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Fotografia (do grego φως [fós] ("luz"), e γραφις [grafis] ("estilo", "pincel") ou γραφη grafê, e
significa "desenhar com luz e contraste"[1]), por definição,[2] é essencialmente a técnica de
criação de imagens por meio de exposição luminosa, fixando-as em uma superfície
sensível.[3] A primeira fotografia reconhecida remonta ao ano de 1826 e é atribuída ao
francês Joseph Nicéphore Niépce. Contudo, a invenção da fotografia não é obra de um só
autor, mas um processo de acúmulo de avanços por parte de muitas pessoas,
trabalhando, juntas ou em paralelo, ao longo de muitos anos. Se por um lado os princípios
fundamentais da fotografia se estabeleceram há décadas e, desde a introdução do filme
fotográfico colorido, quase não sofreram mudanças, por outro, os avanços tecnológicos
têm sistematicamente possibilitado melhorias na qualidade das imagens produzidas,
agilização das etapas do processo de produção e a redução de custos, popularizando o
uso da fotografia.
Atualmente, a introdução da tecnologia digital tem modificado drasticamente
os paradigmas que norteiam o mundo da fotografia. Os equipamentos, ao mesmo tempo
que são oferecidos a preços cada vez menores, disponibilizam ao usuário médio recursos
cada vez mais sofisticados, assim como maior qualidade de imagem e facilidade de uso. A
simplificação dos processos de captação, armazenagem, impressão e reprodução de
imagens proporcionados intrinsecamente pelo ambiente digital, aliada à facilidade de
integração com os recursos da informática, como organização em álbuns, incorporação de
imagens em documentos e distribuição via Internet, têm ampliado e democratizado o uso
da imagem fotográfica nas mais diversas aplicações. A incorporação da câmera
fotográfica aos aparelhos de telefonia móvel têm definitivamente levado a fotografia ao
cotidiano particular do indivíduo.
Dessa forma, a fotografia, à medida que se torna uma experiência cada vez mais pessoal,
deverá ampliar, através dos diversos perfis de fotógrafos amadores ou profissionais, o já
amplo espectro de significado da experiência de se conservar um momento em uma
imagem.
Índice
[esconder]
1História
2Processos fotográficos
3Equipamentos
4Controle da imagem
5Usos da fotografia
6Fotógrafo
7Essência da fotografia
8Ver também
9Referências
10Bibliografia
11Ligações externas
História
Ver artigo principal: História da fotografia
A fotografia não é a obra final de um único criador, ao longo da história, diversas pessoas
foram agregando conceitos e processos que deram origem à fotografia como a
conhecemos. O mais antigo destes conceitos foi o da câmara escura, descrita pelo
napolitano Giovanni Baptista Della Porta, já em 1558, e conhecida por Leonardo da
Vinci[4] que a usava, como outros artistas no século XVI para esboçar pinturas.
O cientista italiano Angelo Sala, em 1604, percebeu que um composto de prata escurecia
ao Sol, supondo que esse efeito fosse produzido pelo calor. Foi então que, Johann
Heinrich Schulze fazendo experiências com ácido nítrico, prata e gesso em 1724,
determinou que era a prata halógena, convertida em prata metálica, e não o calor, que
provocava o escurecimento.
Imagem da primeira fotografia permanente do mundo feita por Nicéphore Niépce, em 1826.
A primeira fotografia reconhecida é uma imagem produzida em 1826 pelo francês Joseph
Nicéphore Niépce, numa placa de estanho coberta com um derivado
de petróleo fotossensível chamado Betume da Judeia. A imagem foi produzida com uma
câmera, sendo exigidas cerca de oito horas de exposição à luz solar. Nièpce chamou o
processo de "heliografia", gravura com a luz do Sol. Paralelamente, outro
francês, Daguerre, produzia com uma câmera escura efeitos visuais em um espetáculo
denominado "Diorama". Daguerre e Niépce trocaram correspondência durante alguns
anos, vindo finalmente a firmarem sociedade.
Após a morte de Nièpce, Daguerre desenvolveu um processo com vapor de mercúrio que
reduzia o tempo de revelação de horas para minutos. O processo foi
denominado daguerreotipia. Daguerre descreveu seu processo à Academia de Ciências e
Belas Artes, na França e logo depois requereu a patente do seu invento na Inglaterra. A
popularização dos daguerreótipos,[5] deu origem às especulações sobre o "fim da pintura",
inspirando o Impressionismo.[6]
O britânico *William Fox Talbot,[7] que já efetuava pesquisas com papéis fotossensíveis, ao
tomar conhecimento dos avanços de Daguerre, em 1839, decidiu apressar a apresentação
de seus trabalhos à Royal Institution e à Royal Society, procurando garantir os direitos
sobre suas invenções. Talbot desenvolveu um diferente processo denominado calotipo,
usando folhas de papel cobertas com cloreto de prata, que posteriormente eram colocadas
em contato com outro papel, produzindo a imagem positiva. Este processo é muito
parecido com o processo fotográfico em uso hoje, pois também produz um negativo que
pode ser reutilizado para produzir várias imagens positivas. À época, Hippolyte
Bayard também desenvolveu um método de fotografia. Porém, por demorar a anunciá-lo,
não pôde mais ser reconhecido como seu inventor.[8]
Imagem da primeira fotografia colorida da história, tirada por James Clerk Maxwell em 1861
Processos fotográficos
Fotografia em preto e branco
A lua em P&B
Foto de 1942 de um carpinteiro trabalhando. Exemplo histórico das primeiras fotografias coloridas.
Equipamentos
Câmera
Ver artigo principal: Câmera
A fotografia se estabiliza como processo industrial no século XX articulando uma câmera
ou câmara escura, como dispositivo formador da imagem e um modo de gravação da
imagem luminosa – uma superfície fotossensível, que pode ser filme fotográfico, o papel
fotográfico ou, no caso da fotografia digital, um sensor digital CCD/CMOS que transforma
a luz em um mapa de impulsos elétricos, que serão armazenados como informação em
um cartão digital de armazenamento. Nesse processo fica evidente a relação entre a
fotografia e seus processos análogos. Por exemplo, a fotocópia ou máquina xerográfica,
forma imagens permanentes, mas usa a transferência de cargas elétricas estáticas no
lugar do filme fotográfico. Disso provém o termo eletrofotografia. Na raiografia, divulgada
por Man Ray em 1922, imagens são produzidas pelas sombras de objetos no papel
fotográfico, sem o uso de câmera. E podem-se colocar objetos diretamente
do digitalizador (scanner) para produzir figuras electronicamente.
Fotógrafos controlam a câmera ao expor o material fotossensível à luz, o que se altera
qualitativa e quantitativamente segundo as possibilidades de cada aparelho. Os controles
são geralmente inter-relacionados. Por exemplo, a exposição varia segundo a abertura
(que determina a quantidade de luz) multiplicado pela velocidade do obturador (que
determina um tempo de exposição), o que varia o tom da foto, a profundidade de
campo fotográfico e o grau de corte temporal do modelo fotografado. Diferentes distâncias
focais das lentes permitem variar a conformação da profundidade da imagem, bem como
seu ângulo.
Os controles das câmeras podem incluir:
Foco
Abertura das lentes
Tempo de exposição (ou velocidade de abertura do obturador)
Distância focal das objetivas fixas: (teleobjetiva, normal ou grande-angular), ou
variáveis (zoom)
Sensibilidade do filme
Fotômetro
Objetiva
Ver artigo principal: Objectiva (fotografia)
Para entender um pouco de objetivas, uma de 24mm equivale a um campo de visão de
75 graus, e uma objetiva de 300mm equivale a um campo de visão de 12 graus. Com a
lente olho de peixe de 6mm, 8mm ou 12mm, o fotógrafo inclui um campo de visão de mais
de 190 graus. Uma 500mm (aquelas que se veem em jogos de futebol, por exemplo)
consegue fotografar só o guarda-redes do outro lado do campo de futebol. Ou seja, as
lentes com valores inferiores a 50mm são consideradas grandes angulares, e com valores
acima de 150mm são consideradas teleobjetivas.
A relação que se tem para se considerar uma objetiva como grande angular ou
teleobjetivas, vem da comparação do tamanho da objetiva com a diagonal do filme
utilizado. As objetivas em torno de 50 mm são consideradas normais, por possibilitarem na
área do filme uma imagem com as características e um campo de visão semelhante ao
olho humano.
Superfície fotossensível
Ver artigos principais: Filme fotográfico e Sensor de imagem
Entre 2006 e 2007, as vendas de câmeras fotográficas digitais cresceram 5% nos Estados
Unidos, enquanto as de câmeras com filme caíram em mesma quantidade.[13] A despeito
do irreversível e crescente domínio da imagem digital no mundo da fotografia, o filme
fotográfico ainda ocupa, por variados motivos, um espaço cativo no trabalho de muitos
profissionais e aficionados que prometem a essa mídia uma sobrevida assegurada de
vários anos.[17]
Controle da imagem
Velocidade do obturador
O tempo durante o qual o obturador permanece aberto determina a quantidade de luz que
chega ao filme. Ao selecionar uma velocidade do obturador, verifica-se se a câmara está
suficientemente firme. Quanto mais firme estiver, mais baixa poderá ser a velocidade do
obturador utilizada. Mesmo um movimento minúsculo durante a exposição poderá fazer
com que toda a imagem fique tremida. Usar um tripé é a única maneira de garantir o êxito
de uma fotografia que exija um tempo de exposição longo. Com uma teleobjetiva, a
instabilidade da câmara é mais notável do que com uma grande-angular, por isso, quanto
maior for a objetiva, maior será a velocidade de obturador necessária. Além de "congelar"
a acção, a velocidade do obturador permite criar efeitos que sugerem movimentos, ou
efeitos especiais com o zoom.
Efeito de Panning
Nem sempre é necessário usar uma velocidade do obturador tão alta. Muitas vezes pode
acompanhar-se o movimento enquanto se dispara, para o compensar, usa-se uma técnica
chamada "panning".
Congelamento
A velocidade do obturador desempenha um papel importante na transformação de motivos
em movimento em uma imagem estática. Quanto menos tempo o obturador permanecer
aberto, menos o motivo se moverá dentro do enquadramento e mais nítido ficará. Por isso
utiliza-se uma maior velocidade ao fotografar um motivo em movimento, como um cavalo a
correr.
Há ainda outros fatores a considerar. Primeiro, a velocidade real do motivo não indica
necessariamente a rapidez com que a imagem irá mudar no visor. Se um motivo se dirigir
directamente para a câmara ou se se afastar dela, a imagem mudará mais lentamente do
que se ele passar perpendicularmente, e será necessária menos velocidade do obturador
para "congelar" o movimento. Um movimento em diagonal no enquadramento necessitará
de uma velocidade de obturador intermédiaria. O tamanho da imagem também é
importante: um comboio visto como um ponto no horizonte não parecerá mover-se tão
depressa como uma papoila oscilando em uma brisa suave em frente da objectiva. Quanto
maior a distância focal e mais próximo do motivo, maior a velocidade do obturador.
Usos da fotografia
A fotografia pode ser classificada como tecnologia de confecção de imagens e atrai o
interesse de cientistas e artistas desde o seu começo. Os cientistas usaram sua
capacidade para fazer gravações precisas, como Eadweard Muybridge em seu estudo
da locomoção humana e animal (1887). Artistas igualmente se interessaram por este
aspecto, e também tentaram explorar outros caminhos além da representação
fotomecânica da realidade, como o movimento pictural. As forças armadas, a polícia e
forças de segurança usam a fotografia para vigilância, identificação e armazenamento de
dados.
Fotografias aéreas eram utilizadas para levantamento do uso da terra e planejamento de
uma determinada região.
A Fotografia no cotidiano e na vida
A fotografia pode ser utilizada no processo de investigação do cotidiano de nossos
estudantes, a fim de que mediante as imagens obtidas da escola, da família, da
vizinhança, da cidade e das coisas que os cercam, eles sejam orientados, através de uma
metodologia específica, para análise e estudo desses "momentos documentados" e suas
correlações históricas, sociais, geográficas, étnicas e econômicas; na educação, a simples
disponibilidade do aparato tecnológico não significa facilitar o processo ensino-
aprendizagem. É preciso que o professor alie os recursos tecnológicos com os seus
conhecimentos e estratégias de ensino, visando alcançar um objetivo: o conhecimento real
da imagem fornecida através da fotografia.
Fotojornalismo
Ver artigo principal: Fotojornalismo
Um exemplo de fotografia jornalística: Migrant Mother, de Dorothea Lange (1936).
“ ”
Fotografar é colocar na mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração.
Fotógrafo
Fotógrafo é a pessoa que tira (registra) fotografia, usando uma câmera. É geralmente
considerado um artista, pois faz seu produto (a foto) com a mesma dedicação e da mesma
forma que qualquer outro artista visual.
Faz parte da cultura brasileira a figura do Fotógrafo Lambe-lambe, profissional que ficava
nas praças tirando fotos comercialmente, quando adquirir uma máquina fotográfica era
algo muito difícil devido ao seu alto valor comercial.
Amadores e profissionais
Quando um determinado autor de fotografias baseia grande parte do seu rendimento
monetário nesta atividade, diz-se ser um fotógrafo profissional.
Por vezes, o adjetivo profissional é usado erroneamente na fotografia para valorizar uma
determinada imagem fotográfica ou perícia de um autor. Na realidade, a qualidade da
fotografia nem sempre está relacionada com o fato do seu autor ser ou não profissional.
Muitos amadores realizam com regularidade imagens mais bem sucedidas que muitos
profissionais.
Na realidade "profissional" refere-se apenas à profissão do autor, e não à qualidade do
trabalho. Ao mesmo tempo que um profissional pode realizar um trabalho mal feito, pode-
se entender melhor, adiante no parte de "arte".
O adjetivo amador, quando atribuído a um fotógrafo, pode ter um significado muito vasto.
Pessoas que apenas fotografam a sua família e vida, para uso pessoal, consideram-se
fotógrafas amadores. Outros fotógrafos amadores chegam a publicar livros, realizar
exposições e dedicam uma vida inteira ao estudo da fotografia.
Especializações do fotógrafo
Uma vez que na atualidade a fotografia serve um vasto campo de assuntos e objetivos,
foram criadas especializações. O fotógrafo especializa-se para melhor dominar a técnica
de um determinado tipo de fotografia ou assunto. As especializações mais conhecidas são
a foto reportagem (de eventos sociais), moda, o fotojornalismo, a paisagem, o retrato,
a publicitária, (arte da fotografia de objetos em estúdio) e a foto em natureza, ( fotos de
aves, animais, borboletas, insetos, répteis, todos livres, não cativeiro e nem de laborário
para está modalidade).
Formação de um fotógrafo
A formação em fotografia numa escola de arte pode realizar-se através de um curso de
fotografia ou de várias disciplinas de fotografia integradas em cursos de
arte, design, pintura, multimídia, cinema, jornalismo e etc. Normalmente estes cursos estão
orientados para o exercício da fotografia enquanto arte. Porém muitos fotógrafos são
autodidatas acabam procurando formação só depois de anos de experiência na prática.
Numa escola profissional, a formação em fotografia está mais orientada para o exercício
da fotografia enquanto profissão comercial.
Essência da fotografia
A discussão sobre o uso da Fotografia é precedido pela tentativa de compreender sua
imagem, o que ocorre desde seu desenvolvimento por diversos fotógrafos ao longo do
século XIX (como afirma Geoffrey Batchen). Seu caráter artístico evidente constitui um
entrave a seu uso pelas ciências sociais, enquanto seu caráter científico a tornou uma
espécie de subalterna no campo da arte, características que parecem se reverter na
segunda metade do século vinte, na medida em que o estudo desse meio se aprofundou,
as ciências sociais se abriram para a impossibilidade de completa objetividade, e o campo
da arte passou a lidar fortemente com a ideia, em oposição a uma ênfase na forma
artística.
Os estudos históricos sobre a foto iniciam por volta de cem anos após sua invenção. Já os
estudos teóricos sobre a Fotografia parecem iniciar no pós-guerra, e a principal teoria
usada para caracterizar a Fotografia advém do campo da semiótica, ou seja, declina da
Semiologia de Saussure.
Numa leitura estrita da obra de Charles Sanders Peirce, definidora do campo da semiótica,
a Fotografia se definiria a partir das três categorias de signo, que existem numa ordem de
importância e dependência umas das outras : o ícone, que é uma representação
qualitativa de um objeto - por exemplo, por analogia (é o caso da imagem fotográfica),
o índice, que caracteriza um signo que refere-se ao significante pela causalidade ou pela
contiguidade (às vezes diferenciado como índex, como na leitura de Umberto Eco), e
o símbolo, cuja relação com o significante é arbitrária e definida por uma convenção (é o
caso de uma bandeira de um país, por exemplo).
Ora, os estudos iniciais da Fotografia, bem como os artistas ao longo do século XIX E XX
se preocupavam com o problema da iconicidade da Fotografia, isto é, o potencial de sua
imagem e o caráter de seu realismo.
O primeiro sinal de problematização dessa modalidade de discurso está na obra de Walter
Benjamin, cujo texto "A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica", revela uma
preocupação com a modificação da recepção da Fotografia e do cinema em relação aos
meios tradicionais da arte, estudo pioneiro e extremamente influente que leva instâncias
inéditas, como o problema da aura (o que a diferencia da arte clássica) bem como o da
multiplicação maciça da imagem.
É na obra de Roland Barthes que vemos um segundo momento da tentativa de tratar da
Fotografia como meio. A obra de Barthes passa pela construção do estruturalismo, e sua
leitura da obra de Peirce. Mas o universo de Barthes não se resume ao universo do signo:
seu grande livro sobre Fotografia, "Câmara Clara", possui um ponto de vista
fenomenológico (que refere a Foto ao noema, conceito da fenomenologia de Husserl), bem
como utiliza elementos da psicanálise lacaniana. Ao longo da obra de Barthes, a Foto é
lida numa chave dialógica característica do estruturalismo, implicando a criação de
conceitos tais como conotaçãoe denotação, ou ainda obtuso e o óbvio, até o
desenvolvimento do par studium/punctum, que não são mais pólos entre os quais a
Fotografia existe, mas estados da Fotografia: como studium, a Fotografia se exibe como
objeto indiferente de estudo, enquanto a expressão punctum define a instauração de um
fenômeno no qual sujeito e foto se afetam.
Um dos legados da leitura de Barthes sobre a fotografia é a percepção da importância do
conceito de "indice", que é desenvolvido posteriormente nas obras de Rosalind Krauss (em
"O Fotográfico", e em "A originalidade da Vanguarda"), de Jean-Marie Schaeffer ("A
imagem precária"), e Philippe Dubois ("O Ato Fotográfico"). Tal relação não apenas tem
sido utilizada no campo da arte, como indica Krauss, mas vem permitindo o uso da
Fotografia de modo crescente nas ciências sociais.
Memória e Afeto
Fotografia e memória
Ver também
Longe vão os tempos em que para fazer aquela que se tornou a primeira fotografia
conhecida, Nicéphore Niépce utilizou um tempo de exposição de cerca de oito
horas. Actualmente, com a fotografia digital, o tempo entre fazer uma fotografia e
colocá-la online pode ser de apenas uma fracção de segundo.
A progressiva transformação da fotografia de um meio que se encontrava
dependente do desenvolvimento de processos químicos sobre materiais sensíveis à
luz para a utilização de tecnologias digitais com vista à captura e armazenamento de
fotografias foi um processo lento, cujo início se reporta aos tempos da Guerra-Fria.
“Nicephore Niepce, View from his Window at Le Gras, 1827. Gernsheim Collection,
Humanities Research Center, University of Texas, Austin.
1- O Início
Podemos remontar a história da fotografia digital ao ano de 1957, no qual o Russel
Kirsch produziu a primeira imagem digital num computador. Ao serviço do United
States National Bureau of Standards, Kirsch desenvolveu um scanner no qual
produziu um imagem digital a partir de uma fotografia do seu filho.
Imagem produzida por Russel Kirsch a partir de uma fotografia do seu filho
Em 1969, George Smith e Willard Boyle dos Laboratórios Bell desenvolveram o
CCD (charge-coupled-device). O CCD esteve no centro do desenvolvimento da
fotografia digital, pois é o instrumento (sensor) que permite converter luz em sinais
eléctricos. Esta invenção constituiu a peça tecnológica chave que conduziu à
revolução da fotografia digital. O primeiro CCD tinha apenas 100 x 100 pixels. Em
1973 a Fairchild Imaging iniciou a produção comercial de sensores CCD, os quais se
tornaram a base de desenvolvimento do mundo da fotografia digital.
2 – Desenvolvimento e Consolidação
No decurso da década de noventa do século passado e na primeira década do século
XXI, assistimos a significativos avanços na utilização da tecnologia digital na
fotografia e à sua verdadeira implementação no mercado, quer profissional quer
amador, da fotografia.
Em 1991 a Kodak lançou o primeiro sistema de fotografia digital que tinha em vista
a sua utilização por fotojornalistas. Este sistema usava uma câmera analógica Nikon
F-3 adaptada com um sensor CCD de 1.3 megapixéis. O sistema recebeu a
denominação Kodak Professional DCS 200 IR digital camera, mas ficou comumente
conhecido como DCS 100.
O sistema Kodak Professional DCS 200 IR digital camera
No ano seguinte, 1992, a Apple lançou a Quick-Take 100, uma câmera digital
destinada ao mercado amador de fotografia e que podia ser ligada a um computador
pessoal através de um cabo.
No ano 2000 a Canon lançou a EOS D30, com um sensor de 8.2 megapixéis e que se
caracterizava por ter um corpo pequeno e leve e um modo de fotografia automático
que a tornava apelativa a todo o género de consumidores e, nessa medida, ajudou a
expandir a utilização da fotografia digital a fotógrafos amadores.
O século XXI marca também o aparecimento dos primeiros telefones móveis com
câmera fotográfica digital incorporada e a massificação da utilização da internet,
ambos com impactos profundos na forma de fotografar e na utilização da fotografia.
A massificação da fotografia digital e a consequente maior facilidade de
manipulação da estrutura de uma imagem fotográfica, veio introduzir muitas
questões relativamente à veracidade da fotografia e mesmo relativamente ao seu
valor documental. Para alguns, a fotografia digital provocou mesmo uma alteração
da natureza do meio fotográfico.