
impeachment.
"Servi ao povo da África do Sul ao máximo de minha habilidade. Sou eternamente grato que confiaram
em mim", disse.
"Nenhuma vida deve ser perdida em meu nome. E o ANC não deve ficar dividido em meu nome",
afirmou ao final de seu discurso.
Figura importante da luta anti-Apartheid nos anos 60, 70 e 80, Zuma ficou preso por 10 anos e ficou
mais 15 anos no exílio antes de dar voltar ao seu país para empreender carreira política. Foi vice-
presidente do país entre 1999 e 2005. Assumiu como presidente em maio de 2009.
Ele é alvo de mais de 800 acusações por corrupção relativa a contratos de armas do final dos anos
1990 e é investigado por supostamente ter usado o Estado para favorecer empresários com concessões
públicas milionárias.
Os diversos escândalos de corrupção em que está envolvido levaram o país a uma séria crise política.

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G1. Jacob Zuma renuncia à presidência da África do Sul. G1 Mundo. Disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/noticia/nao-tenho-medo-de-mocao-de-
censura-diz-zuma-em-pronunciamento-na-tv.ghtml> Acesso em 15 de fevereiro de 2018

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A direção do ANC tem o poder de solicitar a saída de seus membros que estejam em função
governamental, como aconteceu em 2008 no caso do presidente Thabo Mbeki, que cumpriu a decisão e
renunciou.
Caso não renunciasse, Zuma poderia ser destituído por meio de uma moção no Parlamento nos
próximos dias. Até então, Zuma se recusava a obedecer as ordens de seu partido.

Substituto

O primeiro na fila para ocupar o cargo vago é o vice-presidente Cyril Ramaphosa, um líder sindical e
advogado, que é também líder do CNA desde dezembro do ano passado, ao derrotar a ex-esposa de
Zuma, Nkosazana Dlamini-Zumae. Ramaphosa foi o principal impulsor das manobras para buscar a
renúncia do ex-mandatário.

Grave crise

A crise que agita o ANC, no poder desde o fim do regime de Apartheid em 1994, tem perturbado o
funcionamento do Estado sul-africano.
Partidários de Ramaphosa queriam que Zuma deixasse o poder o mais rápido possível por causa das
eleições gerais de 2019. Os seguidores do agora ex-presidente, no entanto, insistiam que ele deveria
seguir no cargo até o final de seu segundo mandato.

Trump completa um ano na presidência com governo paralisado após impasse no Senado81

Sem acordo sobre programa migratório, democratas bloquearam medida que estendia financiamento
ao governo federal até fevereiro
WASHIGNTON - O governo Donald Trump completou um ano neste sábado, 20, com o fechamento
do governo por falta de acordo no Congresso para aprovação de uma autorização temporária de gastos.
Essa é a primeira paralisação da administração em quatro anos e a única da era modera de uma gestão
que controla a Casa Branca e as duas Casas do Legislativo.
Senadores democratas e alguns republicanos se recusaram a votar a proposta que manteria o governo
em funcionamento depois da meia-noite de sexta-feira. A oposição condicionou seu apoio à medida à
aprovação de lei que regularize a situação de 690 mil jovens beneficiados pelo DACA, o programa do ex-
presidente Barack Obama que suspendeu deportações de imigrantes ilegais levados aos EUA quando
era criança. Trump anunciou em setembro que a proteção a esse grupo será extinta em março, a menos
que o Congresso aprove lei sobre o assunto.
A autorização de gastos foi aprovada na Câmara dos Deputados, mas não obteve votos suficientes no
Senado, onde os republicanos têm 51 das 100 cadeiras. As duas Casas tiveram sessões na sexta-feira,
na tentativa de buscar um acordo que permita a volta do funcionamento do governo na segunda-feira. A
votação no Senado terminou com 50 votos a favor e 49 contrários.
Uma das possibilidades em discussão é encurtar seu prazo da autorização de gastos de 16 para 8 de
fevereiro. Os dois lados usariam esse período para tentar chegar a um acordo sobre o DACA. A
autorização temporária de gastos é a décima a ser analisada pelo Congresso desde o início do ano fiscal,
em outubro. Ela é necessária porque os dois partidos não chegaram ainda a um acordo para votar o
Orçamento definitivo.
Na noite da quinta-feira 18, a Câmara dos Deputados aprovou o orçamento temporário por 230 votos
a favor e 197 contra. No entanto, o caminho no Senado já se mostrava mais complicado, tendo em vista
que a maioria republicana na Casa é menor do que na Câmara. Com apenas 51 dos 100 votos no Senado,
os republicanos precisavam do apoio de ao menos nove integrantes da oposição. No entanto, alguns
senadores da sigla já haviam adiantado que não votariam a favor, como Rand Paul (Kentucky). Diante da
inexistência de um acordo, os dois lados começaram a fazer acusações mútuas sobre a responsabilidade
por uma eventual paralisação do governo federal.
O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, disse ontem que via possibilidade de avanço nas
negociações. "O presidente e os quatro líderes deveriam se reunir imediatamente e terminar esse acordo,
para que todo o governo possa voltar ao trabalho na segunda-feira", afirmou.
Mas a Casa Branca demonstrou pouca disposição em ceder. "Nós não vamos negociar o status de
imigrantes ilegais enquanto democratas mantêm nossos cidadãos que obedecem à lei reféns de suas

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CLÁUDIA TREVISAN. Trump completa um ano na presidência com governo paralisado após um impasse do Senado. Estadão Internacional. Disponível em:
<http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,sem-acordo-no-senado-paralisacao-do-governo-trump-tem-inicio,70002158041> Acesso em 22 de janeiro de
2018.

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demandas irresponsáveis", disse a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders em nota
divulgada na madrugada de hoje.
"Os democratas estão muito mais preocupados com imigrantes ilegais do que estão com a nossa
grande Forças Armadas e a segurança de nossa perigosa fronteira do Sul. Eles poderiam facilmente fazer
um acordo, mas em vez disso decidiram jogar a política do fechamento (do governo)", escreveu Trump
no Twitter.
"Esse será conhecido como o #TrumpShutdwon. Não há ninguém que mereça mais a culpa pela
posição em que nos encontramos do que o presidente Trump", escreveu Schumer na mídia social.
Pesquisa divulgada sexta-feira pela CNN mostrou que 84% dos americanos são favoráveis à
permanência dos beneficiários do DACA nos EUA. O apoio é de 96% entre os democratas e de 72% entre
os republicanos. Para 63%, resolver essa questão deve ser uma das prioridades do Congresso. Mas 56%
disseram que evitar o fechamento do governo era mais importante do que aprovar a prorrogação do
DACA.
Com a paralisação do governo, apenas serviços considerados "essenciais" serão prestados -Correios,
hospitais que atendem veteranos, pagamentos do seguro social e programas de saúde para idosos e
mais pobres continuarão em operação. Monumentos e grande parte dos parques nacionais permanecerão
abertos -eles foram fechados em 2013, na paralisação do governo Obama imposta pelos republicanos.
A probabilidade de que houvesse uma paralisação prolongada do governo dos Estados Unidos parecia
baixa, na avaliação do economista-chefe para EUA da RBC Capital Markets, Tom Porcelli. Ele
lembrou que o presidente americano tem controle sobre grande parte dos eleitores que o apoiaram e que,
dos assentos do Senado que foram decididos em menos 10% em 2012, Trump ganhou em seis desses
Estados atualmente detidos pelos democratas.
Em nota a clientes, Porcelli comenta que tanto democratas quanto senadores sairiam perdendo com
uma paralisação da máquina pública. No entanto, o economista aponta que o "shutdown", termo para se
referir à paralisação, não está diretamente relacionado com o teto da dívida, mas sim com o financiamento
ao governo. "A falta de aprovação de uma resolução orçamentária de curto prazo não tem relação com o
teto da dívida, que mesmo se não for elevado, seria um problema maior somente em março", disse.

Islândia é 1º país a tornar ilegal pagar salário menor a mulheres82

Órgãos governamentais e empresas do setor privado passam a ser obrigados a acabar com a
desigualdade salarial
Se a Islândia já aparecia no topo da lista dos países com a maior igualdade de gênero, agora tem um
motivo a mais para não perder o posto. Nesta segunda-feira (01/01), entrou em vigor uma lei que torna
ilegal pagar mais a homens do que as mulheres no país.
A medida será aplicada tanto nos órgãos governamentais quanto nas empresas do setor privado com
mais de 25 funcionários. Todos terão de obter uma certificação especial do governo garantindo que ali
existem políticas de igualdade salarial. Não conseguiu a certificação? Vai levar multa.
Com isso, a Islândia vira o primeiro país no mundo a tornar a igualdade salarial obrigatória. A ilha
nórdica pretende erradicar as disparidades salariais entre homens e mulheres até 2022.
Ao anunciar a medida em março de 2017, o ministro da Igualdade e Assuntos Sociais da Islândia,
Thorsteinn Viglundsson, defendeu que "direitos iguais são direitos humanos". "Precisamos garantir que
homens e mulheres desfrutem da igualdade de oportunidades no local de trabalho. É nossa
responsabilidade tomar todas as medidas para conseguir isso", afirmou na ocasião.
A lei recebeu apoio de todos os partidos políticos no país. Lá, quase metade dos membros do
Congresso são mulheres.
A Islândia é líder no empoderamento político feminino e na luta constante pela igualdade salarial. Em
2017, pela nona vez, o país ocupou o primeiro lugar no Índice Global Gender Gap do Fórum Econômico
Mundial, que classifica 144 nações com base em quão perto estão de alcançar a igualdade de
gênero. Segundo o último relatório, a Islândia já havia fechado 87% das lacunas de diferença de gênero.

Ciclone bomba cobre o norte dos EUA de neve e leva caos para 60 milhões de pessoas83

Uma tempestade de inverno tem gerado caos no nordeste dos Estados Unidos e vem sendo apontada
como a razão por trás de 17 mortes registradas até o momento.
82
ÉPOCA NEGÓCIOS ONLINE. Islândia é 1º país a tornar ilegal pagar salário menor a mulheres. Época Negócios. Disponível em:
<http://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2018/01/islandia-e-1-pais-tornar-ilegal-pagar-salario-menor-
mulheres.html?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=post> Acesso em 03 de janeiro de 2018.
83
BBEC BRASIL. Ciclone bomba cobre o norte dos EUA de neve e leva caos para 60 milhões de pessoas. BBC. Disponível em:
<http://www.bbc.com/portuguese/internacional-42569176?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 05 de janeiro de 2018.

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Cercade 4 mil voos foram cancelados no país nesta quinta-feira com o Estado de Nova York, a região
de New England e o leste do Canadá cobertos por neve.
Escolas estão fechadas nas cidades de Nova York, Filadélfia e Boston e nos Estados da Carolina do
Norte e do Sul, Maryland e Virginia por risco de hipotermia, ferimentos por frio extremo e acidentes de
trânsito.
São esperados hoje 45 cm de neve em Boston e mais de 30 cm na cidade de Nova York, segundo
meteorologistas.
A tempestade, conhecida como um "ciclone bomba", deve continuar a impactar essa parte do país no
final de semana.
Quase 60 milhões de pessoas estão no seu caminho, com alertas emitidos desde o Maine até partes
da Georgia.
"Fortes nevascas vão se espalhar rumo ao norte", informou o Serviço Nacional de Meteorologia.
"Além disso, a tempestade cada vez mais forte vai intensificar os ventos." As correntes de ar podem
atingir intensidade de furacão, com rajadas de até 95 km/h.
Um ciclone bomba é um termo não oficial para um fenômeno que ocorre quando a pressão central de
um sistema de baixa pressão cai abaixo de 24 milibars em 24 horas, resultando em ventos muito intensos
capazes de derrubar árvores e causar danos estruturais.
A agência de notícias Associated Press informou que ao menos 17 mortes relacionadas ao frio foram
registradas nos Estados Unidos.
A empresa de trens Amtrak reduziu sua operação, e ônibus interestaduais estão sendo cancelados. O
clima já fez inclusive com que a neve chegasse ao sul norte-americano, até a Flórida.
"A situação continua a se deteriorar", disse o governador de Nova York, Andrew Cuom, ao instaurar
estado de emergência nesta quinta.
"É quase impossível desbloquear as estradas com ventos tão fortes, porque, assim que você tira a
neve, o vento a traz de volta."
Carros presos em uma autoestrada de Long Island, ele acrescentou, podem se tornar uma "situação
de vida ou morte" se equipes de resgate não foram capazes de chegar aos seus ocupantes.

Em resposta à Venezuela, Brasil decide expulsar principal diplomata do país84

Itamaraty se adianta a notificação oficial de Caracas, que não chegou dias após anúncio
Após três dias do anúncio da expulsão do embaixador brasileiro em Caracas, Ruy Pereira, o Itamaraty
se adiantou ao comunicado oficial da Venezuela e decidiu aplicar reciprocidade, declarando como
persona non grata o encarregado de negócios do país vizinho em Brasília, Gerardo Antonio Delgado
Maldonado. Há mais de um ano, não há embaixador venezuelano no Brasil. O diplomata do país vizinho
Alberto Efraim Castellar Padilla, que havia sido designado para o posto, jamais apresentou credenciais
para trabalhar na capital brasileira, segundo informou o Ministério das Relações Exteriores.
A crise diplomática entre Brasil e Venezuela teve início com o impeachment da ex-presidente Dilma
Rousseff, em meados de 2016. Caracas classificou a deposição de Dilma como golpe de Estado. As
relações foram azedadas ainda mais com a posição claramente contrária do presidente Michel Temer ao
governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro. O Brasil e os demais países do Mercosul decidiram
suspender a Venezuela do bloco, entre outras medidas de represália, incluindo notas de repúdio à
violência e a prisões que vêm ocorrendo naquele país.
Três dias após a Assembleia Constituinte da Venezuela declarar o embaixador brasileiro em Caracas,
Ruy Pereira, persona non grata — o que significa que o diplomata será expulso —, o Brasil ainda não
recebeu a notificação oficial. Pereira está no Brasil, onde pretendia passar as festas de fim de ano. Por
sua vez, o Canadá, cujo embaixador também teve a retirada ordenada pelo chavismo, aplicou a
reciprocidade durante o Natal.
A presidente da Constituinte da Venezuela, a ex-chanceler Delcy Rodríguez, confirmara ainda a
declaração de persona non grata do encarregado de negócios da Embaixada do Canadá, Craib Kowalik.
— No âmbito da competência da Assembleia Constituinte, decidimos declarar como persona non grata
o embaixador do Brasil até que se restitua o fio constitucional que o governo de fato rompeu neste país-
irmão — afirmou Delcy, acusando Brasil e Canadá de “permanente e grosseira intromissão nos assuntos
internos da Venezuela” e questionando a legitimidade do governo de Michel Temer.
Na semana anterior, ambos os países questionaram a recente decisão adotada pela Constituinte de
dissolver dois governos municipais — Grande Caracas e Alto Apure — por motivos aparentemente

84
OLIVEIRA, ELIANE. Em resposta à Venezuela, Brasil decide expulsar principal diplomata do país. O Globo, Mundo. Disponível em: <
https://oglobo.globo.com/mundo/em-resposta-venezuela-brasil-decide-expulsar-principal-diplomata-do-pais-
22229999?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=OGlobo> Acesso em 27 de dezembro de 2017

. 89
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políticos. Tanto o Itamaraty quanto vários países latino-americanos vêm endurecendo a postura crítica
com a Venezuela, isolando-a diplomaticamente em instâncias como OEA e Mercosul.
O embaixador brasileiro retornara a Caracas em julho depois de permanecer nove meses no Brasil
pela tensão política entre os dois países. O diplomata havia sido chamado ao Brasil para consultas em
setembro do ano passado, após o governo de Maduro congelar vínculos no rastro de duras críticas feitas
ao processo de impeachment de Dilma. Diante do recrudescimento da crise política no país vizinho, o
Itamaraty julgou que seria importante manter um representante com o status máximo em Caracas.
O Canadá, por sua vez, afirmou que o embaixador venezuelano “já não é bem-vindo”, declarando-o
persona non grata em represália à expulsão de Caracas do encarregado de negócios canadense. O
embaixador já havia sido retirado pelo governo do presidente Nicolás Maduro em protesto pelas sanções
canadenses contra funcionários venezuelanos envolvidos em atos de corrupção e violações dos direitos
humanos — na sexta-feira, Ottawa decidiu, entre outras medidas, proibir a presença em seu território de
52 funcionários de Venezuela, Rússia e Sudão do Sul por corrupção ou violações dos direitos humanos.
A expulsão de Craig Kowalik é “típica do regime de Maduro, que tem minado todos os esforços para
restaurar a democracia e ajudar o povo venezuelano”, denunciou a ministra canadense das Relações
Exteriores, Chrystia Freeland.
— Os canadenses não ficarão à margem enquanto o governo da Venezuela despoja seu povo dos
direitos fundamentais democráticos e humanos, e lhes nega acesso à assistência humanitária básica —
destacou ela.

Milhares de peruanos protestam contra perdão a Fujimori85

População critica decisão de Kuczynski de conceder indulto a ex-presidente, apontada como resultado
de um acordo político. Polícia usa gás lacrimogêneo, ergue barricadas e entra em confronto com
manifestantes.
Milhares saíram às ruas de cidades do Peru nesta segunda-feira (25/12) para protestar contra o indulto
concedido pelo presidente do país, Pedro Pablo Kuczynski, ao ex-mandatário Alberto Fujimori, eximindo-
o de cumprir uma condenação de 25 anos por violações dos direitos humanos.
A maior manifestação, com cerca de 6 mil pessoas, aconteceu em Lima e terminou com ao menos um
detido. Apesar de o protesto ocorrer de maneira pacífica, a polícia tentou dispersá-lo com gás
lacrimogêneo e ergueu barricadas para evitar que a marcha chegasse à clínica onde Fujimori permanece
internado ou ao Palácio do Governo.
Houve confrontos entre manifestantes e policiais. Um cameraman da televisão estatal TV Peru foi
agredido pela polícia e levado a um hospital, segundo escreveu o presidente da emissora, Hugo Coya,
no Twitter.
Kuczynski concedeu o indulto a Fujimori, que governou o país de 1990 a 2000, e a outros sete presos
neste domingo, alegando razões humanitárias. Segundo a Junta Médica Penitenciária que recomendou
o indulto, Fujimori, de 79 anos, sofre de "doença progressiva, degenerativa e incurável", que se agrava na
prisão.
Manifestantes exigiram a anulação do indulto por considerar que este favorece a impunidade. Fujimori,
cujo governo é classificado por críticos de autoritário, foi condenado em 2009 pelo assassinato de 25
pessoas nos massacres de Barrios Altos (1991) e La Cantuta (1992), executados pelo grupo militar
secreto Colina, e pelos sequestros de um jornalista e um empresário em 1992.
"Fujimori, assassino e ladrão. Não ao perdão”, dizia um dos cartazes. Familiares das vítimas do
governo do ex-presidente participaram da marcha.
"Estamos aqui como parente para rejeitar esse perdão ilegal, porque ele não corresponde à gravidade
dos crimes", disse Gisela Ortiz, representante de um grupo de familiares das vítimas. "O Natal é por si só
uma festa difícil para nós, porque não podemos passar com os familiares que perdemos, e ter que escutar
este presente que Kuczynski deu a Fujimori dói."
"Uma reconciliação se baseia na justiça, e não na impunidade, e essa justiça é a que Kuczynski nos
roubou ontem. É uma notícia dolorosa para nós e negativa para o país e para a democracia", acrescentou.
Além de Lima, houve manifestações contra a decisão de Kuczynski em outras cidades importantes do
país, como Arequipa, Ayacucho, Puno, Tacna e Trujilo, entre outras.

Crise política

85
DW. Milhares de peruanos protestam contra perdão a Fujimori. DW. Disponível em: <http://www.dw.com/pt-br/milhares-de-peruanos-protestam-contra-
perd%C3%A3o-a-fujimori/a-41933675> Acesso em 27 de dezembro de 2018.

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Com o indulto, Kuczynski colocou-se novamente no centro de uma crise política dias depois de se
livrar da destituição. O perdão a Fujimori foi apontado por críticos como resultado de um pacto político
entre o presidente e o fujimorismo para que o governante, acusado de corrupção no caso Odebrecht,
pudesse continuar no poder.
Kuczynski salvou seu cargo na votação no Congresso graças à abstenção de dez fujimoristas liderados
por Kenji Fujimori, filho mais novo do ex-governante, que anteriormente tinha pedido de maneira aberta
ao presidente para indultar seu pai.
Nesta segunda-feira, manifestantes também exigiram a deposição do presidente, que, na campanha
eleitoral do ano passado, havia prometido que não libertaria Fujimori. "Fora PPK”, gritavam os que
participavam do protesto em Lima, usando as iniciais do governante.
O presidente defendeu o indulto a Fujimori num pronunciamento televisionado. Ele afirmou que indultar
Fujimori foi a decisão mais difícil da sua vida, mas que assim porque o ex-presidente já tinha cumprido
perto da metade da sua pena e a sua saúde tinha se deteriorado.
"Trata-se da saúde e das possibilidades de vida de um ex-presidente do Peru que, tendo cometido
excessos e erros graves, foi sentenciado e já cumpriu 12 anos de condenação", argumentou Kuczynski.
"Estou convencido de que, quem se sente democrata, não deve permitir que Alberto Fujimori morra na
prisão. A justiça não é vingança."
Kuczynski, que foi chamado de traidor por setores da sociedade que o apoiaram nas eleições
presidenciais para evitar que chegasse à Presidência Keiko Fujimori, filha de Alberto Fujimori, e que seu
pai fosse indultado, afirmou que sua função é ser o presidente de todos os peruanos e não só dos que
votaram nele. Ele reiterou que o indulto se baseia "em razões humanitárias".
Nesta terça-feira, Fujimori pediu perdão por ter frustrado uma parte de seu compatriotas durante seu
governo e agradeceu o indulto. Ele deixou a unidade de terapia intensiva e foi transferido para a ala de
casos de risco médio na clínica onde está internado em Lima.

Separatistas conquistam maioria absoluta na Catalunha86

Partido leal a Madri é o mais votado, mas não garante votos para ultrapassar outras três legendas
separatistas. Comparecimento às urnas bate recorde histórico em eleições na Espanha.
Os três partidos separatistas conquistaram nesta quinta-feira (21/12) nas eleições regionais a maioria
absoluta no Parlamento na Catalunha. Juntos, os esquerdistas ERC e CUP, assim como os
conservadores do Junts per Catalunha, do chefe do governo catalão suspenso, Carles Puigdemont,
obtiveram 70 dos 135 assentos.
A legenda Liberal Ciudadanos, que defende uma Espanha unida, foi o partido mais votado e garantiu
37 assentos no Parlamento, 12 a mais do que na eleição de 2015. Apesar deste resultado, os separatistas
garantiram assentos suficientes para indicar o próximo chefe de governo catalão.
Em Bruxelas, Puigdemont afirmou que o resultado da eleição representa uma vitória da "república
catalã" sobre a Espanha. "Esse é um resultado que ninguém pode contestar", acrescentou. O separatista
Junts per Catalunha foi o segundo colocado, com 32 assentos.
A eleição regional desta quinta-feira bateu um recorde histórico de comparecimento às urnas, com
81% de participação. Este número representa um aumento de mais de seis pontos percentuais em relação
à votação de 2015 (74,95%), que também foi um recorde na época.
A grande mobilização eleitoral, que já era prevista na maioria das pesquisas, bateu inclusive o recorde
de participação entre todas as disputas eleitorais já realizadas na Espanha. Até agora, a mais alta tinha
sido nas eleições gerais em 1982, com 79,9%, quando ganhou o Partido Socialista Operário Espanhol
(PSOE) liderado pelo ex-presidente do governo espanhol Felipe González.
Estas eleições têm um caráter excepcional, já que foram convocadas por Madri depois de suspender
o governo catalão. A decisão foi tomada após a declaração de independência da região.

A crise catalã

O impasse na Catalunha foi considerado a pior crise política na Espanha desde a tentativa frustrada
de golpe militar de 1981.
Em 1º de outubro, os catalães foram às urnas, num referendo considerado ilegal por Madri, para votar
sobre a independência. O "sim" à separação recebeu mais de 90% de apoio, mas o comparecimento foi
de apenas 43%.

86
DW. Separatistas conquistam maioria absoluta na Catalunha. DW. Disponível em: <http://www.dw.com/pt-br/separatistas-conquistam-maioria-absoluta-na-
catalunha/a-41898143> Acesso em 22 de dezembro de 2017.

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Dizendo ter o "mandato do povo", o então chefe do governo catalão e líder do movimento
independentista, Carles Puigdemont, compareceu em 10 de outubro perante o Parlamento regional
e declarou independência, num discurso confuso que terminou com ele próprio suspendendo o processo
separatista à espera de diálogo.
Madri recusou-se a dialogar deu um ultimato a Puigdemont. Começou então uma queda de braço com
Barcelona, que culminou com a suspensão temporária da autonomia catalã, a suspensão do governo e o
anúncio de novas eleições.
Esta é a quarta vez em sete anos que os catalães realizam eleições regionais, após as de 2010, 2012
e 2015, um exemplo da instabilidade política que vive a região, marcada pelo debate independentista dos
últimos tempos.

Decisão de Trump sobre Jerusalém gera protesto em frente a embaixadas americanas87

Os protestos que se iniciaram desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou
o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel continuam neste domingo (10/12). Em diferentes
localidades ocorrem manifestações em frente às embaixadas dos Estados Unidos. Também hoje, a Liga
Árabe, formada por 22 países, divulgou comunicado no qual rejeita a decisão.
Em Jacarta, capital da Indonésia, cerca de 10 mil pessoas, segundo cálculos dos veículos de imprensa
locais, concentraram-se em frente à embaixada norte-americana para protestar contra a decisão de
Trump. A manifestação, convocada por um partido político de ideologia islâmica e parte da oposição ao
atual governo indonésio, ocorre com o fechamento de uma dúzia de ruas e sem incidentes violentos,
conforme afirmou a polícia em um comunicado.
Com bandeiras da Palestina e cartazes contra o Trump, os manifestantes se reuniram para mostrar
sua insatisfação com a decisão do governante americano e exigir "justiça internacional" para o povo
palestino.
A embaixada americana pediu na última sexta-feira (08/12) que seus cidadãos tomassem cuidado e
"evitassem zonas de manifestações". O presidente da Indonésia, Joko Widodo, condenou na última
quinta-feira (07/12) a decisão de Trump e pediu que ele reconsiderasse sua posição.
No Líbano, a polícia reprimiu os manifestantes que protestavam neste domingo em frente à
representação diplomática norte-americana na capital, Beirute. Os policiais lançaram gás lacrimogêneo,
e as equipes de Defesa Civil empregaram canhões de água para dispersar os manifestantes, que
lançaram garrafas e atearam fogo em pneus e contêineres de lixo na área de Aukar, próxima à sede da
embaixada.
Segundo a imprensa, há feridos entre os manifestantes, que portavam bandeiras palestinas e dos
grupos políticos que organizaram o protesto, entre os quais havia formações esquerdistas e islamitas
libanesas, bem como de facções palestinas.
Os participantes do protesto entoaram palavras de ordem contra Israel e Trump e queimaram fotos do
governante americano. Com a convocação do protesto em Beirute, as forças de segurança tomaram
medidas preventivas e fecharam as ruas que levam à embaixada americana, razão pela qual os
manifestantes se concentraram a mais de 1 quilômetro de distância do prédio.
Nos últimos dias ocorreram manifestações em vários países árabes e muçulmanos contra a decisão
de Trump, que foi condenada também pelos líderes políticos da região e pela comunidade internacional.

Liga Árabe rejeita decisão

Os ministros de Relações Exteriores de países da Liga Árabe expressaram hoje firme rejeição à
decisão de Trump, e pediram que se retratasse, embora tenham se abstido de tomar medidas de pressão
contra o governo americano.
Os chefes de diplomacia, reunidos na sede da Liga Árabe, no Cairo, consideraram "nula" tal medida e
a qualificaram de "violação perigosa da legislação internacional e das resoluções do Conselho de
Segurança da ONU [Organização das Nações Unidas]".
No comunicado final do encontro, que foi convocado de maneira extraordinária pela Jordânia, os
ministros salientaram que essa mudança na política dos Estados Unidos para o conflito palestino-
israelense representa um giro "perigoso" que coloca Washington do lado da "ocupação" e que o afasta
do seu papel como mediador.

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EBC AGÊNCIA BRASIL. Decisão de Trump sobre Jerusalém gera protesto em frente a embaixadas americanas. EBC Agência Brasil. Disponível em:
<http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2017-12/decisao-de-trump-sobre-jerusalem-gera-protesto-em-frente-embaixadas> Acesso em 11 de dezembro
de 2017.

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O texto, que contém 16 pontos, foi aprovado após intensas discussões. "O conselho solicita aos
Estados Unidos que anulem sua decisão sobre Jerusalém e trabalhem com a comunidade internacional
para que Israel se comprometa a aplicar as decisões internacionais e a pôr fim à ocupação ilegal e
ilegítima de todos os territórios palestinos e árabes ocupados desde junho de 1967", detalha o documento.
Os países do grupo árabe comprometeram-se a pedir ao Conselho de Segurança da Organização da
ONU que emita uma resolução na qual conste que o passo dado por Trump contradiz a legislação
internacional. Além disso, os ministros instaram a comunidade internacional a reconhecer o Estado
palestino com Jerusalém como capital.
Trump anunciou na última quarta-feira (06/12) o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel
e prometeu a transferência da embaixada de seu país para esta cidade, após décadas de consenso
internacional que condicionavam a decisão a um acordo de paz.

Papa Francisco

Em comunicado neste domingo, o papa Francisco fez um apelo à comunidade internacional para que
evite "uma nova espiral de violência" em Jerusalém, em meio à tensão provocada pela decisão dos
Estados Unidos de reconhecer esta cidade como capital de Israel.
O papa fez um chamado à sabedoria e à prudência de todos e pediu que as nações se comprometam
para evitar uma nova espiral de violência e respondam “com palavras e ações aos anseios de paz, de
justiça e segurança das populações dessa terra atormentada".
“Só uma solução negociada entre israelenses e palestinos pode levar a uma paz estável e duradoura,
e garantir a coexistência pacífica de dois Estados dentro de fronteiras reconhecidas internacionalmente",
diz nota divulgada pelo Vaticano. O papa disse ainda que acompanha a situação no Oriente Médio com
grande atenção e lamentou os enfrentamentos que causaram vítimas nos últimos dias.

EUA se retiram do Pacto Mundial da ONU sobre migração e refugiados88

Presidente Trump decidiu deter a participação dos Estados Unidos na preparação do pacto que aponta
para obter um consenso em 2018
Os Estados Unidos anunciaram, no sábado, (03/12), sua retirada de um Pacto Mundial da ONU sobre
proteção de migrantes e refugiados por considerá-lo "incompatível" com a política migratória americana.
"A missão americana na ONU informou a seu secretário-geral que os Estados Unidos encerrarão sua
participação no Pacto Mundial sobre a Migração", anunciou a representação de Washington em um
comunicado.
Os 193 membros da Assembleia Geral da ONU aprovaram em setembro de 2016 a Declaração de
Nova York com o propósito de melhorar a proteção e a gestão dos movimentos de migrantes e refugiados.
Nesse sentido, a declaração concedeu um mandato ao Alto Comissariado da ONU para os Refugiados
para propor à Assembleia Geral, em 2018, um pacto mundial que teria dois eixos: definições de respostas
diante do problema e um programa de ação.
"A Declaração de Nova York abarca muitas disposições que são incompatíveis com as políticas
americanas de imigração e refugiados e com os princípios ditados pela administração Trump em matéria
de imigração", afirma o comunicado da missão americana na ONU.
"Em consequência, o presidente Trump decidiu deter a participação dos Estados Unidos na preparação
do pacto que aponta para obter um consenso na ONU em 2018", completa.

Após EUA, Israel decide sair da Unesco89

Decisão foi anunciada após EUA informarem retirada na entidade por postura anti-israelense; país
chamou a atuação da Unesco de 'teatro do absurdo'.
Após os Estados Unidos anunciarem a saída da Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco), Israel também informou, nesta quinta-feira (12/10), sua retirada da entidade.
Segundo os dois países, o motivo foi a postura anti-israelense da entidade. Para Israel, a atuação da
Unesco tornou-se um "teatro do absurdo".

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O ESTADO DE S. PAULO. EUA se retira do Pacto Mundial da ONU sobre migração e refugiados. Estação Internacional. Disponível em:
<http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,eua-se-retiram-do-pacto-mundial-da-onu-sobre-migracao-e-refugiados,70002106230> Acesso em 04 de
dezembro de 2017.
89
FRANCE PRESSE. Após EUA, Israel decide sair da Unesco. G1 Mundo. Disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/noticia/apos-eua-israel-decide-se-retirar-
da-unesco.ghtml> Acesso em 13 de outubro de 2017.

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Estados Unidos anunciam saída da Unesco

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu "deu a instrução ao Ministério das Relações Exteriores para
preparar a retirada de Israel da organização, paralelamente aos Estados Unidos", afirma uma nota de seu
gabinete. "A Unesco se tornou o teatro do absurdo, onde se deforma a história, em vez de preservá-la",
acrescentou.
No ano passado, Israel anunciou a suspensão de sua cooperação com a Unesco, um dia depois de
uma votação criticada pelos israelenses sobre um local sagrado de Jerusalém. Do ponto de vista
israelense, a decisão seria uma negação do vínculo milenar entre os judeus e a cidade.
Na resolução aprovada pelos estados membros da Unesco, Israel foi criticada por restringir o acesso
de muçulmanos a um local, reverenciado por judeus e muçulmanos, que é conhecido por judeus como
Monte do Templo e por muçulmanos como al-Aqsa our Haram al-Sharif.

Histórico de desentendimentos

Os EUA reduziram substancialmente suas contribuições em dinheiro para a Unesco em 2011, em


protesto contra a decisão de permitir o ingresso pleno dos palestinos na entidade.
Na época, o financiamento norte-americano equivalia a pouco mais de 20% das verbas totais da
Unesco, a primeira agência da ONU em que os palestinos buscaram integração como membro total.

Israel classificou a saída dos EUA como o "início de uma nova era".

No início de julho, os Estados Unidos haviam advertido que analisavam seus vínculos com a Unesco,
chamando de "uma afronta à história" a decisão do órgão de declarar a antiga cidade de Hebron, na
Cisjordânia ocupada, uma "zona protegida" do patrimônio mundial.
Na ocasião, a embaixadora americana nas Nações Unidas, Nikki Haley, afirmou que esta iniciativa
"desacreditava ainda mais uma agência da ONU já altamente discutível".
O Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco inscreveu a Cidade Velha de Hebron nessa lista como um
local "de valor universal excepcional". Também colocou esta cidade, localizada nos territórios palestinos,
na lista de patrimônios em perigo.
Hebron é o lar de 200 mil palestinos e centenas de colonos israelenses, que estão entrincheirados em
um enclave protegido por soldados israelenses perto do local sagrado, que os judeus chamam de o túmulo
dos Patriarcas e os muçulmanos, de Mesquita de Ibrahim.

Reação da Unesco

A entidade lamentou publicamente a saída dos EUA como país membro da organização.
A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, disse lamentar profundamente a decisão dos EUA de se
retirar da entidade, após ter recebido a notificação oficial do secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson.
"No momento em que o combate à violência extremista pede maiores investimentos em educação, no
diálogo entre culturas para prevenir o ódio, é profundamente lamentável que os Estados Unidos se retirem
da agência líder das Nações Unidas que trata desses assuntos"
"No momento em que conflitos continuam a separar sociedades em todo o mundo, é profundamente
lamentável que os Estados Unidos se retirem da agência das Nações Unidas que promove a educação
para a paz e a proteção da cultura que está sob ataque", completou a diretora-geral.
Bokova acrescentou que a decisão dos EUA marca uma perda para o multilateralismo e para a "família
das Nações Unidas", destacando que o trabalho da Unesco "é fundamental para fortalecer os laços de
patrimônio comum da humanidade, diante das forças do ódio e da divisão".

EUA substituem veto migratório por restrição a 8 países, incluindo Venezuela e Coreia do
Norte90

A medida entrará em vigor no dia 18 de outubro. Sudão foi retirado da lista original e Chade, Coreia
do Norte e Venezuela foram incluídos no novo veto.

90
AGENCIA EFE. EUA substituem veto migratório por restrição a 8 países, incluindo Venezuela e Coreia do Norte. G1, Mundo. Disponível em:
<https://g1.globo.com/mundo/noticia/eua-substituem-veto-migratorio-por-restricao-a-8-paises-incluindo-venezuela-e-coreia-do-norte.ghtml> Acesso em 25 de
setembro de 2017.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, substituiu neste domingo o polêmico veto imigratório
a seis países de maioria muçulmana, que expirou hoje, por um decreto que impõe restrições a oito nações,
entre eles a Venezuela e a Coreia do Norte.
Os países afetados pela nova medida são: Irã, Líbia, Síria, Iêmen, Somália, Chade, Coreia do Norte e
Venezuela. A medida entrará em vigor no dia 18 de outubro.
O veto de Trump, emitido em março, entrou em vigor parcialmente no final de junho e impedia durante
120 dias a entrada nos EUA de refugiados e, durante 90 dias, o de cidadãos de seis países de maioria
muçulmana (Irã, Somália, Sudão, Síria, Iêmen e Líbia).
O Tribunal Supremo dos EUA permitiu sua entrada em vigor e deu liberdade ao Executivo para definir
suas próprias normas de aplicação, ainda que em uma audiência programada para o dia 10 de outubro
estudará sua legalidade a fundo.
"As novas restrições se baseiam em uma revisão mundial em função da informação de que as nações
afetadas compartilham com os EUA, e não em critérios de religião ou raça", explicaram funcionários de
alto escalão do Governo em coletiva de imprensa.
"As restrições são vitais para a segurança nacional", destacou um desses funcionários.
"Portanto, se somam à lista Chade, Coreia do Norte e Venezuela, saindo dela o Sudão devido a seu
"melhor nível de cooperação" com as autoridades americanas", explicaram os representantes do Governo
na coletiva.
"A Venezuela foi incluída porque seu Governo não coopera em verificar se os seus cidadãos
representam ameaça para a segurança nacional ou para a segurança pública", segundo a ordem emitida
por Trump.
"Logo, as restrições se centram em funcionários do Governo da Venezuela que são responsáveis pelas
deficiências identificadas", acrescentaram na coletiva os representantes do Executivo americano.
Trump emitiu uma primeira versão do veto migratório no dia 27 de janeiro, mas teve que assinar outro
decreto em março para substituí-lo e restringi-lo, por causa dos contínuos revezes judiciais.
O segundo decreto, diferente do anterior, deixou de fora os cidadãos do Iraque e modificou a provisão
sobre os refugiados sírios, ao proibir sua entrada no país durante 120 dias e não de maneira indefinida,
como estabelecia o veto original.

Coreia do Norte anuncia teste com bomba de hidrogênio91

País afirma que artefato pode ser instalado em míssil intercontinental


Coreia do Norte testou neste domingo (03/09) sua bomba atômica mais potente até o momento, um
artefato termonuclear ou bomba H, que, segundo o regime, pode ser instalado em um míssil
intercontinental. Se confirmado, isso representa um importante e perigoso aumento de suas capacidades
militares.
O sexto experimento nuclear norte-coreano e segundo supostamente realizado com um artefato
termonuclear culmina um período de frenética atividade armamentista por parte do regime de Kim Jong-
un, após testar mais de uma dezena de mísseis balísticos desde o começo do ano, entre eles dois
intercontinentais.
Essa intensificação coincidiu com a chegada de Donald Trump à Casa Branca, em janeiro passado –
o de hoje é o primeiro teste atômico norte-coreano sob seu mandato –, e gerou uma das piores crises de
segurança na região nos últimos anos.
O novo experimento atômico ocorreu hoje (03/09) por volta das 12h30 (horário local, 0h30 em Brasília),
quando os institutos sismológicos de Seul, Tóquio e Pequim detectaram um forte terremoto de origem
aparentemente artificial devido a sua pouca profundidade e com hipocentro na província onde a Coreia
do Norte realizou seu teste nuclear anterior.
Algumas horas depois, a imprensa oficial norte-coreana anunciou que o país tinha testado com "total
sucesso" um artefato termonuclear que pode ser instalado em um dos seus mísseis balísticos
intercontinentais (ICBM).
"O teste foi realizado com uma bomba com poder sem precedentes", disse a locutora da rede estatal
KCTV Ri Chun-hee, a encarregada de dar as notícias mais importantes para o regime, acrescentando
que o experimento teve "duas fases" e foi executado por ordem direta do líder Kim Jong-un.
A intensidade da detonação detectada neste domingo pelos países vizinhos e pela Organização do
Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBTO, na sua sigla em inglês) indica que se tratou de
um ensaio muito mais potente que os cinco anteriores executados pelo regime.

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AGÊNCIA BRASIL E EFE. Coreia do Norte anuncia teste com bomba de hidrogênio. Época Negócios. Disponível em:
<http://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2017/09/coreia-do-norte-anuncia-teste-com-bomba-de-
hidrogenio.html?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=post> Acesso em 04 de setembro de 2017.

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A explosão teve uma potência estimada próxima a 100 quilotons, cinco vezes maior que o teste atômico
norte-coreano anterior, de setembro do ano passado, e cerca de 11 vezes superior à detectada em janeiro
do mesmo ano, quando Pyongyang afirmou ter testado outra bomba de hidrogênio.
Uma análise posterior apontou que o teste de janeiro de 2016 foi de um artefato de características
inferiores a um termonuclear, e desta vez Seul e Tóquio assinalaram que ainda estão analisando os dados
recolhidos para determinar se tratou-se de uma bomba H.
O teste volta a demonstrar que a Coreia do Norte não tem intenção de abandonar seu programa
nuclear apesar da pressão sem precedentes da comunidade internacional e dos recentes apelos ao
diálogo de Washington e Seul.

Comunidade internacional condena teste

A Itália, Estados Unidos, China, Rússia, Japão, Coreia do Sul, França, além da Organização do
Tratado do Atlântico Norte (Otan) e da União Europeia condenaram o novo teste nuclear com uma bomba
de hidrogênio realizado pela Coreia do Norte neste domingo (03/09) A comunidade internacional repudiou
a nova violação das diversas resoluções do Conselho de Segurança das Organizações das Nações
Unidas (ONU) e exigiram o fim dos programas nuclear e balístico do país asiático.
O ministro das Relações Exteriores, Angelino Alfano, chamou a atitude da Coreia do Norte de
"irresponsável" e condenou o novo teste dizendo que "é a mais clara violação de muitas resoluções do
Conselho de Segurança das Nações Unidas".
"A Itália expressa sua solidariedade com os países da região pelas consequências do comportamento
irresponsável de Pyongyang", diz a nota do governo italiano.
O primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, entrou em contato por telefone com o presidente da
França, Emmanuel Macron, para comentar a situação, segundo fontes oficiais.
Em nota, o francês disse que "a comunidade internacional deve tratar esta nova provocação com a
maior firmeza, para que a Coreia do Norte volte incondicionalmente ao caminho do diálogo e proceda ao
desmantelamento completo, verificável e irreversível de seu programa nuclear e balístico".
De acordo com a Casa Branca, o presidente norte-americano, Donald Trump, telefonou para o
primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, para conversar sobre uma possível medida para "maximizar a
pressão sobre a Coreia do Norte".
Na conversa, os dois líderes reafirmaram a importância de uma estreita cooperação entre os Estados
Unidos, a Coreia do Sul e o Japão diante da "crescente ameaça dos norte-coreanos" e ainda destacaram
que medidas serão discutidas na Assembleia Geral da ONU.
No Twitter, Trump disse que as palavras e ações da Coreia do Norte continuam sendo muito hostis e
perigosas para os Estados Unidos. O republicano ainda disse que o país se tornou uma grande ameaça
e um constrangimento para a China. Além disso, Trump convocou uma reunião de emergência do
Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca para tratar o teste da Coreia do Norte.
Por sua vez, o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, anunciou que irá "preparar
uma série de sanções, que apresentarei ao presidente" para punir os norte-coreanos.
"Aqueles que fazem negócios com eles (Coreia do Norte) não poderão fazer negócios conosco.
Trabalharemos com nossos aliados. Trabalharemos com a China", indicou ele.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que "a Coreia do Norte ignorou a
oposição da comunidade internacional efetuando um novo teste nuclear. O governo chinês expressa forte
oposição e forte condenação".
"Nós recomendamos que a Coreia do Norte olhe para o forte desejo expressado pela comunidade
internacional sobre a questão da desnuclearização, apoiada seriamente pelo Conselho de Segurança da
Onu, para evitar tomar as ações erradas que pioram a situação", acrescentou.
Já o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse que o novo teste nuclear foi "uma ameaça de
segurança séria e imediata" que "aumenta ainda mais o perigo do regime" e "compromete seriamente a
paz e a segurança no país".
Por sua vez, a Otan se disse preocupada com as ações "desestabilizadoras de Pyongyang", porque
representam uma "ameaça para a segurança nacional e internacional". "A Coreia do Norte cessa
imediatamente todas as atividades nucleares, balísticas, totalmente verificáveis e irreversíveis existentes
e retoma o diálogo com a comunidade internacional", ressaltou Jens Stoltenberg, secretário-geral da
Otan. A União Europeia definiu o teste como uma "grave provocação" e acrescentou que se trata de uma
nova violação "direta e inaceitável" das obrigações internacionais de Pyongyang.
"A mensagem da União Europeia é clara: a República Popular Democrática da Coreia (RPDC) deve
abandonar os seus programas nucleares, de armas de destruição em massa e de mísseis balísticos de
forma completa, verificável e irreversível e pôr fim imediatamente a todas as atividades relacionadas",

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afirmou em comunicado a representante da União para Assuntos Exteriores, Federica Mogherini. O
Ministério das Relações Exteriores da Rússia pediu calma e que todos os envolvidos mantenham o
diálogo. Por sua vez, o presidente sul-coreano Moon Jae-in, disse que Seul "nunca permitirá que a Coreia
do Norte continue avançando com suas tecnologias nucleares e de mísseis", segundo a agência local
"Yonhap".

'Sou nazista, sim': o protesto da extrema-direita dos EUA contra negros, imigrantes, gays e
judeus92

Foi a cena - surreal, para muitos observadores - que desfilou aos olhos da pacata cidade universitária
de Charlottesville, no Estado americano de Virgínia.
O protesto, na noite da sexta-feira, foi descrito pelos participantes como um aquecimento para o evento
"Unir a Direita", que acontece na tarde deste sábado na cidade e promete reunir mais de mil pessoas,
incluindo os principais líderes de grupos associados à extrema direita no país.
A cidade, de pouco mais de 50 mil habitantes e a apenas duas horas de Washington, foi escolhida
como palco dos protestos após anunciar que pretende retirar uma estátua do general confederado Robert
E. Lee de um parque municipal.
Durante a Guerra Civil do país (1861-1865), os chamados Estados Confederados, do sul americano,
buscaram independência para impedir a abolição da escravatura. Atualmente, várias cidades americanas
vêm retirando homenagens a militares confederados - o que tem gerado alívio, de um lado, e fúria, de
outro.
Os participantes do protesto desta sexta-feira carregavam bandeiras dos Confederados e gritavam
palavras de ordem como: "Vocês não vão nos substituir", em referência a imigrantes; "Vidas Brancas
Importam", em contraposição ao movimento negro Black Lives Matter; e "Morte aos Antifas", abreviação
de "antifascistas", como são conhecidos grupos que se opõem a protestos neonazistas.
Estudantes negros do campus da universidade da Virginia, onde ocorreu a marcha, e jovens que se
apresentavam como antifascistas tentaram fazer uma "parede-humana" para impedir a chegada dos
manifestantes à parada final do marcha, uma estátua do terceiro presidente americano, Thomas
Jefferson.
"Fogo! Fogo! Fogo!", gritavam os manifestantes, enquanto se aproximavam do grupo de estudantes.
Em número bem menor, o grupo que fazia oposição à marcha foi expulso da estátua em poucos
minutos. A reportagem flagrou homens lançando tochas sobre os estudantes, enquanto estes, por sua
vez, dispararam spray de pimenta nos olhos dos oponentes.
A polícia, que acompanhou todo o protesto de longe, interviu e separou os dois grupos, enquanto
ambulâncias se deslocavam ao local para socorrer feridos pelo confronto.
"Esta manifestação é ilegal", afirmou um dos oficiais aos manifestantes, que se afastaram. A polícia
não confirmou se houve presos.

Nazis

"Sim, eu sou nazista, eu sou nazista, sim", afirmou um homem, em frente à reportagem, durante uma
discussão com um dos membros do grupo opositor.
Ao contrário das especulações anteriores, a marcha incluiu muitas mulheres, que também seguravam
tochas.
A BBC Brasil conversou com um pai e uma mãe que levaram a filha de 14 anos ao protesto. "Eu
aprendi com meu pai que precisamos defender a raça branca e hoje estou passando este ensinamento
para a minha filha", afirmou o pai.
"Se não fizermos algo, seremos expulsos do nosso próprio país", disse a mãe. A conversa foi
interrompida por um homem forte e careca. "Vocês estão falando com um estrangeiro. Olha o sotaque
dele!", afirmou, rindo, em referência ao repórter.
A família se afastou e se juntou ao coro, que cantava "Judeus não vão nos substituir". Os três
seguravam tochas.
Outro homem afirmou que estava ali porque "têm o direito de se expressar".
"Gays, negros, imigrantes imundos, todos eles se manifestam e recebem apoio por isso. Porque
quando homens brancos decidem gritar por seus direitos e sua sobrevivência vocês fazem esse
escândalo?", questionou o homem a um grupo de jornalistas.

92
SENRA, RICARDO. ‘Sou nazista, sim’: o protesto da extrema direita dos EUA contra negros, imigrantes, gays e judeus. BBC Brasil. Disponível em:
<http://www.bbc.com/portuguese/internacional-40910927?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 14 de agosto de 2017.

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1433378 E-book gerado especialmente para WILLIAM NASCIMENTO
Perto dali, sozinho, um rapaz jovem estendia a mão e fazia uma saudação nazista, enquanto era
fotografado por fotojornalistas e gritava: "Vocês não vão nos substituir".
As tochas são uma marca da Ku Klux Klan, grupo fundado pouco depois da guerra por ex-soldados
confederados - derrotados no conflito. Originalmente concebida como um clube recreativo, a KKK
rapidamente começou a promover a violência contra populações negras do sul dos EUA.
Por muitas décadas, grupos supremacistas brancos promoveram linchamentos, enforcamentos e
assassinatos de negros.
Não houve referências ao presidente americano Donald Trump durante todo o ato. Mas as críticas à
imprensa eram constantes e faziam coro com o slogan de Trump: "Não temos medo de 'fake news', seus
mentirosos".
Chorando muito, uma estudante era amparada por amigos. "É pior do que a gente pensava. É muito
pior. Isso vai virar um inferno."
"A negra está assustada!", gritou uma mulher, rindo junto a um grupo de homens portando tochas.

Alt-right

O prefeito de Charlottesville divulgou uma nota após a marcha, classificando o ato como "uma parada
covarde de ódio, fanatismo, racismo e intolerância".
"A Constituição permite que todo mundo tenha o direito de expressar sua opinião de forma pacífica,
então aqui está a minha: não só como prefeito de Charlottesville, mas como membro e ex-aluno da
universidade de Virginia, fico mais do que incomodado com essa demonstração não-autorizada e
desprezível de intimidação visual em um campus universitário".
Para o protesto deste sábado, são esperadas figuras como Richard Spencer, criador do termo alt-right,
uma abreviação de "alternative right", ou "direita alternativa", em português. O grupo é acusado de
racismo e antissemitismo e têm representantes no governo de Donald Trump.
Esta é a segunda vez que a cidade se torna sede de protestos de grupos supremacistas. Em 8 de
julho, aproximadamente 40 membros da sede local da Ku Klux Klan também acenderam tochas em
Charlottesville.
Presidente de uma organização que define como "dedicada à herança, identidade e ao futuro de
pessoas de ascendência europeia nos EUA", Spencer ganhou visibilidade internacional por fazer a
saudação "Hail Trump, hail nosso povo, hail vitória", logo após a eleição do republicano.
Formado em filosofia política na Universidade de Chicago, Spencer já declarou que o ativista negro
Martin Luther King Jr. era uma "fraude" e um símbolo da "desconstrução da Civilização Ocidental".
Também disse que imigrantes latinos nos EUA estavam "se assimilando ao longo das gerações rumo
à cultura e ao comportamento dos afro-americanos" e lamentou que o país estivesse se tornando diferente
da "América Branca que veio antes".

Mais da metade da população mundial não tem acesso a saneamento básico, diz ONU93

Cerca de 4,5 bilhões de pessoas no mundo – bem mais da metade da população global atual de 7,6
bilhões de habitantes - não têm acesso a saneamento básico seguro, segundo relatório recente divulgado
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Já
a quantidade de moradores do planeta com algum saneamento básico é de 2,3 bilhões. A informação é
da ONU News.
O documento das Nações Unidas indica ainda que o número de pessoas sem acesso à água potável
em casa é de 2,1 bilhões em todo o mundo. Esta é a primeira vez que a OMS e o Unicef fazem um
levantamento global sobre água, saneamento básico e higiene.
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus afirmou que água potável encanada, saneamento e
higiene não deveriam ser privilégios apenas daqueles que vivem em centros urbanos e em áreas ricas.
Para ele, os governos são responsáveis por assegurar que todos tenham acesso a esses serviços.

Esgoto tratado

Desde 2000, quando foi lançada a agenda dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, bilhões de
pessoas ganharam acesso à água potável e saneamento, mas esses serviços não garantem
necessariamente o saneamento seguro, aquele que é ligado a uma rede de esgoto tratado.

93
ONU NEWS. Mais da metade da população mundial não tem acesso a saneamento básico, diz ONU. EBC Agência Brasil. Disponível em: <
http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2017-07/mais-da-metade-da-populacao-mundial-nao-tem-acesso-saneamento-basico> Acesso em 13 de julho
de 2017.

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Esse quadro gera doenças que podem ser mortais para crianças com menos de cinco anos de idade.
Todos os anos, mais de 360 mil menores morrem de diarreia, uma doença evitável. Já o saneamento
mal feito pode causar cólera, disenteria, hepatite A e febre tifóide, entre outros problemas.
O diretor-executivo do Unicef, Anthony Lake, disse que ao melhorar esses serviços para todos, o
mundo dará às crianças a chance de um futuro melhor.
Em 90 países, o avanço na área de saneamento básico é muito lento, o que leva a crer que a cobertura
universal não será alcançada até 2030, quando se encerra o prazo para cumprimento da Agenda 2030,
que estabelece os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, que devem
ser implementados por todos os países até aquele ano.

Latrinas compartilhadas

Dos 4,5 bilhões de pessoas sem acesso a esgoto tratado, 600 milhões têm que compartilhar um toalete
ou uma latrina com moradores de outros lares. Já o número de pessoas que defecam a céu aberto é de
892 milhões. Devido ao aumento da população, essa situação tem crescido na África Subsaariana e na
Oceania.
O relatório indica ainda que, em países que passam por conflitos, as crianças têm quatro vezes menos
chance de usar serviços de abastecimento de água e duas vezes menos de ter o saneamento básico que
crianças em outros países.
Os serviços de água potável, saneamento básico e higiene são essenciais para que o mundo alcance
o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 3: assegurar uma vida saudável e promover o bem-
estar de todos, em todas as faixas etárias.

Número de refugiados no mundo é o maior já registrado, diz relatório da ONU94

De acordo com os dados, números registrados em 2016 superam os de 2015, com um aumento de
mais de 330 mil pessoas que tiveram que ser deslocadas
Só no ano passado, cerca de 65,6 milhões de pessoas foram forçadas a se deslocar em todo o mundo.
Do total forçado a se deslocar, 10,3 milhões de pessoas são novas e cerca de dois terços (6,9 milhões)
delas se deslocaram dentro de seus próprios países. As crianças representam a metade do número total
dos refugiados de todo o mundo.
As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (19/06) por meio do maior levantamento sobre
deslocamentos no mundo, o relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
De acordo com os dados, os números registrados em 2016 superam os de 2015, com um aumento de
mais de 300 mil pessoas. O número de refugiados aumentou, alcançando a marca de 22,5 milhões de
pessoas.
Conflitos políticos, guerras e perseguições são as principais causas dos deslocamentos. Desse total
de pessoas, 17,2 milhões estão sob a responsabilidade do Acnur, e o restante é formado por refugiados
palestinos. O conflito na Síria mantém o país como o local de origem do maior número de deslocados (5,5
milhões).
Ainda de acordo com o Acnur, se não for levada em conta a situação dos palestinos, os afegãos
continuam sendo a segunda maior população de deslocados (4,7 milhões) no mundo, seguidos pelos
iraquianos (4,2 milhões).
O Sudão do Sul também aparece em destaque nos números de 2016, onde “a desastrosa ruptura dos
esforços de paz contribuiu para o êxodo de 739,9 mil pessoas entre julho e dezembro. No total, já são
1,87 milhão de deslocados originários do Sudão do Sul”.
No fim do ano passado, a organização registrou que 40,3 milhões de pessoas foram forçadas a se
deslocar dentro de seus próprios países.
Além disso, a Síria, o Iraque e “o ainda expressivo deslocamento dentro da Colômbia foram as
situações de maior movimento interno. Esse tipo de deslocamento representa quase dois terços dos
deslocamentos forçados em todo o mundo”, acrescenta a organização.

Países receptivos

O relatório diz ainda que, em 2016, 2,8 milhões de pessoas pediram formalmente refúgio em outros
países. Para o Acnur, os números indicam a necessidade de consolidar mecanismos de proteção para
essas pessoas e de suporte para países e comunidades que apoiam pessoas deslocadas.
94
IG SÃO PAULO. Número de refugiados no mundo é o maior já registrado, diz relatório da ONU. Último Segundo. Mundo. Disponível em: <
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2017-06-19/refugiados.html> Acesso em 19 de junho de 2017.

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1433378 E-book gerado especialmente para WILLIAM NASCIMENTO
O retorno das pessoas para as suas casas, em conjunto com outras soluções como reassentamento
em outros países, significou melhores condições de vidas para muitos no ano passado.
"No total, cerca de 37 países aceitaram 189.300 refugiados para reassentamento. Cerca de meio
milhão deles tiveram a oportunidade de voltar para seus países, e aproximadamente 6,5 milhões de
deslocados internos regressaram para suas regiões de origem – embora muitos deles em circunstâncias
abaixo do ideal e com um futuro incerto”, afirma a organização.

Brexit: Reino Unido entrega carta e dá início à saída da União Europeia95

O Reino Unido deu início na manhã desta quarta-feira (29/03) ao processo de saída da União Europeia.
O afastamento efetivo só acontecerá depois de pelo menos dois anos de negociação com os outros 27
integrantes do bloco. Essa é a 1ª vez que um país pede para deixar o grupo.
O embaixador britânico na União Europeia, Tim Barrow, entregou nesta manhã ao presidente do
Conselho Europeu, Donald Tusk, uma carta que simboliza o acionamento do Artigo 50 do Tratado de
Lisboa – dando início às discussões sobre o processo de afastamento. A carta de seis páginas é assinada
pela pela premiê britânica, Theresa May.

Sem volta

Logo após a entrega da carta, Theresa May fez um pronunciamento no Parlamento britânico. “O Reino
Unido está deixando a União Europeia. Este é um momento histórico do qual não pode haver volta".
May também indicou a intenção de buscar um acordo comercial "audaz e ambicioso" ao mesmo que
tempo que negocia o Brexit.
A premiê fez um apelo pela união do Reino Unido no Parlamento britânico. "Agora é a hora de nos unir
nesta casa [do Parlamento] e em todo o país para garantir que trabalhamos para o melhor acordo possível
para o Reino Unido e para o melhor futuro possível para todos nós", declarou May. Na terça-feira, a
Escócia aprovou a realização de um novo referendo sobre a independência.

Obrigado e adeus

Tusk afirmou que a União Europeia está descontente com a saída da Grã-Bretanha. Para ele, não há
razão para dizer que esta quarta-feira é um dia feliz nem para o Reino Unido nem para a União Europeia.
O bloco tem o objetivo de minimizar o custo para os cidadãos europeus, os negócios e para os países
membros do bloco. "Já sentimos a sua falta, obrigado e adeus", declarou ao concluir uma breve coletiva
de imprensa, segundo a Reuters.
O presidente do Conselho Europeu já tinha prometido informar na sexta-feira (31/03) as primeiras
diretrizes do processo de negociação, mas uma resposta formal do bloco dificilmente será divulgada antes
do primeiro encontro oficial dos países membros, já sem a presença do Reino Unido, em 29 de abril.
Esta é a primeira vez que o artigo, criado em 2009, é invocado por um país que decide deixar o bloco,
O prazo de dois anos de negociações só pode ser prorrogado com uma aprovação unânime de todos os
países da União Europeia. A negociação é muito complexa pois exige rescisão de vários tratados
internacionais, acordos comerciais e uma nova política migratória.

Divórcio difícil

O processo para encerrar 40 anos de união não é automático e se anuncia um divórcio difícil, porque
tem de ser discutido com os outros 27 membros do bloco. O afastamento de um país-membro é inédito
no bloco.
A negociação é muito complexa, já que exige rescisão de vários tratados internacionais. Só com a
União Europeia, há pelo menos 80 mil páginas de acordos. Por isso, é provável que, após a negociação,
exista uma fase de transição.

Principais dúvidas

1. Imigração
Em seu pronunciamento nesta manhã, May afirmou que a situação dos europeus no Reino Unido será
uma das prioridades da negociação.

95
29/03/2017 – Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/brexit-reino-unido-entrega-carta-e-da-inicio-a-saida-da-uniao-europeia.ghtml

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Atualmente, cerca de 3 milhões de cidadãos europeus vivem no Reino Unido, vindos principalmente
da Polônia (850 mil), da República da Irlanda (330 mil) e de diversos países do antigo bloco soviético.
Esses podem pedir a residência permanente no Reino Unido quando completarem cinco anos vivendo no
país. Com a Brexit, o Certificado de Residência Permanente para Cidadão da UE, no entanto, deve deixar
de valer.
Ao longo das negociações, é preciso estabelecer uma nova política migratória, uma das principais
reinvindicações dos partidários da Brexit, que exigiam medidas mais restritivas. Analistas e políticos
ouvidos pela BBC disseram na época que a mudança será gradual e que ninguém terá de deixar o país
da noite para o dia.

2. Comércio

A participação na União Europeia permite que os países comprem e vendam produtos e serviços entre
si sem a aplicação de taxas e impostos dentro da área comum. O Reino Unido então passará a ter taxas
diferentes no comércio exterior com os países europeus em relação às praticadas agora, podendo
inclusive trocar de parceiros.
Segundo a União Europeia, o Reino Unido exporta principalmente para os EUA, a Alemanha e os
Países Baixos. Por sua vez, as suas importações vêm sobretudo da Alemanha, da China e dos EUA.

3. Compromissos europeus

Os defensores do Brexit alegavam que a contribuição do Reino Unido para União Europeia era muito
elevada. Nesse processo é preciso discutir quais são as dívidas britânicas com relação ao bloco, a
chamada, “conta do divórcio”, que poderá custar por volta de 50 bilhões de libras (mais de R$ 191 bilhões).
Outras questões que deverão ser discutidas são, por exemplo, regras de segurança para o cruzamento
de fronteiras; o "Mandado Europeu de Prisão", que é um mandado de prisão válido em todos os países
membros do bloco; a mudança de agências europeias que têm suas bases no Reino Unido.

Sem acordo?

May, no entanto, declarou em janeiro deste ano que o Reino Unido deixará o bloco mesmo que não
haja um pleno acordo nesse período. Segundo a primeira-ministra, ela está pronta a abandonar as
discussões se suas exigências não forem atendidas, e chegou a afirmar que “nenhum acordo para o
Reino Unido é melhor do que um acordo ruim para o Reino Unido”.
A decisão de sair da União Europeia, conhecida como Brexit, foi tomada em um referendo, realizado
em 23 de junho de 2016. Na ocasião, 51,9% dos britânicos optaram por deixar o bloco, o que provocou a
queda do então primeiro-ministro, David Cameron.
Após o referendo, o Brexit foi aprovado também pelo Parlamento britânico e no dia 16 de março deste
ano suas negociações receberam autorização formal da rainha Elizabeth 2ª.

Oposição escocesa

A decisão de deixar a União Europeia desapontou especialmente a população da Escócia, onde 66%
votaram contra o Brexit. Líderes políticos a favor da independência usaram o resultado como argumento
para justificar o pedido para um novo referendo sobre a independência do país.
O Reino Unido tenta barrar ou ao menos adiar a realização da nova consulta para o fim de 2018 ou
em 2019, que foi aprovada pelo parlamento escocês na terça-feira (28). A chefe de governo britânica já
chamou o novo referendo de "inaceitável", porém não há um artigo na Constituição que proíba a sua
realização.
Em 2014, a decisão de permanecer no Reino Unido foi aprovada com 55% dos votos em um plebiscito,
mas os nacionalistas escoceses acreditam que o temor de deixar a União Europeia será decisiva para
aprovação da independência do país.

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Questões

01. (TJM/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP) Com Trump eleito, medo toma conta da
comunidade muçulmana nos EUA
O país elegeu o republicano, querido pela maioria dos movimentos extremistas. Vivem nos EUA 3,3
milhões de muçulmanos, 1% da população. Na comunidade, é forte a fobia de uma Casa Branca sob a
guarda do empresário. (Disponível em: <https://goo.gl/EzXE46>. Adaptado)
Tal fobia deve-se à proposta de campanha de Trump de
(A) vetar a entrada de muçulmanos nos EUA, especialmente de países com histórico terrorista.
(B) proibir a construção de novas mesquitas no país, impedindo a disseminação da religião.
(C) criminalizar o culto islâmico em espaços públicos, restringindo-o à prática doméstica.
(D) expulsar a população muçulmana estrangeira residente nos EUA, cassando os seus vistos.
(E) censurar a utilização de roupas muçulmanas, tais como o véu utilizado por mulheres.

02. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Vunesp) A crise atual entre os EUA e a Coreia do
Norte se intensificou em 8 de abril, quando, após um teste de míssil frustrado pela Coreia do Norte,
Trump disse ter enviado uma “armada muito poderosa” para a península coreana, uma referência ao
porta-aviões USS Carl Vinson e a um grupo tático.
(Disponível em: <https://goo.gl/20hQJx>. Adaptado)
Entre as reações da Coreia do Norte a essa ação norte-americana, é correto identificar
(A) a decisão de interromper o programa nuclear, o convite público a agentes de inspeção da ONU e
a aproximação com os países vizinhos.
(B) a ruptura com a moderada e conciliatória China, a ameaça de invasão da Coreia do Sul e a
hostilização do Japão.
(C) o seu desligamento da ONU, a expulsão dos diplomatas dos países ocidentais e a aliança com
outros países comunistas.
(D) o pedido de intermediação da China, o recurso à ONU para negociação e o aceno aos EUA com
uma proposta de acordo.
(E) a exibição pública do seu arsenal militar, a realização de novos testes de mísseis e a ameaça de
um ataque nuclear preventivo.

03. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Vunesp) Os chanceleres dos países fundadores do
Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) farão uma reunião de emergência neste sábado [1
de abril] em Buenos Aires para discutir sua reação à situação da Venezuela. O tema central deverá
ser a suspensão do país do bloco econômico. É possível que se discuta uma medida ainda mais dura:
a expulsão.
(Disponível em: <https://goo.gl/w9Pv4N>. Adaptado)
Essa possível suspensão ou expulsão deve-se

(A) à aplicação da cláusula democrática, que determina alguma sanção nos casos de interrupção da
ordem democrática, como estaria ocorrendo na Venezuela.
(B) à realização de práticas irregulares de protecionismo e renúncia fiscal na Venezuela, contrariando
as políticas de livre comércio do bloco.
(C) à recusa da Venezuela em aceitar as propostas que visam à construção de uma moeda única para
o bloco, o que atrasa o processo de integração.
(D) aos obstáculos impostos pela Venezuela às negociações dos tratados de comércio com os EUA,
destoando das decisões dos outros países do bloco.
(E) à iminência de guerra civil por conta da profunda crise social que atinge a Venezuela, retirando o
país da situação de paz interna exigida pelo bloco.

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04. (Prefeitura de Salvador-BA – Tecnico de Nível Superior II – Direito – FGV) Desde a morte de
Hugo Chávez, em 2013, as tensões entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição se intensificaram
e o atual presidente está em dificuldade para dar continuidade às políticas do "socia lismo bolivariano"
de seu antecessor.

Assinale a opção que identifica corretamente um fator que vem agravando a recente crise política
e econômica da Venezuela.
(A) A queda nas exportações de petróleo, em função do avanço da demanda por fontes de energias
renováveis no mercado internacional.
(B) O desabastecimento crônico, causado pela política de privatização dos setores básicos de
produção e distribuição de alimentos e insumos.
(C) O intervencionismo norte-americano, responsável pela instalação de bases militares no país e pelo
patrulhamento do Pacífico pela quarta frota dos Estados Unidos.
(D) A expulsão da Venezuela da Organização dos Estados Americanos (OEA) em razão de seu apoio
ao regime de Cuba e Honduras.
(E) A perda da maioria no Legislativo, por parte das forças chavistas nas eleições de dezembro de
2015, o que aprofundou o impasse entre a oposição e o governo de Maduro.

05. (Prefeitura de Fraiburgo-SC – Auditor Fiscal – FEPESE) Em relatório das Nações Unidas, a
guerra civil da Síria foi classificada como “grande tragédia do século 21”.
Sobre a Síria e esse conflito, é incorreto afirmar:
(A) Apesar de ter assinado a Convenção de Armas Químicas, evidências apontam para o uso desse
tipo de armamento pelo governo sírio.
(B) De caráter político, a guerra civil na Síria não envolve divergências religiosas.
(C) Sucedendo seu pai Hafez al-Assad, Bashar al- -Assad está à frente do governo Sírio desde 2000.
(D) Na tentativa de fugir do conflito, milhares de sírios buscam refúgio em outros países, incluindo o
Brasil.
(E) A guerra civil da Síria iniciou-se como uma revolta popular contra a forte repressão do líder do
governo.

Resposta

01. Resposta: A.
"Vivem nos EUA 3,3 milhões de islâmicos, 1% da população. Na comunidade, é forte a fobia de uma
Casa Branca sob a guarda do empresário que prometeu dar um pontapé no “politicamente correto” e vetar
a entrada de islâmicos no país.
Trump enviou a ideia na esteira de atentados como o de San Bernardino e Orlando, cometidos por
adeptos dessa fé que, contudo, já eram naturalizados ou nascidos no país.
Ainda não se sabe como e se ele vai fazer tudo o que prometeu durante a campanha. O republicano
já havia recuado da proposta em parte, declarando que só baniria islâmicos de países com histórico
terrorista, como refugiados sírios."
(http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/11/1831788-com-trump-eleito-medo-toma-conta-da-comunidade-muculmana-nos-eua.shtml)

02. Resposta: E
Cerca de uma semana após esse episódio, Pyongyang dá uma resposta indireta ao presidente dos
Estados Unidos através de desfile organizado em comemoração à data de aniversário de seu avô. Segue
o link com a notícia na íntegra e imagens do arsenal exibido pelo líder exército norte-coreano.
03. Resposta: A
A data da questão remete a uma situação anterior. No dia seguinte os países que compõem o Mercosul
usaram a clausula democrática e infligiram nova suspensão à Venezuela (ela já havia sido suspensa em
dezembro de 2016). A nova suspensão é um grande passo em direção à expulsão do país do bloco.

04. Resposta: E
Apesar de o Governo Maduro ser minoria no Congresso desde 2015 (veja o seguinte endereço:
<http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/12/com-9603-das-urnas-apuradas-oposicao-tem-maioria-na-
venezuela.html>) as consequências são vistas até hoje. Ainda assim é improvável que aconteça na
Venezuela uma mudança semelhante ao que ocorreu no Brasil. Ainda que uma oposição esteja formada
em maioria no Congresso, eles não têm força política para derrubar Maduro. A crise econômica vista por

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nós que “estamos fora”, já existia durante o governo chavista, o que para a população não representou
grande diferença quanto aos dois governantes.

05. Resposta: B
No caso da Síria, a divisão, que não levou em consideração o complicado e milenar mosaico regional
de etnias e religiões, é vista por muitos como base dos conflitos sectários que corroem o país hoje. Mais
do que a maioria dos países árabes, a população da moderna Síria, que se tornou independente dos
franceses em 1946, é uma frágil teia de comunidades étnicas e sectárias. Dos 23 milhões de sírios, 90%
são árabes, mas também há curdos (9%) e pequenas comunidades armênias, circassianas e turcomanas.
Em termos de religião, a subdivisão é mais complicada: 74% dos sírios são muçulmanos sunitas, 16%
são muçulmanos xiitas (entre alauitas, drusos e ismaelitas) e 10%, cristãos (ortodoxos, maronitas ou
latinos). Junta-se a isso outra subdivisão, a dos clãs familiares, e se tem uma receita para desavenças.

Questões – Prova anterior

01. Em julho de 2015, o povo de um país europeu manifestou-se contrário à aceitação das condições
apresentadas por credores internacionais para renovar a ajuda financeira externa. Reformas e medidas
econômicas de austeridade aplicadas nos últimos anos não foram capazes de interromper a crise no país.
A reação popular contra tais políticas de austeridade con- tribuiu para provocar um dos mais importantes
impasses por que passou a União Europeia desde sua criação.
O cenário descrito acima corresponde à conjuntura política e econômica de que país?
(A) Itália
(B) Portugal
(C) Espanha
(D) Alemanha
(E) Grécia

02. A gestão municipal da cidade de São Paulo, iniciada em janeiro de 2013, incluiu em seu Programa
de Metas onze itens relacionados à mobilidade urbana. O objetivo desse conjunto de metas é melhorar a
mobilidade urbana universal, dando prioridade aos meios públicos de transportes e estimulando o uso da
bicicleta. As medidas deverão gerar efeitos positivos na qualidade de vida dos paulistanos [...]
Implantação de ciclovias, faixas e corredores de ônibus: Nova visão para a mobilidade em São Paulo [on-line]. Programa Cidades Sustentáveis. Disponível em:
<http://www.cidadessustentaveis.org.br/boas-praticas/implantacao-de-ciclovias-faixas-e-corredores-de-onibus-nova-visao-para-mobilidade-em>. Acesso em: 9 jul.
2015. Adaptado.

Políticas públicas de mobilidade urbana que estimulam o uso da bicicleta têm sido levadas a cabo pela
Prefeitura da maior cidade brasileira – apesar das inúmeras críticas, resistências e ações judiciais de que
são alvo.
Esse tipo de política pública contribui, entre outras coisas, para promover a
(A) redução dos custos de obras rodoviárias
(B) redução da velocidade média dos ônibus
(C) proibição da circulação de automóveis
(D) diminuição da poluição atmosférica
(E) ampliação dos tempos de deslocamento

03. Também conhecido como Isis, sigla em inglês para Estado Islâmico do Iraque e da Síria, o Estado
Islâmico (EI) é um grupo muçulmano extremista fundado em outubro de 2004 a partir do braço da Al
Qaeda no Iraque. [...] Em janeiro de 2014, o Estado Islâmico declarou que o território sob seu controle
passaria a ser um califado, a forma islâmica de governo.
AGÊNCIA BRASIL. Estado Islâmico: entenda a origem do grupo. Portal EBC [on-line], 21 jan. 2015. Disponível em: <http://www.ebc.com.
br/noticias/internacional/2015/01/estado-islamico-entenda-origem-do-grupo#>. Acesso em: 8 jul. 2015. Adaptado.

O Estado Islâmico (EI) é formado, majoritariamente, por muçulmanos


(A) zaiditas
(B) ismaelitas
(C) sunitas
(D) xiitas
(E) maronitas

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04.
Brasil e está reduz perto emissão de meta, de CO2 em 52,3% e está perto de meta, diz IBGE

RIO – O Brasil caminha para atingir a meta de redução da emissão de gases do efeito estufa, firmada
voluntariamente há seis anos e apresentada na Conferência do Clima das Nações Unidas em 2009,
indicam dados da 6ª edição dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) 2015, divulgada nesta
sexta-feira, 19, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A previsão é reduzir a emissão
desses gases entre 36,1% e 38,9% até 2020, com base em valores de referência de 2005. Dez anos
antes do prazo final, o País já havia reduzido 52,3% das emissões de dióxido de carbono (CO2), um dos
principais gases do efeito estufa, mostra o levantamento do IBGE.
TOMAZELLI, Idiana; SALLOWICZ, Mariana. Brasil reduz emissão de CO2 em 52,3% e está perto de meta, diz IBGE. O Estado de S. Paulo, São
Paulo, 19 jun. 2015. Disponível em: <http://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-reduz-emissao-de-dioxido-de-carbono-em-52-3-
e-se-aproxima-de-meta,1709302>. Acesso em: 8 jul. 2015.

A redução das emissões de gás carbônico (CO2), no período indicado, foi consequência da diminuição
da(o)
(A) frota de veículos automotores
(B) desmatamento florestal
(C) produção de energia
(D) atividade industrial
(E) uso de biocombustíveis

05.
Cuba e EUA

VILAS BOAS, Pelicano. Cuba e EUA. Dez. 2014. Disponível em:


<http://www.humorpolitico.com.br/cuba/novidades-em-cuba/>.
Acesso em: 8 jul. 2015.

Na charge acima, datada de dezembro de 2014, estão representados Fidel Castro e seu irmão e
sucessor político, Raúl Castro.
A lata de refrigerante que o atual presidente cubano parece esconder de um Fidel já idoso e fisicamente
combalido é o elemento da imagem que explicita a referência ao
(A) interesse pessoal de Raúl Castro nas possibilidades de obter participação acionária em uma das
maiores empresas capitalistas do mundo.
(B) adoecimento precoce do líder máximo da Revolução Cubana, levantando suspeitas de que seus
inimigos o tenham envenenado com o apoio de Raúl Castro.
(C) anúncio conjunto do restabelecimento de relações diplomáticas entre Cuba e os Estados Unidos
da América.
(D) decreto presidencial de Barack Obama, que extinguiu o embargo norte-americano a Cuba.
(E) processo gradual de abandono do socialismo como sistema político em Cuba, seguindo o modelo
chinês de transição para a democracia.

Respostas

1-E/ 2-D/ 3-C/ 4-B/ 5-C

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