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Dragão de Komodo

Por Camila Oliveira da Cruz


Mestre em Ecologia (UERJ, 2016)
Graduada em Ciências Biológicas (UFF, 2013)

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O dragão-de-Komodo (Varanus Komodoensis) é a maior espécie de lagarto que existe
atualmente, descoberto pelos ocidentais em 1912, pertence à família Varanidae e pode
atingir até 3 metros de comprimento, podendo chegar a pesar até 125 kg. Esta espécie
de lagarto é endêmica do sudoeste da Indonésia e possui uma distribuição geográfica
restrita podendo ser encontrada nas ilhas de Komodo, Gili Motang, Gili Damase, Rinca
e Flores. A União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) a classifica
como vulnerável e, a fim de ajudar e promover a proteção da espécie, o governo
indonésio fundou em 1980 o Parque Nacional de Komodo, além de criar leis que visam
à proteção e conservação da espécie. Para os nativos da ilha de Komodo estes animais
são reencarnações dos seus antepassados e vistos com o olhar de reverência.

Apesar do tamanho e do peso que possuem, estes lagartos se locomovem com certa
rapidez no solo. As patas do dragão-de-komodo apresentam cinco garras grandes que
aparentemente são adaptadas para auxiliar a destrinchar carniças de animais, seu
principal alimento, e a cavar o solo, uma vez que esta espécie costuma se abrigar em
tocas subterrâneas. É um predador de topo de cadeia alimentare, portanto, não possui
outros animais acima desta espécie na pirâmide alimentar. São lagartos que podem viver
em média por 30 anos.
Dragão de Komodo. Foto: Anna Kucherova / Shutterstock.com

O cientista Bryan Fry e colaboradores (2009) publicaram um estudo na Proceedings of


the National Academy of Sciences onde os resultados mostram que o sistema venoso dos
dragões-de-Komodo é capaz de produzir proteínas tóxicas que provocam queda na
pressão sanguínea e diminuem a coagulação das presas. Alguns dutos especiais
transportam o veneno de cinco compartimentos separados para aberturas entre os dentes
do lagarto que introduzem estas proteínas tóxicas na ferida produzida pela forte
mordida. Sequencialmente as presas podem entrar em choque e em seguida morrem de
hemorragia. Na dieta deste predador incluem-se mamíferos, aves, ovos de aves, outros
répteis, invertebrados e em situações oportunistas adotam o canibalismo consumindo
outros dragões-de-Komodo, geralmente juvenis.

O período reprodutivo desta espécie de lagarto geralmente ocorre entre maio e agosto e
envolvem lutas de machos por fêmeas e comportamentos de cortejo, como por exemplo,
os machos podem esfregar seu rosto nas fêmeas e passar a língua no dorso das mesmas.
Este e outros comportamentos adotados durante a época reprodutiva fazem parte do
ritual de acasalamento destas espécies de lagartos. Ao contrário da maioria das espécies
de lagartos, onde a poligamia é a estratégia reprodutiva mais utilizada, os dragões-de-
Komodo podem ser monogâmicos, ou seja, o macho permanece com a mesma parceira
sexual durante toda a vida. As fêmeas são ovíparas e depositam em média ninhadas de
30 ovos por estação reprodutiva preferencialmente em ninhos abandonados
de Megapodius reinwardt (ave da família Megapodiidae) e são incubados
aproximadamente por oito meses antes de eclodirem. As fêmeas desta espécie também
podem se reproduzir sem terem sido fecundadas por um macho, através
de partenogênese. Apesar de não ser um evento comum, alguns cientistas sugerem que a
partenogênese é uma estratégia reprodutiva que permite que as fêmeas sozinhas
colonizem novos nichos ecológicos em ambientes isolados como, por exemplo, novas
ilhas.

Referências Bibliográficas:

Fry, B. G., et al. 2009. A central role for venom in predation by Varanus komodoensis
(Komodo dragon) and the extinct giant Veranus (Megalania) priscus. Proceedings of the
National Academy of Sciences 22(106): 8969–8974.

Pianka, E. R. & D. R. King, eds. 2004. Varanoid Lizards of the World. Indiana
University Press, 599 p.

Watts PC, Buley KR, Sanderson S, Boardman W, Ciofi C, Gibson R. 2006.


Parthenogenesis in Komodo dragons. Nature 444(7122): 1021-1022.

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